sistema reprodutor cães
TRANSCRIPT
INSTITUTO FEDERAL DE BRASILIA, CAMPUS PLANALTINA.
PAULO
ERICA
JOSE
TIAGO
SEMINARIO SOBRE O SISTEMA REPRODUTIVO CANINO
PLANALTINA - DF
2013
INSTITUTO FEDERAL DE BRASILIA, CAMPUS PLANALTINA.
PAULO
ERICA
JOSE
TIAGO
SEMINARIO SOBRE O SISTEMA REPRODUTIVO CANINO
Trabalho apresentado como forma de Seminário elaborado pelos estudantes da turma do STA2 do Instituto Federal de Brasília, com intuito final a obtenção de nota de avaliação semestral , sob coordenação do professor Mestre Osmar, da disciplina de Anatomia Animal.
PLANALTINA - DF
2013
RESUMO
O presente trabalho visa estabelecer um melhor entendimento sobre o sistema reprodutivo dos cães, para isso foi elaborado de forma bem didática e com intuito final de levar aos ouvintes informações técnicas e cientificas expostos pelos participantes de apresentação de seminário com o propósito de a.exposição temática do assunto, valendo-se para isso das mais variadas estratégias: exposição oral, quadro-negro, slides, cartazes, filmes etc.Trata-se de uma visão global do assunto e ao mesmo tempo aprofunda-se o tema em estudo;
Palavras-chave: reprodução, hormônio, espermatozoides, genitais, ciclo estral, puberdade, macho, fêmea
1 INTRODUÇÃO
Os mamíferos (do latim científico Mammalia) são uma classe de animais
vertebrados, que se caracterizam pela presença de glândulas mamárias que, nas
fêmeas, produzem leite para alimentação dos filhotes, e a presença de pêlos
(existem poucas espécies de mamíferos que não tem pêlos). São animais
endotérmicos, ou seja, que possuem mecanismos internos para o controle da
temperatura corpórea. A endotermia amplia o leque de áreas geográficas a serem
habitadas por eles, tendo em vista que não são tão sensíveis a temperaturas
externas. São animais vivíparos, logo, desenvolvem seus filhotes no interior do
corpo materno (essa característica aumenta a probabilidade de vida da prole, já que
os embriões se desenvolvem internamente e não em ovos, no caso dos répteis e
anfíbios). Os mamíferos incluem 5 416 espécies (incluindo os seres humanos),
distribuídas em aproximadamente 1.200 gêneros, 152 famílias e até 46 ordens, de
acordo com o compêndio publicado por Wilson e Reeder (2005).
Dentro deste universo de números encontramos o cão (Canis lupus
familiaris), um mamífero canídeo e talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser
humano, o qual abordaremos todo seu sistema de reprodução neste estudo.
2 FAMILIA CANIDAE
Como falamos anteriormente os mamíferos pertencem a uma espécie de
animais vertebrados, de Classe Mammalia sendo que esta espécie é composta por
varias famílias.
Vamos destacar a família Canidae, que são canídeos que constituem uma
família de mamíferos digitígrados, da ordem dos carnívoros, que inclui o cachorro, o
lobo, o coiote, o chacal, a raposa entre outros.
Os canídeos são animais de médio a pequeno porte, que se alimentam
predominantemente de carne.
O cão, também chamado de cachorro, é na verdade uma subespécie do
lobo: o cinzento. Ele foi domesticado há mais de 130 mil anos, auxiliando o homem
em caças e na guarda de seus territórios; tornando-se, no decorrer desse tempo,
também um grande companheiro.
2.1 CARACTERÍSTICAS SEXUAIS
Na época do nascimento, apresentam-se as características sexuais
primárias (glândulas seminais) e também as características sexuais secundárias
(morfológicas e comportamentais). (GURTLER, 1987).
As características morfológicas se dividem em genitais e extragenitais. No macho
são as estruturas armazenadoras, condutoras e eliminadoras (epidídimo, ducto
deferente, uretra e pênis) de esperma, e também as glândulas sexuais acessórias
(próstata, vesículas seminais, glândulas bulbo-uretrais, no cão não existem as duas
últimas). Na fêmea são o ovário, a trompa, o útero, a vagina, a vulva e o clitóris.
(GURTLER, 1987).
Até o início da maturidade as glândulas germinativas estão em estado de
repouso. O início da maturidade acontece por aumento da secreção de luliberina e
GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) no hipotálamo, que provoca o aumento
na síntese e liberação das gonagotrofinas FSH e LH do lobo anterior da hipófise
(adenoipófise). O FSH estimula nas fêmeas a formação e maturação dos folículos
terciários, que produzem estrógenos sob influência do LH. Os estrógenos fazem
com que a trompa, útero e vagina aumentem seu volume, e atua no crescimento da
glândula mamária. Nos machos, o FSH estimula o crescimento dos túbulos
seminíferos e a maturação dos espermatozóides. O LH estimula a síntese de
testosterona (que faz com que as glândulas sexuais acessórias entrem em
funcionalidade) pelas células intersticiais. (GURTLER, 1987).
