Sistemas Prediais no universo BIM Aspectos práticos de projeto e estudo de caso

Palestrantes:

Wagner Xavier Alves – Projetar Engenharia de Sistemas Gustavo Maynart – Projetar Engenharia de Sistemas

AUBR-45

Objetivo Apresentar e compartilhar:

• Visão e desafios encontrados no início da implementação do BIM

• Experiência da PROJETAR no processo de transição para o uso da tecnologia BIM

• Estudo de caso

Sobre os Palestrantes

Wagner Xavier Alves, Engenheiro Eletricista, integra o corpo técnico da PROJETAR Projetos de Sistemas e acumula relevante experiência no desenvolvimento de projetos de sistemas prediais em empreendimentos de grande porte. Em todo o seu percurso profissional na área de projetos, atuou no desenvolvimento de processos, ferramentas e aplicativos para melhoria da produtividade, em diversas plataformas. Trabalha com a tecnologia BIM desde o início de sua disponibilização comercial.

email: wagner@projetar.com.br

Gustavo Maynart, Engenheiro Eletricista pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos, coordenador de projetos da PROJETAR Projetos de Sistemas, atua na área de projetos de sistemas prediais e industriais de grande porte, tem atuado na implantação de novos sistemas técnicos e gerenciais para elaboração de projetos, inclusive da tecnologia BIM desde 2006.

email: gustavo@projetar.com.br

Sistemas Prediais no Universo BIM - Aspectos Prátic os de Projeto e Estudo de Caso

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Parte 1 - Aspectos Práticos de Projeto

Visão e desafios

A PROJETAR não tem a pretensão de explicar o que é o BIM ou as suas vantagens, mesmo porque acreditamos que cada um já tenha a sua definição de BIM.

Qual a proposta desta palestra então?

A proposta desta palestra é compartilhar a experiência adquirida ao longo dos últimos anos pela PROJETAR.

A história da PROJETAR com o BIM começou por volta de 2009, quando iniciou-se no Brasil as primeiras discussões sobre esta tecnologia para projetos de sistemas prediais. O que nos chamou a atenção de início foi o fato de que nos parecia muito mais lógico para se projetar usando uma maquete eletrônica. No entanto na época não havia tecnologia suficiente para isto, nem mesmo o software estava suficientemente maduro.

Outro fato que chamava a atenção era que aparentemente seria inevitável o uso do BIM, até pela sua natureza mais lógica, por ser uma forma muito mais eficiente de se projetar, a PROJETAR vislumbrava àquela época que seria apenas uma questão de tempo até que o uso do BIM se tornasse o padrão do mercado, tal como aconteceu com o CAD no passado.

A PROJETAR acreditava que cedo ou tarde teria de fazer a transição do CAD para o BIM e se aventurar neste novo universo, porém era necessário definir como. Optamos por avançar e investir no desenvolvimento.

Haviam muitos desafios a serem superados àquela época, entre eles:

� Como qualificar a equipe; � O que devíamos desenvolver de bibliotecas; � Quais as alterções necessárias na infraestrutura tecnológica, etc...

Experiência da PROJETAR no processo de transição para o uso da tecnologia BIM

Em 2010 a PROJETAR iniciou sua preparação para o BIM, acreditando já saber quais seriam os desafios.

Precisava agora montar sua estratégia, o primeiro passo foi selecionar a equipe piloto que tivesse o perfil adequado.

O passo seguinte foi qualificar esta equipe para usar o software, para isto esta equipe iniciou estudando os tutoriais do software, participando de fóruns na internet e também cursos na AUTODESK, BESTSOFTWARE e BRASOFTWARE, o primeiro curso foi um treinamento de 40 horas, sendo 20 horas Architecture e 20 horas MEP, e sempre que surgia uma oportunidade de algum treinamento, muitas vezes com instrutores internacionais, pelo menos um membro deste grupo participava e depois compartilhava o que havia aprendido com os demais membros.

Ao concluir estes treinamentos esta equipe possuia o domínio do software, e o questionamento que ecoava entre esta equipe era:

É possível desenvolver um projeto em BIM?

Para responder a esta pergunta muitos aspectos devem ser levados em consideração, pois existe aí um grande risco envolvido e diversos outros questionamentos eram necessários ser respondidos como prazo, qualidade do produto final, custo do projeto, entre outros.

