sitios historicos_vol 01

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Brasil. Ministrio da Cultura. Programa Monumenta Stios histricos e conjuntos urbanos de monumentos nacionais: norte, nordeste e centro-oeste. Braslia : Ministrio da Cultura, Programa Monumenta, 2005. 456 p. (Programa Monumenta, v. I) (cadernos tcnicos 3) I. Cidades histricas. II. Brasil. Programa Monumenta.

CDU 719(811+812/813+817)

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

SUMRIOApresentao 1 - Dossi dos Stios e Conjuntos Urbanos Tombados I - Por que e para que elaborar uma Lista de Prioridades de Conservao? II - Como foram selecionadas as reas a serem analisadas? III - Dados disponibilizados para cada rea Fichas de Informaes Bsicas IV - O mtodo de trabalho proposto Anexo I - Referencial terico para a criao de categorias de bens tombados federais a partir de seu significado histrico-cultural Quadro I - Listagem de Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, por Estado 2 - Relatrio Final do Grupo de Trabalho I - Composio do Grupo de Trabalho II - 1 Etapa dos trabalhos - Preparao III - Construo do Modelo - Critrios de Hierarquizao IV - Resultado - A Lista de Prioridades de Conservao V - Recomendaes Finais Anexo II - Quadro I - Lista de Prioridades de conservao, por ordem de classificao

13 15 16 17 18 18 19 31 35 36 37 38 41 41 43

3 - Listagem de Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

3.1 - Norte3.1.1 AmazonasConjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Manaus Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Porto de Manaus

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48

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3.1.2 ParStios Histricos Urbanos Nacionais Belm Conjunto Arquitetnico Paisagstico Ver-o-Peso Conjunto Arquitetnico Urbanstico e Paisagstico da Praa Frei Caetano Brando Conjunto Arquitetnico da Avenida Nazar Conjunto Arquitetnico da Avenida Governador Jos Malcher

57

58 67 77 85 93

3.1.3 TocantinsStios Histricos Urbanos Nacionais Natividade Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Natividade

94

3.2 - Nordeste3.2.1 MaranhoStios Histricos Urbanos Nacionais Alcntara So Lus Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Alcntara Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de So Lus Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa Gonalves Dias

101

102 109 115

Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais So Lus Fbrica Santa Amlia (antiga Fbrica Santa Amlia e Fonte de Pedras)

121

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3.2.2 PiauConjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Oeiras Centro Histrico (Igreja Matriz Nossa Senhora da Vitria e Sobrado Joo Nepomuceno)

127

128

3.2.3 CearStios Histricos Urbanos Nacionais Ic Sobral Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Ic Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Sobral

137

138 147

Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Aracati Fortaleza Centro Histrico (Casa de Cmara e Cadeia e Igreja Matriz) Centro Histrico (Passeio Pblico, Teatro Jos de Alencar e outros)

155 163

3.2.4 Rio Grande do NorteConjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Natal Corredor Cultural (Palcio Potengi, Museu Caf Filho e outros)

171

172

3.2.5 ParabaConjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Joo Pessoa Centro Histrico (Convento e Igreja de Santo Antnio, igrejas e sobrados)

179

180

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3.2.6 PernambucoStios Histricos Urbanos Nacionais Igarassu Olinda Recife Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Igarassu Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Olinda Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico do Antigo Bairro do Recife

187

188 195 203

Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Goiana Recife rea do Rosrio (igrejas e conventos) Ptio de So Pedro (Igreja de So Pedro dos Clrigos e ptio)

211 217 223

3.2.7 BahiaStios Histricos Urbanos Nacionais Cachoeira Itaparica Lenis Monte Santo Mucug Porto Seguro Rio de Contas Sta. Cruz Cabrlia Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Cachoeira Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Itaparica Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Lenis Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico da Serra do Monte Santo Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Mucug; Municpio de Porto Seguro Centro Histrico de Rio de Contas Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Cidade Alta de Santa Cruz Cabrlia

224 233 241 249 257 263 271 279

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Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Jaguaripe Maragogipe Nazar Centro Histrico (Igreja Matriz Nossa Senhora da Ajuda, Casa de Cmara e Cadeia, Casa do Ouvidor) Centro Histrico (Igreja Matriz So Bartolomeu, Casa de Cmara e Cadeia) Centro Histrico (Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazar, Igreja Nossa Senhora Conceio e Igreja Nossa Senhora Camamu) Centro Histrico de Salvador Barra (Forte Santo Antnio da Barra, Forte Santa Maria, Igreja Santo Antnio da Barra e outros) Bonfim (Igreja do Senhor do Bonfim, Casa Marback, Casario dos Romeiros) Praa Cair / Pilar (Forte So Marcelo, Igreja Pilar, Alfndega, Praa Cairu e outros) Mont Serrat (Fortaleza Mont Serrat, Igreja e Mosteiro Nossa Senhora de Mont Serrat e casario do entorno)

287 293

301 309 317 325 333 341 349 355 363 369 377

Salvador

Penha (Igreja Nossa Senhora da Penha, Antigo Palcio Vero) Igreja do Pilar So Joaquim (Casa Pia e Colgio dos rfos de So Joaquim e casa Av. Frederico Pontes) Santo Amaro Centro Histrico (Igreja Matriz Nossa Senhora da Purificao, Casa de Cmara Cadeia, Santa Casa e outros)

3.2.8 AlagoasStios Histricos Urbanos Nacionais Penedo Conjunto Histrico e Paisagstico de Penedo

378

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3.2.9 SergipeStios Histricos Urbanos Nacionais So Cristvo Laranjeiras Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de So Cristvo Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Laranjeiras

385

386 393

3.3 Centro-Oeste3.3.1 Mato Grosso do SulStios Histricos Urbanos Nacionais Corumb Conjunto Histrico, Arquitetnico e Paisagstico de Corumb

401

402 409

3.3.2 Distrito FederalStios Histricos Urbanos Nacionais Braslia Conjunto Urbanstico de Braslia

410 417

3.3.3 GoisStios Histricos Urbanos Nacionais Gois Pilar de Gois Pirenpolis Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Gois Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Pilar de Gois Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Pirenpolis

418 427 433

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3.3.4 Mato GrossoStios Histricos Urbanos Nacionais Cuiab Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Cuiab

441

442

Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Vila Bela da Santssima Trindade Crditos Centro Histrico (Runas da Igreja Matriz e Palcio dos Capites Generais).

449445

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APRESENTAOEste trabalho foi realizado pelo Programa Monumenta no segundo semestre de 2000. E teve por objetivo subsidiar o trabalho da comisso especial que elaborou a Lista de Prioridades de Conservao do Programa. Os Tcnicos do Monumenta iniciaram o trabalho aps a formulao da ficha bsica que foi preenchida com fundamento nas indicaes das Superintendncias Regionais do IPHAN. Assim qual foram definidos os 101 Stios e Conjuntos Histricos Urbanos Nacionais. Coube, ento, ao Monumenta a elaborao de um estudo de classificao tipolgica segundo narrativas histricas elaboradas por Professores do Departamento de Histria da Universidade de So Paulo. O trabalho resultou em um banco de dados significativo para todos os que trabalham e tem interesse na rea. Por esta razo, o Monumenta resolveu disponibilizar o material sob a forma de Cadernos Tcnicos n 3 e 4. O volume I contm o Dossi completo, o relatrio final do trabalho da comisso que definiu a Lista de Prioridades e as fichas dos Stios e Conjuntos Histricos Urbanos Nacionais Tombados das Regies Norte, Nordeste e Centro Oeste. O volume II rene as fichas dos Stios e Conjuntos Histricos Urbanos Nacionais Tombadas das Regies Sul e Sudeste.

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DOSSI DOS STIOS E CONJUNTOS URBANOS TOMBADOS

Programa Monumenta Prioridades de Conservao

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I - Por que e para que elaborar uma Lista de Prioridades de Conservao? Desde a formulao de seus objetivos, o Programa Monumenta prope, como medida essencial para fortalecimento institucional do Ministrio da Cultura - MinC, o estabelecimento de um sistema de priorizao das suas aes. Tal objetivo encontra-se claramente expresso no Contrato de Emprstimo do Programa que prev, em seu Anexo A: Este Programa tem os seguintes objetivos de longo prazo: (a) preservar reas prioritrias do patrimnio histrico e artstico urbano sob proteo federal; (b) aumentar a conscientizao da populao brasileira acerca desse patrimnio; (c) aperfeioar a gesto desse patrimnio e o estabelecimento de critrios para a implementao de prioridades de conservao. Como decorrncia direta desse objetivo e tendo em vista a implementao do Programa, ficou estabelecido, pelo mesmo Anexo A : Durante o primeiro ano de execuo do Programa, o rgo Executor elaborar a lista de reas de Projeto prioritrias, que dever incluir Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais . O mtodo a ser utilizado para estabelecer prioridades dever ser um processo hierrquico analtico aceitvel pelo Banco. A lista ser proposta por um grupo de trabalho cujos membros devero ser nomeados pelo Ministro da Cultura; observada a seguinte composio: a) pelo menos um tero constitudo de especialistas independentes em patrimnio cultural, preferencialmente oriundos de ONGs, fundaes e universidades; b) especialistas em patrimnio cultural, oriundos de entidades estaduais e municipais; c) representantes do rgo Executor, do IPHAN, da EMBRATUR e do Ministrio da Educao, constituindo at um tero do total; e, d) a UNESCO, convidada a indicar um especialista. Conforme exposto, alm de se constituir em compromisso contratual, a elaborao de uma Lista de Prioridades condio essencial para a continuidade dos trabalhos do Monumenta, sem a qual novas cidades no podero ingressar no Programa. Para definir o objetivo e a abrangncia da Lista de Prioridades importante responder pergunta: - Trata-se de uma Lista de Prioridades do MinC ou de uma Lista de Prioridades do Monumenta? O entendimento do Programa Monumenta de que o resultado do Grupo de Trabalho deve possibilitar a elaborao de uma Lista de Prioridades de atuao do MinC no que concerne a Stios e Conjuntos Urbanos Tombados em nvel Federal, ao essa que poder ocorrer por meio deste Programa ou por intermdio dos demais programas e aes do MinC, como o PRONAC e outros que venham a ser concebidos. No

