sistemas naturais: atmosfera e...

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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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© Editora Positivo Ltda., 2013Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

DIRETOR-SUPERINTENDENTE:

DIRETOR-GERAL:

DIRETOR EDITORIAL:

GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

ORGANIZAÇÃO: EDIÇÃO DE CONTEÚDO:

EDIÇÃO:ANALISTA DE ARTE:

PESQUISA ICONOGRÁFICA:EDIÇÃO DE ARTE:

CARTOGRAFIA:

ILUSTRAÇÃO:PROJETO GRÁFICO:

EDITORAÇÃO:CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben Formighieri

Emerson Walter dos Santos

Joseph Razouk Junior

Maria Elenice Costa Dantas

Cláudio Espósito GodoyEliane Regina FerrettiCarina MerlinLuiza Angélica GuerinoKathia D. Gavinho Paris / Rosana FidelixTatiane Esmanhotto KaminskiEmanoela do NascimentoAngela Giseli de SouzaLuciano Daniel Tulio / Julio Manoel França da Silva / Thiago Granado SouzaAngela Giseli / Divo / Jack Art / Luis Moura / Marcos GomesO2 ComunicaçãoRosemara Aparecida Buzeti / Arowak© iStockphoto.com/DNY59; © Shutterstock/Denton Rumsey; © Shutterstock/Jezper; © Shutterstock/BibiDesign; © Dreamstime.com/Alexey ArkhipovEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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@GEO1376O Brasil e o pré-sal:

formação, localização

e impactos

@GEO1376

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

F387 Ferretti, Eliane Regina.Ensino médio : modular : geografia : sistemas naturais : atmosfera e biosfera / Eliane

Regina Ferretti ; ilustrações Angela Giseli ... [ et al. ]. – Curitiba : Positivo, 2013.: il.

ISBN 978-85-385-7151-3 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7152-0 (livro do professor)

1. Geografia. 2. Ensino médio – Currículos. I. Giseli, Angela. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIOSistemas naturais: atmosfera e biosfera

Unidade 1: Estrutura e características da atmosfera

Camadas da atmosfera 5

Tempo e clima 6

Unidade 2: Interação entre elementos e fatores do clima

Temperatura 12

Pressão atmosférica 14

Umidade do ar e nebulosidade 15

Circulação da água na atmosfera 16

Ventos 17

Massas de ar 20

Classificação climática: Strahler e Köppen-Geiger 21

Unidade 3: Biomas

Fatores de formação da vegetação 28

Interação entre clima, recursos hídricos e vegetação 29

Biomas (mundiais e brasileiros) 30

Unidades de conservação 40

Hotspots de biodiversidade 42

Unidade 4: Clima e biomas: questões ambientais

Contaminação e poluição do ar 48

Protocolo de Kyoto 48

Efeito estufa 50

El Niño e La Niña 51

Chuva ácida 55

Ilhas de calor 56

Inversão térmica 57

Queimadas 57

Desmatamento e suas consequências 58

Retirada da vegetação para produção de carvão vegetal 58

Desertificação e arenização 59

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Fora de escala numérica

Imagem ampliada

Representação artística

Formas em proporção

Escala numérica

Imagem microscópica

Coloração artificial

Coloração semelhante ao natural

Fora de proporção

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A atmosfera terrestre é constituída por uma porção de gases que

envolve a Terra e se divide em camadas com características físicas

extensão de cerca de milhares de quilômetros de altitude.

Aproximadamente 97% da massa total da atmosfera se concentra

nos primeiros 30 km a partir da crosta terrestre, o que representa

uma composição bastante uniforme no que se refere ao percentual

dos gases que a constituem.

Estrutura e características da atmosfera

1

Sistemas naturais: atmosfera e biosfera4

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Camadas da atmosfera

Próximo à superfície, onde a vida se desenvolve, a atmosfera é formada, essencialmente, por nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Apenas 1% é composto por outros gases, entre eles gás carbônico e vapor-d’água. Conforme aumenta a distância da superfície terrestre, a quantidade de oxigênio da atmosfera diminui, deixando o ar rarefeito. Assim, quanto maior for a altitude, mais rarefeito é o ar.

O Sol emite luz e calor, e do total de energia recebida:

19% são absorvidos diretamente pelo ozônio e pelo vapor-d’água;

30% são refletidos de volta ao espaço por nuvens, partículas em suspensão do ar e pela superfície terrestre;

e 51% são absorvidos pela superfície terrestre.A energia solar não aquece diretamente a atmosfera. A energia absorvida pela superfície irá

aquecê-la e, posteriormente, o calor será irradiado para a atmosfera.

A atmosfera não é homogênea e possui camadas com características diferentes. Observe a ilustração ao lado:

A troposfera é a camada que está em contato com o solo. Mais de 75% do peso do ar e quase a totalidade do vapor e dos aerossóis estão nessa camada.

Sua espessura varia segundo a lati-tude, devido à força centrífuga influen-ciada pela rotação terrestre e, também, à temperatura e à pressão. No Equador, está entre 16 e 18 km e, nos polos, a 8 km de altura. A temperatura diminui a uma taxa de 6,5oC/km, chegando a –63oC na tropopausa.

A estratosfera estende-se da tro-posfera até cerca de 50 km acima do solo. A atmosfera é bastante rarefeita, menos densa e a umidade é escassa, sendo pequena a quantidade de poeira, a qual, geralmente, provém de grandes erupções vulcânicas.

Entre 15 e 50 km de altura, a radia-ção ultravioleta do Sol ativa as molécu-las de oxigênio, que reagem produzindo

Aerossóis: suspensão

de partículas extremamente

pequenas ou gotículas de

líquido no ar ou em um gás.

INSTITUTO Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG-USP). Investigando a Terra: a meteorologia. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/siae98/atmosfera/estrutura.htm>. Acesso em: 23 maio 2011.

Camadas da atmosfera terrestre

Ang

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011.

Dig

ital.

Camadas da

atmosfera

terrestre:

relação

altitude e

temperatura

@GEO791

Camadas da

atmosfera

terrestre e

suas caracte-

rísticas

@GEO1217

Ensino Médio | Modular 5

GEOGRAFIA

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O3 (ozônio). A camada de ozônio atua como um escudo, protegendo a troposfera e a superfície terrestre de grande parte dos raios ultravioleta vindos do Sol. Se esses raios alcançassem a superfície com toda sua intensidade, todas as bactérias expostas seriam mortas e ocorreriam danos nos tecidos dos animais.

Os aerossóis são uma ameaça constante à camada de ozônio, pois contêm cloro, flúor e carbono – os clorofluorcarbonos –, os quais alcançam a estratosfera, absorvendo os raios ultravioleta e liberando cloro. O cloro reage com o O3, convertendo-o em oxigênio – O2 – por meio de um grande número de reações químicas em cadeia. Com a concentração de O3 reduzida, aumenta a intensidade dos raios ultravioleta que afetam a superfície terrestre. Além dos problemas causados ao ser humano (direta e/ou indiretamente), poderá haver

a redução no cultivo de várias plantas e desaparecimento de certas formas de vida aquática.Entre 50 e 80 km de altura, encontra-se a mesosfera, cujas temperaturas podem chegar

a –90oC aos 80 km. A pressão atmosférica nessa camada é muito baixa. A termosfera encontra-se entre 80 e 450 km; e a exosfera, acima de 450 km. Elas cor-

As características e o comportamento da atmosfera se alteram ao longo do dia e, também, ao longo das estações do ano. Essas mudanças envolvem a temperatura, a nebulosidade, a precipitação e o vento e se dão em virtude de uma série de fatores, como a latitude, a altitude, a maritimidade (se o local está próximo ao oceano), a con-tinentalidade (se está no interior do conti-nente), entre outros.

As alterações diárias afetam o compor-tamento do tempo atmosférico, portanto tempo é o estado da atmosfera em de-terminado momento, em determinado lugar.

Tempo e clima

respondem às porções mais elevadas da atmosfera, compostas por camadas sucessivas de partículas chamadas íons, responsáveis por refletirem os sinais de rádio ao redor da Terra.

Nessas últimas camadas, ocorrem as auroras polares, as quais consistem em fenômenos ópticos que produzem ilumina-ções. A causa desse fenômeno é o impacto entre as partículas de energia eletromagnética do Sol – atraídas pelo campo magnético da Terra – e a exosfera. Ocorre próximo aos polos. No Hemisfério Norte, chama-se aurora boreal e, no Hemisfério Sul, aurora austral.

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Aurora boreal na Baía de Hudson, norte de Manitoba, Canadá

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Aurora austral, foto tirada na Amundsen-Scott South Pole Station durante a noite. Antártica

Rua dos Andradas no centro de Porto Alegre – RS

Rua dos Andradas no centro da cidade de Porto Alegre com chuva

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Diferenciação entre os

conceitos de clima e

tempo

@GEO950

6 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Os registros das características do tempo atmosférico de um local, sistematicamente coletados e analisados, por um período de 30 anos, indicam o comportamento predominante do clima que atua sobre aquele local.

A Meteorologia é a ciência responsável por coletar informações sobre os elementos que compõem o tempo atmosférico, pela aferição dos equipamentos e pela previsão do tempo, estudando a atmosfera e seus fenômenos.

A análise das características do tempo atmosférico, o padrão de predomínio dessas características e a indicação do tipo climático são de responsabilidade da Climatologia, ciência que estuda os fenô-menos da atmosfera no contato com a superfície terrestre e a distribuição espacial desses fenômenos.

A Climatologia busca seus recursos essenciais na Meteorologia, mas a essência dos fenômenos reside na atmosfera, a qual é abordada na Geografia Física (relevo, natureza dos solos, hidrografia, biogeografia).

Certamente, você já visualizou um mapa que retrata a previsão do tempo ou leu ou ouviu a previsão do tempo, não é mesmo?

O mapa que você acabou de observar retrata a previsão do tempo para o Brasil, produto resultante não só da coleta de informações com equipamentos específicos, como o satélite meteorológico e o de estações terrestres, como também do trabalho do meteorologista, profissional que realiza a previsão do tempo.

Para analisar o tempo atmosférico, é necessário observá-lo. Entretanto, as observações, tanto de superfícies como dos postos em camadas superiores da atmosfera, devem ser coletadas de forma adequada.

Fonte: INSTITUTO Nacional de Meteorologia (INMET). Disponível em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 10 jun. 2010. Adaptação.

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Brasil: Previsão do tempo – 10/06/2010

Ensino Médio | Modular 7

GEOGRAFIA

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É a ciência que estuda a atmosfera da Terra e seus fenômenos. O meteorologista pesquisa e avalia as condições atmosféricas e estuda dados relativos a vento, chuva, insolação, temperatura e umidade do ar, para entender e prever o tempo nas diversas regiões do planeta. Interpreta grá-

O mercado de trabalho-

Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por exemplo, são tradicionais empregadores.

-ras em instituições que operam nesse setor, como as secretarias estaduais e municipais de Meio

previsão do tempo, mas esse nicho de mercado ainda é restrito. [...]O curso

Climatologia, Micrometeorologia, Agrometeorologia e Sensoriamento remoto. Há muitas atividades

Duração média: quatro anos.Outro nome: Ciênc. Atmosféricas.

O que você pode fazer Agrometeorologia

Área operacional Biometeorologia: pesquisar a relação entre a vida animal e vegetal e a atmosfera, para prevenir

Climatologia: analisar imagens de satélites e construir modelos numéricos em computadores para determinar as condições de tempo e prever o clima.

Hidrometeorologia: estudar o regime das águas das chuvas e dos rios para prevenir enchentes.

Instrumentação meteorológica: projetar, construir e operar equipamentos empregados na meteorologia.

Meteorologia ambiental: estudar a poluição atmosférica e as condições climáticas em que os poluentes se concentram e se dispersam.

Previsão do tempo . Radiometeorologiaevitar interferências na transmissão e na captação de ondas.

GUIA do estudante. Abril

Meteorologiaav

8 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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1. (MACKENZIE – SP) Foi da junção de duas palavras gregas, Atmós (vapor) e Sphaîra (esfera), que sur-giu o nome dado à estrutura de gás que envolve um satélite ou planeta: a Atmosfera. Em tempos de aquecimento global, passou a ser mais estu-dada, mais valorizada no meio acadêmico, pois é nela que diversos fenômenos relacionados aos distúrbios climáticos atuais ocorrem.

No nosso planeta, ela é formada por diversas camadas e, em sua porção mais densa, chega a até 800 quilômetros de altitude a partir do nível do mar. É tida como irrisória, se considerarmos o tamanho do globo terrestre, que mede aproxi-madamente 12,8 mil quilômetros de diâmetro.

A respeito das camadas que compõem a atmosfera terrestre, considere as afirmações I, II, III e IV. I. A Troposfera é a camada mais baixa da atmosfe-

ra e é nela que os principais fenômenos meteoro-lógicos ocorrem, tais como tempestades, chuvas, precipitações de neve ou granizo e formação de geadas.

II. A camada de ozônio (O3) concentra-se na Ter-mosfera. Formada a cerca de 400 milhões de anos, protege a Terra dos raios ultravioleta emiti-dos pelo Sol, nocivos à vida. Porém sabemos que, devido à emissão crescente de CO2 pelas socieda-des modernas, abriram-se buracos enormes nes-sa camada, permitindo a entrada de tais raios.

III. A Mesosfera se estende da Estratosfera a até aproximadamente 80 quilômetros acima do ní-vel do mar. É a faixa mais fria, porque nela não há nuvens nem gases capazes de absorver a energia do Sol. A temperatura varia de –5°C a –95°C.

IV. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido nos limites de temperatura necessários para a manutenção da vida. Nos últimos dois séculos, vem au-mentando, na camada atmosférica que re-cobre a Terra, a concentração de dióxido de carbono, do metano, do óxido nitroso e de outros gases. Esse aumento anormal provoca a aceleração do aquecimento global.

Estão corretas:

a) I e II, apenas.

b) I, II e III, apenas.

c) II, III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

2. (URCA – CE) Observe que, nas previsões meteorológi-cas (do tempo), são usadas expressões: tempo bom; instável ou chuvoso. Essas expressões nos dão a ideia da combinação dos elementos do clima, num dado momento. Na tabela abaixo, foram considerados três lugares (1, 2 e 3) e foi feita uma combinação dos ele-mentos do clima em cada lugar:

ELEMENTOS DO TEMPO EM TRÊS LUGARES

Elementos do clima Lugar 1 Lugar 2 Lugar 3

Temperatura Estável Em elevação Em declínio

Pressãoatmosférica

Alta Baixa Em elevação

Umidade do ar Baixa Em elevação Alta

NuvensCéu limpo

Poucas nuvens

Concentração de nuvens

Céu coberto de nuvens

Chuvas Ausentes Prováveis Está chovendo

Qual é otempo?

Assinale a alternativa que contém a sequência cor-reta do tempo, no lugar 1, no lugar 2 e no lugar 3:

a) Instável; Bom; Chuvoso.

b) Instável; Chuvoso; Bom.

c) Bom; Chuvoso; Instável.

d) Chuvoso; Bom; Instável.

e) Bom; Instável; Chuvoso.

3. (UFRR) A atmosfera envolve e acompanha a Ter-ra em seus movimentos do espaço, e se formou logo após o surgimento do planeta, há 4,6 bi-lhões de anos. Ela filtra raios solares, fazendo com que as temperaturas na superfície terrestre sejam amenas, possibilitando o desenvolvimento da vida, e ainda nos protege contra choques de corpos celestes errantes que frequentemente co-lidem com a Terra. Esta proteção gasosa é dividi-da em camadas, sendo que aquela onde ocorre a maior parte dos fenômenos atmosféricos (calor, ventos, chuva) é chamada de:

a) estratosfera.

b) troposfera.

c) mesosfera.

d) termosfera.

e) magnetosfera.

Ensino Médio | Modular 9

GEOGRAFIA

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Interação entre elementos e fatores do clima

2

Para compreender o clima de uma região e suas variações, é necessário analisá-lo durante um longo período, registrando o comportamento de seus elementos, como radiação, temperatura, umidade do ar, precipitação, padrão de ventos, nebulosidade e pressão atmosférica.

A variação desses elementos está diretamente relacionada à influência exercida por diversos fatores, tais como: latitude, altitude, configuração do relevo, maritimidade, continentalidade. Além disso, deve ser considerada, também, a influência de fenômenos, como El Niño e La Niña, principalmente.

Latitude Devido à forma geoidal da Terra, quanto mais distante do Equador em direção aos polos, mais

os raios solares vão deixando de atingir a Terra de forma perpendicular, tornando-se mais inclinados e, portanto, aquecendo e iluminando a superfície com menor intensidade.

Além da forma, o movimento de rotação e a inclinação do eixo da Terra influenciam na quantidade de energia solar recebida pela superfície terrestre. Durante o dia, a superfície do planeta recebe maior quantidade de calor e, à noite, perde calor. A inclinação do eixo terrestre limita a máxima quantidade de energia recebida na faixa entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio. Essas diferenças, aliadas ao aumento da latitude, caracterizam a alteração no comportamento de elementos do clima, como a temperatura e a pressão atmosférica, principalmente.

