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6 1 INTRODUÇÃO 1.1 AS NORMAS TÉCNICAS VISANDO A CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS As normas técnicas têm como objetivo padronizar produtos e procedimentos. Desta forma, por exemplo, um engenheiro que adquire uma peça feita de aço SAE 6.150, sabe que esta possui uma composição química rigidamente definida (Carbono entre 0,48 e 0,53%, Manganês entre 0,70 e 0,90%, Fósforo com 0,025% no máximo, Silício entre 0,20 e 0,35%), que o limite de resistência à tração está entre 140 - 175 kg/mm², dureza Rockwell C entre 42 – 48, etc., ou seja, este conhece bem as propriedades daquilo que está comprando (MOURA, 2002). A maioria dos países possui o seu próprio organismo gerador de normas técnicas. No caso do Brasil, temos como organismo normalizador a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940 e mantida por um grupo de empresas e por meio de recursos obtidos através da venda das normas produzidas (MOURA, 2002). Internacionalmente, um dos mais conhecidos e principais organismos normalizadores é a International Organization for Standarzation – ISO. Fundada em 1947, com sede em Genebra, Suíça, a ISO possui normas que são seguidas mundialmente, o que facilita, por exemplo, o comércio internacional, uma vez que uma empresa que se propõe a seguir normas ISO em um determinado país, estará seguindo os mesmos procedimentos que são seguidos por uma outra empresa, que também possui um sistema ISO, em um país diferente. O Brasil é um dos sócios fundadores da ISO, possuindo cadeira cativa em Conselho Superior, sendo representado no país por meio da ABNT (MOURA, 2002). Além da ISO, um outro organismo normalizador que vem sendo internacionalmente reconhecido é a Occupational Health and Safety Advisory Services–OHSAS. Esta tem como foco a saúde e segurança dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. Em relação a ISO, podemos citar duas normas que tem ganhado grande destaque mundial, atualmente: a ISO 9.001 e a ISO 14.001, respectivamente normas de Qualidade Total e Sistema de Gestão Ambiental. Segundo MOURA (2002), a estrutura de construção destas normas, os tipos de exigências e a própria terminologia geral foram mantidas em comuns nas mesmas. Além disso, VALLE

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Page 1: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

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1 INTRODUÇÃO

1.1 AS NORMAS TÉCNICAS VISANDO A CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS

As normas técnicas têm como objetivo padronizar produtos e procedimentos.

Desta forma, por exemplo, um engenheiro que adquire uma peça feita de aço SAE

6.150, sabe que esta possui uma composição química rigidamente definida

(Carbono entre 0,48 e 0,53%, Manganês entre 0,70 e 0,90%, Fósforo com 0,025%

no máximo, Silício entre 0,20 e 0,35%), que o limite de resistência à tração está

entre 140 - 175 kg/mm², dureza Rockwell C entre 42 – 48, etc., ou seja, este

conhece bem as propriedades daquilo que está comprando (MOURA, 2002).

A maioria dos países possui o seu próprio organismo gerador de normas

técnicas. No caso do Brasil, temos como organismo normalizador a Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940 e mantida por um grupo

de empresas e por meio de recursos obtidos através da venda das normas

produzidas (MOURA, 2002).

Internacionalmente, um dos mais conhecidos e principais organismos

normalizadores é a International Organization for Standarzation – ISO. Fundada em

1947, com sede em Genebra, Suíça, a ISO possui normas que são seguidas

mundialmente, o que facilita, por exemplo, o comércio internacional, uma vez que

uma empresa que se propõe a seguir normas ISO em um determinado país, estará

seguindo os mesmos procedimentos que são seguidos por uma outra empresa, que

também possui um sistema ISO, em um país diferente. O Brasil é um dos sócios

fundadores da ISO, possuindo cadeira cativa em Conselho Superior, sendo

representado no país por meio da ABNT (MOURA, 2002).

Além da ISO, um outro organismo normalizador que vem sendo

internacionalmente reconhecido é a Occupational Health and Safety Advisory

Services–OHSAS. Esta tem como foco a saúde e segurança dos trabalhadores em

seus ambientes de trabalho.

Em relação a ISO, podemos citar duas normas que tem ganhado grande

destaque mundial, atualmente: a ISO 9.001 e a ISO 14.001, respectivamente

normas de Qualidade Total e Sistema de Gestão Ambiental. Segundo MOURA

(2002), a estrutura de construção destas normas, os tipos de exigências e a própria

terminologia geral foram mantidas em comuns nas mesmas. Além disso, VALLE

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7

(1995) afirma que a experiência acumulada na elaboração da ISO 9.001 serviu de

base para a elaboração da ISO 14.001.

As normas ISO 9001 e ISO 14.001 podem ser aplicadas em empresas do

ramo industrial, extrativista, agroindustrial e de serviços (VALLE, 1995).

Uma das vantagens referentes à incorporação dos procedimentos

estabelecidos em normas da série ISO está na uniformização das rotinas e

procedimentos nas empresas, uma vez que esta passa a cumprir um mesmo roteiro-

padrão de exigências que é válido internacionalmente (VALLE, 1995). Tal fato

também é verdadeiro quando nos referimos à norma OHSAS 18.001.

