sistema Único de saúde

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SUS Sistema Único de Saúde Prof. Fernando A Silva Coordenaria Regional de Saúde Sudeste Escola Municipal de Saúde Regional Sudeste

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Uma breve explanação das origens do SUS, seus príncipios e sua gestão.

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Page 1: Sistema Único de Saúde

SUS

Sistema Único de Saúde

Prof. Fernando A Silva

Coordenaria Regional de Saúde Sudeste

Escola Municipal de Saúde Regional Sudeste

Page 2: Sistema Único de Saúde

SUS

O Sistema Único de Saúde é o conjunto de todas as ações e

serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas

federais, estaduais e municipais, da administração direta e

indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.

Page 3: Sistema Único de Saúde

Retrospectiva:

No Brasil, no final do século XIX e início do XX, a questão

saúde não estava vinculada ao direito social ou a dignidade

humana, estava ligada aos interesses econômicos de uma elite

hegemônica, cujo único interesse era manter o trabalhador sadio

visando o lucro.

Há um quadro dramático do Setor Saúde, onde o Brasil é um

país das iniquidades.

Page 4: Sistema Único de Saúde

Saúde na década de 80:

Nesta década a sociedade era pautada na exclusão da maior

parte dos cidadãos do direito à saúde.

A saúde era prestada pelo INPS, restrita aos trabalhadores que

a ela contribuíam. Sua lógica, contraprestacional e cidadania

regulada.

Os que não tinham carteira assinada recorriam as Santas Casas

de Misericórdia.

Page 5: Sistema Único de Saúde

Reforma Sanitária:

Nasceu na década de 60 com o tema “Saúde e Democracia”,

consolidando-se na 8⁰ Conferência Nacional de Saúde.

Foi abortada pelo golpe militar de 1964 e atingiu sua maturidade

no final da década de 70 e início da década de 80, onde se

mantém mobilizada até o presente.

Desde de seus primórdios pretendia servir à democracia e à

consolidação da cidadania. Representada através dos

profissionais de saúde, usuários, políticos e lideranças populares

interessados em uma ação social.

Page 6: Sistema Único de Saúde

Proposições:

• Saúde com direito de todo cidadão – independente de ter

contribuído, ser trabalhador rural ou não ser trabalhador.

• As ações de saúde deveriam ser preventivas e/ou curativas,

com garantia de acesso da população e, por isso, deveriam

estar integradas em um único sistema.

• Descentralização da gestão, administrativa e financeira.

• Controle social das ações de saúde.

Page 7: Sistema Único de Saúde

1986

Ano da VIII Conferência Nacional da Saúde (CNS) – logo após o

fim da ditadura militar iniciada em 1964.

Em seu relatório final a saúde passa a ser definida como o

resultado não somente das condições de alimentação, habitação,

educação, trabalho, lazer e acesso aos serviços de saúde, mas,

também, da forma de organização da produção na sociedade e

das desigualdades nela existentes.

A saúde é vista como um processo e como um direito, não apenas

como um estado.

Page 8: Sistema Único de Saúde

1988

Ano da promulgação da Constituição Cidadã – a qual incorporou

grande parte das ideias da VIII CNS.

Estabelece a Saúde como “Direito de todos e dever do Estado”,

através de um Sistema de acesso universal e igualitário, com

ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação

(Brasil, 1988, cap. II).

Page 9: Sistema Único de Saúde

1990

Lei 8080 de 19 de setembro de 1990 – Regulamenta em todo

território nacional as ações do SUS; estabelece diretrizes para

seu gerenciamento e descentralização e detalha as competências

de cada esfera governamental; enfatiza a descentralização

político administrativa; determina como competência do SUS a

definição de critérios, valores e qualidade dos serviços e trata

da gestão financeira.

Page 10: Sistema Único de Saúde

Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990 – Dispõe sobre a

participação popular na gestão do SUS; sobre a transferência

de recursos financeiros entre União, Estados, Distrito Federal e

Municípios e institui as instâncias colegiadas e os instrumentos

de participação social em cada esfera de governo.

Devemos lembrar: O recebimento de recursos financeiros pelos

municípios está condicionado à existência de Conselho Municipal

de Saúde em funcionamento, de acordo com a lei.

Page 11: Sistema Único de Saúde

Princípios do SUS - Artigo 198 da Constituição Federal de 1988

e Artigo 7⁰ do cap. II da Lei 8080/90.

São os conceitos que oriental o SUS se dividindo em;

• Princípios doutrinários: conjuntos de princípios que servem de

base, linhas mestra, para o sistema.

• Princípios organizativos: dispõe sobre as formas de concretizar

o SUS na prática.

Page 12: Sistema Único de Saúde

Princípios doutrinários:

• Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, sem distinções ou

restrições, oferecendo toda a atenção necessária e sem qualquer custo;

• Integralidade: o SUS deve oferecer atenção à saúde da população promovendo

ações contínuas de prevenção, tratamento e reabilitação, em qualquer nível de

complexidade;

• Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços de acordo com as

necessidades de cada um, por meio de adequação da oferta como princípio de

justiça social.

• Participação Social: é um direito e um dever da sociedade participar das

gestões públicas: é um dever do Poder Público garantir as condições para essa

participação, assegurando a gestão comunitária do SUS.