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entanto, a sua primeira e imediata aplicao ser definir a Lista de Prioridades do Monumenta, que corresponder a um sub-conjunto da Lista Geral, composto pelos Stios e Conjuntos classificados nos 20 primeiros lugares. II - Como foram selecionadas as reas a serem analisadas? Foram identificados dois grandes grupos de reas urbanas que devero ser avaliadas com vistas priorizao de investimentos federais de preservao, a saber: Stios Histricos Urbanos Nacionais Conforme definio do Contrato de Financiamento, corresponde ao Stio Histrico Urbano Tombado em nvel Federal, em conformidade com o Decreto-lei n 25, de 30 de novembro de 1937. Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Conforme definio do Contrato de Financiamento, corresponde ao Grupo de Monumentos Nacionais, situados dentro de permetro urbano, que guardam entre si relao de proximidade Os Stios Histricos Urbanos Nacionais foram de identificao imediata na relao de Bens Ttombados pelo IPHAN. A identificao dos Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais dependeu de uma prvia definio de critrios, cuja aplicao foi coordenada pelo GT IPHAN, Grupo de Trabalho, na poca sediado no IPHAN para sua articulao com o Programa Monumenta. Adotou-se, como critrio, a conjugao das seguintes condies: presena de, no mnimo, 02 (dois) Monumentos Tombados em nvel Federal; presena de fatores que contribuam para a configurao do Conjunto Urbano, tais como: a insero em estrutura urbana de interesse de preservao, a ocorrncia de elementos urbansticos catalizadores ou articuladores, assim como a existncia de unidade histrica e morfolgica do tecido urbano; e, insero em stio protegido pelos nveis estadual ou municipal ou onde se registre a presena monumentos protegidos por esses nveis. Vale dizer que cidades como o Rio de Janeiro e Salvador, alm dos Stios Histricos Urbanos Nacionais que contm, apresentam outro grande nmero de Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, vez que possuem, respectivamente, 104 e 81 bens tombados e, vrios deles, esto fora do permetro dos Stios Histricos Urbanos Nacionais, mas se organizam sob a forma de Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais. Chegou-se, no total, identificao de 101 (cento e uma) reas, cuja listagem, organizada por estado e por municpio, encontra-se no Quadro I (pgina 34).

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III - Dados disponibilizados para cada rea Fichas de Informaes Bsicas Foram concebidas Fichas de Informaes Bsicas, cuja organizao para Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais praticamente idntica, diferindo apenas nos aspectos relativos aos tombamentos. Tais Fichas so auto-explicativas, cabendo apenas explicitar sua organizao e estrutura, de forma a facilitar a consulta. 1 pgina - IDENTIFICAO Contm os dados oficiais dos tombamentos e fotografia da rea. 2 pgina - OUTRAS PROTEES Registra tombamentos estaduais ou municipais eventualmente existentes na rea e planta/croquis esquemticos. 3 pgina - RELAO COM O CONTEXTO URBANO/TIPOLOGIA FUNCIONAL Descreve o porte da rea e sua relao com o contexto urbano. 4 pgina - FORMAO/REPRESENTATIVIDADE HISTRICO-CULTURAL Trata-se de contedo desenvolvido por equipe de historiadores coordenada pelo Professor Istvan Jancs, da Universidade de So Paulo. Contm descrio do processo de formao da rea e seus valores histricos, arquitetnicos e culturais. Contm tambm os campos de Datao, conforme cinco categorias; Bibliografia e, ainda, campo indicativo da Prioridade sob o aspecto histrico-cultural. Os fundamentos conceituais que levaram definio das categorias de priorizao apontadas pelos historiadores constam do Anexo I. Tais categorias tm carter orientativo, de subsdio s decises do Grupo de Trabalho, a quem caber, sob superviso do facilitador dos trabalhos de priorizao (ver Item IV), definir como incorpor-las ao seu mtodo de avaliao. 5 pgina - FATORES DE RISCO QUANTO CONSERVAO Descreve fatores ou processos que estejam agindo contra a integridade do Bem, sejam de carter fsico, institucional, social ou econmico. 6 pgina - GESTO Aborda os processos e mecanismos existentes de gesto dos Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, alm daqueles previstos pela Legislao Federal, ou seja, os em nvel municipal e estadual, descrevendo sua compatibilidade com a proteo desses Bens. IV - O mtodo de trabalho proposto Os trabalhos de priorizao sero orientados pelo Dr. Lauro Lage, especialista na aplicao do Processo de Anlise Hierrquica AHP. Trata-se de processo desenvolvido na Wharton School of Business (University of Pennsylvania), pelo Prof. Thomas Saaty, sendo, hoje, o sistema de transporte mais utilizado deciso. O programa Expert Choice, que automatiza o AHP, foi desenvolvido pelo Prof. Ernest Forman, da George Washington University. Os trabalhos foram iniciados com exposio de mtodos e exemplos elucidativos de sua aplicao, seguidos da construo, pelo Grupo, da aplicao para o caso especfico da Lista de Prioridades de Conservao.

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Anexo I REFERENCIAL TERICO PARA A CRIAO DE CATEGORIAS DE BENS TOMBADOS FEDERAIS A PARTIR DE SEU SIGNIFICADO HISTRICO-CULTURAL

Grupo de Trabalho Prof. Dr. Istvan Jancs (coordenao) Prof. Dr. Norberto Luiz Guarinello Prof. Dr. Pedro Puntoni Joo Paulo Garrido Pimenta Maria Luiza Ferreira de Oliveira Fbio Joly

Estagirios: Alexandre Bebiano de Almeida; Andr Roberto Machado; Jorge de Almeida Francisco; Iana Cossoy Paro; Vinicius Albuquerque

So Paulo, outubro de 2000

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1. Apresentao: histria(s) do Brasil A histria, atividade humana que ao mesmo tempo conformativa de nossa prpria humanidade, fundamenta-se na procura do conhecimento, na busca da informao para a nossa insero no fluxo temporal de nossa memria, individual e coletiva. Histria significa, ento, uma cincia que procura as aes realizadas pelos homens (Herdoto), ou uma cincia dos homens no tempo (M. Bloch). Mas histria tambm significa o objeto desta procura, o passado ele mesmo, cuja existncia em si resultou, na sua desagregao no tempo presente, nos vestgios da memria. Mas h um terceiro sentido para a palavra histria. como chamamos uma narrao, seja ela verdadeira ou falsa, com base na realidade histrica ou totalmente imaginada. Neste sentido, a histria tambm um gnero literrio, um objeto da memria, um lugar desta procura. Os Stios Histricos Urbanos Nacionais e os Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais so locais privilegiados onde repousam experincias coletivas e princpios de identidade. Os monumentos so sinais que perpetuam os testemunhos das sociedades passadas - das possibilidades perdidas, assim como dos processos formadores de nossa realidade presente. Estes lugares da memria devem ser avaliados no sentido de os valorarmos do ponto de vista de sua representatividade ou de sua vinculao ao processo histrico de formao da nacionalidade. Com efeito, j o Decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteo do patrimnio artstico e histrico no Brasil, estabelece, no seu artigo primeiro, que interessa a conservao daqueles bens mveis ou imveis que existem no territrio nacional, quer pela sua vinculao a fatos memorveis da histria do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueolgico ou etnogrfico, bibliogrfico ou artstico. Para darmos um significado ao que o legislador entendia por vinculao a fatos memorveis da histria do Brasil preciso antes estabelec-los. Em outras palavras, qual a narrativa que deve fundamentar tal valorao? O que a histria do Brasil? Na primeira metade do sculo XIX, quando se formou o estado nacional, os historiadores se engajaram no projeto de formular uma narrativa adequada aos interesses (escravistas e oligrquicos) que se afirmavam. Em sentido mais amplo, a formao de um sistema cultural brasileiro foi inicialmente resultado do esforo coletivo para dotar o pas de uma literatura e de uma historiografia prprias, capazes de garantir as condies mnimas de civilizao insero planejada no concerto das naes capitalistas, segundo o esquema j famoso de Antonio Candido. Pas onde a escravido tardava, o Brasil nascia, em 1822, como um amplo espao onde interesses conflitantes mal coabitavam e cuja unidade seria garantida e construda pelas instituies geradas no seio mesmo da monarquia dos Braganas. Apesar de algumas das heranas coloniais concorrerem para a unidade da nao, podemos dizer que ela foi uma conquista do imprio independente. Associados a ele, militares, homens da Igreja, funcionrios pblicos, toda a sorte de fazendeiros e homens de negcios, contribuam para levar a cabo a tarefa da centralizao. Herdeira do funcionalismo ilustrado do imprio portugus, a elite burocrtica local organizava-se, agora, em torno de um projeto nacional hegemnico. A formulao de uma histria do Brasil foi tarefa levada a cabo pelo grupo reunido no recm-criado Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro (1838). Nascido no bojo da Sociedade Auxiliadora da Indstria Nacional , o IHGB tinha por objetivo coligir, metodizar, publicar ou arquivar os documentos necessrios para a histria e geografia do Brasil, assim como promover o conhecimento destes dois ramos cientficos por meio do ensino pblico. Revela-se, claramente, a inteno formativa da conscincia nacional - nos termos de uma Bildung j filtrada pelo romantismo de cepa francesa - entendida como misso desta instituio civilizadora. Nas primeiras reunies do Instituto, logo colocado sob a proteo direta do menino Imperador, seriam discutidas as alternativas periodizao de nossa histria e construo dos episdios dignos de indicar uma linha ascendente, e contnua, da afirmao da especificidade nacional e da vontade secular de independncia. Desenhar-se-ia, desde ento, o panteo dos heris nacionais, o passo da providncia em direo legitimao do nosso brao da monarquia bragantina. Estabelecer perodos de tempo, espaos limitados da ao humana no passado, organizar a memria em terrenos e etapas temporais individualizadas uma das operaes intelectuais mais importantes20

