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BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2010 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 11 | Número 2442 Câmara obriga creches e escolas a oferecer apenas alimentos saudáveis aos estudantes | 2 Entre as sete MPs que trancam as votações no Plenário, está a que reajusta as aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo Só medidas provisórias serão votadas até a liberação da pauta, diz Temer Página 3 Dos estádios que receberão jogos da Copa de 2014, metade terá atraso nas obras Afirmação é do presidente da subcomissão que fiscaliza a organização do Mundial no Brasil, deputado Silvio Torres; apenas em 50% dos estádios, entre eles o Verdão, em Cuiabá ( foto ), as obras seguirão o cronograma e começarão em maio GOVERNO DO MT FUTEBOL | 7

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BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2010 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 11 | Número 2442

Câmara obriga creches e escolas a oferecer apenas alimentos saudáveis aos estudantes | 2

Entre as sete MPs que trancam as votações no Plenário, está a que reajusta as aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo

Só medidas provisórias serão votadas até a liberação da pauta, diz Temer

Página 3

Dos estádios que receberão jogos da Copa de 2014, metade terá atraso nas obras

Afirmação é do presidente da subcomissão que fiscaliza a organização do Mundial no Brasil, deputado Silvio Torres; apenas em 50% dos estádios, entre eles o Verdão, em Cuiabá (foto), as obras seguirão o cronograma e começarão em maio

governo do MT

FUTEBOL | 7

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SAÚDEBrasília, 16 de abril de 2010

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - 70160-900 Brasília [email protected] | Fone: (61) 3216-1660 | Distribuição - 3216-1826

1º Vice-PresidenteMarco Maia (PT-RS)2º Vice-PresidenteAntonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA)1º SecretárioRafael Guerra (PSDB-MG)2º SecretárioInocêncio Oliveira (PR-PE)3º SecretárioOdair Cunha (PT-MG)4º SecretárioNelson Marquezelli (PTB-SP)

SuplentesMarcelo Ortiz (PV-SP), Giovanni Queiroz (PDT-PA), Leandro Sampaio (PPS-RJ) e Manoel Junior (PSB-PB)Ouvidor ParlamentarMario Heringer (PDT-MG)Procurador ParlamentarSérgio Barradas Carneiro (PT-BA)Diretor-GeralSérgio Sampaio de AlmeidaSecretário-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

Presidente: Michel Temer (PMDB-SP)

DiretorPedro Noleto

Editora-chefeRosalva Nunes

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosJosé Antonio FilhoRoselene Figueiredo

IlustradorRenato PaletEditor de fotografia Reinaldo Ferrigno

EditorasMaria Clarice DiasRenata Tôrres

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

A Comissão de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania aprovou ontem o Projeto de Lei 127/07, do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), que obriga as creches e escolas do nível funda-mental a substituir, em suas depen-dências e para os fins de comerciali-zação, os alimentos não saudáveis por alimentos saudáveis, conforme crité-rios a serem estabelecidos por autori-dades sanitárias. O projeto vale para estabelecimentos públicos e privados. Aprovada em caráter conclusivo, a proposta segue para o Senado.

Conforme a proposta, os estabe-lecimentos não poderão oferecer ali-mentos não saudáveis em suas depen-dências, sob nenhum pretexto, nem fazer propaganda deles. Os estabele-cimentos infratores estarão sujeitos às penas previstas na Lei 6.437/77, que define as infrações à legislação sanitária federal. As penas vão desde advertência e multa ao fechamento do estabelecimento infrator.

Doenças - Lobbe Neto destaca que o aumento da taxa de obesidade infanto-juvenil tem provocado maior incidência de doenças como diabetes e hipertensão, ocorrência de cáries e

O presidente Michel Temer recebeu, na quar-ta-feira (14), de representantes do Fórum Perma-nente em Defesa do Empreendedor, documento pedindo a aprovação do Projeto de Lei 4302/98, do Executivo, que regulamenta a terceirização de pessoal e o trabalho temporário. Além disso, os empresários criticaram propostas em trami-tação na Câmara que, segundo eles, prejudicam o setor produtivo, como a redução da jornada de trabalho (PEC 231/95) e mudanças na Lei de Execução Fiscal. Temer afirmou considerar “importantíssima” a regulamentação da terceiriza-ção no País e assegurou que todas as propostas apontadas pelo fórum estão sendo examinadas cuidadosamente pelos parlamentares. O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), também participou da reunião.

Empreendedores defendem projeto que regulamenta a terceirização de pessoal

Aprovado projeto que obriga alimentos saudáveis nas escolas

disfunções do aparelho gas-trointestinal. Ele lembra, por exemplo, que obesidade e diabetes já foram consi-deradas doen-ças típicas de idades mais avançadas.

Na avalia-ção do parla-mentar, uma das causas mais evi-dentes dessa situação é a mudança dos padrões ali-mentares e de recreação da população jovem. “O consumo de guloseimas, re-frigerantes, frituras e outros produtos calóricos não nutritivos, preparados com conservantes, tem sido um fator determinante responsável pelas doen-ças precoces e outras insuficiências enfrentadas pela população infanto-juvenil.” Lobbe Neto acrescenta que muitas crianças e jovens deixaram de brincar e praticar esportes nas ruas

Luiz CruvineL

e locais públicos em razão da falta de segurança. “A escola não pode se isentar de responsabilidade. Pelo me-nos durante o tempo em que estão na escola, nossas crianças e jovens de-vem estar livres da pressão e tentação de consumo de produtos inadequados ao seu desenvolvimento saudável”, afirmou. A proposta foi aprovada na forma do parecer do relator, deputa-do Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), que fez ajustes de redação.

CORREÇÃOA Comissão de Educação e Cultu-

ra aprovou o Projeto de Lei 6209/09, do deputado Iran Barbosa (PT-SE), e não do “ex-deputado Iran Barbosa”, como informou o Jornal da Câmara na edição 2438.