1.2 A CERTIFICAÇÃO

PINTO, PRADA & RODRIGUES (2008) definem a certificação da seguinte

forma:

“A certificação baseia-se numa verificação do cumprimento de determinados princípios, critérios ou regras pré-estabelecidas, por meio de auditorias e de outros procedimentos de monitoramento, por entidades especializadas em avaliação. Verificado o cumprimento dessas regras, a unidade de produção submetida à avaliação recebe um certificado, que pode ser utilizado comercialmente, como forma de diferenciar a unidade de produção quanto aos seus procedimentos internos”.

Além disso, UPTON & BASS (1996) definem a certificação como:

“(...) um instrumento econômico, baseado no mercado, que visa diferenciar produtos e produtores, fornecendo incentivos tanto para consumidores como para produtores”.

NASSAR (2003), por exemplo, diz que o certificado ISO é uma vantagem

estratégica para as empresas, principalmente para as que são fornecedoras, uma

vez que, muitas empresas, na seleção de seus fornecedores, utilizam esses

certificados como critério de escolha, criando barreiras à entrada de empresas sem

o certificado.

NASSAR (2003) define a certificação como:

“(...) a definição de atributos de um produto, processo ou serviço e a garantia de que eles se enquadram em normas predefinidas”.

Page 3: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

8

Através dessa afirmação de NASSAR (2003) é possível observar que a

certificação envolve normas e um órgão certificador com poder de monitoramento e

exclusão.

Segundo NASSAR (2003) a certificação tem dois objetivos. Um do lado da

oferta, no qual esta funciona como instrumento que oferece procedimentos e

padrões básicos que permitem as empresas participantes gerenciar o nível de

qualidade de seus produtos e garantir um conjunto de atributos. Outro do lado da

demanda, no qual o consumidor pode ter a garantia de que determinado produto tem

certos atributos por ele procurado, diminuindo assim a assimetria de informações

entre cliente e fornecedor, ou seja, aumentando a transparência entre os mesmos.

Considerando todas essas vantagens relacionadas à aquisição de uma

certificação, nasce a dúvida então por qual motivo nem todas as empresas a

possuem. Uma das possíveis respostas para tal questão está naquilo que NASSAR

(2003) chama de “incentivos para certificação”. Segundo NASSAR (2003), os

incentivos para certificação são estímulos dados aos agentes econômicos que os

levem a vislumbrar benefícios positivos na certificação. Deve-se levar em

consideração que todo processo de certificação incide em custos. Os incentivos

devem ser tais que levem os agentes a sair de sua condição sem certificação, para

uma condição mais eficiente. Desta forma, estes incentivos devem gerar retornos

positivos tais que superem os custos dispendidos no processo (NASSAR, 2003).

Porém, como afirma MOURA (2002), a decisão sobre a necessidade ou não

da implantação de um sistema de gestão dentro de uma empresa deve ser

considerado analisando se isto irá atender ou não a uma “necessidade dos seus

clientes”. Enquanto houver consumidores dispostos a pagar mais por um produto

certificado e que reconheçam seus atributos qualitativos, haverá estímulos para a

certificação (NASSAR, 2003).

A sequência a ser seguida a fim de obter uma certificação consiste em,

primeiramente, implantar-se os compromissos e princípios gerenciais, os

procedimentos a serem seguidos e o treinamento do pessoal. Esta etapa inicial pode

ser considerada como uma fase preparatória. Em seguida, deve ser realizado um

diagnóstico ou pré-auditoria, na qual é possível identificar, com o auxílio de

consultores, os pontos vulneráveis existentes. Por último, na fase efetiva de

certificação, é contratada uma entidade certificadora credenciada, capaz de emitir a

Page 4: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

9

documentação de certificação. Nesta fase, a empresa submete-se a uma auditoria

externa a fim de comprovar sua conformidade em relação às normas a qual a

mesma está sendo auditada (VALLE, 1995).

Segundo VALLE (1995), pensa-se no futuro, reunir em um só conjunto de

normas, todos os aspectos relacionados com a qualidade da empresa, do meio

ambiente, da segurança e da saúde no trabalho, assegurando assim uma qualidade

integral.

A adoção das normas ISO e OSHAS é vantajosa para as organizações uma

vez que lhes confere maior organização, produtividade e credibilidade - elementos

facilmente identificáveis pelos clientes -, aumentando a sua competitividade nos

mercados nacional e internacional. Os processos organizacionais necessitam ser

verificados através de auditorias externas independentes.

1.3. SISTEMAS DE GESTÃO (ISO 9001, ISO 14.001 E OHSAS 18.001)

As empresas possuem diferentes tipos de sistemas de gestão. Cada um

destes sistemas visa atender algum ponto específico dentro da organização. Estes

sistemas podem seguir determinadas normas, dentre as quais, as mais conhecidas,

temos a:

ISO 9.001 – que consiste em uma norma referente à implantação e gerenciamento

de um sistema de qualidade dentro da organização. Esta visa estabelecer requisitos

que auxiliem na melhoria de processos internos na mesma, oferecendo maior

capacitação dos colaboradores e o monitoramento de seu ambiente de trabalho,

bem como a verificação da satisfação de clientes, colaboradores e fornecedores,

num processo contínuo de melhoria. Esta se aplica a diferentes campos, tais como

na organização de materiais, processos, produtos e serviços.