A ilustração abaixo indica a duração dos dias nos solstícios e nos equinócios nas várias latitudes.

Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 42.

Duração do dia a cada 10o de latitude

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Sistemas naturais: atmosfera e biosfera10

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De maneira geral, pode-se afirmar que as temperaturas médias serão mais altas quanto mais próximo ao Equador estiver determinado ponto, ou seja, quanto menor a latitude, mais elevadas serão as temperaturas médias. O raciocínio inverso também é verdadeiro: quanto maior a latitude, menores as temperaturas médias.

Configuração do relevo e altitudeA configuração do relevo continental e suas altitudes influenciam os elementos do tempo. À

medida que a altitude aumenta, a temperatura diminui cerca de 1ºC em média (a cada 180/200 metros, aproximadamente).

Pelo fato de a temperatura ser consequência da irradiação do calor existente na superfície terrestre, as camadas mais baixas são, naturalmente, mais quentes do que as que se encontram em maiores altitudes.

Além disso, há três atributos do relevo que interferem no comportamento do clima, a saber: a posição da elevação, a orientação das vertentes e a declividade.

A posição da elevação pode favorecer ou dificultar os fluxos de calor e umidade. A Cordilheira do Himalaia, por exemplo, é um sistema orográfico que está posicionado latitudinalmente (estende-se das planícies dos rios Ganges e Indo até o Planalto do Tibete, no sentido sudeste-noroeste) e atua como uma barreira na troca de calor e umidade entre as áreas que se localizam próximo.

Já a Cordilheira dos Andes, que se estende no sentido norte-sul, não impede que as massas polares atinjam a região equatorial e também não constitui obstáculo para que as massas equatoriais cheguem à porção centro-sul da América do Sul. Contudo, muitas vezes, impede a passagem das massas de ar do Pacífico que se deslocam de oeste para leste.

Observe, no mapa a seguir, a localização e a posição das principais elevações do planeta.

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Elevações de maior altitude do planeta

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 56. Adaptação.

Ensino Médio | Modular 11

GEOGRAFIA

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A orientação das vertentes (encostas) em relação ao Sol também ocasiona temperaturas maiores ou menores e mais ou menos umidade, influenciando, assim, as formações vegetais e/ou os cultivos. As vertentes mais quentes no Hemisfério Sul são as voltadas para o norte, as quais recebem mais luminosi-dade, enquanto as vertentes voltadas ao sul recebem menos.

Maritimidade e continentalidadePor causa de sua capacidade de se aquecer e perder calor

muito mais lentamente do que as áreas continentais, as águas oceânicas funcionam como um verdadeiro regulador térmico.

As correntes oceânicas influenciam a dinâmica das mas-sas de ar, pois as águas superficiais frias contribuem para que a temperatura do ar fique baixa, inibindo a formação de nuvens e de chuvas. Águas quentes superficiais aquecem o ar, formando nuvens e contribuindo para a ocorrência de chuvas.

Nas áreas costeiras, normalmente regiões muito úmidas, as amplitudes térmicas (diferença entre a menor e a maior tempe-ratura de um período) tendem a variar pouco, pois a proximidade com o mar ameniza os extremos de temperatura. À medida que ocorre o afastamento da costa para o interior dos continentes, a amplitude térmica aumenta, pois a umidade diminui.

Essas diferenças de temperatura entre as massas de água oceânicas e as áreas continentais e a velocidade com que ocorre o aquecimento e o resfriamento são importantíssimas para a mecânica de movimentação do ar na atmosfera e das águas nos oceanos, as quais recobrem 2/3 do planeta.

Temperatura

A temperatura do ar é um dos aspectos mais comuns da infor-mação climática. Esse dado é obtido utilizando-se critérios rigoro-sos. Assim, os termômetros usados nas estações meteorológicas devem estar protegidos da luz solar e registram a máxima e a mínima diária. Também é empregado o termômetro autorregistrador ou termógrafo, igualmente mantido no abrigo, o que resulta em um registro contínuo das temperaturas do dia (termograma).

Com a coleta das temperaturas máximas e mínimas, calcula-se a variação térmica, ou seja, a diferença entre essas temperaturas (máxima e mínima). Além dessa infor-mação, são obtidas as médias de determinado período, tanto diária quanto mensal e anual.

Fatores da temperaturaA temperatura varia conforme o lugar e com o decorrer

do dia. Vários fatores influenciam a sua distribuição sobre a superfície, tais como: quantidade de insolação recebida, natureza da superfície, distância dos corpos hídricos, relevo, natureza dos ventos predominantes e correntes marítimas.

A latitude influencia o volume de insolação recebida em determinado lugar. São estabelecidos por ela, ainda, os ângulos de incidência dos raios solares e a duração do dia.

Observe a ilustração a seguir:

Fontes: EARTH Science Curriculum Project (ESCP). American Geological Institute. Investigando a Terra. São Paulo: Mc.Graw-Hill, 1973. v. 1. p. 95.

Astronomia e Astrofísica. Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm>. Acesso em: 15 jun. 2010. Adaptação.

Incidência dos raios solares sobre a superfície terrestre

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12 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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O ar é aquecido em virtude das radiações refletidas pela superfície. Quanto maior o afastamento da superfície, menor será a temperatura.

O comportamento térmico das rochas é muito diferente do das águas e essa diferenciação influencia na temperatura do ar. A temperatura específica da rocha é maior que a da água e os raios solares penetram menos nas rochas, por isso elas se aquecem e se esfriam rapidamente.

Já as águas se aquecem e se esfriam lentamente, apresentando temperaturas mais estáveis.No Hemisfério Sul, que possui 20% de terras emersas, a variação térmica é menor que no Hemisfério

Norte, onde 80% de terras estão emersas e a variação térmica é maior. Nas regiões próximas ao mar, as variações térmicas são amenas. No interior dos continentes, são

acentuadas.

Variação da temperaturaObserve, acompanhando o texto a seguir, como a temperatura do ar varia diária e anualmente.

Variação diáriaA variação diária da temperatura é maior no interior dos continentes que nas proximidades do mar. A

mínima ocorre em torno das 6 horas da manhã. Deduz-se que a máxima ocorra ao meio dia, quando o Sol alcança a maior altura sobre o horizonte. Entretanto, a essa hora, a quantidade de calor recebida é menor que a perdida pela irradiação ao espaço. Assim, a temperatura aumenta até equilibrar-se, o que ocorre entre as 14 e 16 horas. A cobertura de nuvens e a quantidade de umidade no ar também influenciam a amplitude diurna.

Variação anualA amplitude de variação anual constitui um elemento importante na distribuição geográfica dos

climas. As maiores oscilações correspondem ao Hemisfério Norte. A amplitude máxima ocorre no interior do continente; e a mínima, nas costas oceânicas.

Em função da variação de temperatura, a Terra está dividida em várias zonas térmicas ou zonas de iluminação. Observe-as na ilustração a seguir:

As zonas de iluminação da Terra estão diretamente relacionadas às latitudes e às variações da temperatura. Na região equatorial, a temperatura é mais alta e, portanto, o clima é quente. À medida que ocorrem aproximações para os polos, a temperatura diminui até chegar ao frio das regiões polares

Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 46.

Zonas de iluminação da Terra

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Ensino Médio | Modular 13

GEOGRAFIA

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Pressão atmosférica

A pressão atmosférica é a força que o peso do ar exerce sobre a superfície terrestre e pode ser medida por meio do barômetro. Medindo a pressão ao nível do mar, verifica-se que ela é igual ao peso de uma coluna de mercúrio (Hg) de 1 cm2 de base por 760 mm de altura. Isso quer dizer que, para cada cm2 da superfície terrestre, a atmosfera está exercendo um peso igual ao que a

coluna de mercúrio apresenta, que é de 1 kg/cm2 ou 1 013 mb ao nível do mar.

Variações da pressão atmosférica Quanto maior a proximidade em relação ao nível do mar, maior é o volume dos gases sobre a

superfície e, em consequência, mais alta é a pressão atmosférica. Portanto, a pressão diminui com a altitude, reduzindo-se em 1 mm a cada 10 ou 11 metros de altitude.

Observe as ilustrações a seguir:

Quando a temperatura aumenta, o ar se dilata e fica mais leve, dando origem às áreas de baixas pressões. Quando a temperatura diminui, o ar se comprime e fica mais denso, dando origem às áreas de altas pressões. Isso ocorre devido ao aquecimento diferencial da superfície terrestre.

A pressão atmosférica diminui com o aumento da temperatura, pois o ar mais quente é menos denso que o ar mais frio.

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TEMPO e Clima. Coleção Ciência e natureza. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1995. p. 24-25. (Adaptação)

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Relação da pressão atmosférica com a altitude e a temperatura

Barômetro

14 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Umidade do ar e nebulosidade

Umidade do ar

É a presença de vapor-d’água na atmosfera, proveniente da evaporação e da transpiração mediante ação da energia solar, que depende da intensidade das radiações solares, da extensão da superfície evaporante e da atuação dos ventos.

A umidade absoluta é a quantidade de vapor-d’água existente na atmos-fera em um dado momento. É a massa total de água em um dado volume de ar, fornecida em g/m3.

A atmosfera tem um limite para conter o vapor-d’água. Quando o limite é atingido, diz-se que o ar está saturado. O ponto de saturação é a ca-pacidade máxima da atmosfera em conter vapor-d’água. Não é igual para toda a atmosfera, pois varia em função da temperatura. Quanto maior a temperatura, maior é o ponto de saturação.

A umidade relativa é a relação entre a umidade absoluta e o seu ponto de saturação, medida em porcentagem. Quando a umidade relativa

atinge 100%, a atmosfera está saturada. A umidade é medida pelo higrômetro.

Fonte: BURROUGHS, W. J. et al. Observar o tempo. Pedro de Estoril: Atena, 1999. p. 45.

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NebulosidadeQuando o ar está saturado, o vapor começa a condensar, passando do estado gasoso para o líquido.

Além do ar saturado, é necessária a presença de partículas (poeira, sais, pólen, etc.), denominadas de núcleo de condensação. É nas superfícies desses núcleos que o vapor-d’água se condensa.

A condensação ocorre nas altas camadas atmosféricas e origina as nuvens. Às vezes, porém, ela ocorre junto à superfície terrestre, formando os nevoeiros.

As nuvens variam conforme a altitude.

A ilustração ao lado caracteriza os tipos de nuvens.O grau de nebulosidade é a fração do céu que, em dado momento, aparece coberto de nuvens.

A escala varia de 0 (zero), indicando o céu limpo, até 10 (dez), indicando o céu totalmente coberto.A variação diária está relacionada à oscilação da umidade relativa e à temperatura. A variação

anual relaciona-se, também, ao regime pluviométrico, aos ventos e à pressão atmosférica.

VARIAÇÕES NA ALTITUDE DA BASE DAS NUVENS (EM METROS)Nuvens Trópicos Latitudes médias Latitudes altas

Nuvens altas Acima de 6 000 Acima de 5 000 Acima de 3 000

Nuvens médias 2 000 – 7 500 2 000 – 7 000 2 000 – 4 000

Nuvens baixas Abaixo de 2 000 Abaixo de 2 000 Abaixo de 2 000

AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Editora Bertrand do Brasil, 1996. p. 151.

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Higrômetro

Condensações superficiaisPodem ocorrer as seguintes condensações superficiais:

Nevoeiro, neblina ou cerração: a condensação ocorre junto à superfície. A origem é o resfriamento do ar quente e úmido ao entrar em contato com o solo frio ou com a superfície líquida. O ar quente perde calor para o solo ou para a água e se resfria, fazendo com que o vapor se condense.

Orvalho: forma-se durante a noite pelo resfriamento do ar junto à superfície. Com isso, o ponto de saturação baixa, permitindo a condensação do vapor-d’água.

Geada: quando a temperatura da superfície atinge o ponto de congelamen-to antes de ocorrer a saturação, o vapor transforma-se diretamente em uma delgada camada de gelo.

Ensino Médio | Modular 15

GEOGRAFIA

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Para a ocorrência de orvalho e geada, é necessário que durante a noite haja rápido resfriamento da atmosfera junto à superfície terrestre. Isso acontece quando o céu está limpo, permitindo rápida dissipação do calor irradiado pela Terra.

Circulação da água na atmosfera

Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 72.

O termo “precipitação” corresponde às diferentes for-mas pelas quais o vapor-d’água, após a condensação, chega até a superfície terrestre. Mas somente as quantidades de chuva e de neve é que são consideradas para o índice plu-viométrico. Após a condensação, ocorrem as precipitações:

Neve: cristalização de vapor-d’água com temperatura baixa, próxima a 0ºC, e com umidade do ar próxima ou superior a 80%. A precipitação sai líquida da nuvem e a solidificação ocorre antes de atingir a superfície terrestre. Os cristais apresentam-se sob diversas formas. O acúmu-lo de neve em regiões frias origina as geleiras.

Granizo: forma-se devido às fortes correntes con-vectivas no interior da nuvem, que transportam as gotas-d’água condensadas para as camadas mais

elevadas e frias, onde ocorre o congelamento. Isso acontece dentro da cumulonimbus.

Virga: chuva que não atinge a superfície terrestre, pois evapora antes de chegar ao solo. Ocorre principalmente nas regiões desérticas, tanto as frias quanto as quentes.

Chuva: forma de precipitação mais comum, resultado do contato de uma nuvem saturada de vapor-d’água com uma camada de ar frio.

A ilustração a seguir apresenta a classificação das chuvas quanto à origem.

A distribuição geográfica das chuvas é irregular devido às diferenças de temperatura, de latitude e de pressão atmosfé-rica, à ação das massas de ar e dos ventos e à influência do relevo, das correntes marítimas, dos oceanos e continentes.

Nas regiões intertropicais, ocorre o domínio do regime equatorial, sem estação seca. À medida que a latitude au-menta, o regime torna-se subequatorial, com duas estações chuvosas (primavera e outono) e duas estações secas; e tro-

pical, com uma estação chuvosa (verão) e uma seca (inverno).Nas regiões próximas aos trópicos, ocorre o regime desér-

tico, com seca quase o ano todo em determinados locais, como na África, Ásia, América e Oceania. Nas regiões temperadas, ocorrem o regime mediterrânico, com chuvas no inverno e período de seca no verão, e o regime de altas altitudes, com chuvas bem distribuídas durante o ano. Nas regiões polares, ocorre o regime polar, com predominância de neve.

Principais processos geradores de chuvas

Chuva convectiva: ocorre pela ascensão vertical do ar contendo vapor-d´água que, ao entrar em contato com camadas de ar frio, sofre condensação e posterior precipitação.

Chuva orográfica ou de relevo: ocorre pelo deslocamento horizontal das nuvens que, ao entrarem em regiões de elevadas altitudes, se resfriam e precipitam.

Chuva frontal: o deslocamento horizontal pode colocar um ar quente em contato com um ar frio, provocando precipitações.TPO = temperatura do ponto de orvalho.

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Tipos de chuva:

orográfica ou

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Tipos de chuva:

convectiva

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Tipos de chuva:

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16 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Ventos

É o ar em movimento horizontal. Os movimentos verticais do ar são chamados de correntes.

A topografia, a distribuição das superfícies continentais e oceânicas, as correntes oceânicas e a pressão atmosférica são fatores que influenciam a circulação dos ventos.

Fatores que controlam o movimento horizontal do ar

Há fatores que controlam o movimento horizontal do ar próximo à superfície terrestre, como a diferença de pressão atmosférica, a Força de Coriolis e a configuração do relevo.

A diferença de pressão atmosférica entre regiões é o que causa o movimento do ar. O ar se movimenta de uma região de alta pressão atmosférica, denominada anticiclonal, para uma região de baixa pressão, chamada ciclonal. Quanto mais próximos estiverem o centro de alta pressão e o centro de baixa pressão, maior será a velocidade do vento.

Ao se movimentar, o ar é influenciado pela Força ou Efeito de Coriolis, devido ao movimento de rotação da Terra. Esse

Esquema dos ventos planetários

Fonte: STRAHLER, Arthur N.; STRAHLER, Alan H. Geografía física. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1997. p. 96.

Perturbaçãopolar

Domínio dasondulações ciclônicas

Domínioda covecção

Ventos alísios de sudeste

Cinturão subtropicalde alta pressão

Ventos polaresdo leste

Ventos alísios de nordeste

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Cinturão subtropicalde alta pressão

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Frente polar

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de baixa pressão

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A – altas pressões atmosféricas

B – baixas pressões atmosféricas

Fonte: Marinha do Brasil. Noções de meteorologia para navegantes. Capítulo 45. p. 26. Disponível em: <https://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap-45.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2011.

Efeito de Coriolis

fator influencia a direção do movimento do ar: no Hemisfério Norte, o vento tem sua direção desviada para a direita e, no Hemisfério Sul, para a esquerda.

Observe a ilustração a seguir:

Configuração geral dos ventos sobre a superfícieObserve a ilustração a seguir, que retrata a configuração geral dos ventos sobre a superfície terrestre:

A configuração do relevo afeta a velocidade e a direção do movimento aéreo horizontal. Isso ocorre devido aos obs-táculos que a superfície oferece ao movimento do ar.