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para a inteligibilidade do passado das sociedades humanas. A escolha do historiador reflete o quadro conceitual e os esquemas mentais a partir dos quais ele age. A periodizao, neste sentido, o lugar privilegiado para a estruturao das narrativas. E a histria geral do Brasil necessitava, antes de mais nada, de uma periodizao. E isto se resolveu ainda na 4 sesso do Instituto, no ano de 1839. Respondendo demanda do presidente, Janurio da Cunha Barbosa, Raimundo Jos da Cunha Matos prope uma diviso em trs pocas: 1) poca relativa aos aborgenes e aos autctones; 2) poca dos descobrimentos e da administrao colonial; e 3) poca nacional. Esta diviso - que foi aprovada na sexta sesso, no dia 2 de maro do mesmo ano - serviria, por muitas dcadas, para estruturar a narrativa da histria comprometida com a legitimao do estado-nao. Abandonando a perspectiva teleolgica de justificao do estado nacional, a moderna historiografia preocupa-se em desviar-se dos anacronismos e acentuar a diversidade e a complexidade das possibilidades inscritas no processo histrico. Mais ainda, entendemos que articular historicamente o passado no significa conhec-lo como ele de fato foi. Nos termos de Walter Benjamin, trata-se de entender a histria como o objeto de uma construo cujo lugar no o tempo homogneo e vazio, mas um tempo saturado de agoras. Neste sentido, as narrativas se tornam hoje complexas, complementares e divergentes. Articulam-se s problemticas presentes, assumidas pelos historiadores, propostas pela vontade coletiva de inscrio em uma memria, na busca de uma ancestralidade. Procura-se entender os desajustes cronolgicos entre as sries factuais, assim como os diversos ritmos correspondentes s diversas dimenses estruturais da vida social. As dinmicas peculiares da economia, da cultura, da religio, dos hbitos, correlacionam-se de forma a sugerir recortes temporais tambm peculiares. O que chamvamos de histria do Brasil Colnia, se nos apresenta hoje como um imperdovel anacronismo. Como j mostrou Caio Prado Jnior, o Brasil nunca se constituiu para os efeitos da administrao portuguesa em uma unidade. A monarquia portuguesa formava um complexo heterogneo de reinos, estados, provncias europias e ultramarinas, capitanias e outras circunscries sem ttulo certo. Em termos polticos, o que hoje ns designamos por Brasil, reunia at o ano de 1815 (quando a colnia foi elevada reino) apenas um grupo daquelas circunscries. O que vlido para outras dimenses de nossa histria formativa. A narrativa da histria nacional ela em si um problema para os historiadores. Outras narrativas, complementares ou antagnicas, compem um conjunto no discreto, ou interrelacionado, que respondem (ou no mais respondem) a posies e interesses diversificados que se acham presentes em nossa sociedade complexa. narrativa nacional, por exemplo, interessa a valorao de lugares que preservem/construam uma memria coletiva implicada (como, por exemplo, o ribeiro no Ipiranga); j ao movimento social, valores precisos so articulados construo de uma memria/atitude de combate (o movimento negro, por exemplo, que procura afirmar a dimenso herica de Zumbi dos Palmares). No mbito da vida social local, esferas de preservao de uma memria de grupo lutam diante da maquinaria homogeneizadora da industria cultural triunfante. No quadro atual, estas narrativas podem se entrecruzar, se chocar ou mesmo se fortalecer. A questo da identidade nacional, contudo, no se perdeu neste universo complexo. Se verdade que a narrativa unificada de nossa histria devedora do esforo dos intelectuais ligados ao Imprio do Brasil, ela ecoa processos (ainda que esgarados) de emergncia de uma noo de identidade. Seguindo a opinio de Capistrano de Abreu, no podemos deixar de perceber que a conquista e colonizao da Amrica portuguesa desdobrou-se, em momentos diversos e para diversas dimenses, em uma viragem: aquela mediante a qual o conquistador/colonizador tornou-se colono. Isto se deu, quando este se percebe no somente como agente da expanso dos domnios do rei de Portugal (e, portanto, do orbe cristo), mas tambm, e ao mesmo tempo, como agente da reiterao ampliada de uma formao societria particular, que informasse os objetivos de sua ao. Nossa proposta, do que foi dito, no deixar de lado a complexidade e a multidimensionalidade da histria e da memria coletiva do conjunto de vozes que hoje compem e formam o que chamamos

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de sociedade brasileira. Devemos, neste sentido, procurar uma metodologia capaz de apresentar um conjunto de variveis que sejam ponderveis, mas que tambm seja adequada manuteno desta perspectiva democrtica e plural. 2. Procedimentos da anlise A proposta foi a de estabelecer critrios de representatividade histrica e cultural que permitam auxiliar na classificao, em uma hierarquia, dos 100 Stios Histricos nacionais previamente selecionados. Ora, representatividade histrico-cultural no um critrio que possa ser facilmente transposto para uma escala numrica. Como classificar grandezas incomensurveis? Este foi o desafio posto nossa equipe pelo projeto Monumenta. Para tanto, foi inicialmente necessrio pensar a estrutura conceitual subjacente moderna gesto do patrimnio histrico, a partir das seguintes premissas, sobre as quais fundamentamos nosso trabalho: 1) Patrimnio no deve ser entendido, como at aqui, pelo ngulo da propriedade, da imobilizao no tempo/espao, mas em termos de sua apropriao e de produo. Isto , como um recurso cultural muito especfico, pois pode e deve gerar renda, mas gera tambm cultura, que um benefcio no cambivel em moeda. 2) Patrimnio no tem sentido em si. Seus mltiplos sentidos so socialmente produzidos. Como em todo processo de memria, dar sentido ao patrimnio representa dar significado a uma parte do presente, cristalizando-a como smbolo do passado. Patrimnio , assim, produo de memria, modo de conferir inteligibilidade ao presente e identidade aos seus possuidores ou consumidores. 3) Entendido como produo de sentido, a preservao patrimonial um ato poltico, pois representa a produo de uma viso do passado, entre vrias possveis. Logo, preciso tomar partido, fazer opo. 4) At hoje privilegiaram-se os alvos da histria tradicional: fatos, personagens, nosso passado branco, nossas elites, nosso cristianismo. Essa viso insuficiente e tornou-se inaceitvel. Devemos buscar o pluralismo. Uma alternativa fcil seria inverter os pressupostos, mas isso seria incorrer no mesmo erro, apenas trocando os sinais. Ou, ainda, valorizar um aspecto menos explorado da constituio de nossa nacionalidade, como as contribuies das vrias etnias presentes no territrio, ou mesmo, os processos econmicos e impessoais. Todas essas alternativas tm seus pontos interessantes, mas so incompletas. Nossa posio, que defenderemos de modo argumentado no produto final, a de valorizar a diversidade e a complexidade da realidade social, fugindo teleologia que domina nossa Histria. 5) Nosso patrimnio histrico representa uma narrativa sobre nosso passado. preciso entender como essa narrativa se constituiu e o que representa hoje para ns, para que possamos recomp-la, neg-la ou apresentar alternativas. Trabalhamos diretamente sobre uma matriz de narrativa histrica, elaborada a partir das narrativas correntes. Procurou-se reinserir cada Stio em narrativas histricas, tanto nas locais, como nacionais e internacionais, para identificar sua importncia e significado. Os procedimentos empricos foram os seguintes: 1) coleta de informaes bibliogrficas sobre moderna gesto patrimonial; 2) levantamento de informaes bibliogrficas e documentais sobre os 100 Stios; 3) elaborao de um banco de dados utilizando software especfico: Microsoft Access; e, 4) estabelecimento de uma tipologia de Stios.

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Foi necessrio, portanto, repensar os parmetros at hoje predominantes na definio de nosso patrimnio. As prioridades sero os Stios de carter complexo, que dem uma imagem da diversidade de nosso passado e contemplem seu carter plural, tendo em vista o estabelecimento de uma hierarquia que observe uma narrativa renovada da Histria nacional. Com este intuito, apresentamos em seguida, em detalhe, consideraes de ordem terico-metodolgicas que nortearam a elaborao da tipologia de stios e conjuntos. 3. CONSIDERAES TERICO-METODOLGICAS 3.1. Diagnstico da lista de Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais e Stios Histricos Urbanos Nacionais

Uma anlise preliminar da lista demonstra uma concentrao geogrfica dos Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais e Stios Histricos Urbanos Nacionais nos estados da Bahia e Minas Gerais (cf. grfico acima) e uma ntida circunscrio a monumentos do sculo XVIII, sobretudo arquitetura religiosa. Quanto ao valor histrico dos Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, temos que os primeiros parecem revestir-se de um significado mais propriamente nacional do que regional. Grande parte dos stios remete aos processos de ocupao do territrio no perodo colonial, bem como aos produtos que foram objetos de explorao econmica ao longo da histria do Brasil (cana-de-acar, ouro, caf, borracha). Por outro lado, os Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais guardam um significado regional, ou seja, exemplificam a formao dos ncleos urbanos nos estados brasileiros. So privilegiados monumentos pela sua ancianidade e tambm por sua exemplaridade artstica. Em suma, o quadro que se nos apresenta tem dois pontos principais: nfase no perodo colonial (sobretudo, relativo ao sculo XVIII e arquitetura religiosa) e uma dicotomia entre nacional e regional/ local. Ora, estes pontos que esto presentes na lista inscrevem-se em determinadas diretrizes da poltica de preservao do patrimnio no Brasil desde a fundao do SPHAN, em 1937. imperativo, portanto, um breve comentrio acerca desta poltica e seus respectivos conceitos de patrimnio, a fim de aprofundar a anlise da lista de Stios e Conjuntos e oferecer subsdios para a elaborao dos critrios de tipologia e de atribuio de valor histrico.

