sobre monte verde

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Page 1: Sobre Monte Verde
Page 2: Sobre Monte Verde

Sumário

Isto é Monte Verde ............................06Como Nasceu Monte Verde ..............07Romantismo ....................................08Venha para o paraíso ........................09Curiosidades ....................................10Entrevista com o Fundador ..............12

Entrevista com 1os moradores..........18Monte Verde de Braços Abertos ........22AHPMV ..............................................24Informações úteis ............................26Natureza de Monte Verde ..................28

Sobre Monte Verde. 06

História da Arte e Cultura ................30Fulvia Dünner ..................................32Illona Koltai ....................................34Eglaine ..............................................3Curiosidades ....................................10Entrevista com o Fundador ..............12Entrevista com 1os moradores ..........18Monte Verde de Braços Abertos ........22AHPMV ..............................................24Informações úteis ............................26Natureza de Monte Verde ..................28

Arte na Serra ....................................37Bauernmalerei ..................................38Os “Comenale” ................................40Sueli Cauduro ..................................42Roberto Barbosa ..............................43Museu do Disco ................................44Unger’s Art Gallery............................46Tecelã Araceli Figueiredo..................48Ruth e Lajos Bodnár ........................49Espaço Cultural OAK Plaza ..............50

Arte e Cultura em Monte Verde. 29

Esportes, Ecoturismo e Natureza. 51Turismo de Aventura ........................53Pedra Redonda ................................54Trilha do Selado ..............................55Chapéu do Bispo ..............................56Pedra Partida....................................57Trilha do Platô ................................58Trilha Corredeira do Itapuá..............59Trilha do Pico da Onça ....................60Trilha do Pinheiro Velho ..................61

Maciço Mantiqueirense ....................63Dicas sobre Meio Ambiente ..............66Caminhada (Trekking) ....................72Cavalos e Cavalgadas........................75Quadriciclos e Motos ........................76Arborismo ........................................80Bóia Cross ........................................82Escalada ..........................................83Empresas Especializadas ..................85

Gastronomia. 89Adega do Chicão ..............................90Bar do Zé ..........................................90Cantina Roma ..................................91Beija Flor ..........................................91Milka Rivka ......................................92Alpes du Village ................................92Restaurante Capricho ......................93Haras Porto Feliz ..............................93Ilha da Madeira ................................94Mamma Tera ....................................94O Caipira ..........................................95

Panela de Ferro ................................95Paulo das Trutas ..............................96Restaurante Ribas ............................96Sherwood ..........................................97Trás os Montes ..................................97Só Sopas ..........................................98

Page 3: Sobre Monte Verde

Hospedagem. 99Selo de Qualidade AHPMV ..............100Amanita Estalagem ........................101Áustria Hotel ..................................102Chalés Araucárias ..........................103Chalés Tucano ................................104Esquilo Hotel e Chalés ....................105Estalagem Spiller............................106Estalagem Wiesbaden ....................107Excalibur Chalés ............................108Hotel Itapuá....................................109Hotel Cabeça de Boi ........................110Hotel Chalana ................................111Hotel Floresta Negra ......................112Hotel Meissner Hof..........................113Ninho do Falcão ............................114Hotel Pião Mineiro ........................115Porthal das Videiras ........................116Varanda Pôr do Sol ........................117Kuriuwa Hotel ................................118Nico On The Hill ............................119Águia Dourada................................120Alto da Neblina ..............................121Pousada Ana Terra..........................122Cantinho das Estrelas ....................123Cantos e Contos ..............................124Carícia do Vento ............................125Pousada Cerejeiras ........................126Pousada da Trilha ..........................127Pousada das Hortênsias ..................128

Pousada das Montanhas ................129Pousada das Pedras ........................130Pousada Del Rincon ......................131Pousada dos Ciprestes ....................132Pousada dos Marchadores ..............133Pousada dos Pássaros ....................134Pousada El Brujo............................135Flores da Serra................................136Haras Porto Feliz ............................137Jardim das Montanhas....................138Jardim Monte Verde ........................139Pousada Labrador ..........................140Mirante da Colyna ..........................141Morada das Nuvens ........................142Cantinho da Raposa ......................143Pousada Oliveto ..............................144Pousada Palma Chalés ..................145Pousada Palos Verdes......................146Pousada Pucci ................................147Recanto da Natureza ......................148Pousada Ribas ................................149Ricanto Amore Mio ........................150Pousada São Luiz ..........................151Pousada Serra do Luar ..................152Floema de Amor ............................153Pousada Sonho Verde ....................154Saint Michel Hotel ..........................155Vivenda dos Sabiás..........................156

Lojas. 157Boulevard Gressoney ......................158Brasil Tesão ....................................158Cantinho de Minas ........................158Casa das Trufas ..............................159Chocolate Montanhês ....................159Chokomel Chocolates ....................159Geléias da Tia Nata ........................160

Conveniência Chotti ......................160Lüh Job Malhas ..............................160Portinhola Presentes ......................161Frida Chocolates ............................161Jô Malhas ........................................161Rancho do Caipira..........................162MV Materiais de Construção ..........162

Serviços. 163Alvorada Computadores ..................164Arquitetura e Design ......................164Case Security ..................................164Projeto Sol Nascente ......................165Firewall Webdesign ........................165Green Wash Lavanderia ..................165Micropic Informática......................166

Mr. Wine Distr. de Bebidas ..............166Page Publicidade ............................166Guincho e Taxi Cassalho ................167Oriental Bodywork Massagem ........167S&F Imóveis ..................................167Microstar Informática ....................168

Conheça São Matheus. 163

Page 4: Sobre Monte Verde

Baixas temperaturas, clima român-tico e natureza privilegiada são sinôni-mos de Monte Verde.

Cercada pelas montanhas da Serrada Mantiqueira, a estância fica a maisde 1.500 metros de altitude e freqüente-mente é chamada de “a Suíçabrasileira”. O charme da arquiteturalocal, a natureza, a estruturaturística e a gastrono-mia incentivam acomparação. MonteVerde tem belíssimascasas em estiloeuropeu, montanhas,pedras, picos, maisde 100 hotéis e pou-sadas, além de bares e restau-rantes que encantam tanto pelasimplicidade da comida mineira comopelo sofisticado fondue.

Os costumes trazidos pelosprimeiros moradores, o casal letãoVerner Grinberg e Emilia Grinberg,alemães, suíços e italianos que foramchegando depois, colaboraram para o‘ar europeu’ que se respira em MonteVerde. A vila tem personalidade esotaque próprios. A hospitalidade étípica do povo mineiro. Basta ir a umadas casas de chá ou entrar em um dos

pontos de venda de queijos e vinhos,localizadas na principal avenida davila, para ter certeza que o clima podeser suíço, mas o prazer em receber é doautêntico mineiro. Ninguém sai sem“provar um bocadinho”.

Acolhedora, Monte Verde recebe eagrada famílias com filhos pequenos,

jovens em busca do ecoturismo ecasais apaixonados.

