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Sistemas Operacionais Luiz Arthur 1 Sistema Operacional Linux O Linux é uma versão gratuita distribuída do primeiro UNIX desenvolvido por Linus Torvalds na Universidade Helsinque na Finlândia em 1991. Foi originalmente desenvolvido a partir do desejo de Linus, em trabalhar com um sistema mais completo que o Minix que era um pequeno sistema Unix criado para fins didáticos pelo renomado professor Andrew Tanenbaum. No Linux o Kernel (núcleo , com as funções básicas do sistema operacional) mais o conjunto de ferramentas GNU compõem o Sistema Operacional. O kernel que é a base principal de um sistema operacional, poderá ser construído ou moldado de acordo com a configuração do seu computador e dos periféricos que possui. O código fonte do Kernel do Linux é liberado e licenciado como Free Software (software livre) o aviso de copyright do Kernel feito por Linus descreve detalhadamente que nem mesmo o próprio Linus Torvalds pode fechar o sistema para ser usado apenas comercialmente. Isto quer dizer que, não é necessário pagar nada para usar o Linux, e não é crime fazer cópias para instalar em outros computadores. O Linux segue o padrão POSIX que é o mesmo usado por sistemas UNIX e suas variantes. Assim, aprendendo o Linux você não encontrará muita dificuldade em operar um sistema do tipo UNIX, FreeBSD, HPUX, SunOS, etc., bastando apenas aprender alguns detalhes encontrados em cada sistema.

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Sistemas Operacionais Luiz Arthur1

Sistema Operacional Linux

O Linux é uma versão gratuita distribuída do primeiro UNIX desenvolvido por Linus Torvalds na Universidade Helsinque na Finlândia em 1991. Foi originalmente desenvolvido a partir do desejo de Linus, em trabalhar com um sistema mais completo que o Minix que era um pequeno sistema Unix criado para fins didáticos pelo renomado professor Andrew Tanenbaum.

No Linux o Kernel (núcleo , com as funções básicas do sistema operacional) mais o conjunto de ferramentas GNU compõem o Sistema Operacional. O kernel que é a base principal de um sistema operacional, poderá ser construído ou moldado de acordo com a configuração do seu computador e dos periféricos que possui.

O código fonte do Kernel do Linux é liberado e licenciado como Free Software(software livre) o aviso de copyright do Kernel feito por Linus descreve detalhadamente que nem mesmo o próprio Linus Torvalds pode fechar o sistema para ser usado apenas comercialmente.

Isto quer dizer que, não é necessário pagar nada para usar o Linux, e não é crime fazer cópias para instalar em outros computadores.

O Linux segue o padrão POSIX que é o mesmo usado por sistemas UNIX e suas variantes. Assim, aprendendo o Linux você não encontrará muita dificuldade em operar um sistema do tipo UNIX, FreeBSD, HPUX, SunOS, etc., bastando apenas aprender alguns detalhes encontrados em cada sistema.

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Software Livre - GNU

O projeto GNU trás o objetivo de desenvolver um sistema operacional Unix-like totalmente livre. Livre se refere à liberdade, e não ao preço, isto significa que você está livre para executar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software.

Um sistema Unix-like consiste de muitos programas diferentes. Por exemplo, X Window, TeX, Berkeley network utilities, GNU Emacs, compilador GNU C, GNU C library, Bash, Ghostscript, etc.

O projeto GNU não é somente o desenvolvimento e a distribuição de alguns softwares livres. O coração do projeto GNU é a idéia que todo software deve ser livre, e que a liberdade do usuário vale a pena ser defendida.

O projeto GNU visa também que a idéia de liberdade permita que os usuários ajudem-se mutuamente, evoluindo assim o nível de conhecimento do usuário, bem como, do software.

Em 1992, o GNU já havia encontrado ou criado todos os componentes principais do sistema exceto o kernel. Então o kernel do Linux tornou-se disponível, mas o kernel do Linux não foi escrito para o projeto GNU, mas o Linux e quase completamente GNU e desta forma fizeram uma combinação útil. Ou seja, o GNU precede o Linux.

Ironicamente, a popularidade do Linux normalmente desmerece o método de comunicar a idéia GNU.

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Para rodar o Linux é necessário apenas, um computador 386 SX com 2 MB de memória (para um kernel até a série 2.2.x) ou 4MB (para kernels 2.4 e superiores) e 40MB disponíveis em seu disco rígido para uma instalação básica e funcional.

O código fonte aberto do kernel Linux permite que qualquer pessoa veja como o sistema funciona (útil para aprendizado), corrija algum problema ou faça alguma sugestão de melhoria.

Outro ponto em que o Linux se destaca é o suporte oferecido aos dispositivos de última geração, ou ainda aos dispositivos mais antigos (sendo que, a maioria dos dispositivos ultrapassados são suportados pelo Kernel). Este é um ponto de tomadas de decisão forte para empresas que desejam manter seus micros em funcionamento e pretendem investir em avanços tecnológicos com as máquinas que possui.

O suporte ao sistema também se destaca por ser mais eficiente e rápido do que qualquer programa sistema comercial disponível no mercado. Existem centenas de consultores especializados espalhados ao redor do mundo. Você pode se inscrever em listas de discussões e relatar suas dúvidas ou alguma falha do Linux, e sua mensagem será vista por centenas de usuários na Internet e algum desses usuários irá te ajudar ou avisará as pessoas responsáveis sobre a falha encontrada para devida correção.

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Algumas Características do Linux

É livre e desenvolvido voluntariamente por programadores experientes, hackers e contribuidores espalhados ao redor do mundo. A contribuição de voluntários permite a melhoria e crescimento deste sistema operacional;

Convive sem nenhum tipo de conflito com outros sistemas operacionais (com o DOS, Windows, OS/2, FreeBSD, etc) no mesmo computador;

Multitarefa real;

Multiusuário;

Suporte a nomes extensos de arquivos e diretórios (255 caracteres);

Conectividade e suporte a outros tipos de plataformas como Apple, Sun, Macintosh, Sparc, Alpha, PowerPc, ARM, Unix, Windows, DOS, etc;

Proteção entre processos executados na memória RAM;

Suporte a mais de 63 terminais virtuais (consoles);

Modularização - O GNU/Linux somente carrega para a memória o que é usado durante o processamento, liberando totalmente a memória assim que o programa/dispositivo é finalizado;

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Algumas Características do Linux

Devido a modularização, os drivers dos periféricos e recursos do sistema podem ser carregados e removidos completamente da memória RAM a qualquer momento;

Não há a necessidade de se reiniciar o sistema após a modificar a configuração de qualquer periférico ou parâmetros de rede;

Não precisa de um processador potente para funcionar.

O crescimento e novas versões do sistema (Kernel) não provocam lentidão, pelo contrário, a cada nova versão os desenvolvedores procuram buscar maior compatibilidade, acrescentar recursos úteis e melhor desempenho do sistema;

Não é requerida uma licença para seu uso. O GNU/Linux é licenciado de acordo com os termos da GPL;

Acessa corretamente discos formatados pelo DOS, Windows, Novell, OS/2, NTFS, SunOS, Amiga, Atari, Mac, etc;

Utiliza permissões de acesso a arquivos, diretórios e programas em execução na memória RAM;

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Algumas Características do Linux

O Linux não é vulnerável vírus! Devido a separação de privilégios entre processos e respeitadas as recomendações padrão de política de segurança e uso de contas privilegiadas, programas como vírus tornam-se inúteis pois tem sua ação limitada pelas restrições de acesso do sistema de arquivos e execução;

Rede TCP/IP mais rápida que no rWindows e tem sua pilha de protocolos constantemente melhorada;

Roda aplicações DOS através do DOSEMU, QEMU, BOCHS. Roda também, aplicações Windows através do WINE;

Suporte a diversos dispositivos, tal como: infravermelho, rede via rádio amador, dispositivos Plug-and-Play, USB, Fireware, Wireless, etc;

Suporte nativo a firewalls de alta qualidade, com grande poder de segurança e de graça;

Roteamento estático e dinâmico de pacotes da rede TCP/IP;

Possui recursos para atender a mais de um endereço IP na mesma placa de rede;

Entre incontáveis outras características.