Machos e fêmeas também se diferenciam pelo desenvolvimento do corpo e pelo
comportamento. Os machos, por causa da testosterona, apresentam esqueleto e
músculos desenvolvidos, são fortes e lideram manadas, impulso sexual sempre
presente (maior no verão). As fêmeas possuem a bacia maior, favorável para o
parto, tem temperamento calmo, e após o parto aparece um instinto de proteção. O
instinto de acasalamento aparece apenas no cio. (GURTLER, 1987)
2.2 PUBERDADE
Puberdade tem sido definida como um processo pelo qual uma fêmea torna-
se capaz de reproduzir. Na cadela ocorre de 6-12 meses de idade, nesta época, elas
atingem 75% do seu tamanho adulto. O inicio da puberdade envolve aumento na
síntese e liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo,
orientando a secreção de gonadotrofinas (CUNNINGHAM, 2004). De uma maneira
mais específica, a puberdade nas fêmeas, é o momento em que ocorre a primeira
ovulação com manifestação estral, seguida pelo desenvolvimento de um corpo lúteo
funcional (MIALOT,1988). A idade da puberdade em cadelas é muito variável, não
somente entre raças, mas também em indivíduos da mesma raça. O primeiro
proestro pode ocorrer entre seis á treze meses de idade. É normal que cadelas de
grande porte apresentem o primeiro ciclo estral após 18 á 24 meses.( LANNA, 2008)
No cão, a puberdade é caracterizada pelo aparecimento dos primeiros
espermatozóides nas vias genitais, se manifesta no fim do período de crescimento
rápido dos testículos, a puberdade ocorre entre 7 á 10 meses. Antes da puberdade o
cão tem baixa concentração de espermatozóides com numerosas anomalias.
(MIALOT, 1988). Na maturidade sexual os machos desenvolvem um odor sexual
(ferormônio), formado nas glândulas cutâneas na maioria das espécies, percebido
pelos animais de mesma espécie. (GURTLER, 1987). Ainda no macho, um sinal de
que atingiram a puberdade é o levantar da pata para urinar, estudos dizem que
cerca de um mês após este sinal o cão começa a gerar espermatozóides. Inicio da
maturidade sexual do cão: 7-11 meses (GURTLER, 1987). No cão a puberdade
tende a acontecer mais cedo em animais de pequeno porte em relação aos grandes
(PINEDA,2003).
2.3 CICLO ESTRAL
O ciclo estral do cão doméstico (Canis familiaris) possui características
distintas das outras espécies. A cadela é monocíclica e sua fase luteínica é
semelhante em indivíduos gestantes e não gestantes, apresentando além disso,
período de vários meses de quiescência (anestro) até o novo ciclo (OLIVEIRA,
2003). O ciclo estral na cadela é consideravelmente mais longo do que na maioria
dos outros animais domésticos (OKKENS, 2006). A cadela apresenta geralmente
ciclo monoestral, não sazonal, caracterizado por lenta mudança entre as fases do
ciclo e um longo período variável de anestro fisiológico, em ciclos com ou sem
gestação. Cadelas apresentam estro durante todo o ano, evidenciando pouca ou
nenhuma influência da sazonalidade ou fotoperíodo sobre o ciclo ovariano. (LANNA,
2008).
O ciclo estral na cadela consiste de 4 fases distintas, o pró estro, estro ,
diestro e anestro. O Proestro e o Estro são também chamadas de fases
estrogênicas ou Proliferativas. As fases de Metaestro chamados de fase
progesterônicas ou Secretoras. Depois de cada ciclo estral, que dura
aproximadamente 3 meses, entra a fase de anestro, que varia de duração. O
intervalo entre o inicio de um ciclo estral para o outro normalmente é de 7 meses
mas tem variação de 4 á 12 meses. O tempo de intervalo inter estral de uma só
cadela pode ser regular ou pode sofrer variações (BUTINAR et al., 2003).
2.4 PROESTRO (maturação folicular)
Ocorre a maturação de um ou mais folículos no ovário sob influência do FSH
e LH, este influencia a formação de quantidades crescentes de estrógenos, que
desencadeiam o estro e promove um crescimento das glândulas uterinas e aumento
do diâmetro do útero (fase proliferativa). (GURTLER, 1987)
A fêmea apresenta a vulva edemaciada e hipertrofiada, a cérvice dilatada, o
endométrio espessado e há aumento na atividade glandular e no crescimento dos
ductos e túbulos da glândula mamária. Estas alterações são causadas pelo aumento
da concentração de estrógeno nesta fase (OLIVEIRA, 2003). Definido como o
período em que a cadela se torna sexualmente atrativa para os machos, mas ela
rejeita a cópula. A duração do proesto varia de 3 á 17 dias , em média dura 9 dias
(BUTINAR et al., 2003). Segundo BENETTI et al., apud CHRISTIANSEN (1984), já
se registrou duração de 27 dias, com a fêmea em condições reprodutivas normais.
2.5 ESTRO (cio)
A cadela apresenta duas fases no cio: a fase de preparação (4-6 dias) e o
cio verdadeiro (6-10 dias). No cio verdadeiro, ocorre amadurecimento de vários
folículos, que só chegam à ovulação no final do cio, assim, somente o acasalamento
neste período leva à fecundação. Em cadelas que vivem livres, geralmente ocorre
fecundações por vários machos, ocorrendo superfecundação (superfecundatio)
(GURTLER, 1987).
Em algumas cadelas, criadas próximas do proprietário e sem contato com
outros cães, tornam-se agressivas, não aceitando o macho. Pode também haver
casos raros, em que a cadela entra no cio, mas não ovula (CRUSCO, 1998).
Porém o estro é o período em que a fêmea permite a cópula. Este período tem uma
duração média de 9 dias, variando de 3 á 21 dias. Durante o estro a vulva começa a
diminuir e suavizar e o corrimento vaginal geralmente diminui (BUTINAR et al.,
2003). Tem sido observado que a cadela começa a exibir os sinais do estro, quando
a concentração de estrógeno circulante começa a declinar e a progesterona sérica
aumenta (OLIVEIRA, 2003). É neste período em que ocorre a ovulação, o
desenvolvimento do corpo lúteo e a proliferação do endométrio (MIALOT, 1988).