A geografia local colaborapara essa união deinteresses tão dife-rentes, pois atendetanto quem busca o

turismo contemplativo,como quem não se con-

tenta apenas em apre-ciar belas paisagens e quer

interagir, explorar e “viver” maisemoções do que cabem em um álbumde fotos da viagem. Ou seja, MonteVerde oferece prazeres para quem sóquer fazer uma boa caminhada pelamanhã, saborear um strudell numacharmosa casa de chá, namorar à beirada lareira, cavalgar com as crianças etambém para os adeptos do monta-nhismo.

Tire o cachecol da gaveta e venhaconferir!

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S O B R E M O N T E V E R D E

Isto é Monte Verde

Page 5: Sobre Monte Verde

O sobrenome do fundador é que deuorigem ao nome de Monte Verde, estepequeno vilarejo situado na divisa dosEstados de Minas Gerais e São Paulo.Grinberg, pois “grin”, significa verde e“berg”, monte. Verner Grinberg chegouao Brasil ainda menino com suafamília em 1913. Vindos da Letônia, seinstalaram na cidade de ParaguaçuPaulista (SP) em uma colônia deletões e só em 1938 Verner Grinberg, jácasado, mudou-se para Campos doJaguary, atualmente conhecida comoMonte Verde.

Doze anos mais tarde, em 1950, acidade teve seu primeiro registro devenda de loteamentos feito, e essa setornou a data oficial da fundação dovilarejo. A região onde fica Monte Verdefoi escolhida pelos Grinberg devido àidentificação que tiveram com suaterra natal, pois, além da paisagem, acidade possui clima semelhante aoeuropeu. Situada no sudeste do Brasil,Monte Verde chega a registrar no verãotemperaturas de 28º C e pode chegar a-10º C durante o inverno.

Segundo Grinberg, nos anosseguintes, amigos e parentes conheci-am a região e logo ficavam apaixona-dos. A saída foi a comercialização delotes e, com o passar do tempo, ovilarejo começou a mudar de cara. Ocaminho que antes era somente com-posto de picadas entre as montanhas eprecisava ser percorrido até em lombode burro, foi melhorando e hoje dáacesso a turistas de vários lugares dopaís e até do mundo. E devido ao fluxode visitantes e à falta de lugares apro-priados para hospedagem, é que osmoradores montaram as primeiraspensões. Nascia aí a vocação de MonteVerde para o turismo.

Mas nem tudo foi fácil, a eletrici-dade chegou em Monte Verde em 1969.Até essa data, os moradores da comu-nidade acordavam com o soar de umsino, que era tocado por EmiliaGrinberg, esposa de Verner Grinberg. Avida sempre foi muito simples emMonte Verde. Tudo o que comiam eracultivado na cidade, inclusive o leiteera ordenhado das vacas que haviamno local.

De lá para cá, muita coisa mudou, ovilarejo ganhou em infra-estrutura,mas não perdeu o charme e o lado rús-tico. Além de hotéis modernos e con-fortáveis, Monte Verde tem o aeroportomais alto do país: são 1.600 metrosacima do nível do mar e uma pistacom 1.100 metros de comprimento.

Hoje, a cidade é uma ótima opçãode passeio para todos os gostos e certa-mente é o lugar ideal para quem querfugir do estresse das grandes cidades erespirar um pouco de ar puro das mon-tanhas. Namorar junto à lareira nasnoites frias, saborear um delicioso fon-due ou curtir atividades radicais, comoescaladas, trilhas e corredeiras, sãoalgumas das opções que podem fazerparte dos programas dos visitantes.Para saber mais sobre o vilarejo, bastavisitar o site da Associação de Hotéis ePousadas de Monte Verde emwww.ahpmv.com.brhttp://www.ahpmv.com.br/

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Como nasceu Monte Verde

Casa do Sr. Verner

Page 6: Sobre Monte Verde

A expressão “lua-de-mel” surgiu deum costume dos germanos, povo quehabitava a região da atual Alemanha,que casavam-se durante a lua nova elevavam “hidromel”(mistura de águae mel) para beber ao luar.

Monte Verde foi fundada por Letões,vizinhos dos alemães, que trouxeram,além da arquitetura e da comida,muito do romantismo da região. Sevocê procurava um lugar para passaruma lua-de-mel inesquecível, acaba deencontrar: esta vila é um desses lugaresonde é impossível ir uma vez e nãovoltar, ou não sair mais apaixonado doque chegou, após comer um fondue

acompanhado de um bom vinho à luzde velas, namorar em frente à lareiraou assistir à um lindo pôr-do-sol notopo de uma montanha.

Planeje com antecedência. O hotelou pousada deve ser escolhido de acor-do com o estilo do casal: práticos,românticos, aventureiros, inovadores,desbravadores, os que dispõem depouco tempo ou de pouco dinheiro. EmMonte Verde temos um hotel ou pousa-da com o seu estilo, pronto paraatendê-lo.

Por tudo isso é que Monte Verdevirou sinônimo de romantismo e olugar perfeito para sua lua-de-mel.

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S O B R E M O N T E V E R D E

Romantismo

Page 7: Sobre Monte Verde

Se você já está em Monte Verde,respire fundo, carregue os pulmõescom o ar puro da Serra daMantiqueira, olhe para os lados e seentregue aos prazeres que a regiãooferece. Aproveite o delicioso café damanhã que seu hotel ou pousada cer-tamente irá servir, saia para cavalgarou simplesmente faça uma caminhadaapreciando a natureza e a arquiteturalocal.

Ou, então, suba até a PedraRedonda e de lá, a 1.990 metros de alti-tude, contemple uma das mais exuber-antes paisagens do mundo. Depois,passeie pela avenida principal, tomeum delicioso chocolate quente ou umaexclusiva cerveja alemã, visite as lojassempre cheias de novidades e artesana-to local, saboreie as delícias da cozinhamineira ou experimente os pratos àbase de trutas e de javalis criados naregião. Antes de voltar para o hotel, dêvez ao seu espírito aventureiro eenfrente uma corredeira, faça escalada,

arborismo e desbrave trilhas a pé, debicicleta ou pilotando um quadricicloou uma moto. A noite, curta osinúmeros bares e restaurantes, muitoscom música ao vivo, ou simplesmentese aqueça aos pés da lareira, tomando

um gostoso vinho e saboreando umtípico fondue, num clima bem român-tico, ao lado de quem você gosta.

Mas se você ainda não está emMonte Verde, não perca maistempo: pegue a estrada e venhaconferir se esse vilarejo comclima europeu e jeitinhomineiro é ou não é opróprio paraíso!

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Venha para o paraíso

Edne

r Bra

sil

Page 8: Sobre Monte Verde

M o n t e Ve r d e n ã o é u m ac i d a d e : é u m d i s t r i t o d eCamanducaia .

A e s t r a d a q u e l i g a M o n t eVerde a Camanducaia fo i aber tape la Cia . Melhoramentos , a par-t i r de 1939, quando a empresachegou o f ic ia lmente à reg ião .

A e n e r g i a e l é t r i c a s óchegou a Monte Verde em 1969.

A bandeira de Monte Verdefo i c r iada em 1980 . Insp i radanas cores e brazão da bandeirada Le tônia , u t i l i za o s mesmoss ímbolos : so l , p inheiro e ge lo .