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Distribuições do Linux

Só o kernel do Linux não é suficiente para se ter uma sistema funcional, mas é o principal.

Existem grupos de pessoas, empresas e organizações que decidem "distribuir" o Linux junto com outros programas essenciais (como por exemplo editores gráficos, planilhas, bancos de dados, ambientes de programação, formatação de documentos, firewalls, etc). Este é o significado básico de distribuição.

Cada distribuição tem sua característica própria, tal como: sistema de instalação, localização de programas, nomes de arquivos de configuração, etc.

A escolha de uma distribuição é pessoal e depende das necessidades de cada um.

Segue algumas distribuições e sua principais características:

Debian: Distribuição desenvolvida e atualizada através do esforço de voluntários espalhados ao redor do mundo, seguindo o estilo de desenvolvimento GNU/Linux. Por este motivo, foi adotada como a distribuição oficial do projeto GNU. Acompanha mais de 8710 programas distribuídos em forma de pacotes.

SuSE: Distribuição comercial Alemã com coordenação norte-americana.

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Red Hat Enterprise Linux: Distribuição comercial da Red Hat e voltada a servidores de grande e médio porte.

Fedora: O Fedora Linux é a distribuição de desenvolvimento aberto patrocinada pela RedHat e pela comunidade Linux, originada em 2002 e baseada em versões da antiga linha de produtos RedHat Linux, que era à distribuição mais utilizada do mundo. A distribuição Fedora dá prioridade ao uso do computador como estação de trabalho. Por basear-se no RedHat o Fedora conta com softwares para manter o sistema atualizado e utiliza pacotes de programas no formato RPM.

Mandrake & Conectiva: Mandrake (distribuição francesa que se instala praticamente sozinha, boa auto-detecção de periféricos, inclusive web-cams), Conectiva (distribuição brasileira, reconhecida internacionalmente, e era um sistema tipicamente para PC e notebooks, com muitos pacotes de escritório e desenho e etc. A instalação é muito simples e intuitiva, com todo o gerenciamento centralizado. Além de ter a maioria dos manuais online e traduzidos para o português.)

Kurumin: Uma distribuição baseada em Debian que roda diretamente a partir doCD, sendo ideal para quem deseja testar uma distribuição Linux. Caso goste, o usuário pode instalar diretamente no disco rígido. Distribuída a partir do CD, suporta boa quantidade de hardwares disponíveis. A versão instalada possui suporte a maioria dos winmodens mais encontrados no Brasil.

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Slackware: Distribuição desenvolvida por Patrick Volkerding, tem como objetivo para alcançar facilidade de uso e estabilidade. Foi a primeira distribuição a ser lançada no mundo e costuma ser conservadora, provendo simplicidade, facilidade de uso, flexibilidade e é altamente estável. Desde a primeira versão lançada em Abril de 1993, o Projeto Slackware Linux tem buscado produzir a distribuição Linux mais UNIX-like, ou seja, mais parecida com UNIX. O Slackware segue os padrões Linux como o Linux File System Standard, que é um padrão de organização de diretórios e arquivos para as distribuições. Enquanto as pessoas dizem que a Red Hat, Debian, Kurumin e Mandriva são as melhores distribuição para usuários iniciantes, o Slackware é o melhor para usuários mais "experientes", ou seja programadores, administradores, etc.

Existem ainda inúmeras outras distribuições, tal como, Gentoo, Ubuntu, Knoopix etc. Uma boa dica para se aprofundar no “mundo” Linux é pesquisar e experimentar várias distribuições, e assim experimentar o melhor de cada uma.

A escolha de sua distribuição deve ser feita com muita atenção, não adianta muita coisa perguntar sobre qual é a melhor distribuição, e ser levado pelas propagandas.

O melhor caminho para a escolha da distribuição, seria perguntar as características de cada uma e porque as pessoas gostam dela ao invés de perguntar qual é a melhor, porque quem lhe responder isto estará usando uma distribuição que se encaixa de acordo com suas necessidades e esta mesma distribuição pode não ser a melhor para lhe atender.

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Ligando o computador com Linux

Qualquer computador PC quando ligado inicia uma série de ações complexas de testes de hardware, programada por um programa especial chamado BIOS que está armazenado em uma memória ROM (Read Only Memory - memória somente para leitura). Está memória tem a função de dar a partida na máquina, reconhecendo os dispositivos instalados e realizando a carga do sistema operacional.

Durante o boot, a BIOS realiza uma série de testes, cuja função é determinar com exatidão os componentes de hardware instalados no sistema. Este teste é chamado de POST (Power-On Self Test). É através do POST que o computador busca informações sobre o número e tipos de placas, drivers de disquetes, HD's, portas seriais, paralelas, USB's, monitor, mouse, teclado, etc, que estão presentes no sistema.

Logo depois dos testes de hardware, a BIOS procura nos dispositivos de discos rígidos, disquetes e CD-ROM um endereço especial chamado de setor de boot.

O setor de boot de um disquete está localizado no cilindro 0, cabeça 0, setor 1. Este setor é criado por um programa de formatação de disquetes.

É no setor de boot que reside o software responsável por iniciar a carga do sistema operacional.

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O Linux possui dois gerenciadores de boot, o LILO (LInux LOader) e o GRUB (Grand Unified Bootloader). Estes dois gerenciadores de boot são responsáveis pela carga do Kernel do Linux e também pela a carga de outros Sistemas Operacionais, tal como Windows, FreeBSD, etc.

A instalação, configuração, gerenciamento e passagens de parâmetros para os gerenciadores de boot (LILO e GRUB) serão apresentados posteriormente. Por enquanto a idéia é somente aprender a ligar o computador e escolher o Sistema Operacional.

A figura a seguir apresenta à tela do LILO:

Note o balão vermelho. Neste é passado ao LILO qual é a opção de boot que o usuário deseja. Neste caso o Linux, mas poderia ser outro SO como o Windows. Após escolher à opção basta teclar ENTER e o SO Linux irá ser carregado na memória.

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Processo de Carga do kernel

O kernel é a parte mais importante de qualquer sistema operacional. Considerado o núcleo do sistema, ele é responsável pelas funções de baixo nível, como o gerenciamento de memória, gerenciamento de processos, subsistemas de arquivos, rede suporte aos dispositivos e periféricos conectados ao computador.

Assim quando o sistema é iniciado o gerenciador de boot (LILO ou GRUB) irá carregar na memória um kernel, no qual está contido as funções básicas de um Sistema Operacional.

Enquanto o Kernel é carregado na inicialização do sistema, ele exibe uma série de mensagens úteis que irão informar a sua identificação, informações de CPU e memória, dispositivos de hardware, discos, partições,serviços de rede, etc.

Durante o processo de boot o Linux executa diversos processos em uma ordem programada, chamada de “nível de execução”, ou Runlevels. Este nível de execução vai determinar quais serviços serão executados durante a carga.

Por exemplo, pode-se definir que um determinado nível vai chamar todos os serviços que um servidor de rede precisa executar, como SSH, servidor HTTP, servidor FTP, etc. Mas para uma situação de emergência, na qual o administrador precisa efetuar alguma manutenção, podemos determinar um nível de execução no qual somente o básico seja executado.

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No Linux existem sete níveis de execução predefinidos, de 0 à 6. Os serviços que cada runlevel pode executar vai depender da distribuição do Linux e da configuração que o administrador do sistema efetuou.

