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SISTEMA MUSCULAR Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular, especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo nervoso. Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular: Tecido Muscular Estriado Esquelético Apresenta, sob observação microscópica, faixas alternadas transversais, claras e escuras. Essa estriação resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração muscular. A célula muscular estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir comprimentos que vão de 1mm a 60 cm. Tecido Muscular Liso Está presente em diversos órgãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero etc) e também na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas e os filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu interior, sem formar padrão estriado como o tecido muscular esquelético. A contração dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário da contração dos músculos esqueléticos. Tecido Muscular Estriado Cardíaco Está presente no coração. Ao microscópio, apresenta estriação transversal. Suas células são uninucleadas e têm contração involuntária. Sistema Muscular Sarcômeros

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Page 1: Sistema Muscular Texto

SISTEMA MUSCULAR

Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular, especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo nervoso.

Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular:

Tecido Muscular Estriado Esquelético

Apresenta, sob observação microscópica, faixas alternadas transversais, claras e escuras. Essa estriação resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração muscular. A célula muscular estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir comprimentos que vão de 1mm a 60 cm.

Tecido Muscular Liso

Está presente em diversos órgãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero etc) e também na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas e os filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu interior, sem formar padrão estriado como o tecido muscular esquelético.A contração dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário da contração dos músculos esqueléticos.

Tecido Muscular Estriado Cardíaco

Está presente no coração. Ao microscópio, apresenta estriação transversal. Suas células são uninucleadas e têm contração involuntária.

Sistema Muscular

Sarcômeros

As fibras musculares esqueléticas tem o citoplasma repleto de filamentos longitudinais muito finos, (as miofibrilas) constituídas por microfilamentos das proteínas actina e miosina. A disposição regular dessas proteínas ao longo da fibra produz o padrão de faixas claras e escuras alternadas, típicas do músculo estriado.

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As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo da miofibrila são chamadas sarcômeros. As faixas mais extremas do sarcômero, claras, são denominadas banda I e contém filamentos de actina. A faixa central mais escura é a banda A, as extremidades desta são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos, enquanto sua região mediana mais clara, (a banda H), contém miosina.

Teoria do deslizamento dos filamentos

Quando o músculo se contrai, as bandas I e H diminuem de largura. A contração muscular se dá pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Essa idéia é conhecida como teoria do deslizamento dos filamentos.

Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina quando o músculo é estimulado. As projeções da miosina puxam os filamentos de actina como dentes de uma engrenagem, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina, o que leva ao encurtamento das miofibrilas e à conseqüente contração da fibra muscular.

Interior de um músculo

Contração Muscular

O estímulo para a contração é geralmente um impulso nervoso que se propaga pela membrana das fibras musculares, atingindo o retículo sarcoplasmático (um conjunto de bolsas membranosas citoplasmáticas onde há cálcio armazenado), que libera íons de cálcio no citoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação de actina, permitindo que se ligue a miosina, iniciando a contração muscular.

Assim que cessa o estímulo, o cálcio é rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático e cessa a contração muscular.

A energia para contração muscular é suprida por moléculas de ATP (produzidas durante a respiração celular). O ATP atua na ligação de miosina à actina, o que resulta na contração muscular. Mas a principal reserva de energia nas células musculares é a fosfocreatina, onde grupos de fosfatos, ricos em energia, são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina, intensificando a respiração celular, utilizando o glicogênio como combustível.

Tetania e Fadiga Muscular

A estimulação contínua faz com que o músculo atinja um grau máximo de contração, o músculo permanece contraído, condição conhecida como tetania. Uma tetania muito prolongada ocasiona a fadiga muscular. Um músculo fadigado, após se relaxar, perde por um certo tempo, a capacidade de se contrair. Pode ocorrer por deficiência de ATP, incapacidade de propagação do estímulo nervoso através da membrana celular ou acúmulo de ácido lático.

Page 3: Sistema Muscular Texto

Antagonismo muscular

A movimentação de uma parte do corpo depende da ação de músculos que atuam antagonicamente. Por exemplo, a contração do músculo bíceps e o relaxamento do tríceps, provocam a flexão do membro superior.

Antagonismo muscular

Fibras musculares lentas e rápidas

As fibras musculares esqueléticas diferem quanto ao tempo que levam para se contrair, podendo levar um tempo de até 5 vezes maior do que as rápidas para se contrair.

As fibras musculares lentas estão adaptadas à realização de trabalho contínuo, possuem maior quantidade de mitocôndrias, maior irrigação sanguínea e grande quantidade de mioglobina, capaz de estocar gás oxigênio. As fibras rápidas, pobres em mioglobina, estão presentes em músculos adaptados à contrações rápidas e fortes.

Esses dois tipos de fibras podem ser diferenciados apenas ao microscópio por meio de corantes especiais.

Tônus muscular

Os músculos mantêm-se normalmente em um estado de contração parcial, o tônus muscular, que é causado pela estimulação nervosa, e é um processo inconsciente que mantém os músculos preparados para entrar em ação. Quando o nervo que estimula um músculo é cortado, este perde tônus e se torna flácido. Estados de tensão emocional podem aumentar o tônus muscular, causando a sensação física de tensão muscular. Nesta condição, gasta mais energia que o normal e isso causa a fadiga.

Fonte: www.webciencia.com

SISTEMA MUSCULAR

Page 4: Sistema Muscular Texto

Sistema Muscular

Os movimentos do corpo são proporcionados pelo sincronismo entre contrações e relaxamentos dos músculos.

Tipos de músculos

Existem três tipos de músculos no organismo humano, bem como nos diversos animais, de acordo com o aspecto microscópico e velocidade de contração, que são:

Músculo liso ou visceral

encontrado nos órgãos internos (aparelho digestivo, aparelho respiratório, aparelho urinário, útero, vagina e parede dos vasos sangüíneos e nos invertebrados, de um modo geral (platelmintos, anelídeos,etc). Esse tipo muscular não apresenta estrias ao microscópio e realiza movimentos lentos que não conseguimos exercer controle, ou seja, são involuntários.

Músculo estriado cardíaco

Encontrado somente no coração. Esse tipo muscular, revela um aspecto estriado ao microscópio e é de contração rápida e involuntária. A freqüência normal de batimentos cardíacos no homem está em torno de 80 por minuto.

Músculo estriado esquelético

Encontrado unido aos ossos do esqueleto, nas valvas de moluscos (conchas de ostras) e também nas patas e asas dos artrópodes (insetos). Esse tipo muscular realiza movimentos rápidos e voluntários.

Neste capítulo daremos o devido destaque à anatomia da musculatura estriada esquelética, sendo o restante, assunto da Histologia.

OBSERVE A MUSCULATURA ESTRIADA ESQUELÉTICA DE INSETO.

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Musculatura Estriada Esquelética de um Inseto

Antagonismo muscular

Os músculos que realizam um movimento desejado são chamadas de agonistas e os que executam o movimento contrário são chamados de antangonistas ou opositores.

Para que ocorra um movimento é necessário uma ação conjunta de músculos se relaxando enquanto outros se contraem.

Por exemplo: o bíceps, quando se contrai, faz a flexão do ante-braço sobre o braço. Mas para isso, o tríceps (antagonista) deve se relaxar. Para a extenção, o tríceps se contrai, enquanto o bíceps se relaxa.

Veja a ilustração:

Músculos de um Braço Humano

Observações importantes

1- Os músculos estriados dos mamíferos (e, com freqüência, das aves) são vermelhos devido à presença abundante de um pigmento respiratório chamado mioglobina, bastante semelhante à hemoglobina e também transportador de oxigênio [ara a intimidade das fibras musculares.

A carne branca do peito das aves não voadoras é formada de musculatura estriada pobre em mioglobina. Mas os músculos da coxa (que são muito solicitados nestas aves) são vermelhos e ricos em mioglobina. Compreende-se, portanto, que a quantidade desse pigmento (nas espécies que o possuem) é proporcional ao grau de atividade de cada músculo. Assim, você distingue a carne branca (peito) da carne escura (coxa), nas aves.

2- Diafragma - principal músculo respiratório, entre o tórax e abdome.

3- Intercostais - auxiliam na respiração, entre as costelas.

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4- Músculos adutores - são os que aproximam segmentos do eixo corporal médio. Exemplo: grande peitoral, desenvolvido em halterofilistas; nas aves é importante no vôo (fechar as asas).

5- Músculos abdutores - são os que afastam segmentos do eixo corporal médio. Exemplo: músculo deltóide, utilizado para injeção.

6- Esternocleidomastoideo - músculo rotador da cabeça.

7- Masseter - músculo mastigador, desenvolvido em roedores.

8- Orbicular dos lábios - músculo do assovio.

9- Bucinador - músculo do sopro.

Fonte: www.universitario.com.br

SISTEMA MUSCULAR

Em nosso corpo humano existe uma enorme variedades de músculos, dos mais variados tamanhos e formato, onde cada um tem a sua disposição conforme o seu local de origem e de inserção.

Temos aproximadamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal e 100 na região dorsal. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. Onde as divisões destes ramos terminam em um mecanismo conhecido como placa motora.

O sistema muscular é capaz de efetuar imensa variedade de movimento, onde toda essas contrações musculares são controladas e coordenadas pelo cerebro.

Além disso não podemos esquecer de salientar da importância dos músculos na postura e nas dores, pois sabemos que muitas lombalgia ou cervicalgia são provocadas por encurtamento de músculos, sendo necessário com isso que os mesmos estejam em uma posição mínima de comprimento.

Um fato importante é com relação ao encurtamento dos músculo da cadeia posterior e fraqueza dos músculos da cadeia anterior que pode provocar muitas vezes dores e posicionamento inadequado do indivíduo, sendo com isso necessário termos um equilibrio com relação aos músculos.