2.6 DIESTRO
O diestro inicia-se após a última receptividade ao macho, e persiste até que
o endométrio se regenere completamente, tendo duração de 80-155 dias
(CHRISTIANSEN, 1984), e tem duração semelhante para cadelas gestantes e não
gestantes (OLIVEIRA, 2003). Ocorre a formação do corpo lúteo após a ovulação,
que acaba funcionando como uma glândula hormonal. O diestro é dominado pela
progesterona (OLIVEIRA, 2003). É marcado pelo fim do cio, ou seja, a cadela não é
mais receptiva ao macho (OLIVEIRA et al., 2003). Se não ocorrer fecundação, o
corpo lúteo se atrofia a partir do décimo dia após a ovulação. Ocorre então um
aumento da formação de luliberina e síntese de FSH, resultando em nova maturação
folicular. Na atrofia do corpo lúteo, a prostaglandina F2α, tem papel importante,
participando na redução do suprimento sanguíneo para o ovário que contém o corpo
lúteo e na redução da síntese de progesterona (GURTLER, 1987).
2.7 ANESTRO
Neste período o útero encontra-se em processo de involução após os efeitos
de uma gestação ou pseudogestação (OLIVEIRA et al., 2003). A completa involução
do útero ocorre os 120 dias quando não há gestação, e aos 140 dias quando houver
gestação (OLIVEIRA et al., 2003). Mesmo sendo um estágio inativo do ciclo estral,
os ovários e a hipófise encontram-se ativos, o hipotálamo secreta quantidades
crescentes de GnRH, que torna a hipófise mais sensível, também aumenta a
resposta ovariana às gonadotrofinas e a concentração de LH perto do fim do
anestro, sendo importante para o começo de uma nova fase folicular (BUTINAR et
al., 2003). Ocorre entre o final do diestro ou prenhez até o início do próximo
próestro, tendo duração média de quatro meses e meio, a qual varia segundo raça,
saúde, idade, época do ano e outros fenômenos (FELDMAN & NELSON, 1996). De
acordo com BUTINAR et al. (2004), a duração e regulação da fase lútea é a mesma
na cadela prenha e na não prenha.
Características do Ciclo Reprodutivo
Espécie Idade na Puberdade
Tipo do ciclo
Duração do ciclo
Duração do estro
Melhor época do
acasalamento
Primeiro estro após o parto
Observa-ções
Cão 5 – 24 meses.Mais cedonas raças pequenas.Maistarde nas raças maiores
Monoéstrico não sazonal
31⁄2 – 13 meses
2 – 21 dias(média de 6-12)
A partir do segundo diade estro e em diasalternados, daí para o final do estro
Poucos meses (um períodode metestro de2 – 31⁄2 meses seguidode um períodode anestro altamente variável)
Sangramento do proestro por7 – 10 dias. Ovulação geralmente1 – 3 dias após aprimeira aceitação. Óvuloseliminados antes de se expulsaro 1º corpúsculo polar.A pseudoprenhez geralmente termina entre 60 e 70 dias
3 SISTEMA URINÁRIO E GENITAL
Os sistemas urinário e reprodutivo do cão estão relacionados tal como os
dos restantes mamíferos. Dois rins retiram do sangue substâncias indesejadas ou
potencialmente tóxicas. Os resíduos clarificados passam para a bexiga. Uma única
uretra faz sair a urina através do pênis ou, nas cadelas, da vulva. O próprio sistema
reprodutivo está integrado na parte final do sistema urinário. Os canais espermáticos
dos testículos do macho transportam o esperma até à uretra. Na fêmea, a vagina
conduz até à vulva, onde a uretra descarrega.
4 INFLUÊNCIAS HORMONAIS
O macho está sempre sexualmente ativo e acasala sempre que pode. A
partir da puberdade, as células sexuais são produzidas em massa nos testículos. O
macho é atraído pelo odor hormonal das fêmeas sexualmente ativas, o que estimula
a glândula pituitária, ou hipófise, na base do cérebro a informar os testículos que
produzam mais testosterona e esperma.
A fêmea, geralmente, tem dois ciclos de atividade hormonal reprodutiva (cio)
por ano. Cerca de 12 dias antes do cio, a vulva incha e produz uma descarga.
Durante o cio, e durante cinco dias, esta descarga para e os ovários libertam óvulos
nas trompas de Falópio. Apenas nessa altura ela escolhe um parceiro. Se o
acasalamento acontecer, a gravidez daí resultante durará cerca de 63 dias.
No entanto, mesmo que não haja acasalamento, a fêmea terá uma gravidez
hormonal (metestro) que durará oito semanas, seguida de um período de 15 dias de
descanso reprodutivo (anaestro) até à fase seguinte.
4.1 QUANDO ACASALAR
A cadela torna-se sexualmente madura aos 10 meses de idade e acasala
voluntariamente durante o primeiro cio. Contudo, nesta fase inicial da vida, ainda
não atingiu maturidade emocional e psicológica; isto por vezes conduz a ninhadas
pequenas e maus cuidados maternais. O acasalamento, geralmente, é mais
produtivo durante os ciclos seguintes. A maior parte das cadelas ovula entre 10 e
12 dias depois do início do ciclo, mas este padrão pode variar entre indivíduos, por
isso, a maior parte dos criadores acasala as cadelas duas vezes, no 10.0 e 12.0 ou
11.0 e 13.0 dias. O exame dos fluidos vaginais através de um microscópio indica
quando uma cadela ovulou, mas a monitorização dos níveis hormonais do sangue é
mais eficaz.