Por padrão, as distribuições utilizam o nível 0 para uma seqüência de desligamento (shutdown) elegante e o nível 6 para o reboot (reiniciar o sistema). E os runlevels 3 a 5 são utilizados para carga normal do sistema.

A figura a seguir mostra um processo de boot no Slackware Linux:

Está é uma tela típica de um sistema operacional Linux sendo iniciado. No balão vermelho está o nível em que vai ser iniciado o sistema. Neste caso o runlevel 3.

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O nível de execução 1 (runlevel 1) é conhecido como monousuário, e é utilizado para a manutenção do sistema, como, por exemplo, recuperar uma partição de dados com problemas.

O administrador do sistema pode especificar no gerenciador de boot (LILO e GRUB) o runlevel que ele deseja:

LILO: Linux 1

Onde Linux é o nome da imagem do kernel.Veja as definições de runlevels a seguir:

0 – O nível zero define um desligamento elegante e rápido do sistema.1,s,single – Utilizado para manutenção do sistema, também chamado de monousuário (single user) e somente o essencial é executado.2 – Modo multiusuário com compartilhamento de arquivo de rede (NFS) desabilitado.3 – Modo multiusuário com todos os serviços habilitados, mas sem interface gráfica para o login do sistema.4 – Modo gráfico no Slackware idem ao modo 5, normalmente não usado em outras distribuições.5 – Modo multiusuário com todos os serviços habilitados, interface gráfica X11 e login em modo gráfico.6 – O nível seis é parecido com o nível zero, mas executa o reboot da máquina.

Por convenção tudo que estivem com fonte courier é um comando, parâmetro ou saída do computador.

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Entrando no Sistema - Login

Assim que o boot fizer a sua parte. O usuário escolher o Kernel e o nível de execução. O Linux irá apresentar uma tela de login, ou seja, uma tela requerendo um nome de usuário do sistema e sua respectiva senha (palavra secreta que somente o usuário deve saber).

No Linux e em sistemas Like-UNIX é sempre requerido um usuário e senha para utilizar o Sistema Operacional. O que proporciona segurança.

A seguir telas de login que normalmente são apresentadas pelo Linux:

Aqui está um login em modo texto (runlevels 1, 2 e 3). Conforme apresentado no balão vermelho é só informar no login o nome do usuário e no campo Password a senha do mesmo usuário.

Observação a senha não aparece enquanto é digitada!

Se o usuário e senha estiverem corretos um prompt de comando irá aparecer.

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O login pode também ser gráfico, caso o runlevel seja passado como 4 (no Slackware) ou 5 (em outras distribuições). Porém, o principio é o mesmo devem ser passados usuário e senha.

Algumas distribuições permitem que o Linux seja iniciado já com um ambiente gráfico sem a necessidade de se digitar um usuário e uma senha, entretanto mesmo nestes ambientes existe um usuário, só que não lhe é requisitado a senha e o login é feito de forma automática.

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Interpretador de comandos

Também conhecido como "shell". É o programa responsável em interpretar as instruções enviadas pelo usuário e seus programas ao sistema operacional.

É a principal ligação entre o usuário, os programas e o kernel. O GNU/Linux possui diversos tipos de interpretadores de comandos, entre eles destaca-se o bash, ash, csh, tcsh, sh, etc. O mais usado é o bash. O interpretador de comandos do DOS/Windows, por exemplo, é o command.com.

Aviso de comando (Prompt)

Aviso de comando (ou Prompt), é a linha mostrada na tela para digitação de comandos que serão passados ao interpretador de comandos para sua execução.

A posição no qual o comando será digitado é marcado por um "traço" piscante na tela, chamado de cursor. Tanto em shells texto como em gráficos é necessário o uso do cursor para sabermos onde iniciar a digitação de textos e nos orientarmos quanto a posição na tela.

O aviso de comando do usuário root (usuário administrador) é identificado por uma "#" (tralha), e o aviso de comando de usuários é identificado pelo símbolo "$". Isto é padrão em sistemas UNIX.

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Segue uma tela com o prompt de comando do Linux:

Em ambientes gráficos, o cursor em modo texto é substituído por comando representados por ícones, entretanto é comum, mesmo em sistemas gráficos usar ambientes que recriam um prompt de comando no modo texto, um exemplo disso é o konsole, xterm, etc.

Os recursos dos shells e dos promts de comandos serão estudados a fundo, mais a diante.

No balão verde é apresentado o uso do prompt de comando através do comando dir /, sua saída é dada logo abaixo (em azul).

Já no balão vermelho é apresentado o prompt de comando esperando por um comando.

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Desligando o computador

O computador não deve ser desligado de forma bruta, com o interrompimento de energia antes de desligar o computador é necessário retirar os processos que estão na memória, caso isso não ocorra pode haver perdas de dados. Desta forma são utilizados alguns comandos para que tudo transcorra bem durante o processo de desligamento do computador.

Normalmente o único usuário que tem permissão de desligar o computador é o usuário root, que é o administrador do sistema, o root tem permissão de fazer qualquer coisa no computador, qualquer coisa mesmo inclusive apagar tudo o que existe no computador, por isso tome muito cuidado quanto estiver usando este usuário.

O comando mais comum para se desligar um sistema Linux é o shutdown. Com o comando shutdown, o GNU/Linux finalizará os programas e gravará os dados em seu disco rígido, e quando for mostrada a mensagem "power down", será possível pressionar o botão power (energia) em seu gabinete para desligar a alimentação de energia do computador de forma segura. Em computadores mais recentes com gabinetes ATX, a energia será desligada de forma automática, sem a necessidade de apertar o botão de power.

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Então o comando shutdown exerce a tarefa de desligar o computador, mas o comando faz mais do que isso, tal como, reiniciar o computador.

Porém para que o shutdown realize os procedimentos necessários o comando faz o uso de opções e parâmetros, a sintaxe do comando fica assim:

#shutdown [opções] horário [mensagem]

As opções mais freqüentes são:-r Reinicia (reboot) o sistema depois de terminada a seqüência de desligamento.-h Paralisa (halt) o sistema depois de terminar a seqüência de desligamento, não

reinicia a máquina só a desliga.-k Manda a mensagem de desligamento, mas não inicia a seqüência de

desligamento.-c Cancela o comando shutdown recém executado.

Exemplos:

Para reiniciar o sistema imediatamente:#shutdown -r now

Para desligar o sistema em 90 minutos:#shutdown -h +90 “Desligando o SO em 90 minutos, para troca de hardware”

Para desligar o sistema imediatamente:#shutdown -h now

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O comando shutdown é utilizado para desligar ou reiniciar o sistema em horários determinados. Durante este procedimento, o shutdown desabilita o sistema de loginpara impedir que novos usuários entrem no sistema e envie mensagens personalizadas nos terminais para todos os usuários conectados avisando que o sistema será desligado.

A diferença entre trocar de runlevel para 0 ou 6 é que o comando shutdown é administrativamente melhor, pois avisa aos usuários que haverá uma parada do sistema. Já para o init não há nenhum tipo de aviso.

Existem outros comandos que fazem o desligamento do sistema, são eles:porweroff, halt e init 0.

Já se o caso for apenas reiniciar o sistemas os comando mais comuns são:reboot, init 6, e com o uso das teclas Ctrl+Alt+Del (todas pressionadas ao mesmo tempo).

Para o desligamento de computadores mais recentes é possível ainda pressionar apenas o botão do power, e o sistema irá chamar o init 0 e desligará o computador corretamente, tome cuidado para não fazer o uso do botão power direto em sistemas que não dão suporte ao desligamento automático.

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Atividade 1

1.1 – Inicie o computador passando como parâmetro no LILO o runlevel 3.