As patologias mais comuns desse desiquilibrio são: as lombalgias, cervicalgia, dores no nervo ciático, pubeite, lateralização da patela, entorse de tornozelo, tendinites e outras patologias.

Fonte: correionet.br.inter.net

SISTEMA MUSCULAR

O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

Page 7: Sistema Muscular Texto

Músculo liso

Tecido Muscular Liso

O músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

Músculo estriado esquelético

Tecido Muscular Estriado

É inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

Músculo cardíaco

Tecido Muscular Cardíaco

Este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.

Musculatura Esquelética

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O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal

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Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.

No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.

Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio.

As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.

Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

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A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.

A química da contração muscular

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O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a contração.

A Química da Contração

A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).

A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível.

Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos:

1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o citoplasma.

2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato:

3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas.

Fonte: www.afh.bio.br

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SISTEMA MUSCULAR

ESTRUTURAS DO TECIDO MUSCULAR

O tecido muscular é formado por conjuntos de fibras musculares. Na maioria dos músculos, se estendem por todo o comprimento do músculo, e cada uma é inervada por apenas uma junção neuro-muscular, localizada no meio da fibra. As fibras são formadas por milhares de miofibrilas, agrupadas em unidades funcionais denominadas sarcômeros.

Tecido muscular.

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Fibra muscular vista no microscópio.

Músculos da Coxa(feito a partir de peça real, com recursos de computação gráfica).

PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Após a descoberta dos filamentos protéicos (actina e miosina), alguns pesquisadores passaram a acreditar que a contração muscular se daria por encurtamento desses filamentos. Mais tarde surgiu a teoria dos filamentos deslizantes.

Segundo essa teoria, os filamentos não se encurtam, mas deslizam uns sobre os outros. Após receber um estímulo químico – gerado anteriormente por um impulso nervoso, os filamentos mais finos ligam-se à extremidade dos mais grossos (denominada cabeça). Assim, os filamentos grossos sofrem uma deformação – com gasto de energia, que resulta no deslocamento horizontal do conjunto. Após esse deslocamento, há o desligamento dos filamentos. O processo se repete entre vários filamentos, até quando persistir a ação química proporcionada pelo estímulo elétrico, o que garante a contração muscular. O tempo de resposta de uma fibra muscular gira em torno de 3 ms.

A substância que proporciona a deformação protéica necessária para o ligamento dos filamentos finos e grossos é o cátion de cálcio (Ca 2+). Ele se encontra estocado dentro dos retículos sarcoplasmáticos, nos túbulos longitudinais. O potencial de ação age diretamente sobre as paredes do túbulo longitudinal,

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fazendo com que liberem cálcio. Entretanto, o cálcio não permanece no interior das miofibrilas por muito tempo: tão logo a corrente elétrica causadas pelo potencial de ação tenha passado, os túbulos longitudinais reabsorvem quase que imediatamente os íons de cálcio. No fim desse pulso, o cálcio é bombeado de volta, com conseqüente gasto de energia, e o músculo relaxa imediatamente.

O impulso elétrico, além de controlar o início e o término do processo, também faz uma modulação na amplitude da contração: quanto maior a sua freqüência, mais intensa será a contração das fibras musculares. Quando o músculo é estimulado a altas freqüências, ele não é mais capaz de relaxar entre contrações sucessivas: isso causa fusão das contrações; com estímulos a 100 Hz, por exemplo, ocorre uma única contração sustentada, que é chamada de "tétano fundido". Gerado no cérebro ou na medula, o estímulo nervoso percorre um caminho pré-determinado na rede de neurônios até atingir o alvo: a placa motora, onde ele age. A interface nervo/músculo é denominada junção neuro-muscular. Aqui o potencial elétrico é denominado potencial de ação.

Esse potencial de ação é propagado rapidamente pela superfície da fibra e conduzido para o seu interior pelos túbulos "T". Eles recebem essa denominação devido ao seu formato, ideal para penetrar nas regiões mais profundas da fibra muscular.

Uma Unidade Motora é o conjunto formado por um motoneurônio – neurônio que se liga à placa motora, com as fibras musculares por ele inervadas. Já foi demonstrado que durante o aumento progressivo de força de uma contração muscular, unidades motoras progressivamente maiores vão sendo recrutadas.

Há uma relação entre tempo de resposta e resistência à fadiga: quanto mais rápida a resposta, mais suscetível à fadiga é o músculo, e vice-versa. A panturrilha, por exemplo, tem contração lenta, embora resista mais. Os músculos extra-oculares, por outro lado, são mais rápidos, e mais fatigáveis também.

Os músculos não são capazes de se contrair e relaxar de modo suficientemente rápido para acompanhar variações grandes na freqüência de disparo de estímulos aplicados ao nervo motor. É como se houvesse, na entrada do sistema muscular, um filtro passa-baixas, permitindo somente as respostas a estímulos de baixas freqüências. Quando há a necessidade de realização de movimentos bruscos, ocorre uma engenhosa alternância na contração de músculos antagonistas.

ARCO REFLEXO

O arco reflexo medular representa o nível mais simples, na hierarquia dos mecanismos de controle motor. A medula espinhal recebe estímulos sensoriais do músculo, e envia impulsos motores para ele. Um exemplo de arco reflexo é o "reflexo patelar", no qual há uma súbita contração do músculo mediante um estímulo direcionado ao tendão do joelho.

Alguns músculos possuem, em suas entranhas, o fuso neuro-muscular. A ele são ligadas fibras nervosas que se dirigem à medula espinhal.

Ao receber os impulsos elétricos provenientes de um fuso neuro-muscular, a medula gera potenciais de ação nos axônios motores, e o músculo irá se contrair, retornando ao comprimento inicial. As fibras intra-fusais são capazes de gerar potenciais de ação com freqüências que refletem fielmente tanto o comprimento inicial e final do músculo que se alonga (aspectos estáticos do alongamento), quanto a velocidade com que se processa tal alongamento (aspectos dinâmicos do alongamento).

Como vemos, o arco reflexo simples visa fornecer um mecanismo de manutenção do comprimento do músculo dentro de parâmetros constantes. O arco reflexo simples, é, pois, um exemplo de mecanismo servo, com realimentação.

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Desenho esquemático da malha de controle que envolve músculo, tendão, fuso muscular e fibras nervosas.

TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Contração Muscular Isométrica

Nesse tipo de contração, o comprimento do músculo não se altera –não ocorre deslizamento das miofibrilas nem realização de trabalho. O gasto de energia é menor.

Contração Muscular Isotônica

Aqui há o encurtamento do músculo, mas a tensão sobre ele permanece constante. Acontece na movimentação de uma carga, o que envolve princípios de inércia: o peso deve ser primeiramente acelerado – o movimento continua mesmo após o término da contração. Sua duração é maior que a contração isométrica. Os músculos podem contrair-se tanto isométrica quanto isotonicamente. Mas a maioria das contrações é uma mistura dos dois tipos.

FADIGA MUSCULAR

A contração forte e prolongada de um músculo leva-o ao estado de fadiga muscular. Isso decorre da incapacidade dos processos metabólicos e contráteis das fibras musculares em continuarem proporcionando o mesmo trabalho. O nervo continua a funcionar adequadamente, os impulsos nervosos passam normalmente através da junção neuro-muscular, mas a contração vai se tornando cada vez mais débil por causa do decaimento do fornecimento de energia pelas mitocôndrias das fibras musculares. A interrupção do fluxo sangüíneo para um músculo leva-o rapidamente à fadiga em aproximadamente um minuto, devido à evidente perda de suprimento nutritivo.

HIPERTROFIA E ATROFIA MUSCULARES

Hipertrofia

Ocorre quando há atividade muscular excessiva ou forçada, culminando, a médio ou a longo prazo, num aumento do tamanho do músculo.

Atrofia

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Ocorre sempre que um músculo não é usado, ou quando o é apenas para contrações muito fracas. Assim, quando um membro é imobilizado por muito tempo, como acontece em fraturas e paralisias, o músculo em questão se atrofia.

Uma maneira de realizar hipertrofia ou evitar a atrofia de músculos é a utilização da ginástica passiva. Ela é realizada através de aparelhos que geram pulsos elétricos sincronizados e com a intensidade certa – sinais devem chegar com amplitudes maiores que 80mV na membrana da fibra muscular, para causar despolarização da membrana e conseqüente disparo do processo de contração muscular. Esses pulsos são aplicados diretamente sobre o músculo, através de eletrodos ligados à superfície da pele. Porém, o efeito não é o mesmo. Além da atenuação do sinal devido à passagem pela pele – o que pode ser corrigido através de um aumento da amplitude do sinal aplicado, o sinal não atinge de modo satisfatório o interior das fibras. Como resultado, o músculo não é exercitado por igual.

MÚSCULOS X MALHAS DE CONTROLE

O sistema muscular apresenta diversas malhas de controle cujo controlador é o sistema nervoso central – quer seja a medula, em movimentos involuntários, quer seja o cérebro, quando abordados movimentos voluntários. Os atuadores, para todas as malhas de controle dentro do sistema, sempre serão as fibras musculares. As "medições" – informações sobre o estado atual da "máquina", são feitas periodicamente, no caso de malhas realimentadas. Os elementos responsáveis por esta etapa do processo são o aparelho tendinoso de Golgi e o fuso neuro-muscular, se considerarmos elementos apenas do sistema muscular. Sua ação limita-se a malhas de controle para movimentos involuntários. Para movimentos voluntários, observam-se órgãos não pertencentes ao sistema, como olhos e pele. Em controle de arco reflexo de dor (movimento involuntário), os sensores de dor sob a pele fazem o papel dos medidores.

Fonte: www.icb.ufmg.br

SISTEMA MUSCULAR

As peças do esqueleto são órgãos passivos que não podem efetuar movimentos algum, a não ser que intervenham os músculos, órgãos ativos. São formados por células de aspecto cilíndrico, chamadas fibras musculares, as quais se acham reunidas em feixes ou massas.