Ensino Médio | Modular 17

GEOGRAFIA

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O ar que circula nas áreas de alta pressão é desviado pelo Efeito de Coriolis, formando os cinturões de ventos alísios: alísios de su-deste no Hemisfério Sul e alísios de nordeste no Hemisfério Norte.

O encontro dos alísios de SE e alísios de NE forma uma faixa chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Esta convergência de ventos implica a ascensão do ar em “colunas”, que transportam o ar até o limite da troposfera.

Ao longo da zona de baixa pressão equatorial, em certos perío-dos do ano, os alísios não convergem ao mesmo tempo, formando, assim, um cinturão de ventos calmos, chamados doldrums.

Os alísios doldrums e ZCIT variam conforme a estação, em direção norte e sul, de acordo com os movimentos dos cinturões de pressão e temperatura. A ZCIT migra poucos graus norte e sul sobre o Pacífico e o Atlântico, cobrindo áreas sobre os continentes americano – na sua porção sul –, africano e sudeste asiático, bem como o Oceano Índico.

Os cinturões de alta pressão subtropical, que ocorrem entre 25º e 40º de latitude, tanto norte como sul, são tam-bém chamados de anticiclones. No centro, os ventos são brandos e se dispõem circularmente ao redor de uma linha. A calmaria permanece por grande parte do tempo.

Entre 35º e 60º de latitude norte e sul, ocorrem os ventos dominantes do oeste ou westerlies. No Hemisfério Sul, a direção é NW, e no Hemisfério Norte, é SW. A partir desta zona, também sopram ventos de todas as direções.

Nos polos, ocorre um sistema de ventos polares do leste. Os ventos, nessas altas latitudes, tomam uma grande diversidade de direções.

Tipos de ventos

Planetários ou constantesSopram o ano todo, afetando extensas áreas. Subdivi-

dem-se em: Alísios: ventos que sopram dos trópicos para o

Equador, onde sofrem aquecimento e, quando so-bem, originam os contra-alísios, que sopram do Equador para os trópicos.

Ventos polares: ventos frios que sopram dos polos para as latitudes médias, atuando nas regiões entre 40º e 60º de latitude norte e sul.

Jet-stream: ou corrente de jato, formam-se no con-tato entre o ar frio e o ar quente, com velocidade superior a 120 km/h, e com grandes proporções (mi-lhares de quilômetros de comprimento e centenas de quilômetros de largura).

Continentais ou periódicos

Sopram temporariamente do continente para o oceano e do oceano para o continente. São eles:

Monções: ocorrem em países do sul e do sudeste da Ásia, principalmente na Índia, no Laos e no Vietnã. Os ventos de monções acontecem por causa de diferen-ças de aquecimento e resfriamento entre o continente e o Oceano Índico e a configuração do relevo.

Durante o verão, no sul da Ásia, forma-se um centro de baixa pressão e, desde o Oceano Índico e o sudoeste do Pacífico, o ar quente úmido se dirige para o norte e noroeste da Ásia, passando pela Índia, Indochina e China. Esse fluxo de ar forma as mon-ções de verão, trazendo fortes chuvas para o Sudeste da Ásia.

Durante o inverno, os ventos sopram do norte (área de alta pressão) em direção ao sul e sudeste asiático, caracte-rizando as monções de inverno. Essas monções produzem invernos secos e frios.

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Fonte: BURROUGHS, William J. et al. Observar o tempo. Pedro de Estoril: Atena, 1999. p. 32.

Funcionamento das monções

18 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Brisas: sopram durante o dia, do mar para o continente (brisas marítimas) e, durante a noite, do continente para o mar (brisas terrestres).

CiclônicosSão ventos que sopram em torno de um centro de baixa pressão. A velocidade

pode atingir até 300 km/h. O diâmetro varia de 80 a 800 km. Sua origem está ligada aos centros de baixa pressão existentes na zona de convergência dos alísios de SE e NE. Predominam no final do verão e começo do outono no Hemisfério Norte.

Furacão, tufão e ciclone são denominações regionais para caracterizar as grandes quantidades de ar que se movem sobre os oceanos. Para receber essa classificação, os ventos devem ter velocidade superior a 120 km/h e, quando isso acontece, a pressão atmosférica, em uma área relativamente pequena, dentro da coluna de ar que se forma, diminui, formando o “olho” do furacão, que é uma região de calmaria.

Fonte: BURROUGHS, William J. et al. Observar o tempo. Pedro de Estoril: Atena, 1999. p. 33.

Dinâmica das brisas

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Fonte: BURROUGHS, William J. et al. Observar o tempo. Pedro de Estoril: Atena, 1999. p. 54.

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Anatomia de um ciclone

Como se formam

os furacões

@GEO792

Ensino Médio | Modular 19

GEOGRAFIA

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Observe a imagem de satélite e as fotografias e identifique o fenômeno meteorológico, a categoria do fenômeno, a data do acontecimento e o local.

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Fonte: Nasa.

Os tornados possuem velocidades altas, podendo ter um ou mais redemoinhos (chamados pelos meteorologistas de vórtices atmosféricos). Sua origem é sobre os continentes, devido à di-ferença de pressão atmosférica entre dois lugares. A força dos tornados é medida pela Escala Fujita, que varia de zero a cinco, e leva em conta os danos causados. Os tornados F5 possuem velocidade superior a 400 km/h, e 2% dos tornados formados chegam a este nível. São mais comuns na América do Norte.

Massas de ar

Sistemas atmosféricos são sistemas formados, basica-mente, pela circulação das massas de ar e pelas frentes.

Massas de ar são porções da atmosfera que apresen-tam características particulares de temperatura, umidade e pressão. Formam um corpo horizontal homogêneo de ar que se desloca, tendo como origem áreas tropicais, polares ou equatoriais. Podem ser quentes ou frias, secas ou úmidas, de-pendendo do seu local de origem. À medida que se desloca, a massa de ar sofre modificações em suas características, tanto na temperatura quanto no seu dinamismo e, também, provoca modificações no tempo atmosférico nos locais por onde passa.

As principais massas de ar ligadas à circulação atmos-férica são:

Massas polares (P): são amplas e caracterizam dois importantes centros de alta pressão: um na região po-

lar Ártica e outro na Antártica. Podem ser continentais (secas) ou marítimas (úmidas).

Massas tropicais (T): ocupam latitudes próximas aos 30ºC nos dois hemisférios, podendo ser conti-nentais (secas) e marítimas (úmidas).

Massas equatoriais (E): localizadas na Zona Equa-torial. Caracterizam-se por elevadas temperaturas e baixas pressões. Podem ser continentais (secas ou úmidas) ou marítimas (úmidas).

No contato entre duas massas de ar de temperaturas diferentes, forma-se uma superfície de descontinuidade, co-nhecida como superfície frontal. É uma zona de transição, estreita e inclinada, na qual os elementos meteorológicos variam mais ou menos abruptamente.

Quando duas massas de ar de origem diferente se encon-tram, tendem a preservar suas identidades físicas, em vez de se misturarem livremente. A mistura de características ocorre depois de determinado tempo. Como consequência disso, elas criam as frentes ao longo da zona limítrofe.

Quando uma frente cruza uma região, ocorre uma variação brusca nas propriedades do ar, devido à substituição de um ar pelo outro. É ao longo dessas frentes que ocorrem as principais variações do tempo. A distribuição de temperatura e umidade nas massas de ar exerce efeito de grande importância sobre o tempo.

O contato entre as massas de ar não é vertical, e sim com inclinação 1/100 metros. As frentes possuem centenas de quilômetros de comprimento e largura. A diferença de temperatura indica se a massa de ar é fria ou quente.

Os furacões são classificados segundo a pressão atmosférica medida no olho, a velocidade dos ventos e o volume da tempestade. A Escala Saffir-Simpson os classifica de um a cinco, confome o poder de destruição.

20 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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A frente quente ocorre quando uma massa de ar quente substitui uma de ar frio, quando o ar sobe, ficando por cima da superfície inclinada, podendo resfriar e condensar.

As frentes frias acompanham a superfície, sofrendo alterações conforme o tipo da superfície por onde se movem. Sofrem modificações, incorporando os elementos locais na superfície.

Quando houver uma mudança na pressão ou na topogra-fia, a frente poderá se tornar estacionária (não apresentar nenhuma movimentação) ou se mover lentamente (semies-tacionária). O processo de dissipação afeta as massas de ar e faz com que adquiram características da região onde se encontram, até o ponto de desaparecimento total.

Classificação climática: Strahler e Köppen-Geiger Classificação climática:

Um ponto polêmico quando se vão discutir tipos climá-ticos é o de que não há climas idênticos. O máximo que se pode falar é em comportamentos médios e costumeiros, ainda com reservas.

Alguns climatólogos dizem que as classificações climá-ticas são uma necessidade humana, pois, no mínimo, dão a impressão de que se está diante de um fenômeno previsível

e controlável. Contudo, o clima é dinâmico, tem muitíssimas variações e flutuações locais a todo momento.

Uma classificação climática procura sintetizar e agrupar elementos climáticos similares, identificando tipos climáticos relativamente homogêneos e buscando apontar as regiões de ocorrência desses tipos.

Os elementos mais frequentes para uma classificação são as médias térmicas (suas variações segundo as estações do ano), o regime das precipitações, as dinâmicas das massas de ar e o balanço energético (entrada e saída de energia do sistema), muitas vezes relacionando esses itens a outros elementos dos sistemas naturais, como relevo e vegetação.

As principais classificações são identificadas como ge-nética ou empírica.

A classificação genética, qualitativa ou dinâmica se baseia na circulação dos ventos, na dinâmica das massas de ar, na desigualdade da radiação solar e na desigualdade dos fluxos de umidade. Nesse caso, a de maior prestígio é a Classificação Climática de Strahler. Essa classificação se fundamenta em dois critérios: as características das massas de ar dominantes em uma região e o regime de precipita-ções. Trata-se de uma classificação bastante eficiente, pois considera o que há de mais dinâmico no clima, que são as massas de ar.

Observe no mapa a seguir os tipos climáticos da classi-ficação climática de Strahler:

Luci

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Fonte: STRAHLER, Arthur N.; STRAHLER, Alan H. Geografía física. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1997. Lâmina C2. Adaptação.

Climas segundo Strahler

Ensino Médio | Modular 21

GEOGRAFIA

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A classificação quantitativa, empírica ou analítica se apoia nas manifestações climáticas já ocorridas. Usa como métodos levantamentos estatísticos de temperaturas, de volume de chuvas, de secas e outros. Trabalha com médias estatísticas. A mais utilizada é a de Köppen-Geiger (1846-1940). A classificação foi lançada em 1900, em um período em que não se conhecia a dinâmica das massas de ar.

O mapa a seguir apresenta a distribuição dos tipos climáticos dessa classificação:

Climas segundo Köppen-Geiger

Fonte: STRAHLER, Arthur N.; STRAHLER, Alan H. Geografía física. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1997. Lâmina C4. Adaptação.

A classificação de Köppen-Geiger é uma combinação de letras, designando as principais caracte-rísticas de cada clima. A primeira letra é sempre maiúscula, representando a característica geral do tipo climático. A segunda e a terceira letras são minúsculas e representam, respectivamente, a época de ocorrência das chuvas e a característica térmica do clima.

Os climas áridos, do tipo B, são caracterizados pela temperatura e pela umidade.

Climas que atuam no BrasilO Brasil recebe a influência de cinco tipos de massas de ar e, conforme a época do ano, elas atuam

com maior ou menor intensidade. Isso ocorre devido à variação das zonas de alta e baixa pressão provocadas pelas diferenças de aquecimento dos oceanos e dos continentes no decorrer das estações do ano.

Luci

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22 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Massa equatorial atlântica (mEa): quente e úmida, domina o litoral da Amazônia e do Nor-deste. O centro de origem é no Oceano Atlântico, ao norte do Equador, próximo ao Arquipélago dos Açores.

Massa equatorial continental (mEc): quente e úmida. Seu centro de origem é na parte ocidental da Amazônia. Domina a porção noroeste da Amazônia durante praticamente o ano todo. A umidade dessa massa de ar decorre da presença de inúmeros rios e da densa vegetação que recobre a região.

Massa tropical atlântica (mTa): quente e úmida. Origina-se próximo ao Trópico de Capricór-nio e influencia o litoral brasileiro, do nordeste até o sul.

Massa tropical continental (mTc): quente e seca. Origina-se na depressão do Chaco (Ar-gentina e Paraguai). Permanece na sua região de origem durante quase o ano todo, podendo sofrer retração devido à chegada da frente polar.

Massa polar atlântica (mPa): fria e úmida. Forma-se próximo à Patagônia (sul da Argentina). Atua mais no inverno, quando “penetra” no Brasil sob a forma de frente fria, originando chuvas e diminuindo a temperatura. Influencia mais a Região Sul, principalmente as regiões com lati-tudes ao norte do Trópico de Capricórnio.

Observe, no mapa a seguir, as massas de ar que atuam no Brasil:

Luci

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Fonte: NIMER, Edmon. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1989. p. 13. Adaptação.

Massas de ar que atuam no Brasil

Atuação das

massas de ar

ao longo do

ano no Brasil

@GEO845

Ensino Médio | Modular 23

GEOGRAFIA

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Durante o inverno, a mPa atua no interior do Brasil, diminuindo a temperatura do local e provocando chuvas. Quando atua no sul da Amazônia, acaba provocando a queda brusca da temperatura na região, originando o fenômeno denominado friagem. Já foram registradas temperaturas mínimas diárias de 8ºC. A mPa atua mais constantemente nas regiões Sul e Sudeste, levando à ocorrência de geadas e até precipitação de neve em áreas mais altas.

O Brasil possui a maior parte do seu território na Zona Intertropical (92% de sua área) e apenas 8% na Zona Subtropical do sul. A tropicalidade é uma característica predominante da maior parte do clima brasileiro, sendo, por isso, quente.

Os tipos climáticos que atuam no território brasileiro podem ser classificados segundo Köppen- -Geiger e Strahler. Observe os mapas a seguir:

Climas do Brasil segundo Köppen-Geiger

Luci

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Fonte: STRAHLER, Arthur N.; STRAHLER, Alan H. Geografía física. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1997. Lâmina C4. Adaptação.

Luci

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Fonte: STRAHLER, Arthur N.; STRAHLER, Alan H. Geografía física. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1997. Lâmina C2. Adaptação.

Climas do Brasil segundo Strahler

As características relacionadas à temperatura e à precipitação de cada tipo climático podem ser representadas em um climograma, isto é, uma representação gráfica da temperatura e da precipitação.

Essa forma de representação permite a comparação entre duas ou mais regiões no que se refere às características dos elementos que compõem o clima. Para sua elaboração, são utilizados dados de temperaturas médias mensais e da quantidade de chuvas que ocorreram.

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Com seu grupo, pesquise as características de um tipo climático que ocorra no Brasil, o com-portamento da temperatura, da precipitação, dos ventos durante as estações do ano, as áreas de atuação no território brasileiro, as atividades econômicas praticadas nas áreas de atuação, a ocorrência de enchentes e/ou períodos de secas. Pesquisem dados de temperatura média mensal e de precipitação mensal de um local da área de atuação e elaborem um climograma.

1. (CEFET – SC) Leia os textos 1 e 2 para responder à questão.

Texto 1

Algumas modestas proposições

Venus é uma demonstração prática de que um au-mento na abundância dos gases estufa pode ter consequências desagradáveis. Se mandássemos uma nave espacial que penetrasse em suas nuvens – por sinal, compostas em grande parte por áci-do sulfúrico –, como a União Soviética fez na série pioneira Venera de exploração do espaço, desco-briríamos uma atmosfera extremamente densa, composta em grande parte de dióxido de carbono com pressão na superfície noventa vezes maior do que a na Terra. Se agora colocássemos para fora um termômetro, como fez a nave espacial Venera, descobriríamos que a temperatura é de aproxima-damente 4 700C (cerca de 9 000F) – quente o sufi-ciente para derreter o estanho ou o chumbo. É um bom exemplo para se dar aos entrevistadores de programas de rádio dominados pela ideologia, que insistem em dizer que o efeito estufa é uma frau-de. À medida que aumenta a população da Terra e que nossos poderes tecnológicos se tornam ain-da maiores, estamos lançando na atmosfera uma quantidade cada vez maior de gases absorventes no espectro infravermelho. Há mecanismos natu-rais que eliminam esses gases do ar, mas nós os estamos produzindo num tal ritmo que superamos os mecanismos de remoção. Entre a queima de combustíveis fósseis e a destruição das florestas (as árvores eliminam CO2 e o convertem em madeira), nós, humanos, somos responsáveis pela introdu-ção de cerca de 7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono no ar a cada ano.