1.2 – Desligue o computador utilizando o comando shutdown com opção de desligar em 2 minutos após a execução do comando shutdown, passando ainda uma mensagem aos usuários.

1.3 – No gerenciador de boot inicie o Linux com suporte ao login gráfico.

1.4 – Pesquise e teste às principais formas de se desligar e reiniciar um sistema Linux.

1.5 – Para que serve o nível de execução single durante a inicialização de um sistema Like-UNIX?

1.6 – Pesquise sobre o gerenciador de boot GRUB, descrevendo suas principais características, e como é possível passar ao GRUB os runlevels.

1.7 – Quais são as diferenças entre LILO e GRUB?

1.8 – Como é possível ler as mensagens de inicialização do sistema depois que o linux foi iniciado? Onde, ficam gravadas essas mensagens?

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Arquivos

Os Arquivos são onde ficam gravamos nossos dados. Um arquivo pode conter um texto, uma música, programa, planilha, etc.

Cada arquivo deve ser identificado por um nome, assim um arquivo pode ser encontrado facilmente quando desejar usá-lo. Se estiver fazendo um trabalho de história, nada melhor que salvá-lo com o nome historia.

Um arquivo pode ser binário (gerado por um compilador) ou texto (arquive que contém apenas texto).

O GNU/Linux é Case Sensitive ou seja, ele diferencia letras maiúsculas e minúsculas nos arquivos. O arquivo historia é completamente diferente do arquivo Historia. Esta regra também é válido para os comandos e diretórios.

Um arquivo oculto no GNU/Linux é identificado por um "." no inicio do nome (por exemplo, .bashrc). Arquivos ocultos não aparecem em listagens normais de diretórios e arquivos, e deve ser usado o comando ls -a para listar também arquivos ocultos.

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Extensão de arquivos

A extensão serve para identificar o tipo do arquivo.

A extensão são as letras após um "." no nome de um arquivo, explicando melhor: relatório.txt - O .txt indica que o conteúdo é um arquivo texto. script.sh - Arquivo de Script (interpretado por /bin/sh). system.log - Registro de algum programa no sistema. arquivo.gz - Arquivo compactado pelo utilitário gzip. index.html - Página de Internet (formato Hypertexto).

A extensão de um arquivo também ajuda a saber o que precisamos fazer para abri-lo. Por exemplo, o arquivo relatório.txt é um texto simples e podemos ver seu conteúdo através do comando cat, já o arquivo index.html contém uma página de Internet e precisaremos de um navegador para poder visualizá-lo (como o lynx, Mosaic ou o Netscape).

A extensão (na maioria dos casos) não é requerida pelo sistema operacional GNU/Linux, mas é conveniente o seu uso para determinarmos facilmente o tipo de arquivo e que programa precisaremos usar para abri-lo.

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Tamanho de arquivos

A unidade de medida padrão nos computadores é o bit. A um conjunto de 8 bits dá-se o nome de byte. Cada arquivo/diretório possui um tamanho, que indica o espaço que ele ocupa no disco e isto é medido em bytes. O byte representa uma letra (a, b, c, d, etc). Assim, se você criar um arquivo vazio e escrever o nome Linux e salvar o arquivo, este terá o tamanho de 5 bytes. Espaços em branco e novas linhas também ocupam bytes.

Além do byte existem as médidas Kbyte, Mbyte, Gbyte. Os prefixos K (quilo), M (mega), G (giga), T (tera) etc. vêem da matemática. O "K" significa multiplicar por 10^3, o "M" por 10^6, e assim por diante. Esta letras servem para facilitar a leitura em arquivos de grande tamanho. Um arquivo de 1K é a mesma coisa de um arquivo de 1024 bytes.

Da mesma forma 1Mb (ou 1M) é igual a um arquivo de 1024K ou 1.048.576 bytes. 1Gb (ou 1G) é igual a um arquivo de 1024Mb ou 1048576Kb ou 1.073.741.824 bytes (1 Gb é igual a 1.073.741.824 bytes, são muitos números!). Deu para notar que é mais fácil escrever e entender como 1Gb do que 1.073.741.824 bytes.

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A lista completa em ordem progressiva das unidades de medida é a seguinte:

Símbolo Nome

K Quilo M Mega G Giga T Tera P Peta E Eta Z Zetta Y Yotta

Arquivo texto e binário

Quanto ao tipo (conteúdo), um arquivo pode ser de texto ou binário:

texto: Seu conteúdo é compreendido pelas pessoas. Um arquivo texto pode ser uma carta, um script, um programa de computador escrito pelo programador, arquivo de configuração, etc.

Binário: Seu conteúdo somente pode ser entendido por computadores. Contém caracteres incompreensíveis para pessoas normais. Um arquivo binário é gerado através de um arquivo de programa (formato texto) através de um processo chamado de compilação. Compilação é basicamente a conversão de um programa em linguagem humana para a linguagem de máquina.

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Diretório

Diretório é o local utilizado para armazenar conjuntos arquivos para melhor organização e localização. O diretório pode ser visto como um arquivo que contém referencias a um grupo de arquivos.

O diretório, como o arquivo, também é "Case Sensitive" (diretório /teste é completamente diferente do diretório /Teste). Não podem existir dois arquivos com o mesmo nome em um diretório, ou um sub-diretório com um mesmo nome de um arquivo em um mesmo diretório.

Um diretório nos sistemas Linux/UNIX são especificados por uma "/" e não uma "\" como é feito no DOS/Windows.

Diretório Raíz

O diretório / (chamado de root ou raiz) é o diretório principal do sistema. Dentro dele estão todos os diretórios do sistema. O diretório Raíz é representado por uma "/", assim se você digitar o comando cd / você estará acessando este diretório.

Nele estão localizados outros diretórios como o /bin, /sbin, /usr, /usr/local, /mnt, /tmp, /var, /home, etc. Estes são chamados de sub-diretórios pois estão dentro do diretório "/". A estrutura de diretórios também é chamada de Árvore de Diretórios porque é parecida com uma árvore de cabeça para baixo.

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Cada diretório do sistema tem seus respectivos arquivos que são armazenados conforme regras definidas pela FHS (FileSystem Hierarchy Standard - Hierarquia Padrão do Sistema de Arquivos) versão 2.0, definindo que tipo de arquivo deve ser armazenado em cada diretório.

Diretório atual

É o diretório em que nos encontramos no momento. Você pode digitar o comando pwd para verificar qual é seu diretório atual.

O diretório atual também é identificado por um "." (ponto). O comando ls . pode ser usado para listar seus arquivos (mas, isto é desnecessário porque se não digitar nenhum diretório, o comando ls listará o conteúdo do diretório atual).

Diretório home

Também chamado de diretório do usuário. Em sistemas GNU/Linux cada usuário (inclusive o root) possui seu próprio diretório no qual poderá armazenar seus programas e arquivos pessoais.

Este diretório está localizado em /home/[login], neste caso se o seu login for "joao" o seu diretório home será /home/joao. O diretório home também é identificado por um ~(til), você pode digitar tanto o comando ls /home/joao como ls ~ para listar os arquivos de seu diretório home. O diretório home do usuário root (na maioria das distribuições GNU/Linux) está localizado em /root.

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Diretório Superior

O diretório superior (upper directory) é identificado por .. (2 pontos).

Caso estiver no diretório /usr/local e quiser listar os arquivos do diretório /usr você pode digitar, ls .. este recurso também pode ser usado para copiar, mover arquivos/diretórios, etc.

Diretório Anterior

O diretório anterior é identificado por "-". É útil para retornar ao último diretório usado. Se você estiver no diretório /usr/local e digitar cd /lib, você pode retornar facilmente para o diretório /usr/local usando cd -.