4.2 RESPOSTAS HORMONAIS
As hormonas - os mensageiros químicos do corpo - são responsáveis pela
gestão e manutenção das funções do corpo do cão em resposta a alterações
internas e externas. A maior parte das hormonas é produzida pelas principais
glândulas endócrinas: pituitária (ou hipófise), tiróide, paratiróide, e supra-renais, os
ovários ou testículos e o pâncreas. As hormonas produzidas por estas glândulas são
descarregadas na corrente sanguínea e actuam noutras partes do corpo. O sistema
endócrino é controlado pela glândula pituitária – uma glândula "principal" situada na
base do cérebro. Esta, por sua vez, está sob o controlo de uma parte do corpo
produtora de químicos chamada hipotálamo. Feedback hormonal
Os níveis hormonais são mantidos e ajustados pelo "feedback negativo".
Este atua de forma semelhante à de um termóstato e um sistema de caldeira de
aquecimento: o termóstato gere a temperatura do ar; se a temperatura desce abaixo
de certo ponto, o termóstato liga a caldeira. Quando a temperatura sobe acima de
certo ponto, o termóstato desliga a caldeira. No sistema endócrino, uma imagem, um
som ou um odor podem estimular a produção de uma hormona pela glândula
pituitária atualmente também conhecida por hipófise. Esta hormona viaja pela
corrente sanguínea até outras glândulas, estimulando-as a produzir certo número de
novas hormonas que atuam nos órgãos e nos músculos para fornecer uma resposta.
As novas hormonas também viajam na corrente sanguínea até à pituitária e
diminuem a produção da hormona estimulante original. Esta forma de controlo
recíproco ocorre constantemente para gerir e controlar as reações do corpo.
4.3 GLÂNDULA PITUITÁRIA (HIPÓFISE)
A glândula pituitária produz uma variedade de hormonas que controlam
diversas glândulas endócrinas e influenciam uma variedade de processos
fisiológicos no corpo. As hormonas produzidas pela pituitária estimulam as glândulas
supra-renal e tiróide e regulam o crescimento, a produção de óvulos e esperma, a
criação de hormonas sexuais, a produção de pigmentos da pele, a concentração de
urina, as contracções uterinas e a libertação de leite.
4.4 SECREÇÕES SUPRA-RENAIS
A parte central das glândulas supra-renaisa medula supra-renal- está
primeiramente sob o controlo do sistema nervoso. Quando um cão está nervoso ou
sexualmente excitado, a medula produz adrenalina.
5 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS REPRODUTORES MASCULINOS
Constitui-se de: Testículos, Epidídimo, Ducto deferente, Glândulas sexuais
acessórias e pênis.
Os testículos estão dentro do escroto. Inserido no testículo encontramos o
epidídimo que estoca e transporta os espermatozóides, que do epidídimo vão ao
ducto deferente que entra na uretra (SCHOENAU, 2011).
As secreções das glândulas sexuais acessórias se juntam aos
espermatozóides formando o sêmen.
Os órgãos masculinos podem se dividir em: órgãos reprodutores internos e
órgãos de acasalamento, externos. A formação de gametas ocorre nos testículos e
são armazanados no epidídimo. A liberação ocorre no acasalamento, onde uma
parte do esperma é liberada e misturada à secreção das glândulas sexuais
acessórias (no cão, apenas a próstata), e então é introduzida na fêmea pelo pênis.
Nos animais castrados, as glândulas sexuais acessórias são atrofiadas (GURTLER,
1987).
5.1 PÊNIS
O pênis dos caninos é composto por raiz, corpo e glande. Na parte caudal
há dois corpos cavernosos e na parte cranial o osso do pênis. A glande é uma
estrutura que se estende por todo o osso do pênis (SISSON & GROSSMAN, 1975).
A ereção inicia com um ingurgitamento do bulbo da glande e uma extensão
do processo uretral. Em seguida o colo da glande começa a ingurgitar e o
ingurgitamento continua nos espaços cavernosos. Quando o pênis está
completamente ereto, o epitélio está distendido e as veias superficiais proeminentes.
Neste processo o bulbo da glande aumenta de tal forma que o macho não
consegue retirar o pênis da vagina da fêmea, permanecendo “ligados” de cinco
minutos à uma hora, Hart (1970, apud SISSON & GROSSMAN, 1975).
5.2 TESTÍCULOS
Sua função consiste na formação de espermatozóides e secreção de
testosterona, que atua nas glândulas acessórias estimulando a produção de
substâncias (glicose, frutose, etc.) importantes para a locomoção dos
espermatozóides e para o tamponamento do esperma (GURTLER, 1987).
A formação dos espermatozóides acontece nos túbulos seminíferos, e entre
eles ocorre a formação de testosterona pelas células de Leydig. Nos túbulos
seminíferos, as células imediatamente próximas à membrana basal
(espermatogônias) dividem-se e formam os espermatócitos I, que se dividem
novamente e formam os espermatócitos II, destes formam-se as espermátides, e
estas finalmente se transformam em espermatozóides. (GURTLER, 1987).
Entre as espermatogônias localizam-se as células de Sertoli, que possuem
função nutritiva, protetora e suporte das células espermatogênicas, além da função
fagocítica. A função do epidídimo na maturação e armazenamento de
espermatozóides é testosterona-dependente (GURTLER, 1987).