Na figura acima, pode-se ver o aumento do dióxi-do de carbono na atmosfera da Terra ao longo do tempo. Os dados são do observatório atmosférico Mauna Loa, no Havaí. O Havaí não é altamente in-dustrializado, nem o lugar onde grandes áreas de florestas estejam sendo queimadas (introduzindo mais CO2 no ar). O aumento do dióxido de carbono ao longo do tempo, detectado no Havaí, provém de atividades sobre a Terra. O dióxido de carbo-no é simplesmente carregado pela circulação geral da atmosfera por todo o mundo – inclusive sobre o Havaí. Pode-se observar que a cada ano há um aumento e uma queda de dióxido de carbono. O fenômeno é devido a árvores decíduas que, no ve-rão, quando cobertas de folhagem, tiram CO2 da atmosfera, mas no inverno, sem folhas, não cum-prem essa missão. Mas superposta a essa oscila-ção anual está uma tendência de aumento a longo prazo, que é totalmente inequívoca. A relação de mistura de CO2 já ultrapassou 350 partes por mi-lhão – está mais elevada do que jamais foi durante toda a existência dos humanos sobre a Terra.(Carl Sagan. Bilhões e bilhões. São Paulo: Companhia das Le-tras, 1997. p. 116-117. Adaptado.)

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GEOGRAFIA

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Texto 2

Algumas modestas proposições

Cento e oitenta contra um: os acordos de Kyoto foram aprovados por unanimidade menos um. O professor Ronald Reagan estudou Ciências Po-líticas nos filmes do Far West. Agora seu aluno, como nos filmes, enfrenta sozinho todos os de-mais. Bem sabe o justiceiro que toda essa histó-ria de Kyoto não passa de uma conspiração. Está em jogo o direito dos Estados Unidos de seguir desenvolvendo seu modo de vida, que se funda-menta no amor aos membros mais queridos da família: os que dormem na garagem. E eles não têm outro remédio senão suportar em silêncio as calúnias. Os ecoterroristas, agitadores a soldo do transporte público, andam propalando que os automóveis lançam veneno no ar e arruínam a atmosfera. E assim se abusa impunemente da paciência dos cidadãos de quatro rodas, que não podem nem piar. É um escândalo, mas não é assim: os carros ainda têm o direito do voto, embora sejam mais numerosos do que toda a população adulta norte-americana [...].(GALEANO, Eduardo. Algumas modestas proposições. In: O teatro do bem e do mal. Porto Alegre: L&PM, 2002. p. 136--137)

Sobre o Protocolo de Kyoto e as mudanças climá-ticas, está correto afirmar que:

a) é incorreto apontar os carros como agentes que contribuem para o efeito estufa, fato que faz os EUA não assinarem o Protocolo de Kyoto.

b) os EUA, maiores responsáveis pela geração de gases do efeito estufa, ainda não assinaram o Protocolo de Kyoto, que define uma meta de redução da emissão desses gases por uma parte dos países signatários.

c) no ano de 2008, os EUA assinaram o Protoco-lo de Kyoto, para atender o clamor mundial que exigia essa participação no tratado.

d) se a população mundial tivesse o mesmo pa-drão de consumo dos americanos, teríamos uma grande qualidade de vida em todo o pla-neta, fato que diminuiria a degradação am-biental global.

e) os EUA não assinam o Protocolo de Kyoto, pois pretendem que seja assinado primeira-mente o Pacto de Varsóvia, que pune os eco-terroristas.

2. (UEPB)

Comparando os dois cartogramas, é possível afirmar que a localização dos grandes desertos do mundo está associada de uma forma geral: I. aos centros de alta pressão atmosférica em tor-

no dos paralelos de 30º dos dois hemisférios. II. à presença de altas montanhas a leste dos de-

sertos, que funcionam como barlavento aos ventos constantes, impedindo a passagem de umidade.

III. a uma convergência de fatores, tais como: zona de baixa pressão, baixas latitudes, clima quente de monções, altitudes elevadas, pro-ximidade dos oceanos, correntes marítimas quentes e ventos constantes.

IV. à ação das correntes marítimas frias, que tor-nam o ar seco nas costas ocidentais da África, Austrália e das Américas.

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Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões):

a) IV. b) III.

c) I, II e IV. d) I e II.

e) II, III e IV.

3. (CEFET – PB) Interprete os climogramas abaixo:

Fonte: www.inmet.gov.br e www.weatherbase.com, 2007.

Leia atentamente as afirmações a seguir: I. Acapulco apresenta chuvas bem distribuídas

durante o ano todo. II. Manaus apresenta elevada umidade decor-

rente de sua proximidade da floresta e dos rios amazônicos.

III. Manaus apresenta clima equatorial. IV. Acapulco apresenta pequenas variações de

temperaturas.

Está(ão) correta(s):

a) apenas I, II e III. b) apenas II e III.

c) apenas II, III e IV. d) apenas I e III.

e) apenas III.

4. (UNESP) Analise os climogramas das figuras A e B:

(J. O. Ayoade, 2003)

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta dos dois tipos climáticos representados:

a) Clima tropical e clima temperado oceânico ou marítimo.

b) Clima tropical e clima temperado continental.

c) Clima subtropical e clima temperado oceânico ou marítimo.

d) Clima subtropical e clima temperado conti-nental.

e) Clima semiúmido mediterrâneo e clima tem-perado oceânico ou marítimo.

5. (UNESP) Observe a imagem de satélite e o mapa:

Assinale a alternativa que identifica o fenômeno climático representado, a área de ocorrência e a causa principal que favorece sua formação.

a) Ciclone; Mar das Caraíbas; áreas oceânicas com predominância de ventos fracos, mas constan-tes, fenômeno típico de áreas tropicais.

b) Tufão; Antilhas; formação de frentes frias em áreas oceânicas, fenômeno típico de altas la-titudes.

c) Tornado; América do Norte; formação de ci-clones extratropicais nos oceanos, fenômeno típico de áreas polares.

d) Furacão; Caribe; áreas oceânicas onde a tem-peratura da água é mais elevada, fenômeno típico de áreas tropicais.

e) Tromba-d’água; América Central; formação de frentes frias e úmidas nas áreas oceânicas, fenômeno típico de áreas temperadas.

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GEOGRAFIA

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Biomas3A vegetação é resultado da combinação de fatores climáticos, tipo de solo, da presença e da quanti-

dade de água em determinada região. Dependendo dessa combinação, pode-se classificar a vegetação quanto à adaptação das variações de temperatura e quanto à relação de umidade do ambiente ou outro elemento natural.

Os espaços de características homogêneas, onde convivem plantas, animais e micro-organismos associados, formam os ecossistemas com uma série de elementos comuns, como o clima e os tipos de solos, entre outros. Características semelhantes em relação à fauna e à flora formam um bioma.

Portanto, bioma é um amplo conjunto de ecossistemas terrestres, isto é, o conjunto de condições ecológicas relacionadas às características do ambiente, a todos os vegetais e animais.

Fatores de formação da vegetação

Não há como compreender a diversidade, presença ou ausência dos seres vivos na superfície terrestre sem que se pesquisem e avaliem as condições ambientais presentes e pretéritas, bem como os fatores que atuaram e influenciaram a distribuição desses seres.

Quando um novo organismo se origina (espécie, subespécie ou variedade), tende a ocupar locais ecologi-camente favoráveis. O ritmo da ocupação e a sua extensão dependem dos seguintes fatores:

Fatores geográficos: uma característica geográfica pode ser uma barreira para algumas espé-cies, bem como ser fonte de dispersão para outras. Como exemplo, o Istmo do Panamá (América Central, porção continental), que impediu o movimento das espécies entre os oceanos e permitiu a movimentação das espécies entre as regiões da América. O istmo permitiu a interação de espécies entre a América do Norte, Central e do Sul. Contudo, impediu a interação entre as espécies aquáticas do Pacífico e do Atlântico.

Fatores edáficos: os solos são responsáveis pela distribuição de muitas espécies. Determina-das características dos solos, como a porosidade, os teores de areia, silte, argila, sais e minerais, a capacidade de retenção de água, facilitam ou impedem vegetais e animais (principalmente os de vida subterrânea) de se desenvolverem em determinadas áreas.

Fatores climáticos: um dos mais importantes, principalmente no que se refira à vegetação. Os li-mites de tolerância das plantas em relação à temperatura, à luz, ao vento, à umidade e à pluviosida-de são bem definidos para cada espécie. Excesso ou deficiência dos elementos climáticos resultam na incapacitação de desenvolvimento da espécie. A grande biodiversidade dos trópicos deve-se a fatores climáticos. A fauna também é influenciada, principalmente no que tange à temperatura.

Fatores bióticos: os seres vivos também são importantes na distribuição dos organismos sobre a superfície terrestre. A gralha azul, por exemplo, é o principal disseminador da araucária nos estados do sul do Brasil. Durante o outono, as gralhas azuis estocam os pinhões, plantando-os no solo ou em troncos de árvores caídos no chão.

Fatores antrópicos: apesar de ser um fator biótico, a sociedade humana é considerada de maneira isolada. O ser humano distribui-se em toda a biosfera e vem, há centenas de anos, transformando o am-biente, muitas vezes extinguindo inúmeras espécies animais e vegetais e introduzindo outras em vários locais. Assim, o ser humano tem modificado significativamente as áreas geográficas de muitas espécies.

Edáficos: pertencente ou

relativo ao solo; solos férteis.

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Cada um desses fatores está inter-relacionado e influencia no comportamento das espécies que formam determinado bioma. Uma mesma espécie pode ocupar áreas geográficas diferentes e, por estar exposta às características de fatores diferentes, poderá ter o comportamento de germinação, crescimento, floração e frutação alterado, tendo em vista a influência dos fatores anteriormente citados. A sociedade humana introduziu espécies em diversos locais, e essas espécies desen-volveram mecanismos de adaptação a esses fatores.

Como exemplo, pode-se citar o Pinus elliottii, espécie de pinheiro originário do sudeste dos Estados Unidos. É uma espécie que necessita de baixas temperaturas para se desenvolver. Quando foi introduzida na Região Sul do Brasil, que não possui a rigorosidade do inverno necessária para o desenvolvimento da planta, o Pinus adaptou-se às características climáticas dessa região. Para se adaptar, desenvolveu acidez mais acentuada das suas folhas que, durante o processo de decomposição, influencia na acidez do solo; tornou-se dominante na área de cultivo, isto é, nenhuma outra espécie se desenvolve junto ao Pinus; entre outras características. Essas e outras adaptações originaram impactos negativos no ambiente em que a espécie foi introduzida. Uma área que foi ocupada por reflorestamento de Pinus elliottii necessita de anos de recuperação para que as espécies nativas voltem a se desenvolver.

Interação entre clima, recursos hídricos e vegetação

A relação entre a vegetação, o clima e os recursos hídricos é intensa, pois a vegetação é um indicador do clima de determinada área. Dos elementos formadores do clima, a temperatura e a precipitação são determinantes na formação da cobertura vegetal de uma determinada região. As elevadas temperaturas, a alta umidade do ar e as abundantes chuvas explicam o desenvolvimento da vegetação nas regiões equatoriais. Em relação aos recursos hídricos, a presença ou a ausência de água influencia no comportamento das espécies que compõem os biomas.

O clima tropical apresenta índices de precipitação e temperatura que variam conforme a estação do ano. Assim, a vegetação se comporta conforme a variação de menor ou maior abundância de precipitações. Nas regiões desérticas, onde predominam baixo índice de precipitação e altas temperaturas (desertos quentes) ou baixas temperaturas (desertos frios), a vegetação é escassa e, muitas vezes, nula. Essas espécies são apropriadas a esse ambiente quente e seco, mas, nos locais onde ocorre a presença de oásis, determinadas espé-cies estão presentes. Um oá-sis se forma quando as águas subterrâneas estão aflorando na superfície, originando a presença de vegetação, for-mando uma pequena zona ver-de. As zonas verdes também ocorrem em lugares em que há a presença de rio, como o Rio Nilo, desenvolvendo nas suas margens espécies vegetais.

Em climas temperados e frios, a vegetação também está adaptada para sobreviver às baixas temperaturas. A al-titude influencia o clima, prin-cipalmente a temperatura e a umidade. Observe na ilustração ao lado a variação da vegetação em relação à temperatura e à umidade:

Fonte: Disponível em: <http://www.if.ufrrj.br/revista/pdf>. Acesso em: 9 de abril, 2010.

Variação da vegetação em relação à temperatura e à umidade

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GEOGRAFIA

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Devido à influência do clima e dos recursos hídricos, a vegetação possui características que retratam o ambiente em que se desenvolvem. Quanto ao grau de umidade, a vegetação pode ser:

Halófita: quando se adapta a ambientes salgados.

Tropófita: quando se adapta a ambientes que pos-suem períodos úmidos e períodos secos, alternada-mente.

Xerófita: adapta-se a ambientes áridos e semiáridos.

Mesófita: vegetação que se desenvolve em ambien-tes com regularidade de chuvas.

Higrófita: desenvolve-se em ambientes úmidos.

Hidrófita: vegetação que se desenvolve dentro da água.

Quanto à resistência das folhas, a vegetação pode ser caducifólia, quando as folhas caem em uma determinada estação, principalmente no inverno; ou perenifólia, quando as folhas permanecem durante o ano todo.

Em relação à formação florestal, a vegetação pode ser:

Arbórea: quando o bioma possui árvores de grande porte, como a Floresta Amazônica.

Arbustiva: quando o porte das árvores é médio e pe-queno.

Herbácea: com predomínio de espécies de gramíne-as, caracterizando a vegetação de campos.

Litorânea: espécie que recebe influências da ação do oceano, tanto em relação à salinidade da água quan-to em relação aos ventos.

Biomas (mundiais e brasileiros)

Tendo em vista a variedade de solos e climas, há diversos tipos de formações vegetais que dominam extensas áreas. Há formações florestais, formações herbáceas, formações adaptadas ao clima frio, ao clima quente, ao maior ou menor teor de umidade. Todas as formações vegetais são importantes para o funcionamento e a preservação dos biomas.

No mapa a seguir, apresentam-se as principais formações vegetais mundiais:

Formações vegetais mundiais

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. p. 70. Adaptação.

30 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Floresta pluvial tropical e subtropical

Floresta pluvial tropicalA floresta pluvial tropical, também denominada floresta equa-

torial ou floresta equatorial pluvial, ocorre na zona mais úmida entre todas as zonas vegetacionais. Está presente nas regiões equatoriais, entre aproximadamente 15° de latitude N e 15° de latitude S. Envolve as planícies do Amazonas na América do Sul, do Congo na África e a região costeira africana, que se estende desde a Nigéria até Guiné, a região oriental da Índia e o Sudeste Asiático.

A floresta equatorial é uma resposta a um regime climático, continuamente quente, com uma abundante precipitação durante todos os meses do ano (ou quando muito, somente um ou dois meses de seca). Um grande excedente hídrico caracteriza o balanço hídrico anual, em que os índices de precipitação são sempre superiores aos de evapotranspiração.

O estrato arbóreo atinge uma altura de 50-55 metros, em média, e é composto por três an-dares: superior, médio e inferior. O estrato superior não é compacto, mas consiste em espécies que se elevam acima das outras árvores. São os andares médio e inferior que formam o denso dossel de folhas.

Os solos são extremamente pobres de nutrientes e geralmente ácidos, parecendo uma con-tradição frente à exuberância da vegetação. Quase todas as reservas de nutrientes necessários à floresta estão contidas na porção de vegetação que cai e se decompõe acima do solo, e os elementos nutritivos liberados logo são novamente absorvidos pelas raízes. As árvores também podem se utilizar dos fungos para obter seus nutrientes, em forma orgânica, diretamente da serapilheira.

Com essa rápida reciclagem dos nutrientes, a floresta se mantém por milhares de anos no mesmo lugar, mas, tão logo ela seja desflorestada, ocorre uma intensa erosão do solo. Normalmente o desmatamento é realizado para implantação e áreas de cultivo ou criação de animais.

Floresta pluvial subtropicalAs florestas pluviais subtropicais estão localizadas

nas áreas próximas aos trópicos (de Câncer e Capricórnio), alargando-se na costa oriental dos continentes até uma latitude norte e sul de aproximadamente 26°, compreen-dendo boa parte da América, da África, e o sul e o sudeste da Ásia.

O clima na floresta subtropical é quente, e a variação anual da temperatura não ultrapassa 6°C. As chuvas são abundantes, sendo bem distribuídas durante o ano.

Nesse ambiente de calor e umidade, desenvolve-se a maior variedade vegetal do planeta. A floresta sempre verde, de espécies com folhas grandes e largas, forma um emara-nhado quase compacto, onde sobressaem árvores com até 50 metros de altura. Abaixo delas, sucedem-se outras de menor porte até o limite das espécies arbustivas.

Serapilheira: camada de

folhas, galhos, etc., de mistura com terra, que

cobre o solo da mata.

Desflorestada: ação ou

efeito de desmatamento.

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Floresta equatorial. República Democrática do Congo

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Turistas em Ponte Suspensa na floresta tropical, na Costa Rica

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GEOGRAFIA

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Savanas

PradariaTipo de vegetação caracterizado por cobertura herbácea

contínua, em que predominam as gramíneas. Localiza-se nas regiões temperadas frias, de precipitações reduzidas (cerca de 500-750 mm), concentradas, sobretudo no fim do verão. Condições topográficas e pedológicas relacionadas com as pradarias – vastas planícies e solos com grande quantidade de matéria orgânica –, fizeram com que muitas dessas áreas fossem utilizadas como extensos campos agrícolas.