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3.2. Esboo histrico da poltica brasileira de preservao Todo patrimnio, embora representante de um passado, tem sua significao atribuda no presente. Suas funes, utilitrias ou simblicas, so drenadas e ele se recicla como objeto-portador-de-sentido. No representa to somente a sobrevivncia de uma ordem tradicional, mas do presente que tira sua existncia. Deste modo, o conceito de patrimnio tem que ser compreendido com referncia ao contexto histrico de sua aplicao. No caso brasileiro, este conceito foi primordialmente entendido como um suporte da memria nacional, no que seguiu o modelo francs do sculo XIX, estatal e centralizador, que se desenvolveu em torno de uma forma planificada e regulamentada, visando ao atendimento de interesses polticos do Estado . A criao de um rgo responsvel pela constituio e preservao de um patrimnio em uma perspectiva nacional ocorreu em 1937, durante o Estado Novo. Naquele momento caberia ao Servio do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (SPHAN) estimular e canalizar a participao social na preservao cultural, identificar e forjar um patrimnio cultural brasileiro, cunhar e consolidar uma estrutura estatal burocrtico-cultural, nacional e eficiente . Os Bens, sobretudo os edificados, que compunham o patrimnio histrico e artstico eram entendidos como documentos de identidade da nao brasileira, pois vinculados a personagens e fatos memorveis da histria do pas e cujo conhecimento seria fundamental para a constituio de uma conscincia nacional, a despeito das diferenas regionais. Segundo este iderio, apenas a arquitetura colonial (sculo XVIII, em especial) igrejas, edifcios pblicos, fortes, etc. era digna de ser preservada pois refletiria os primrdios da organizao do territrio brasileiro. E, dentre as regies privilegiadas, estava Minas Gerais. Isto porque com a Revoluo de 30 aconteceu a ascenso de uma intelectualidade mineira que, nas palavras de Srgio Miceli, converteu sua tomada de conscincia do legado Barroco em ponto de partida de toda uma poltica de revalorizao daquele repertrio que eles mesmos definiram como a memria nacional. A arquitetura colonial mineira foi concebida como a matriz da arquitetura brasileira, ponto este que bem exemplificado por uma observao de Rodrigo M. F. de Andrade sobre a Igreja do Carmo em Sabar: Foi na construo do Carmo de Sabar que os mestres de ofcio do sculo XVIII deixaram assinalado, nas Minas, com caractersticas mais expressivas, o momento de transio da fase em que mantinham o esprito tradicional dos arquitetos portugueses para a quadra privilegiada em que, libertando-se daquele esprito, puderam realizar as obras mais genunas da arquitetura brasileira. Esta viso normativa da arquitetura colonial direcionou tanto a seleo dos bens a serem tombados pelo SPHAN, como seus critrios de preservao, at a primeira metade da dcada de 70. O carter nacional do patrimnio, ou seja, o da originalidade da nao frente ao mundo europeu, expressouse no privilgio concedido s igrejas dos sculos XVII e XVIII. O carter estatal, pela seleo de casas de cmaras e cadeias, fortes e palcios. As elites por suas manses e sedes de fazendas. A sociedade jamais apareceu como agente desse passado, mas s segmentos seus: o estado, as elites, a igreja e por meio no da norma cotidiana, mas do excepcional, no do coletivo, mas do isolado, do nico. Estes foram os escolhidos pelo SPHAN como cones da nao por sua relao a fatos histricos memorveis e, sobretudo, por suas qualidades construtivas e estticas. At o final de 1969, haviam sido tombados 803 bens, dentre os quais 368 de arquitetura religiosa, 289 de arquitetura civil e 43 de arquitetura militar. A maioria destes monumentos esto localizados em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. A preservao destes monumentos foi concebida com uma restaurao arquitetnica de seus elementos originais. Quaisquer modificaes que tivessem sido agregadas ao longo dos sculos deveriam ser expurgadas. A conseqncia lgica desta postura dos arquitetos que atuavam no SPHAN foi um desprezo pela arquitetura ecltica do sculo XIX, pelos edifcios do sculo XX, pela arquitetura dos imigrantes, sobretudo na regio sul, e pela arquitetura do ferro no Brasil. Estes exemplares eram descartados sob o pretexto de que no eram representativos de uma arquitetura genuinamente nacional.

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Com este quadro, no pretendemos desqualificar o SPHAN e seus precursores, mas apenas situ-los num determinado momento histrico de montagem do Estado brasileiro, que no mais se coaduna com a realidade atual que pede um Estado democrtico e pluralista. O prprio SPHAN reconhece isto e, desde pelo menos a gesto de Alosio Magalhes, tende a privilegiar a heterogeneidade cultural de um modo bastante refinado e preciso respeitar essa diretriz. No contexto de uma democratizao da poltica federal de patrimnio nas dcadas de 70 e 80, o Centro Nacional de Referncia Cultural (CNRC) de Alosio Magalhes adotou um conceito mais amplo e antropolgico de patrimnio, abandonando a idia de que o patrimnio histrico e artstico deveria ser uma histria das formas e estilos da classe dirigente brasileira . No entanto, se, por um lado, procurou-se valorizar a cultura de grupos at ento menosprezados, como indgenas e negros, por outro, no se pensou em alternativas de reavaliao do patrimnio edificado j tombado sob esta nova tica pluralista e democrtica. Como inserir este patrimnio em uma nova narrativa da histria nacional no qual no predomine um ponto de vista totalitrio e centralizador? esta indagao que coloca o material apresentado pelo Projeto Monumenta, que ainda permanece identificado com a poltica da pedra e cal do SPHAN de Rodrigo Andrade, mesmo que seu plano diretor expresse a preocupao em ressaltar a diversidade cultural brasileira. Como j foi comentado no diagnstico deste material, algumas superintendncias so priorizadas (MG e BA), e, dentro delas, sobretudo, o branco, o oficial, o catlico, o rico, o Barroco, o puro, o esteticamente perfeito etc. O prprio edificado representa uma seleo, vis que j um limite para a produo de memria e para o estabelecimento de critrios objetivos. Qualquer investimento nessa rea fortalecer o esquema existente, mas pode amenizar seus efeitos de viso nica ou, ao menos, largamente hegemnica. , portanto, a partir da problematizao destes limites que sero formulados os critrios de anlise do material disponvel. Neste sentido, cabe discutir inicialmente a definio dos critrios histricos a serem utilizados, ponto este pouco trabalhado pelo SPHAN, que sempre estava mais voltado para critrios de ordem artstica. 3.3. Patrimnio, Memria e Histria Em primeiro lugar, h que se distinguir o vis do historiador e do arquiteto frente ao patrimnio edificado. Para este ltimo, preservar significa geralmente restaurar arquitetonicamente. Para o historiador, os imveis devem ser preservados no por suas qualidades arquitetnicas, nem por inserir-se na grande histria (a 1 ocupao de tal regio, etc.), mas pelo que nos revelam de outras vivncias, outros modos de ser que nos precederam, que sugiram como o tempo altera e mantm os modos de vivncia social no territrio. O historiador pensa o Bem como lugar de memria, conceito bem expresso pelo termo alemo Denkmal. Lugar complexo, que envolve conhecimento e sentimentos, um lugar de reconhecimento, de compartilhamento de emoes e saberes. Antes que entender o patrimnio como um bem a ser preservado para o mero estudo acadmico, o historiador o enxerga pela inteligibilidade histrica que o mesmo pode oferecer seja para ele, historiador, seja para a populao. Em outras palavras, enfatiza seu papel na produo de memrias e na criao de vnculos de identidade, uma funo simblico-afetiva. O patrimnio, portanto, no delineia apenas uma memria mas nveis de memria, diversos que podem estar em oposio. O que pensar ento da recorrente associao entre patrimnio e memria nacional? Nos atuais debates sobre os rumos da poltica de preservao no Brasil e na Europa, observa-se uma tendncia a dissociar os conceitos de patrimnio e de nao. O pressuposto desta postura evidente. Trata-se de contestar o papel do Estado como nico agente ordenador da sociedade e legitimador de sua identidade. A atribuio de valor a um monumento no pode ser monoplio do Estado, mas deve contemplar a multiplicidade de significaes e valores que lhe so atribudos, em um mesmo momento e contexto, a um mesmo Bem, por grupos econmico, social e culturalmente diferenciados.

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No h dvida de que o Estado tem uma relao ambivalente com o patrimnio. Por um lado, valorizao como elemento integrador da nacionalidade. Por outro, tende a converter as realidades locais em abstraes poltico-culturais, em smbolos de identidade nacional em que se diluem as particularidades e os conflitos. , porm, este ltimo aspecto que deve ser criticado. O nacional pode permanecer como instncia unificadora, s que lido diferentemente. O estudo do patrimnio visa contribuir para a afirmao da nao, no como algo homogneo e pacfico, mas como aquilo que une e concentra grupos sociais preocupados com a forma como habitam seus espaos e produzem suas memrias. Em suma, h diferentes nveis na memria coletiva, com diferentes abrangncias. Desde memrias mais abstratas e gerais/compreensivas, como a cientfica ou a chamada da humanidade, at nacionais, regionais ou locais. O significado de um bem no se encontra apenas no passado, mas sobretudo nas demandas por memria do presente. H vrias: a cientfica, a nacional/estatal/oficial/ensinada, a setorial (ex. negros), a regional (ex. imigrantes), a setorial local (ex. moradores de Vila Mariana, em SP). A demanda hoje se ampliou, envolvendo vrios segmentos, ainda que a maioria continue excluda. O Estado, portanto, deve no apenas atender, mas orientar a demanda, segundo a diversidade, pluralidade, polticas positivas e compensatrias. O sculo XVIII era importante para quem? Para uma elite urbana esclarecida, com razes rurais? E hoje? Depende da regio: no Amazonas ou Par pode ser o ciclo da borracha, que vincula a regio idia de unidade nacional como unidade de sistema econmico, mas tambm ao auge das elites locais, em oposio a uma memria local, indgena, completamente ausente de nosso patrimnio edificado. De qualquer modo seria do sculo XIX em diante. No sul, talvez o imigrante. A prpria temtica da imigrao no tem a mesma importncia em todo o pas. Critrios nacionais s so possveis numa narrativa nacional que inclua a idia da diversidade regional, da regionalizao do pas. Pois Minas Gerais no a expresso artstica e arquitetnica do pas, mas de uma certa poro geogrfica de uma certa parte da populao do pas, que usada para representar o todo. Esse processo metonmico um ato de poder. preciso que redefinamos que partes so necessrias para representar esse todo hoje. Essa a chave: o patrimnio de carter regional tambm nacional, pois a nacionalidade no a supresso das especificidades locais, mas as compreende. A nao no mais entendida como unidade homognea, mtica, original, mas como unidade que traz em si a heterogeneidade e o conflito. H unidade na diversidade e no conflito e h conflito e heterogeneidade na unidade. 3.4. Fundamentao dos critrios Tendo em vista o que foi discutido at aqui, a definio dos critrios deve ter, por tica mais ampla, o estado-nacional brasileiro, democrtico e plural segundo duas perspectivas: a da memria coletiva e a do conhecimento. Como a prioridade da Histria acadmica a produo de inteligibilidade sobre o real, o critrio primeiro e fundador ser o da inteligibilidade maior ou menor do patrimnio e no da intensidade de emoes que possa ocasionar. Neste sentido, em uma classificao prvia dos tipos de Stios e Conjuntos, temos o seguinte: a) Stios Histricos Urbanos Nacionais pois apresentam; 2) organicidade (ou seja, podem ser compreendidos como conjunto organicamente funcional); 3) complementaridade (mostram grande variedade de funes); 4) completude (mostram-na com o mnimo de lacunas, abrangendo pblico e privado, sagrado e religioso, comrcio, industria e habitao, elite e popular, autctone e exgeno); 5) com grande densidade cronolgica (ou seja, incorporando o passar dos sculos, mas mantendo blocos inteligveis do que precedeu), representando o tecido urbano em sua histria de modo inteligvel. b) Sero valorizados nos Stios Histricos Urbanos Nacionais e nos Conjuntos Urbanos Histricos Nacionais os documentos de regies, perodos e processos sociais que so fundamentais para a compreenso do