Estes agrupamentos se encontram cobertos pela aponeurose, que é uma membrana resistente que impede que o músculo se desloque, e o perimísio, outra finíssima membrana que, envolvendo-o também, separa uns feixes de outros. O movimento se faz mediante a contração de células musculares, que fazem trabalho mecânico ao contrair-se, em cujo ato se encurtam e alargam. São formadas pelas proteínas miosina e actina.

No corpo humano existem três tipos de músculos: estriado, liso e cardíaco. Quando são constituídos por fibras lisas recebem o nome de músculos lisos e costumam ser de cor um pouco pálida, têm contração lenta e não se encontram nas paredes do tubo digestivo, nas capas medias das paredes dos vasos arteriais e demais órgãos internos. As fibras que os formam são estriadas, são denominadas músculos estriados, são avermelhadas, de brusca contração e seus movimentos dependem da vontade do sujeito.

Constituem as grandes massas musculares que se unem aos ossos do corpo. O músculo cardíaco forma as paredes do coração. A função muscular se verifica mediante as seguintes propriedades: excitabilidade pela qual o músculo responde a um estímulo com uma reação determinada; a contratibilidade , mediante a qual se contrai ao encurtar suas fibras; a elasticidade, que permite que um músculo contraído recupere sua forma; e a tonicidade, graças a qual o músculo fica sempre semicontraído, exercendo de modo permanente uma ação sobre os ossos aos quais se encontra aderido.

Tipo de músculos

Músculo liso

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O músculo liso constitui as paredes de estruturas internas tais como: o estômago, intestino, útero, vasos sangüíneos, uréteres e condutores secretores.

O músculo liso se diferencia do músculo estriado por sua contração mais lenta; a musculatura estriada necessita só um segundo para contrair-se e relaxar-se, no entanto, a musculatura lisa demora de três a cento e oitenta segundos.

As fibras lisas têm grande variedade de tons, podem permanecer quase relaxadas ou fortemente contraídas. Parece, também, que podem manter o tom sem consumo de energia, talvez pela restruturação das cadeias protéicas que constituem as fibras.

Músculo cardíaco

O músculo cardíaco difere do estriado e do liso, requer de um a cinco segundos para contrair-se. Cada batida do coração representa uma contração simples. A musculatura cardíaca se diferencia por seu longo período refratário ou lapso que segue a um estímulo, durante o qual está incapacitado para responder a outro; por conseguinte, não poderá contrair-se em estado de tetanização, pois um estímulo não tem efeito depois do outro com tanta rapidez que mantenha o estado de contração permanente.

Outra característica distintiva do músculo cardíaco é seu ritmo, contrai-se a um ritmo médio de 80 batidas por minuto. O músculo cardíaco descarrega seu potencial de membrana cada vez que alcança certo nível. Passado cada impulso, a membrana se repolariza, mas então se transforma permeável novamente, iniciando a transmissão do seguinte potencial de ação. Músculo estriado: é formado por células contratíveis especializadas que, ao mesmo tempo, compõem as fibras musculares individuais.

Estas fibras estão unidas entre si por fibras de tecidos conjuntivo e toda a estrutura está rodeada por uma capa lisa e forte de tecido conjuntivo, de modo que podem mover-se livremente sobre os músculos adjacentes e outras estruturas, com um mínimo de fricção. Os dois extremos do músculo estão unidos a dois ossos diferentes e a contração do músculo leva um osso para o outro, com a articulação entre os dois como ponto de apoio do sistema de alavanca; o extremo do músculo que permanece fixo quando se contrai o mesmo, se chama origem, o extremo que se move, se chama inserção, e a parte engrossada entre os dois, ventres. Os músculos se contraem em grupos; estão dispostos em pares antagônicos, um estira de um osso numa direção e o outro ao inverso, estes pares antagônicos se encontram no pulso, joelho, tornozelo e outras articulações. Sempre que um flexor se contrai, deverá relaxar-se o extensor em oposição, mediante a coordenação dos impulsos nervosos dirigidos aos músculos antagônicos.

Outros pares de músculos antagônicos são os adutores e os abdutores: Os adutores movem partes do corpo dirigindo-as para o eixo central do mesmo, enquanto que os abdutores as afastam. Os elevadores levantam e os depressores baixam as partes do corpo que movimentam. Os pronadores giram para baixo e para trás, e os supinadores giram para cima e para frente. Os esfíncteres diminuem e os dilatadores aumentam o tamanho de uma abertura. Tom muscular: Assim é chamada a característica de ligeira contração em que encontra sempre o sistema muscular, mesmo nos intervalos em que os músculos não estão contraídos Fisiologia da atividade muscular: a unidade funcional do sistema muscular, unidade motora, é constituída por uma só neurona e o grupo de células musculares que enerva seu axônio.

A unidade motora é isolada e estimulada com breves descargas elétricas de intensidade crescente, e é necessário certo grau de intensidade para que se produza a resposta que sempre será máxima; este fenômeno se denomina efeito de "tudo ou nada". Em compensação, um músculo inteiro, composto por muitas unidades motoras individuais, pode responder em forma gradual, segundo o número de unidades motoras que se contraem num momento determinado. Se bem que um músculo inteiro não pode contrair-se em grau máximo, uma unidade motora só pode faze-lo em grau máximo.

A força da contração de um músculo composto de milhões de unidades motoras, depende do número de suas unidades motoras constituintes que se contraem e das unidades motoras que se contraem simultaneamente ou alternativamente. As fibras musculares estriadas, imediatamente depois de ser estimuladas, têm um período refratário, intervalo muito breve no qual não responderam a um segundo estímulo. O período refratário no músculo estriado é tão curto que o músculo pode responder a um segundo estímulo, enquanto ainda perdura a contração correspondente ao primeiro. A superposição da segunda contração sobre a primeira, provoca um efeito de esgotamento superior ao normal da fibra muscular, chamado sumação. Logo após a estimulação muscular se produz a iniciação e propagação de um potencial de ação do músculo, seguido de alterações na estrutura das proteínas contratíveis: actina e miosina, revelados pelos fenômenos da birrefringência do músculo.

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Depois de uma contração, o músculo consome oxigênio e elimina anidrido carbônico e calor, em proporção superior à registrada durante o repouso, determinando um período de recuperação que dura vários segundos se o músculo se estimula repetidamente e, deste modo, as contrações sucessivas ocorrem antes que o músculo tenha podido recuperar-se das anteriores, aparece a fadiga e as contrações, como conseqüência, ficam cada vez mais débeis até que enfim são suprimidas. Se for concedido descanso ao músculo fatigado ele recuperará seu poder de contração.

A contração do músculo é provocada por descarga de impulsos nervosos que chegam ao músculo em sucessões rápidas e constantes, são denominadas tétanos. Numa contração tetânica os estímulos chegam com tanta rapidez que não é possível relaxamento entre contrações sucessivas. Na maior parte destas contrações as fibras se estimulam por sucessão alternativa de fibras, de modo que se considera o músculo em sua totalidade, este permanece parcialmente contraído. Tom: tom muscular se refere a um estado de contração parcial mantida em todos os músculos estriados.

Sempre que estiver intacta a inervação dos mesmos. Cada músculo normalmente é estimulado por uma série contínua de impulsos nervosos, que originam uma contração ligeira contante ou tom. Pode dizer-se que o tom muscular é um estado de tétanos, leve, presente sempre, mas que somente afeta a um certo número de fibras num determinado momento. Cada fibra se contrai por turno, trabalhando por relevos, dando oportunidade a que possam ter seu tempo de recuperação no intervalo, antes que as primeiras sejam chamadas a uma nova contração. Bioquímica da contração muscular: O músculo é composto de água em cerca de 80% da massa, com um resto principalmente protéico e pequenas quantidades de gordura e glucogênes, assim como duas substâncias fosforadas, a fosfocreatina e o trifosfato de adenosina.

A porção contrátil de uma fibra muscular é uma cadeia protúnica que indubitavelmente se encurta por uma espécie de processo de pregamento ou de deslizamento global de suas partes. No músculo existem duas proteínas, miosina e actina, que atuam em forma conjunta. Durante a contração muscular existem substâncias que diminuem sua quantidade: glucogênio, oxigênio, fosfocreatina e trifosfato de adenosina; e outros elementos que aumentam: anidrido carbônico, ácido láctico, difosfato de adenosina e fósforo inorgânico.

O fato de que se consome oxigênio com desprendimento de dióxido de carbono sugere que a contração muscular é um processo de oxidação, porém, essa oxidação não é essencial, pois um músculo pode contrair-se muitas vezes privado por completo de oxigênio, mesmo que nessas condições se fatigue mais rapidamente (o que sugere que a oxidação está mais relacionada ao processo de recuperação depois das contrações do que à própria contração mesma).

A contração muscular envolve as seguintes reações químicas:

1) Trifosfato de adenosina = fosfato inorgânico + difosfato de adenosina + energia (empregada para a contração propriamente dita).

2) fosfocreatina + ADP <> creatina + ATP.

3) glucogênio <> intermediários <> ácido láctico + energia (~p, empregada para a resíntese dos fosfatos orgânicos).

4) Parte do ácido láctico + O2 > CO2 + H2 + energia (~p, empregada para sintetizar o resto do ácido, glucogênio e na resíntese de ATP e fosfocreatina).

Dívida de oxigênio

São exigidos, com muita freqüência, ao nosso sistema muscular esforços imediatos e embora os mesmos aumentem as respirações e as pulsações cardíacas, o oxigênio não poderia ser subministrado em quantidade suficiente para permitir o gasto que suporia.

