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Situação Epidemiológica da Dengue no Estado do Acre Em 2016, foram notificados 8.336 casos suspeitos de dengue no Estado do Acre, desses, 1.138(14%) foram confirmados, 6.074(73%) descartados, 161(2%) estão em investigação, aguardando confirmação ou descarte963 (11%) foram encerrados como inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). Até o momento não há registro de óbitos por Dengue. No mesmo período, em 2015 foram notificados 12.316 casos suspeitos, destes, 4.797(39%) foram confirmados, 6.692 (54%) descartado, 827 (7%) estão como inconclusivos e 111(1%) estão como não classificados (notificados no Acre mais residem em outros Estados). Observa-se então, uma redução de 30% nas notificações no Estado. (gráfico 01) Fonte: sinanonline Confirmados Descartado inconclusivo Em investigação 2015 4.797 6.692 827 0 2016 1.138 6.074 963 161 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 Gráfico 1 - Casos suspeitos de dengue, segundo critério de classificação, Acre. 2015 e 2016* 2015 2016 Informe Técnico n° 21(Semana epidemiológica 1 a 36 (03/01/2016 a10/09/2016)*

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Situação Epidemiológica da Dengue no Estado do Acre Em 2016, foram notificados 8.336 casos suspeitos de dengue no Estado do Acre,

desses, 1.138(14%) foram confirmados, 6.074(73%) descartados, 161(2%) estão em

investigação, aguardando confirmação ou descarte963 (11%) foram encerrados como

inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). Até o

momento não há registro de óbitos por Dengue.

No mesmo período, em 2015 foram notificados 12.316 casos suspeitos, destes,

4.797(39%) foram confirmados, 6.692 (54%) descartado, 827 (7%) estão como

inconclusivos e 111(1%) estão como não classificados (notificados no Acre mais

residem em outros Estados). Observa-se então, uma redução de 30% nas notificações

no Estado. (gráfico 01)

Fonte: sinanonline

Confirmados Descartado inconclusivo Em investigação

2015 4.797 6.692 827 02016 1.138 6.074 963 161

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000 Gráfico 1 - Casos suspeitos de dengue, segundo critério de classificação, Acre. 2015 e 2016*

2015

2016

Informe Técnico n° 21(Semana epidemiológica 1 a 36 (03/01/2016 a10/09/2016)*

Comparando os casos notificados de dengue no Estado do Acre, por semana

epidemiológica nos anos de 2015 e 2016, a semana epidemiológica 06/2016 (07 a 13/02),

apresentou maior número de casos (662), correspondendo a 8% das notificações de todo o

período considerado. Em 2015, o maior número de casos ocorreu na semana

epidemiológica 03/2015 (17 a 23/01) com 985 casos (8%). (gráfico 2).

Fonte: sinanonline

Situação epidemiológica da Dengue por Regional de Saúde Em 2016, a regional do Baixo Acre/Purus registrou o maior número de casos (5.663

casos - 68%) em relação ao total do Estado, seguida das regionais do Alto Acre (1.309

casos - 16%) e Juruá/Tarauacá/Envira (1.364 casos - 16%).

No mesmo período em 2015, a regional com maior número de casos registrados foi

Juruá/Tarauacá/Envira (8.137 casos - 68%), seguida das regionais do Baixo Acre/Purus que

registrou (3.604 casos - 30%) e Alto Acre, que registrou (231 casos - 2%), outros 344 casos

foram notificados, porém os pacientes residem em outros Estados.

Comparando-se o número de casos notificados nas regionais, em 2016 com o mesmo

período de 2015, houve uma redução de 83% dos casos na regional do

Juruá/Tarauacá/Envira, um acréscimo de 57% na regional do Baixo Acre/Purus e acréscimo

de 466% na regional do Alto Acre. (gráfico3)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930313233343536

Gráfico 02-Casos suspeitos de Dengue por Semana Epidemiologica/Até a SE 36*

2015

2016

Fonte: sinanonline Situação epidemiológica da Febre Chikungunya

Os primeiros casos da Febre de Chikungunya notificados em residentes no município

de Rio Branco foram registrados no ano de 2015. Na época as investigações evidenciaram

tratar-se de casos importados, considerando que os pacientes haviam viajado para áreas

com circulação do vírus Chikungunya.Os primeiros casos autóctones foram confirmados

somente em 2016.