A palavra “savana” é utilizada para descrever as terras cobertas de gramíneas tropicais em vários continentes, in-cluindo a América do Sul (na região da Bacia do Rio Orinoco, conhecido como Lhano) e a Austrália (no norte, conhecido como scrub).

É uma vegetação que cresce em climas que se alter-nam de seco a úmido ou de frio a quente. No período mais seco, a vegetação se protege da transpiração excessiva perdendo as folhas, e as raízes buscam águas a grandes profundidades.

No final dos períodos mais secos, ocorrem, normalmen-te, incêndios que consomem os arbustos secos, podendo ser causados por raios ou por atividades humanas. O período seguinte é marcado pelo crescimento das gramíneas e, depois, dos arbustos.

As savanas possuem muitas variações, podendo ser úmi-das, espinhentas e de inundação. São vegetações típicas da África Tropical, onde recebem nomes locais de “miombo”, “mopane” e ocupam grandes áreas.

A savana úmida circunda a Bacia do Congo, entre 10º e 15º latitude sul e norte; aparece no Brasil Central sob a forma de cerrados; na Venezuela, onde forma os “lhanos”; no norte e nordeste da Austrália; na Índia Central e Sudeste da Ásia.

Formações herbáceasQuaisquer que sejam os nomes atribuídos às terras

cobertas de plantas herbáceas – pradarias, estepes ou pampas –, todas elas apresentam várias características comuns. Situam-se, geralmente, em extensões planas ou com depressões e elevações suaves e ventos pra-ticamente constantes. As terras cobertas de plantas herbáceas são relativamente secas, pelo menos durante parte do ano.

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Savana. Tarangire National Park na Tanzânia, África Oriental

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Savana Spinifex em Ranges MacDonnell, Austrália Central

Savana na área de Cerrado do Mato Grosso

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Pradaria no Kansas, EUA

32 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Diversas são as variedades de pradarias, distinguindo-se as altas, as baixas, as secas, as úmidas, etc. Porém, elas estão localizadas, em sua grande maioria, no meio-oeste estadunidense e são utili-zadas, sobretudo, na produção de grãos.

Pampas Os pampas da América do Sul encontram-se entre

terras planas cobertas de plantas herbáceas, entre os sopés dos Andes a oeste e o Oceano Atlântico a leste. Nos pampas, que formam o coração agrícola da Argentina e estão situados nas proximidades do oceano, registra-se precipitação abundante. Mas os pampas do oeste, que os Andes impedem de receber os ventos saturados de umidade, são secos e, em geral, áridos.

EstepesAs terras cobertas de plantas herbáceas mais vas-

tas do mundo são as estepes da Europa e da Ásia. Como a maioria das terras cobertas de plantas her-báceas, as estepes foram grandemente adaptadas à exploração agrícola. Os cereais aclimatados, como o trigo e a cevada, substituíram as espécies nativas.

Alta montanhaCom o aumento da altitude, há redução gradativa de

temperatura e, após o nível de condensação das nuvens, verifica-se a diminuição de precipitação, consequentemente, do desenvolvimento da cobertura vegetal. O clima nestas regiões é determinado, antes de tudo, pelo fator altitude e caracteriza-se especialmente pela grande amplitude térmica diária, que pode chegar até a 35ºC.

Ao contrário da altitude, a latitude implica uma variação térmica diária pequena, enquanto a anual é muito grande. Por este motivo, a vegetação de altitude apresenta o mesmo aspecto fisionômico das formações de alta latitude.

As cadeias de montanhas, especialmente na América do Sul, estendem-se em sentido norte/sul, desde a faixa equatorial até as regiões subtropicais, ou mesmo mais ao sul. Na América do Sul, há um zoneamento vertical da vegetação, que se apresenta com quatro faixas de altitude:

1. Terra quente: estende-se do sopé da cadeia andina até 1 100 metros de altitude, coberta pela floresta pluvial tropical e subtropical.

2. Terra temperada: entre 1 100 e 2 200 metros de altitude. A mata continua heterogênea, porém já desaparecem as espécies tropicais. São cultivados café, arroz, cana-de-açúcar, banana, entre outros.

3. Terra fria: entre 2 200 e 3 300 metros de altitude. A mata continua heterogênea e contínua, porém o porte já é bem menor. Na parte mais alta, encontram-se coníferas. Desenvolve-se a cultura de cereais associada à criação de gado. Em latitude junto ao Equador, há maior condensação de nuvens, ocasionando neblina e altos teores de umidade, o que permite o desenvolvimento de musgos, bromeleáceas, orquídeas e bambus.

4. Terra gelada: acima de 3 300 metros de altitude, ocorrendo frequentemente geadas. A vegetação arbórea desaparece e cede lugar à vegetação de gramíneas e de pequenos arbustos. É a chamada puna que, conforme a localização e as condições climáticas reinantes, pode ser dividida em puna úmida e puna seca.

Vegetação de alta montanha na Cordilheira dos Andes Mendonza Argentina

Gado no pampa com a Coxilha do Batovi ao fundo. São Gabriel – RS

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Estepe patagônica, ao norte do parque de Torres del Paine, no Chile

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GEOGRAFIA

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DesertosDo ponto de vista climático, os desertos caracterizam-se pela baixa precipitação, que chega em

torno de 200 mm/ano, podendo o período seco se estender por vários meses. As amplitudes diárias são extremamente acentuadas, podendo passar, aproximadamente, de 50ºC de dia para graus negativos à noite. Ventos fortes, que provocam tempestades de areia, associados à intensa insolação, tornam essas áreas do globo inóspitas.

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Deserto quente. Vista do Monument Valley, entre o Arizona e Utah, Estados Unidos

As adaptações biológicas e morfológicas da vegetação ao clima desértico apresentam algumas características importantes:

seu enraizamento é profundo, o que permite alcançar o nível freático;

são bem estendidas sobre o solo para poder captar água ao máximo durante as chuvas, quando houver;

possuem dispositivos contra evaporação, como espinhos ao invés de folhas.

As plantas dispõem de vários fatores para impedir a evaporação: os talos, as folhas e as flores são os mais reduzidos possíveis. As flores se transformam em espinhos e escamas, enrolam-se sobre si mesmas, engrossando e isolando-se do mundo externo mediante uma capa de proteção. Para se protegerem dos ventos e da areia, constroem um esqueleto especialmente firme e flexível, algumas armazenam líquidos nas raízes, no caule e nas flores.

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Deserto frio. Deserto de Takla Makan, na província de Xinjiang, extremo oeste da China na Ásia Central

Floresta de conífera – TaigaA taiga distribui-se de forma mais ou menos contínua, através de um

cinturão que circunda o Hemisfério Norte, entre as latitudes extremas de 48°N e 72°N, sendo que seu predomínio, seu maior desenvolvimento e sua continuidade ocorrem entre os 57°N e 67°N. Esse cinturão, relati-vamente homogêneo, atravessa os seguintes países: Canadá, Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia.

Ocorrem grandes áreas montanhosas de predomínio das conífe-ras, como as Rochosas Americanas; Alpes; Cárpatos; Cáucaso; Ilha de Hokkaido, no Japão; Costa Noroeste dos EUA (Washington, Oregon e norte da Califórnia); Cadeia Atlas, no Marrocos; Apalaches, na Costa Leste Americana; entre outros.

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Taiga em Verkhoyansk, Rússia

34 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Apesar de estarem todas essas áreas no Hemisfério Norte, há grandes quantidades de espécies coníferas em países do Hemisfério Sul, como Nova Zelândia, Austrália, Chile, Argentina, Brasil (Araucaria angustifolia), Equador, África do Sul, entre outros. No Hemisfério Norte, países, como Grécia, Espanha, Portugal, Itália, Líbano, Turquia, Israel, Irã, Paquistão, Índia, Nepal, China, Coreia do Sul, Taiwan e México, apresentam diversas espécies coníferas.

As coníferas caracterizam-se por apresentarem folhas perenes e em forma de agulha (aciculifolia-das). A floresta temperada mista constitui-se de árvores que formam um interessante mosaico durante o outono, quando as folhas das árvores caducas mudam de cor, contrastando com as árvores perenes aciculifoliadas de cor verde-escura.

Tendo em vista a grande extensão coberta por esse tipo de vegetação, seria incorreto falar em clima uniforme. Antes, deveria ser feita uma distinção entre clima frio oceânico, com amplitude da temperatura relativamente pequena, e clima frio continental, no qual, em casos extremos, podem ser registradas variações anuais expressivas.

As condições da temperatura mudam também de norte a sul. Igualmente se altera, ao longo dessa zona, a composição florística do estrato arbóreo. As florestas de coníferas da América do Norte e da Ásia Oriental contêm uma grande quantidade de espécies diferentes, ao passo que aquelas da região Euro-Siberiana contêm pouquíssimas espécies diferentes.

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Vegetação de Tundra Yukon Canadá

Floresta temperada. Vista aérea do Rio Fraser em Rocky Mountains entre Valemount, British Columbia e Jasper. Alberta, Canadá

TundraNo extremo norte da América do Norte e da Eurásia e em algumas

ilhas do Hemisfério Sul, encontra-se a vegetação de tundra. O clima é frio no continente setentrional, associado às massas po-

lares, originando invernos rigorosos, com abundante queda de neve, e verões curtos e frescos. A precipitação é inferior a 100 mm. Em algumas regiões, o solo, a partir de uma pequena profundidade, permanece conti-nuamente congelado (permafrost), formando uma camada impermeável responsável por encharcamentos na época do derretimento da neve.

As plantas anuais são ausentes, pois o verão é curto demais para completar o ciclo vegetativo. Assim, predominam liquens, musgos e fungos. Apenas em áreas restritas e mais protegidas, encontram-se arbustos.

Floresta temperadaEsta formação vegetal é típica das zonas com influência do clima

temperado. Ocupa áreas da Ásia, América do Norte, pequenas exten-sões da América do Sul e da Oceania. Na Europa, devido ao desma-tamento para uso agrícola e/ou para criação de animais, permanecem pequenas áreas remanescentes, como a Floresta Negra, na Alemanha, e a Floresta de Sherwood, na Inglaterra.

Mediterrânea

Desenvolve-se em regiões de clima mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos e é composta de estrato arbóreo, estrato arbustivo e estrato herbáceo.

Está presente na Austrália, na América do Sul, porção sul da África e sudoeste da América do Norte. O sul da Europa e o norte da África foram as áreas de maior ocorrência da vegetação mediterrânea, mas, devido à intensa ocupação desses locais, principalmente para o cultivo de oliveiras e videiras, restam poucas áreas da formação vegetal orginal.

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Vegetação mediterrânea. El Picacho, em Alcalá de los Gazules é um ícone natural na província de Cádiz Espanha Ensino Médio | Modular 35

GEOGRAFIA

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Observe o mapa a seguir e responda às questões propostas:

1. Quais são as áreas de predomínio de florestas tropicais?

2. Como está a situação atual dessas florestas em rela-ção à área de ocorrência?

3. Como está a situação atual dessas florestas em rela-ção à área de ocorrência?

4. Quais são as áreas de predomínio de florestas tem-peradas e boreais?

5. Quais as duas áreas florestais que foram mais des-matadas?

6. Em sua opinião, quais os motivos desse desmatamento?

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Florestas originais e remanescentes

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 63. Adaptação.

Cobertura original estimada (até aproximadamente 8 000 anos atrás) e cobertura remanescente

36 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Biomas brasileiros

Biomas brasileiros

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Fonte: IBGE. Mapa de biomas e de vegetação. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169>. Acesso em: 25 jun. 2010. Adaptação.

O bioma Amazônia é heterogêneo, perene, denso, de árvores altas, com entrelaçamento das copas, dificultando a passagem dos raios solares. Possui formações vegetais diferenciadas devido ao relevo e à hidrografia:

Mata de igapó: localiza-se às margens dos rios, permanece, portanto, alagada o ano todo.

Mata de várzea: apresenta grande diversidade de espécies e está sujeita a inundações periódicas.

Mata de terra firme: ocupa a maior parte da região e não sofre inundações.

Esse bioma abrangia cerca de 40% da área total mundial das florestas pluviais tropicais. Cerca de 15% da área de ocupação no Brasil foi desmatada para ocupação, principalmente na década de 1970, devido a projetos implantados pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). As principais atividades implantadas nas áreas desmatadas foram agricultura, garimpo, construção de rodovias, mineração e extrativismo vegetal. No Brasil, o bioma Amazônia cobre hoje uma área de, aproximadamente, 3,3 milhões de km2.

O bioma Mata Atlântica também é perene, mas é menos denso. É o bioma mais devastado do Brasil. Ocupava uma faixa litorânea do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, além de áreas do interior das regiões Sudeste e Sul. Sua devastação data desde os tempos coloniais, restando hoje pouco da mata nativa, menos de 7% do total, praticamente extinta em várias regiões. As áreas não devastadas encontram-se em regiões de difícil acesso ou de pouco interesse econômico.

Ensino Médio | Modular 37

GEOGRAFIA

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O Cerrado é bioma típico da Região Centro-Oeste, formado por espécies adaptadas a uma estação seca e uma úmida (plantas tropófilas). Esse bioma apresenta-se subdividido em: cerradão, com predomínio de árvores; cer-rado típico, com árvores espaçadas, arbustos e vegetação rasteira; campo cerrado, onde predominam arbustos e vegetação rasteira.

A cobertura original ocupava 2 milhões de km2 e hoje a área está reduzi-da a menos de 800 mil km2, devido à implantação de projetos agropastoris, destacando-se o cultivo de soja e a criação de gado bovino para corte. A implantação das atividades agrícolas foi possível devido à correção do solo (calagem), ácido e pouco fértil, não próprio para a exploração agrícola.

No bioma Pantanal, estão presentes campos que são inundados no verão (estação das chuvas), áreas de floresta tropical e equatorial e, também, cerrado

nas regiões elevadas. O Pantanal é formado pelo agrupamento dessas diferentes formações vegetais. Ocupa uma das maiores planícies inundáveis do mundo, sendo considerado um santuário ecológico devido à sua biodiversidade. Contudo, os ecossistemas que formam esse bioma são frágeis, fazendo com que ele enfrente alguns problemas ambientais, principalmente devido à ocupação desordenada nas regiões mais altas, onde nasce a maioria dos rios. A atividade agropecuária é responsável pela contaminação e pela erosão dos solos.

Pantanal. Vista aérea panorâmica do Rio Paraguai. Cáceres – MT

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A vegetação xerófila é predominante no bioma da Caatinga. Essa vegetação é adaptada ao clima semiárido, com presença de arbustos espinhentos, cactáceas. Nos períodos de seca, parte da vegetação perde as folhas como forma de evitar a transpiração. A área original era de aproximadamente 740 mil km2. Atualmente, 50% dessa área está devastada devido à ocupação.

Caatinga no município de Vitória da Conquista, Bahia

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Há evidências de ocorrência de desertificação no semiárido nordestino, onde a degradação da cobertura vegetal e do solo atingiu condições de irreversibilidade. Aparecem como pequenos “deser-tos” dentro do bioma, com dinâmica própria, e tendem a se tornar cada vez mais acentuados e a se alastrar para áreas vizinhas.

Calagem: Processo de

colocação de calcário

moído no solo para aumentar o seu pH.

Solos ácidos necessitam de calagem para serem cultivados.

Cerrado típico, savana brasileira. Campo Maior – PI

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38 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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O bioma Pampa é também conhecido como campos e consiste em vegetação rasteira, formada por gramíneas herbáceas e pequenos arbustos que aparecem em diversas áreas do país. Apresenta variações que estão associadas às características físicas locais, como clima, solo e relevo.

As maiores extensões estão no Rio Grande do Sul, em uma área conhecida como campanha gaúcha. Nessa área, apare-cem campos limpos, com predomínio de gramíneas, e campos sujos, com a presença de gramíneas com até 60 cm de altura, árvores e arbustos. Esse bioma é apropriado como pastagem natural e é amplamente cultivado tanto para a produção agrícola mecanizada quanto para a criação de gado. Nas regiões onde predominam solos com alto teor de areia, principalmente no sudoeste do Rio Grande do Sul, vem ocorrendo o processo de arenização, que consiste na transformação desse local em um areal, impedindo o uso agropecuário.

Além desses biomas, ocorrem outros ecossistemas, tais como: Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os biomas Amazônia, Caatinga e Cerrado.

Composta por palmáceas, como o babaçu, a carnaúba e o buriti. A população dessa área retira da mata o seu sustento. A extração de carnaúba se destina à produção de cera. O extrativismo de coco do babaçu é a principal atividade, pois sua semente é utilizada na indústria cosmética e alimentícia.

Mata ciliar ou de galeria: essa formação vegetal ocupa as margens dos rios perenes. Desenvolve--se devido aos solos permanentemente úmidos, protegendo os cursos de água do assoreamento.

Mata de Araucária ou dos Pinhais ou Floresta Subtropical com Araucária: formação vegetal associada ao clima subtropical, ocorrendo a altitudes superiores a 500 metros. Predomina a Araucaria angustifolia ou o pinheiro-do-paraná. Dominava extensa área da Região Sul e elevações da Serra da Mantiqueira (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). Comum a presença de erva-mate, além de ipês e espécies utilizadas pela indústria madeireira. A exploração econômica da madeira e a ocupação dessa área pela agricultura devastaram-na, restando aproximadamente 3% da formação vegetal nativa.

