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1 Prof. João Prof. João Pereira Pereira

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Page 1: Slide Processo Penal i

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Prof. João PereiraProf. João Pereira

Page 2: Slide Processo Penal i

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CONCURSO MINISTÉRIO CONCURSO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PÚBLICO DO ESTADO DO

CEARÁ - 2013CEARÁ - 2013

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Ação Penal

Ação penal pode ser definida como o direito inerente aos cidadãos de obter do Estado, a prestação jurisdicional, para apuração de infração penal e a punição de seu autor.

Em determinados casos esse direito é exercido pelo próprio ofendido, noutros o Estado assume a tarefa de exercer o direito, substituindo compulsoriamente o ofendido.

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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS

AÇÃO PÚBLICA

Incondicionada AÇÃO PRIVADA

Exclusiva

Condicionada

Represen-tação do ofendido

Personalíssima

Requisição do

Ministro da Justiça

Subsidiária

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Ação Penal Pública Incondicionada

São aquelas em que para o Estado acusador nasce o direito de buscar a prestação jurisdicional logo que toma conhecimento de um fato delituoso. O Estado agirá de ofício, promovendo a ação penal pelo Ministério Público sem que haja manifestação da vontade da vítima ou qualquer outra pessoa.

A peça processual iniciadora desse tipo de ação denomina-se DENÚNCIA.

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Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada

Princípio da Obrigatoriedade Haverá a propositura da ação penal

independente do interesse da vítima ou de seus representantes legais, não ficando ao arbítrio ou discricionariedade do Ministério Público mover ou não a ação penal.

Existindo elementos que indiquem a ocorrência de um fato típico e antijurídico, é ele obrigado a promover a ação penal.

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Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada

Princípio da Indisponibilidade Anuncia que depois de iniciada a ação, não

pode o Estado desistir do direito à prestação jurisdicional, determinando o art. 42 do CPP que o Ministério Público não poderá desistir da ação penal, bem como o art. 576 proíbe desistir do recurso interposto.

Quando o órgão do Ministério Público requer o arquivamento de um inquérito policial, a decisão é submetida à apreciação do juiz que, como fiscal desse princípio e discordando das razões invocadas no pedido, deve remeter os autos ao chefe da Instituição.

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Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada

Princípio da Intranscendência O princípio da intranscendência, comum

a qualquer ação penal, consiste no fato de ser a ação penal limitada à pessoa ou às pessoas responsáveis pela infração, não atingindo, desse modo, seus familiares, herdeiros ou estranhos.

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ATENÇÃO! Via de regra, a ação penal é pública

incondicionada, salvo quando a lei declara, expressamente, que só se procede mediante representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça (ação pública condicionada) ou mediante queixa (ação de iniciativa privada).

São exemplos de crimes de ação pública incondicionada: o homicídio, o latrocínio, extorsão, crimes contra o patrimônio público em geral, etc.

Ressalte-se, ainda o teor do § 2º do art. 24 do CPP:§ 2o  Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.

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Titularidade da ação penal pública

O Ministério Público é o dono da ação penal pública (dominus litis). É o órgão representado por Promotores e Procuradores de Justiça que pede providência jurisdicional de aplicação da lei penal, exercendo o que se denomina de pretensão punitiva.

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O Ministério Público

Trata-se o Ministério Público de órgão uno e indivisível, e assim, seus membros podem ser substituídos no processo, por razões de serviço, sem que haja prejuízo para a marcha processual.

O Ministério Público promove a ação penal pública desde a peça inicial (denúncia) até os termos finais, em primeira e demais instâncias, acompanhando, presenciando, fiscalizando a seqüência dos atos, zelando e velando pela observância da lei até a decisão final.

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O Ministério Público

A titularidade do Ministério Público é decorrente do Princípio da Oficialidade, eis que a repressão ao criminoso é função essencial do Estado, devendo ele instituir órgãos que assumam a persecução penal.