No período de janeiro a 16 de agosto de 2016 (semana epidemiológica 01 a 36) foram

notificados 1.029 casos suspeitos de Febre de Chikungunya no Estado do Acre. Sendo, Rio

Branco, o município a apresentar o maior número de casos (758), correspondendo a 74%.

No mesmo período do ano anterior, foram registrados 04 casos de Febre Chikungunya,

todos notificados no município de Rio Branco.

Regional Baixo Acre/Purus Regional Alto Acre

Regional Juruá/Tarauacá/E

nvira

Não Classificados/outr

as UF

2015 3.604 231 8.137 344

2016 5.663 1.309 1.364 0

01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.0009.000 Gráfico 3 - Casos suspeitos de dengue, por regional de saúde -

Acre, 2015/2016*

2015

2016

Fonte: SINANET/sinan online

Quando analisamos por semana epidemiológica, o maior número de notificações ocorreu na semana epidemiológica 10/2016 ((06 a 12/03) com 77 casos,

nas semanas epidemiológica 11 a 19 (13/03 a 14/05), houve oscilações no número

de casos, apresentando uma queda nas semanas 21 e 23 (22/05 a 11/06), com

aumento na semana 24 (12 a 18/06). (gráfico 5)

Fonte: SINANET/sinan online

1 41 57 2 4 28 61 3 3 7 13

758

6 9 1 350

200400600800

Gráfico 04 - Casos suspeitos de Febre Chikungunya, segundo município de residência, Acre. 2016*

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Série1 1 2 4 2 7 7 5 5 4 7 5 5 6 7 5 6 3 2 1 1 1 8 9 1 3 3 4 1 4 4 1 2 3 7 1 1

0102030405060708090

Gráfico 5-Casos Notificados de Chikungunya por semana epidemiologica/2016.*

Situação Laboratorial da Febre Chikungunya

Do total de casos notificados (1.029), foram realizadas 845coletas. Destas, 395foram

encaminhadas para o Laboratório de referencia da Região Norte Instituto Evandro Chagas,

para realização de PCR, dos quais, 341 (86%) estão aguardando triagem, 19 (5%) em

análises, 02 (1%) aguardando a liberação do resultado e 33 (8%) liberado com resultados

não reagente.

As outras450 amostras foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública

– LACEN, que realizou sorologias pelo método ELISA IgM. Destas, 14 (3%) indeterminado,

396 (88%) não reagente, 32 (7%) reagente e 8 (2% ) não foram testadas devido o período

de coleta não ser realizada em tempo oportuno, até o 5º dia do inicio dos sintomas.

Durante o surgimento dos primeiros casos de febre Chikungunya, todos os esforços

devem ser realizados com o intuito de alcançar o diagnóstico laboratorial. No entanto, uma

vez estabelecida à transmissão sustentada, nem todos os pacientes necessitarão de

confirmação laboratorial. Reservar a investigação laboratorial, para os casos graves ou com

as manifestações atípicas, os restantes dos casos podem ser confirmadas por critério clínico

epidemiológico, observando a presença dos sinais clínicos compatíveis.

LACEN53%

Instituto Evandro Chagas

47%

Gráfico 6 - Percentual de amostras PCR/Sorologia IgM, de Febre Chikungunya, segundo Laboratório, Acre, 2016.

Fonte: GAL/LACEN/IEC

Situação epidemiológica do Zika vírus

Sobre o vírus Zika, da semana epidemiológica 01 a 36 (03/01/2016 a 10/09/2016),

notificou-se 1.437 casos suspeitos. Destes, foram encaminhadas 473 amostras biológicas

ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/AC) e 01 ao laboratório LABCO NOÛS, para diagnóstico. Os resultados estão assim distribuídos: 24 positivos, 23 negativos e 427

aguardando análise.