ISO 14.001 – fruto da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, a ISO 14001, que teve

como base a norma britânica BS 7750, especifica requisitos que, quando seguidos,

ajudam as organizações a equilibrarem suas atividades produtivas com os níveis de

poluição por elas gerados, atendendo às legislações e a todas as partes

interessadas.

Page 5: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

10

OHSAS 18.001 – sistema de gestão voltado para a Saúde e Segurança Ocupacional

que nasceu em 1998, quando um grupo de Organismos Certificadores e outras

entidades reuniram-se para criar a primeira norma para sistemas de gestão de SST.

A OHSAS é uma especificação que tem por objetivo fornecer às organizações os

elementos de um Sistema de Gestão da SST eficaz, passível de integração com

outros sistemas (qualidade e meio ambiente, principalmente), auxiliando-as a

alcançar seus objetivos de Segurança e Saúde Ocupacional.

Todas estas normas têm em comum o estabelecimento de padrões nos

procedimentos adotados dentro de uma organização. Estas são passíveis de

certificação e possuem como ferramenta comum de gerenciamento o ciclo PDCA.

1.4. O CICLO PDCA

O ciclo PDCA, também conhecido como ciclo de Deming, consiste em uma

ferramenta comum no gerenciamento de alguns sistemas de gestão existentes. Tal

sigla tem como significado: Plan (Planejar), Do (Fazer ou Executar), Check

(Verificar), Action (Agir ou Corrigir) (MOURA, 2002).

Dado o último passo, inicia-se novamente o ciclo, tendo como foco o conceito

de “melhoria continua” do sistema. Aprofundando mais nos conceitos do ciclo,

podemos verificar que estes consistem em:

Page 6: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

11

A) PLAN (PLANEJAR)

Estabelecer uma Política

O ciclo PDCA inicia-se com o estabelecimento da política da empresa. Esta

consiste na definição das intenções da alta direção. Através desta, toda a

organização pode conhecer quais são estas intenções, bem como o público externo

à mesma. Além disso, é a partir daí que torna-se possível o estabelecimento de

metas e objetivos. Empresas que visam a certificação de seus sistemas de gestão

devem implementar em suas políticas o comprometimento com a melhoria contínua

e o cumprimento da legislação vigente. Uma política nunca é definitiva, ela é a

diretriz para qualquer sistema de gestão, porém, em função do processo de melhoria

contínua, esta pode sofrer alterações com o tempo, sempre que se julgar necessário

(MOURA, 2002).

Realizar um Diagnóstico

Estabelecida a política, o próximo passo a ser realizado é fazer um

diagnóstico da situação da empresa, a fim de se definir objetivos e metas e um plano

de ação para se chegar onde se quer chegar. É necessário se fazer um prognóstico,

ou seja, como você espera que sua empresa esteja no futuro. Para isto, são

estabelecidos objetivos de curto, médio e longo prazo. É necessário visualizar as

ameaças e as oportunidades, bem como as vulnerabilidade e as potencialidades

(MOURA, 2002).

Comprometimento da Alta Direção

Mudar hábitos dentro de uma empresa não é uma tarefa muito fácil. Há uma

tendência muito grande de que cada área pense que “o problema não é seu”,

resistindo então às mudanças. Desta forma, é muito importante que haja um

comprometimento muito grande da alta direção envolvida na ocorrência desta

mudança, a fim de que todos aqueles que se encontram abaixo dessa,

hierarquicamente, também se comprometam com as mudanças (MOURA, 2002).

Page 7: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

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Comprometimento de toda a empresa

Ao se implantar um Sistema de Gestão Certificado, é um erro se pensar que o

cumprimento de procedimentos a fim de atender este sistema seja responsabilidade

apenas do setor diretamente envolvido (no caso, Meio Ambiente, Qualidade e

Segurança). É um dever de todos dentro da instituição, seguir os procedimentos

estabelecidos por estes setores, cabendo a estes gerenciá-los (cumprir e fazer

cumprir). Sem o envolvimento de todos dentro da empresa, o funcionamento do

sistema passa a ficar comprometido, comprometendo também a certificação, em

uma possível auditoria (MOURA, 2002).

Definição de: Aspectos x Impactos e Riscos x Perigos

Uma das etapas do processo de planejamento consiste em identificar e definir

os Aspectos x Impactos provenientes das atividades desenvolvidas, bem como os

Riscos x Perigos das mesmas (MOURA, 2002).

Aspectos ambientais são todos os elementos das atividades de uma

organização (processos), seus produtos ou serviços, que podem interagir com o

meio ambiente. Como exemplos de aspectos ambientais em um produto temos:

matéria prima, consumo de água e energia, embalagem utilizada, emissão de

efluentes, etc (MOURA, 2002).

Impactos ambientais são quaisquer mudanças no meio ambiente que ocorrem

como resultado das atividades de uma organização. A ideia de impactos ambientais

é quase sempre associada à geração de eventos indesejáveis, ou seja, agressões

ao meio ambiente (MOURA, 2002).

Perigo é uma circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para

alguma coisa. O perigo é, portanto, uma característica inerente a uma substância,

instalação, atividade ou procedimento, que representa um potencial de causar danos

a pessoas ou instalações (MOURA, 2002).

Risco reflete a incerteza associada a um perigo. Este é a probabilidade de

perda ou danos em pessoas, sistemas e equipamentos em um determinado período

de tempo, como resultado de uma situação de perigo (MOURA, 2002).