No nosso país, em termos constitucionais, a apuração das infrações penais é efetuada pela Polícia Judiciária Federal ou Estadual (art. 144 CF/88) e a ação penal pública é promovida, privativamente, pelo Ministério Público (art. 129, I CF/88), seja ele da União ou dos Estados (art. 128, I e II CF/88).

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Autoridade

Como órgãos encarregados da repressão penal, a Policia e o Ministério Público têm autoridade, ou seja, podem determinar ou requisitar documentos, diligências ou quaisquer atos necessários à instrução do inquérito policial ou da ação penal, ressalvadas as restrições constitucionais.

De acordo com a Súmula 234 do STJ, a participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento para o oferecimento da denúncia.

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Ação Penal sem Inquérito Policial

Em regra a ação penal pública é promovida pelo Ministério Público à vista do Inquérito Policial, porém se este já tiver em mãos elementos suficientes para propositura, poderá fazê-lo sem necessidade do inquérito.

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AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

Tem as mesmas características das ações penais públicas incondicionadas, iniciando-se também com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, no entanto o direito do Estado acusador só nasce depois de manifestado o interesse do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

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a) Representação do Ofendido

Pode a ação penal pública depender da representação do ofendido, que se constitui numa espécie de pedido-autorização em que a vítima ou seu representante legal expressam o desejo de que a ação seja instaurada, autorizando a persecução criminal.

A representação é, assim, a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal no sentido de autorizar o Ministério Público a desencadear a persecução criminal.

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a) Representação do Ofendido

Legitimidade para representação - O direito de representação só pode ser exercido pela vítima ou seu representante legal. A representação também pode ser apresentada por procurador (da vítima ou de seu representante legal) com poderes especiais, mediante declaração escrita ou oral (art. 39, caput, do CPP).

Dispõe ainda o CPP: "No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, parágrafo único)." A enumeração dos artigos 24, parágrafo único, e 31, que se refere à queixa, é taxativa, não podendo ser ampliada.

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a) Representação do Ofendido

Forma da representação - A representação não exige forma especial, bastando que o ofendido ou seu representante legal manifeste o desejo de instaurar contra o autor do delito o competente procedimento criminal. Deve conter, porém as informações que possam servir a apuração do fato (art. 39, § 2°).

Sendo feita oralmente ou por escrito sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, deve ser reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público quando a este houver sido dirigida (art. 39, § 1°).

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a) Representação do Ofendido

Destinatário da representação - A representação pode ser dirigida ao Juiz, ao órgão do Ministério Público ou à autoridade policial (art. 39). Recebendo a representação, o Ministério Público poderá, de pronto, promover a ação penal, quando fornecidos os elementos que lhe são indispensáveis; não havendo tais elementos poderá requisitar a instauração do inquérito policial ou simplesmente encaminhá-la a autoridade para tal efeito.

Feita ao Juiz, poderá este encaminhá-la diretamente ao Ministério Público se for possível a propositura da ação penal ou requisitar o inquérito ou, ainda, encaminhar a representação à autoridade policial.

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a) Representação do Ofendido

Prazo - O direito de representação só pode ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia em que a vítima ou seu representante legal veio a saber quem é o autor do crime, contando-se conforme a regra do art. 10 do CP, ou seja, incluindo-se o dia do começo. Não oferecida a representação no prazo legal, ocorre a decadência, causa extintiva da punibilidade, o que impede o início dessa espécie de ação.

Retratação da representação - A representação é irretratável depois de oferecida a denúncia (art. 25 do CPP), não produzindo a retratação (retirar o que disse, desdizer-se) após essa data, nenhum efeito, devendo a ação, que teve início com a denúncia, prosseguir até seu término. De outro lado, ocorrendo a representação e, antes do oferecimento da denúncia, vindo a retratação, haverá impedimento à propositura da ação penal.