Dos 1.437casos notificados, 964 não foram realizadas coletas, uma vez estabelecida à

transmissão sustentada, nem todos os pacientes necessitarão de confirmação laboratorial,

os restantes dos casos podem ser confirmadas por critério clínico epidemiológico,

observando a presença dos sinais clínicos compatíveis.

Analisando os casos de 2016 por semana epidemiológica, observa-se um acréscimo

nas notificações a partir da semana epidemiológica 05, atingindo um pico na semana

epidemiológica 09 (28/02/2016 a 05/03/2016) com 153 casos, nas semanas seguintes houve

oscilações no número de casos, com diminuição a partir da semana 16 (17/04). (gráfico 7)

Fonte: SINANNET

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

2016 1 3 2 2 5 5 9 1 1 1 7 8 1 8 8 6 4 3 2 1 1 1 1 1 9 9 3 3 3 6 7 1 5 6 0 0

020406080

100120140160180

Gráfico 7 -Casos suspeitos de de zíka vírus,por semana Epidemiológica.Acre 2016*

2016

Observação: A Área de Vigilância epidemiológica alerta os profissionais de saúde para que

fiquem atentos aos sinais e sintomas das três doenças, identificando os casos suspeitos,

notificando-os imediatamente, bem como, para que fiquem atentos aos protocolos de

atendimentos e tratamentos preconizados pelo Ministério da Saúde.

MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

As notificações de microcefalia no Estado do Acre iniciaram na semana

epidemiológica nº48/2015 (Gráfico 08) abaixo. Da semana 48 a 52/2015 foram notificados

11 casos. Em 2016 foram, notificados 41 casos. O acumulado de casos de 2015 e 2016

somam-se 52 casos, desses 48 residem no Estado do Acre, 03 do Estado de Rondônia e 01

caso do Amazonas. As investigações dos casos importados são de responsabilidade do

Estado de origem.

Considerando o número de casos notificados por semana epidemiológica no ano de

2016, observa-se o maior número na semana 01/2016 (03/01 a 09/01), registrando 5 casos,

com redução nas notificações nas semanas seguintes.

Dos 48 casos residentes no Estado do Acre, 30 casos foram descartados por

investigação clínica - epidemiológica e/ou laboratorial, 16 estão sob investigação e 02 foram

confirmados (gráfico 09). Dos casos descartados 22 são do município de Rio Branco, 01 de

Feijó, 01 de Tarauacá, 02 de Porto Acre, 01 de Epitaciolândia, 01 de Cruzeiro do Sul e 02 de

Sena Madureira. Dos casos confirmados, 01 apresentou microcefalia com alterações do

sistema nervoso central relacionado ao vírus Zika e foi a óbito e 01 caso com microcefalia e

alterações do sistema nervoso central relacionado à infecção por toxoplasmose. Os casos

confirmados foram do município de Rio Branco, conforme mapa 01.

48 50 51 52 1 2 3 5 6 7 8 9 11 12 13 14 17 19 23 25 26 31 33

2015 2 2 3 42016 5 4 1 3 1 3 1 2 4 2 2 3 2 1 1 2 1 2 1

0

1

2

3

4

5

6

FONTE: RESP

Gráfico 08 - Casos notificados de microcefalia e/ou alterações do sistema nervosos central, por semana epidemiológica, Acre 2015-

2016.

2

30

16

Gráfico 09 - Classificação final dos casos de microcefalia notificados no Estado do Acre, 2015 e 2016.

Confirmado

Descartado

Investigação

Fonte: RESP

Fonte:Resp

O gráfico 10, mostra que 09 municípios notificaram casos de microcefalia, sendo que

Rio Branco registrou o maior número, (37). A Vigilância Epidemiológica Estadual orienta os

municípios que notifiquem todos os casos de microcefalia que atendam as definições de

casos do Protocolo vigente.