Tempera tura mais baixa dahis tór ia de Monte Verde : -13° C,regi s t rada em 1999.

A r a u c á r i a :t í p i c a d a s

regiões f r ias ec o n s i d e r a d a

s í m b o l od o R i oG r a n d edo Sul , aaraucár ia

é pra t ica-m e n t emoldura de

Monte Verde .A á r v o r e l e v a

dezenas de anos para

crescer e só começa a dar f rutos(o conhecido p inhão, t íp ico dasfes tas juninas) depois de adul ta .Quando cai uma pinha, a outrajá es tá começando a se formarpara o próximo ano. A co lhei tatem in íc io em abr i l e va i a téagos to .

Pinhão : a par t i r de abr i l , ast r i lhas de Monte Verde f i cam for-radas de p inhão. Fruto do p i -nheiro araucár ia ou p inheiro derose ta , como é conhecido popu-l a r m e n t e , o p i n h ã o e n t r a n oc a r d á p i o d e r e s t a u r a n t e s , e mpães e faro fas f e i tos em casa , eno orçamento de famí l ia s quevendem o produto para tur i s tas .

Neve : embora a neve não caiaem Monte Verde , é comum nasmanhãs de inverno a pai sagemacordar cober ta por ge lo .

Latitude e longitude deMonte Verde: 22o 51’ S 46o 2’ W

S O B R E M O N T E V E R D E

Curiosidades

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Page 9: Sobre Monte Verde

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Habitantes: Monte Verde temcerca de cinco mil habitantes, divi-didos entre o Centro e a Vila daFonte.

Infra-estrutura hoteleira:cerca de 2.500 leitos (ou UHs –unidades habitacionais), em aproxi-madamente 100 meios dehospedagem.

Infra-estrutura comercial:pela Avenida Monte Verde (quecomeça no portal e vai até a Vila daFonte), estão os principais bares erestaurantes, além do ShoppingCeleiro, as Galerias Suíça e Beija-Flor e o Boulevard Gressoney.

Infra-estrutura básica: odistrito de Monte Verde tem umambulatório (o hospital está sendoconstruído), consultório dentário,clínica veterinária, uma agência doBanco Bradesco e um caixa eletrôni-co do Banco do Brasil, Itau e CaixaEconomica

Área: Monte Verde ocupa entre500 e 700 alqueires, incluindo áreaspreservadas. Trata-se de uma ver-dadeira ilha verde cercada de mon-tanhas por todos os lados.

Altitude: 1.600 metros (obs.: oPico do Selado fica a 2.080 metros dealtitude)

Clima: devido à sua altitude,Monte Verde tem um clima seco e frio.

Temperatura: no verão, a tem-peratura media é de 26°C durante odia e 14°C à noite. No inverno, oscilaentre –25°C e 10ºC. Durante o dia,mesmo no inverno, a temperaturapode ultrapassar os 20° C. A partir domeio da tarde, porém, começa a caire chega rapidamente aos 6°C, 7°C.

Economia: o turismo e ocomércio são a base da economialocal. Sabonetes, blusas de lã, arte-sanato em madeira, queijos e choco-lates estão entre os itens produzidospelos próprios moradores de MonteVerde. A construção civil tambémresponde por boa parte dos empregosna vila.

Importante: antes de comprare construir em Monte Verde, consultea prefeitura, o IEF (InstitutoEstadual de Floresta) ou o CMMA(Conselho Municipal do MeioAmbiente), para certificar-se dalegalidade do terreno e tomar co-nhecimento da lei ambiental querege o município.

É bom saber...

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S O B R E M O N T E V E R D E

AHPMV - Porque esco-lheu o Brasil? E porqueesta região?

Verner - Foram meus pais que esco-lheram o Brasil. Eu vim com apenas 3anos de idade, em 1913. Era uma terrapromissora, de clima bom o ano todo,onde tudo o que se planta dá, até duasvezes por ano pode se plantar e colher,ao contrário do norte da Europa, eainda sabia-se que tinha grandes flo-restas com muitas árvores, madeiraabundante. Alguns letos já moravamno Brasil e chegaram notícias muitoboas do Brasil na Letônia daquelaépoca. O primeiro lugar onde moramosfoi Pariquera-Açu, no vale do Ribeira,estado de São Paulo. Meu pai não gos-tou de lá. Era muito quente, solo ruim,nada daquilo que sonhávamos. De lános mudamos para São José dosCampos, onde também já havia letosmorando. Logo fomos para Campos doJordão, que estava começando ainda ase formar. Meu pai já era madeireirona Letônia e trabalhamos muito emCampos do Jordão, cortando grandespinheiros (com serras manuais) para aconstrução de casas, hotéis, inclusive oHotel Vila Inglesa. Os donos do VilaInglesa doaram alguns alqueires deterra para o meu pai se estabelecer naregião. Campos do Jordão era umaregião que gostamos muito, masdecidimos sair de lá por questões desaúde. Era um local de tratamento de

tuberculosos. Minha mãe faleceuquando eu tinha 7 anos de idade.Saímos sonhando em, algum dia,encontrarmos um lugar tão bonito, declima bom, paisagens maravilhosas,mas que fosse saudável para se morar.Já tínhamos ouvido falar que exista umlugar chamado “Campos do Jaguari”,que seria tudo isso, mas ninguém sabiainformar direito onde ficava. Fomos,desta vez, para o oeste paulista (regiãoconhecida como “Alta Paulista” - hoje,Tupã, Inúbia Paulista, Bastos,Adamantina...), região de rápidodesenvolvimento, à medida que aestrada de ferro avançava.Continuamos a trabalhar comomadeireiros, sempre cortando grandesperobas, serrando em tábuas, vigas,etc. para construção de casas demadeira, muito comuns naquelaregião. Em 1922, chegou à região emque morávamos um grande grupo deletos. Eram 2.000 pessoas, que for-maram primeiro a colônia Palma,depois Varpa, Pitangueira e ColôniaLetônia. Também montamos umapequena serraria lá, para ajudar osconterrâneos. Neste grupo, veio umamoça, chamada Emília Leiasmeier,com quem me casei mais tarde, em1934. Nesta época, ela cantava no coroda igreja batista de Varpa, onde erasoprano solista. Emília tem sido minhagrande companheira ao longo da vida.Já são 72 anos de casamento. Sempre

Entrevista com o fundador da

Nome completo: Verner Grinberg. Nome dos pais: Ernesto e Izabel.Ano de nascimento: 1910.Onde nasceu: Liepaja (Pronuncia-se “Líepáia”),uma cidade às margens do Mar Báltico, na Letônia.

Page 11: Sobre Monte Verde

trabalhamos muito com nossas ser-rarias, fornecendo madeira para ascidades que iam se formando na regiãoe, mais tarde, semanalmente mandan-do vagões inteiros carregados de perobaserrada para São Paulo. A Emília,muitas vezes, cuidava da casa e da ser-raria, quando eu viajava para vendermadeira. Depois de muito tempo, umleto chegou até nós dizendo que, emsuas andanças, tinha conhecido o tallugar chamado Campos do Jaguari,onde ficam as nascentes do rio Jaguarie tivemos grande curiosidade em co-nhecer. Um dia, meu pai e eu saímosdo oeste de SP para vir conhecer aregião, inciando nossa viagem de treme terminando à cavalo, já que nãohavia estradas a menos de 10 km deMonte Verde.