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a) Representação do Ofendido

O Código Penal estabelece os crimes que dependem de representação, via de regra, através da expressão “somente se procede mediante representação”, como faz, por exemplo, nos crimes de perigo de contágio venéreo (art. 130, § 2º, CP), ameaça (art. 147, parágrafo único), lesões corporais leves e lesões culposas (art. 129 do CP c/c 88 da Lei n° 9.099/95).

A representação do ofendido é necessária inclusive para instauração do inquérito policial, não podendo a autoridade agir de ofício.

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b) Requisição do Ministro da Justiça

A requisição do Ministro da Justiça também constitui condição da ação, sendo ato administrativo, discricionário e irrevogável que deve conter a manifestação de vontade para instauração da ação penal, com menção do fato criminoso, nome e qualidade da vítima, nome e qualificação do autor do crime, etc, embora não exija forma especial.

É necessária a requisição, segundo o Código Penal, nos crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, 1a parte) e nos delitos praticados por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7o, § 3o). É prevista ainda a requisição em determinados crimes praticados através da imprensa.

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DENÚNCIA

Diante dos elementos apresentados pelo Inquérito Policial ou pelas peças de informação que recebeu, o órgão do Ministério Público, verificando a prova da existência de fato que caracteriza crime em tese e indícios da sua autoria, forma sua convicção para promover a ação penal pública com o oferecimento em juízo da DENÚNCIA.

a) ConceitoÉ a peça inaugural das ações penais públicas, consistindo na exposição, por escrito, de fatos que constituem em tese um ilícito penal, ou seja, de fato caracterizador de tipo penal, com a expressa manifestação da intenção de que se aplique a lei penal a quem é presumivelmente seu autor e a indicação das provas em que se baseia.

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b) Requisitos da denúncia

I) Exposição do fato criminoso

Narrativa dos fatos apontados como delituosos, devendo tais fatos enquadrar-se em um tipo penal, não devendo ser aceita denúncia que não especifica, nem descreve, ainda que sucintamente, o fato criminoso atribuído ao acusado.

II) Qualificação do acusado

A identificação do acusado se dá com a referência ao seu nome, cognome, nome de família, pseudônimo, estado civil, filiação, cidadania, idade sexo, características físicas, sinais de nascença, etc.

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b) Requisitos da denúncia

III) Classificação do crime

É necessária também a indicação do dispositivo legal que contém o tipo penal relativo ao fato concreto.

IV) Rol de testemunhas

Caso houver, sendo rito ordinário até 8 (oito) e no rito sumário até 5 (cinco).

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c) Prazo para oferecimento da Denúncia

Réu preso: 5 (cinco) dias Réu em liberdade: 15 (quinze) dias

Conta-se o prazo a partir do recebimento do Inquérito Policial pelo Ministério Público.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

a) Conceito

Embora o direito de punir pertença exclusivamente ao Estado, este transfere ao particular o direito de acusar em algumas hipóteses. O direito de punir continua sendo do Estado, mas ao particular cabe o direito de agir.

Justifica-se essa concessão à vítima quando seu interesse se sobrepõe ao menos relevante interesse público, em que a repressão do ilícito penal interessa muito mais de perto apenas ao ofendido.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

A QUEIXA é o equivalente à denúncia, pela qual se instaura a Ação Penal, diferenciando-se formalmente apenas por quem subscreve, ou seja, a denúncia é oferecida pelo membro do Ministério Público (Promotor de Justiça) e a queixa é apresentada pelo particular ofendido, através de procurador com poderes expressos.

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b) Titularidade da Ação Penal Privada

O titular do direito de agir na Ação Penal Privada é o próprio ofendido – a vítima – que poderá ser representado por quem tenha qualidade legal (substituição processual).

Como a propositura da queixa exige procurador legalmente habilitado (advogado), prevê a lei que, nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

Sucessão processual: No caso de morte ou ausência do ofendido, o direito de queixa poderá ser exercido pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

ATENÇÃO: O Ministério Público, não sendo titular, funciona apenas como fiscal da lei, podendo ou não, no prazo de três dias, aditar a queixa, velando também, pela indivisibilidade da ação.