Page 8: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

13

Cumprimento dos Requisitos Legais

O cumprimento de requisitos legais (normas e leis federais, estaduais e

municipais) é um pré-requisito para as empresas que pretendem adotar um sistema

de gestão certificado em sua empresa. O não cumprimento destes requisitos geram

não-conformidades que necessitarão de ações corretivas e preventivas podendo até

comprometer a certificação em um processo de auditoria, que é uma espécie de

fiscalização voluntária. Desta forma, empresas certificadas levam consigo uma

grande responsabilidade em termos de cumprimento da legislação vigente (MOURA,

2002).

Estabelecimento de Objetivos e Metas

Feito o diagnóstico da empresa, é possível dizer onde se quer chegar e de

que forma se pretende chegar. Isto é feito através do estabelecimento de objetivos e

metas (MOURA, 2002).

O estabelecimento de indicadores de desempenho (ID) é uma ótima forma de

se avaliar se as metas têm sido atingidas e, consequentemente, os objetivos da

empresa (MOURA, 2002).

Plano de Ação

Definidos os objetivos e metas, o próximo passo consiste em planejar a

implementação de diretrizes, fazendo as mudanças necessárias a fim de se atingir

as metas, ou seja, definindo com precisão o trabalho a ser realizado, os funcionários

requeridos e as responsabilidades de cada um, os recursos necessários e o prazo

de execução (MOURA, 2002).

A elaboração de um Plano de Ação pode ser apoiado nas seguintes

perguntas: O que tem que ser feito? Quando deve ser feito? Onde deve ser feito?

Porque deve ser feito? Quem deve fazer? Como deve ser feito? (MOURA, 2002).

Page 9: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

14

B) DO (FAZER / EXECUTAR)

Conscientização e Treinamento

O desenvolvimento de treinamentos para os funcionários é fundamental para

o funcionamento dos Sistemas de Gestão da empresa. Os trabalhadores devem ser

motivados e treinados, ou seja, devem ser incentivados a “quererem fazer” e

“saberem fazer”. Não adianta os funcionários quererem fazer, se não souberem

como e o que fazer, bem como não adianta estes receberem orientações do que

fazer e como fazer, se não se sentirem motivados a fazer (MOURA, 2002).

O treinamento para novos trabalhadores é essencial, bem como treinamentos

específicos e de reciclagem. Definir atribuições, responsabilidades, importâncias e

punições no não cumprimento, são importantes também (MOURA, 2002).

Com o crescente emprego da terceirização, sabe-se que nem sempre as

empresas contratadas fornecem pessoal com qualificação e motivação elevados.

Desta forma, é importante que seja verificado se os subcontratados possuem

conhecimentos e habilidades necessárias para realizar o seu trabalho de forma a

cumprir os procedimentos implantados pela empresa (MOURA, 2002).

Os treinamentos devem ser registrados e verificados quanto a sua eficiência.

Dentre uma das dificuldades quanto à implantação de treinamentos na

empresa está o descrédito quanto aos mesmos. É comum a crença de que já se

sabe o que fazer e de que o treinamento é uma perda de tempo e dinheiro (MOURA,

2002).

O treinamento é um trabalho profissional que deve ser bem preparado, como

qualquer outro trabalho da empresa. Sendo assim, deve-se disponibilizar todos os

recursos materiais e humanos necessários (projetor, filmes, transparências,

ambiente silencioso e com temperatura adequada, etc) (MOURA, 2002).

Controle Operacional

Os controles devem ser concebidos a fim de assegurar que o desempenho da

empresa esteja de acordo com a política, objetivos e metas, ou seja, devem permitir

uma verificação constante do cumprimento dos requisitos e metas estabelecidos

(MOURA, 2002).

Page 10: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

15

A organização deverá identificar as operações a atividades mais significativas,

para que seja dada uma maior atenção a essas atividades, estando essas

operações contidas no escopo do controle operacional. Estes devem ser exercidos

com o auxílio de procedimentos documentados, a fim de cobrir situações onde sua

ausência possa acarretar desvios em relação à política ambiental e aos objetivos e

metas (MOURA, 2002).

No fim, estes acabam servindo para verificar as operações da empresa, se

elas cumprem os critérios previstos, como uma rotina diária na empresa para

garantir a conformidade com requisitos (leis, normas, procedimentos). A melhor

forma de exercê-lo consiste em estabelecer procedimentos documentados e critérios

operacionais, treinar as pessoas envolvidas e realizar periodicamente auditorias de

verificação (MOURA, 2002).

Sugere-se ainda elaborar listas de verificação (“check lists”), para orientar o

monitoramento constante das características importantes dos processos,

observando se as atuações são feitas sobre causas e não sobre os efeitos. Esta

avaliação deve ser feita de preferência com base em indicadores (MOURA, 2002).

Devem ser elaborados controles para verificar o cumprimento dos requisitos

legais ou outras normas da companhia, bem como dos procedimentos relativos às

atividades de contratação (fornecedores), recebimento e estocagem de matérias-

primas, produção, resíduos gerados (disposição), transporte, etc (MOURA, 2002).

Resposta às Emergências

A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para indicar as ações a

serem tomadas em acidentes e situações de emergência. Esses procedimentos

devem ser revistos e atualizados, sobretudo após a ocorrência de acidentes,

incorporando-se a experiência prática duramente obtida (MOURA, 2002).