Vegetação litorânea: formada pelo mangue e pela restinga. A restinga se desenvolve em terreno arenoso, próximo ao mar, com arbustos e plantas herbáceas. Os mangues são ecossistemas situa-dos em áreas alagadas e salobras, com espécies que possuem raízes aéreas que permitem maior absorção de oxigênio. Nas últimas décadas, o processo de urbanização, associado à especulação imobiliária e à exploração da madeira, levou à destruição de grandes extensões dessa paisagem.

Além dos biomas, o Brasil pode ser estudado sob o enfoque dos domínios morfoclimáticos. Aziz Ab’Saber, geógrafo brasileiro, classificou o Brasil em domínios, tendo por base as características morfológicas (relevo) e climáticas.

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Pampas. Gado na campanha gaúcha. Bagé – RS

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1 – Mata dos Cocais. Palmeiras de buriti às mar-gens do Rio Preguiças – Lençóis Maranhenses. Barreirinhas – MA2 – Floresta de Araucária – Área Indígena de Mangueirinha – PR3 – Mata ciliar. Rio do Peixe na zona rural de Itapira, SP4 – Manguezal em Boipeba, BA

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Ensino Médio | Modular 39

GEOGRAFIA

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Observe, no mapa a seguir, os domínios morfoclimáticos brasileiros:

A implantação de unidades de conservação (UC) é uma das formas mais reconhecidas de proteção a biomas e a espécies que estão ameaçadas. São espaços territoriais legalmente instituídos com o objetivo de preservar a biodiversidade e as características relevantes do ambiente.

O tema foi debatido no III Congresso Mundial de Parques, em 1982, originando a Declaração de Bali. Essa premissa voltou a ser debatida na Rio-92, em âmbito de convenção, assinada, naquele ano, por 175 países comprometidos a elaborar legalmente um sistema de unidades de conservação.

O Brasil instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), com a Lei no. 9.985, de 18 de julho de 2000, que estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação.

As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:

Unidades de conservação

Pesquise as características morfoclimáticas de cada domínio identificável na classificação de Aziz Ab’Saber. Compare com os biomas brasileiros estudados. Elabore um relatório apontando as semelhanças e as diferenças entre essas duas formas de classificações brasileiras. Na data solici-tada, entregue ao seu professor.

Fonte: AB’SABER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. Encarte da p. 16. Adaptação.

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Domínios morfoclimáticos brasileiros

40 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Unidades de Proteção Integral: o objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nessa lei. São elas: estação ecológica, reserva biológica, parques (nacional, estadual ou municipal), monumento natural e refúgio da vida silvestre.

Unidades de Uso Sustentável: o objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentá-vel de parcela dos seus recursos naturais. São: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta (nacional, estadual, municipal), reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento susten-tável e reserva particular do patrimônio natural.

O quadro a seguir apresenta as unidades de conservação do Brasil.

O mapa a seguir apresenta a localização dos principais parques nacionais (unidade de proteção integral) e áreas de proteção ambiental (unidade de uso sustentável).

Unidades de conservação brasileira: parques nacionais e áreas de proteção ambiental

Fonte: IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental/ucs/>. Acesso em: 30 jun. 2010. Adaptação.

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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO POR CATEGORIA NO BRASIL

CATEGORIA QUANTIDADE ÁREA (km2) % CATEGORIA QUANTIDADE ÁREA (km2) %

PROTEÇÃO INTEGRAL USO SUSTENTÁVEL

Parque Nacional/ Estadual/Municipal

297 346 789 22,9 Área de Relevante Interesse Ecológico 45 920 0,06

Reserva Biológica 52 52 517 3,5 Área de Proteção Ambiental 252 435 725 28,7

Estação Ecológica 90 116 915 7,7 Reserva Extrativista 87 143 086 9,4

Refúgio da Vida Silvestre 29 3 718 0,3 Reserva do Desenvolvimento Sustentável 29 109 974 7,3

Monumento Natural 23 1 246 0,08 Floresta Nacional/Estadual/Municipal 100 299 435 19,7

Subtotal 491 521 185 34,5 Reserva da Fauna 0 0 0

Reserva Particular do Patrimônio Natural 645 4 870 0,3

Subtotal 1158 994 010 65,5

TOTAL 1649 1 515 195 100Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de UC’s. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/images/arquivos/areas_protegidas/cnuc/tabela_ucs_%20esferagestao_%2012junho2012.pdf>. Acesso em: 22 out. 2012.

* Total da somatória das unidades de conservação federais, estaduais e municipais.

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portância da

preservação

ambiental

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GEOGRAFIA

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Após a criação, cada unidade de conservação é definida por lei e regida por um plano de manejo. No plano de manejo, a área deve ser zoneada conforme o ambiente. Cada zona tem restrições quanto às formas de uso do espaço. O gerencia-mento é praticado pelo órgão governamental instituído. Por exemplo, em unidades de conservação federais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é que administra aquele espaço. Se a unidade de conservação for estadual, são os órgãos ambientais estaduais que se encarregam de administrar a unidade, já nas municipais, são as prefeituras que administram.

O plano de manejo é elaborado com o objetivo de de-finir o zoneamento ambiental da unidade de conservação. Esse plano define os setores ou as zonas com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de oferecer condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.

A unidade de conservação poderá ser dividida em sete zonas, com usos e funções definidos para cada uma delas:

Zona Intangível: dedicada à proteção integral.

Zona Primitiva: pequena ou mínima intervenção hu-mana.

Zona de Uso Extensivo: área natural, podendo apre-sentar alguma alteração.

Zona de Uso Intensivo: área natural ou alterada pelo homem.

Zona Histórico-Cultural: visa proteger sítios históricos.

Zona de Recuperação: áreas naturais consideravel-mente alteradas pela sociedade.

Zona de Uso Especial: contém as áreas necessárias à administração.

Além dessas zonas, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação tornou obrigatória a existência de zonas de amortecimento – antes conhecidas como zonas tampão – para algumas categorias de UCs. As zonas de amortecimento são, portanto, áreas do entorno de uma unidade de conserva-ção, em que as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

Tomando por base o município onde mora, pesquise sobre as unidades de conservação existentes, municipais, estaduais e federais. Após a identificação dessas unidades, para cada uma delas, verifique:

o tipo da unidade de conservação e quem administra;

se já foi elaborado e implantado o plano de manejo;

qual o recurso natural que está sendo protegido;

se está aberta para visitantes.Desenvolva um relatório e, se possível, inclua fotografias do lugar. Na data marcada, apresente para seu pro-fessor e seus colegas.

Hotspots de biodiversidade

Hotspots de biodiversidade referem-se a lugares com alta diversidade de espécies vegetais endêmi-cas (pelo menos 1 500 espécies) e com mais de 70% do hábitat original alterado. O autor desse termo foi Norman Meyrs, que o utilizou pela primeira vez em um artigo publicado há 21 anos. Atualmente, a Conservation International atualizou o trabalho de Meyrs e há 34 hotspots.

A riqueza da

biodiversidade

brasileira

@GEO997

Painel da

biodiversidade

@GEO978

42 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Para ser con-siderada como

um hotspots da biodiversi-

dade, a região deve atender a

dois critérios: abrigar, pelo

menos, 1 500 espécies de

plantas vascu-lares endêmi-

cas (mais de 0,5% do total mundial) e ter perdido, pelo menos, 70%

de seu hábitat original (o que

a determina como parti-cularmente vulnerável)

Fonte: LE MONDE Diplomatique. Atlas do meio ambiente: aquecimento global, destruição das florestas, escassez de água. Curitiba: Instituto Polis, 2008. p. 49. Adaptação.

O próximo mapa retrata as áreas biogeográficas do mundo mais ricas em espécies. Observe:

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Principais hotspots da biodiversidade

Observe o mapa a seguir:

Fonte: LE MONDE Diplomatique. Atlas do meio ambiente: aquecimento global, destruição das florestas, escassez de água. Curitiba: Instituto Polis, 2008. p. 48. Adaptação.

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Áreas biogeográficas mais ricas em espécie

Ensino Médio | Modular 43

GEOGRAFIA

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Observe o mapa que representa os principais hotspots da biodiversidade e o mapa das áreas biogeográficas mais ricas em espécies e responda às questões propostas:

1. Quais os hotspots existentes na América do Sul? Há alguma área biogeográfica rica em espécies?

2. Qual a área biogeográfica que possui mais espécies? Como é a distribuição geográfica dessa área?

3. Quais são os hotspots que se localizam nessa área biogeográfica?

4. Há regiões do planisfério onde não se localiza nenhuma área biogeográfica rica em espécies? Há hotspots nessas regiões?

5. Qual a relação entre os dois mapas?

1. (UECE) Tratando-se das características hidroclimáticas e fitogeográficas do Brasil, é correto afirmar que:

a) o domínio da Mata Atlântica é caracterizado pela ocorrência de rios intermitentes sazonais e isoietas superiores a 1 800 mm.

b) o domínio dos cerrados ocupa o Planalto Central, onde ocorrem rios esporádicos e isoietas abaixo de 800 mm.

c) o domínio das caatingas é caracterizado pela ocorrência de rios intermitentes e isoietas inferiores a 800 mm.

d) o domínio da floresta equatorial ocupa o Planalto Meridional, onde ocorrem rios perenes e isoietas inferiores a 900 mm.

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44 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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2. (ENEM) As florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para o interior dos conti-nentes, fazendo com que essas áreas de floresta não sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de umidade do oceano para o continente, em locais onde não há florestas, alcança poucas centenas de quilô-metros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas nativas não dependem da proximi-dade do oceano. Esta evidência aponta para a existência de uma poderosa “bomba biótica de umidade” em lugares como, por exemplo, a ba-cia amazônica. Devido à grande e densa área de folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue devolver rapidamen-te a água para o ar, mantendo ciclos de eva-poração e condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros no interior do continente.A. D. Nobre. Almanaque Brasil Socioambiental. Instituto So-cioambiental, 2008. p. 368-9 (com adaptações).

As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? De acordo com o texto:

a) onde chove, há floresta.

b) onde a floresta cresce, chove.

c) onde há oceano, há floresta.

d) apesar da chuva, a floresta cresce.

e) no interior do continente, só chove onde há floresta.

3. (UFSCAR – SP) No mapa estão representados os grandes hotspots mundiais. São áreas que conju-gam duas características: grande biodiversidade e alto grau de ameaça de destruição, por dife-rentes agressões e ocupações do espaço.

(Biodiverty hotspots for conservation priorities Nature. 403.853-858, 24.02.2000. www.nature.com/nature/journal. Acessado em 29.07.2008)

Sobre os hotspots, são feitas quatro afirmações. Analise-as.

I. Há localização de maior número de hotspots na faixa intertropical, porque ela é, de modo geral, propícia ao desenvolvimento de gran-de número de espécies vegetais e animais.

II. A expansão das áreas de cultivo, seja com objetivos alimentares ou para produção de biocombustíveis, pode representar uma gra-ve ameaça à preservação de alguns dos hotspots.

III. A biodiversidade das regiões peninsular e in-sular da Ásia é gravemente ameaçada pela alta concentração populacional e pelo inten-sivo uso agrícola do solo pelo cultivo tradi-cional de arroz.

IV. O processo acelerado de desmatamento e consequente ocupação da Amazônia co-locam em perigo um dos mais biodiversos hotspots da atualidade.

Estão corretas as afirmações:

a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas.

c) II, III e IV, apenas. d) I e III, apenas.

e) II e IV, apenas.

4. (UFU – MG) Observe a figura abaixo.

VESENTINI, J. W. Sociedade e espaço: Geografia Geral e do Brasil. Caderno de atividades. São Paulo. Ática, 2000.

Considerando a figura acima e o que se conhece sobre o assunto, é correto afirmar que:

a) em grandes altitudes, não há uma influência direta da latitude nas formações vegetais.

b) quanto maior a altitude, menor a temperatu-ra; e quanto maior a latitude, maior a tempe-ratura.

c) a paisagem vegetal é a mesma, tanto nas grandes latitudes, quanto nas baixas altitudes.

d) nas baixas altitudes, não há uma influência di-reta da latitude para as formações vegetais.

Ensino Médio | Modular 45

GEOGRAFIA

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5. (UFU – MG) Após a observação do mapa a seguir, faça o que se pede.

ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2003. p. 133.

a) Identifique os biomas assinalados com os nú-meros I, II, III, IV e V.

b) Cite uma característica da vegetação de cada um dos biomas identificados.

6. (UFBA) A diversidade climática da Terra se traduz em uma ampla gama de tipos de solos e de pai-sagens vegetais, de aspecto geral contínuo, assi-nalando as áreas de abrangência dos biomas. [...] As temperaturas médias e a amplitude térmica, a pluviosidade média e a distribuição das chuvas definem limites naturais à expansão das espécies e, portanto, são elementos fundamentais à com-preensão dos grandes domínios fitogeográficos do planeta. (MAGLIORI; ARAÚJO, 2000. p. 63).

A leitura do texto, a análise da ilustração e os co-nhecimentos sobre as inter-relações entre o cli-ma e a vegetação e a distribuição das grandes paisagens vegetais do planeta permitem afirmar:

(01) A disposição dos grandes domínios climáti-cos e suas repercussões sobre a vegetação

expressam o efeito da zonalidade na distri-buição geográfica das espécies do planeta.

(02) Temperaturas superiores a 24ºC e precipi-tações anuais acima de 2 000 mm caracte-rizam os ambientes quentes e superúmidos nas baixas latitudes, onde predominam as formações arbóreas do tipo latifoliada.

(04) O ambiente desértico e as formações vege-tais do tipo “tundra” compartilham níveis baixos de chuvas, mas distinguem-se com-pletamente em relação às médias térmicas e à posição zonal.

(08) As formações vegetais do tipo “decíduas” lo-calizam-se nas áreas de transição entre os do-mínios temperado e polar, sendo a sua princi-pal característica a perenização de suas folhas, face aos altos índices térmicos e pluviais.

(16) A floresta boreal de coníferas – ou taiga – é encontrada principalmente no Hemisfério Sul devido à posição longitudinal dos con-tinentes, onde apresentam maior continui-dade espacial na faixa de transição entre os climas polar e tropical.

(32) Os desertos, em latitudes tropicais, apre-sentam grandes amplitudes térmicas diárias e precipitações muito baixas, sendo a falta de umidade um fator limitante para o de-senvolvimento das espécies.

(64) As áreas de transição caracterizadas na ilustração, pela superposição de domínios, apresentam uma vegetação mediterrânea típica – o Chaparral – constituída, predomi-nantemente, por espécies latifoliadas adap-tadas ao período chuvoso.

Somatório:

7. (UFRJ) Originalmente estendia-se por toda a faixa costeira: do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Hoje, segundo as estatísticas mais alar-mantes, recobre apenas 7% do território brasi-leiro. A área original dessa floresta corresponde ao espaço natural que foi mais devastado pela intensa urbanização e industrialização que ocor-reram no Brasil.ALMEIDA, L. M. A. de; RIGOLIN, T. B. Geografia. São Paulo: Ática, 2002. p. 374. Adaptação.

A propósito do fragmento acima: a) Identifique o tipo de formação vegetal a que o

texto se refere.b) Cite pelo menos três (03) características desse

tipo de floresta.

46 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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8. (UECE) As plantas que se adaptam a condições de escassez de umidade do solo são as:

a) higrófilas. b) xerófilas. c) ombrófilas. d) halófilas.

9. (FURG – RS) O diagrama ao lado representa os limites de temperatura e precipitação das áreas de ocorrência dos biomas terrestres.

Analise o diagrama e assinale a alternativa com bioma correspondente à área hachurada. a) Floresta tropical úmida.b) Tundra.c) Desertos.d) Floresta temperada decídua.e) Floresta boreal.

10. (UEG – GO)

Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas básico. 18. ed. São Paulo: Ática, [199-]. p. 6. [Adaptado].

Assinale a alternativa que apresenta a correta correlação entre os mapas de zonas climáticas e de vege-tação original apresentados acima:

a) As regiões de latitude média (entre 30º e 60º) são também conhecidas como temperadas. Nelas ocorrem diferentes tipos de vegetação. Nessas mesmas latitudes, na porção norte do planeta, ocorrem florestas boreais e temperadas e, no Hemisfério Sul, são comuns estepes, pradarias e florestas temperadas.

b) Nas latitudes superiores a 60º (tanto sul quanto norte), predominam climas de tipo frio e polar. Nessas mesmas latitudes, em ambos os hemisférios, a vegetação típica é a tundra.

c) Nas áreas intertropicais, ocorrem diferentes tipos de vegetação. No Brasil, especificamente, predomi-nam nessas áreas: as florestas (equatorial e tropical), o Cerrado, a Caatinga e as estepes.

d) As vegetações caracterizadas como sendo desérticas ocorrem em diferentes pontos do planeta, não tendo, portanto, nenhuma correlação com os tipos climáticos.