Durante os breves momentos de violenta atividade os músculos utilizam a energia que não necessita oxigênio, ao cessar o movimento, o sistema muscular e outros tecidos pagam a "divida" por meio de uma tomada extraordinária deste elemento, com o fim de restaurar os compostos fosfóricos energéticos e o glucogênio a seu estado original .

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Fatiga

O músculo que se contraiu repetidamente e por isso esgotou suas reservas de glucogênio e fosfatos orgânicos e acumulou ácido láctico, perdeu seu poder de contração, por isso diz-se que está fatigado.

A fatiga tem por causa principal a acumulação de ácido láctico.

Músculos do copo humano

Os músculos mais importantes que se encontram na face anterior de cada uma das regiões do nosso corpo são: na cabeça o frontal, que contrai a pele da testa; temporal, inserto no osso com seu nome, determina com sua contração a elevação do maxilar inferior. Na face está o orbicular das pálpebras e o orbicular dos lábios, cuja função é fechar as aberturas correspondentes.

No pescoço, além do cutâneo, está o esternocleidomastóideo , que permite inclinar a cabeça para frente e para os lados em que se encontra o músculo. No tronco, formando o peito, encontramos o grande peitoral, que eleva as costelas. O deltóide levanta o braço.

O reto maior (é um dos principais músculos que permitem a contração dos abdominais) pode baixar as costelas, flexiona o tórax e comprime as vísceras medias até o púbis.

O oblíquo maior tem funções parecidas às do reto maior e une as oito últimas costelas ântero-laterais do abdômen.

Os músculos mais importantes das extremidades superiores são: bíceps branquial, que dobra o antebraço sobre o braço, e o pronador que dirige a mão para dentro (pronação), assim como seu antagônico, o supinador (supinação).

Também existe o supinador longo, cuja função consiste em dirigir a palma da mão para fora, assim como os radiais, que fazem estender a mão, inclinando-a para o radio.

Entre os músculos das extremidades inferiores está o abdutor da coxa, que permite aproximá-la para dentro; o quadríceps crural (é um dos grupos musculares mais importantes e potentes), situado na face anterior da coxa e formado pelo reto anterior, os dois vastos (interno e externo) e outro colocado debaixo, que permite a extensão da perna, e o tibial anterior que, unindo a parte superior da tíbia ao bordo interior do pé, faz com que este se levante, podendo também flexioná-lo e determinar sua rotação para dentro.

O sartório nos permite cruzar a perna sobre a coxa, e o solhar é um músculo que, ajudando a ação própria dos gêmeos, se encontra debaixo deles.

Os músculos mais importantes que se encontram em cada uma das regiões posteriores do corpo são os seguintes: Na cabeça: o occipital, contrai a pele do couro cabeludo, e o esplênico, que conduz a cabeça para trás ou melhor a faz girar em direção ao lado por onde atua.

No pescoço encontramos o trapézio, que se estende no tronco, unindo o omoplata occipital aproximando as omoplatas entre si.

O grande dorsal é outro músculo que vai desde a região lombar até o braço, e se insere, por um lado, nos ossos ilíacos e, pelo outro, na extremidade superior do úmero; estica o braço para baixo e para trás e pode levantar o corpo e elevar as costelas; é o músculo que permite, estando pendurado numa barra, elevar o corpo por cima da mesma.

O rombóide leva a omoplata para dentro. Na região do tronco também está o obliquo maior. Nas extremidades superiores: o tricípite braquial, antagônico do bíceps braquial.

Também estão os palmares, que dobram a mão sobre o antebraço, e o cubital, ao mesmo tempo extensor e flexor da mão.

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Os músculos das extremidades inferiores começam com os glúteos, que servem para estender o fêmur, mantendo a posição bípedal. O tricípite femoral dobra a perna sobre a coxa, e o psoasilíaco permite à coxa dobrar-se sobre o joelho.

Além disto, o vasto extensor do tricípite femoral estende as pernas, e os gêmeos, que formam o saliente posterior das panturrilhas (barriga da perna), servem para puxar o calcanhar (ou talão) para cima; ao unir-se com o plantar delgado, formam o tendão de Aquiles, o qual levanta o corpo sobre a ponta dos pés, cujos quatro primeiros dedos são movidos por outro músculo, o pédio, pouco desenvolvido.

Fonte: biologiageral.com.br

SISTEMA MUSCULAR

Em nosso corpo humano existe uma enorme variedades de músculos, dos mais variados tamanhos e formato, onde cada um tem a sua disposição conforme o seu local de origem e de inserção.

Temos aproximadamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal e 100 na região dorsal. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. Onde as divisões destes ramos terminam em um mecanismo conhecido como placa motora.

O sistema muscular é capaz de efetuar imensa variedade de movimento, onde toda essas contrações musculares são controladas e coordenadas pelo cerebro.

Além disso não podemos esquecer de salientar da importância dos músculos na postura e nas dores, pois sabemos que muitas lombalgia ou cervicalgia são provocadas por encurtamento de músculos, sendo necessário com isso que os mesmos estejam em uma posição mínima de comprimento.

Um fato importante é com relação ao encurtamento dos músculo da cadeia posterior e fraqueza dos músculos da cadeia anterior que pode provocar muitas vezes dores e posicionamento inadequado do indivíduo, sendo com isso necessário termos um equilibrio com relação aos músculos.

As patologias mais comuns desse desiquilibrio são: as lombalgias, cervicalgia, dores no nervo ciático, pubeite, lateralização da patela, entorse de tornozelo, tendinites e outras patologias.

Fonte: correionet.br.inter.net

SISTEMA MUSCULAR

Os músculos são órgãos responsáveis pelo movimento dos animais. O músculo funciona aproximando a origem e inserção muscular pela contração. Os músculos são constituídos por tecido muscular e caracterizam-se pela sua contractilidade.

A contração muscular ocorre com a saída de um impulso elétrico do cérebro que é conduzido até ao músculo através de um nervo. Esse estímulo elétrico desencadeia o potencial de ação, que resulta na entrada de cálcio (necessário à contracção) dentro da célula, e a saída de potássio da mesma. Em termos científicos, as etapas são: 1º) Despolarização do sarcolema; 2º) estimulação do retículo sarcoplasmático e 3º) ação do cálcio e de ATP, provocando o deslizamento da actina sobre a miosina (é a contração muscular).

Os músculos são os órgãos ativos do movimento. Eles possuem a capacidade de contrair-se e de relaxar-se, e, em conseqüência, transmitirem movimentos aos ossos sobre os quais se inserem. O movimento de

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todo o corpo humano ou de algumas das suas partes - cabeça, pescoço, tronco, membros inferiores e superiores deve-se aos músculos.

Os músculos, têm uma variedade grande de tamanhos e formato, de acordo com a sua disposição de local de origem e de inserção.

Temos aproximadamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal e 100 na região dorsal. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se em várias fibras para poder controlar todas as células do músculo, através da placa motora.

O sistema muscular é capaz de efetuar imensa variedade de movimento, sendo todas essas contrações musculares controladas e coordenadas pelo cérebro.

Além disso não podemos esquecer de salientar da importância dos músculos na postura.

Músculos do braço

Tipos de músculos

Todos os três tipos musculares têm as seguintes características:

Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais tensos e duros, em resposta a um estímulo vindo do sistema nervoso;

Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento;

Podem retornar à forma e ao tamanho originais.

A propriedade do tecido muscular de se contrair chama-se contratilidade e a propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade.

Histologicamente, podemos classificar os músculos em três categorias:

Músculos esqueléticos

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Possuem uma oloração mais avermelhada. São também chamados de músculos estriados (fibrocélulas estriadas), já que apresentam estriações em suas fibras. São os responsáveis pelos movimentos voluntários; estes músculos se inserem sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo. A maioria dos músculos está presa ao esqueleto, junto a articulações, abrindo-se e fechando-as. Nas articulações, esses músculos são presos a ossos por meio de tendões, que são cordões de tecido conjuntivo. Quando os tendões são chatos e largos, e não possuem a forma de cordão, recebem o nome de aponeuroses (ou aponevroses). Constituem aquilo que vulgarmente se chama a "carne". Tais células caracterizam-se por serem bastante compridas e polinucleadas, com núcleos localizados sob o sarcolema. Geralmente, estão cercadas de tecido conjuntivo, que une umas as outras e transmitem a força produzida pelos músculos aos ossos, ligamentos e outros órgãos executores de movimento. O músculo esquelético integral, como o bíceps, que é observável e palpável, consiste de vários tipos de tecido.

Cada músculo compreende fibras ou células musculares longas, delgadas, cilíndricas que se estendem por todo o seu comprimento. Assim, essas células podem ser muito mais longas. Cada célula ou fibra muscular multinucleada é conectada às células musculares paralelas e circundada por uma camada de tecido conjuntivo denominada endomísio. Tais fibras são, então, agrupadas em feixes mantidos juntos por outra camada de tecido conjuntivo, denominada perimísio. Esse grupo revestido ou feixe de fibras é denominado um fascículo. Os grupos de fascículos, feixe de fibras, cada qual com vasos sangüíneos e tecido nervoso associados, são mantidos bem unidos por outra camada de tecido conjuntivo denominada epimísio. Os facículos circundados por epimísio, que percorrem todo o comprimento do músculo esquelético, são então completamente circundados por um tecido conjuntivo importante denominado fáscia.

A fáscia é um tecido conjuntivo resistente, denso e forte que recobre todo o músculo e, então, estende-se além do músculo em si, para se tornar o tendão fibroso. A fáscia é a fusão de todas as três camadas internas de tecido conjuntivo do músculo esquelético. A fáscia separa os músculos uns dos outros, permite o movimento sem atrito e forma o tendão como o qual o músculo é conectado ao osso. Isoladamente, cada uma das fibras é uma célula alongada. Cada uma dessas fibras musculares esqueléticas é formada por fibras menores chamadas miofibrilas, que são constituídas por dois tipos de filamento: os delgados e os grossos. Na realidade, os músculos esqueléticos estão dispostos em camadas que vão das mais superficiais às mais profundas e em direções variáveis. Quando o músculo está relaxado, os filamentos delgados e grossos presentes estão apenas ligeiramente sobrepostos. Com a contração muscular, os filamentos grossos se interpõem acentuadamente sobre os delgados. esse mecanismo encurta as miofibrilas e, conseqüentemente, toda a célula muscular.

