sistema jet casa

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INSTITUTO UNIFICADO DE ENSINO SUPERIOR OBJETIVO DANIEL ALVES SANTANA GISELE DE OLIVEIRA SILVA GUILHERME MORAIS DE OLIVEIRA HELLAÍNE AUXILIADORA MENDES SOARES LUCAS NASSIF CORRÊA MAYARA VIEIRA GOMES PAULO HENRIQUE NEVES DE MELO SAMUEL AVELAR VAZ AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM HABITAÇÕES CONSTRUÍDAS PELO MÉTODO JET CASA GOIÂNIA 2014

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TCC FACULDADES OBJETIVO SOBRE O SISTEMA JET CASA

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Page 1: SISTEMA JET CASA

INSTITUTO UNIFICADO DE ENSINO SUPERIOR OBJETIVO

DANIEL ALVES SANTANA

GISELE DE OLIVEIRA SILVA

GUILHERME MORAIS DE OLIVEIRA

HELLAÍNE AUXILIADORA MENDES SOARES

LUCAS NASSIF CORRÊA

MAYARA VIEIRA GOMES

PAULO HENRIQUE NEVES DE MELO

SAMUEL AVELAR VAZ

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM HABITAÇÕES

CONSTRUÍDAS PELO MÉTODO JET CASA

GOIÂNIA 2014

Page 2: SISTEMA JET CASA

DANIEL ALVES SANTANA

GISELE DE OLIVEIRA SILVA

GUILHERME MORAIS DE OLIVEIRA

HELLAÍNE AUXILIADORA MENDES SOARES

LUCAS NASSIF CORRÊA

MAYARA VIEIRA GOMES

PAULO HENRIQUE NEVES DE MELO

SAMUEL AVELAR VAZ

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM HABITAÇÕES

CONSTRUÍDAS PELO MÉTODO JET-CASA

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Engenharia Civil, apresentado ao Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo – IUESO.

Orientador: Prof. Marcelus Isaac Lemos Gomes, MSc. Co-orientadora: Prof. Francielle Coelho dos Santos, MSc

GOIÂNIA 2014

Page 3: SISTEMA JET CASA

DANIEL ALVES SANTANA

GISELE DE OLIVEIRA SILVA

GUILHERME MORAIS DE OLIVEIRA

HELLAÍNE AUXILIADORA MENDES SOARES

LUCAS NASSIF CORRÊA

MAYARA VIEIRA GOMES

PAULO HENRIQUE NEVES DE MELO

SAMUEL AVELAR VAZ

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM HABITAÇÕES

CONSTRUÍDAS PELO MÉTODO JET-CASA

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Engenharia Civil, apresentado ao Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo – IUESO.

Aprovado em:

____________________________________________________ ____/_____/________.

Prof. MSc. Marcelus Isaac Lemos Gomes.

Page 4: SISTEMA JET CASA

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus que nos abençoou e nos guiou em cada

fase de nossas vidas.

Aos nossos familiares que pacientemente nos acompanharam, nos ajudaram e

nos fortaleceram.

À nossa co-orientadora Francielle, pelo paciência, ajuda e compreensão.

Ao nosso orientador Marcellus, pela disponibilidade de nos acompanhar neste

projeto.

Aos moradores do Condomínio Vale da Lua, que nos receberam em suas

casas, com muita paciência.

O nosso principal agradecimento aos nossos colegas de grupo que

mutuamente nos apoiamos e pacientemente encaramos esse desafio com coragem e

determinação.

Page 5: SISTEMA JET CASA

RESUMO

Com o constante crescimento populacional do Brasil, a cada dia surgem novas formas

de construção. Investimentos em habitações de interesse social, habitações com

gastos menores e desempenho melhor ou igual ao de construções convencionais, tem

se tornado frequente. O uso de métodos alternativos, tem sido uma solução para

construções que necessitam de rápida execução, e com qualidade. Moradores que

já habitam nessas construções , como o sistema JET CASA®, apresentam sua

satisfação com o sistema, e muitos dizem nem sequer perceber diferença entre um

sistema e outro. Os resultados das análises permitem verificar possíveis causas e

possíveis soluções para problemas ainda existentes no sistema construtivo.

