sob a chama do mistério

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Diana, uma talentosa arqueóloga, faz uma grande descoberta que pode mudar o curso da história da humanidade. Devido às novas perspectivas, um grupo de estudiosos da ciência e da religião é convidado a participar de uma reunião ecumênica, mas nem tudo sai como o planejado. De maneira misteriosa, a única prova para a veracidade dessa descoberta está protegida em um dos inúmeros cantos de um majestoso templo religioso. De maneira sagaz um grupo de terroristas e mercenários descobre tal informação e planeja um atentado durante a reunião. A caçada pela verdade inicia e todos têm que colaborar para que suas vidas possam ser preservadas. Diana conta com a ajuda de seus recém-conhecidos amigos para impedir que os terroristas encontrem, antes dela, a verdade sobre o mundo.

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Douglas Antero

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Douglas Antero

São Paulo, 2014

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

Sob a Chama do miStério

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Page 4: Sob a chama do mistério

2014ImPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAzIL

DIREITOS cEDIDOS PARA ESTA EDIçãO àNOvO SécULO EDITORA

cEA – cENTRO EmPRESARIAL ARAgUAIA IIAlameda Araguaia, 2190 - 11o andar

Bloco A – conjunto 1111cEP 06455-000 – Alphaville Industrial – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323

[email protected]

copyright © 2014 by Douglas Antero

coordenação editorial Letícia Teófilo

Diagramação claudio Tito Braghini Junior

capa monalisa morato

Preparação mônica vieira

Revisão Fabrícia Romaniv

Novo Século

Douglas, Antero Sob a chama do mistério / Douglas Antero. -- Barueri, SP : Novo Século Editora, 2014. -- (Talentos da literatura brasileira) 1. Ficção brasileira I. Título. II. Série. 14-04630 CDD-869.93

1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

Texto adequado às normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo no 54, de 1995)

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A meus pais.

2014ImPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAzIL

DIREITOS cEDIDOS PARA ESTA EDIçãO àNOvO SécULO EDITORA

cEA – cENTRO EmPRESARIAL ARAgUAIA IIAlameda Araguaia, 2190 - 11o andar

Bloco A – conjunto 1111cEP 06455-000 – Alphaville Industrial – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323

[email protected]

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agradeCimentoS

Quero agradecer aos meus fãs número um: meus pais, por sempre acreditarem em mim.

Um agradecimento especial à Nicole Almeida, minha grande amiga e primeira leitora, que sempre esteve ao meu lado e me deu vários conselhos que me ajudaram a criar alguns personagens deste livro.

Quero também agradecer ao Lundwig Santana, que com suas ideias também pude criar uma base formidável sobre opiniões religiosas.

A Michael Leite, por sua disposição em me socorrer quando precisei de informações mais detalhadas sobre a ba-sílica, indo visitá-la pessoalmente quando pedi.

À minha editora, Letícia Teófilo, que, sempre simpáti-ca, acreditou em meu trabalho, me dando essa imensa opor-tunidade de concretizar um sonho.

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A “língua prima” citada nesse livro é real, e ainda pode ser encontrada em alguns países da África, em pou-quíssimas tribos.

A Igreja Messiânica Mundial do Brasil também é real.Nem tudo o que se lê é verdade, também nem tudo

é ficção. A capacidade de julgar isso cabe à percepção de mundo do leitor. Mas o interessante mesmo é deixar-se le-var pela magia do mistério.

Isso é ser parte da literatura.

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Prólogo

– E parece que mais uma vez, dentro de duas horas, o terrorista brasileiro identificado como Barba Branca come-teu outro assassinato – dizia a repórter da Globo News, que não conseguia esconder sua incredulidade. – O que come-çou há pouco como uma reunião de líderes espirituais na Basílica de Aparecida, tornou-se agora um palco macabro de sangue e assassinatos.

A mulher, que parecia estar presenciando uma cena de filme de zumbi, continuava a reportagem meio perdida em pensamentos.

– A informação que obtivemos do capitão das Forças Especiais é de que os reféns já estão sendo negociados, e parece que as coisas começam a entrar nos eixos...

O que a câmera mostrava atrás da bela moça ruiva era o helicóptero militar recuando rapidamente, junto com o helicóptero jornalístico. Numa agitação inesperada de mili-tares afastando-se da basílica com urgência, a jovem franziu o cenho, séria, enquanto virava-se para trás. Tentava enten-der o motivo da agitação. Quando o sentimento de dúvida transformara-se em desespero, era tarde.