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A conclusão que se chegava naquela época era de que o risco de se desenvolver um projeto em BIM era muito grande. Ainda faltava aprender a usá-lo de forma eficiente para projetar.

Como então aprender a projetar em BIM?

A única forma para se aprender a projetar, devido à falta de literatura, consultores, treinamentos, etc., era projetando, mas como fazer projetos se os mesmos eram muito arriscados àquela altura e não compensava o risco?

A solução encontrada foi o que chamamos de “Laboratório de Projetos”, e este foi o terceiro passo.

Este laboratório teve inicio em 2011, utilizando projetos reais elaborados em CAD para serem reprojetados em BIM, apenas com a finalidade de estudos, estes projetos não tinham compromissos com clientes ou prazos. Desenvolvia-se os projetos nas disciplinas de elétrica, hidráulica e climatização, aumentando gradativamente a complexidade dos projetos.

A grande vantagem deste laboratório era não ter cobranças ou obrigações com os projetos, era possível não só aprender a usar melhor os recursos do software, que também foi evoluindo ao longo deste processo, mas também descobrir quais eram as reais necessidades, e estudar quais seriam as melhores soluções.

Ao longo destes 3 anos de laboratórios pudemos colher excelentes resultados, entre eles:

• Qualificação

Hoje temos uma cultura de projetos em BIM concretizada dentro do escritório. Conseguimos disseminar esta cultura para o resto da equipe, a forma que encontramos para fazer isto foi através de fóruns internos, prática que já utilizávamos no CAD.

Estes fóruns consistem em uma reunião semanal, onde cada semana um novo orador escolhido dentre os colaboradores explica o uso de um recurso ou ferramenta do software ou ainda algum assunto relacionado à prática de projeto.

Com isso hoje temos 100% da equipe capacitada para trabalhar em BIM.

• Bibliotecas

À medida que íamos fazendo os projetos fomos desenvolvendo a nossa biblioteca, pudemos priorizar aqueles componentes que eram mais necessários, além do nosso template que foi sendo enriquecido a cada novo projeto que era desenvolvido.

• Infraestrutura

Durante o laboratório monitoramos o desempenho dos nossos equipamentos e rede, com isso conseguimos avaliar as reais necessidades do software, assim pudemos tomar medidas antecipadas evitando problemas que poderiam ocorrer durante o desenvolvimento de um projeto real.

Como organizamos nosso modelo Organização de arquivos

Optamos por utilizar um arquivo central para cada disciplina, escolhemos esta forma de trabalhar pois observamos a vantagem de diminuir consideravelmente a quantidade de solicitações de permissão, o que torna o trabalho mais rápido e dinâmico por ter menos pessoas trabalhando no mesmo arquivo.

Utilizamos os arquivos externos e os arquivos internos de outras disciplinas em forma de link nos nossos arquivos centrais. Quando recebemos um arquivo externo criamos uma cópia num

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diretório específico e o renomeamos, assim cada vez que recebemos uma nova atualização nós apenas substituímos este arquivo, não perdendo as configurações feitas no nosso modelo.

Subdisciplinas

Para o arquivo central de cada disciplina temos definidos suas subdisciplinas e criamos um workset para cada uma delas, facilitando a organização.

Organização do modelo

Para cada subdisciplina temos a organização das views da seguinte forma:

• WIP

Nesta pasta ficam as views de trabalho, onde é desenvolvida a modelagem do projeto.

• DOC

As views da pasta DOC são aquelas que já possuem a edição final para entrega.

• AMP

Engloba as views de ampliações e detalhes.

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Parte 2 - Estudo de Caso Projeto desenvolvido 100% em BIM com as seguintes características:

• Edificio corporativo de alto padrão; • Certificação LEED; • Empreendimento com mais 10 pavimentos; • Lajes típicas com área superior a 2.000 m².

Sistemas Hidráulicos Principais características técnicas:

• Aproveitamento de águas pluviais e drenagem subterrânea; • Sistema de pressurização de água; • Uso de sistema sifônico para drenagem pluvial; • Sistema de proteção e combate a incêndio com o uso de chuveiros automáticos.

Sistemas Elétricos Principais características técnicas:

• Carga instalada superior a 2,5 MVA; • Geração de energia para 100% da carga; • Autonomia de aproximadamente 15 horas de geração de energia;