Conforme o projeto aprovado pela Câmara, salgados assados e sucos deverão substituir frituras e refrigerantes

juizdeforaonLine

Projeto aprovado pela Co-missão de Seguridade Social e Família prevê a inclusão obriga-tória de três escovas de dentes, dois cremes dentais e um fio dental em todas as cestas bási-cas produzidas, comercializadas e distribuídas no País. A medida está prevista no Projeto de Lei 4281/08, do deputado Arnon Bezerra (PTB-CE), que ainda estabelece o fim da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins sobre es-ses itens de higiene bucal quan-do destinados a cestas básicas.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será ana-lisado ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. O relator, deputado Neilton Mulim (PR-RJ), avalia que a proposta beneficia a saúde de brasileiros com dificuldade de acesso a serviços dentários.

Seguridade inclui kit de higiene bucal na cesta básica

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Brasília, 16 de abril de 2010 3

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PLENÁRIO

Marcello Larcher

O Plenário aprovou ontem um acor-do de cooperação econômica e comer-cial com a Jordânia (PDC 1659/09) e uma convenção internacional sobre controle de armas em conflitos internos (PDC 1969/09). As matérias seguem para o Senado.

Quanto ao controle de armas, foi aprovada emenda à Convenção sobre a Proibição ou Restrição de Certas Armas Convencionais que Podem Ser Consi-deradas Excessivamente Lesivas ou Geradoras de Efeitos Indiscriminados (CCAC). Essa emenda estende a proi-bição de uso de armas excessivamente lesivas também em conflitos internos - contra a soberania estatal, contra a unidade nacional e integridade terri-torial, ou como motivo de intervenção externa em qualquer Estado.

O projeto também inclui um proto-colo a essa convenção, criando obriga-ções para os estados que tenham utiliza-do explosivos durante uma situação de

Temer: até liberar pauta, Câmara votará apenas medidas provisórias

o presidente Michel Temer concedeu entrevista ao programa Conversa com o Presidente, produzido pela TV Câmara

Silvia Mugnatto

O presidente da Câmara, Michel Temer, disse ontem que, até destran-car a pauta de votações do Plenário, só marcará sessões - extraordinárias e ordinárias - para votar as sete me-didas provisórias que estão com pra-zo de tramitação vencido (474/09, 475/09, 476/09, 478/09, 479/09, 481/10 e 482/10).

Em entrevista à TV Câmara, Temer comentou as críticas sobre o adiamento da votação da MP 475/09, que reajusta aposentadorias e pensões com valor acima de um salário mínimo. O presi-dente disse que, neste caso, o diálogo está produzindo resultados melhores para os aposentados. “Estamos cami-nhando para o índice que os aposen-tados querem”, disse Temer.

A MP prevê reajuste de 6,14%. O líder do governo e relator da medida, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defende um índice de 7%; já par-tidos como PDT, PSB e PCdoB querem um reajuste de 7,71%; e o DEM e o PSDB pedem 8,7%.

Ficha Limpa - O presidente con-firmou o prazo de 29 de abril para a

conclusão da análise do Projeto Ficha Limpa (PL 518/09 e outros) na CCJ e reiterou a disposição de aprovar re-querimento para votar a proposta em regime de urgência no Plenário.

Temer rebateu as críticas sobre a de-mora em votar a proposta. Ele lembrou que o projeto apresentado foi emendado e teria de ser analisado pela CCJ. “Quem acha que isso é para retardar a tramita-

Alexandre Pôrto

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), classificou de irrespon-sável e eleitoreira a atuação dos senadores que aprovaram o fim da contribuição previdenciária de aposentados do INSS que continuam a trabalhar. Em sua avaliação, o Senado está passando dos limites.

Ele informou que, quando o projeto chegar à Câmara, tentará barrar a proposta. “Infelizmente, corrobora a crítica que fazemos do eleitoralismo. Não temos ainda o cálculo do impacto financeiro, mas seguramente excede a mui-tos bilhões de reais”, informou, ao avaliar a proposta como injusta, “porque se a pessoa está traba-lhando, deve sustentar os gastos da Previdência”.

Segundo o líder do governo, a base governista está fazendo um “esforço hercúleo” para defender a maioria dos aposentados “e eles es-tão preocupados com a minoria dos aposentados”. Em sua avaliação, se não fosse ano eleitoral, a postura do Senado seria diferente.

Reajuste - Vaccarezza voltou a criticar os que insistem em reajuste superior a 7% para aposentados que recebem mais de um salário mínimo. Ele apresentou números para mostrar que quem quer um aumento de 9%, como o DEM, está defendendo, na verdade, uma minoria. Segundo o líder, 70% dos aposentados recebem até um salário mínimo, e portanto já receberam aumento equivalente a 100% do PIB de 2008.

Entre os 30% restantes, prosse-guiu, existem mais de 4 mil pessoas recebendo aposentadorias que variam de R$ 6,4 mil até R$ 50 mil. O líder explicou que isso ocorre porque algumas pessoas acumulam os benefícios. “É demagogia vir com essa conversa que tem que dar 100% para todos os aposentados. Eles estão defendendo a minoria dos aposentados; não estão defendendo os aposentados pobres. Quando aumentamos para 7%, além de termos feito o máximo, passamos do limite do razoável”, afirmou. Vac-carezza disse, até o dia 27, tentará convencer integrantes da base aliada que insistem em 7,7% de reajuste a aceitar o limite de 7%.

Acordo com Jordânia e convenção sobre controle de armas vão ao Senado

o acordo de cooperação com a jordânia e a convenção sobre controle de armas foram aprovados ontem em sessão extraordinária

conflito. Nos casos em que parte destes tenham permanecido no pós-guerra, os estados responsáveis por sua colocação ficam obrigados a retirá-los ou detoná-los, além de dar assistência a vítimas.

Em relação ao PDC 1659/09, que apro-va acordo de cooperação com a Jordânia, o Itamaraty frisou, ao encaminhar a propos-ta, que, apesar da pequena participação do país na economia global, ele é um parceiro importante por ser a porta de entrada de produtos e investimentos destinados a ou-tros países do Oriente Médio.