Portanto, quanto mais curtas as células musculares estiverem, maior será a intensidade da contração do músculo como um todo. O papel dessas células nervosas é transmitir estímulos para a contração da fibra muscular através de impulsos nervosos. Chama-se sinapse ou junção neuromuscular o espaço de comunicação entre esses dois tipos de célula. Também possui três propriedades principais: a elasticidade (distensão), a contratilidade (contração) e a tonicidade (tônus). A contração muscular esquelética acontece quando há uma interação das proteínas contráteis de actina e miosina, que ocorre na presença de íons de cálcio intracelulares e energia. A disponibilidade de energia para a contração vem por meio da hidrólise de ATP, e o cálcio é liberado pelo retículo sarcoplasmático(RS) quando estimulado pela despolarização. A ligação de um impulso neural gerado no sistema nervoso central a uma contração muscular esquelética distante é denominada acoplamento excitação-contração. A função do cálcio no músculo esquelético é expor um sítio de ligação da miosina na proteína actina. A contração muscular pára através do impulso nervoso na placa motora terminal ou junção neuromuscular.

Quando o impulso é interrompido, o sinal para liberar o cálcio é removido e não mais liberado.

Existe a LEI DO TUDO OU NADA, ou seja, quando qualquer fibra é estimulada até o seu limite, uma resposta contrátil completa é desencadeada. Se o estímulo é menor que o limiar, não ocorre resposta contrátil. Para qualquer dada fibra, ela se contrai completamente ou não se contrai de todo.

Músculo estriado cardíaco

É o mais nobre de todos os músculos, se analisado histologicamente tem característica de músculo esquelético, mas funcionalmente tem característica de músculo liso assim como o esquelético, apresenta fibrocélulas bastante compridas. É também chamado de miocárdio, é o que constitui a parede do coração. Apesar de ser estriado,possui movimentos involuntários. Este músculo se contrai e relaxa sem parar. Entretanto, elas são mononucleadas ou binucleadas, com núcleos localizados mais para o centro da

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célula. Também possuem discos intercalares, que são linhas de junção entre uma célula e outra, que aparecem mais coradas que as estrias transversais. No tecido cardíaco, têm bastante importância as fibras de Purkinje, células responsáveis pela distribuição do impulso elétrico que gera a contração muscular às diversas fibrocélulas cardíacas.

Músculos viscerais

(coloração esbranquiçada), também chamados de músculos lisos que entram na constituição dos órgãos profundos, ou vísceras, para assegurar-lhes determinados movimentos (contrações). Estes músculos têm estrutura "lisa" e funcionam independentemente da nossa vontade. A maneira com que se dispõe de suas fibras é bem diferente da musculatura estriada. São involuntários e, em geral são longos e lentos. Os músculos lisos não apresentam estrias. Suas células têm o formato de fuso e constituem parede de órgãos internos, como o estômago, o intestino, etc. Como exemplo, podemos citar os movimentos do tubo digestivo - movimentos peristálticos - e o aumento e a diminuição da pupila.

Um coração humano onde existem fibras musculares diferenciadas

Problemas Musculares

Muitos problemas musculares se deve ao esforço excessivo ou movimentações bruscas. Os mais comuns são: cãimbras, cansaço muscular, distensões e rupturas. Em geral, tais problemas acontecem durante a prática esportiva. A cãimbra é causada por contrações repentinas e involuntárias do músculo. Como as outras células, as fibras musculares produzem energia por meio de reações de combustão. Devido a intensa atividade para proporcionar movimento e calor ao corpo, as fibras musculares precisam gerar grande quantidade de energia (glicose, gorduras e oxigênio). Caso o oxigênio seja insufiente, o organismo produz uma substância denominada ácido lático.

Dentro das fibras musculares, o ácido lático impede a renovação da energia necessária para a contração do músculo (cansaço muscular). A cãimbra é uma contração brusca, espasmódica da musculatura acompanhada de dor intensa. Importante salientar que não é apenas a contração prolongada dos músculos que pode provocar dor. O estiramento excessivo (distensão muscular) também é seguido de

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intensa dor. Contrações musculares bruscas podem afestar os tendões, resultando, em certos casos, no rompimento da articulação. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma ruptura de tendão.

Contrações musculares

Existem dois tipos de contrações musculares: contração isotônica e contração isométrica.

A contração isotônica refere-se a uma contração em que um músculo encurta enquanto exerce uma força constante que corresponde à carga que está sendo erguida pelo músculo. Divide-se em concêntrica e excêntrica. Na concêntrica a contração vence a resistência e há o encurtamento muscular e na excêntrica a resistência vence a contração havendo o alongamento muscular. Ex: A corrida é concêntrica pois o velocista vence a barreira do ar Ex: Queda de braço é excêntrica pois a resistência está em seu oponente.

A contração isométrica refere-se a uma contração em que o comprimento externo do músculo não se altera, pois a força gerada pelo músculo é insuficiente para mover a carga à qual está fixado. No corpo, a maioria das contrações é uma combinação de ambas contrações.

Nutrição para os músculos

O leite é uma fonte de proteína animalA carne, o leite e os ovos constituem as fontes básicas de proteína animal, sobretudo pelo seu valor biológico. Caracterizam o nível de consumo de proteínas de origem animal, em especial as da carne, como elemento indicativo do desenvolvimento socioeconômico de um povo ou nação. Porém, é sempre bom lembrar que não existe alimento que contenha todos os nutrientes, em quantidade e qualidade necessárias à manutenção da saúde e das atividades diárias. Desta forma, os profissionais da área de alimentação e saúde recomendam que a dieta seja composta de alimentos pertencentes a vários grupos (carnes, leite e derivados, frutas, vegetais e cereais). A carne é comumente definida como sendo constituída pela constituição de tecidos animais – via de regra o tecido muscular – utilizados como alimento (Pardi et al., 2001). Em nosso meio, para conceito assim mais amplo, é freqüentemente empregado o termo no plural, então carnes, envolvendo ainda as vísceras. São incluídos nesta definição não apenas os produtos em natureza, como também estes mesmos itens processados. Em termos gerais, as carnes podem ser subdivididas em carnes “vermelhas” e carnes “brancas”. Dentre as primeiras, são mais consumidas no País as de bovinos, suínos, ovinos e caprinos. O búfalo, dada a sua adaptação à Região Norte e por força de sua produtividade em outras regiões, vem ganhando terreno no consumo nacional (Pardi et al., 2001). Já a carne de coelhos vai, aos poucos, se incorporando aos hábitos da população brasileira.

As carnes chamadas “brancas” são as provenientes das aves domésticas, com mais freqüência as de galinhas, frangos e perus. Contudo, especialistas distinguem nas aves dois tipos de músculos: os do peito, efetivamente brancos, e os da coxa, com predominância de fibras vermelhas. O pescado constitui também discreta fonte de proteína animal em nosso meio em termos de quantidade consumida, uma vez que a população brasileira, apesar do vasto litoral e da grande malha fluvial, não tem o hábito de se alimentar constantemente de peixes. A carne, em sentido amplo, pode ser considerada como um alimento nobre para o homem, pois serve para a produção de energia, de novos tecidos orgânicos e para a regulação dos processos fisiológicos, respectivamente, a partir das gorduras, proteínas e vitaminas constituintes dos cortes cárneos. Contudo, o grande mérito nutricional da carne são a quantidade e a qualidade dos aminoácidos constituintes dos músculos, dos ácidos graxos essenciais e das vitaminas do complexo B presentes, tendo também importância o teor de ferro.

As proteínas

Um exemplo de uma proteína a albuminaA carne se caracteriza pela natureza das proteínas que a compõem, não somente do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Além de sua riqueza em ácidos aminados essenciais, ela contém água, gordura, vitaminas, glicídios e sais minerais como elementos nutritivos complementares. O músculo magro das diferentes espécies tem uma composição relativamente constante no que diz respeito a sua composição em termos de proteína, gordura, sais minerais e conteúdo aquoso. As proteínas são essenciais para a formação de músculos, enzimas, células como

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anticorpos e leucócitos, hormônios, e ajudam no processo de cicatrização dos tecidos, estando envolvidas com todo o funcionamento do organismo. As proteínas são macronutrientes (assim como os carboidratos e os lipídeos) essenciais para o organismo. Aminoácidos são os componentes das proteínas. Existem no total cerca de 20 aminoácidos; há aqueles não-sintetizados naturalmente em quantidade e proporções adequadas pelo organismo, os quais são considerados como aminoácidos essenciais, devendo, portanto estar presentes na alimentação.

Existem duas fontes de proteínas: vegetal e animal. As proteínas vegetais são encontradas nos grãos de leguminosas (como feijão, ervilha, grão-de-bico) e nos cereais (como arroz, milho, trigo, cevada, aveia), em menor quantidade. Os alimentos de origem vegetal são deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais e, portanto, devem ser consumidas a partir de combinações de cereais e leguminosas. As proteínas de origem vegetal são de baixo valor biológico, ou seja, não são suficientes para suprir as necessidades orgânicas, já que todas apresentam a falta de pelo menos um aminoácido essencial. As proteínas que contêm todos os nove aminoácidos essenciais em proporções adequadas ao organismo são chamadas completas ou de alto valor biológico. Proteínas de origem vegetal, quando consumidas isoladamente, não contêm todos os aminoácidos essenciais e são chamadas de incompletas.