Além disso, estes procedimentos devem detalhar as responsabilidades das

pessoas, prever o material requerido para dar cobertura rápida às ações

emergenciais, de forma a reduzir as consequências do acidente. Uma outra grande

vantagem associada é que, ao serem preparados esses procedimentos, estaremos

aumentando o nosso nível de conhecimento do problema e identificando situações

de risco que podem ser reduzidas, com modificações nos processos, intalações de

dispositivo de segurança e, um melhor treinamento dos operadores. Sempre que

Page 11: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

16

possível, devem ser aplicados os procedimentos em simulações e exercícios

práticos (MOURA, 2002).

Os Planos de Resposta às Emergências devem apresentar os procedimentos

prevendo ações como o acionamento do plano, avaliação da situação, controle,

rescaldo, descontaminação da área e assistência a eventuais vítimas. Além dos

procedimentos que indiquem ações a semre tomadas nas condições anormais de

operação, devem, particularmente, serem previstas as ações de cada equipe (ou

pessoa) nos acidentes e nas situações de emergência (MOURA, 2002).

C) CHECK (VERIFICAR)

A fase de verificação é importante para comparar se os objetivos e metas

foram efetivamente atingidos na fase de execução do plano, ou seja, realizar a

confrontação daquilo que foi planejado com aquilo que foi realmente executado

(MOURA, 2002).

Monitoramento e Medição

Monitoramento é o acompanhamento contínuo do processo, tanto gerencial,

quanto técnico, de modo a que a empresa disponha a todo instante de um

conhecimento completo sobre o desempenho da empresa. Monitorar, significa medir

ou avaliar, ao longo do tempo (MOURA, 2002).

Controlar significa tomar ações para que as atividades e operações sejam

realizadas de acordo com um padrão estabelecido, realizando-se os ajustes

necessários quando o sistema começa a se afastar desse padrão (MOURA, 2002).

Para que esta fase apresente resultados confiáveis, é necessária a existência

de indicadores de desempenho, ou seja, formas de medir e comparar. Para cada

tipo de variável devem ser definidas as formas de quantificar e avaliar (em se

tratando de avaliações gerenciais) ou de medir (em se tratando de variáveis físicas,

químicas ou biológicas de processo) (MOURA, 2002).

Page 12: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

17

Não Conformidades, Ações Corretivas e Preventidas

Não conformidades são todos os aspectos e valores que não se encontram

de acordo com as leis, normas, procedimentos e regulamentos estabelecidos pela

empresa (MOURA, 2002).

As normas de gestão (ISO e OSHAS) exigem que sejam redigidos e

implantados procedimentos para identificar as não-conformidades, verificar as

responsabilidades e definir as medidas corretivas necessárias (MOURA, 2002).

O processo de tratamento de não conformidades, por meio de ações

corretivas, deve incluir uma análise de eficácia dessas ações, ou seja, que elas

foram adequadas e suficientes para remover o problema e impedir a sua

reincidência (MOURA, 2002).

Identificada uma não-conformidade maior é necessário investigar as causas

que as geraram, de modo a atuar no sentido de evitá-las no futuro. A causa

fundamental (principal, principal para a ocorrência do efeito indesejado) poderá ser

tratada como uma ação corretiva (e depois de resolvido o problema, como uma ação

preventiva para os casos futuros semelhantes), enquanto as demais causas menos

importantes, simplesmente como ações preventivas (MOURA, 2002).

Auditoria do Sistema de Gestão

A Norma ISO 14.010 define auditoria como:

“(...) um processo sistemático e documentado de verificação, realizado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especificados, ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente.”

Uma forma eficiente de avaliação da efetividade de um Sistema de Gestão é

feita por meio da realização de auditorias, que podem ser internas ou externas. Os

próprios sistemas de certificação ISO e OSHAS determinam que a organização

estabeleça e mantenha um programa de auditorias periódicas, segundo

procedimento específico, para verificar se o Sistema de Gestão está sendo

conduzido em conformidade com os requisitos das normas e se foi implementado e

mantido corretamente (MOURA, 2002).

Page 13: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

18

As auditorias internas, também chamadas de “auditorias de primeira parte”,

são realizadas por pessoal da própria organização. É selecionado um grupo de

pessoas com bom conhecimento da empresa e de seus processos, que, iniciando

pela análise detalhada da política, objetivos e metas, preparam um questionário a

ser respondido por várias áreas (MOURA, 2002).

As auditorias externas, também chamadas de “auditorias de terceira parte”

são realizadas por pessoas ou empresas externas, o que permite às vezes a

participação de pessoal mais especializado e, principalmente, isento quanto aos

relacionamentos internos da empresa, que podem prejudicar a confiabilidade dos

resultados (MOURA, 2002).

Além destas, existe também um tipo especial de auditoria externa,

denominada “auditoria de certificação”, que é aquele realizada por empresas

credenciadas pelo INMETRO para atribuir certificados de cumprimento das normas

de gestão, como por exemplo o Bureau Veritas Quality International (BVQI), o

American Bureau of Shipping Quaity Evaluation (ABS-QE), entre outras (MOURA,

2002).