Outro acordo internacional, que prevê assistência jurídica em assuntos penais entre os países do Mercosul, a Bolívia e o Chile (PDC 1677/09), estava previsto para ser votado ontem, mas foi retirado de pauta.

Os deputados aprovaram na noite de quarta-feira (14) o regime de ur-gência para os projetos de Decreto Legislativo 2300/09 e 731/00, que

autorizam a realização de plebiscito para a criação do estados de Carajás e Tapajós, por meio de desmembra-mento do Pará.

ção não leu o Regimento da Câmara.”Em relação à proposta que regulariza

os bingos no Brasil, Temer explicou que há uma discussão entre os líderes sobre a possibilidade de suprimir a palavra “videojogos” do texto. Videojogos são as máquinas de caça-níqueis e, na ava-liação dos parlamentares, seriam esses jogos que estariam ligados a problemas como lavagem de dinheiro.

Senado está passandodos limites,

diz Vaccarezza

Projetos sobre criação de Carajás e Tapajós ganham urgência

rodoLfo STuCkerT

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PLENÁRIO

O Programa de Avaliação do Cres-cimento (PAC) consolida a importância do Estado no planejamento de obras de infraestrutura e na garantia da estabili-dade socioeconômica do País, segundo

O representante da liderança do governo na Comissão Mista de Or-çamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG), informou que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 5% está garantido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2011, que chegou ontem ao Congresso.

Além disso, observou, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter em 8,75% a taxa básica de juros é uma garantia de que não haverá política de aumento da Selic. “A manutenção da taxa Selic sinaliza para o mercado que nós continuaremos com uma política correta em relação aos juros”, afirmou.

Pela LDO, prosseguiu Machado, o salário mínimo pode subir para R$ 535,91. “Lógico que, na Lei Orça-mentária, poderemos melhorar um pouco mais”, antecipou. Em relação aos servidores públicos, Machado informou que a LDO também assegura a política de correção das defasagens salariais.

O parlamentar destacou ainda que, na previsão da LDO para o superávit, não entram os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nem os restos a pagar. “Queremos que o Brasil continue gerando empregos, melhorando a distribuição de renda para nosso povo, garantindo inclusão social. Esse é o nosso grande obje-tivo. E a LDO aponta nesse sentido”, disse.

TCU - Machado disse ainda que pretende discutir na Comissão de Orçamento a paralisação de obras. Em sua avaliação, os técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) param obras antes de buscar esclarecê-las. “Eles confundem dados que, depois de ex-plicados, são entendidos”, disse.

Segundo o deputado, ninguém quer inviabilizar o trabalho do TCU. “Muito pelo contrário. Queremos que ele continue sendo o órgão auxiliar do Congresso Nacional, trazendo as informações e, a partir delas, vamos trabalhar o que é possível ser acertado, chamar os órgãos, ter os esclarecimen-tos e, aí sim, paralisar as obras”, disse o deputado. Gilmar Machado destacou que uma obra parada traz uma série de problemas e prejuízos.

A Comissão da Amazônia reali-zará audiência pública para debater incidente ocorrido em 8 de março no município de Lábria (AM), onde agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, munidos de ordens judiciais, teriam invadido violentamente as casas de pequenos produtores de movelaria. A

Para Carlos Abicalil, continuidade do

PAC é fundamental à estabilidade da economia

avaliação do deputado Carlos Abicalil (PT-MT). O governo federal lançou, no final de março, a segunda etapa do programa, que pretende investir cerca de R$ 1,5 trilhão em áreas de alta sen-sibilidade social, como saúde e moradia, entre 2011 e 2014.

Conforme Abicalil, o chamado PAC 1 - em vigor de 2007 a 2010 - cumpriu seus objetivos de inclusão social, criação de empregos e melhoria na distribuição de renda. “Hoje, 49% da população per-tence à classe média. Isso nunca havia acontecido em nossa história. O PAC 1 promoveu a dinamização do investimen-to e o crescimento sustentável”, disse.

A primeira etapa do PAC, argumen-tou o deputado, retomou empreendi-mentos que estavam paralisados, como a rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém) e projetos de infraestrutura no setor de energia. “Na linha de energia, o pro-grama Luz para Todos tem abastecido as pequenas cidades, em particular na Amazônia”, exemplificou.

Parcerias - De acordo com Abicalil, o PAC 1 melhorou a parceria da União com estados e municípios, ao propor “um novo diálogo federativo para a seleção das obras e para a sua própria execução, principalmente nas áreas de

saneamento e de habitação”. Outro relacionamento que foi be-

neficiado pelo programa, sustentou o parlamentar, foi o que envolve os setores público e privado. Isso ocorreu, disse, sobretudo nos contratos de concessão de rodovias, ferrovias, energia elétrica e irrigação.

Na opinião do deputado, hoje “há uma interlocução segura entre governo e iniciativa privada na questão do crédito e no desenvolvimento de projetos como o Minha Casa, Minha Vida, que mobilizou o setor da construção civil, fortemente empregador e tomador de crédito”.

Ainda nessa esfera, citou o parla-mentar, o PAC 1 possibilitou a am-pliação do crédito de longo prazo com melhores condições de financiamento: “Tivemos um aumento de 129% na aprovação de financiamentos do BN-DES, sobretudo para investimentos em infraestrutura nas atividades do PAC”.

Abicalil afirmou também que a pri-meira etapa do programa tornou-se um exercício de modernização da gestão. “Uma gestão comprometida com o mo-nitoramento das obras e a transparên-cia das informações, o que consolidou a ideia de que é indispensável o País planejar seus investimentos”, ressaltou.

Átila Lins espera entendimento entre população de Lábria e fiscais do Instituto

Chico Mendes

informação foi divulgada pelo deputado Átila Lins (PMDB-AM), que defendeu o entendimento entre os integrantes do órgão e a população do município, que, por sua vez, foi acusada pelos servidores do instituto de ter reagido com violên-cia.