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c) Princípios da Ação Penal Privada

I) Princípio da Oportunidade Cabe ao titular do direito de agir a faculdade de

propor, ou não, a ação privada, segundo sua conveniência. Sem a sua concordância não se lavra o auto de prisão em flagrante, não se instaura o inquérito policial e muito menos a ação penal.

Enquanto na ação pública incondicionada vigora o Princípio da Obrigatoriedade, a ação privada está submetida ao Princípio da Oportunidade.

II) Princípio da Disponibilidade Além de poder propor ou não a ação penal

privada, poderá o ofendido prosseguir até o final ou não, pode renunciar ao direito de queixa, pode perdoar o ofensor.

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c) Princípios da Ação Penal Privada

III) Princípio da Indivisibilidade

Significa que o ofendido não pode, quando optar pela queixa, deixar de nela incluir todos os co-autores ou partícipes do fato, sob pena de renunciar ao direito em relação aos demais réus.

IV) Princípio da Intranscendência

Comum a qualquer ação penal consiste no fato de ser a ação penal limitada à pessoa ou às pessoas responsáveis pela infração, não atingindo, desse modo, familiares ou estranhos.

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d) ESPÉCIES DE AÇÕES PRIVADAS

I) Ação Penal Privada Exclusiva

Somente pode ser proposta pelo ofendido ou pelo seu representante legal. Em caso de morte do ofendido antes do início da ação, esta poderá ser intentada, desde que dentro do prazo decadencial de seis meses, por seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 100, § 42, do CP). Se a morte ocorre após o início da ação penal, poderá também haver tal substituição, mas dentro do prazo de sessenta dias, fixado no art. 60, II, do Código de Processo Penal.

Na Parte Especial do Código Penal são identificados os delitos que a admitem, com a expressão “só se procede mediante queixa”. Ex.: Crimes contra a honra (art. 145 do CP), crimes contra os costumes (art. 225 do CP).

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d) ESPÉCIES DE AÇÕES PRIVADAS

II) Ação Penal Privada Personalíssima

Na ação penal dita personalíssima somente está legitimada a própria pessoa indicada na lei, não havendo sucessão por morte ou ausência. Portanto, não admite a propositura por representante legal nem por sucessores. Se, por exemplo, o ofendido morre no decorrer do processo, extingue-se a punibilidade do agente, pois ninguém poderá sucedê-lo.

Se o ofendido for menor, o prazo decadencial de seis meses somente começará a correr a partir do dia em que completar 18 anos.

ATENÇÃO: Atualmente somente ocorre a hipótese em relação ao crime capitulado no art. 236 do Código Penal – induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento, em que apenas o contraente enganado pode intentar a queixa.

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d) ESPÉCIES DE AÇÕES PRIVADAS

III) Ação Penal Privada Subsidiária da Pública Ocorre nos casos em que o Ministério Público deixar

de intentar Ação Penal Pública no prazo legal (réu preso: 5 dias – réu solto: 15 dias) podendo a vítima ou seu representante legal tomar para si o direito de buscar a prestação jurisdicional, oferecendo QUEIXA SUBSTITUTIVA DA DENÚNCIA.

Essa ação passou a constituir garantia constitucional com a nova Carta Magna (art. 5o, LIX), em conformidade com o princípio de que a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5o, XXXV).

Apresentada a queixa, o Ministério Público poderá retomar para si a ação, se repudiá-la, oferecendo denúncia substitutiva. Poderá ainda aditar a queixa e retomar a ação para si caso o ofendido venha a negligenciar seu andamento.

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d) ESPÉCIES DE AÇÕES PRIVADAS

III) Ação Penal Privada Subsidiária da Pública Prazo: para o ofendido oferecer queixa-crime

substitutiva da denúncia é de seis meses contados de término do prazo destinado ao MP para oferecimento da denúncia, findo os quais ocorrerá decadência do direito.