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Estrutura básica de diretórios do Sistema Linux

O sistema GNU/Linux possui a seguinte estrutura básica de diretórios organizados segundo o FHS:

/bin Contém arquivos de programas do sistema que são usados com freqüência pelos usuários.

/boot Contém arquivos necessários para a inicialização do sistema.

/mnt/cdrom Ponto de montagem da unidade de CD-ROM.

/dev Contém arquivos usados para acessar dispositivos (periféricos) existentes no computador.

/etc Arquivos de configuração do computador local.

/mnt/floppy Ponto de montagem de unidade de disquetes

/home Diretórios contendo os arquivos dos usuários.

/lib Bibliotecas compartilhadas pelos programas do sistema e módulos do Kernel.

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/lost+found Local para a gravação de arquivos/diretórios recuperados pelo utilitário fsck. Cada partição possui seu próprio diretório lost+found.

/mnt Ponto de montagem temporário.

/proc Sistema de arquivos do Kernel. Este diretório não existe em seu disco rígido, ele é colocado lá pelo kernel e usado por diversos programas que fazem sua leitura, verificam configurações do sistema ou modificar o funcionamento de dispositivos do sistema através da alteração em seus arquivos.

/root Diretório do usuário root.

/sbin Diretório de programas usados pelo superusuário (root) para administração e controle do funcionamento do sistema.

/tmp Diretório para armazenamento de arquivos temporários criados por programas.

/usr Contém maior parte de seus programas. Normalmente acessível somente como leitura.

/var Contém maior parte dos arquivos que são gravados com freqüência

pelos programas do sistema, e-mails, spool de impressora, cache, etc.

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Nomeando Arquivos e Diretórios

No GNU/Linux, os arquivos e diretórios pode ter o tamanho de até 255 letras. Você pode identifica-lo com uma extensão (um conjunto de letras separadas do nome do arquivo por um ".").

Os programas executáveis do GNU/Linux, ao contrário dos programas de DOS/Windows, não são executados a partir de extensões .exe, .com ou .bat. O GNU/Linux (como todos os sistemas POSIX) usa a permissão de execução de arquivo para identificar se um arquivo pode ou não ser executado.

Comandos

Comandos são ordens que passamos ao sistema operacional para executar uma determinada tarefa. Cada comando tem uma função específica, devemos saber a função de cada comando e escolher o mais adequado para fazer o que desejamos, por exemplo:

ls Mostra arquivos e diretórios cd Para mudar de diretório

É sempre usado um espaço depois do comando para separá-lo de uma opção ou parâmetro que será passado para o processamento.

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Um comando pode receber opções e parâmetros: Opções

As opções são usadas para controlar como o comando será executado, por exemplo, para fazer uma listagem mostrando o dono, grupo, tamanho dos arquivos você deve digitar ls -l.

Opções podem ser passadas ao comando através de um "-" ou "--":

“-” Opção identificada por uma letra. Podem ser usadas mais de uma opção com um único hífen. O comando ls -l -a é a mesma coisa de ls -la.

“--” Opção identificada por um nome. O comando ls --all é equivalente a ls -a.

Pode ser usado tanto "-" como "--", mas há casos em que somente "-" ou "--" esta disponível.

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Parâmetros

Um parâmetro identifica o caminho, origem, destino, entrada padrão ou saída padrão que será passada ao comando.

Se você digitar: ls /usr/doc, o /usr/doc será o parâmetro passado ao comando ls, neste caso queremos que ele liste os arquivos do diretório /usr/doc. É normal errar o nome de comandos, mas não se preocupe, quando isto acontecer o sistema mostrará a mensagem command not found (comando não encontrado) e voltará ao aviso de comando. As mensagens de erro não fazem nenhum mal ao seu sistema, somente dizem que algo deu errado para que você possa corrigir e entender o que aconteceu.

Os comandos se encaixam em duas categorias: Comandos Internos e Comandos Externos.

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Comandos Internos

São comandos que estão localizados dentro do interpretador de comandos (normalmente o Bash) e não no disco. Eles são carregados na memória RAM do computador junto com o interpretador de comandos.

Quando é executado um comando, o interpretador de comandos verifica primeiro se ele é um Comando Interno caso não seja é verificado se é um Comando Externo.

Exemplos de comandos internos são: cd, exit, echo, bg, fg, etc.

Comandos Externos

São comandos que estão localizados no disco. Os comandos são procurados no disco usando o path (caminho/diretório no qual se encontra o comando) e executados assim que encontrados.

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Terminal Virtual (console)

Terminal (ou console) é o teclado e tela conectados em seu computador. O GNU/Linux faz uso de sua característica multi-usuária usando os "terminais virtuais". Um terminal virtual é uma segunda seção de trabalho completamente independente de outras, que pode ser acessada no computador local ou remotamente via telnet, rsh, rlogin, etc. No GNU/Linux, em modo texto, você pode acessar outros terminais virtuais segurando a tecla ALT e pressionando F1 a F6. Cada tecla de função corresponde a um número de terminal do 1 ao 6 (o sétimo é usado por padrão pelo ambiente gráfico X). O GNU/Linux possui mais de 63 terminais virtuais, mas apenas 6 estão disponíveis inicialmente por motivos de economia de memória RAM (cada terminal virtual ocupa aproximadamente 350 Kb de memória RAM, então desative a quantidade que não estiver usando para liberar memória RAM para uso de outros programas!).

Se estiver usando o modo gráfico, você deve segurar CTRL+ALT enquanto pressiona uma tela de <F1> a <F6>.

Um exemplo prático: Se você estiver usando o sistema no Terminal 1 com o nome "joao" e desejar entrar como "root" para instalar algum programa, segure ALT enquanto pressiona <F2> para abrir o segundo terminal virtual e faça o login como "root". Será aberta uma nova seção para o usuário "root" e você poderá retornar a hora que quiser para o primeiro terminal pressionando ALT+<F1>.

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Logout

Logout é o processo de saída do sistema, sem desligar, somente retira um usuário logado (que fez o processo de login) no sistema.

A saída do sistema é feita pelos comandos logout, exit, das teclas CTRL+D, ou quando o sistema é reiniciado ou desligado.

Sempre que um usuário entra no sistema ele faz o processo de login (passando usuário e senha), porém quando por algum motivo o usuário for se distanciar do computador é aconselhável que o usuário faça o processo de logout, isto ocorre normalmente por motivos de segurança, caso contrário alguém pode, por exemplo, se apoderar de seu usuário e senha!

Atenção, nunca em hipótese alguma deixe um usuário com login aberto, sempre faça o logout principalmente se este usuário for o root. Caso alguém encontre o usuário root logado no sistema e com um terminal virtual aberto fica extremamente fácil apoderar-se de todo o sistema, desta forma, não adianta encher seu sistema computacional com medidas de segurança (firewall, VPNs, etc) sendo que os administradores deixam o login do usuário root a disposição de qualquer pessoa.

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Bem agora sabemos:

● Como iniciar o Linux com o LILO;● Que existem níveis de inicialização;● Que é necessário após iniciar o sistema o processo de login;● Acessar shells/consoles/terminais;● Que existem comando e esses contém opções e parâmetros;● Existem arquivos e diretórios;● Fazer logouts;● E por fim, desligar e ligar a máquina.

Assim, iremos nos aprofundar em como administrar um sistema Linux, aprofundando os conhecimentos sobre este sistema operacional.

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Gerenciamento de Arquivos

A necessidade de guardar informações em objetos que pudessem ser acessados posteriormente de uma forma organizada vem de longe nos sistemas operacionais. Para isso foram criados os sistemas de arquivos.

Nos sistemas de arquivos, de modo geral, os objetivos são organizar de forma hierárquica os arquivos (informações) do sistema.