AHPMV - Como era estaregião? Vegetação, popu-lação, temperatura?

Verner - Quando chegamos aqui,era só uma fazenda, habitada poralguns mineiros. Havia talvez umastrês ou quatro famílias que moravam

aqui, trabalhadores da fazenda, alémdos proprietários. O lugar era mesmomuito bonito, como o que havíamossonhado. Nós dois andamos por toda afazenda e subimos até o Pico doSelado. Conversamos com as poucaspessoas que moravam na região, masnão encontramos ninguém quequisesse vender nenhum pedaço deterra. Quando já íamos indo embora, acavalo, um homem nos alcançou eperguntou se seria verdade quequeríamos comprar terras por aqui, ese pagaríamos mesmo o que tinhaouvido falar (alguns contos de réis).Eu disse que sim, se alguém quisessevender. Ele disse que era dono de 5alqueires e venderia. Fomos então, acavalo, até Camanducaia para passar aescritura. Naquela época se andavacom dinheiro no bolso. Nem banco oucheque se usava... Voltamos, talvez ummês depois, acho que era 1938, paratomar posse da área adquirida edemarcá-la (hoje, a área onde seencontra a Igreja Batista, o Bradesco,etc.) e onde ainda tenho a minha praçaparticular. Nesta segunda viagem,

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Vila de Monte Verde

Casa do Sr. Verner em 1950

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S O B R E M O N T E V E R D E

trouxe um grupo maior: eu e Emília, airmã dela, Ilga, meu pai e meu tio,Karlis Kempis, num total de 5 pessoas.Montamos nosso acampamento, embarraca de lona, dividida em 2 quartos(com um lençol pendurado no meio).As mulheres dormiam de um lado, oshomens do outro. Emília e Ilga cozi-nhavam para todos. A nossa cozinhanada mais era que uma fogueira,embaixo de uma araucária. MonteVerde era uma área de florestas de pi-nheiros (araucárias) intercalada decampos naturais e pastagens (caso daárea do aeroporto, da região da RuaPinheiro Velho e outras), córregosmuito limpos de água gelada. Maistarde, fomos comprando outras áreasmaiores, formando a área que hoje éMonte Verde. Karlis Kempis, meu tio,pai do (Karlis) Raymondo Kempis,meu primo, também comprou umaárea, onde construiu sua casa e loteoumais tarde (Parque das Araucárias,Parque Monte Sol). Como comprei asterras que deram origem a Monte Verdede vários proprietários (num total de400 alqueires), fui algumas vezes aCamanducaia para fazermos as escri-turas. Lá, ouvi gente dando risada demim, diziam que eu era um inglêslouco‚ quem compra terras “lá”, devecomprar até casca de ovo.

AHPMV - Em que traba-lhava quando chegouaqui em Monte Verde?

Verner - Sempre fui madeireiro. Foicom nossas serrarias que juntamosdinheiro para comprar as terras quehoje são Monte Verde. Comprei meuprimeiro avião ainda quando moravaem Inúbia Paulista. Tirei o brevê noaeroclube de Rancharia -SP em 1942.Meu primeiro avião voava a 80 Km porhora. Eram mais de 6 horas de vôo deInúbia Paulista até São Paulo. Em

Monte Verde, antes de conseguir construir a pista do aeroporto, pouseialgumas vezes no pasto, mesmo.

AHPMV - Quem ou comodecidiu chamar MonteVerde? Quais as dificul-dades?

Verner - Foi idéia minha e daEmília. Foi fácil relacionar o nome“Grinberg” (em leto, apenas umsobrenome), em alemão “Grün Berg”,traduzido para português, Monte Verde,com as características naturais daregião.

AHPMV - A Estrada por ondepassava e como era parachegar em Monte Verde?

Verner - Bem, a gente vinha de tremde São Paulo até Vargem - SP e de lápara Joanópolis ou Extrema, de jar-dineira. Depois, estradinhas de terra(não me lembro exatamente quais)para chegar até o “Sítio daCachoeirinha”. Depois, só mesmoestreitas trilhas que só podiam ser ven-cidas a cavalo nos últimos 10 km, maisou menos, subindo as montanhas. Erauma aventura. Anos mais tarde, con-seguimos que a prefeitura ajudassecom parte das despesas para abrir a“estrada velha”. O resto, eu tive quepôr do próprio bolso.

AHPMV - Como foi a luta,saga para iniciar os tra-balhos em Monte Verde?

Verner - Foi muita, muita luta.Chegar no meio do quase nada... naprimeira vez, quando viemos tomarposse dos primeiros 5 alqueiresadquiridos, dormimos em barraca delona eu, meu pai e meu primo cortáva-mos árvores para termos madeira parafazer uma primeira casa-sede.Deixamos a madeira pronta, e

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encomendamos a construção destacasa (próxima à atual casa do AdolfoMelo) para um dos mineiros que jámoravam aqui.

Depois é que construímos a nossaprimeira casa de alvenaria em MonteVerde, quando nos mudamos definiti-vamente de Inúbia Paulista, em 1952.É a casa onde hoje moram os donos daLanelli Malhas (Neusa e Lico). Essafoi, oficialmente, nossa primeira casaaqui.

Anos mais tarde, em 1956, fun-damos a Igreja Batista, já que váriosdos primeiros moradores de MonteVerde eram batistas, a maioria delesletos. Depois, vimos que as criançasprecisavam de escola. Fomos até o Riode Janeiro, onde contratamos a Prof.Cidália para dar aulas em Monte Verde,de início, para as crianças da igreja elogo em seguida, eu mesmo tinha queir de casa em casa, convencer os pais eas crianças que precisavam ir para aescola. Eu dizia para as crianças que,se algum dia quisessem dirigir umcaminhão como o meu, teriam que ir apara a escola, aprender a ler e escrever,ter carteira de motorista...

Também tive que pagar do própriobolso a rede de eletricidade. Nosprimeiros anos, tínhamos umlocomóvel (máquina a vapor) quefazia o gerador de eletricidade fun-

cionar. Durante o dia, o locomóvelfazia a serraria funcionar e, quandoescurecia, ele tocava o gerador, atémais ou menos 10 horas da noite,quando fazíamos a luz piscar trêsvezes, avisando que o gerador iriaparar. Uns 10 minutos depois, tudoficava escuro. Hoje, a Bragantinafornece luz de dia e de noite. Tivemostambém que fazer captação de águanas nascentes da serra e distribuição deágua para as casas. Foram váriosquilômetros de canos enterrados.Talvez uns 40 km e ainda as caixasd’água que tive que construir. Namaioria das vezes, as pessoas nempagavam nada pela água, mas nuncacortei o fornecimento de ninguém.Vários anos mais tarde, doei tudo paraa Copasa.