Jordão Rio BrancoPlácido de

Castro FeijóSena

Madureira Porto AcreCruzeiro do

SulEpitaciolân

dia Tarauacá

Série1 1 37 1 2 2 2 1 1 1

05

10152025303540

Núm

ero

de c

asos

Fonte: RESP* 4 casos importados, sendo 1 de Rondônia e 3 do Amazonas.

Gráfico 10 - Casos notificados de microcefalia, segundo muicípio de residência,Acre -2015 a 2016.

Mapa 1 – Casos confirmados de microcefalia e/ou SNC relacionadas ao vírus Zika e a outros agentes infecciosos, segundo município de residência, Acre – 2016.

SITUAÇÃO ENTOMOLOGICA Atualmente, há 19 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes

aegypti, a definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção

dos focos.

Municípios sem infestação, 03(13,7%)

Municípios infestados, 19( 86,4%)

Mapa 2 – Municípios infestados pelo Aedes aegypti – Estado do Acre, 2016.

DEFINIÇÕES de Caso de MICROCEFALIA segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):

MICROCEFALIA: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a -2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

MICROCEFALIA GRAVE: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a -3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

Considerando a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional

(ESPIN) declarada pelo Ministério da Saúde – MS em 12 de novembro de 2015, foi

recomendada a intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Visando à execução de todas as atividades estabelecidas pelo Ministério da Saúde,

dentre elas, a realização de 03 ciclos mensais de visita domiciliar nos meses de fevereiro,

março e abril. Alguns municípios do estado estão realizando as ações juntamente com o

exército e a defesa civil.

Na tabela 1, podemos observar o andamento das atividades nos ciclo de visita

domiciliar nos municípios do Estado do Acre realizados nos meses de janeiro, fevereiro e

março. Este acompanhamento é feito através de envio diário de planilhas para alimentação

de um sistema aberto pelo Ministério da Saúde, alguns municípios até o momento não

encaminharam informações para análise pela Sala Estadual de Comando e Controle para

enfrentamento do Aedes aegypti, deixando o sistema sem as devidas informações.

Tabela 1 – Distribuição dos imóveis trabalhados, por municípios de residência, 2016.

Ações desenvolvidas pela vigilância em saúde/SESACRE

A Secretaria Estadual de Saúdepor meio da diretoria de vigilância em saúde tem

intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue,

Chikungunya e Zika vírus. Fazem parte desta intensificação as parcerias com o Setor de

Humanização da SGA, demais Secretarias Estaduais e Órgãos Federais.

As ações estão sendo desenvolvidas em diversos setores. As atividades são

realizadas, através de dramatização, músicas, palestras e distribuição de panfletos/cartazes

chamando a atenção sobre as formas de transmissão, medidas preventivas e diferenças

básicas entre Dengue, Chikungunya e Zika vírus, o objetivo é formar multiplicadores no

combate ao Aedes aegypti.

A vigilância epidemiológica lembra que o combate à Dengue, Zika vírus e Chikungunya é

feito por meio do controle da proliferação do mosquito.

Observação: As três doenças são adquiridas e transmitidas pela picada do mosquito Aedes

aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue. A única forma de evitar é com o

combate do mosquito, por meio da eliminação dos criadouros nas casas, no trabalho e nas

áreas públicas. Uma tarefa de todos.

Rio Branco-AC, 22 de setembro de 2016.

Elaboração Vigilância epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zikavírus: Ana Paula da Silva Medeiros Responsável pelos dados da Microcefalia: Renata Sonaira Cordeiro Meireles

Responsável pelos dados de Controle de Endemias: Erika Rodrigues de Abreu

Equipe responsável pela revisão: Antônia Zacarias Campêlo

Ana Paula da Silva Medeiros.

Renata Sonaira Cordeiro Meireles

Gerente do Departamento de vigilância epidemiológica: Eliane Alves Costa