Todos os dados (arquivos e diretórios) são armazenados em sistemas de arquivos. Um sistema de arquivo pode ser visto como um padrão de como os arquivos serão gravados, armazenados, acessados, etc. Um sistema de arquivos é criado durante o processo de formatação da unidade de armazenamento, existem vários tipos de sistema de arquivos (ext2, ext3, reiselfs, ntfs, fat32, fat16, etc). Sistemas de arquivos serão abordados posteriormente.

A identificação dos objetos de um sistema de arquivo no Linux é conhecida como inode. Ele carrega as informações de onde o objeto está localizado no disco, informações de segurança, data e hora de criação e última modificação, dentre ourtas. Quando criamos um sistema de arquivo no Linux, cada dispositivo tem um número finito de inodes que será diretamente proporcional ao número de arquivos que este dispositivo poderá acomodar.

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O sistema de arquivos Linux é semelhante a uma árvore de cabeça para baixo. No topo da hierarquia do Linux existe um diretório raiz nomeado simplesmente de root e identificado com o sinal “/”.

Atenção, não confunda diretório raiz (root) com o superusuário root.

A estrutura do sistema de arquivo Linux é definida por um padrão de mercado chamado FHS. As distribuições não são obrigadas a seguir este padrão, mas elas entendem a importância da localização dos arquivos e diretórios padronizados.

/

etc

bin

boot

dev

libmntopt

home

proc

usuário1

usuário2

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Gerenciamento Básico de Arquivos

Veremos agora alguns comandos para iniciarmos nossa atividade em um ambiente Linux, a maioria deles é comum a qualquer UNIX, independente do fornecedor ou distribuição.

- Listando o conteúdo de diretórios

O comando ls (list – listar) lista o conteúdo dos diretórios que informamos como destino (alvo). Podemos utilizar o comando ls acompanhado ou não das opções de listagem. O retorno do comando ls dependerá das opções fornecidas, porém será sempre uma listagem dos arquivos, diretórios, links simbólicos (symbolic link) e links fisícos (hard links) de um diretório qualquer.

Exemplo:

$ ls /bin boot dev etc home lib mnt opt proc root sbin sys tmp usr var

O comando ls têm a seguinte sintaxe:

$ ls [opções] [caminho/arquivo] [caminho1/arquivo1] ...

O $ ou o # na frente na linha simboliza o prompt de comandoe não faz parte de forma alguma do comando, assim o comando é apenas ls e não $ ls. Não digite $ ou # no comando!!!

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onde:

caminho/arquivo = Diretório/arquivo que será listado. caminho1/arquivo1 = Outro Diretório/arquivo que será listado.

Assim, podem ser feitas várias listagens de uma só vez. Opções do comando ls -a, --all Lista todos os arquivos (inclusive os ocultos) de um diretório.

-A, --almost-all Lista todos os arquivos (inclusive os ocultos) de um diretório, exceto o diretório atual e o de nível anterior.

-B, --ignore-backups Não lista arquivos que terminam com ~ (Backup).

--color=PARAM Mostra os arquivos em cores diferentes, conforme o tipo de arquivo. PARAM pode ser:

never - Nunca lista em cores (mesma coisa de não usar o parâmetro --color). always - Sempre lista em cores conforme o tipo de arquivo. auto - Somente colore a listagem se estiver em um terminal.

Opções em negrito são importantes e as opções em negrito e sublinhadas são igualmente importantes e muito utilizadas.

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-d, --directory Lista os nomes dos diretórios ao invés do conteúdo.

-f Não classifica a listagem.

-F Insere um caracter após arquivos executáveis ('*'), diretórios ('/'), soquete ('='), link simbólico ('@') e pipe ('|'). Seu uso é útil para identificar de forma fácil tipos de arquivos nas listagens de diretórios.

-G, --no-group Oculta a coluna de grupo do arquivo.

-h, --human-readable Mostra o tamanho dos arquivos em Kbytes, Mbytes, Gbytes. -H Faz o mesmo que -h, mas usa unidades de 1000 ao invés de 1024 para especificar Kbytes, Mbytes, Gbytes.

-l Usa o formato longo para listagem de arquivos. Lista as permissões, data de modificação, donos, grupos, etc.

-n Usa a identificação de usuário e grupo numérica ao invés dos nomes.

-L, --dereference Lista o arquivo original e não o link referente ao arquivo.

-o Usa a listagem longa sem os donos dos arquivos (mesma coisa que -lG).

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-p Mesma coisa que -F, mas não inclui o símbolo '*' em arquivos executáveis. Esta opção é típica de sistemas Linux. -R Lista diretórios e sub-diretórios recursivamente.

--full-time Lista data e hora completa.

Classificação da listagem

A listagem pode ser classificada usando-se as seguintes opções: -f Não classifica, e usa -au para listar os arquivos. -r Inverte a ordem de classificação. -c Classifica pela data de alteração. -X Classifica pela extensão. -U Não classifica, lista os arquivos na ordem do diretório.

Uma listagem feita com o comando ls -la normalmente é mostrada da seguinte maneira:

-rwxr-xr-- 1 gleydson user 8192 nov 4 16:00 teste

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As explicações de cada parte da saída do comando ls:

-rwxr-xr-- São as permissões de acesso ao arquivo teste. A primeira letra (da esquerda) identifica o tipo do arquivo, se tiver um d é um diretório, se tiver um "-" é um arquivo normal.

1 Se for um diretório, mostra a quantidade de sub-diretórios existentes dentro dele. Caso for um arquivo, será 1.

gleydson Nome do dono do arquivo teste.

user Nome do grupo que o arquivo teste pertence.

8192 Tamanho do arquivo (em bytes).

nov Mês da criação/ última modificação do arquivo.

4 Dia que o arquivo foi criado.

16:00 Hora em que o arquivo foi criado/modificado. Se o arquivo foi criado há mais de um ano, em seu lugar é mostrado o ano da criação do arquivo.

teste Nome do arquivo.

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Exemplos com as opções ls mais utilizadas:

Para se ter uma listagem detalhada do diretório atual:

$ ls -ltotal 0drwx------ 2 aula users 176 2006-03-19 16:51 Desktop

Uma listagem de todos os arquivos inclusive os ocultos:

$ ls -a. .bash_history .dmrc .kde .local .mcoprc .screenrc .Xauthority.. Desktop .ICEauthority .kderc .mcop .qt .ssh .xsession-errors

Listar os arquivos arquivos do diretório raiz por ordem de alteração:

$ ls -c /tmp etc dev sys proc usr opt home boot root var bin sbin mnt lib

Listar pela ordem da alteração inversa:

$ ls -cr /lib mnt sbin bin var root boot home opt usr proc sys dev etc tmp

ou

$ ls -c -r /lib mnt sbin bin var root boot home opt usr proc sys dev etc tmp

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O comando ls assim como a maioria dos comandos possui a opção --help, que normalmente exibe: sintaxe do comando, opções, parâmetros, dente outros.

Exemplo, de uma saída resumida do ls com à opção --help:$ ls --helpUso: ls [OPÇÃO]... [ARQUIVO]...List information about the FILEs (the current directory by default).Sort entries alphabetically if none of -cftuSUX nor --sort.

Argumentos obrigatórios para opções longas também o são para opções curtas -a, --all do not hide entries starting with . -A, --almost-all do not list implied . and .. --author print the author of each file... -X sort alphabetically by entry extension -1 list one file per line --help display this help and exit --version output version information and exit

SIZE may be (or may be an integer optionally followed by) one of following:kB 1000, K 1024, MB 1000*1000, M 1024*1024, and so on for G, T, P, E, Z, Y.

By default, color is not used to distinguish types of files. That isequivalent to using --color=none. Using the --color option without theoptional WHEN argument is equivalent to using --color=always. With--color=auto, color codes are output only if standard output is connectedto a terminal (tty).