Ensino Médio | Modular 47

GEOGRAFIA

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Clima e biomas: questões ambientais4

A concentração de determinados gases na atmosfera pode ser caracterizada como poluição ou contaminação do ar. A poluição está relacionada a uma alteração ecológica no ambiente, isto é, uma alteração na relação entre os seres vivos, prejudicando direta ou indiretamente o bem-estar da população. A contaminação está relacionada à presença de seres patogênicos ou de substâncias em concentrações nocivas ao ser humano. A contaminação do ar por gases tóxicos ou partículas microscópicas em suspensão tem consequências diretas na saúde da população, podendo ser classificada também como poluição. Já a concentração de gás carbônico é classificada apenas como poluição, tendo em vista que esse gás não é potencialmente tóxico.

Há poluentes oriundos de fontes identificáveis, como o dióxido de enxofre, mas há outros de origem remota, formando-se a partir da ação da luz solar sobre substâncias reativas. Um exemplo é o ozônio, que se torna um poluente perigoso quando está presente no smog.

Protocolo de Kyoto

O Protocolo de Kyoto é considerado o principal documento que objetiva a diminuição da emissão de gases poluentes da atmosfera.

Em 1990, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change) alertou sobre os níveis dos gases poluentes na atmosfera e expôs a necessidade de reduzir, em até 60%, as emissões.

A reunião ocorrida no Rio de Janeiro em 1992 (Rio-92) aprovou o Quadro sobre as Mudanças Climáticas Globais, que recomendava aos países reduzirem as suas emissões. Os representantes dos países que participavam do evento assinaram a Convenção Marco sobre Mudança Climática. Como esse acordo não estava sendo cumprido, em 1997, um novo instrumento foi elaborado e aprovado, estabelecendo prazos e metas obrigatórios. Esse instrumento foi denominado Protocolo de Kyoto.

O protocolo foi o primeiro documento em que a maioria dos países desenvolvidos se comprometeu a reduzir suas emissões de gases poluentes. Ele estabelece “mecanismos de flexibilidade”, isto é, os países podem reduzir as suas emissões fora de seus territórios: Implementação Conjunta (Joint Implemention), Comércio de Emissões (Emission Trading) e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development Mechanism). Além disso, o protocolo especifica que os três mecanismos devem ser praticados paralelamente às ações realizadas dentro dos seus territórios.

Contaminação e poluição do ar

Smog: denominação

aplicada ao fenômeno da

mistura do nevoeiro com

a poluição atmosférica;

é a mistura da névoa com

fumaça – fumaça (smoke)

mais névoa (fog).

Sistemas naturais: atmosfera e biosfera48

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Esse documento prevê que pelo menos 55 países devem ratificá-lo, o que impede que países altamente desenvolvidos, como os Estados Unidos, possam bloquear a proposta.

O mapa a seguir identifica os países que aderiram e ratificaram o Protocolo de Kyoto, os que assina-ram e não ratificaram e os que não se posicionaram em relação a esse documento. Os Estados Unidos, alegando que poderiam ter prejuízos na economia, não ratificaram o protocolo.

As metas de redução não são as mesmas para todos os países. Há níveis de redução conforme a emissão dos gases. Nos países que emitem mais gases poluentes, a redução é mais expressiva. O do-cumento prevê, também, a redução da União Europeia (8%), dos Estados Unidos (7%) e do Japão (6%). Alguns países, como o Brasil, o México, a Argentina, a Índia e a China, não receberam indicação de níveis de redução até o momento.

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Fonte: UNITED NATIONS. Status of the Kyoto Protocol. Disponível em: <http://unfccc.int/kyoto_protocol/status_of_ratification/items/2613.php>. Acesso em: 30 out. 2012. Adaptação.

Protocolo de Kyoto

Ensino Médio | Modular 49

GEOGRAFIA

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Da energia do Sol recebida, 35% são refletidos e 65% absorvidos pelo sistema Terra. A superfície terrestre absorve grande parte dessa energia e, posteriormente, transfere o calor para a atmosfera. O dióxido de carbono (CO2), óxidos de azoto (NOx), metano (CH4) e o ozônio (O3) correspondem a 1% dos

gases que compõem a atmosfera e auxi-liam na manutenção da temperatura do ar.

A concentração de dióxido de car-bono na atmosfera aumenta conside-ravelmente a cada ano, proveniente do desmatamento e do uso de combustí-veis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, principalmente. A concentração de outros gases, como o metano e o clorofluorcaboneto (CFC), também con-tribui para uma atuação mais intensa do efeito estufa.

Observe a ilustra-ção ao lado que expõe o comportamento do efeito estufa natural e acentuado.

Efeito estufa

Os gráficos apresentam a mudança na composição da atmosfera, desde a Revolução Industrial, e o tempo de permanência de cada gás na atmosfera.

Fonte: DOW, Kirtin; DOWNING, Thomas E. O atlas da mudança climática: o mapeamento completo do maior desafio do planeta. São Paulo: Publifolha, 2007. p. 31.

Permanência de cada gás na atmosfera

Fonte: DOW, Kirtin; DOWNING, Thomas E. O atlas da mudança climática: o mapeamento completo do maior desafio do planeta. São Paulo: Publifolha, 2007. p. 31.

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Mudanças na composição atmosférica desde a Revolução Industrial

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Efeito estufa

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O fenômeno

efeito estufa

@GEO1218

O efeito

estufa e o

aquecimento

global

@GEO1219

50 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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A potencialização do efeito estufa pode conduzir a um aumento significativo da temperatura do ar, o que originaria consequências consideradas desastrosas para a sociedade, alterando o clima, provocando um aquecimento global que contribuiria para o derretimento das calotas polares, o gelo do topo das montanhas, aumentando o nível das águas do mar, afetando consideravelmente a ocupação das áreas costeiras.

A concentração desses gases não permite que o calor que aquece a atmosfera se dissipe no espaço, fazendo com que permaneça na troposfera, contribuindo para o aumento da temperatura do ar.

Organismos internacionais, organizações não governa-mentais, governos e população debatem sobre as ações que deverão ser tomadas para que a quantidade desses gases seja diminuída. A previsão é que as ações individuais e governamentais tenham maior impacto no futuro.

Cada indivíduo utiliza determinada quantidade de recursos naturais para sobreviver, deixando a sua “pe-gada ecológica” registrada no ambiente onde reside. Algumas organizações não governamentais disponibili-zam testes para que seja calculada a pegada ecológica de cada cidadão. Pesquise uma dessas organizações para aprender sobre o que envolve a expressão “pega-da ecológica”. Faça o teste da sua pegada ecológica. Após, elabore um relatório com o resultado do teste e uma relação de atitudes que você deverá mudar para contribuir com a sustentabilidade do planeta.

El NiñoA troca de energia entre a superfície dos oceanos e a troposfera influencia o comportamento do

clima. Qualquer alteração nessa troca de energia é o suficiente para o clima global e, principalmente, o regional serem alterados.

O fenômeno El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial, alterando, assim, a interação entre atmosfera, oceano e radiação so-lar. Com o aquecimento das águas do oceano, o padrão de ventos é alterado e os ventos alísios são enfraquecidos. Com isso, a circulação atmosférica é afetada, ocorrendo mudanças no padrão de transporte de umidade, interferindo na distribuição de chuvas nas regiões tropicais e de latitudes médias e altas.

El Niño e La Niña

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Consequências do El Niño em dezembro, janeiro e fevereiro

Fonte: Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 15 abr. 2010. Adaptação.

Comparativo de

atuação entre

os fenômenos El Niño e La Niña

@GEO939

Ensino Médio | Modular 51

GEOGRAFIA

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Observe, na tabela a seguir, a ocorrência do fenômeno, bem como a sua atuação.

Nos períodos de 1982-1983 e 1997-1998, foram registradas as atuações mais intensas do El Niño. Principalmente para a agricultura, é um fenômeno bastante preocupante. No Brasil, a Região Sul enfrenta aumento no volume da precipitação (primavera, fim do outono e início do inverno). Houve acrés-cimo de 150% em relação ao volume médio, o que prejudica a colheita. Porém, no inverno, as temperaturas aumentam na Região Sudeste e ficam mais amenas na Região Sul, o que pode beneficiar a agricultura, pois diminui a incidência de geadas. Já em relação às regiões Norte e Nordeste o índice de chuvas diminui, estendendo a seca para além do domínio do semiá-

Ocorrência do El Niño

1877-1878 1932 1977-1978

1888-1889 1939-1941 1979-1980

1896-1897 1946-1947 1982-1983

1899 1951 1986-1988

1902-1903 1953 1990-1993

1905-1906 1957-1959 1994-1995

1911-1912 1963 1997-1998

1913-1914 1965-1966 2002-2003

1918-1919 1968-1970 2004-2005

1923 1972-1973 2006-2007

1925-1926 1976-1977 2009-2010

Legenda Forte Moderada Fraca

Fonte: Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/tab_elnino.shtml>. Acesso em: 5 jun. 2013.

rido. Assim, ocorrem prejuízos, como perda na agropecuária e comprometimento no abastecimento de água e de energia.

La NiñaO fenômeno La Niña corresponde ao resfriamento das

águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Esse fenômeno também provoca alterações no comportamento climático, aumentando a intensidade dos ventos alísios e atuando em uma faixa de até 10º de latitude ao norte e ao sul do Equador, da costa litorânea do Peru até, aproximadamente, 180º de longitude (Pacífico Central).

No quadro a seguir, constam os anos de ocorrência da La Niña e a intensidade de cada episódio.

Ocorrência da La Niña1886 1903-1904

1906-1908 1909-1910 1916-1918 1924-1925

1928-1929 1938-1939

1949-1951 1954-1956

1964-1965 1970-1971

1973-1976 1983-1984

1984-1985 1988-1989

1995-1996 1998-2001

2007-2008

Legenda Forte Moderada Fraca

Fonte: Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/tab_lanina.shtml>. Acesso em: 5 jun. 2013.

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Fonte: Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 15 abr. 2010. Adaptação.

Consequências do El Niño em junho, julho e agosto

52 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Nos Estados Unidos, os invernos são mais rigorosos, com temperaturas negativas recordes. Na Europa, tempestades de neves alastram-se pelo continente, além de atingirem regiões em que rara-mente neva, como em Paris (França).

Estudos indicam que não há padrões regulares nas consequências causadas pela La Niña, havendo variações nos regimes de chuvas para mais ou para menos.

No Brasil, a La Niña altera o regime de chuvas do Nordeste e provoca uma primavera atípica no Sudeste, com índices pluviométricos maiores do que a média desse período e temperaturas mais baixas que o normal, provocadas pela sucessão de dias nublados e/ou chuvosos.

Esse fenômeno causa menos danos que o El Niño, porém alguns prejuízos são registrados em cada episódio. Como consequência da La Niña, as frentes frias que atingem o centro-sul do Brasil têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força, não acumulando muita chuva e conseguindo se deslocar até o nordeste.

Os mapas a seguir apresentam as condições do clima em período de atuação da La Niña.

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aConsequências da La Niña em dezembro, janeiro e fevereiro

Julio

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Fonte: Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 15 abr. 2010. Adaptação.

Consequências do La Niña em junho, julho e agosto

GEOGRAFIA

Ensino Médio | Modular 53

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Assim, a Região Nordeste, principalmente o Sertão e os litorais baiano e alagoano, é afetada por um aumento de chuvas que pode ser bom para a região semiárida, mas que causa grandes prejuízos à agricultura. O norte e o leste da Amazônia também sofrem um grande aumento no índice pluviométrico.

Na Região Centro-Sul, há estiagem com grande queda no índice pluviométrico, principalmente nos meses de setembro a fevereiro. No outono, as massas de ar polar chegam com mais força.

Como consequência, as características do inverno tendem a chegar antes e já no outono grandes quedas de temperatura são registradas, principalmente na Região Sul e em São Paulo.

No episódio La Niña, em 1999, fortes massas de ar polar atingiram a Região Sul, causando neve nas regiões serranas e geadas em toda a região já em abril, período em que, normalmente, registram-se geadas apenas nas regiões serranas.

Nesse período, apesar de os meses de abril e maio terem sido frios, o inverno não foi tão frio quanto o esperado, apresentando-se com temperaturas normais. Na Região Sudeste o outono também apresentou temperaturas mais baixas.

O mapa a seguir reproduz os impactos do fenômeno El Niño na América do Sul. Observe-o e responda às questões.

Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 194. Adaptação.

Nessa região, as chuvas são reduzidas, com exceção da

costa da Colômbia, que rece-be chuvas intensas durante o verão (de dezembro a março).

Na costa ocidental da América do Sul, as chuvas

concentram-se nos meses de verão (de dezembro a março),

principalmente na costa do Equador e norte do Peru.

Já nas regiões central e sul do Chile, os maiores índices pluviométricos ocorrem nos

meses de inverno (de junho a setembro). Por outro lado, nas

regiões andinas do Equador, Peru e Bolívia, observa-se

uma redução das precipita-ções.

Nessa região, durante uma manifestação do El Niño, as

precipitações ficam acima da média climatológica,

principalmente na primavera (de setembro a dezembro) e no verão (de dezembro a

março).

Norte: o El Niño provoca re-duções de chuva, de mode-radas a fortes, nos setores norte e leste da Amazônia. Uma das consequências desse efeito é o aumento significativo dos incêndios florestais. Nordeste: em anos de El Niño, são esperadas secas de diversas intensidades, durante a estação chuvosa (de fevereiro a maio), na faixa centro-norte da região; porém, algumas áreas, como o sul e o oeste, não são afe-tadas significativamente.

Sudeste: o padrão de chu-vas na Região Sudeste não sofre alterações durante um evento El Niño. Contudo, é observado um aumento moderado das temperaturas durante o inverno.

Sul: as precipitações são abundantes, principalmente na primavera (de setembro a dezembro) e de maio a julho. É observado também um aumento da temperatura do ar.

Centro-Oeste: as preci-pitações dessa região não apresentam efeitos evidentes; contudo, existe uma tendência de que essas chuvas superem a média histórica, com temperaturas mais altas no sul do Mato Grosso.

sugestão legenda em baixo

Efeitos do El Niño na América do Sul

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54 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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1. Quais são os efeitos do El Niño na América do Sul?

2. E no Brasil, quais regiões são afetadas com o aumento de chuvas?

3. Quais são as consequências do El Niño para a região onde você mora?

Chuva ácida

Óxidos de nitrogênio (NO, NO2) originam-se do uso de combustíveis fósseis e poluentes industriais. Na atmosfera, eles e o dióxido de enxofre (SO2) se combinam com o hidrogênio, sob a forma de vapor- -d´água, acompanhando as precipitações (chuva, neve) e a formação de geada e neblina, o que resulta em chuvas e formações de geada e neblina mais ácidas. Na super-fície terrestre, alteram a composição química do solo e das águas, corroem edificações, além de reagirem com estruturas metálicas.

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Efeitos da chuva ácida em uma escultura. Paris, França

GEOGRAFIA

55Ensino Médio | Modular

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Fonte: Disponível em: <http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2000/chuva/ChuvaAcida.htm>. Acesso em: 15 abr. 2010. Adaptação.

Formação da chuva ácida

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Atualmente, o carvão mineral, o petróleo e o gás natural são as fontes de energia mais utilizadas. Portanto, para minimizar o problema da chuva ácida, torna-se necessário buscar fontes alternativas de energia (energia eólica, das marés, entre outras), além de desenvolver transportes coletivos mais eficientes (o que diminuiria o número de veículos em circulação nas cidades), utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre, utilizar gasolina sem chumbo, entre outras ações.

Ilhas de calor

Ilha de calor é um fenômeno que envolve a temperatura do ar e caracteriza-se pelo aumento da temperatura na área central de uma grande cidade, se comparada com a periferia, ou mesmo com a área rural.

As ilustrações a seguir apresentam os fatores que induzem à formação de ilha de calor nas grandes cidades.

Fonte: TEMPO e clima. Rio de Janeiro: Abril/Timelife, 1995. p. 139.

Fatores de origem de ilhas de calor 1 – O calor retido e gerado pelas construções irradia-se para a atmosfera.2 – A atividade industrial e o uso de combustível fóssil liberam gás carbônico e outros gases, que induzem ao efeito estufa sobre a cidade.3 – Os edifícios, principalmente os altos, modificam a circulação dos ventos.4 – O concreto, o asfalto e o aço, principalmente, armazenam calor durante o dia, irrradiando-o à noite.5 – A impermeabilização do solo, decorrente das construções e do asfaltamento das suas ruas e avenidas, bem como a pouca área verde

existente em cidades altamente urbanizadas, impedem a infiltração e a evaporação da água, o que poderia refrescar o ambiente.

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Observe como ocorre a chuva ácida na ilustração a seguir:

Fenômeno das

ilhas de calor

@GEO996

56 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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A diferença de temperatura entre a área central e a periférica varia conforme a configuração da cidade, os elementos que compõem a área central, a ausência de áreas verdes no centro, a presença de poluição atmosférica, entre outros fatores. Normalmente a diferença é de 4ºC a 6ºC, podendo chegar a mais de 10ºC, como na Grande São Paulo.