A proteína encontrada na carne é nutricionalmente completa, de ótima qualidade e com aminoácidos essenciais de forma balanceada. Por exemplo, 100 g de carne magra – coxão mole (chã de dentro) – depois do cozimento contém entre 20 g e 30 g de proteína, o que corresponde a, aproximadamente, 50% das necessidades diárias do ser humano adulto. Em qualidade, as proteínas da carne são completas por apresentarem um bom equilíbrio de aminoácidos essenciais. Os tecidos musculares e conjuntivos as miofibrilas e secundariamente, o sarcoplasma integram as proteínas da carne. Sua disponibilidade em ácidos aminados essenciais e suas características altamente favoráveis de digestibilidade lhe conferem elevado grau de valor biológico. Fazem exceção as proteínas do tecido conjuntivo, constituídas, principalmente, pelo colágeno e pela elastina, mais pobres em aminoácidos essenciais e de menor digestibilidade. Segundo Judge et al. (1989), as proteínas da carne são digestíveis num percentual entre 95% a 100%, enquanto que as vegetais o são apenas entre 65% e 75%. Além das proteínas, a carne contém também alguns compostos nitrogenados não-protéicos, como ácidos aminados livres, peptídeos simples, aminas e cratina. Tais elementos, ainda que de pouco valor nutritivo, constituem fonte potencial de nitrogênio para aminoácidos e síntese de proteína. Sempre que uma carne ou seu derivado for rico em colágeno, glicina, prolina e hidroxiprolina, ou seja, contiver elevado conteúdo de tecido conjuntivo, seu valor biológico será mais baixo.

Os lipídios

Os lipídios desempenham um relevante papel na alimentação, graças ao seu valor energético (8,5 cal/g), aos ácidos graxos essenciais, às vitaminas lipossolúveis e aos fosfolipídios que contêm ao lado de características organolépticas especiais que revelam pela sua textura, sabor e aplicações culinárias (Pardi et al., 2001). Assim como as proteínas, os lipídios também são variáveis na composição da carne, pois existe nela em percentuais bastante oscilantes. O teor de gordura pode variar de acordo com idade, com o sexo, com a raça, com a espécie e com alimentação do animal (Pardi et al., 2001). A carne dos animais mais jovens contém menor proporção de gordura em comparação com a dos adultos, pois os jovens são menos predispostos ao acúmulo de gordura subcutânea e intermuscular. Quanto ao sexo, as fêmeas têm menor predisposição que os machos inteiros para a formação de gordura; já os animais castrados tendem mais ao acúmulo de gordura. A raça é fator que exerce acentuada influência quanto à quantidade de gordura acumulada. Assim, as raças britânicas de corte são mais propensas ao acúmulo de gordura que as raças continentais européias e os zebuínos. Observa-se a mesma influência da raça entre os suínos, sabendo-se que algumas delas são mais aptas à produção de gordura. Relativamente à influência da alimentação, os bovinos são mais infensos ao acúmulo gorduroso que os suínos. E entre as espécies de corte o teor de gordura é bastante variável com destaque para os suínos, bovinos e ovinos em que a porcentagem de gordura pode ser também bem oscilante dentro da mesma espécie.

O valor calórico dos lipídios da carne procede dos ácidos graxos, dos triglicerídeos e dos fosfolipídios, sendo encontrados em proporções variadas no corte cárneo. A deposição das gorduras nas carcaças caracteriza-se ou pelos depósitos subcutâneos e viscerais, ou pela distribuição mais dispersa pela musculatura entre as fibras musculares, ou ainda fazendo parte integrante da célula. A variabilidade do percentual da gordura da carne faz oscilar, obviamente, a proporção de proteína e dos demais componentes. A constituição dos lipídios, relacionada com as vitaminas lipossolúveis e com ácidos graxos essenciais ou imprescindíveis, permite um particular desempenho das gorduras, além de sua função energética fundamental. São considerados essenciais os ácidos graxos linoléico e araquidônico, não havendo concordância quanto à inclusão entre eles do ácido linolénico. Os fosfolipídeos são fundamentais na estrutura das paredes celulares, contribuindo na regulação do metabolismo celular. Sua

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concentração nos tecidos magros é relativamente constante, contendo menor proporção de ácidos graxos poliinsaturados.

O colesterol é um componente importante da membrana celular, particularmente do cérebro e do sistema nervoso. É importante na síntese de ácidos biliares, hormônios da adrenal e hormônios sexuais. A maior parte do colesterol é sintetizado no fígado. O fígado de um indivíduo normal produz entre 800 mg e 1.500 mg de colesterol por dia. A recomendação de ingestão diária de colesterol é de até 300 mg. Este ácido graxo, que desempenha importantes funções fisiológicas, é mantido em quantidades variáveis nas gorduras da carne, e tem sua taxa no sangue aumentada sempre que a dieta conter maior proporção de ácidos graxos saturados, predispondo a formação de placas gordurosas na parede dos vasos e de coágulos sangüíneos. Essa característica permite o surgimento de problemas cardiovasculares, no entanto, tal fato é marcado pela ingestão abusiva de “carnes gordurosas” associados a outros fatores como o sedentarismo, o fumo e a uma dieta não balanceada. Contudo, a comunidade científica médica ainda discute a real importância do colesterol e das gorduras saturadas no desencadeamento de distúrbios vasculares. Mattson, Erickson & Kligman (1972) verificaram uma relação linear entre o colesterol presente na dieta e o colesterol sangüíneo humano e observaram que cada 100 mg de colesterol/1.000 kcal consumida resultava em um aumento de colesterol no plasma sangüíneo de aproximadamente 12 mg/100 mL. Entretanto, Mcnamara (1990) afirmou que apenas uma parte da população é sensível ao colesterol da dieta, com diminuição do colesterol plasmático, quando o teor de colesterol da dieta é reduzido. Por sua vez, o National Cholesterol Education Program (1988) estimou uma redução de 10% a 15% do nível de colesterol sangüíneo por intermédio da dieta. Há um consenso atualmente que, para manter o colesterol sangüíneo baixo, a dieta deve ser pobre em lipídios totais, colesterol e ácidos graxos saturados (Department of Health, 1994). Efetivamente, os ácidos graxos que integram os triglicerídeos da carne dos mamíferos de açougue são relativamente saturados. Os mais saturados são o palmítico e o esteárico; o ácido insaturado mais abundante é o oléico. Por estas razões, as gorduras da carne são geralmente tidas como saturadas, enquanto que as gorduras vegetais são descritas como insaturadas ou poliinsaturadas.

Por força da preocupação médica com as gorduras animais, cresceu o consumo dos óleos vegetais, e a zootecnia sofreu uma profunda reformulação passando da produção deliberada de carnes gordas para a seleção genética e o manejo e alimentação adequados à produção de carnes magras. É de se acreditar, a propósito que, mesmo na hipótese de a medicina vir a negar aqueles riscos, persistirá a produção preferencial de animais produtores de carnes magras como um fator de ordem econômica e pela credibilidade que o consumidor depositou sobre tais tipos de carne.

As vitaminas

Constituindo princípios nutritivos indispensáveis, as vitaminas exercem sua ação em doses muito reduzidas, quase sempre como componentes de enzimas do organismo. Das aproximadamente 14 vitaminas atualmente conhecidas, algumas não têm maior importância prática. As mais freqüentes na carne pertencem ao complexo B e, dentre as lipossolúveis, encontra-se, principalmente, a vitamina A. Em menor volume, a carne dispõe das vitaminas D, E e K e, em menor proporção ainda, de ácido ascórbico. Tendo em vista sua solubilidade, as vitaminas são classificadas em lipossolúveis (A, D, E e K) e hidrossolúveis (complexo B e ácido ascórbico) (Pardi et al., 2001). A vitamina A, biologicamente ativa, é encontrada exclusivamente nos alimentos de origem animal, sendo necessária ao organismo para manter a capacidade normal da visão, para proteger os tecidos epiteliais e para o desenvolvimento do esqueleto e dos dentes. Estimando suas necessidades diárias em 2.500 UI (Unidades Internacionais), fica patente a conveniência de se ter como principal fonte os produtos de origem animal, uma vez que o organismo humano é apto a aproveitar apenas urna fração dos carotenóides contidos em vegetais. Por favorecer a absorção e a utilização do cálcio e do fósforo, a vitamina B é imprescindível ao desenvolvimento dos dentes.

A faculdade da transformação de compostos na natureza e no organismo humano em vitamina D, ativada pela ação da luz e dos raios ultravioleta, a torna disponível em outras fontes que não os produtos de origem animal nos quais é pobre, exceção feita ao fígado de bacalhau e assemelhados, à gema do ovo e ao creme do leite. A vitamina E ou tocoferol, também chamada de vitamina da reprodução, nas mesmas condições que as vitaminas A e D, é contida em quantidades muito pequenas na carne. No entanto, o tocoferol tem uma concentração maior na carne de bovinos (4,0 mg/100 g) quando comparada com as carnes de suínos (0,6 mg/l 00 g), de ovinos (0,5 mg/ 100 g) ou de frangos (0,2 mg/100 g). Possui importante ação protetora sobre os lipídios tissulares do organismo.