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Numa fração de segundos, o pressentimento do que aconteceria a seguir fez com que o cinegrafista se desequi-librasse ao tentar se esconder e caísse. Sua câmera caiu late-ralmente, mostrando apenas parte do que acontecia. A ruiva gritou, apavorada. Ouviu-se apenas o estrondo, e, então, o laranja do fogo pintou o céu.

A basílica explodiu.

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CaPítulo 1

Já era tarde quando o reverendo Jonathan chegou à cidade de Aparecida. Uma das cidades com maior quantida-de histórica sobre o crescimento da religião mais praticada no Brasil: o Catolicismo.

Jonathan Charleaux entrou no estacionamento como um convidado VIP. Num horário o qual a basílica já deve-ria ter encerrado todas as suas atividades. Cumprimentou o jovem guarda na cancela da entrada e seguiu para dentro do estacionamento. Subiu no morro pela estrada à direita até o final, e contornou para estacionar o carro à frente da “Porta dos Anjos”, um pequeno arco ao topo que servia de entrada para uma praça logo à frente. Dali via-se a mag-nitude da segunda maior basílica do mundo. Não havia como não se impressionar, mesmo de longe, com a bele-za da construção iluminada. Desceu de seu Azera branco, que parou ao lado de um HB20 preto e uma caminhonete F1000 personalizada, marrom e com uma faixa por suas duas laterais em bege, como se fosse uma tatuagem mao-ri representando algumas borboletas. Não sou o primeiro a chegar, presumo.

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Poucas horas mais cedo, o reverendo recebera uma ligação muito interessante. Era o arcebispo Manuel Borges. Fazendo-lhe um convite para um encontro ecumênico re-ligioso urgente, organizado repentinamente pelo papa. O convite fora inesperado, e Jonathan ainda não sabia ao certo do que se tratava.

Enquanto descia pela escada de pedras em direção reta à igreja, observava a praça à sua esquerda, com cami-nhos mais suntuosos e convidativos a um passeio. Desejou passear por ali, mas estava cansado demais para ver os de-talhes de tudo no momento. Apenas queria chegar logo à basílica. Viajara desde Brasília sem parar, e não via a hora de poder deitar numa boa cama, que o arcebispo garantira-lhe ao telefone. Na praça, havia várias estátuas de anjos, pasto-res, ovelhas e cidadãos. Habitando alegremente juntos. Porta dos anjos..., pensou, lembrando-se da placa de madeira que havia pendurada à entrada do caminho. O nome da praça deve ser “Praça dos Anjos”. Ao descer toda a escada de pedra, atravessou a saída por outro arco com uma nova placa pen-durada nele. Ao olhar para trás, leu, “Porta dos Pastores”. O que o deixou confuso.

Seria a Praça dos Pastores?Enfim, já próximo à basílica iluminada, Jonathan fi-

nalmente se dera conta de que mesmo sendo uma das igrejas mais importantes do mundo, nunca a visitara an-tes. Estava impressionado com a grandeza da construção. Caminhava do pé do morro para o centro de uma arcada em semicírculo à frente da entrada sul. O estacionamen-to dessa basílica já fora reconhecida no Guinness Book como o maior estacionamento asfaltado do mundo, com 272 mil metros quadrados. Em cima da arcada, espaçadas

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igualmente, doze estátuas permaneciam gloriosas. Os doze apóstolos, imaginou. Nas duas pontas do semicírculo, duas cúpulas, que ele ainda não fazia ideia de para que serviam. À sua frente, a grandiosidade da basílica o assustava. Pare-cia um monstro gigante e imponente encarando-o intimi-dador, esperando sua entrada.

– Jonathan? – disse uma voz masculina, porém suave, ao longe.

O reverendo olhou para a escadaria à sua frente, ten-tando o máximo possível reconhecer aquele homem dentro da batina, mas as luzes amarelas atrapalhavam sua vista. Pé ante pé, foi aproximando-se até que a voz se repetiu.

– Johnny? – disse ele, desta vez, inconfundível. Johnny era o apelido pelo qual seu irmão lhe chamava.

– Lucas! – chamou o reverendo, abrindo um largo sorriso no rosto. – Que saudades, homem!

– E mesmo assim nunca veio me visitar não é? – re-tribuiu Lucas, escondendo um falso ressentimento no rosto, mas não conseguiu segurar um sorriso logo em seguida. – Ah, venha cá, seu macaco velho!

Os dois se abraçaram calorosamente.– Como vai sua missão, irmão? – indagou Lucas.– Estava no meio de uma reunião sobre o desenvol-

vimento da arte no Brasil quando recebi o telefonema. Os meus reverendos superiores estão tentando preparar algo especial para este ano. E você, ó iluminado! – brin-cou Jonathan.