As espermatogônias são desenvolvidas no embrião, mas só vão maturar e
dividir com o início da maturidade sexual e influência de FSH. Quando existe uma
secreção baixa de FSH e ICSH (hormônio estimulante da célula intesticial), os
testículos não descem para a bolsa escrotal (descenso), e ficam na cavidade
abdominal ou no canal inguinal (criptorquidia abdominal ou inguinal) (GURTLER,
1987).
A formação de espermatozóides depende de alto teor de proteínas, e
vitamina A, Mn (Manganês) e I (iodo). (GURTLER, 1987).
De acordo com SETCHELL (2006), os testículos de cães domésticos correspondem
a 0,13% do peso do corpo.
5.3 GLÂNDULAS SEXUAIS ACESSÓRIAS
Assumem sua função no inicio da maturidade sexual, formando secreções
com importância na nutrição dos espermatozóides. Armazenam a secreção e
liberam-na na ejaculação através da contração muscular lisa. Em animais castrados
são rudimentares. (GURTLER, 1987). Glândulas sexuais acessórias (no cão, apenas
a próstata). (GURTLER, 1987).
1- Vesículas seminais – ausente no cão.
2- Próstata – situada sobre o colo vesical e na porção inicial da uretra, na qual
desemboca. Maior desenvolvimento apresentado nos carnívoros, no cão ocorre
frequentemente uma hipertrofia em idade avançada, que impede o esvaziamento da
bexiga. É rica em fosfatase acida, cujo aumento no soro é importante para
diagnosticar tumores prostáticos (GURTLER, 1987). Sua secreção também contém
substancias protéicas, lipídios e hexoses.
3- Glândulas bulbo-uretrais – ausentes no cão.
5.4 ESPERMA
Na ejaculação, são liberados espermatozóides do epidídimo que são
misturados às secreções da próstata (no cão). Sua formação acontece nos túbulos
seminíferos ininterruptamente. Os espermatozóides amadurecidos vão para o
epidídimo (onde são armazenados) passando pela rete testis e ductos eferentes. Os
não ejaculados morrem após 3 meses na cauda do epidídimo sendo eliminados
através dos espermatófagos. (GURTLER, 1987).
Na ejaculação, o epidídimo se contrai e leva espermatozóides para o ducto
deferente e depois para a uretra, aonde chegam também as secreções das
glândulas acessórias. O sêmen é expelido pelo relaxamento do músculo esfíncter
uretral e por contrações do músculo bulbocavernoso. A coordenação desses
processos é feita pelo centro genitoespinal, na medula lombar. (GURTLER, 1987).
A movimentação dos espermatozóides é importante para atingir a célula ovo
nos órgãos sexuais femininos. Percorrem cerca de 2 a 4 mm por minuto. O
transporte é facilitado por contrações ondulares do útero. (GURTLER, 1987).
A quantidade do ejaculado e densidade espermática depende
principalmente da freqüência de acasalamento e alimentação. O macho ejacula um
grande volume mas com baixa concentração de espermatozóide, aproximadamente
97% do volume do ejaculado é constituído pela secreção da Próstata, a única
glândula sexual acessória dos cães (PINEDA 2003).
Oligospermia e Azoospermia: o primeiro caso significa produção insuficiente de
espermatozóides e o segundo, nenhuma produção (CRUSCO, 1998).
Cão fértil: o normal é ter uma concentração mínima de 250 milhões de
espermatozóides vivos e viáveis, acima de 70% de motilidade e menos de 20% de
defeitos totais. (CRUSCO, 1998)
Quantidade do ejaculado no cão = 6 ml (2-10) (GURTLER, 1987).
Densidade do esperma no cão = 60-300 mil espermatozóides por mm³ (GURTLER,
1987).
6 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS REPRODUTORES FEMININOS
Os órgãos genitais da fêmea produzem as células germinativas femininas,
os óvulos, e também protegem e nutrem o embrião. Os órgãos femininos
responsáveis pela reprodução são: Ovários, Tubas Uterinas, Útero (cornos, corpo e
cérvix), Vagina, Vestíbulo e Vulva (SCHOENAU, 2011).
6.1 OVÁRIO
Os ovários são as glândulas reprodutivas que produzem os óvulos, que
liberados desses entram nas tubas uterinas onde amadurecem e são fertilizados.
Com a fecundação, o embrião é levado ao útero para proteção e nutrição
(SCHOENAU, 2011).
A- formação de ovócitos maduros
B- formação de hormônios do cio (estrógenos)
C- formação dos corpos lúteos (produção de progesterona)
Com ajuda dos estrógenos e da progesterona, o ovário tem ação no
desenvolvimento das características sexuais secundarias.
Participam na maturação do folículo e formação do corpo lúteo:
a) Hormônio Folículo-Estimulante (FSH) – promove o desenvolvimento do folículo.
b) Hormônio Luteinizante (LH) – leva a ovulação, promove formação de estrógenos
e estimula desenvolvimento do corpo lúteo.
c) Hormônio luteotrópico (LTH, prolactina) – estimula o desenvolvimento do corpo
lúteo.
O ovário ainda produz o 17β-estradiol, que controla a liberação de FSH e LH
através do hipotálamo, e na gestação aumenta a massa muscular uterina e
espessamento da mucosa vaginal (BENETTI et al., 2004).
6.2 ÚTERO
O útero é constituído de um corpo muito curto, no qual divergem dois cornos
longos e finos. A cérvix também é muito curta. (DYCE, K.M. et al. 2004).
6.3 VAGINA, VESTÍBULO E VULVA
A vagina é muito longa e estende-se horizontalmente através da pelve, antes de
penetrar além do arco isquiático e unir-se ao vestíbulo.