Page 13: Sistema Único de Saúde

Princípios organizativos:

• Descentralização: Redistribuição de poder, recursos e responsabilidade entre

os três níveis de governo com relação à saúde. Objetiva prestar serviços com

qualidade e garantir o controle e a fiscalização pelos cidadãos. Para que

exista o princípio da descentralização deve haver a concepção constitucional do

mando único, onde cada esfera do governo é autônoma e soberana nas suas

decisões e atividades.

Page 14: Sistema Único de Saúde

• Regionalização e Hierarquização: A regionalização é um processo de

articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos

mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e

garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade

requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.

Os gestores devem levar em consideração as características de seu território

para definir as ações prioritárias para cada realidade local, à partir de

critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser

atendida. Uma estratégia para minimizar as desigualdades regionais.

• Resolubilidade: Quando surge um problema de saúde com impacto no indivíduo

ou na coletividade o serviço correspondente esteja capacitado para atende-lo

e resolvê-lo.

Page 15: Sistema Único de Saúde

Estrutura Institucional e decisória do SUSColegiado

Participativo

Gestor Comissões

Intergestores

Representações

De Gestores

NacionalConselho Nacional

Ministério da Saúde

Comissão Tripartite

Estados: CONASS

Municipios:CONASEMS

EstadualConselhoEstadual

Secretarias Estaduais

ComissãoBipartite

Municípios:COSEMS

MunicipalConselho Municipal

Secretarias Municipais

Nos Conselhos de Saúde se dá o Controle Social.

As Comissões Intergestores são as instâncias de negociação e de decisão.

CONASS: É o Conselho de representação dos secretários de saúde estaduais.

CONASEMS: Canal formal de participação dos secretários municipais de saúde

COSEMS: Reúne secretários de saúde de municípios do mesmo estado e seus

representantes.

Page 16: Sistema Único de Saúde

Essa estrutura decisório do SUS é importante para a

compreensão da operacionalidade do SUS que, conforme

estabelecido no art. 198 da CF, se constitui de ações e serviços

públicos de saúde integrados em uma rede regionalizada e

hierarquizada, de competência de todas as esferas de governo

(art. 23 da CF). Rede esta que deve funcionar de forma

integrada e articulada.

As CIT e CIB são as instâncias que pactuam quais as atribuições

que caberão a cada esfera de governo e como elas serão

executadas e monitoradas.

Page 17: Sistema Único de Saúde

Níveis de Atenção à Saúde:

O SUS ordena o cuidado com a saúde em níveis de atenção que

são:

Básica complexidade

Média complexidade

Alta complexidade

Objetivo: melhorar a programação e planejamento das ações e

dos serviços do sistema de saúde sem desconsiderar nenhum

desses níveis porque a atenção à saúde de ser Integral.

Page 18: Sistema Único de Saúde

Atenção Básica em Saúde, o que é?

É o primeiro nível de atenção que o SUS proporciona a

população.

Em seu rol está um conjunto de ações de promoção, prevenção,

diagnostico, tratamento e reabilitação.

É dirigida a populações de territórios delimitados por meio de

práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas

desenvolvidas sob a forma de trabalho em equipe.

Page 19: Sistema Único de Saúde

Atenção Básica e o Usuários:

Deve olhar o sujeito em sua singularidade, complexidade,

inteireza, características socioculturais, histórico de vida,

crenças e costumes.

O foco é a redução de danos ou sofrimento que possam estar

comprometendo seu modo de vida saudável.

Page 20: Sistema Único de Saúde

Planejamento e Informação – Plano Municipal de Saúde (PMS):

O PMS é que orienta as ações que o gestor municipal

(planejamento, programação e avalição da saúde local) deve

desenvolver para atender as necessidades da população.

E, para nortear essas ações o instrumento fundamental é o Plano

Nacional de Saúde (PNS)

O PNS é a referência para o SUS.

A redução das desigualdades em saúde que existe no país é o

princípio que orienta o PNS.

Page 21: Sistema Único de Saúde

Devemos lembrar que é o Conselho Municipal de Saúde que

estabelece as diretrizes para a formulação do PMS.

No PMS deve ser descrito:

Os principais problemas de saúde pública local;

Suas causas;

Suas consequências e

Pontos críticos.

Além de objetivos e metas a serem atingidos.

Page 22: Sistema Único de Saúde

Sistema de Informação:

O SUS opera e disponibiliza um conjunto de sistemas de informações

estratégicas para os gestores avaliarem e fundamentarem o planejamento e a

tomada de decisões.

Esses abrangem:

• Internações hospitalares, produção ambulatorial, imunização e atenção

básica;

• Rede assistencial;

• Morbidade por local de internação e residência dos atendidos pelo SUS;

• Estatísticas (nascidos visos e mortalidade)

• Recursos financeiros;

• Informações demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas.

Site Datasus: www.datasus.gov.br

Page 23: Sistema Único de Saúde

Bibliografia:

Ministério da Saúde – www.saude.gov.br.

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/judicializacao/pdfs/introducao.pdf.

Políticas Públicas de Saúde no Brasil: SUS e pactos pela Saúde. Denizi Oliveira Reis; Eliane

Cardoso de Araújo; Luiz Carlos de Oliveira Cecílio.

O SUS no seu município : garantindo saúde para todos / Ministério da Saúde, Secretaria-

Executiva, Departamento de Apoio à Descentralização. – 2. ed. – Brasília : Ministério da

Saúde, 2009.

http://bvsarouca.icict.fiocruz.br/sanitarista05.html.