Na audiência, prevista para 5 de maio, autoridades de Lábria estarão presentes. “Eles virão para novamente buscar caminhos e fórmulas capazes de restabelecer o clima de harmonia na cidade”, disse o parlamentar.

De acordo com Átila Lins, a ação dos agentes do instituto - que alegaram ter recebido denúncias anônimas de que estaria havendo infiltração de pessoas estranhas às áreas de conservação em Lábria - provocou a reação da comuni-dade, que quis explicações sobre o por-quê da entrada nas residências. Por sua vez, os atos da população motivaram um relatório dos fiscais, queixando-se de violência. Segundo o parlamentar, os moradores só queriam informações. “Isso fica claro no documento distribu-ído na Câmara dos Deputados e entre-gue ao presidente do instituto esta se-mana por autoridades e representantes da comunidade”, informou.

Gado - Átila Lins explicou que uma área ao sul de Lábria, equivalente a 15% das terras do município, foi invadida por produtores de gado - o que provocou

uma grande devastação e a inclusão da cidade no chamado ‘círculo de fogo’, formado por 61 municípios com maior índice de devastação da Ama-zônia. Porém, afirmou o parlamentar, o restante de Lábria mantém prati-camente intacta toda sua cobertura vegetal. Segundo o deputado, 78% da área são formados por reservas indígenas e áreas de conservação e 7% correspondem à cidade propria-mente, que ainda possui uma zona de amortecimento que deve ser também preservada.

Lins declarou ter causado estra-nheza a ação dos fiscais justamente na cidade, que não faz parte da região ao sul e que tem apenas pequenos pro-dutores, que trabalham somente pela sobrevivência de suas famílias, “em atividades harmônicas com o ambien-te há mais de 100 anos”.

O deputado informou que uma delegação de Lábria reuniu-se com o presidente do Instituto Chico Mendes, que teria ameaçado colocar a Polícia Federal e o Ministério Público para in-vestigar os acontecimentos. Lins afir-mou que o relatório dos amazonenses buscou colocar um contraponto no episódio, que permita esclarecer o que houve de forma equilibrada, porque, em sua opinião também houve exces-sos por parte dos fiscais.

LDO prevê crescimento do PIB acima de 5% e salário mínimo de

R$ 535, informa Gilmar Machado

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SEGURANçA PÚBLICA

Rachel Librelon e Lara Haje

Representantes de entidades de policiais civis, militares e federais cri-ticaram ontem as penas, consideradas rigorosas, previstas nos projetos de lei 6418/09 e 3886/08, ambos do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que tratam de crimes de abuso de autoridade. O assunto foi discutido em audiência da Comissão de Segurança Pública e Com-bate ao Crime Organizado.

O delegado Marcos Leoncio Sousa Ribeiro, representante da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Fe-deral (ADPF), disse que esses projetos tratam o tema de forma exagerada. “O legislador deve ser astuto para não impor pena que beneficie o infrator, na medida em que torna tímido o agente do Estado”, avaliou. A lei atual sobre abuso de autoridade (Lei 4.898/65), segundo Ribeiro, pode ser considerada branda, mas, ressaltou, em geral os crimes de abuso de autoridade são associados a outros crimes que já têm pena prevista.

Para o delegado, os projetos em discussão não asseguram o direito de defesa aos policiais e podem gerar de-nunciação caluniosa – crime em que pessoas denunciam o policial sem ele ter feito nada. “O Estado deseja tratar seus agentes como criminosos”, disse.

Punição desproporcional - Na ava-liação do representante da Federação Nacional das Entidades dos Oficiais Mi-litares Estaduais, Elias Miler da Silva, o PL 6418/09 é desproporcional em suas

Policiais apontam rigor em penas de projeto sobre abuso de autoridade

A comitiva brasileira enviada a Washington para pedir punição pelo acidente da Gol conseguiu o prazo de uma semana para que o governo norte-americano se pronuncie sobre o pedido de cassação dos brevês dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paladino. Os parlamentares se reuniram na quarta-feira (14) com representantes da Federal Administration Aviation (FAA) e do Departamento de Estado Americano. A FAA - a Agência Nacional de Aviação Civil dos Estados Unidos - é o órgão responsável por tomar providências sobre assuntos aéreos e controla a aviação do País.

Segundo a assessoria da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do

AVIAçÃO

Acidente da Gol: comitiva de deputados obtém prazo para decisão sobre pilotos do Legacy

Voo 1907, os dirigentes da estatal norte-americana alegaram falta de evidências para a não punição dos pilotos do jato que colidiu com o Boeing 737-800 da empresa Gol, mesmo depois de quatro anos após a tragédia. No acidente, na região de flo-resta do estado de Mato Grosso, as 154 pessoas a bordo morreram.

Após analisar o laudo feito no Brasil, entregue pela comitiva brasileira, sobre as condições de voo do Legacy, o vice-presidente da FAA, James W. Whintlow, e o representante do Departamento de Estado Americano, Stephen J. Posivak, afirmaram que vão trabalhar com base nos dados apontados no laudo, endos-sado em outubro do ano passado pelo Ministério Público.

Decisão oficial - James Whintlow garantiu que a decisão será feita de forma imparcial e sob a orientação de advogados do órgão americano para saber quais medidas punitivas poderão ser dadas a Paladino e Lepore. A puni-ção deverá ser anunciada formalmente à embaixada brasileira, que retransmitirá o resultado da missão oficial à Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados do Brasil.

O pedido do envio da decisão em caráter oficial, aceito pelas autoridades americanas, foi feito pelo deputado Milton Monti (PR-SP), presidente da comissão. O parlamentar considera que o acidente se tornou uma questão de Estado. A punição administrativa, na avaliação de

Monti, é o mínimo que pode ser feito para confortar os familiares das vítimas. “Temos que cobrar das autoridades, do governo e dos órgãos americanos que eles possam, com muita presteza, punir de forma exemplar a irresponsabi-lidade e a imprudência desses pilotos. Não podemos deixar isso passar em branco”, avalia Monti.