Comunicar `bugs' para <[email protected]>.

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cd O comando cd é utilizado para entrar em um diretório. É preciso ter a permissão de execução para entrar em um diretório.

cd [diretório]

onde:

diretório – é o nome/caminho do diretório que deseja-se entrar.

Exemplos: Usando o comando cd sem parâmetros ou cd ~, você irá ao seu diretório de usuário (localizado no diretório /home).

cd / retornará ao diretório raíz. cd - retornará ao diretório anteriormente acessado. cd .. sobe um diretório, ou seja, onde você esta um nível mais próximo do /. cd ../[diretório] sobe um diretório e entra imediatamente no próximo (por exemplo, quando você está em /usr/sbin, você digita cd ../bin, o comando cdretorna um diretório (/usr) e entra imediatamente no diretório bin (/usr/bin).cd /usr/doc entra no diretório /usr/doc.cd /tmp entra no diretório /tmp.

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pwd

O comando pwd mostra o nome e caminho do diretório atual, que o usuário se encontra.

Você pode usar o comando pwd para verificar em qual diretório se encontra caso seu aviso de comandos (no prompt) não mostre isso.

Exemplo:

aula@darkstar$ pwd/usr/doc

O comando pwd é muito útil para ajudar o usuário a se localizar quando este faz muitas entradas e saídas dos diretórios e subdiretórios com o comando cd. Um bom conselho é sempre passar como parâmetro a comandos o caminho inteiro onde se encontra o diretório no qual se deseja chegar e não ir entrando um por um.

Exemplo, utilizar:

$ cd /usr/doc

ao invés de:$ cd /usr$ cd doc

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mkdir

O comando mkdir cria um diretório no sistema. Um diretório é usado para armazenar arquivos ou outros diretórios. O diretório pode ser entendido como uma pasta onde você guarda seus papeis (arquivos). Como uma pessoa organizada, você utilizará uma pastas para guardar cada tipo de documento, da mesma forma você pode criar um diretório vendas para guardar seus arquivos relacionados com vendas naquele local. mkdir [opções] [caminho/diretório] [caminho1/diretório1]

onde: caminho É o caminho onde o diretório será criado. diretório É o nome do diretório que será criado.

opções: --verbose Mostra uma mensagem para cada diretório criado. As mensagens de erro serão mostradas mesmo que esta opção não seja usada. Para criar um novo diretório, você deve ter permissão de gravação. Por exemplo, para criar um diretório em /tmp com o nome de teste que será usado para gravar arquivos de teste, você deve usar o comando "mkdir /tmp/teste".

Podem ser criados mais de um diretório com um único comando (mkdir /tmp/teste /tmp/teste1 /tmp/teste2).

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rmdir

O rmdir remove um diretório do sistema. Este comando faz exatamente o contrário do mkdir. O diretório a ser removido deve estar vazio e você deve ter permissão de gravação para remove-lo.

rmdir [caminho/diretório] [caminho1/diretório1]

onde:

caminho É o caminho do diretório que será removido. diretório Nome do diretório que será removido.

Para remover um diretório é necessário que esteja-se um nível acima do diretório(s) que será(ão) removido(s).

Para remover diretórios que contenham arquivos, use o comando rm com a opção -r.

Por exemplo, para remover o diretório /tmp/teste você não de estar no diretório /tmp/teste para executar o comando rmdir /tmp/teste.

Atenção, este comando é muito perigoso, pois ele apaga os diretórios (e arquivos desse diretório com a opção -r), por isso sempre passe o caminho exato que será apagado para que não haja erros, lembrando que o usuário root pode apagar todo o sistema com o comando rmdir.

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Os comandos de listagem e manipulação de diretórios devem ser estudados a fundo por todos que pretendem ser administradores de sistemas e é somente praticando que se adquire experiencia e propriedade para se trabalhar com diretórios.

Atividade 2

2.1 Liste o diretório /root.

2.2 Liste mostrando todos os arquivos e atributos de forma detalhada do diretório /tmp.

2.3 Entre dentro do diretório /usr/doc e depois liste os arquivos apresentando o tamanho (de forma compreensível pelos humanos) dos diretórios e arquivos presentes neste diretório.

2.4 Crie dentro do diretório /tmp um diretório chamado atividade2.

2.5 Crie outro diretório chamado Atividade2 dentro do diretório /tmp, e depois crie um subdiretório chamado sub1 e outro chamado sub2 dentro do subdiretório Atividade2.

2.6 Apague o diretório /tmp/atividade2.

2.7 Apague o diretório /tmp/Atividade2 e todos os seus subdiretórios.

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Comandos para manipulação de Arquivos

Os arquivos são agrupamentos de bytes que podem ser do tipo texto ou binário. Assim como ocorre com os diretórios os arquivos são muito impotantes para o sistema, desta forma, saber mante-los é muito importante para um administrador de sistema, a seguir serão mostrados alguns comando para a manipulação e gerenciamento de arquivos, alguns desses comando também se aplicam a diretórios que nada mais são do que arquivos um pouco diferentes.

cat

O comando cat mostra o conteúdo de um arquivo binário ou texto.

cat [opções] [diretório/arquivo] [diretório1/arquivo1]

diretório/arquivo Localização do arquivo que deseja visualizar o conteúdo.

Opções:

-n, --number Mostra o número das linhas enquanto o conteúdo do arquivo é mostrado.

-s, --squeeze-blank Não mostra mais que uma linha em branco entre um parágrafo e outro.

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O comando cat concatena arquivos, imprime seu conteúdo na tela e ainda pode receber texto digitado pelo teclado e enviar para um arquivo.

Exemplos:

Para criar um arquivo chamado teste.txt execute o comando:

$ cat > teste.txtOlá Mundo Linux

Agora você pode digitar qualquer texto. Quando terminar, precione as teclas Crtl+dem uma linha vazia para finalizar a entrada de dados e salvar o arquivo teste.txt

Para ver o conteúdo do arquivo teste.txt execute:

$ cat teste.txtOlá Mundo Linux

O cat também pode servir para concatenar arquivos. No comando abaixo o conteúdo de texto.txt é subustituido pelo texto1.txt.$ cat texto1.txt > texto.txt

Para adicionar o conteúdo e texto1.txt no final do arquivo texto.txt o comando é:$ cat texto1.txt >> texto.txt

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rm

O comando rm apaga arquivos. Também pode ser usado para apagar diretórios e sub-diretórios vazios ou que contenham arquivos.

rm [opções][caminho][arquivo/diretório] [caminho1][arquivo1/diretório1]

onde: caminho Localização do arquivo que deseja-se apagar. Se omitido, assume que o arquivo esteja no diretório atual. arquivo/diretório Arquivo que será apagado. opções: -i, --interactive Pergunta antes de remover, esta é ativada por padrão. -v, --verbose Mostra os arquivos na medida que são removidos. -r, --recursive Usado para remover arquivos em sub-diretórios. Esta opção

também pode ser usada para remover sub-diretórios. -f, --force Remove os arquivos fazer perguntas. -- arquivo Remove arquivos/diretórios que contém caracteres especiais.

O separador "--" funciona com todos os comandos do shell e permite que os caracteres especiais como "*", "?", "-", etc. sejam interpretados como caracteres comuns.

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Use com atenção o comando rm, uma vez que os arquivos e diretórios forem apagados, eles não poderão ser mais recuperados.

Exemplos do uso do comando rm:

rm teste.txt Apaga o arquivo teste.txt no diretório atual.

rm *.txt Apaga todos os arquivos do diretório atual que terminam com .txt.

rm *.txt teste.novo Apaga todos os arquivos do diretório atual que terminam com .txt e também o arquivo teste.novo.

rm -rf /tmp/teste/* Apaga todos os arquivos e sub-diretórios do diretório /tmp/teste mas mantém o sub-diretório /tmp/teste.

rm -rf /tmp/teste Apaga todos os arquivos e sub-diretórios do diretório /tmp/teste, inclusive /tmp/teste.

rm -f -- --arquivo-- - Remove o arquivo de nome - -arquivo--.