– Vê, ainda sou um padre... – brincou, encami-nhando o reverendo para as escadas. – Estamos ambos em caminhos religiosos, e ainda assim, não perdemos a fé um no outro, não?

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O rosto de Jonathan corou. Lucas Luz sempre quis que ele fosse um padre, da mesma forma Jonathan desejou que Lucas fosse um ministro. No entanto, cresceram de-dicando suas vidas para igrejas completamente diferentes uma da outra. Não que houvesse algum problema para o reverendo, mas, às vezes, o rosto de Lucas demonstrava um pouco de incerteza sobre o pós-morte de seu irmão. Ape-nas gostaria de realmente acreditar que ele iria para o céu. Desejara até mesmo ter vivido sua vida inteira na religião errada, e seu irmão na certa. Pelo menos saberia que seu irmão estaria a salvo.

Mas a verdade era que Jonathan não era realmente um componente da família Luz, embora se sentisse assim. Os dois se conheceram no maternal. Seus pais se conheceram através da amizade deles e resolveram deixá-los estudando na mesma escola para que crescessem juntos. Aos sete anos, um incêndio na casa do pequeno Johnny queimou tudo o que tinha, e levou a vida de sua mãe. Seu pai, sem saber o que fazer com uma criança, e completamente abalado com a perda da mulher, começou a beber. Em questão de dois meses, Sr. Charleaux já estava irreconhecível. A família de seu melhor amigo, pensando no bem do menino, resolveu contatar o serviço social, para averiguar a segurança de Jo-hnny. Pensaram até mesmo em pedir para ficar com a guar-da da criança.

O que ninguém esperava era que Sr. Charleaux fosse até a casa dos Luz e entregasse o menino de mãos beijadas.

– Cuide do moleque... – pediu o homem, já em es-tado deplorável. Sujo e tão cheiroso quanto um estábulo. – Cuide... Nã-Não posso cuidar do menino assim... “Cêis” não tem noção de como tá a minha vida.

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Eles não só tinham a noção, quanto sabiam exata-mente o que deveria ser feito. Nunca mais aquele homem retornara.

Enquanto Jonathan voltava de seus devaneios, já estavam no interior da basílica, com seus 23 mil metros quadrados de área construída. A área interna da igreja mostrava ser tão am-pla que, com 40 metros de altura, era basicamente impossível não olhar para cima ao entrar. A basílica conta essencialmente com quatro naves, juntando-se em cruz, onde, acima da inter-secção, erguia-se uma enorme cúpula central, com 70 metros de altura e 78 metros de diâmetro. Vistos de cima, formavam uma cruz quadrada. O restante da construção era neorroman-tista, capaz de abrigar de 45 a 70 mil romeiros.

– Devo minha vida a você, rapaz... – disse Johnny, conclusivo.

Lucas sorriu.– Deveria ter estacionado o seu carro mais perto. Es-

perávamos apenas a sua chegada.Enquanto caminhava para o centro da basílica, ouviu

alguns burburinhos e percebeu que havia realmente mais pessoas próximas dali, mas não estavam na nave. Olhou para trás, onde estava entronizada a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, logo abaixo de uma longa faixa retangular vertical de azulejo trabalhado que se estendia desde o teto até a imagem, cortando uma segunda faixa de largura maior com azulejos de cor dourada. No desenho da primeira faixa, o desenho retratava, de baixo para cima, a ascensão de Nossa Senhora, sua beatificação para Santa do Senhor e, por último, seu milagroso sinal aos pescadores que, na fundação da cidade, pescaram sua imagem.

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Lucas puxou-o para a capela de São José.– Vamos logo, Johnny. Estão todos lhe esperando.

No mirante da basílica, alguns minutos antes, um ho-mem observava a chegada de um último carro. Um Azera branco. Não pôde deixar de soltar um curto riso enquanto via o homem de cabelos brancos aproximando-se da arcada sul.

Caminhou para a frente do coletor de dinheiro, à vista leste. Uma espécie de cesta de vidro para fora da torre, onde os fiéis jogavam pela fresta da janela algumas moedas e notas de dinheiro. O vidro que separava o fiel da cesta tinha uma tranca comum, unilateral. Esse homem, no entanto, estava sobre a posse da chave – que retirara do segurança há pouco.

Trancou a janela do coletor com a grande maleta executiva preta que colocara ali. Caminhou até o elevador ajeitando sua pistola Glock 25 por baixo da batina, suspirou.

– Agora que todos estão aqui, está na hora de uma recepção calorosa.

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