Além de Monti, que lidera a missão oficial, também integram a comitiva o deputado Jaime Martins (PR-MG), ex-presidente da Comissão de Viação e Transportes; o advogado e representantes legal das famílias das vítimas, Dante D’Aquino; e o perito em acidentes aéreos Roberto Peterka (res-ponsável pelo laudo do acidente).

punições. Segundo ele, 54 das condu-tas elencadas são típicas de policial e apenas sete de juiz e dois de integrante do Ministério Público. É preciso fazer uma lei mais isonômica e que possa ser efetivamente aplicada, afirmou. “Vamos atualizar a lei em vigor, mas não desvir-tuá-la. Queremos uma lei efetiva que englobe todo agente que comete abuso, e não apenas policiais”, disse.

O representante dos oficiais militares lembrou que, além da lei sobre abuso de autoridade, existem outras que punem cri-mes associados à conduta policial - como a Lei dos Crimes de Tortura (9.455/97), o Estatuto do Idoso e a Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92).

Intimidação - Benito Augusto Galia-ni Tiezzi, representante da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), também criticou a punição prevista no PL 6418/09. “Ao impor penas de reclusão que chegam a oito anos, multas, perda do cargo e inabilitação de direitos, a lei poderá levar o policial a ser marginal”, disse. Segundo Tiezzi, deve ser levado em consideração o fato de que o trabalho do policial é com-plexo e precisa de um equilíbrio para não intimidar o agente público.

Para o deputado Paes de Lira (PTC-SP), os projetos merecem “ampla reformulação”, pois a lei vigente pode ser revista, mas sem a ótica de impedir o trabalho policial ou de “acovardar ou encurralar o agente”.

O relator do projeto na Comissão de Segurança Pública e autor do re-querimento de audiência, deputado

Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), afirmou que o aperfeiçoamento da legislação é importante para corrigir desvios de

conduta dentro das corporações. “To-dos nós queremos uma polícia justa, correta, bem remunerada”, disse.

Os participantes da audiência da Comissão de Segurança Pública tam-bém discutiram punições para o uso de algemas por parte de policiais, previstas no PL 6418/09. O projeto considera crime algemar o preso quando ele não oferecer resistência à prisão nem existir receio de fuga ou de perigo à integridade física dele próprio ou de terceiro. A pena para o policial que desobedecer o dispositivo seria de detenção. O representante da Adepol, delegado Benito Augusto Galiani Tiezzi, afirmou que algemar é um meio de evitar a violência contra o preso. “Se a questão é só de contenção,

Participantes defendem uso de algemaso procedimento está correto. Mas se o fim for a execração pública do preso, aí sim há problema”.

O relator do projeto, deputado Mar-celo Itagiba, também defendeu a colo-cação de algemas, a não ser quando o fim for a exposição do preso. “A forma de se conduzir preso é algemado, em qualquer lugar do mundo”, argumentou. Itagiba disse ser contra a súmula vin-culante do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2008, que considera o uso de algemas lícito somente em casos excepcionais e prevê a aplicação de penalidades pelo abuso no uso.

relator do projeto, Marcelo itagiba (d) destacou a importância de aprimorar legislação

janine MoraeS

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Pinga-Fogo

Brasília, 16 de abril de 20106

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PLENÁRIO

Operação padrãoLincoln Portela (PR-

MG) acredita que o fato de a Câmara não concluir a votação da PEC 300/08, que cria um piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares, e da PEC 308/04, que cria a Polícia Penal, pode defla-grar uma operação padrão de policiais militares em vários estados. Segundo o parlamentar, os deputados não têm ideia do risco que o adiamento dessa vota-ção traz para a segurança pública. Portela lembrou o movimento de paralisação dos PMs em Minas Gerais, em 1997, e afirmou que, se isso se repetir em âmbito nacional, será por causa da inércia da Câmara dos Deputados.

Servidor públicoPaulo Rubem San-

tiago (PDT-PE) registrou seu apoio à manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios na quinta-feira (15), coordenada por enti-dades trabalhistas ligadas aos servidores públicos federais de todo o País. De acordo com o deputado, os servidores pedem a retirada de pauta do Projeto de Lei Complementar 549/09, que altera a Lei de Responsabi-lidade Fiscal e estabelece limites mais rígidos para as despesas com pessoal e encargos sociais da União. Segundo Paulo Rubem San-tiago, a proposta é lesiva aos servidores.

Ficha LimpaArolde de Oliveira

(DEM-RJ) afirmou que a base aliada do governo está fazendo uma manobra para impedir que as mudanças propostas pelo projeto Ficha Limpa não tenham validade nas próximas eleições. Na opinião do deputado, o adiamento na votação da proposta é um descaso do Parlamento com o povo brasileiro, principalmente porque o projeto conta com o apoio de mais de um milhão de pessoas. O parlamentar ainda elogiou o general Leônidas Pires Gonçalves por ter afirmado, em entrevista, que o Brasil não teve exilados políticos de fato, mas pessoas que se autoexilaram e fugiram, deixando aqui os seus com-panheiros de luta.

Para evitar criminalidade, Zequinha Marinho

defende descentralização do ensino superior no PA

O deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) defendeu a descentralização do ensino superior no Pará para levá-lo a cidades-po-los do interior do estado em benefício da juventude local. Ele alertou que, segundo dados publicados pela imprensa, 70% dos presidiários no estado têm até 29 anos.

“Temos que correr contra o tempo para fazer alguma coisa por essa juven-tude que, de repente, por falta de opor-tunidade, se desvia por um caminho ou outro e termina com um processo

criminal, cumprindo pena numa peni-tenciária. Isso não é bom para ninguém, principalmente para o jovem, que entra com mais profundidade no mundo do crime”, disse.