As auditorias são realizadas por meio do exame de documentos e registros,

entrevistas pessoais, inspeções na empresa, reuniões, medições e ensaios, etc., em

um processo denominado de obtenção de “evidências de auditoria”, devendo ser

finalizada com relatórios escritos e exposição oral aos diretores e outros funcionários

de níveis mais elevados da empresa. A comparação dos objetivos e metas, e

requisitos legais, com os valores reais alcançados permite concluir sobre o

desempenho da empresa (MOURA, 2002).

A frequência com que a auditoria deva ser realizada depende da importância

da área envolvida e dos resultados de auditorias anteriores. Áreas de alto risco e

que tenham processos complexos devem ser auditadas com maior frequência do

que as áreas administrativas. Para a organização como um todo a média

recomendada é de 3 anos, embora seja comum entidades certificadoras

recomendarem uma auditoria de verificação (mais resumida, somente cobrindo

alguns aspectos) a cada 6 meses (MOURA, 2002).

Page 14: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

19

D) Action (Agir/Corrigir)

Revisão do Sistema de Gestão

Esta é na verdade uma fase de “reflexão” sobre os resultados obtidos e

definição da estratégia para uma nova rodada do ciclo PDCA. Após o sistema de

gestão ter sido implementado e colocado em prática, deverá ser feita uma análise

cuidadosa das imperfeições e melhorias possíveis a serem incluídas no programa.

As revisões são possibilitadas pelos registros de todos os passos, sucessos e

fracassos, sobretudo dos relatórios das auditorias. Essas revisões devem ser

baseadas em procedimentos que definam aquilo que precisa ser monitorado e quais

as responsabilidades envolvidas. Esta fase não pode ser confundida com a fase

Check do PDCA, pois agora se verifica o conjunto completo das ações, com uma

visão bem ampla do processo como um todo, enquanto a fase Check deve se pautar

pela verificação de cumprimento daquilo que foi planejado (fase P), do atendimento

de les e regulamentos, ou seja, de áreas mais específicas (MOURA, 2002).

A análise crítica, feita pela alta administração, com uma determinada

frequência, permite que seja conhecida a eficácia e pertinência do sistema em

questão, provendo subsídios para a atualização da política, objetivos e metas. Essa

revisão, realizada com responsabilidade é uma das medidas mais importantes para

obtenção de um processo de melhoria contínua (MOURA, 2002).

Page 15: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

20

2. OBJETIVOS

Apresentar à população da ETEC Takashi Morita a existência e o

funcionamento de diferentes Sistemas de Gestão (OSHAS 18.001, ISO 9.001 e ISO

14.001) e testar as seguintes hipóteses:

H1. a maioria das pessoas conhecem (já ouviram falar) ou trabalham em empresas

que possuem um destes Sistema de Gestão mas não sabem para que eles servem;

H2. após as informações fornecidas através da apresentação a maioria das pessoas

terá um melhor entendimento a respeito de como funciona um Sistema de Gestão.

Page 16: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

21

3. JUSTIFICATIVA

Considerando que no mercado atual, a maioria das empresas tem buscado

implantar pelo menos um dos sistemas de gestão apresentados neste trabalho, e

que, em empresas que possuem um Sistema de Gestão Integrado o Técnico de

Segurança do Trabalho acaba sendo um dos agentes responsáveis pela

operacionalização do mesmo, torna-se extremamente importante o conhecimento da

população da ETEC Takashi Morita a respeito do funcionamento destes sistemas de

gestão, a fim de que esta esteja melhor preparada para o mercado de trabalho no

qual a mesma está inserida.

Page 17: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

22

4. METODOLOGIA

A fim de desenvolver este trabalho foi feito um levantamento bibliográfico a

respeito do assunto e utilizado o conhecimento profissional e acadêmico dos

próprios integrantes do grupo.

Uma apresentação foi elaborada e realizada para as turmas do 1º e 3º Módulo

do Curso de Segurança do Trabalho, a fim de demonstrar qual é nossa proposta.

Nesta apresentação foi explicado: o que são Sistemas de Gestão; quais os

principais Sistemas de Gestão dentro das empresas; o que são as normas ISO

9.001, ISO 14.001 e OSHAS 18.001; como o Ciclo PDCA é aplicado nestes

sistemas; qual a importância das Certificações e por que nem todas as empresas a

possuem.

A fim de demonstrar como o Ciclo PDCA é aplicado dentro das organizações

que possuem certificações como a ISO 9.001, ISO 14.001 e OSHAS 18.001, foram

utilizadas ferramentas de uma empresa como modelo, a fim facilitar a interpretação

do funcionamento destes Sistemas de Gestão.

Após a apresentação as pessoas presentes responderam a um questionário

(ANEXO 1) a fim de que as hipóteses propostas neste trabalho fossem testadas. Os

dados foram coletados e, caso a maioria das pessoas entrevistadas respondessem

“SIM” nas questões “1” e “3”, e “NÃO” para questão “2”, a H1. de que “a maioria das

pessoas conhecem (já ouviram falar) ou trabalham em empresas que possuem um

destes Sistema de Gestão mas não sabem para que eles servem” seria

corroborada. Além disso, caso a maioria das pessoas respondessem “péssimo”,

“ruim” ou “regular” na questão 4 e “bom” ou “ótimo” para a questão 5, a H2. de que

“após as informações fornecidas através da apresentação a maioria das pessoas

terá um melhor entendimento a respeito de como funciona um Sistema de Gestão”

também seria corroborada.