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cp

O comando cp copia os arquivos para outros arquivos ou para diretórios. O comando cp pode copiar um arquivo ou múltiplos arquivos.

cp [opções] [origem] [destino]

onde: origem Arquivo que será copiado. Podem ser especificados mais de um arquivo para ser copiado usando "Curingas" (veremos curingas a seguir).

Destino O caminho ou nome de arquivo onde será copiado. Se o destino for um diretório, os arquivos de origem serão copiados para dentro do diretório. opções:i, --interactive Pergunta antes de substituir um arquivo existente.

-f, --force Não pergunta, substitui todos os arquivos caso já exista.

-r Copia arquivos dos diretórios e subdiretórios da origem para o destino. É recomendável usar -R ao invés de -r.

-R, --recursive Copia arquivos e sub-diretórios (como a opção -r) e também os arquivos especiais e dispositivos.

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-v, --verbose Mostra os arquivos enquanto estão sendo copiados. -s, --simbolic-link Cria link simbólico ao invés de copiar.

-l, --link Faz o link no destino ao invés de copiar os arquivos.

-p, --preserve Preserva atributos do arquivo, se for possível.

-u, --update Copia somente se o arquivo de origem é mais novo que o arquivo de destino ou quando o arquivo de destino não existe.

-x Não copia arquivos que estão localizados em um sistema de arquivos diferente de onde a cópia iniciou.

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O comando cp copia arquivos da ORIGEM para o DESTINO. Ambos origem e destino terão o mesmo conteúdo após a cópia.

Exemplos: cp teste.txt teste1.txt Copia o arquivo teste.txt para teste1.txt.

cp teste.txt /tmp Copia o arquivo teste.txt para dentro do diretório/tmp.

cp * /tmp Copia todos os arquivos do diretório atual para /tmp.

cp /bin/* . Copia todos os arquivos do diretório /bin para o diretório em que nos encontramos no momento.

cp -R /bin /tmp Copia o diretório /bin e todos os arquivos/sub-diretórios existentes para o diretório /tmp.

cp -R /bin/* /tmp Copia todos os arquivos do diretório /bin (exceto o diretório /bin) e todos os arquivos/sub-diretórios existentes dentro dele para /tmp.

cp -R /bin /tmp Copia todos os arquivos e o diretório /bin para /tmp.

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mv

Move ou renomeia arquivos e diretórios. O processo é semelhante ao do comando cpmas o arquivo de origem é apagado após o término da cópia.

mv [opções] [origem] [destino]

onde:

origem Arquivo/diretório de origem. destino Local onde será movido ou novo nome do arquivo/diretório.

opções: -f, --force Substitui o arquivo de destino sem perguntar.

-i, --interactive Pergunta antes de substituir. É o padrão.

-v, --verbose Mostra os arquivos que estão sendo movidos.

-u, --update Move somente arquivos antigos, ou novos arquivos.

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O comando mv copia um arquivo da ORIGEM para o DESTINO (semelhante ao cp), mas após a cópia, o arquivo de ORIGEM é apagado.

Exemplos:

mv teste.txt teste1.txt

Muda o nome do arquivo teste.txt para teste1.txt.

mv teste.txt /tmp

Move o arquivo teste.txt para /tmp. Lembre-se que o arquivo de origem é apagado após ser movido.

mv teste.txt teste.new (supondo que teste.new já exista)

Copia o arquivo teste.txt por cima de teste.new e apaga teste.txt após terminar a copía.

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Atividade 3

3.1 Crie um arquivo texto chamado atividade3.txt, e coloque o conteúdo: “Ola mundo cruel”

3.2 Crie um arquivo texto chamado Atividade3.1.txt, e coloque o conteúdo: “OLA MUNDO CRUEL”.

3.3 Visualise o conteúdo dos arquivos atividade3.txt e Atividade3.1.txt.

3.4 Crie um arquivo chamado chamado linux.txt, e coloque o conteúdo: “do Linux”.

3.5 Subistituá o conteúdo do arquivo linux.txt ao arquivo atividade3.txt e visualize os arquivos.

3.6 Acrescente o conteudo do arquivo linux.txt ao arquivo Atividade3.1.txt e visualize os arquivos.

3.7 Crie um diretório chamado aula3 e copie o arquivo atividade3.txt para este diretório.

3.8 Mova o arquivo Atividade3.1.txt para o diretório aula3.

3.9 Copie o conteudo do diretório aula3 para o diretório /tmp

3.10 Mova todos os arquivos txt e o diretório aula3 bem como seu conteúdo para o diretório /tmp/atividade3/

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Sistemas Operacionais Luiz Arthur63

Curingas

Curingas (ou referência global) é um recurso usado para especificar um ou mais arquivos ou diretórios do sistema de uma só vez. Este é um recurso permite que você faça a filtragem do que será listado, copiado, apagado, etc.

São usados 4 tipos de curingas no GNU/Linux: "*" - Faz referência a um nome completo/restante de um arquivo/diretório. "?" - Faz referência a uma letra naquela posição.

[padrão] - Faz referência a uma faixa de caracteres de um arquivo/diretório.

Padrão pode ser: [a-z][0-9] - Faz referência a caracteres de a até z seguido de um caracter de 0 até 9.

[a,z][1,0] - Faz a referência aos caracteres a e z seguido de um caracter 1 ou 0 naquela posição.

[a-z,1,0] - Faz referência a intervalo de caracteres de a até z ou 1 ou 0 naquela posição.

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A procura de caracteres é "Case Sensitive" assim se você deseja que sejam localizados todos os caracteres alfabéticos você deve usar [a-zA-Z].

Caso a expressão seja precedida por um ^, faz referência a qualquer caracter exceto o da expressão. Por exemplo [^abc] faz referência a qualquer caracter exceto a, b e c.

Vamos dizer que tenha 5 arquivo no diretório /usr/teste: teste1.txt, teste2.txt, teste3.txt, teste4.new, teste5.new.

Caso deseje listar todos os arquivos do diretório /usr/teste você pode usar o coringa "*" para especificar todos os arquivos do diretório:

$ cd /usr/teste e ls * ou ls /usr/teste/*

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Sistemas Operacionais Luiz Arthur65

Agora para listar todos os arquivos teste1.txt, teste2.txt, teste3.txt com excessão de teste4.new, teste5.new, podemos usar inicialmente 3 métodos: Usando o comando ls *.txt que pega todos os arquivos que começam com qualquer nome e terminam com .txt.

Usando o comando ls teste?.txt, que pega todos os arquivos que começam com o nome teste, tenham qualquer caracter no lugar do coringa ? e terminem com .txt.

Com o exemplo acima teste*.txt também faria a mesma coisa, mas se também tivéssemos um arquivo chamado teste10.txt este também seria listado.

Usando o comando ls teste[1-3].txt, que pega todos os arquivos que começam com o nome teste, tenham qualquer caracter entre o número 1-3 no lugar da 6a letra e terminem com .txt. Neste caso se obtém uma filtragem mais exata, pois o coringa ? especifica qualquer caracter naquela posição e [] especifica números, letras ou intervalo que será usado.

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Agora para listar somente teste4.new e teste5.new podemos usar os seguintes métodos:

ls *.new que lista todos os arquivos que terminam com .new

ls teste?.new que lista todos os arquivos que começam com teste, contenham qualquer caracter na posição do coringa ? e terminem com .new.

ls teste[4,5].* que lista todos os arquivos que começam com teste contenham números de 4 e 5 naquela posição e terminem com qualquer extensão.

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