O parlamentar explicou que sua luta pela descentralização do ensino superior no Pará tem como objetivo fazer com que o jovem, após terminar o ensino médio, tenha oportunidade de cursar gratuita-mente uma faculdade e encaminhar sua vida profissional, buscando seu espaço na socie-dade e no mercado de trabalho.

“Algumas ações desse nosso trabalho têm trazido o ensino superior, por meio da Universidade Aberta do Brasil e da Universi-dade do Estado do Pará, para Santana do Ara-guaia, no extremo sul do estado, divisa com Mato Grosso, bem como para Tucumã, onde a Universidade Aberta e a Univer-sidade do Estado estão funcionando com alguns cursos”, informou o deputado. Ele acrescentou que em Jacundá, no sudeste do Pará, a Universidade Aberta funcio-na com três cursos e a Universidade do Estado, com um curso.

“Em Rondon do Pará e Xinguara, a Universidade do Estado se faz presen-

te com cursos como Matemática e Pe-dagogia. Com essas duas linhas, ainda que com o ensino a distância, como no caso da Universidade Aberta do Brasil, uma grande ideia do governo federal, já estamos atendendo boa parte da nossa juventude”, ressaltou.

O deputado disse que, atualmente, está lutando para levar a Universidade Aber-ta para Rondon do Pará, São Geraldo do

Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara. “Nos próximos dias, conse-guiremos levar a esses importantes municípios do sudeste paraense en-sino o superior, por meio da Universidade Aber-ta, com parcerias com o Instituto Federal do Pará e com a Universi-dade Federal do Pará”, disse.

Ensino técnico - Zequinha Marinho informou ainda que

está sendo implantando em Conceição do Araguaia, no sul do Pará, um centro tecnológico do couro. “Teremos ali uma escola técnica que ensinará aos nossos jovens como se faz a pele na sua pleni-tude, ou seja, a pele acabada”, disse o parlamentar, observando que, a partir desse aprendizado, os jovens poderão entrar no mercado de fabricação de ar-tefatos de couro.

Capitão Assumção critica condecoração dada a

tenente-coronel a quem acusa de maus-tratosAo protestar contra a entrega da

medalha de 175 anos da Polícia Militar do Espírito Santo ao comandante do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel Rogério Gonçalves, o deputado Capi-tão Assumção (PSB-ES) acusou-o de maltratar policiais sob seu comando. “A PM do Espírito Santo tem um histórico

de defesa dos direitos e garantias constitu-cionais dos cidadãos, mas a pessoa que foi homenageada envergonha a farda e viola a Constituição Federal ao agredir a dignida-de dos policiais com tratamento desumano e degradante”, afirmou.

O deputado disse ter recebido muitas denúncias contra o militar e declarou ter sido ele mesmo, anos atrás, vítima de “um estratagema” utilizado pelo comandante para mostrar poder e ganhar prestígio po-lítico. Segundo Capitão Assumção, ao che-gar numa nova unidade, o oficial transferia policiais para averiguar se teria prestígio político para reverter sua ordem.

O parlamentar relatou também ter assistido a uma das “cenas típicas” pro-tagonizadas pelo oficial, que teria cha-mado de “vagabundo” um capitão que foi oferecer seus serviços a uma unidade por ele comandada. “Isso é linguagem de um comandante tratar seus subordinados?”, questionou. Em outra ocasião, Rogério Gonçalves teria obrigado um soldado a trocar de nome porque era igual ao seu.

Assédio - Capitão Assumção afirmou que, já no atual cargo, o militar colocou todos os soldados em forma por quatro horas, debaixo do sol, enquanto falava. Segundo o deputado, além de destratar os subordinados, o coronel também assedia as policiais militares.

O parlamentar ainda acusou o te-nente-coronel de criar situações para ser transferido e, dessa forma, receber a ajuda de custo devida nesses casos. Além disso, afirmou, antes de optar por receber na forma de subsídio, o tenen-te-coronel receberia ajuda de custo de moradia, apesar de morar no quartel por não ter família.

De acordo com Capitão Assumção, há um descontentamento generalizado que já teria chegado ao conhecimen-to do Comando Geral da PM que, no entanto, ainda não se manifestou so-bre o caso. Ele afirmou que levará as denúncias às comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organi-zado e de Direitos Humanos e fará uma visita ao Comando da PM para pedir providências.

“Não é possível, num momento democrático, colocar trabalhadores de segurança pública debaixo do sol para ouvir besteiras, e permitir perseguições, assédio sexual, todos atos que estão gravados”, disse. Ele lembrou que uma lei estadual deixa claro que “a subor-dinação não afeta a dignidade pessoal do PM e decorre exclusivamente da estrutura hierarquizada da PM”. “Não se confunda hierarquia com subservi-ência”, destacou.

giLberTo naSCiMenTo

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Temos que correr contra o tempo para fazer alguma coisa por essa juventude

que, por falta de oportunidade, se

desvia por um caminho ou outro e termina com um processo criminal

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Pinga-Fogo

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FISCALIzAçÃO E CONTROLE

Crimes em LuziâniaGermano Bonow (DEM-

RS) disse ter ficado “choca-do” com os crimes cometidos em Luziânia (GO), onde um ex-presidiário solto por determinação judicial assas-sinou seis jovens. Segundo o deputado, a libertação do pedreiro precisa ser questio-nada. “Mudanças na lei dos crimes hediondos podem ter provocado essa barbárie”, afirmou. Bonow comentou ainda a política de saúde mental do País, que, em sua opinião, é incompetente, já que ignora as psicopatias da sociedade. Portanto, em sua opinião, é necessário revisá-la em breve.

TrabalhadoresÁtila Lins (PMDB-AM)

solicitou ao presidente Michel Temer e aos líderes partidários apoio à PEC 300/08, que cria um piso salarial nacional para poli-ciais e bombeiros militares. O parlamentar defendeu ainda a deliberação da PEC 308/04, que cria a Polícia Penal sem provocar qualquer acréscimo na folha de pagamento dos execu-tivos federal e estaduais. A redução da jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem para 30 horas semanais também foi defendida pelo deputa-do. “A redução da carga horária dos profissionais de saúde vai produzir reflexos positivos na prestação dos serviços e na qualidade de vida dos enfermeiros”, explicou.