Tivemos que montar uma olariatambém, além da pedreira, construto-ra, fazer abertura e manutenção deruas, colocar “conservas” na estrada,desencalhar carros... foi muito traba-lho.

AHPMV - Que sinais lheindicaram que o negócioestava caminhando nadireção adequada?

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Avenida Principal em 1950

Page 14: Sobre Monte Verde

Verner - Pessoas (amigos, parentes)vinham até aqui, gostavam, falavampara outros que também queriam vir, estes voltavam e traziamoutros... logo tinha gente querendocomprar pedaços grandes de terra(chácaras e sítios). Até cheguei avender (e mesmo doar) uns poucospedaços, no início, mas depois resolvique não venderia mais áreas tãograndes, e resolvi vender lotes. Oprimeiro lote urbano foi vendido emjulho de 1954. Foi aí que Monte Verdecomeçou de verdade, foi deixando deser uma fazenda e se tornando umacidade.

AHPMV - Como era oclima? Qual a menor tem-peratura que já presen-ciou?

Verner - O clima era como é hoje. Sóparece que fazia mais frio. Desde queestou aqui, já vi nevar (pouco) emMonte Verde, duas vezes. A temperaturamais baixa que vi aqui foi 14 grausnegativos, na década de 60.

AHPMV - Como se senteao ver Monte Verdegrande e desenvolvida?

Verner - Muito feliz e realizado.

AHPMV - Como teve a bri-lhante idéia de incentivaro turismo nesta época?Como vê o turismo emMonte Verde hoje?

Verner - No começo eu cheguei a irbuscar gente em São Paulo, em Vargem(onde a linha de trem chegava). Hojeeles já vêm sozinhos. Era uma viagemlonga, difícil. Às vezes se encalhava naestrada. Já dormimos na estrada.Quando nada acontecia, eram 8 a 9horas de São Paulo até Monte Verde.Não existia nem a Fernão Dias. Atépoucos anos atrás, a gente mesmoainda tinha que ir para a estrada de-sencalhar carros, ajudar os turistas apassarem pelos atoleiros, ou pelomenos mandar algum empregado ir.Senão ninguém iria querer voltar...

AHPMV - Sobre os hotéis? Verner - O Cabeça de Boi, de início

não era um hotel grande, mas era maisluxuoso que os que já existiam e foicrescendo ao longo dos anos, através demuito trabalho e esforço. Sei que elestrabalharam muito também. É sóassim que as coisas crescem damaneira correta. Muito trabalho eesforço.

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S O B R E M O N T E V E R D E

Rua do Aeroporto em 1950

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AHPMV - O que esperapara o futuro de MonteVerde ?

Verner - Espero que deixem MonteVerde continuar crescendo, se tornarum destino cada vez melhor, maisestruturado, que muita gente possa viraqui e ver esta maravilha toda queDeus criou. Espero que um dia MonteVerde seja município, que tenhamospolíticos honestos e trabalhadoresdirigindo o município de Monte Verde.

AHPMV - O senhor espe-rava que Monte Verde setransformasse no que éhoje?

Verner - De um lado, sim. É o quesonhamos. Uma cidade de clima bom esaudável, cheia de turistas, paisagensbonitas. Por outro lado, antigamentenão dava nem para imaginar que umdia todo mundo tería tantos carros. Sesoubesse que seria assim, teria feito aavenida mais larga, mas tinha tambéma esposa do Pr. Lukas (eles eram donosde uma das chácaras que vendi logo noinício - próximo do “RestauranteRedondo”), que não queria que eualargasse a rua, na verdade uma trilha,que passava pelo terreno deles. Foi difí-cil conseguir fazer a Avenida (MonteVerde) ser da largura que é hoje, masdeveria ser mais larga ainda...

AHPMV - O senhor sesente orgulhoso por terfeito uma cidade?

Verner - Me sinto feliz e abençoado.Eu não posso dizer que fiz uma cidade.Pelo menos não sozinho. Costumodizer que, dos 100% que foram feitos,eu fiz só 40% e a minha mulher fez osoutros 60%. Ela nunca reclamou demorar no mato. Tantas mulheres sóquerem hoje, como queriam antiga-mente, viver na facilidade das

cidades... ela nunca se importou emtrabalhar mais duro, nunca reclamoude ter que cuidar de fazenda, do gado,de tirar leite das vacas, carregar latõesde leite, fazer queijo, manteiga, pães,ter que ir fazer compras em Bragançade jipe, uma viagem de 5 horas de ida,5 horas de volta, saindo de madrugadae voltando já de noite... Fora isso, temmuitas outras pessoas que ajudaram,trabalharam duro também e, acima denós todos, tem Deus que fez tudo, deusaúde, forças e proteção. Sem Deusacima de tudo, não se faz nadaduradouro na vida.

AHPMV - Como o senhorvê Monte Verde hoje?

Verner - É uma cidade bonita, cheiade gente, carros para todo o lado, sain-do nos jornais e televisão. Monte Verdetem muito futuro pela frente.

AHPMV - O senhor fariatudo de novo?

Verner - Sim, faria tudo de novo sepudesse, corrigindo alguns erros que sóa experiência pode mostrar...

AHPMV - O que o senhorsugere para que MonteVerde melhore aindamais?

Verner - Precisamos muito da estra-da asfaltada e bem cuidada. Não dámais para esperar que bons turistasvenham com seus carros cada vez me-lhores e mais modernos sacolejandopor uma estrada tão precária. HojeMonte Verde já tem muitas coisas:lojas, comércio, hotéis grandes e luxu-osos, escolas boas, igrejas, banco.Monte Verde já é uma cidade e precisacontinuar melhorando, crescendo. Nãodá para parar. Parar é andar para trás.

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S O B R E M O N T E V E R D E

Neste momento todos sorriem pois onome do Sr. Ernest não é Renato e a Sra.Donatila diz que este nome é da Letônia.

AHPMV - então vocês vie-ram da Letônia?

Sra Donatila - nós não, nossos pais.Na mesma época da invasão dos russosna 1ª guerra. Eu sou nascida em SãoPaulo, centro, na capital.

Sr. Ernest - eu nasci na Polônia, colô-nia dos letos.

AHPMV - o que levou vocêsa virem para cá?

Sra. Donatila - ele vai contar ahistória do pai dele.

Sr. Ernest - nósviemos por inter-médio do meu paique era muitoamigo do Sr.Verner, estava sem-pre aqui com ele.Quando Sr. Vernerfez o loteamentopara venda, ofere-ceu para os amigose como meu pai era muito amigo foi umdos primeiros a comprar em MonteVerde.

AHPMV - foi um dosprimeiros ou foi oprimeiro?

Sr. Ernest - ele e o Pastor Marcelo queregistraram no mesmo dia o terreno,foram os primeiros. Isso foi em 29 denovembro de 1950.

Sra. Donatila - 29 de novembro,

aniversário de Monte Verde, onde tudocomeçou.

Sra. Rebecca - aí começou MonteVerde.

AHPMV - como era MonteVerde nessa época?

Sr. Ernest - Monte Verde era muitolindo, era tudo mato.

Sra. Rebecca - como a Serra daMantiqueira.