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presente e para uma regionalizao da memria nacional (ainda centrada no eixo BA, MG, RJ, SP). Isso significa valorizar as regies Norte e Sul, os sculos XIX e XX, o mundo do trabalho, a imigrao (no Sul), os indgenas (sobretudo no Norte) e o negro no pas inteiro. Por outro lado, h que se preservar critrios de antigidade e escassez, sobretudo para os sculos XVI e XVII. c) Valorizar os Conjuntos Urbanos Histricos Nacionais que renam maior nmero dos critrios elencados acima e que possuam em seu interior bens de significado local ou regional singular. 4. Sistematizao da Tipologia Os tipos esto estruturados por grau de inteligibilidade, ou seja, abrangncia funcional e organicidade de seus componentes internos, na ordem de sua prioridade: 4.1. Tipologia 1) Stios Histricos Urbanos Nacionais de grande abrangncia (incluindo centro urbano, reas residenciais, comerciais, industriais e paisagens). 2) Stios Histricos Urbanos Nacionais de mdia abrangncia (o centro urbano). 3) Stios Histricos Urbanos Nacionais de pequena abrangncia (sem o centro urbano). 4) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais orgnico completo (que possui inteligibilidade como conjunto, ou seja, ao qual pode ser atribudo um sentido unitrio numa narrativa histrica, seja pela simultaneidade, pela complementaridade ou pela seqencialidade). 5) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais orgnico simultneo (em que os elementos so historicamente contemporneos). 6) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais orgnico complementado (cujos elementos se complementam enquanto funes urbanas). 7) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais orgnico seqencial (que possui densidade cronolgica inteligvel). 8) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais inorgnico (composto por elementos sem relao de complementaridade, simultaneidade ou seqencialidade). 9) Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais inorgnico com monumento de singular importncia (unicidade, antigidade, iconicidade na Histria nacional). 4.2. Proposta de critrios de priorizao (por ordem de importncia) 1) Social (valorizar a apario de novos agentes sociais, tanto segmentares como parcelares, ou seja, com e sem conscincia grupal: grupos tnicos, religiosos, sociais, regionais em sua diversidade e na pluralidade que constitui a nao). 2) Regional (valorizar os vazios da memria: o Norte, o Sul e o Centro-oeste, ou seja, o que saia do eixo MG, RJ, SP, BA). 3) Densidade cronolgica (valorizar a inteligibilidade do tempo, a complexidade cronolgica, contra o mito e o fantasma da pureza original).

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4) Vazio cronolgico (valorizar o sculo XVI, pela escassez de monumentos, o sculo XIX e o XX, pela raridade entre o patrimnio tombado e pela importncia para a Histria presente). No banco de dados, estas prioridades so assim apresentadas: prioridade social, prioridade regional, prioridade por densidade cronolgica e prioridade por vazio cronolgico. 5. Banco de dados Alm da tipologia e das prioridades, o banco de dados (construdo em Microsoft Access 97) apresenta as seguintes informaes sobre os Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais: 1. Nome; 2. Caracterizao (se Stios Histricos Urbanos Nacionais ou Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais); 3. Localizao (cidade e estado); 4. Porte da cidade; 5. Espao a que correspondem os Stios Histricos Urbanos Nacionais ou Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais; 6. Data de fundao do stio urbano; 7. Data de fundao do municpio; 8. Datao dos Stios Histricos Urbanos Nacionais ou Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais (original, predominante e final); 9. Histria e descrio dos Stios Histricos Urbanos Nacionais ou Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais; e, 10. Bibliografia/referncias.

6. Bibliografia consultada

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Quadro I - Listagem de Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, por EstadoN 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013 014 015 016 017 018 019 020 021 022 023 024 025 026 027 028 UF AM AL BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA BA CE CE CE CE DF ES MUNICPIO Manaus Penedo Cachoeira Itaparica Lenis Monte Santo Mucug Porto Seguro Rio de Contas Salvador Santa Cruz Cabrlia Jaguaripe Maragogipe Nazar Salvador Salvador Salvador Salvador Salvador Salvador Salvador Santo Amaro Ic Sobral Aracati Fortaleza Braslia Vitria S/C NOME S S S S S S S S S S S C C C C C C C C C C C S S S C S C Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Porto de Manaus Conjunto Histrico e Paisagstico de Penedo Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Cachoeira Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Itaparica Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Lenis Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico da serra do Monte Santo Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Mucug Municpio de Porto Seguro Conjunto Arquitetnico de Rio de Contas Centro Histrico de Salvador Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Cidade Alta de Santa Cruz Cabrlia Jaguaripe (Igreja Matriz Nossa Senhora Ajuda/Casa de Cmara e Cadeia/Casa do Ouvidor) Maragogipe (Igreja Matriz So Bartolomeu/Casa de Cmara e Cadeia) Nazar (Igreja Matriz Nossa Senhora Nazar/Igreja Nossa Senhora Conceio/Igreja Nossa Senhora Camamu) Mont Serrat (Forte Mont Serrat/Igreja e Mosteiro Mont Serrat) Penha (Igreja Nossa Senhora da Penha/Antigo Palcio Vero) Pilar (Igreja Pilar) Bonfim (Igreja Senhor do Bonfim/casario) So Joaquim (Casa Pia e Colgio dos rfos de So Joaquim/casa Av. Frederico Pontes) Praa Cair (Forte So Marcelo/Alfndega Praa Cair) Barra (Forte Santo Antnio da Barra/Forte Santa Maria/Igreja Santo Antnio da Barra) Santo Amaro (Igreja Matriz Nossa Senhora da Purificao/Casa de Cmara e Cadeia/Santa Casa) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Ic Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Sobral Aracati (Casa de Cmara e Cadeia/Igreja Matriz) Fortaleza (Passeio Pblico/Teatro Jos de Alencar) Conjunto Urbanstico de Braslia Cidade Alta de Vitria (igrejas/casas)

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029 030 031 032 033 034 035 036 037 038 039 040 041 042 043 044 045 046 047 048 049 050 051 052 053 054 055 056 057 058 059 060 061 062 063 064

GO GO GO MA MA MA MA MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MG MS MT MT PA PA PA PA PB PE

Gois Pilar de Gois Pirenpolis Alcntara So Lus So Lus So Lus Belo Horizonte Cataguases Congonhas Diamantina Mariana Nova Era Ouro Preto Piranga Sabar So Joo del Rei Serro Tiradentes Caet

S S S S S S C S S S S S S S S S S S S C

Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Gois Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Pilar de Gois Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Pirenpolis Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Alcntara Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de So Luiz Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa Gonalves Dias Fbrica Santa Amlia (antiga fbrica Santa Amlia/Fonte de Pedras) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Orla da Lagoa da Pampulha Conjunto Histrico, Arquitetnico e Paisagstico de Cataguazes Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Congonhas do Campo Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Diamantina Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Mariana Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa da Matriz de Nova Era Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Ouro Preto Conjunto Arq. e Paisagstico Santurio do Senhor Bom Jesus de Matozinhos Conjunto Arquitetnico e Urbanstico da Rua D. Pedro II Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de So Joo de Rei Conjunto Arquitetnico e Urbanstico do Serro Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Tiradentes Caet (Igreja Matriz Nossa Senhora do Bonsucesso/Igreja Nossa Senhora do Rosrio/Museu Regional) Conceio do Mato Dentro (Ig. Matriz N.S. Conceio/Igreja Nossa Senhora Rosrio/ Chafariz) Itaverava (Igreja Matriz Nossa Senhora Bonsucesso/Igreja Nossa Senhora do Rosrio/Museu Regional) Santa Rita Duro (Igreja Matriz Nossa Senhora Nazar/Igreja Nossa Senhora Rosrio) Minas Novas (Igreja Matriz So Francisco de Assis/Igrejas So Jos e So Gonalo/ Sobrado) Sabar (igrejas/passos/chafarizes) Santa Brbara (igrejas/capelas/Centro de Cultura) Santa Luzia (Igreja Matriz Santa Luzia/Recolhimento de Macabas/Casa Praa Matriz) Conjunto Histrico, Arquitetnico e Paisagstico de Corumb Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Cuiab Vila Bela S. Trindade (runas da Igreja Matriz/Palcio dos Capites Generais) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico Ver-o-Peso Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico da Praa Frei Caetano Brando Conjunto Arquitetnico da Avenida Nazareth Conjunto Arquitetnico da Avenida Governador Jos Malcher Joo Pessoa (Convento e Igreja de Santo Antnio/igrejas/sobrados) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Igarassu

Conceio do Mato Dentro C Itaverava Mariana Minas Novas Sabar Santa Brbara Santa Luzia Corumb Cuiab V. Bela S. Trindade Belm Belm Belm Belm Joo Pessoa Igarassu C C C C C C S S C S S S S C S

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065 066 067 068 069 070 071 072 073 074 075 076 077 078 079 080 081 082 083 084 085 086 087 088 089 090 091 092 093 094 095 096 097 098 099 100 101

PE PE PE PE PI PR PR PR RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RN RS RS RS RS RS SC SC SC SE SE SP SP SP SP TO