A ação antioxidante das gorduras é utilizada para fins tecnológicos. Ainda dentre as lipossolúveis, a vitamina K, também designada vitamina da coagulação ou anti-hemorrágica, é encontrada em produtos

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de origem animal, de 0,14 ou 0,15 mg/100 g nas carnes de bovinos, suínos e ovinos e de 0,02 mg/100 g nas carnes de frangos. Sobretudo nas farinhas de peixes e no óleo de fígado de bacalhau sua presença também é evidente. A vitamina C, hidrossolúvel, chamada antiinfecciosa e antiescorbútica, é encontrada nos produtos de origem animal em pequena proporção, no leite de vaca, no fígado bovino e no sangue de animais adultos. Ela é uma das vitaminas que podem ser destruídas com maior facilidade, inclusive pela cocção, quando ocorrem perdas apreciáveis em seu conteúdo. O ácido ascórbico, com exceção das vísceras, é contido em quantidades mínimas nas carnes musculares. O complexo B, por sua vez, também hidrossolúvel, composto por cerca de 19 substâncias, é representado na carne, sobretudo pela tiamina, riboflavina e niacina, vindo a seguir o ácido pantotênico, vitamina B6, vitamina B12, ácido fólico e biotina. A tiamina, ou vitamina B1 é antiberibérica e antineurítica, intervindo no metabolismo dos hidratos de carbono, constituindo uma sustância muito sensível à dissolução, sendo também consideravelmente destruída pela oxidação. As perdas, porém, dependem em todos os casos do pH, sendo tanto maiores quanto mais baixo ele for (Pardi et al., 2001).

A vitamina B2 ou riboflavina é considerada como fator de crescimento participando dos sistemas enzimáticos do organismo, que regulam os processos energéticos. A riboflavina resiste muito ao calor, mas é facilmente destruída pela luz solar bem e quando presente em meio com reação básica. A niacina, vitamina antipelagrosa, também chamada nicotinamida ou ácido nicotínico, desempenha no organismo funções assemelhadas à tiamina e à riboflavina. O triptofano transforma-se em niacina no organismo, fazendo com que se possa reduzir a quantidade desta última na dieta, desde que o primeiro se faça presente em maior proporção. Ao contrário de outras vitaminas descritas, a niacina possui elevada resistência às influências da luz, do calor, dos ácidos, das bases e dos processos oxidativos. As perdas que se observam a seu respeito dão-se apenas pela dissolução.

A vitamina B6, ou piridoxina, é um componente de enzimas que regula o metabolismo protéico do organismo. É uma vitamina termolábil, sendo parcialmente destruída durante os processos de cura, defumação, preparo culinário, enlatamento e desidratação por ação do calor e pelas radiações ionizantes. O ácido pantotênico é um componente essencial da molécula da coenzima A, que tem grande importância em variados processos metabólicos. Não se dispõe de maiores informações quanto a sua estabilidade (Pardi et al., 2001). Acredita-se, porém que, na preparação culinária, se produz alguma perda dela. Ao lado do ácido fólico e do ácido pantotênico, a vitamina B12, ou cobalamina, constitui um dos mais importantes fatores antianêmicos. A labilidade das vitaminas B2 e do ácido pantotênico se assemelha à da tiamina. Se for deficiente na dieta, a biotina, outro componente do grupo B, causa inflações cutâneas e alopecia em animais de experimento. Trata-se de substância bastante ativa, contida em abundância em muitos alimentos, sendo inclusive produzida pela flora microbiana do intestino.

Os glicídios

Os glicídios são escassos no organismo animal. A maior parte deles localiza-se nos músculos e no fígado. Seu maior mérito é participar do metabolismo energético e da estrutura dos tecidos (Pardi et al., 2001). Os glicídios existentes na carne, carecendo de maior importância do ponto de vista nutricional, desempenham importante papel no que se refere ao pH. As carnes contêm, principalmente, glicogênio, mas dispõem também de açúcares livres, em especial glicose e frutose independentemente de maltose e ribose. A proporção de glicogênio na carne de bovinos recém-sacrificados situa-se em volta de 3% e na de suínos em torno de 4,5%. Durante o processo de maturação da carne, ocorre a transformação do glicogênio em ácido láctico. Este fenômeno acarreta a diminuição do glicogênio, podendo ser avaliado por meio da medição do pH. A queda do pH já é mais marcante a partir da 24ª hora do abate do animal, caindo nos suínos de 4 para 1. Em relação aos açúcares, sua proporção se mantém baixa no animal durante o rigor mortis, para depois aumentar acentuadamente nele a presença de glicose. A quantidade de glicogênio muscular é maior sempre que o animal de corte encontra-se em bom estado de nutrição e de descanso. As diversas condições estressantes também exercem influência no teor de glicogênio. Quanto maior sua presença, maiores também as condições de futura conservação da carne, por forca da influência do pH ácido, dado o seu desdobramento em ácido láctico levando a característica natural mais ácida da carne, o que dificulta o desenvolvimento de microrganismos presentes. Atualmente, a proporção de glicídios é aumentada nos derivados cárneos pela adição de açúcares, produtos amiláceos e outros aditivos, permitidos por legislação vigente, durante o processamento da carne.

Os minerais

A carne contém substâncias minerais que exercem papel biológico importante em sua constituição, como a manutenção de uma reação quase neutra nos tecidos e líquidos orgânicos, a catalisação em vários

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processos de grande importância e a reação estimulante exercida sobre a atividade de muitas enzimas (Pardi et al., 2001). Essas substâncias minerais constituem ainda parte integrante de determinados hormônios e de um grande número de enzimas, ao mesmo tempo, que intervêm na regulação da atividade muscular e nervosa. Aproximadamente 3,5% do peso corporal de um ser humano adulto é de natureza inorgânica, constituindo-se, principalmente, de cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, ferro e magnésio. Entre 80% e 85% da matéria mineral total do organismo formam o esqueleto e os dentes, sobretudo sob a forma de cálcio e fósforo, além de magnésio. São ainda essenciais para a formação metabólica, segundo Guthrie, citado por Pardi et al., (2001), os outros macroelementos: potássio, enxofre, sódio e cloro, além dos microelementos ferro, zinco, selênio, manganês, cobre, iodo, molibdênio e cobalto. Constituem também microelementos possivelmente indispensáveis ao organismo humano e cuja participação está comprovada em determinados processos biológicos, o vanádio, o bário, o flúor, o bromo e o estrôncio. Como elementos minerais presentes no organismo, mas cuja participação nos processos biológicos não foram ainda determinados, podem ainda ser lembrados: ouro, prata, alumínio, estanho, bismuto e gálio.

Os sais minerais da carne são associados ao tecido magro, como demonstrado por Judge et al. (1989).

Dos microminerais indispensáveis o ferro é o mineral biologicamente mais versátil. Ele participa de processos bioquímicos importantes como conversão do beta caroteno em vitamina A, síntese de colágeno, formação de purina como ácido nucléico, retirada de lipídeo do sangue, desintoxicação de drogas no fígado, produção de anticorpo e síntese de carnitina, um aminoácido importante.

A quantidade de ferro no corpo humano é, aproximadamente, 4 gramas estando distribuída pelas células e enzimas, como ferro funcional e no fígado, baço e medula óssea onde é armazenado. O ferro funcional constitui cerca de 2/3 deste elemento no organismo e está presente na hemoglobina, mioglobina, e enzimas celulares participando nos mais variados processos biológicos, dos quais o principal é o transporte de oxigênio e gás carbônico feito pela hemoglobina das células sangüíneas vermelhas e pela mioglobina do músculo. O ferro presente na dieta apresenta dupla forma: heme, vinda do tecido celular animal e a forma não-heme ou inorgânica. O ferro heme é a forma mais absorvida pelo corpo mesmo estando presente em menor quantidade nos alimentos e sua presença na dieta promove a absorção da forma inorgânica. Em contrapartida, o ferro inorgânico tem absorção significativamente menor apesar de estar mais presente na dieta. Os alimentos fontes de ferro não-heme ou inorgânico são frutas, vegetais, grãos, ovos, leite e derivados, e os alimentos que contêm ferro heme e não-heme são as carnes bovina, suína, de peixes e de aves. A carne bovina tem, aproximadamente, 50%-60% de ferro heme e 40%-50% de ferro inorgânico, a carne de carneiro e de frango tem 30%-40% de ferro heme e 60%-70% de ferro inorgânico.

A absorção de ferro inorgânico é aumentada de 2 a 4 vezes quando se consome carne vermelha, peixe ou frango em alguma refeição. Este efeito promotor, conhecido como o fator carne, ocorre apenas na presença de tecido muscular. As proteínas de origem animal que não são musculares, como o leite, queijo e ovos, não tem efeito positivo na absorção de ferro inorgânico. Estes fatores devem ser levados em consideração quando se trata de balanceamento de refeições.

A água

A água contida no tecido muscular, em proporção variável entre 71% e 76%, desempenha importante função nos processos vitais como solvente das substâncias orgânicas e inorgânicas, bem como de soluções coloidais (proteínas, carboidratos). Ela permite, nestas condições, o transporte e a reação das substâncias no organismo (Pardi et al., 2001). No mundo animal estão permanentemente implicadas as reações de hidratação, desidratação e hidrólise. Além de constituir o meio de dissolução em que ocorrem os processos metabólicos, funcionando, às vezes, como reagente, a água constitui cerca de 85% das moléculas representadas pelas células. Além disso, a estrutura de uma série de moléculas de grande interesse bioquímico está condicionada pela sua interação com a água, como ocorre com lipídios, proteínas e outros.