Sra. Donatila - foi onde Monte Verdenasceu. Bem no início, não freqüenteiMonte Verde, só vim uns aninhos depois.A mãe deixava vir junto com a famíliado pai dele.

AHPMV -vocês nãoeram casa-dos ainda?

Sra. Donatila -não, namoradi-nhos, só.

Sr. Ernest - nocomeço era prob-lemático pra vir, agente tinha que

pegar o trem até Campo Limpo Paulista,fazer a baldeação, pegar o trem paraVargem, de Vargem pegava a jardineiraaté Extrema, de Extrema pegava jar-dineira até Melhoramentos e o Sr. Verneria buscar a gente lá embaixo, então eraum dia de viagem para chegar aqui emMonte Verde.

Entrevista com os primeiros

ENTREVISTA COM DONATILA MATILDE DE AMOLIMLUCAS E ERNEST RENART LUCAS

“29 de novembro,aniversário de

Monte Verde, ondetudo começou.”

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AHPMV - ele ia buscar como quê?

Sr. Ernest - com jipe ou com cami-nhão, com o que ele tivesse ele ia buscaa gente.

AHPMV - ele já tinha feitouma estrada?

Sr. Ernest - já, a estrada que passavapela Levantina, a estrada que passa peloItapuá hoje.

AHPMV - a estrada eramuito difícil?

Sra. Donatila - sim, estreitinha, sópassava um carro. Tinha que buzinarpara ver se não vinham contra...

Sr. Ernest - era demorado, quando agente chegava tinha que pedir autoriza-ção para Melhoramentos e aí ele libera-va na parte da manhã para descer com ocarro e para subir na parte da tardeporque na estradinha passava um carrosó.

AHPMV - tinha energiaelétrica?

Sr. Ernest - não tínhamos energiaelétrica, era tudo lampião e vela. Sódepois de um tempo que o Sr. Verner pôso gerador, então tínhamos luz das 19horas até as 21 horas.

Sr. Ernest - nós não tínhamos nada

de eletricidade. A nossa geladeira era umriozinho. Colocava num riachinho quepassava aqui com água gelada.

Sra. Donatila - é uma tremendalagoa tinha aqui, era a coisa mais linda.

Sra. Rebecca - quantos graus fazianessa época?

Sr. Ernest - era mais frio do que hoje,bem mais frio. Até a lagoa gelava e asárvores ficavam congeladas.

AHPMV - e por que vocêsdecidiram mudar para cádepois?

Sr. Ernest - o sonho nosso foi, desdequando casamos, de morar aqui. Mascomo a gente trabalhava, havia neces-sidade de ficar em São Paulo. Fomos nosagüentando lá até que nos aposentamose cresceu a família, e agora estamosmorando direto aqui há 8 anos. Mastodo final de semana nós freqüentáva-mos.

Sra. Donatila - desde que casamos,nós vínhamos todo final de semana paracá, não sabíamos ficar sem vir paraMonte Verde. Abandonamos até a praia,nós éramos muito freqüentadores depraia.

“o sonho nossofoi, desde quan-do casamos,de moraraqui.”

Sra. Donatila e o Sr. Ernest

moradores de Monte Verde

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S O B R E M O N T E V E R D E

Sr. Ernest - nós fomos plantando.Tem as telhas de água… Faz 54 anosque eu plantei e ainda continua dandofrutos.

Sra. Donatila - a geléia, naquelaépoca, a gente não fazia para vender. Foisó quandomudamos para cá.Ainda em SãoPaulo, as vezes agente levava umpouco de geléia eos amigos soube-ram que a gentefazia, entãocomeçaram acomprar.

A H P M V -com quem aSra. aprendeu?

Sra. Donatila - eu aprendi com vovó.Eu era um catatau, pegava um ban-quinho, punha do lado da avó e subiapara conseguir mexer a panela. Desdecriança já comecei a fazer isso.

Sr. Ernest - eu tinha que ajudar amãe a mexer a panela porque tinhamuita fruta. No começo de Monte Verdetinha muita fruta, as árvores muito car-regadas.

Sra. Donatila - não tinha bicho, asfrutas não bichavam. Não tinha mosca,não tinha mosquito, não tinha nada

dessas essas coisas ruins. AHPMV- e agora como osenhor vê o crescimento deMonte Verde?

Sra. Donatila - não tem como segu-rar uma cidade, ela tem que crescer. Pelo

nosso gosto elac o n t i n u a v apequen in inha . . .Apesar de que pravocê, por exemplo,não interessa queela fique pequeni-ninha. Quantomais crescer me-lhor, porque podecomeçar a virmuito movimento,mas as coisas ruinstambém vêm.

AHPMV- conta como foiver Monte Verde crescer? Aprimeira avenida, a chega-da da luz, o telefone...

Sra. Donatila - a luz foi em 1969, otelefone não me lembro.

Sr Ernest - só tinha dois números,cada casa e ficava três, quatro horastentando falar com São Paulo...

Sra. Donatila - era muito triste a vidade todos naquela época, mas antes decasar a gente não lembra muito dessascoisas.

“No começo deMon te Ve rdet i nha mu i t a

f ru t a , a sá r vore s f i c a vam

mui to c a r -r egadas . ”

Antiga casa do Sr. Ernest

Page 19: Sobre Monte Verde

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AHPMV - como começou atrajetória de Monte Verde,como chegou a avenida, oposto de gasolina do Sr.Verner, a churrascaria daDona Elza... como foi isso?Conta um pouquinho.

Sr. Ernest - nossa lua-de-mel foi aquiem Monte Verde, fomos recepcionadospelo Leozinho, filho da Dona Marta.

Sra. Donatila - Pousada Dona Elza,aquela construção ainda existe, estapensãozinha da Dona Marta. É quedepois foram ampliando, a Dona Elzafez andar na parte de cima porque naépoca da Dona Marta não era sobrado,era só térreo. Ela também forneciarefeição, na nossa lua-de-mel nós fize-mos as refeições lá.

Sr. Ernest - meu pai geralmentevinha uma vez por mês, ele fundou aigreja Batista aqui e vinha fazer os cul-tos. E a gente também acompanhava.Vimos Monte Verde crescer, mas a datade luz e telefone eu não me lembro.

Sra. Donatila - lembro que o geradoré que acendia toda a noite, depois de 3piscadinhas podia acender o lampião, asvelas...

Sr. Ernest - continuávamos jogando,de vez em quando a gente ficava aquifora ouvindo o coro dos sapos.

Sra. Donatila - luz chique delampião, vela.

AHPMV - e durante o diase fazia o quê? Sr. Ernest - escalávamos muito as mon-tanhas, passávamos o dia inteiro lá.Para subir o Selado era difícil, não era ocaminho por aqui, a gente tinha que virde São Paulo, subir pelo lado de lá...

Sra. Donatila - levávamos almoço,porque era um dia inteiro para ir e paravoltar.

Sr. Ernest - e descíamos pelo Chapéudo Bispo, fazíamos toda aquela cami-

nhada lá em cima e de vez em quandotínhamos que levar um carretel de linhapara não nos perdermos. Haviam muitoscaminhos abertos pelo campo, se vocêbobeava um pouco, você se perdia.