ATENÇÃO: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas, e em conseqüência, não cabe ação penal subsidiária.

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QUEIXA a) Conceito Assim como a denúncia é a

peça que inicia a ação penal pública, a queixa dá início à ação penal privada.

Queixa-crime, ou simplesmente queixa, é a denominação dada pela lei à petição inicial da ação penal privada intentada pelo ofendido ou seu representante legal, tanto quando é ela exclusiva, quando é subsidiária.

O autor aqui é chamado “querelante” e o réu “querelado”.

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QUEIXA

b) Requisitos da Queixa

A queixa deve ser revestida dos mesmos requisitos da denúncia (Exposição do fato criminoso, Qualificação do acusado, Classificação do crime e Rol de testemunhas) diferenciando uma da outra apenas pelo titular: a denúncia é a peça inicial da ação pública, cuja titularidade cabe ao Ministério Público, a queixa, da ação privada, cujo titular é o ofendido.

O direito de queixa deve ser exercido pelo ofendido ou seu representante legal (substituição processual) por meio de procurador legalmente habilitado – advogado – com poderes especiais, devendo constar na procuração uma breve narrativa dos fatos e a qualificação do querelado.

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QUEIXA

c) Prazo para oferecimento da Queixa

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O prazo para oferecimento da queixa é de seis meses, contados do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime, na ação privada exclusiva, e do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia, na ação subsidiária.

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QUEIXA

d) Renúncia ao direito de Queixa

É a desistência do direito de ação por parte do ofendido, podendo ser expressa ou tácita. A renúncia expressa deve constar de declaração assinada pelo ofendido, por seu procurador legal com poderes especiais. A renúncia é tácita quando o querelante pratica ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa, como, ocorre, por exemplo, no reatamento de amizade com o ofensor, a visita amigável, a aceitação de convite para festa, etc.

Em decorrência do princípio da indivisibilidade, a renúncia ao exercício do direito de queixa em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá, obrigando-se o querelante a promover a queixa contra todos co-autores do fato delituoso, não podendo excluir nenhum.

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QUEIXA

e) Decadência  No processo penal decadência é a causa

extintiva da punibilidade consistente na perda do direito de ação privada ou de representação em decorrência de não ter sido exercido no prazo previsto em lei.

O PRAZO é de seis meses, a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal tomam conhecimento da autoria do fato, sendo fatal e improrrogável, não se interrompendo pela instauração do inquérito policial ou sua remessa ao Poder Judiciário.

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QUEIXA

f) Perempção e Desistência

As hipóteses de perempção estão elencadas em um rol constante do art. 60 do Código de Processo Penal, que contém quatro incisos:

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Perempção - é a perda do direito de prosseguir na ação privada, ou seja, a penalidade aplicada ao querelante em decorrência de sua inércia ou negligência.

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PEREMPÇÃO

Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos;

Essa hipótese só se aplica quando há algum ato a ser praticado pelo querelante, uma vez que ele não é obrigado a comparecer mensalmente em juízo apenas para pleitear o prosseguimento do feito. Ademais, a perempção é inaplicável quando o fato decorre de força maior, como, por exemplo, greve dos funcionários do Poder Judiciário.

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PEREMPÇÃO

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

Nos termos do dispositivo, se o querelante falecer ou for declarado ausente ou, ainda, se for interditado em razão de doença mental, após o início da ação penal, esta somente poderá prosseguir se, em um prazo de sessenta dias, comparecer em juízo, para substituí-lo no pólo ativo da ação, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Assim, sob o prisma da ação penal, a substituição é uma condição de prosseguibilidade.

Veja-se que, nos termos do art. 36 do Código de Processo Penal, se após a substituição houver desistência por parte do novo querelante, os outros sucessores poderão prosseguir na ação.

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PEREMPÇÃO

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

Esse dispositivo prevê duas hipóteses de perempção. A primeira delas dá-se quando a presença física do querelante é indispensável para a realização de algum ato processual e este, sem justa causa, deixa de comparecer. Exemplo: querelante intimado para prestar depoimento em juízo falta à audiência.