A presença de água nos músculos dos bovinos varia num teor de 70% a 75%. Em suínos, a variação ocorre em limites mais estreitos, ou seja, entre 72,49% a 74,81% (Pardi et al., 2001). Biologicamente, a água mostra-se também como excelente solvente para diversos compostos orgânicos, devido a sua polaridade e capacidade de formação de pontes de hidrogênio, além de dissociar os eletrolíticos fracos dos grupos carboxila e a função amina, que constituem compostos orgânicos das células. Sendo a água meio de dispersão da célula, tem ainda acentuada influência nas propriedades das moléculas dispersas. Nos biossistemas, a água é um meio de dispersão da matéria viva. Deste modo, as reações biológicas

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somente ocorrem na presença dessa substâncias ou em meios aquosos. A água é um elemento quimicamente ativo e não apenas um meio inerte. Nos sistemas biológicos, a água é normalmente classificada em dois tipos, dependendo se está mais ou menos disponível: água livre e água ligada. Preferem alguns autores falar em “atividade da água biológica”, classificando esta como água biologicamente ativa e água estrutural. A primeira é necessária aos biossistemas quando em atividade. A última serve de proteção á estrutura, não podendo ser congelada ou evaporada. A atividade da água biológica é regulada pelo conteúdo celular em água, pela concentração dos solutos e pela temperatura. Desta forma, a água inclui entre os elementos mais importantes da carne, não somente pelo seu elevado teor como também por uma série de propriedades funcionais de interesse higiênico sanitário e tecnológico. Sendo, então, a água substância vital no processo de conservação, é preciso manter observância cuidadosa sobre determinados elementos de ordem bioquímica, físico-química e microbiológica, o que garantirá qualidade não só à matéria prima (carne) como também aos seus derivados.

Considerações finais

O sucesso de um produto alimentício é resultado, principalmente, da aceitação do consumidor. Antes, a grande preocupação era somente em relação à qualidade no produto final. Contudo, atualmente, há a preocupação com todo o processo de obtenção, somando cada um dos diferentes aspectos que abordam a qualidade nutricional, higiênica, microbiológica e ambiental. Desta forma, além dos vários atributos a serem observados na carne, o seu valor nutritivo compreendido em seu conteúdo nutricional e a disponibilidade de nutrientes marca mais um avanço que toda a cadeia produtiva vem atingindo. Devido ao avanço da tecnologia em seus vários setores, o bom consumidor é obrigado a se interagir com tudo o que o cerca. Isso nos tempos atuais, onde o estresse do cotidiano é marcante, a saúde torna-se um dos principais focos de atenção.

E para garantir uma saúde satisfatória, dentre alguns fatores, é necessário ter uma dieta equilibrada obtida quando se conhece o valor nutricional de seus componentes. Assim, sabendo do valor nutricional da carne, mostra que a mesma é um dos alimentos mais completos encontrados na natureza, justamente devido ao seu alto valor nutritivo, encerrando o mito de que faz mal a saúde. Na realidade pode fazer mal para aquele que não a consome.

Fonte: pt.wikipedia.org

SISTEMA MUSCULAR

É difícil imaginar um movimento sequer em nosso corpo que não tenha participação de músculos.

Movimentos em nosso esqueleto, manutenção do corpo em posição ereta, movimentos do globo ocular, dilatação ou constrição da pupila nos olhos, focalização da imagem na retina, grau de dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos, movimentos do tubo digestório, etc. Em todos estes casos ocorre uma importante participação dos músculos.

Uma importante característica do tecido muscular é a capacidade de alterar o seu comprimento durante o trabalho.

Podemos dividir, sob o ponto de vista histológico, os músculos em 2 grupos:

estriados - apresentam estriações em suas fibras

lisos - não apresentam estriações em suas fibras

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Os músculos estriados, por sua vez, podem ser fisiologicamente subdivididos em 2 grupos:

esquelético - geralmente inserem-se em ossos do esqueleto e são grandes responsáveis pela movimentação dos mesmos.

cardíaco - apesar de ser estriado apresenta características histo-fisiológicas bastante distintas quando comparado aos músculos esqueléticos.

Os músculos lisos também, quanto às suas características histo-fisiologicas, podem ser subdivididos em 2 grupos:

multiunitários. viscerais.

MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Um típico músculo esquelético é formado por numerosos conjuntos de fibras contráteis denominados fascículos.

Cada fascículo é constituído, por sua vez, por numerosas fibras.

A fibra apresenta uma resistente membrana que separa o seu meio interno do externo, denominada sarcolema. No interior da fibra se encontra um líquido intracelular denominado sarcoplasma. Submersos no sarcoplasma encontram-se numerosas unidades menores denominadas miofibrilas. No interior das miofibrilas encontram-se milhares de delgados filamentos protéicos: Actina e Miosina.

Vejamos, a seguir, de que forma ocorre o processo contrátil num músculo esquelético:

Os filamentos de Actina e Miosina estão dispostos entre sí de modo organizado, de tal forma que, durante o estado de excitação da fibra, deslizam-se uns sobre os outros. Tal deslizamento força um encurtamento das miofibrilas que estão no interior de uma fibra o que, consequentemente, faz com que a fibra inteira acabe também se encurtando.

Quanto maior é o número de fibras que se contraem simultaneamente durante um trabalho muscular, maior será a força de contração do mesmo.

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Mas, afinal de contas, o que provoca tal deslizamento de filamentos

protéicos?

Um elemento muito importante que se encontra no interior das fibras musculares e que desempenha um papel muito importante no processo contrátil é o íon cálcio. Uma grande quantidade de íons calcio se armazena no interior de enormes e numerosos retículos sarcoplasmáticos, que se encontram distribuídos no interior das fibras. A permeabilidade ao cálcio na membrana de tais retículos é normalmente pequena e, além disso, existem potentes bombas de cálcio que, ativamente, transportam os tais íons do exterior para o interior dos retículos. Por isso encontramos uma grande concentração de íons cálcio no interior dos retículos sarcoplasmáticos.

Mas acontece que, ao receber um estímulo em sua placa motora, a fibra muscular se excita e, durante todo o tempo em que a mesma permanece excitada, um grande aumento na permeabilidade aos íons cálcio se verifica na membrana dos retículos sarcoplasmáticos que se encontram em seu interior. Devido ao aumento na permeabilidade aos íons cálcio, um grande fluxo destes íons se verifica do interior para o exterior do retículo sarcoplasmático. Os íons cálcio, então, liberados em grande número para fora dos retículos sarcoplasmáticos, ligam-se quimicamente nas diversas moléculas de troponina, presentes nos delgados filamentos de actina. Isso provoca o deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina, tracionados pelas pontes cruzadas destes últimos, que se engatam quimicamente em determinados pontos (pontos ativos) dos filamentos de actina e os tracionam mecanicamente, como num mecanismo de roda denteada na corrente de uma bicicleta ou numa catraca ou mesmo numa cremalheira.

O processo descrito acima perdura enquanto a fibra muscular se mantém excitada. A mesma se mantém excitada enquanto continua recebendo estímulos químicos através de sua placa motora. A estimulação química na placa motora se faz através da liberação de acetil-colina pela terminação nervosa motora, enquanto os potenciais de ação ocorrem e se propagam à terminação nervosa. Uma vez cessada a excitação da fibra nervosa motora, os potenciais de ação através da mesma também cessam e, consequentemente, a excitação da fibra muscular também cessa. Imediatamente a permeabilidade aos íons cálcio na membrana dos diversos retículos sarcoplasmáticos se reduz, retornando ao normal. Rapidamente, então, a quantidade de íons cálcio no exterior dos retículos sarcoplasmáticos também diminui bastante e, consequentemente, a força contrátil se desfaz, devido ao desligamento dos íons cálcio que se encontravam nos filamentos de actina. A fibra muscular, então, se relaxa.

FATORES QUE DETERMINAM A FORÇA DE CONTRAÇÃO DE UM MÚSCULO ESQUELÉTICO DURANTE SEU TRABALHO:

Quanto maior é o número de fibras musculares utilizadas ao mesmo tempo, num mesmo músculo, durante uma contração do mesmo, maior será a sua força contrátil.

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Num típico músculo esquelético, formado com até milhares de fibras, muitas vezes um grande número de fibras são utilizadas simultaneamente durante um trabalho de contração.

Embora cada fibra seja individual, isto é, uma vez excitada se contrai mas não passa a excitação para outra fibra qualquer, mesmo que essa outra fibra se encontre muito próxima, normalmente, um grande número de fibras num mesmo músculo são excitadas simuntaneamente.

Existem numerosas fibras que seriam inervadas, embora individualmente, por terminações de ramificações axônicas de uma mesma fibra nervosa motora. Um conjunto de fibras musculares inervadas por ramificações de uma mesma fibra nervosa motora forma aquilo que chamamos de Unidade Motora. Existem numerosas unidades motoras num mesmo músculo, de diversos tamanhos. As maiores, formadas por um grande número de fibras musculares (centenas), geralmente são inervadas por fibras nervosas motoras mais calibrosas, de baixa excitabilidade. São, portanto, mais dificilmente exitáveis e necessitam de grandes estímulos para que possam se contrair. Já as unidades motoras menores, formadas por um baixo número de fibras musculares (algumas dezenas) são, geralmente, inervadas por fibras nervosas motoras menos calibrosas e mais excitáveis. São, portanto, muito mais facilmente excitáveis e não exigindo grande intensidade de estímulos para que suas contrações ocorram.

De acordo com as afirmações descritas acima, pode-se concluir que, na medida em que se aumentam a intensidade dos estímulos numa determinada área motora do sistema nervoso central responsável pela contração de um determinado músculo esquelético, mais intensas seriam suas contrações, pois um número cada vez maior de unidades motoras naquele músculo seriam utilizados. A isto chamamos Somação de Unidades Motoras.

Outro fator importante que interfere na força de contração de um determinado músculo esquelético, é a frequência dos potenciais de ação que se dirigem às terminações axônicas que se ligam às suas placas motoras. Quanto maior a frequência de tais impulsos nervosos, maior será a quantidade de mediadores químicos (acetil-colina) siberados na placa motora muscular e, com isso, maior será a estimulação da mesma. Além disso, as repetidas e rápidas contrações musculares se somam umas às outras e, numa alta frequência, vão aumentando o estado contrátil das fibras musculares. Portanto, na medida em que aumentamos a frequência dos estímulos em um conjunto de fibras nervosas motoras que se dirigem a um músculo esquelético, mais intensas serão as contrações do mesmo devido ao que chamamos de Somação de Ondas.

Fonte: www.geocities.com