Sra. Donatila - tinha que dar a voltatoda no Pico do Selado, passar lá do ladode São Paulo, para poder subir. Eracansativo, muito cansativo.

Sr. Ernest - mas valia a pena.

AHPMV - há mais algumacoisa que antigamente sefazia?

Sr. Ernest - tinha, as cachoeiras deMelhoramentos, que hoje estãoproibidas. Não chegávamos a ir nosPoncianos porque era do lado de lá, masas cachoeiras eram muito bonitas.Passando o portal tem cachoeiras muitobonitas.

Sra. Donatila - naquela época era permitido.

Foto de 1950 onde hoje se localiza o portal de Monte Verde

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S O B R E M O N T E V E R D E

O Município de Camanducaia ofe-rece aos turistas que nos visitam a Jóiada Mantiqueira que chamamos deMonte Verde ou Suíça Mineira. Umlocal maravilhoso repleto de roman-tismo e lendas dentro de uma pai-sagem paradisíaca associada a redehoteleira e comercial que nasceu deum sonho do casal Grimberg.

Visitar Monte Verde já faz parte do ca-

lendário de quem deseja desfrutar daculinária típica das regiões monta-nhosas e num autêntico ambiente deinverno. E a cada ano novos visitantesvem conhecer esta maravilha e sentemque o retorno é uma questão invitável,pois quem vem nos visitar sempre retor-na.

Cada detalhe de Monte Verde se apre-senta à visão do turista um colorido espe-cial que acalenta sua alma. Vale a penasentir os encantos deste pequeno paraíso.Suas terras, suas pedras, suas águascristalinas, seus pinheiros e a cordiali-dade de seus moradores.

Como Prefeito Municipal espero suavisita de braços abertos.Célio de Faria SantosPrefeito de Camanducaia

Monte Verde de braçosabertos

“ Muito nos orgulha o destino turísti-co em que se transformou o distrito deMonte Verde. Temos excelentes hotéis,pousadas e chalés, ótimos restaurantescom cozinhas de dar água na boca, lojascom uma infinidade de artigos seleciona-dos, e para o lazer, passeios incríveiscomo, trilhas para caminhadas, caval-gadas, trenzinho, motos, quadriciclos ejipes.

E temos uma novidade, além detodo o conforto oferecido pelo distritode Monte Verde, extremamente co-nhecido, agora os turistas encontrarãoem todo o município de Camanducaiaoutros atrativos turísticos como: decidade botes nas corredeiras do Rio Jaguari,restaurantes rurais para passar o diaem contato com a vida prazerosa docampo e também hotéis fazenda e pou-sadas rurais para quem quer voltar aostempos da vida no interior.

Com tudo isso e mais a mãe naturezaexuberante é que eu convido os turistas avirem para o nosso paraíso nos Costões daSerra da Mantiqueira no extremo sul deMinas Gerais.” Dante Bachi JuniorVice-Prefeito deCamanducaia

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Em terras altas encontra-se MonteVerde, localizada na região sul de MinasGerais. Resguardada dos acontecimentosdo mundo moderno, observamos do altoa pouco conhecida Monte Verde. Domirante, localizado na Serra daMantiqueira, tentamos decifrar seus maisíntimos segredos. O lugar, que não tem aluz e os sons da cidade grande, revela nafumaça que exala de uma chaminé ocalor do fogão à lenha, cuja comida,como se sabe, tem um valor todo especial.

Ao longe, observamos uma pequenaplantação, o que denuncia ares de umaprimitiva e saudável civilização. O tempoparece parar. A Pedra do Selado, cujo

vento beija as árvores rajadas por umacoloração verde de musgo. Defronte, nosdeparamos com o intocado Vale doParaíba, que camufla os movimentos dospinheiros e pássaros.

Monte Verde. A ilusória proteção dolocal é também a ilusão que nos leva acrer que o tempo não passou, pois ali é olocal onde o homem se orienta através dociclo da lua e dos ventos: é através desteselementos que sabe o momento certo deplantar e colher e até mesmo de lançar-seem busca de alimento. Longas noites eintensos dias na mata; no retorno, é sem-pre recepcionado por filhos e esposa. Nahora da refeição, o tutu a mineira, co-nhecido como o típico prato caipira,sempre acompanhado de uma puraaguardente. O lugar, aparentemente into-cado pelo progresso, nos faz refletir sobreo que chamamos de evolução... Gustavo ArraisSecretário Municipal deTurismo

CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMODE CAMANDUCAIAMONTE VERDE - CAMANDUCAIA

COMTURO Conselho Municipal de Turismo,

criado pela Lei n° 0783/05, encontra-se em pleno funcionamento. Tem porfinalidade sugerir e acompanhar apolítica municipal de turismo, supervi-

sionando a aplicação dos recursosfinanceiros destinados a esta área,visando o crescimento sócio-econômi-co do munícipio e o melhor atendi-mento aos turistas que nos visitam.

Entre as atribuições do COMTURestá o serviço de OUVIDORIA, tambémem pleno funcionamento, à disposiçãopara SUGESTÕES e CRÍTICAS, atravésdo e-mail: [email protected]

Esperamos poder tornar sua estadaem nossa terra cada vez melhor.Felipe Manoel GrundlandPresidente do COMTUR

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S O B R E M O N T E V E R D E

A AHPMV -As soc iação deHotéis e Pousadasde Monte Verde -tem como objet i-vo p romover otur i smo p lane ja-do, preservando omeio ambiente egarant indo a qua l idade dosserviços prestados.

O selo da folha dePlátano de Ouro, con-f e r ido pe la AHPMV,assegura ao tur is ta aqua l idade do s e rv i çoprestado pela empresacom ele contemplada.

Já são mais de 130 associados,e para conferir se um hotel oupousada tem esse selo, entre nosi te www.ahpmv.com.br.

A Associação também lançouum concur so de fo togra f ia eoutro de poesia, introduziu o pro-j e to cu l tura l “A Magia dasMontanhas”, fez parceria com aempresa Sabie para fornecimentode roupa de cama, mesa e banho

com descontospara os hotéis epousadas associa-dos , e e s tá port rá s também danova padroniza-ção das placas des ina l i zação da“vi la”.

Promover at iv idades culturaisé ou t ra meta da AHPMV. A s

“ in te rvenções c low-nescas” , por exemplo ,começaram em abri l evão acontece r a t é of ina l do inve rno ,durante o s f ina i s desemana e todo o mês de

julho. São at iv idades do grupoCia . Dev idas P í lu la s , que fazdesde brincadeiras com os turis-tas até apresentações breves det ea t ro . Tudo ao ar l i v re e emcl ima de to ta l de scon t ração einterat iv idade com o público.

Para o Dia dos Namorados, aAHPMV também está preparandoeventos especiais .