6.4 OVULAÇÃO
Receptores do hormônio LH desenvolvem-se na granulosa, possibilitando
um pico pré-ovulatório de LH que provoca a ovulação à partir de alterações críticas
no folículo e resultando na liberação do ovócito, além de transformar as células
secretoras de estrógeno em secretoras de progesterona. Outra função deste pico é
fazer a granulosa produzir substâncias, como a prostaglandina F2α (PGF2α), estas e
outras desconhecidas rompem a teca (CUNNINGHAM, 2004).
Alguns autores divergem do momento da ovulação, podendo ocorrer entre
24 a 72 horas após a onda de LH, entre o segundo ou terceiro dia do estro, ou de 24
a 48 horas após a aceitação do macho pela fêmea (OLIVEIRA et al., 2003). De
acordo com GURTLER (1987), a ovulação ocorre cerca de 10 horas após o
desaparecimento dos sintomas do cio.
O estrógeno é usado pelos folículos para estimular o desenvolvimento da
granulosa e sinalizar o hipotálamo e hipófise anterior quanto à maturidade dos
folículos para a ovulação (CUNNINGHAM, 2004).
Corpo lúteo: Após a ovulação, forma-se o corpo lúteo no lugar do folículo
maduro. No corpo lúteo é formada a progesterona (que no cão também é produzida
em pouca quantidade durante a onda pré-ovulatória de LH, sendo importante para a
receptividade sexual), com a função de levar a mucosa uterina para a fase
proliferativa, e preparar o útero para a gestação, além de impedir a maturação de
novos folículos durante a prenhez (GURTLER, 1987). O LH é importante para a
manutenção do corpo lúteo (CUNNINGHAM, 2004).
7 CÓPULA
As cadelas exercem atração sobre os machos por aproximadamente 9 dias,
enquanto estão no proestro. O acasalamento ocorre quando a cadela está no cio, a
receptividade é controlada pelo estrógeno e GnRH na fêmea e pela testosterona no
macho. O sinergismo entre hormônios é importante para a receptividade, e na
cadela é importante a exposição ao estrógeno seguida da progesterona, porque o
estrógeno torna a fêmea atrativa, mas não produz receptividade. Antes da monta, o
macho lambe rapidamente a vulva da cadela antes de montá-la. Antes da monta, em
alguns casos, o macho pode apresentar um procedimento de corte relativamente
prolongado, mas geralmente apenas lambe rapidamente a vulva da cadela antes de
montá-la. Em resposta, a cadela geralmente se mantém firmemente apoiada, com a
cauda deslocada lateralmente, expondo a vulva. O cão efetua a penetração sem
ereção, devido à presença do osso peniano. Uma vez que o pênis se encontre no
interior da vagina, ocorre o ingurgitamento do bulbo da glande, que é acompanhado
de fortes movimentos de estocada, resultando na ejaculação de líquido prostático.
Terminada a movimentação pélvica, o cão desmonta e, passando um dos
membros posteriores sobre a cadela, fica de costas para ela, preso pelo bulbo
ingurgitado, o que torna a separação difícil. Este “aprisionamento” pode durar de 5 a
60 minutos (média de 20 minutos) e, durante este período, a cadela e o macho
podem se movimentar juntos para um lado e para o outro. (INTERVET. 2010). A
primeira fração do sêmen é ejaculada enquanto o pênis está parcialmente ereto,
segunda fração é ejaculada imediatamente após terem cessados os movimentos
impetuosos. Logo após, o macho desmonta, faz um giro, erguendo uma pata sobre a
cadela, e os animais permanecem com os quartos posteriores em contato, enquanto
a terceira fração é ejaculada nesse estágio (GOMES, 2010). Embora a maioria dos
cães acasale em momento favorável, a causa mais comum de falha na concepção é
o acasalamento no momento errado (GOODMAN 2001). Isto porque a cópula deve
ser feita de maneira que os espermatozóides estejam no trato reprodutivo da fêmea
perto ou próximo da ovulação.
7.1 FECUNDAÇÃO
O esperma no cão é depositado diretamente no útero (CUNNINGHAM,
2004). No útero ocorrem contrações (estimuladas pela ocitocina) que partem da
cérvix, em forma de ondas, transportando o esperma para as porções superiores da
trompa. No útero e na trompa ocorre a maturação completa dos espermatozóides
para a capacidade de fecundação (capacitação) (GURTLER, 1987).
Para o ovócito poder ser fecundado, ele precisa passar por uma primeira
divisão meiótica antes da fertilização, que na cadela não ocorre antes da ovulação,
assim, os espermatozóides esperam que o ovócito se torne maduro no oviduto antes
de ocorrer a fecundação (CUNNINGHAM, 2004).
7.2 GESTAÇÃO
Considera-se o período gestacional da cadela de 63 dias, após a cobertura.
Entretanto, uma média de 56 a 72 dias, desde a primeira cobertura, até a data
estimada do parto, tende a ser uma estimativa mais correta (Linde-Forsberg e
Eneroth 2000). Esta grande variação se deve, pelo menos em parte, à longevidade
do espermatozóide do cão (Concannon et al., 1989). Também existe alguma
variação entre raças, além da variação associada ao tamanho da ninhada: cadelas
com quatro filhotes ou menos apresentam gestação signifi cativamente mais longa
do que aquelas que têm cinco filhotes ou mais (Eilts et al., 2005). Apesar disso, a
duração da gestação é notadamente constante, ficando na marca dos 65±1 dias
após o pico de LH. Sendo que a implantação ocorre 18 dias após o mesmo.
