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SISTEMAS DE PRODUÇÃO: INTRODUÇÃO Prof. Eduardo Pécora Eduardo Pécora GESTÃO DE PRODUÇÃO E OPERAÇÕES A gestão de operações ocupa-se da atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, tecnológicos, de informação e outros), de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e serviços visando a atender necessidades e ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. Além disso, deve também compatibilizar este objetivo com as necessidades de eficiência no uso dos recursos que os objetivos estratégicos da organização requerem. Eduardo Pécora EVOLUÇÃO DA ÁREA Área nasce manufatureira e detalhista Expande-se para tornar-se estratégica Incorpora o tratamento de serviços Passa a tratar de redes de operações Eduardo Pécora ORIGENS DA ÁREA: DIFÍCEIS DE RASTREAR 4

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SISTEMAS DE PRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO

Prof. Eduardo Pécora

Eduardo Pécora

GESTÃO DE PRODUÇÃO E OPERAÇÕES

A gestão de operações ocupa-se da atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, tecnológicos, de informação e outros), de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e serviços visando a atender necessidades e ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes.

Além disso, deve também compatibilizar este objetivo com as necessidades de eficiência no uso dos recursos que os objet ivos estratégicos da organização requerem.

Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DA ÁREA

• Área nasce manufatureira e detalhista

• Expande-se para tornar-se estratégica

• Incorpora o tratamento de serviços

• Passa a tratar de redes de operações

Eduardo Pécora

ORIGENS DA ÁREA: DIFÍCEIS DE RASTREAR

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Eduardo Pécora

PRIMEIRAS MENÇÕES NA LITERATURA: GESTÃO DE PROJETOS

“A construção da torre de Babel foi de fato um projeto, pois a definição mais recentemente aceita (em cerca de 1693) de um projeto é, como dito antes, um vasto empreendimento, grande demais para ser gerenciado e, portanto, provável de não chegar a nada” (Defoe, 1697)

5 Eduardo Pécora

AMERICAN SYSTEM OF MANUFACTURE

Watt, 1776 e seumotor a vapor

Eli Whitney

Mosquete “Charleville” 1763, produzido em 1798por Eli Whitney com peças intercambiáveis

Eduardo Pécora

AMERICAN SYSTEM OF MANUFACTURE

Máquina de costuraSinger (1854)

Samuel Colt e seu“revolver” Colt 1885

Lançadas as bases para o surgimento da industria automobilística

Eduardo Pécora

SÉCULO XX – TAYLOR E ALGUNS “PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA”

Desenvolver uma ciência que pudesse aplicar-se a cada fase do trabalho humano (divisão do trabalho), em lugar dos velhos métodos rotineiros;

Selecionar o melhor trabalhador para cada serviço, passando em seguida a ensiná-lo, treiná-lo e formá-lo, em oposição à prática tradicional de deixar para ele a função de escolher método e formar-se;

Separar as funções de preparação e planejamento da execução do trabalho, definindo-as com atribuições precisas;

Especializar os agentes nas funções correspondentes;

Predeterminar tarefas individuais ao pessoal e conceder-lhes prêmios quando realizadas;

Controlar a execução do trabalho.

Frederick Taylor

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Eduardo Pécora

HENRY FORD

Quadriciclo Ford (1896)Ford e seu Modelo T

(1907 – 1925)

Linha de montagemmóvel (1913) Ford Highland Park

(1918)

Eduardo Pécora

ALFRED SLOAN (GM) E DIVERSIFICAÇÃO: UM BAQUE PARA FORD

• Chevrolet (dois modelos bem diferentes entre si)

• Oakland (antecessor do Pontiac)

• Olds (mais tarde Oldsmobile)

• Scripps-Booth

• Sheridam

• Buick e,

• Cadillac

Trade-offs ficam clarosMas a quebra da bolsa americana em 1929

mascara o efeito

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Eduardo Pécora

II GRANDE GUERRA E ANOS 50

• Pesquisa Operacional surge e desenvolve-se; torna-se civil

• Logística evolui

• Controle estatístico do processo evolui (origem por Shewart, 1927)

• Planejamento da produção

• Surge o JIT

11 Eduardo Pécora

PÓS GUERRA

• Estados Unidos beneficiam-se de não ter tido seu parque industrial bombardeado

• Demanda reprimida pela guerra

• “Seller´s market”

• Mass production sofre outro impulso

• Afluência, crescimento e certa complacência que dura até os anos ´60

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Eduardo Pécora

ANOS 60

• JIT, da Toyota, espalha-se pelo mundo

• Deming e o movimento de Qualidade no Japão

• Japão torna-se um player importante

• Computadores surgem e, com eles, o MRP na IBM, e outros desenvolvimentos

Tahiichi Ohno,o “pai” do JIT

Deming

Eduardo Pécora

ANOS 70 – INÍCIO DA REAÇÃO OCIDENTAL

• Primeira crise do petróleo (1973)

• Estratégia de operações

• Gestão de operações de serviços

• MRPII (Manufacturing Resource Planning)

• Celularização

• Automação desenvolve-se

Eduardo Pécora

ANOS 80 E 90

• Os ´80 são anos da Qualidade Total

• MRPII espalha-se

• Visão por processos (re-engenharia)

• ERPs

• Gestão de redes de suprimentos

• Lean production & agile manufacturing

Eduardo Pécora

ANOS 2000 E ADIANTE

• Nova economia

• Transição importante

• Unidades de análise muda; novos atores

• Custos fixos vs. variáveis

• Furos e não brocas

• Large data sets: universo e não amostras

• ?