Para minimizar os efeitos desse fenômeno, pesquisadores indicam a necessidade de aumentar as áreas verdes nas cidades com a criação de parques, o estabelecimento de medidas legais que gerem a redução do uso de automóveis particulares, a utilização de combustíveis alternativos para a frota de transporte coletivo, a implantação e o aumento da rede de metrô, o controle da emissão de gases pelas indústrias, entre outras ações.

Inversão térmica

É um fenômeno natural que ocorre, normalmente, no final da madrugada e no início da manhã, princi-palmente no período de inverno. O ar quente é retido nas camadas mais altas, impedindo a elevação do ar frio. Se essa camada de ar frio contiver poluentes, estes permanecerão retidos juntamente com o ar frio.

As ilustrações a seguir apresentam uma área em que não há a ocorrência da inversão térmica e outra em que ocorre esse fenômeno:

É um fenômeno visível. A coloração cinza-alaranjada identifica a presença dos poluentes. Pode ocorrer durante o ano, mas a frequência é maior no inverno, com baixas temperaturas e pouco vento.

Queimadas

Fonte: Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/anexo/inversao.htm>. Acesso em: 15 abr. 2010.

Na figura 1, o ar mais quente está próximo à superfície e pode ascender, favorecendo a dispersão dos poluentes. A inversão térmica, figura 2, ocorre quando uma camada de ar quente está acima de uma camada de ar frio, impedindo a dispersão dos poluentes

Há três possibilidades de início e prática de incêndios:

Queimadas: prática agropastoril característica da fase de preparação do solo para cultivo. Deve ser praticada segundo determinados cuidados para que o fogo não se alastre.

Focos de calor: em áreas com temperatura alta, como o semiárido, quando a temperatura pró-xima ao solo ultrapassa os 47ºC. A vegetação poderá queimar por combustão natural. Um foco de calor não representa, necessariamente, um foco de incêndio.

Incêndio florestal: é o fogo descontrolado, podendo ter sido iniciado intencionalmente ou por causa natural.

Inversão térmica. Curitiba – PR

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Ensino Médio | Modular 57

GEOGRAFIA

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No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), no período de junho a novembro, ocorre a maior frequência de focos de queimadas no país. A maioria desses focos de queimadas tem a finalidade de preparação do solo para cultivo, de renovação de pastagens, de preparo do corte manual da cana-de-açúcar, da remoção de material vegetal acumulado, entre outras. Os estados do Pará e Mato Grosso são os que apresentam maior quantidade de focos de queimadas.

Queimada de pasto na região de Campinas – SP

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As queimadas devem ser autorizadas pelo Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sendo que aquele que solicita recebe instruções técnicas sobre a melhor maneira de executar a queimada. Quando é realizada sem autorização, a penalidade pode ser a aplicação de multa ou prisão.

Desmatamento e suas consequências

O desmatamento ocorre no mundo todo, resultado da implantação de atividades econômicas e do aumento popu-lacional. Para a ocupação do espaço geográfico, é necessária a retirada da cobertura vegetal, tanto na implantação das atividades econômicas na zona rural, quanto na zona urbana.

Além do desmatamento oriundo da ocupação do espa-ço geográfico, o extrativismo vegetal de algumas espécies também contribui para a retirada da vegetação, apesar de ser uma atividade econômica importante para vários países, como o Brasil, o Canadá, a Indonésia, entre outros.

As principais consequências são a diminuição da biodi-versidade, a degradação do solo, os processos erosivos, a alteração na qualidade da água dos rios, entre outros.

Um dos maiores problemas acentuados com o desmatamento é a perda da biodiversidade. No Brasil, quatro biomas estão com a biodiversidade ameaçada: a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Cerrado e o Pantanal Mato-Grossense. A Mata Atlântica tem menos de 7% da sua área original e no Cerrado apenas cerca de

20% da sua área original está preservada. Esses dois biomas são considerados hotspots, isto é, áreas para conservação ambiental.

A Floresta Amazônica é rica em espécies vegetais e animais, com enorme possibilidade de espécies vegetais serem utilizadas no setor farmacêutico, químico, alimentar, entre outros. Devido a essa biodiversidade, é uma área cobiçada e, consequentemente, ameaçada por desmatamentos, queimadas, grilagem (posse ilegal de terras), expansão da fronteira agropecuária, etc. O Ibama estima que há 1,5 milhão de espécies vegetais cata-logadas, 3 000 espécies de peixes, 950 de pássaros e centenas de espécies de insetos, anfíbios e mamíferos.

Retirada da vegetação para produção de carvão vegetal

O carvão vegetal é produzido com a queima (ou carboniza-ção) de espécies vegetais. A origem dessas espécies vegetais pode ser o desmatamento ilegal ou o reflorestamento.

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Vista aérea de desmatamento na selva amazônica – região do Rio Madeira próximo a Manicoré – AM

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Reflorestamento de pinheiros em Camanducaia – MG

O Brasil é o maior produtor de carvão, sendo que, em média, 85% da produção de carvão vegetal é utilizada no setor industrial, 9% em residências e 1,5% em pizzarias, padarias e churrascarias.

58 Sistemas naturais: atmosfera e biosfera

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Essa prática, apesar dos benefícios da utilização do car-vão vegetal como fonte energética, gera problemas ambien-tais e sociais. Os problemas ambientais estão relacionados ao desmatamento indiscriminado e ilegal da vegetação na-tiva. Os problemas sociais relacionam-se às condições de trabalho nas carvoarias que produzem o carvão, envolvendo adultos e crianças, em um ambiente precário de trabalho, com baixíssimos salários.

Desertificação e arenização

A desertificação é definida como a degradação do solo nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, que resul-tam de variações climáticas e de atividades humanas. Esse processo provoca a perda da produtividade do solo, muitas

vezes irreversível, pois ocorre a diminuição da precipitação. Projetos de recuperação, utilizando principalmente a irriga-ção, são de custos elevados.

Como consequência, ocorre a diminuição da produção agropecuária, afetando a economia e originando problemas sociais. Em áreas propensas ao processo de desertificação, como o semiárido brasileiro, encontra-se, entre a população, o predomínio de altos níveis de desnutrição, baixo nível educacional e falência econômica. A falta de perspectiva de melhorias leva a população a migrar em busca de melhores condições de vida.

O Índice de Aridez estabelece áreas de risco e serve de parâmetro para todo o mundo. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama determinaram três categorias de susceptibilidade à aridez: alta, muito alta e moderada. Observe no mapa a seguir as áreas do risco no Nordeste:

Fonte: INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA (IICA). Programa de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca na América do Sul. Disponível em: <http://www.iicadesertification.org.br/lendo.php?sessao=OTA>. Acesso em: 25 jun. 2010. Adaptação.

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Áreas susceptíveis à desertificação no Nordeste

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GEOGRAFIA

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O processo de desertificação pode ocorrer de forma di-fusa e de forma concentrada. A forma difusa ocorre quando a desertificação se manifesta em diferentes níveis de de-gradação no solo, nos recursos hídricos e na vegetação. A forma concentrada se manifesta intensamente, afetando áreas específicas, como nas regiões de Gilbués (PI), Irauçu-ba (CE), Seridó (RN) e Cabrobó (PE), chamadas núcleos de desertificação.

Além desses quatro núcleos, o Brasil tem outras áreas em processo de desertificação de forma difusa:

Bahia: áreas na margem direita do Rio São Francisco.

Pernambuco: afeta os municípios de Itacombira, Sal-gueiro e Parnamirim.

Sergipe: cerca de 223 km2 do seu território.

Rio Grande do Norte: cerca de 40% do seu território, em função da intensa extração de argila e do desma-tamento.

Paraíba: abrange 68 municípios.

Amazonas: em função dos desmatamentos.

Rondônia: em função dos desmatamentos.

Paraná: falta de manejo adequado em região de pre-domínio do arenito Caiuá (rocha sedimentar).

Mato Grosso do Sul: em áreas de predomínio do are-nito Caiuá.

Já o processo de arenização envolve a degradação de solos com alto teor de areia e transformação dessa área em um areal. Esse processo pode ocorrer em poucos anos devido à intensa ocupação sem manejo apropriado para o tipo de solo. Não ocorre a alteração da quantidade de precipitação.

No sudoeste do Rio Grande do Sul, onde predomina o are-nito Botucatu (rocha sedimentar), ocorrem depósitos arenosos, originários de processos erosivos, nos quais se instalou o pro-cesso de arenização. Os areais se localizam nos municípios de Alegrete, Cacequi, Itaquí, Maçambará, Manuel Viana, Quarai, Rosário do Sul, São Borja, São Francisco de Assis e Unistalda.

Arenização. Manoel Viana – RS

As consequências afetam a economia, pois a produtividade da agropecuária diminui. Reverter a arenização é caro e, muitas vezes, impossível, tendo em vista o altíssimo grau de degradação do solo.

1. (ENEM) Nos últimos 50 anos, as temperaturas de inverno na Península Antártica subiram qua-se 6ºC. Ao contrário do esperado, o aquecimen-to tem aumentado a precipitação de neve. Isso ocorre porque o gelo marinho, que forma um manto impermeável sobre o oceano, está derre-tendo devido à elevação de temperatura, o que permite que mais umidade escape para a atmos-fera. Essa umidade cai na forma de neve.

Logo depois de chegar a essa região, certa espé-cie de pinguins precisa de solos nus para cons-truir seus ninhos de pedregulhos. Se a neve não derrete a tempo, eles põem seus ovos sobre ela. Quando a neve finalmente derrete, os ovos se encharcam de água e goram.Scientific American Brasil, ano 2, n. 21, 2004, p. 80 (com adaptações).

A partir do texto acima, analise as seguintes afir-mativas:

I. O aumento da temperatura global interfere no ciclo da água na Península Antártica.

II. O aquecimento global pode interferir no ci-clo de vida de espécies típicas de região de clima polar.

III. A existência de água em estado sólido cons-titui fator crucial para a manutenção da vida em alguns biomas.

É correto o que se afirma:

a) apenas em I. b) apenas em II.

c) apenas em I e II. d) apenas em II e III.

e) em I, II e III.

2. (UFAC) O aquecimento global é o maior, mas não é o único responsável pelas mudanças climáticas pelas quais o planeta tem passado. Entre esses fenômenos, podemos destacar:

a) o El Niño e o La Niña.

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b) o comportamento das chuvas e das tempera-turas.

c) as chuvas ácidas e as Ilhas de calor.

d) os ventos alísios e a falta de áreas verdes.

e) o El Niño e as chuvas ácidas.

3. (PUCSP) “Depois de cinco anos sem realizar pre-gões, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro [...] vai voltar a respirar o ar dos negócios. No próximo dia 15, a instituição dará início ao seu mercado de cré-ditos de carbono, tornando-se a primeira do plane-ta a comercializar este tipo de título [...]. A institui-ção vai listar projetos que já foram validados por órgãos de certificação [...] que são uma promessa de boa geração de créditos por meio de Mecanis-mos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) [...]” (Daniele Carvalho. “Rio inicia pregão de carbono”. In: Jornal do Brasil. 24 ago. 2005, p. A20)

Esses créditos vão contribuir para o “resgate de carbono” da atmosfera. Que tratado internacio-nal deu origem aos MDLs? Aponte os fundamen-tos que o justificam.

4. (FATEC – SP) A longo prazo, a Terra deve irradiar energia para o espaço, na mesma proporção em que absorve do Sol. [...] Os cientistas ressaltam que estamos alternando o "motor" energético que mantém o sistema climático.(Fonte: "Entendendo a Mudança do Clima". Cetesb.)

O que identifica este fenômeno? Apresente uma de suas consequências.

5. (UEPG – PR) Quais são os fenômenos atuais ou que estão previstos como causadores ou conse-quentes das mudanças climáticas globais?

6. (CEFET – PR) O cartograma mostra temperaturas sobre uma grande cidade industrializada. Obser-vando o desenho, e considerando os seus conhe-cimentos adquiridos, analise as seguintes propo-sições:

I. As linhas que unem, sobre o mapa, os pon-tos de igual temperatura, são denominadas de isoietas.

II. A urbanização alterou as condições ambien-tais, promovendo incremento de temperatu-ra na parte central da cidade.

III. As temperaturas das áreas urbanizadas são amenizadas pela presença de grandes blocos de edifícios.

IV. As chamadas ilhas de calor que se formam nas cidades fazem parte dos problemas am-bientais acumulativos que ocorrem em áreas delimitadas do globo.

V. O equilíbrio de áreas construídas e áreas ver-des pode amenizar os efeitos ambientais so-bre as cidades, principalmente em relação ao equilíbrio térmico.

Estão corretas somente as proposições:

a) II, IV, e V. b) I, II e V.

c) III, IV e V. d) I, III e IV.

e) II, III e V.

7. (UECE) Considere as afirmações sobre a relação entre a “sociedade de consumo” e a degradação ambiental no planeta:

I. Vive-se em uma sociedade que valoriza as mercadorias e na qual todos têm acesso a consumi-las, indistintamente.

II. O modelo econômico adotado pela maioria dos países produz mercadorias para vender e não para a satisfação das necessidades das pessoas, para isso explora destrutivamente a natureza.

III. A industrialização intensificou o consumo de matérias-primas retiradas dos mares, das flo-restas, do subsolo e dos rios.

IV. As cidades cuja dinâmica é barulhenta, com ruas asfaltadas, concreto por todos os lados, pouca vegetação, rios canalizados, violên-cia, fome, ilhas de calor, etc. apresentam-se como a maior expressão das alterações na natureza, resultando em graves problemas ambientais.

É verdadeiro o que se afirma:

a) apenas em II e IV.

b) apenas em I e III.

c) apenas em II, III e IV.

d) em I, II e III.

Ensino Médio | Modular 61

GEOGRAFIA

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8. (EAFA – RS) A respeito da conservação e da pre-servação do meio ambiente, considere as seguin-tes afirmações: I. Conservação dos recursos naturais significa

não aproveitar, isto é, guardar ou preservar. II. A ideia de preservar normalmente implica

tombar ou estabelecer um patrimônio cultu-ral-ecológico.

III. A questão ambiental era mais importante, em nível internacional, durante a ordem bi-polar, a partir de 1940.

IV. A biodiversidade é um assunto que ganhou crescente destaque nas discussões ambien-tais, a partir da Terceira Revolução Industrial.

Estão corretas as afirmações:

a) I e IV.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) se todas as afirmações estiverem corretas.

e) se nenhuma das afirmações estiver correta.

9. (UNCISAL) Contrariando as expectativas mais pessimistas, a Conferência do Clima, em Bali, termina com algo a comemorar, um road map (mapa do caminho) até 2009, com metas de emissão e, principalmente, a inclusão de flores-tas no texto da decisão final.(Folha de S.Paulo, 16.12.2007).

Sobre o trecho da notícia e baseado em seus co-nhecimentos sobre a questão ambiental, pode-se considerar que:

a) o ataque ao aquecimento global fortaleceu-se com a adesão de países como EUA, Japão, Austrália e Canadá.

b) o acordo entre Brasil e Inglaterra garantiu a pre-servação e o uso sustentável de suas florestas.

c) o derretimento das geleiras do Ártico, por volta de 2030, pouco afetará a camada de ozônio.

d) a China, país altamente industrializado, isen-tou-se de responsabilidades sobre a emissão de gases na atmosfera.

e) as negociações entre os países obtiveram êxi-to, com a participação da maioria dos presen-tes, com exceção dos Estados Unidos.

10. (UFAM) Em 1997, 159 países se reuniram e fir-maram um compromisso sobre a redução de emissões das taxas de gases causadores do efei-to estufa. Este compromisso deu origem a um documento denominado:

a) Carta da Terra.

b) Protocolo de Kyoto.

c) Relatório Brundtland.

d) Agenda 21.

e) Convenção do Greenpeace.

11. (UFRB – BA)

O QUE é efeito estufa? O Povo, Fortaleza, 3-9 jul. 2007. Ciên-cia e saúde. p. 2.

A partir da análise da figura e dos conhecimen-tos sobre os impactos ambientais e suas implica-ções, pode-se inferir:(01) O fenômeno mostrado na figura correspon-

de às ilhas de calor e é comum em todos os países periféricos industrializados.

(02) A problemática que se apresenta na figura é provocada por vários gases, sendo que, aquele que existe em maior concentração na atmos-fera é o N20, emitido, principalmente, pelas indústrias de bens de consumo não duráveis, que são abundantes nos países centrais.

(04) As atividades antrópicas vêm acentuando a concentração de CH4 na atmosfera, contri-buindo, assim, para o agravamento do efei-to estufa.

(08) As emissões de gases, como o CO2, são re-sultantes do uso de combustíveis fósseis e contribuem para a ocorrência da situação apresentada na figura.

(16) A intensificação do fenômeno mostrado na figura pode resultar na modificação do regi-me hídrico do planeta e no aumento da ero-são dos solos nas regiões de altas latitudes.

(32) A figura reflete uma situação que é respon-sável pelo derretimento das banquisas for-madas no oceano Ártico, ameaçando a vida dos esquimós e de muitas espécies animais que vivem nessa região.

Soma:

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Anotações

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Anotações