Para o desenvolvimento da gestação, há necessidade de altas
concentrações de progesterona (P4) (Luz ET al., 2006b), pois ela é responsável pelo
desenvolvimento das glândulas endometriais, secreção de fluidos uterinos,
crescimento endometrial, manutenção da placenta, inibição da motilidade uterina e
eliminação da resposta leucocitária no interior do útero (OLIVEIRA, 2003), e a
progesterona na cadela é produzida exclusivamente pelos corpos lúteos (CLs)
(Concannon et al., 1989). A presença de estrógeno durante a gestação contribui
para a síntese de receptores intracelulares para progesterona e promove o
desenvolvimento das glândulas mamárias, e o FSH estimula o aumento de
estrógeno (OLIVEIRA, 2003).
A relaxina é hormônio que induz a alterações necessárias para a
manutenção da gestação e preparação ao parto. A relaxina é essencialmente
produzida pela placenta na espécie canina. Não é detectada em cadelas com
pseudogestação (OLIVEIRA, 2003).
Para o desenvolvimento da gestação, há necessidade de altas
concentrações de progesterona (P4) (Luz ET al., 2006b), que na cadela são
produzidas exclusivamente pelos corpos lúteos (CLs) (Concannon et al., 1989).
Tanto em cadelas gestantes como no diestro não gestacional, normalmente os CLs
são capazes de manter altas concentrações de P4 por pelo menos 50 a 60 dias
após o pico pré-ovulatório de LH (Nett et al., 1975). Caso os CLs não sejam capazes
de manter adequadas concentrações de P4, fenômeno conhecido como
hipoluteoidismo, ocorre morte embrionária ou fetal e abortamento (Luz, 2004).
7.3 PSEUDOGESTAÇÃO
Em caninos, a regressão espontânea do CL, no fim do diestro, ocorre em
associação com níveis aumentados de prolactina, provocando a pseudogestação
clínica. Cadelas não-gestantes podem fazer ninhos, produzir leite e cuidar de objetos
durante esta época. (CUNNINGHAM, 2004).
A pseudogestação é uma condição apresentada por toda cadela não
prenha, denominada pseudociese fisiológica. Quando acompanhada de sintomas e
alterações físicas semelhantes aos que ocorrem em cadelas prenhes, é denominada
pseudociese clínica ou manifesta.
A pseudogestação clínica ou manifesta ou pseudoprenhez, falsa gestação,
falsa prenhez, gestação psicológica ou lactação nervosa, pode ser definida como
uma síndrome observada em cadelas não gestantes, seis a quatorze semanas após
o estro, caracterizada por sinais clínicos e mimetização dos comportamentos pré,
peri e pós-parto (Gobello et al., 2001a). Muitos autores, entretanto, definem a
pseudogestação como uma condição fisiológica apresentada pela cadela não
castrada e neste caso denominada pseudogestação fisiológica (Edqvist et al., 1975,
Concannon et al., 1977; Jöchle, 1997; Gobello et al., 2001c).
Para melhor compreensão dos mecanismos da pseudociese, o
conhecimento sobre a fisiologia do ciclo estral da cadela é imperativo, enfocando-se
principalmente a fase lútea ou de diestro. Essa fase é caracterizada pelo predomínio
de progesterona, produzida a partir do corpo lúteo (Feldman and Nelson, 1996).
Parece estar relacionada com a extrema sensibilidade do endométrio e glândula
mamaria à progesterona em sinergia com outros hormônios como a prolactina. O
desenvolvimento do útero é similar ao de uma cadela gestante, porém não há
nenhum embrião presente (PINEDA, 2003).
Como os níveis de progesterona são praticamente os mesmos na cadela
não gestante e gestante, a determinação de concentração de relaxina, maior na
cadela gestante, é um método de diferenciar uma cadela gestante de não gestante
(PINEDA, 2003).
8 PARTO
O súbito declínio na concentração de progesterona é necessário para um
parto normal, este declínio ocorre provavelmente em associação com a maturação
hipófise-adrenal do feto (PINEDA, 2003).
Fatores maternos e fetais contribuem para o desencadeamento do parto, que pode
ser dividido em três estágios:
a) 1º Estágio: com a maturação fetal ao final da gestação, o aumento do
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) leva à subseqüente liberação de
cortisol fetal. Conseqüentemente, observa-se declínio das concentrações
plasmáticas de P4 e aumento de estrógenos.Altas concentrações do
metabólito PGFM (13,14- diidro-15-ceto-prostaglandina-F2_) no período pré-
parto de cadelas indicam a síntese e liberação de PGF2_ pelo útero de
cadelas gestantes, possivelmente em resposta ao aumento de cortisol fetal
(Concannon et al., 1988, Luz et al., 2006a). As prostaglandinas estimulam as
contrações uterinas diretamente ou podem ocasionar a liberação de ocitocina
que, por sua vez, aumenta a freqüência e a força de contração do útero. Nos
dias antecedentes ao parto, há aumento das concentrações de prolactina em
cadelas, possivelmente como reflexo ao declínio de P4. O primeiro estágio do
parto dura em média seis a 12 horas, podendo se extender por até 36 horas
em cadelas primíparas e nervosas, sem comprometimento para os fetos
(Johnston et al., 2001). É interessante salientar que se observa declínio da
temperatura corpórea de 0,5 a 1,0°C nas 12 a 24 horas antecedentes ao
parto (Concannon et al., 1977).