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Eduardo Pécora 17

IMPORTÂNCIA

Eduardo Pécora

Processo

Percurso realizado por um material desde que entra na empresa até que dela sai com um grau de transformação/beneficiamento.

Operação

Trabalho desenvolvido sobre o material por homens ou máquinas em um determinado tempo.Processo é um conjunto de operações diferentes.

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Eduardo Pécora 19

NÍVEL DE SERVIÇO

“Habilidade da empresa em endereçar as necessidades, perguntas e solicitações dos consumidores. Uma medida da entrega de um produto no tempo especificado pelo cliente” (Dicionário APICS , 10ª Edição)

Eduardo Pécora

TIPOS DE PROGRAMAÇÃO

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Eduardo Pécora

AMBIENTES DE MANUFATURA

Na manufatura discreta o sistema PPCP é função dos ambientes de produção que podem ser vistos sob o aspecto do ponto de desacoplamento ou CODP – Customer order decopling point – a partir do qual o material é identificado com um pedido específico de certo cliente. Este ponto define o que será produzido com base em pedidos em carteira.

21 Eduardo Pécora

TIPOS DE AMBIENTE DE MANUFATURA

MTS – make to stock – fabricação para estocagem

ATO – assemble to order – montagem sob encomenda

MTO – make to order – fabricação sob encomenda

ETO – engineering to order – engenharia sob encomenda

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Eduardo Pécora

AMBIENTES DE MANUFATURA

MTS

• produtos padronizados com base em previsões de demanda e sem customização;

• rapidez na entrega; • altos estoques de produtos acabados;

23 Eduardo Pécora

AMBIENTES DE MANUFATURA

ATO

• Subconjuntosprontos para configurar o produto que é pedido (especificação) pelo cliente;

• Estoques de subconjuntos;• Após pedidodo cliente, monta-se o produto

solicitado.

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Eduardo Pécora

AMBIENTES DE MANUFATURA

MTO (DTO – design to order)

• O produto é desenvolvido a partir do pedido/contato com o cliente;

• Prazos de entrega mais longos;• Projeto e execução de produtos ao mesmo tempo

(semelhante ao ETO);• Exclusividade de produto final com subconjuntos

existentes.

25 Eduardo Pécora

AMBIENTES DE MANUFATURA

ETO

• Projeto, produção de componentes (subconjuntos) e montagem final feitos a partir de decisões do cliente;

• Não há estoques;• Extensão do MTO.

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Eduardo Pécora 27

Fases do produto

Projeto Fabricação Montagem Expedição

Ciclo Produtivo

Clientes

Personalização

Forn

eced

ores

Matéria prima Componentes Semi acabados

Produtosacabados

ETO

ATO

Produção sobPrevisões

Produção sobPedidos

MTO

MTS

GRAU DE INFLUÊNCIA DO CLIENTE

Eduardo Pécora

PONTO DE DESACOPLAMENTO PARA OS 4 AMBIENTES DE MANUFATURA

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Eduardo Pécora

PONTO DE DESACOPLAMENTO PARA OS 4 AMBIENTES DE MANUFATURA

29 Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DO OBJETIVOS/DESAFIOS

• Pré-guerra :

• Anos 20 - quantidade

• Pós-guerra:

• Anos 50 - funcionalidade

• Anos 60 - custo

• Anos 70 – qualidade

• Anos 80 - prazo de entrega

• Anos 90 – flexibilidade, resposta rápida

• Anos ... – inovação, agilidade, cooperação

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Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE NEGÓCIO

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O papel da tecnologia

Produção em massa -Buffer (arm. de fábrica, atac./var.)

FMS - Flexible Manufacturing Systems CIM - Computer Integrated Manufacturing TIC - Technology Innovation Centre

Produção unitária

Produtos personalizados em massa (grandes quantidadestotais de produtos)

Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE PRODUÇÃO

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Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE PRODUÇÃO

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A evolução da localização do ponto de desacoplamento da encomenda do cliente no processo de produção

Eduardo Pécora

EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE PRODUÇÃO

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Eduardo Pécora

MODELOS PUSH/PULL: MECANISMOS DE CONTROLE

35 Eduardo Pécora

SISTEMA TRADICIONAL TIPO “PUSH” ( PRODUÇÃO EMPURRADA )

• No sistema de fabricação tradicional, um artigo é lançado em produção num instante de tempo específico e com uma data bem definida

• O artigo, a partir do instante de lançamento, fica sujeito a uma seqüência de operações

• Quando uma operação termina, o “output” é empurrado para a operação seguinte

• Existe a esperança de, no fim de tudo, se conseguir satisfazer a data pré-definida!!!!

• ...abordagem incorporada no MRP...

• Filosofia JIC (just in case)

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Eduardo Pécora

SISTEMA DE PRODUÇÃO TIPO “PULL” ( PRODUÇÃO PUXADA )

• Ênfase na saída

• Os produtos finais são “puxados” a partir da última operação, como resposta à colocação de encomendas de clientes

• Cada posto produtivo “puxa” a saída do posto precedente, originando uma reação em cadeia

• Esta filosofia de produção recorre a um processo de controle do fluxo de produção que permite imitar e controlar o WIP (work in process) ao longo da linha

• Filosofia JIT(just in time)

37 Eduardo Pécora

Ordem = programa

Empurrado pela previsão

Demanda

“Kanban” = ordem

Puxado pela demanda

SISTEMAS EMPURRADOS (PUSH) E SISTEMAS PUXADOS (PULL)

Quadro kanban