A segunda hipótese mencionada nesse inciso é a falta do pedido de condenação nas alegações finais. O não-oferecimento das alegações finais equivale à ausência do pedido de condenação.

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PEREMPÇÃO

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

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Assim, se a empresa for incorporada por outra ou for apenas alterada a razão social, poderá haver o prosseguimento da ação

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AÇÃO PENAL PRIVADA

Desistência da ação

Ocorre quando a ação está em curso, constituindo direito do querelante em face do princípio da disponibilidade, que pode ser exercido de forma expressa, quando a manifestação se dá por escrito, ou de forma tácita, quando o querelante der causa à perempção.

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Perdão do Ofendido

Consiste na revogação do ato praticado pelo querelante, que desiste do prosseguimento da ação penal, desculpando o ofensor, somente sendo possível na ação penal privada. Ao contrário da renúncia, o perdão é um ato bilateral, não produzindo efeito se o querelado não o aceita.

Momento do perdão - O perdão do ofendido pode ser concedido a qualquer tempo (depois do recebimento da ação penal privada exclusiva), contanto que antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Perdão processual/extraprocessual - É processual o perdão quando ocorre mediante petição dirigida ao Juízo. É extraprocessual quando concedida fora dos autos em declaração assinada por quem de direito.

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Perdão do Ofendido

Perdão expresso/tácito - O perdão expresso deve constar de declaração assinada pelo próprio ofendido, por ser representante legal ou procurador com poderes especiais. O perdão tácito se dá nas mesmas condições da renúncia.

Indivisibilidade do perdão - Como na renúncia, o perdão concedido a qualquer dos querelados a todos aproveita. Concedido, porém, por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros.

Bilateralidade do perdão - Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado é intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo no mesmo ato ser cientificado que seu silencio resultará em aceitação tácita do perdão oferecido. Aceito o perdão, deve o juiz declarar extinta a punibilidade. Não aceito, prossegue a ação em relação àquele que não aceitar.

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01. (FCC-AG. PENITENCIÁRIO/BA 2010) SOBRE A DENÚNCIA, ESTABELECE O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL QUE

(A) dela deve constar, obrigatoriamente, o rol de testemunhas.

(B) o prazo para seu oferecimento, estando o réu preso, é de quinze dias.

(C) o seu oferecimento depende, necessariamente, de prévio inquérito policial.

(D) trata-se da petição inicial da ação penal pública e em nenhuma hipótese poderá ser rejeitada.

(E) após oferecida, e instaurada a ação penal, o Ministério Público não poderá dela desistir.

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02. (FCC-ANALISTA JUD./PI 2009) A DECADÊNCIA, NO PROCESSO PENAL, COMO PERDA DO DIREITO DE PROPOR A AÇÃO PENAL, CABE

(A) tanto na ação privada exclusiva como na ação privada subsidiária e na pública condicionada.

(B) somente na ação penal exclusivamente privada.

(C) somente na ação penal pública condicionada.

(D) na ação exclusivamente privada e na pública condicionada.

(E) na ação penal exclusivamente privada e na ação penal privada subsidiária.

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03. (FCC-ESCRIVÃO/MA 2006) SE O ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, AO INVÉS DE APRESENTAR A DENÚNCIA, REQUERER O ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL OU DE QUAISQUER PEÇAS DE INFORMAÇÃO, O JUIZ, NO CASO DE CONSIDERAR IMPROCEDENTES AS RAZÕES INVOCADAS, FARÁ REMESSA DO INQUÉRITO OU PEÇAS DE INFORMAÇÃO

(A) ao Procurador Geral que, obrigatoriamente, deverá oferecer a denúncia ou designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la.

(B) ao Juiz Corregedor competente que instaurará processo administrativo disciplinar e comunicará o fato ao Procurador-Geral que deverá insistir no pedido de arquivamento.

(C) ao Presidente do Tribunal de Justiça e este designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento.