Por fim, será elaborado um Workshop e neste também serão apresentados os

três sistemas de gestão (OSHAS 18.001, ISO 9001 e ISO 14001), tendo como foco

principal dizer o que estes visam a atender, no que os mesmos estão baseados, no

caso, o ciclo PDCA, e como eles podem ser implantados nas empresas. Além disso,

neste também serão apresentados os resultados da nossa pesquisa.

Page 18: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

23

Será montado um stand e neste haverá um painel com informações gerais a

respeito dos três sistemas de gestão a serem apresentados. O conteúdo deste

painel também será apresentado na forma de folders, a fim de que as pessoas

possam levar para casa algumas das informações apresentadas no stand. Este

stand contará também com algumas ferramentas e procedimentos implantados em

uma empresa que já possuem estes sistemas de gestão, a fim de que as pessoas

possam ter um maior entendimento de como eles funcionam e gráficos dos

resultados obtidos.

Page 19: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

24

5. RESULTADOS

Após o levantamento bibliográfico e elaboração da parte escrita do trabalho,

foi feita uma apresentação do mesmo, por meio de slides, para os alunos do 1º e 3º

Módulo do curso de Segurança do Trabalho da ETEC Takashi Morita. No total, 30

(trinta) pessoas assistiram a apresentação, sendo 11 (onze) do 1º Módulo e 19

(dezenove) do 3º Módulo.

Antes da apresentação, foi entregue um questionário (ANEXO 1) e solicitado

que as pessoas respondessem as questões de 1 a 3. Estas tinham como objetivo

saber se as mesmas já tinham ouvido falar sobre Sistemas de Gestão, se sabiam

explicar para o que estes serviam e se trabalhavam ou já tinham trabalhado em

alguma empresa que possuísse um dos sistemas de gestão a serem apresentados.

Com base nas respostas destas questões, chegamos aos seguintes

resultados:

1) Você já ouviu falar sobre os Sistemas de Gestão OSHAS 18.001, ISO 9.001 e ISO 14.001?

Para esta questão, observamos que 70% das pessoas já tinham ouvido falar

sobre Sistemas de Gestão, enquanto que 30% nunca haviam ouvido falar sobre os

mesmos (Gráfico 1).

Desta forma, chegamos à conclusão que a maioria das pessoas já possuía

certo conhecimento a respeito de Sistemas de Gestão.

Gráfico 1 – Conhecimento sobre a existência de Sistemas de Gestão.

70%

30%

Sobre Sistemas de Gestão

JÁ ouviu falar NUNCA ouviu falar

Page 20: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

25

2) Você saberia explicar para que servem estes sistemas?

Porém, ao serem questionadas sobre o funcionamento destes Sistemas de

Gestão, 57% (cinquenta e sete) disseram que não sabiam para que estes sistemas

serviam, enquanto que 43% (quarenta e três) disseram que sabiam (Gráfico 2).

Desta forma, chegamos à conclusão de que, apesar da maioria das pessoas

já terem ouvido falar sobre a existência de Sistemas de Gestão, tais como o OSHAS

18.001, ISO 9.001 e ISO 14.001, estas não sabiam explicar para que serviam estes

sistemas de gestão.

Gráfico 2 – Conhecimento sobre o funcionamento de Sistemas de Gestão

3) Você trabalha ou já trabalhou em alguma empresa que possua um destes Sistemas de Gestão?

Ao serem questionadas sobre atualmente trabalharem ou já terem trabalhado

em empresas que possuíam Sistemas de Gestão, chegamos ao resultado de que

53% (cinquenta e três) das pessoas nunca trabalharam em uma empresa que

possuísse um Sistema de Gestão e 47% (quarenta e sete) das pessoas trabalham/já

trabalharam em empresas que possuíssem um Sistema de Gestão (Gráfico 3).

Desta forma, apesar do número de pessoas que nunca trabalharam em

empresas certificadas ter sido maior, a diferença em relação àquelas que

43%57%

Sabem para que serve um Sistema de Gestão

SIM NÃO

Page 21: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

26

trabalham/já trabalharam em empresas com Sistemas de Gestão foi muito pequena.

Além disso, deve-se se considerar que muitas pessoas trabalham em empresas que

são certificadas e não sabem disso. Sendo assim, podemos concluir que um grande

número de pessoas trabalha/já trabalhou em empresas que possuem Sistemas de

Gestão.

Gráfico 3 – Pessoas que trabalham/já trabalhou em empresa Certificada

Com base nestes dados, podemos chegar à conclusão de que a maioria das

pessoas já ouviu falar sobre a existência de Sistemas de Gestão, grande parte delas

trabalha ou já trabalhou em empresas que possuem estes Sistemas de Gestão,

porém, a maioria delas não sabem para que estes sistemas servem. Desta forma,

podemos corroborar nossa primeira hipótese de que “H1. a maioria das pessoas conhecem ou trabalham em empresas que possuem um destes Sistemas de Gestão mas não sabem para que eles servem”.

Respondidas as questões de 1 à 3 do questionário (ANEXO 1) as pessoas

assistiram a apresentação e, após a mesma, responderam as questões 4 e 5. Estas

tinham como objetivo saber como as pessoas julgavam ser seu conhecimento sobre

Sistemas de Gestão antes e após as informações recebidas através da

apresentação.