Associação de Hotéis ePousadas de Monte Verde

Page 23: Sobre Monte Verde

A partir de agora, quem quiser via-jar para Monte Verde (MG), a partir dequalquer canto do Brasil pode entrarno site da Associação de Hotéis ePousadas de Monte Verde e conhecer arota mais fácil.Graças a umaparceria com aMapLink, o inter-nauta digita acidade de onde vaisair, o consumode combustível doseu veículo einstantes depoisvisualiza um mapa com a trajetória aser percorrida. O sistema tambéminforma a distância exata, o tempomédio, se haverá gastos com pedágio equanto vai ser necessário gastar comcombustível. E mais, oferece umresumo da rota: assim, quem sai de SãoPaulo fica sabendo que precisará pegar

a Marginal Tietê, depois Dutra em umpequeno pedaço, para em seguidapegar a Rodovia Fernão dias e emCamanducaia, já no Estado de MinasGerais, uma rodovia vicinal para per-

correr os 23,72 kmfinais. Se pedirpara visualizar“rota detalhada”pode ver aindaindicações maisprecisas, com osnomes dosmunicípios pelosquais vai passar e

a localização exata de cada um no tra-jeto.

Para utilizar o serviço, basta acessarwww.monteverde.org.br/rota ouwww.ahpmv.com.br/rota e clicar em“Como chegar”.

Para ver toda a beleza de MonteVerde e curtir a tranqüilidade dessevilarejo, que preserva o meio ambientee cultiva as relações humanas, sómesmo estando aqui, mas visitar o siteda Associação de Hotéis e Pousadas deMonte Verde – www.ahpmv.com.br - jáé um bom começo. Nesse endereço épossível conferir imagens de trilhas,montanhas e cachoeiras, assistir avídeos e acompanhar uma brevehistória do local. O site também reúneinformações sobre a infra-estruturaturística, permite localizar opções dehospedagem levando em conta umavariada lista de facilidades, comodisponibilidade de estacionamento,playground, quadras esportivas, lareira

ou cavalos, e ainda traz listas deempresas identificadas com o selo dafolha de Plátano de Ouro. Esse selo éconferido pela AHPMV, nas categoriasde serviços (aluguel de motos, quadri-ciclos e cavalos, rafting, rapel e esca-ladas), restaurantes e lojas, artesanatose compras. Uma outra área do site ofe-rece dicas e outras informações úteispara o turista, como clima, o que levarna mala, horários de ônibus, banco ecorreio, entre outras. No endereçowww.ahpmv.com.br ainda há espaçopara quem já visitou Monte Verdedeixar sua opinião, cartões postais, lojade produtos da AHPMV, notícias, jogos,concurso de fotos e poesias, e até umdicionário mineiro.

Conheça o site da AHPMV

Conheça a melhor rota

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Page 24: Sobre Monte Verde

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S O B R E M O N T E V E R D E

SP-Camanducaia: Auto ViaçãoCambuí (35) 3431-3217 / 1972BH-Cambuí: Viação GONTIJO(11) 6221-3322RJ-Pouso Alegre: Viação Bel Tour(21) 263-9790

Camanducaia - Monte Verde:Ponto de Ônibus MV(35) 3438-1552

Mais informações no site:www.ahpmv.com.br ouwww.monteverde.org.br

FAZENDO A MALA: Devido aoclima, para vir a Monte Verde énecessário trazer roupas para ocalor e para o frio.

Para as caminhadas, use roupasconfortáveis e que não restrinjamseus movimentos, tênis ou bota detrekking e um agasalho (se forcaminhar nos mirantes da serra).

Não se esqueça da MÁQUINAFOTOGRÁFICA!

FAZENDO SUA RESERVA:Para melhores opções de reservas,faça com antecedência de 10 diasna baixa temporada e 20 dias naalta.

Dicas úteisTuristas de primeira viagem

Empresas de ônibus

AHPMV (Associação de hotéis epousadas de monte verde):(35) [email protected]ílio a lista:(35) 121 (ligação gratuita)Hospital ABMV:(35) 3438-1595Policia Militar: 190

Pronto Socorro 24 horas:(35) 3438-1682Santa Casa (Camanducaia): (35) 3433-1414Sub-prefeitura/Correio:(35) 3438-1158

Secretaria de Turismo:

(35) [email protected]

Telefones úteis

Bradesco Agência com funcionamento das 10 às15h. Caixa eletrônico 24h.Onde: Rua da Mantiqueira, nº02Posto do Banco do BrasilAgência com funcionamento das 12 às15h. Caixa eletrônico 24h.Onde: Av. Monte Verde

ItauCaixa eletrônico 24h.Onde: Av. Monte Verde no ShoppingInverness

Caixa EconômicaCaixa eletrônico 24h.Onde: Av. Monte Verde no ShoppingCeleiro

Bancos Caixas Eletrônicos

Page 25: Sobre Monte Verde

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É verdadeiramente um prazer rece-bê-lo em nosso município e esteja certode que faremos o máximo para melhoratendê-lo. A AHPMV e atual

Administração vêm buscando novasalternativas para melhor atendê-lo.Para isso gostaríamos de pedir a suacolaboração em alguns pontos:

Dicas para os passeios

1 Não alugue cavalos maltrata-dos e observe a conservação dos

equipamentos de montaria para suasegurança.

2 Alugue cavalos somente nospontos de aluguel, observe a

higiene dos mesmos e não alugue demenores de 12 anos.

3 Ao alugar um quadriciclo, useequipamentos de segurança e

tome os devidos cuidados quandoestiver andando pelas ruas.

4 Ao alugar uma moto, verifiqueos documentos, estado de con-

servação e equipamentos de segu-rança.

5 Ao passear de trenzinho, fiqueatento aos procedimentos,

observe o estado de conservação domesmo e alugue o passeio somentenos pontos.

6 Evite serviços oferecidos por fal-sos guias ou instrutores no topo

das montanhas, como descidas derappel ou escaladas. Além de ser ile-gal, sua vida estará em risco.

Page 26: Sobre Monte Verde

Flora: encravada na Serra daMantiqueira, Monte Verde tem umaflora natural riquíssima, compostabasicamente por liquens, musgos eflores silvestres, como bromélias.Com a chegada da primavera, emespecial a partir de novembro, apaisagem “urbana” ganha o colori-do das hortênsias, flores ornamen-tais presente em quase todas ascasas, hotéis e pousadas. Já as flo-restas de araucária encantam o anointeiro. A partir de Camanducaiaaté Monte Verde, a paisagem é essa:muitas araucárias nativas, algumascentenárias. Há, inclusive, registrosde araucárias de mais de 300 anos.Além de trechos da Mata Atlântica,a região tem uma extensa área dereflorestamento formada por pi-nheiros e eucaliptos. Boa parte damata original é prote-

gida por lei e faz parte da APA -Área de Proteção Ambiental -Fernão Dias.

Fauna: esquilos podem sur-preender o turista em caminhadapor alguma trilha ou nos bosquesda região. Pássaros como o beija-flor, tucano e gavião também sãocomuns na área.

Fauna e Flora

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A Natureza de Monte Verde

Esta serra é ricamente banhada porrios, dos quais o mais importante é oRio Jaguari, que nasce em SapucaíMirim, município vizinho que passa

por Camanducaia e corre em direção aSão Paulo, onde, junto com o RioAtibaia, vão formar o Rio Piracicaba.

Os rios