Direitos humanosIriny Lopes (PT-ES)

manifestou indignação com o tratamento dado pela imprensa ao novo Plano Na-cional de Direitos Humanos, homologado em dezembro do ano passado pelo pre-sidente da República. A deputada ressaltou que o Terceiro Plano Nacional é fruto de audiências públicas realizadas em todos os esta-dos. No entanto, há pontos polêmicos que precisam ser debatidos pela sociedade. “É necessário ouvir todos os lados, e não apenas o que é mostrado pela grande mídia. Um país só pode ser efetivamente democrático, se os direitos humanos forem respeitados”, disse.

Silvio Torres: metade das cidades-sede vai atrasar início das obras para a Copa de 2014

Murilo Souza

O presidente da subcomissão que fisca-liza a organização da Copa do Mundo de Futebol de 2014, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), disse ontem que apenas me-tade dos estádios que acomodarão os jogos da Copa terão as obras iniciadas até maio, prazo acordado com a Federação Inter-nacional de Futebol (Fifa). Entre as obras que sofrerão atrasos, ele citou os estádios do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio Grande do Norte. Em relação ao Rio de Janeiro, o deputado disse ter dúvidas sobre como ficará a situação do Maracanã em razão das inundações na cidade.

Silvio Torres, que requereu a audiência pública na Comissão de Fiscalização Finan-ceira e Controle para debater o assunto, também chamou atenção para o atraso em obras de infraestrutura aeroportuária, con-siderado um dos setores mais deficitários, segundo as demandas do evento. “Faz pra-ticamente dois anos e meio que assinamos o compromisso para sermos sede da Copa e até agora não há nenhuma obra iniciada nos aeroportos”, criticou o parlamentar.

Obras em maio - A construção da Arena Verde, que sediará jogos da Copa de 2014 no Amazonas, está entre os casos onde as obras serão iniciadas até maio. A informação é do secretário-executivo de Planejamento e Desenvolvimento Eco-nômico do Amazonas, Rodrigo Camelo, que também participou da audiência. Ele informou que o custo total das obras de

infraestrutura na cidade de Manaus soma R$ 2,3 bilhões - sendo aproximadamente R$ 500 milhões somente para o estádio.

Em paralelo às obras da Arena Verde, segundo Camelo, o Amazonas está execu-tando um projeto de mobilidade urbana, com investimentos de R$ 800 milhões, que inclui a implantação de um monotrilho, um sistema de transporte coletivo com ca-pacidade para atender 170 mil pessoas por dia. Segundo ele, esse sistema deve reduzir o tempo de deslocamento dos passageiros em até uma hora.

Licença ambiental - Já o diretor-pre-sidente da Agência Estadual da Copa de 2014 do Pantanal, Adilton Sachetti, in-formou que a principal pendência para o início das obras do estádio de Cuiabá era

a licença ambiental, que foi entregue na quarta-feira (14). “Com a licença ambien-tal em mãos, daremos a ordem de serviço para o início das obras na próxima sema-na”, afirmou Sachetti.

As obras do Estádio Verdão, segundo ele, estão orçadas em R$ 342 milhões, sem incluir equipamentos como placar eletrônico, cadei-ras e iluminação. Além disso, o Mato Gros-so também precisa construir dois centros de treinamento e melhorar a infraestrutura de transporte urbano e o aeroporto da capital.

De acordo com Sachetti, o governo do estado já incluiu no orçamento R$ 250 mi-lhões ao ano (R$ 1 milhão até 2014) para obras relacionadas à Copa. “Além disso, estamos buscando recursos federais para cumprir todos os compromissos”, afirmou.

Transportes aprova uso de câmerasde vídeo em trecho urbano de rodovia

SEGURANçA

A Comissão de Viação e Trans-portes aprovou o Projeto de Lei 6205/09, que torna obrigatória a instalação de câmeras em rodovias federais, em trechos próximos a centros urbanos. As câmeras deverão ser operadas pela Polícia Rodoviária Federal, possibilitando a integração entre os órgãos de segurança dos diferentes estados nas ações de monitoramento.

O projeto, da deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), determina também que o sistema formado por esse órgãos de segurança tenha especi-ficações técnicas que permitam às vítimas fornecer informações por meio da internet ou de telefone.

A matéria, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e

de Cidadania.Criminosos - O relator da proposta, de-

putado Alexandre Silveira (PPS-MG), afirma

que as rodovias são constantes rotas de fuga dos mais diversos tipos de criminosos. Estima-se que ocorram 30 assaltos por dia nas rodovias federais, dos quais aproximadamente 80% são realizados dentro dos perímetros urbanos.

“Inúmeros delitos são resolvidos pelas autoridades policiais a partir de imagens geradas por câmeras de siste-mas de segurança”, esclarece Silveira.

Além de auxiliar no com-bate à criminalidade, os sis-temas de monitoramento por câmeras de vídeo também

poderão ser utilizados para o controle do tráfego e para a localização de acidentes e outras ocorrências na via.

brizza CavaLCanTe

A subcomissão que fiscaliza a organização da Copa do Mundo de Futebol promoveu ontem audiência para debater os atrasos nas obras dos estádios nas cidades que sediarão os jogos

joSé Cruz-abr

a Polícia rodoviária, de acordo com o projeto, operará as câmeras de vídeo para monitorar o tráfego e auxiliar na solução de delitos

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HIDRELÉTRICA

Silvia Mugnatto

O ministro das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, confirmou on-tem que a Advocacia Geral da União (AGU) vai recorrer contra a decisão da Justiça Federal do Pará que suspendeu o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). O objetivo é manter a data do leilão, marcada para a próxima terça-feira (20). O ministro esteve ontem na Câmara em visita de cortesia ao presidente Michel Temer.