Palavras-chave: JET-CASA®, Desempenho, Métodos construtivos alternativos,

Manifestações patológicas.

Page 6: SISTEMA JET CASA

ABSTRACT

With the steady population growth in Brazil, each day brings new forms of construction.

Investments in social housing, housing with lower expenses and performance better

than or equal to conventional buildings, has become common. The use of alternative

methods, has been a solution for buildings that need rapid implementation, and quality.

Residents who already live in these buildings, such as JET CASA® system, present

their satisfaction with the system, and many say not even see the difference between

one system and another. The analysis results allow to check possible causes and

possible solutions to remaining in the building system problems.

Keywords: JET-CASA®, Performance, alternative construction methods, pathological

manifestations.

Page 7: SISTEMA JET CASA

LISTA DE FIGURAS

Figura 2. 1 – a) Soldagem das paredes; b) Laje sobre parede. ................................ 14

Figura 2. 2 - Painel Jet Casa ..................................................................................... 14

Figura 2. 3 - Aplicação de chapisco rolado e argamassa. ......................................... 15

Figura 2. 4 - Soldagem superior do painel. ............................................................... 16

Figura 2. 5 - Capa do DATec Nº 008A ..................................................................... 17

Figura 2. 6 - Principais tipos de fissuras ou trincas encontradas em uma edificação 22

Figura 2. 7 - Tipos de umidade .................................................................................. 31

Figura 2. 8 - Manchas provocadas por microrganismos. ........................................... 33

Figura 4. 1 - Tamanho geral da casa ........................................................................ 39

Figura 4. 2 - Tamanho da sala .................................................................................. 39

Figura 4. 3 - Tamanho dos quartos ........................................................................... 39

Figura 4. 4 - Tamanho da cozinha ............................................................................. 40

Figura 4. 5 - Tamanho do banheiro ........................................................................... 40

Figura 4. 6 – Análise da percepção do usuário quanto a iluminação da casa durante o

dia ............................................................................................................................. 41

Figura 4. 7 - Temperatura no inverno ........................................................................ 41

Figura 4. 8 - Ventilação da casa ................................................................................ 41

Figura 4. 9 - Tamanhos das janelas .......................................................................... 42

Figura 4. 10 - Umidade dos cômodos ....................................................................... 42

Figura 4. 11 - Distância da janela do vizinho em relação a sua privacidade ............. 43

Figura 4. 12 - Barulho das áreas vizinhas ou externas ............................................. 43

Figura 4. 13 - De onde vem o barulho que incomoda? ............................................. 43

Figura 4. 14 - Você acha a estrutura da casa confiável? .......................................... 44

Figura 4. 15 - Morador realizou um acréscimo na área externa da casa, perfurando a

parede sem problema algum com a estrutura. .......................................................... 45

Figura 4. 16 - Foi necessário realizar alguma manutenção/revisão periódica do

sistema? .................................................................................................................... 45

Figura 4. 17 – Tubulação de captação de água pluvial entupido devido concreto

encontrado dentro da tubulação. ............................................................................... 46

Figura 4. 18 - Você realizou alguma reforma ou acréscimo na construção. Se sim, teve

alguma dificuldade na reforma? ................................................................................ 46

Page 8: SISTEMA JET CASA

Figura 4. 19 - Trinca aparente no apoio da terça metálica com a parede, devido ao

acréscimo efetuado pelo condômino na garagem em cobertura de estrutura metálica.