47%53%

Trabalha/Já trabalhou em empresa certificada?

Trabalha/Já TrabalhouNunca Trabalhou

Page 22: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

27

Com base nas respostas apresentadas, chegamos aos seguintes resultados:

Gráfico 4 – Conhecimento sobre Sistemas de Gestão antes e após a Apresentação.

Com base no Gráfico 4, podemos observar que antes da apresentação a

maioria das pessoas (60%) diziam ter um conhecimento “péssimo” ou “ruim” sobre

Sistemas de Gestão. Porém, após a realização da mesma, nenhuma pessoa

respondeu que seu conhecimento a respeito de Sistemas de Gestão era “péssimo”

ou “ruim”. Apenas com esta informação, já é possível comprovar a eficiência,

qualidade e importância das informações fornecidas na apresentação deste trabalho

para a melhoria no conhecimento das pessoas em relação aos Sistemas de Gestão

mais comuns existentes dentro das organizações.

Porém, além disso, pode-se observar que, antes da apresentação, apenas

20% (vinte) das pessoas diziam ter um “bom” ou “ótimo” conhecimento a respeito de

Sistemas de Gestão e, após a mesma, este número aumentou para 47% (quarenta e

sete).

Esta redução significativa no número de pessoas que possuíam um

conhecimento “péssimo” ou “ruim” a respeito de Sistemas de Gestão, bem como o

aumento significativo do número de pessoas que possuíam um “bom” ou “ótimo”

conhecimento sobre Sistemas de Gestão, após a apresentação, pode ser observado

com maior clareza no Gráfico 5.

60%20%

20%

ANTES

RUIM/PÉSSIMO

REGULAR

BOM/ÓTIMO

0%

53%47%

DEPOIS

RUIM/PÉSSIMO

REGULAR

BOM/ÓTIMO

Page 23: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

28

Gráfico 5 – Evolução sobre conhecimento de Sistemas de Gestão

Além daqueles em que algum momento assinalaram que seu conhecimento

era “péssimo”, “ruim”, “bom” e “ótimo”, temos também um grupo de pessoas que,

antes ou depois da apresentação, assinalaram que seu conhecimento a respeito do

assunto era “regular”. Em relação a este grupo de pessoas, procuramos analisar em

que momento estas pessoas marcaram a opção “regular”, a fim de verificar se o

conhecimento das mesmas progrediu ou regrediu, uma vez que após a

apresentação, esta foi a opção mais assinalada.

Feito isto, chegamos ao Gráfico 6.

Gráfico 6 – Comportamento de quem assinalou “regular”

ANTES DEPOISRUIM/PÉSSIMO 18 0REGULAR 6 16BOM/ÓTIMO 6 14

02468

101214161820

de P

esso

as

Conhecimento sobre Sistemas de Gestão

0 0

3

14

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

"BOM/ÓTIMO" para"REGULAR"

"REGULAR" para"PÉSSIMO/RUIM"

"REGULAR" para"REGULAR"

"PÉSSIMO/RUIM"para "REGULAR"

"REGULAR" para"BOM/ÓTIMO"

Page 24: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

29

Analisando o Gráfico 6 podemos observar que a maioria das pessoas que

assinalou “regular” após a apresentação haviam assinalado “péssimo/ruim”

anteriormente, ou seja, houve uma melhoria relativa em relação ao conhecimento

das mesmas no que se refere a Sistemas de Gestão.

Desta forma, considerando os seguintes fatores:

que antes da apresentação, 60% das pessoas diziam ter um “ruim/péssimo”

conhecimento e após a mesma nenhuma disse ter um conhecimento

“ruim/péssimo” (ver Gráfico 4);

antes da apresentação, apenas 20% das pessoas diziam ter um “ótimo/bom”

conhecimento em relação aos Sistemas de Gestão, enquanto que após a

apresentação 47% disseram ter esse conhecimento (ver Gráfico 4);

ter havido um crescimento significativo no número de pessoas que

responderam ter agora um “ótimo/bom” conhecimento em relação aos

Sistemas de Gestão, bem como uma queda significativa no número de

pessoas que disseram que este conhecimento era “ruim/péssimo”;

apesar do crescimento no número de pessoas que assinalaram “regular” e

este ter sido o maior número de respostas após a apresentação, grande parte

dessas pessoas haviam assinalado “ruim/péssimo” antes da mesma, o que

demonstra uma melhoria no conhecimento destas;

Sendo assim, podemos afirmar que a segunda hipótese de que “H2. após as

informações fornecidas através da apresentação a maioria das pessoas obteve um melhor entendimento a respeito de como funciona um Sistema de Gestão”

também pode ser corroborada.

Page 25: Sistemas de Gestao e Ciclo Pdca

30

6. CONCLUSÃO

Considerando que tanto a “H1. a maioria das pessoas conhecem (já ouviram

falar) ou trabalham em empresas que possuem um destes Sistema de Gestão mas

não sabem para que eles servem” quanto a “H2. após as informações obtidas

através da apresentação a maioria das pessoas terão um melhor entendimento a

respeito de como funciona um Sistema de Gestão” foram corroboradas, podemos

concluir que este trabalho cumpriu o objetivo para o qual o mesmo foi proposto.