Zimmermann lembrou que o projeto da usina vem sendo discutido há mais de 30 anos e que já houve alterações para reduzir a área que será inundada com a construção da hidrelétrica. Ele explicou que o projeto original previa a inundação de uma área de 1.200 km². Na versão atual, essa área foi reduzida para 500 km².

Em audiência na semana passada na Comissão de Direitos Humanos, a subprocuradora-geral da República do MPF Sandra Cureau informou que hou-ve falhas na elaboração dos estudos de viabilidade ambiental de Belo Monte, principalmente em relação aos impactos sobre a qualidade da água e a manu-tenção das populações ribeirinhas que vivem na chamada Volta Grande do Xingu, um trecho de 100 quilômetros que será desviado para geração de ener-gia. “O governo também desrespeitou a Resolução 6/87, do Conselho Nacional

Carolina Pompeu

A usina nuclear de Angra 3 deve manter o cronograma inicial de constru-ção e iniciar suas operações até maio de 2015, informou na quarta-feira (14), em evento na Câmara, o assessor da Eletronuclear Leonam Guimarães. O começo das obras, previsto para de-zembro do ano passado, chegou a ser adiado em razão da falta de uma licen-ça da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

“A autorização já foi concedida e a usina está sendo levantada”, disse Le-onam durante reunião do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara, coordenada pelo deputa-do Inocêncio Oliveira (PR-PE), que preside o órgão e é terceiro secretário da Câmara. O assessor explicou aos parlamentares o que ele considera

as vantagens do desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.

Papel complementar - Para o especialista, a energia gerada pelas usinas nucleares é complementar àquela produzida pelas hidrelétricas no País. A ideia é que a energia nuclear pode evitar as irregularidades na oferta de energia hidrelétrica, que varia de acordo com a quantidade de chuvas e com os locais de precipitação. “As usinas nucleares são como um seguro que temos de pagar para que não aconteça o que aconteceu em 2000”, disse o assessor, referindo-se ao apagão ocorrido na época, quando o fornecimento de energia elétrica ficou prejudicado em boa parte do País.

A construção de Angra 3 começou nos anos 1970, mas as obras foram para-lisadas na década seguinte. A retomada foi em 2007, quando o Conselho Nacional de Política Energética determinou que

a Eletronuclear, empresa subsidiária da Eletrobrás, providenciasse as licenças necessárias e tocasse as obras.

De acordo com Magalhães, o go-verno já gastou cerca de R$ 1,3 bilhão com equipamentos para Angra 3. A previsão é de que a construção da usina consuma ainda R$ 8,4 bilhões. Para o assessor, esse investimento pode ser amortizado com lucros em até 15 anos de atividade da usina.

Outras obras - Novas usinas nu-cleares ainda devem ser construídas no Nordeste e no Sudeste nos próximos anos. As negociações estão mais avan-çadas no Nordeste, e a Eletronuclear já mapeou locais que podem receber centrais nucleares na Bahia, em Per-nambuco, Sergipe e Alagoas.

Cada central pode abrigar até seis usinas nucleares. Segundo Magalhães, é provável que a primeira usina do Nor-

deste esteja em operação em 2019. Já a primeira da região Sudeste deverá começar a funcionar até 2023.

A Comissão de Fiscalização Fi-nanceira e Controle vai convidar para audiência pública os ministros de Minas e Energia, Márcio zimmermann, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para discutir a inclusão da hidrelétrica Taba-jara, em Machadinho d’Oeste (RO), nos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). A audiência ainda não tem data marcada.

O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), que sugeriu o debate,

lembra que o projeto da hidrelétrica foi interrompido em sua etapa inicial, pois a área prevista para a usina afetaria dire-tamente o Parque Nacional dos Campos Amazônicos. O parque foi criado por decreto presidencial em junho de 2006. No ano seguinte, o Instituto Chico Men-des de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, barrou o projeto da hidrelétrica em razão do impacto ambiental que teria nessa área.

ENERGIA NUCLEAR

Conselho de Altos Estudos: obras de Angra 3 já começaram e usina deve iniciar operações até 2015

Ministro confirma que AGU vai recorrer de decisão sobre Belo Monte

de Meio Ambiente (Conama), segundo a qual o projeto só pode ir a leilão depois que for emitida a licença de instalação, e não apenas a licença prévia”, comple-tou Sandra.

O relator nacional da organização não governamental Plataforma Dhes-ca Brasil, Guilherme Zagallo, que tam-bém defendeu a suspensão do edital, apresentou à comissão relatório sobre o impacto da construção da usina na comunidade local.

Conforme o documento, elabora-do em parceria com a professora da PUC-SP Marijane Lisboa, a mais grave violação está no descumprimento do direito dos índios de serem ouvidos e informados sobre um empreendimento que os afetará diretamente. Entre outros problemas listados pelo relatório, estão a ausência de análises aprofundadas sobre o impacto da migração populacional, o risco de proliferação de doenças endê-micas e a ameaça de extinção de espé-cies da biodiversidade brasileira.

Usina de Estreito - Em relação a Usina de Estreito, no rio Tocantins (na divisa entre os estados do Maranhão e To-cantins), o ministro Márcio Zimmermann disse que o consórcio cumpriu todas as exigências, obteve as licenças necessárias e está na fase da licença de operação.

No processo de análise da licença de operação, o Ministério das Minas e Energia e o Ibama vão verificar nova-mente se o consórcio cumpriu todas as

exigências. Uma das principais recla-mações de entidades sociais contrárias à construção da usina é a subavaliação

dos impactos ambiental e social, espe-cialmente da situação de moradores de áreas ribeirinhas.

Audiência discutirá inclusão de usina de Roraima no PAC 2

no último dia 7, a Comissão de direitos Humanos discutiu os impactos sociais, ambientais e econômicos da implantação das usinas de belo Monte e de estreito

inocêncio oliveira

SauLo Cruz

MarCeLo brandT