Olinda Recife Recife Goiana Oeiras Curitiba Lapa Paranagu Angra dos Reis Nova Friburgo Parati Petrpolis Petroplis Rio de Janeiro Rio de Janeiro Vassouras Angra dos Reis Itabora Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Natal Antnio Prado Pelotas Piratini Porto Alegre Rio Grande Laguna So Francisco do Sul Florianpolis So Cristvo Laranjeiras Carapicuba Itu Santos So Paulo Natividade

S S C C C C S C S S S S S S S S C C C C C C S C C S C S S C S S S C C C S

Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Olinda Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico do Antigo Bairro do Recife Ptio de So Pedro (Igreja de So Pedro dos Clrigos/ptio) rea do Rosrio (igrejas/convento) Oeiras (Igreja Matriz Nossa Senhora da Vitria/sobrado Joo Nepomuceno) Curitiba (conjunto no entorno do Antigo Pao Municipal) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Lapa Paranagu (igrejas/Colgio dos Jesutas) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da localidade de Mambucaba Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa Getlio Vargas Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Parati Conjunto Urbano Paisagstico da Avenida Koeller Conjunto Urbano Paisagstico da Companhia Petropolitana de Tecidos - Cascatinha Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Morro do Valongo rea Central da Praa XV de Novembro Conjunto Urbano Paisagstico da Cidade de Vassouras Centro Histrico (igrejas/sobrados) Praa Central (Igreja Matriz So Joo Batista/casa do Visconde de Itabora) Catete (Palcio do Catete com respectivo Parque/conjunto arquitetnico) Cinelndia (Biblioteca Nacional/Passeio Pblico/chafariz Praa Mahatma Gandhi) Praa Tiradentes (Igreja do Santissimo Sacramento/Solar Visconde Rio Seco/Monumento D. Pedro I) Corredor Cultural (Palcio Potengi/Museu Caf Filho) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Antnio Prado Pelotas (Prdios na Praa Coronel Pedro Osrio) Piratini (Palcio Farroupilha/Casa de Garibaldi) Porto Alegre (Cais do Porto/Correios e Telgrafos) Rio Grande (Igreja Matriz So Pedro/Casas da Alfndega) Conjunto Histrico de Laguna Conjunto Histrico e Paisagstico de So Francisco do Sul Florianpolis (Casa Natal Vitor Meirelles/antiga Alfndega/Forte) Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de So Cristvo Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Cidade de Laranjeiras Conjunto Arquitetnico e Urbanstico da Aldeia de Carapicuba Itu (Convento Nossa Senhora Carmo/Igreja Matriz Nossa Senhora Candelria/Museu Repblica) Santos (Casa de Cmara e Cadeia/igrejas/casas) rea da Luz (Estao da Luz) Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Natividade

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

RELATRIO FINAL DO GRUPO DE TRABALHO

PROGRAMA MONUMENTA PRIORIDADES DE CONSERVAO

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

I - Composio do Grupo de Trabalho A composio do Grupo de Trabalho obedeceu ao previsto no Contrato de Emprstimo, a saber: a) pelo menos um tero constitudo de especialistas independentes em patrimnio cultural, preferencialmente oriundos de ONGs, fundaes e universidades; b) especialistas em patrimnio cultural, oriundos de entidades estaduais e municipais; (c) representantes do rgo Executor, do IPHAN, da EMBRATUR e do Ministrio da Educao, constituindo at um tero do total; e, (d) a UNESCO, convidada a indicar um especialista. Os membros dos Grupo de Trabalho, conforme as categorias citadas, foram os seguintes:

ESPECIALISTAS INDEPENDENTES

ngela Gutierrez - MG

Empresria Diretora da Fundao Flvio Gutierrez / Museu do Oratrio Historiador Presidente do Instituto Histrico Geogrfico Brasileiro Advogada e Jornalista Coordenadora Tcnica do Projeto Resgate Filsofo e Pedagogo Diretor de Extenso da Universidade Federal de Santa Catarina Fsico Reitor da Universidade Federal de Sergipe Senador da Repblica Historiador Diretor do Inst de Cincias Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto Jurista e Historiador Ministro do Tribunal de Contas da Unio Filsofo e Telogo. Especialista em Bens Culturais da Igreja. Diretor do Centro Cultural So Francisco Joo Pessoa

Arno Wheling - RJ

Ester Bertoletti - RJ

Golias Silva - SC

Jos Fernandes Lima - SE

Lcio Alcntara - DF

Luiz Carlos Villalta - MG

Marcos Vincius Vilaa - DF

Padre Ernando Teixeira - PB

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Padre Pedro Incio Schmitz - RS

Historiador e Telogo Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - RS Poeta, Economista e Historiador Professor da Universidade de Braslia

Paulo Bertran W. Chaibub - DF

REPRESENTANTES DE RGOS INTERNACIONAL, FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAISAlexander Nicolaeff - RJ Arquiteto Diretor do Departamento Geral de Patrimnio Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro, representando rgos municipais Arquiteta Assessora de Cultura da Representao da UNESCO no Brasil, representando esse Organismo Jornalista Diretora de Marketing da EMBRATUR, representando essa Instituio Arte - Educadora Consultora da Secretaria de Educao Fundamental do MEC, representando esse Ministrio Arquiteta Diretora Geral do IPAC Bahia e Presidente do Icomos Brasil, epresentando rgos estaduais Doutora em Sociologia Coord. de Polticas da Secretaria do Patrimnio, Museus e Artes Plsticas do MinC, representando esse Ministrio Arquiteto e graduado em Comunicao Social Secretrio de Cultura do Par, representando rgos estaduais Arquiteta Gerente Executiva de Braslia do DEPROT - IPHAN, representando essa Instituio

Briane Bicca - DF

Carmem Inez Garcia - DF

Iveta Avila Fernandes - SP

Maria Adriana Castro - BA

Maria Ceclia Londres Fonseca - DF

Paulo Chaves - PA

Thays Pessoto - DF

II - 1 Etapa dos Trabalhos - Preparao Aps a abertura dos trabalhos pelo Ministro da Cultura, foram feitas as seguintes exposies preparatrias, que serviram de subsdio para as decises do Grupo de Trabalho:

Coordenador Nacional do Programa Monumenta

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Caracterizao e dados gerais do Programa; critrios de elegibilidade de novas cidades; objetivo de elaborao da Lista de Prioridades. Arquiteta Jurema Machado consultora do Programa Monumenta Definio e critrios de identificao das reas, que sero objeto de anlise do Grupo de Trabalho, ou seja, das 101 (cento e uma) reas urbanas denominadas Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais. Apresentao do Banco de Dados dos Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, no formato ACCESS, o qual foi disponibilizado para consulta pelos membros do Grupo de Trabalho. Professores Istvan Jancs e Pedro Puntoni Departamento de Histria da USP A representatividade ou vinculao dos Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais ao processo histrico de formao da nacionalidade. Construo de uma matriz de narrativa histrica e insero de cada stio, com base nas informaes levantadas para cada rea disponibilizada no Banco de Dados. Descrio da tipologia de stios/conjuntos proposta, a qual tem como critrios: sua expresso dentro das narrativas, seu carter, sua complexidade relativa, antigidade, representatividade e unicidade dentro de seu tipo. III - Construo do Modelo - Critrios de Hierarquizao Orientado pelo facilitador dos trabalhos, o Grupo passou a discutir os critrios de priorizao. A relao dos critrios adotados e definio textual feita pelo Grupo de Trabalho: Pluralidade Considerar a diversidade de aspectos sociais, tnicos e religiosos da cultura brasileira, evidenciada nos bens do patrimnio histrico e artstico nacional. Devem ser consideradas referncias, tais como: instituies de carter associativo, gremial ou mutualista (confrarias, bandeiras de ofcio, irmandades, grupos folclricos, autos teatrais, procisses, etc); memria operria; clubes e associaes semelhantes; expresses de religiosidade; representaes de diferentes grupos de imigrantes; conjuntos de habitao popular de formao espontnea; e, cemitrios religiosos e indgenas. Descentralizao Os marcos histricos significativos esto distribudos por todo o territrio nacional formando diferentes identidades regionais. Um stio ou conjunto histrico/artstico ser visto e avaliado por sua visibilidade no conjunto da memria de sua regio e sua restaurao dever potencializar outros que o rodeiam.38

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Por essa razo torna-se necessrio que haja uma distribuio mais equilibrada dos recursos a serem aplicados. Homogeneidade / Diversidade Considerar os lugares que apresentem homogeneidade, tanto sob o aspecto cronolgico, quanto a unidade morfolgica e estilstica. Inversamente, e sob os mesmos critrios, considerar os lugares onde a diversidade tenha expressiva significao histrica e cultural. Como avaliar a Homogeneidade: Cronolgica - Stios e Monumentos representativos de uma mesma poca. Ex: um conjunto do perodo barroco (Ouro Preto), Moderno (Braslia); e, Morfolgica - a unidade e o equilbrio formal, na paisagem, de edificaes, arruamentos, logradouros e outros, de conjuntos representativos de uma mesma poca. Como avaliar a Diversidade: Cronolgica - Stios e Monumentos que acumulam representaes de vrias pocas. Ex : conjuntos que permitam, no mesmo lugar, a leitura de diversos tempos histricos (Rio de Janeiro); e, Morfolgico - o equilbrio e a harmonia, muitas vezes contrastantes, de edifcios, arruamentos, logradouros e outros, de estilos distintos. Singularidade Embora, em princpio, todos os bens tombados sejam valorizados enquanto singulares, outras acumulam caractersticas de rara ocorrncia no conjunto que lhes confere preponderncia desse ponto de vista. Singularidade - exemplar nico ou excepcionalmente representativo de uma determinada tipologia: Histrica/etnogrfica - Antnio Prado; Morfolgica - Urbana/Arquitetnica - Braslia; Paisagem e Ambiente - Parati, Salvador; e, Estilstica - So Luis, Pelotas. Vazio cronolgico Diz respeito ao interesse na preservao de Stios/Conjuntos que representam todos os perodos da nossa histria. Deve ser valorizado o stio/conjunto cuja poca no tenha sido devidamente contemplada tanto em nvel nacional, como regional. Risco Fatores de risco quanto permanncia do Stio/Conjunto. Ocorrncia de processos de degradao. Fatores fsicos: eroso, enchentes, deslizamentos de encostas, outros. Fatores biolgicos: vetores, fungos, outros.