b) 2º Estágio: a expulsão fetal se dá neste estágio do parto, quando a cérvix está
completamente dilatada, formando juntamente com a vagina um único canal,
o canal do parto. À medida que os fetos se insinuam no canal do parto, a
distensão mecânica por eles provocada desencadeia o reflexo de Ferguson,
fenômeno que se caracteriza pela liberação reflexa de ocitocina. Assim,
promove-se maior força de contração para a expulsão fetal. O segundo
estágio do parto dura em média seis horas, podendo chegar até 24 horas,
sem comprometimento fetal (Johnston et al., 2001).
c) 3o Estágio: é caracterizado pela expulsão das placentas. Em fêmeas
multíparas, como as cadelas, normalmente deve ocorrer a expulsão
placentária alguns minutos após a saída do feto. Assim sendo, até que ocorra
a expulsão do último feto, o 2º e o 3º estágios do parto se intercalam. Não
existe um intervalo constante entre o nascimento dos filhotes, mas o ideal é
que não seja superior a duas horas (Johnston et al., 2001). De uma maneira
geral, o parto normal (eutócico) pode se completar de seis a 48 horas em
cadelas (Johnston ET al., 2001).
A involução uterina (puerpério) se processa lentamente, levando até 12
semanas na cadela. A involução se da principalmente pela diminuição da
irrigação sanguínea do útero (que é desviada para a glândula mamária) e
pela atuação da Prostaglandina F2α (GURTLER, 1987).
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A puberdade, momento em que ocorre a primeira ovulação, ocorre
normalmente entre 6 á 12 meses de idade nas cadelas. No cão, a puberdade é
caracterizada pelo aparecimento dos primeiros espermatozóides nas vias genitais e
ocorre entre 7 e 11 meses. A atividade das gônadas está sob comando do
hipotálamo e da hipófise anterior, que produzem hormônios responsáveis pelas
mudanças fisiológicas no ciclo reprodutivo.
A cadela é monoéstrica não sazonal, e o intervalo entre ciclos varia entre 5 e
11 meses. Para a receptividade sexual é necessário o aparecimento de estrógeno e
de progesterona. O ciclo estral está dividido em pro-estro, estro, diestro (ou
metaestro) e anestro. A duração do ciclo é semelhante em cadelas gestantes e não
gestantes, podendo ocorrer a pseudogestação, que é um fenômeno fisiológico. A
progesterona durante a gestação é de origem apenas do corpo lúteo e a prolactina
também é responsável pela manutenção do corpo lúteo. O parto é dividido em três
estágios, o primeiro estágio é um período preparatório, o segundo estágio é a
expulsão fetal e no terceiro estágio ocorre expulsão das placentas.
REFERÊNCIAS
BENETTI, A.H. et al. Concentrações séricas de progesterona, 17β-estradiol e cortisol durante o final
do proestro, estro e diestro gestacional em cadelas. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.2, p.471-478,
2004.
BUTINAR J., MUJAGIC E., GALAC S. et al. The oestrus cycle in the bitch: A review article, 2003.
CRUSCO, S. E. Infertilidade na fêmea. Capturado em 24 mai.
2011. Online. Disponível na Internet:
http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=reproducao2.htm
CRUSCO, S. E. Infertilidade no macho. Capturado em 24 mai.
2011. Online. Disponível na Internet:
http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=reproducao3.htm
DYCE, K.M. et al. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 813 p
GOMES, A. P et al. Manejo Reprodutivo Dos Cães e Gatos. Capturado em 20 jun.
2011. Online. Disponível na Internet:
http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/167/obstetricia/C%C3%A3es%20e
%20gatos.pdf
GOODMAN LS. Goodman and Giilman’s The pharmacological basis of therapeutics. New York:
McGraw-Hill, 1996.
GURTLER, H. Fisiologia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabada Koogan, 1987. 612p
GRUNDY, S.A., et al. Evaluation of Infertility in the Bitch. Clinical Techniques in Small Animal Practice,
s.l. vol 17, 2002: pp 108-115
HOFFMANN, B. et al. Reproductive endocrinology of bitches. Animal Reproduction Science, s.l., 42
(1996) 275-288
INTERVET , Compendio de reprodução animal. Capturado em 01 nov. 2010. Online.Disponível na
Internet: www.abspecplan.com.br/upload/library/Compendio_Reproducao.pdf
LANNA, L.L. Efeito da administração de desrelina na indução de estro em cadelas no anestro, 2008.
MIALOT, J.P. ET al. Patologia da reprodução dos carnívoros domésticos,1988.
OKKENS, A.C. Et AL. Anoestrus in the Dog: a Fascinating Story. Reprod Dom Anim, s.l., n. 41, p.
291–296, 2006
OLIVEIRA, E.C.S et al. Endocrinologia reprodutiva e controle da fertilidade da cadela. Archieves of
Veterinary Science, v.8, n.1, p1-12, 2003
PINEDA, M. H. Reproductive patterns of dogs. In: PINEDA, M. H. et tal. McDonald’s veterinary
endocrinology and reproduction. USA: Iowa, 2003. Cap.16, p.475-498.
SCHOENAU S. F. L. Anatomia dos animais doméstico C, Santa Maria, 2011. p. 62-78.
SETCHELL, B.P., et al. Anatomy, Vasculature, and Innervation of the Male Reproductive Tract. In:
NEILL, J.D., et al. Knobil and Neill’s Physiology of Reproduction. s.l.: Elsevier, 2006, Cap. 17, p.771-
825
SISSON, S; GROSSMAN, J.D. Anatomía de los animales domésticos. Barcelona: Salvat Editores,
1975. 952 p.
FOGLE B. Manual completo do cão, Editora Globo 2004,