(D) ao Procurador Geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento.

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04. (FCC-ESCRIVÃO/MA 2006) NA AÇÃO PENAL SUBSIDIÁRIA, SALVO DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, O OFENDIDO, OU SEU REPRESENTANTE LEGAL, DECAIRÁ DO DIREITO DE QUEIXA, SE NÃO O EXERCER DENTRO DO PRAZO DE

(A) 6 (seis) meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, por expressa determinação legal.

(B) 6 (seis) meses, contado do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

(C) 3 (três) meses, contado do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

(D) 3 (três) meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, por expressa determinação legal.

(E) 6 (seis) meses, contado da consumação do delito e, em caso de crime tentado, contado da prática do último ato executório da infração.

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05. (FCC-TJ/AP-2009- ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, O MINISTÉRIO PÚBLICO (A) pode intervir na prova produzida pelo

querelante, mas não pode produzir prova nova. (B) não pode intervir no processo se não aditou

a queixa. (C) pode aditar a queixa, repudiá-la e oferecer

denúncia substitutiva. (D) não pode retomar a ação como parte

principal, mesmo que o querelante a abandone, pois já demonstrou ser desidioso.

(E) pode aditar as razões de recurso interposto pelo querelante, mas não pode recorrer.

pública incondicionada, o MP tem livre arbítrio para dela desistir.

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06. (FCC-TJ/PA - 2009 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA/ESPECIALIDADE DIREITO) NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA, A REPRESENTAÇÃO PODERÁ SER RETRATADA ATÉ

(A) o interrogatório do réu.(B) a instauração do inquérito

policial.(C) o oferecimento da denúncia.(D) a sentença condenatória

definitiva.(E) o trânsito em julgado da

sentença condenatória.

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07. (FCC-TJ/PA - 2009 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA/ESPECIALIDADE DIREITO) DIANTE DA MORTE DO OFENDIDO, CASO O DIREITO DE PROSSEGUIR NA AÇÃO PENAL PRIVADA NÃO SEJA EXERCITADO DENTRO DE 60 DIAS, OCORRERÁ A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM DECORRÊNCIA DA

(A) perempção. (B) prescrição da pretensão punitiva. (C) renúncia. (D) decadência. (E) retratação.

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08. (FCC-TJ/PA - 2009 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA/ESPECIALIDADE DIREITO) No caso do Promotor de Justiça requerer o arquivamento do inquérito policial por entender ausente a justa causa para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este deverá

(A) intimar a vítima para propor ação penal privada.

(B) determinar, de ofício, a devolução do inquérito policial à polícia para novas diligências.

(C) nomear outro Promotor de Justiça para ofertar a denúncia.

(D) remeter os autos à consideração do Procurador-Geral de Justiça.

(E) remeter ao Presidente do Tribunal de Justiça57

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09. (FCC-TJ/SE - 2009 ANAL. JUD. – ÁREA ADMINISTRATIVA) NO QUE DIZ RESPEITO AO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR

(A) O prazo para exercício do direito de representação é de direito material, devendo ser computado o dia do começo e excluído o dia final.

(B) Sendo a vítima menor de 18 anos, o direito de representação passará ao representante do Ministério Público.

(C) Tratando-se de ofendido doente mental, o direito de representação será exercido pelo seu representante legal, porém somente na hipótese de incapacidade absoluta.

(D) A representação é condição necessária para o início da ação penal, porém é dispensável para a instauração do inquérito policial.

(E) No caso de morte do ofendido ou quando ausente do país, o direito de representação poderá ser exercido pelo seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

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10. (FCC-TRE/PI 2009) A AÇÃO PENAL PÚBLICA PODE SER

a) promovida somente pelo Ministério Público.

b) promovida pelo ofendido ou por seu representante legal.

c) instaurada por portaria da autoridade policial.

d) instaurada de ofício pelo juiz.e) instaurada por portaria do

Secretário da Segurança Pública. 59

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