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Fatores humanos: trfego, poluio, abandono, marginalidade social, uso predatrio, insuficincia de fiscalizao e de legislao estadual e municipal relativa ao bem e seu entorno. Este conjunto de critrios est graficamente representado pela Matriz apresentada a seguir, que contm ainda os pesos finais atribudos a cada critrio. Tais pesos resultaram de simulaes da aplicao da Matriz s 101 reas, alm de testes de consistncia feitos pelo Grupo de Trabalho, sob orientao do facilitador.

PLURALIDADE

DESCENTRALIZAO

16%

12%

HOMOGENEIDADE DIVERSIDADE

SINGULARIDADE

20%

27%

VAZIO CRONOLGICO

RISCO

10%

15%

SOCIAL

TNICO

RELIGIOSO

N DE BENS

ARQUIT/ ARTE

STIO/ PAISAG.

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

MA A M B

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

IV - Resultado - A Lista de Prioridades de Conservao A aplicao dos critrios resultou na priorizao final apresentada no Anexo I. Cabe registrar que o Grupo de Trabalho, por razes conceituais e operacionais, optou por analisar conjuntamente, ou seja, por fundir, alguns Stios Histricos Urbanos Nacionais e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais nos casos em que estes eram complementares, adjacentes ou muito prximos. Casos de fuso:

Belm - Centro Histrico (passa a incluir Ver-o-Peso e Praa Frei Caetano Brando); Rio de Janeiro - Centro Histrico (passa a incluir Praa XV, Candelria e Cinelndia); Sabar - Sabar (passa a incluir Pedro II e Sabar); So Luis - Centro Histrico (passa a incluir So Luis e Praa Gonalves Dias); Salvador - Centro Histrico (passa a incluir Pelourinho, Pilar e Cair). Desta forma, a Lista inicial proposta para anlise pelo Grupo de Trabalho ficou reduzida de 101(cento e um) para 94 (noventa e quatro) Stios Histricos Urbanos Nacionais / Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais, sem prejuzo da anlise de todas as reas originalmente propostas. V - Recomendaes Finais Na sua reunio de fechamento dos trabalhos, o Grupo de Trabalho apresentou consideraes e recomendaes que so transcritas a seguir. CONSIDERANDO A oportunidade que o Grupo de Trabalho teve de participar de uma experincia exemplar, rica e frutfera; Que o trabalho realizado deve ser caracterizado como marco de um processo que dever ter continuidade e ser permanentemente aperfeioado e avaliado; e,

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Que, em que pese a satisfao do Grupo de Trabalho com os resultados obtidos, cabe sugerir aes para seu aprimoramento. O GRUPO SUGERE QUE O PROGRAMA MONUMENTA INCLUA DENTRE AS SUAS AES DENTRE AS SUAS AES: 1 - A realizao de Inventrios de Referncias Culturais nas reas objeto de interveno, acompanhando os inventrios de bens imveis e mveis. 2 - A valorizao e preservao de acervos documentais nas reas/regies objeto de interveno, por meio de aes de identificao, capacitao de agentes municipais de cultura, treinamento de mo-deobra, medidas de conservao, entre outros. 3 - A disponibilizao do Banco de Dados que subsidiou os trabalhos de hierarquizao para estados, municpios, organizaes no governamentais e todos aqueles que demandarem informaes sobre as reas Urbanas Tombadas em nvel Federal. 4 - A promoo de uma reavaliao peridica da Lista de Prioridades em razo do dinamismo da situao das reas urbanas tombadas, assim como do aprimoramento dos critrios de anlise. 5 - O fornecimento de subsdios para o aprimoramento dos critrios de anlise nos seguintes aspectos: 5.1. concepo de uma Tipologia de bens que considere suas especificidades, possibilitando a aplicao diferenciada dos critrios; 5.2. especial ateno para o critrio de Pluralidade, cujo aprimoramento ser possibilitado pelos Inventrios de Referncias Culturais das reas de interveno; 5.3. o refinamento da valorao da Singularidade a partir do nmero de Bens Tombados, por intermdio da introduo de outras ponderaes relevantes; 5.4. a ampliao do critrio de Vazio Cronolgico para outras situaes relevantes para a formao da nao, na viso dos especialistas da rea; e, 5.5. a incorporao ao Banco de Dados, sempre que possvel, das informaes reunidas pelo Projeto Resgate.

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Anexo II LISTA DE PRIORIDADES DE CONSERVAO, POR ORDEM DE CLASSIFICAO

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Quadro I Lista de Prioridades de Conservao, por Ordem de ClassificaoN 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 UF MA PA MA GO PB PE RS BA MG BA CE DF MS MG RJ SP RS TO MG MG AL RS SC PI SP BA SE Municpio So Lus Belm Alcntara Gois Joo Pessoa Olinda Porto Alegre Cachoeira Ouro Preto Salvador Ic Braslia Corumb Tiradentes Rio de Janeiro Carapicuba Antnio Prado Natividade Congonhas Diamantina Penedo Pelotas So Francisco do Sul Oeiras So Paulo Lenis Laranjeiras Nome Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de So Lus e Praa Gonalves Dias Centro Histrico (Ver-o-Peso/Praa Frei Caetano Brando) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Alcntara Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Gois Joo Pessoa (Convento e Igreja de Santo Antnio/igrejas/sobrados) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Olinda Porto Alegre (Cais do Porto/Correios e Telgrafos) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Cachoeira Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Ouro Preto Centro Histrico (Pelourinho/Pilar/ Praa Cair) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Ic Conjunto Urbanstico de Braslia Conjunto Histrico, Arquitetnico e Paisagstico de Cuiab Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Tiradentes Centro Histrico (Cinelndia/Candelria/Praa XV de Novembro /Praa Tiradentes) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico da aldeia de Carapicuba Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Antnio Prado Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Natividade Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Congonhas do Campo Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Diamantina Conjunto Histrico e Paisagstico de Penedo Pelotas (Prdios na Praa Coronel Pedro Osrio) Conjunto Histrico e Paisagstico de So Francisco do Sul Oeiras (Igreja Matriz Nossa Senhora da Vitria/Sobrado Joo Nepomuceno) rea da Luz (Estao da Luz) Conjunto Histrico e Paisagsticode Lenis Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Laranjeiras Pontuao 0,973 0,943 0,903 0,893 0,880 0,857 0,844 0,824 0,824 0,794 0,792 0,791 0,783 0,776 0,773 0,771 0,767 0,766 0,759 0,752 0,747 0,731 0,731 0,719 0,716 0,709 0,705

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61

RJ MG BA AM SE GO MG BA PE ES RJ MG SC MT PR PE BA GO RN RJ CE CE RS BA RJ PR MG SC BA MG MG RS MT SP

Parati Mariana Porto Seguro Manaus So Cristvo Pirenpolis Serro Monte Santo Recife Vitria Petrpolis So Joo del Rei Laguna Cuiab Paranagu Goiana Jaguaripe Pilar de Gois Natal Rio de Janeiro Aracati Sobral Rio Grande Rio de Contas Vassouras Lapa Cataguases Florianpolis Santa Cruz Cabrlia

Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Parati Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Mariana Municpio de Porto Seguro Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Porto de Manaus Conjunto Arquitetnico Urbanstico e Paisagstico de So Cristvo Conjunto Arquitetnico Urbanstico e Paisagstico de Pirenpolis Conjunto Arquitetnico e Urbanstico do Serro Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Monte Santo Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico do Antigo Bairro do Recife Cidade Alta de Vitria (igrejas/casas) Conjunto Urbano Paisagstico da avenida Koeller Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de So Joo del Rei Conjunto Histrico da Cidade de Laguna Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Cuiab Paranagu (igrejas/Colgio dos Jesutas) rea do Rosrio (igrejas/convento)

0,702 0,698 0,697 0,696 0,694 0,685 0,676 0,672 0,652 0,651 0,651 0,646 0,642 0,642 0,610 0,607

Jaguaripe (Igreja Matriz Nossa Senhora da Ajuda/Casa de Cmara e Cadeia/Casa do 0,603 Ouvidor) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Pilar de Gois Corredor Cultural (Palcio Potengi/Museu Caf Filho) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Morro do Valongo Aracati (Casa de Cmara e Cadeia/Igreja Matriz) Conjunto Arquitetnico e Urbanstico de Sobral Rio Grande (Igreja Matriz So Pedro/Casas da Alfndega) Conjunto Arquitetnico de Rio de Contas Conjunto urbano Paisagstico da Cidade de Vassouras Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Lapa Conjunto Histrico, Arquitetnico e Paisagstico de Cataguazes Florianpolis (Casa Natal Vitor Meirelles/antiga Alfndega/Forte) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Cidade Alta de Santa Cruz de Cabrlia 0,603 0,600 0,596 0,589 0,584 0,581 0,575 0,573 0,561 0,558 0,549 0,547

Conceio do Mato Conceio do Mato Dentro (Igreja Matriz Nossa Senhora Conceio/Igreja Nossa Senhora 0,543 Dentro do Rosrio/Chafariz) Sabar Piratini Conjunto Arq., Urbanstico da R. D. Pedro II/Sabar (igrejas/passos/chafarizes) Piratini (Palcio Farroupilha/Casa de Garibaldi) 0,533 0,529 0,528

Vila Bela Santa Trindade Vila Bela Santa Trindade (runas da Igreja Matriz/Palcio dos Capites Generais)

Itu

Itu (Convento Nossa Senhora do Carmo/Igreja Matriz Nossa Senhora Candelria/Museu 0,522 Repblica)

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Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

PE BA MG PA PA SP BA BA RJ BA RJ BA BA MA MG MG BA RJ MG BA BA MG RJ PR MG MG MG MG CE PE BA RJ RJ

Igarassu Mucug Belo Horizonte Belm Belm Santos Salvador Nazar Rio de Janeiro Santo Amaro Petrpolis Salvador Salvador So Lus Nova Era Santa Brbara Salvador Angra dos Reis Santa Luzia Maragogipe Itaparica Caet Angra dos Reis Curitiba Itaverava Piranga Mariana Minas Novas Fortaleza Recife Salvador Nova Friburgo Itabora

Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Igarassu Conjunto Arquitetnico e Paisagstico de Mucug Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Orla da Lagoa da Pampulha Conjunto Arquitetnico da Avenida Governador Jos Malcher Conjunto Arquitetnico da Avenida Nazareth Santos (Casa de Cmara e Cadeia/igrejas/casas) Mont Serrat (Forte Mont Serrat/Igreja Mosteiro Nossa Senhora Mont Serrat) Nazar (Igreja Matriz So Bartolomeu/Casa de Cmara e Cadeia) Catete (Palcio do Catete com respectivo Parque/conjunto arquitetnico) Santo Amaro (Igreja Matriz N.S. Purificao/Casa de Cmara Cadeia/ Santa Casa) Conjunto Urbano Paisagstico da Companhia Petropolitana de Tecidos - Cascatinha

0,510 0,505 0,504 0,498 0,478 0,471 0,456 0,451 0,439 0,431 0,415

Barra (Forte Santo Antnio da Barra/Forte Santa Maria/Igreja Santo Antnio da 0,411 Barra) Penha (Igreja Nossa Senhora Penha/ Antigo Palcio Vero) Fbrica Santa Amlia (antiga fbrica Santa Amlia/Fonte de Pedras) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa da Matriz de Nova Era Santa Brbara (igrejas/capelas/Centro de Cultura) Bonfim (Igreja Senhor do Bonfim/casario) Mambucaba (igrejas/sobrados) Santa Luzia (Igreja Matriz Santa Luzia/Recolhimento de Macabas/Casa Praa Matriz) 0,411 0,403 0,403 0,402 0,390 0,388 0,386

Maragogipe (Igreja Matriz Nossa Senhora Nazar/Igreja Nossa Senhora da Conceio/ 0,384 Igreja Senhor Bonfim/casario) Conjunto Arquitetnico, Urbanstico e Paisagstico de Itaparica Caet (Igreja Mat. N. S. Bonsucesso/Igreja N.S.Rosrio/Museu Regional) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Localidade de Mambucaba Curitiba Conjunto no entorno do Antigo do Antigo Pao Municipal Itaverava (Igreja Matriz Santo Antnio/Sobrado Padre Taborda/casario) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico Santurio do Senhor Bom Jesus de Matozinhos Santa Rita Duro (Igreja Matriz Nossa Senhora do Nazar/Igreja N.S. Rosrio) Minas Novas (Igreja Matriz So Francisco Assis/Igrejas So Jos e So Gonalo) Fortaleza (Passeio Pblico/Teatro Jos de Alencar) Ptio So Pedro (Igreja de So Pedro dos Clrigos/ptio) 0,382 0,371 0,370 0,364 0,355 0,342 0,342 0,337 0,334 0,325

So Joaquim (Casa Pia e Colgio dos rfos de So Joaquim/casa Av. Fredeiro 0,325 Pontes) Conjunto Arquitetnico e Paisagstico da Praa Getlio Vargas Praa Central (Igreja Matriz So Joo Batista/casa do Visconde de Itabora) 0,295 0,200

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Stios Histricos e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais Norte Nordeste e Centro-Oeste

Ficha de Informaes Bsicas

Programa Monumenta

Conjunto Urbano de Monumentos NacionaisManaus Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Porto de Manaus

Amazonas47

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

IDENTIFICAO (1) NOME: Centro Histrico de Manaus (2) MUNICPIO: (3) ESTADO: (4) SR IPHAN:

Manaus

AM

1

CARACTERSTICAS DOS TOMBAMENTOS FEDERAIS NO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS (5) DENOMINAO: Mercado Pblico, 1.179-T-85 Teatro Amazonas, 693-T-66 Reservatrio do Moc, 1.127-T-84 Porto de Manaus Conjunto Arquitetnico e Paisagstico (6) DATA: 01/07/1987 20/12/1966 24/04/1985 14/10/1987 14/10/1987 (7) LIVRO DE TOMBO: LH insc. 514 fl. 98 LH insc. 390, fl. 63 LBA insc. 569, fl 09 LAEP insc. 100, fl 49 LBA insc. 589, fl 13

CARACTERSTICAS DOS TOMBAMENTOS ESTADUAIS OU MUNICIPAIS NO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS (8)DENOMINAO: (9)RESPONSVEL PELO TOMBAMENTO Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do AmazonasPrograma Monumenta

Teatro Amazonas Mercado Municipal Adolpho Lisboa Palcio da Justia; Instituto Geogrfico e Histrico do Amazonas Instituto Benjamim Constant Colgio Amazonense D. Pedro II Faculdade de Direito Centro de Convivncia do Idoso LBA Banco Ita Relgio Municipal Comando da Polcia Militar

Academia Amazonense de Letras; Grupo Escolar Saldanha Marinho Gov. do Estado do Amazonas

Manaus - Pgina 1 de 948

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

Igreja da Matriz Igreja dos Remdios Pao da Liberdade (antigo prdio da Prefeitura) Palcio Rio Negro; Palcio 5 de Setembro Toda a rea correspondente ao Conjunto Urbano de Monumento Nacional

Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Gov. do Estado do Amazonas Municpio de Manaus

FOTOGRAFIA DO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS

Teatro Amazonas e entorno

Mercado Municipal Adolpho Lisboa foto: Cristiano Mascaro - 2002

Complexo Porturio de Manaus foto: Cristiano Mascaro - 2002Programa Monumenta

Manaus - Pgina 2 de 949

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

OUTRAS PROTEES (10) EXISTNCIA DE PROTEO ESTADUAL DE CONJUNTO COINCIDENTE COM O CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS, TOTAL OU PARCIALMENTE DESCREVER: Decreto n 4.673, de 17 de maio de 1985, Cria o Setor Especial das Unidades de Interesse de Preservao, no qual o CUNM est totalmente inserido. A rea do Conjunto Urbano de Monumentos Nacionais eqivale a 50% da rea do Decreto Estadual. (11) EXISTNCIA DE PROTEO MUNICIPAL DE CONJUNTO COINCIDENTE COM O CONJUNTO URBANO DE MONUMENTO NACIONAL, TOTAL OU PARCIALMENTE DESCREVER: Lei Orgnica do municpio de Manaus LOMAN, de 05.04.1990, que, em seus artigos 235 e 242 define, respectivamente as ruas do Centro Histrico e Centro Antigo Tombado. O Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais est totalmente inserido na rea delimitada pela LOMAN, correspondendo a, aproximadamente, 30% da rea protegida pelo Municpio. (12) JUSTIFICAR A SELEO DO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTO NACIONAL: O Conjunto selecionado para tombamento pelo IPHAN corresponde aos entornos de Bens j tombados pelas esferas federais, estaduais e protegidos, enquanto rea urbana para preservao, tambm pela municipal. Trata-se de um conjunto de monumentos, edificaes, praas e infra-estrutura de esgoto, remanescentes do perodo ureo da Borracha, guardando, portanto, unidade conceitual que justifica serem englobados por um permetro nico. O Conjunto Urbano de Monumento Nacional limita-se, ao sul, com o Conjunto Arquitetnico e Paisagstico do Porto de Manaus, j protegido pelo IPHAN desde 14.10.1987 (1.192 T-86, LAEP inc.100, fl. 49 e LBA v.2. insc.589, fl.13), constituindo, assim, uma extenso da rea j protegida, em direo ao Mercado Adolpho Lisboa e ao Teatro Amazonas, monumentos federais protegidos isoladamente, que no tinham, no entanto, acautelamento federal para suas reas de entorno.

Programa Monumenta

Manaus - Pgina 3 de 950

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

MAPA DO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS, COM INDICAO DOS TOMBAMENTOS ISOLADOS

Programa Monumenta

Manaus - Pgina 4 de 951

Ficha de Informaes BsicasStios e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais

RELAO DO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS COM O CONTEXTO URBANO PORTE DA CIDADE ONDE SE INSERE O CONJUNTO URBANO NACIONAL:

(1) PEQUENO (at 50.000 hab.); (2) MDIO (at 400.000 hab.); e, (3) GRANDE (maior que 400.000 hab.).(4) POPULAO ESTIMADA NO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTO NACIONAL 11.000 (5) N ESTIMADO DE DOMICLIOS NO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTO NACIONAL 2.000 (6) RELAO ESPACIAL ENTRE O CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS E O CONTEXTO URBANO DESCREVER: O centro histrico corresponde Manaus do sculo XIX, cidade que cresceu em funo de seu papel como plo exportador da economia extrativista da Borracha. Desta forma, as ruas deste local se articulam com o porto, tendo um desenvolvimento radial a partir dele, com quarteires longos e poucas ruas paralelas ao porto e primitiva linha costeira. As reas de crescimento secundrio mais regulares, com quarteires quadrados, resultam do projeto urbanstico implantado por Eduardo Ribeiro, durante o governo de 1892 a 1896. Os espaos de ocupaes posteriores, na margem oposta do Igarap dos Educandos, no demostram o mesmo formalismo na distribuio das ruas. TIPOLOGIA FUNCIONAL DO CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS O CONJUNTO URBANO DE MONUMENTOS NACIONAIS CORRESPONDE:

(7) A TODA A REA URBANA DA CIDADE; (8) AO CENTRO HISTRICO DA CIDADE; e, (9) A UM BAIRRO, TRECHO OU FRAGMENTO DO ESPAO URBANO.(10) JUSTIFICAR A CLASSIFICAO, COM REFERNCIA SITUAO ATUAL E, SE POSSVEL, AO PROCESSO DE TOMBAMENTO: Os monumentos selecionados para tombamento pelo IPHAN so remanescentes do perodo ureo da Borracha, englobando todas as principais edificaes cvicas existentes at o incio do sculo XX, como os Monumentos Tombados pelo IPHAN, como o Teatro Amazonas e o Mercado Adolpho Lisboa e seus entornos, bem como vrios monumentos tombados pela esfera estadual. Constitui, tambm, entorno do Conjunto j tombado do Porto de Manaus, resultando em um Conjunto Urbano de Monumentos Nacionais inserido na rea do Centro Antigo Tombado pela Lei Orgnica do Municpio de Manaus, correspondendo a 30% dela. No tem, todavia, relao com as grandes reas de expanso mais recente, com dimenses muitas vezes superiores s acauteladas pelo IPHAN.Programa Monumenta

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FORMAO/REPRESENTATIVIDADE HISTRICO-CULTURAL Fundao do stio urbano: Fundao do municpio: Datao genrica (origem): Datao genrica (pre