.................................................................................................................................. 47

Figura 4. 20 - Você já percebeu trincas/fissuras nas paredes? ................................. 47

Figura 4. 21 - Fissura superficial no encontro geminado entre as unidades

habitacionais conjugadas. ......................................................................................... 48

Figura 4. 22 - Você já percebeu o aparecimento de trincas/fissuras próximo à

esquadrias? ............................................................................................................... 48

Figura 4. 23 - Você já percebeu o aparecimento de trincas/fissuras próximo

instalações hidrossanitárias e elétricas? ................................................................... 49

Figura 4. 24 - Fissura superficial na parede do quarto devido a instalação de tomadas

já pré-locadas pelo sistema JETCASA®. .................................................................. 49

Figura 4. 25 - Morador efetuou a instalação de uma tomada de sobrepor pela falta de

quantidade necessárias à demanda na sala. ............................................................ 50

Figura 4. 26 - Percebe algum tipo de ruído ou estalos nas paredes ou teto? ........... 50

Figura 4. 27 - Percebe pontos de mofo ou bolor nas paredes? ................................ 51

Figura 4. 28 - Umidade/Bolor na parede do quarto, divisa com o banheiro .............. 51

Figura 4. 29 - Percebe umidade nos cômodos da casa? .......................................... 51

Figura 4. 30 - As paredes da casa descascam, deixando o reboco exposto? .......... 52

Figura 4. 31 - Há alguma alteração na pintura das paredes?.................................... 52

Figura 4. 32 - Reparo feito por morador devido ao corte já pré-fabricado pelo sistema

JETCASA® para colocação de aparelho ar-condicionado modelo ACJ na parede

quarto. ....................................................................................................................... 53

Page 9: SISTEMA JET CASA

LISTA DE TABELAS

Tabela 2. 1 - Ações humanas, ações naturais, desastres naturais e desastres de

causas humanas. ...................................................................................................... 19

Tabela 2. 2 - Classificação das principais causas de fissurações em paredes ........ 20

Tabela 2. 3 - Classificação das principais causas de fissurações em paredes

(continuação) ............................................................................................................. 21

Tabela 2. 4 - Fissuras por sobrecargas ..................................................................... 24

Tabela 2. 5 - Fissuras causadas por variações térmicas. ......................................... 25

Tabela 2. 6 - Fissuras causadas por retração-expansão. ......................................... 26

Tabela 2. 7 - Fissuras causadas por deformação de elementos da estrutura de

concreto..................................................................................................................... 27

Tabela 2. 8 - Fissuras causadas por recalque de fundações. ................................... 28

Tabela 2. 9 – Fissuras causadas por reações químicas. .......................................... 28

Tabela 2. 10 – Fissuras causadas por detalhes construtivos. ................................... 28

Tabela 3. 1 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto ao conforto

térmico, lumínico, acústico e quanto ao tamanho da casa. 34

Tabela 3. 1 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto ao conforto

térmico, lumínico, acústico e quanto ao tamanho da casa. (CONTINUAÇÃO) ......... 35

Tabela 3. 2 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto à estrutura.

.................................................................................................................................. 35

Tabela 3. 2 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto à estrutura.

(CONTINUAÇÃO) ..................................................................................................... 36

Page 10: SISTEMA JET CASA

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Page 11: SISTEMA JET CASA

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 9

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 9

1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ..................................................................................... 10

1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 11

1.3.1 Objetivo geral .......................................................................................... 11

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 11

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 12

2.1 HABITAÇÕES POPULARES ................................................................................... 12

2.2 O SISTEMA JET CASA ...................................................................................... 13

2.2.1 Processo construtivo do JET CASA ........................................................ 13

2.3 PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................................... 18

2.4 PATOLOGIA EM ALVENARIAS DE VEDAÇÃO ........................................................... 19

2.5 TIPOS DE PATOLOGIAS EM VEDAÇÕES ................................................................. 21

2.5.1 Fissuras e Trincas ................................................................................... 21

2.5.2 Umidade .................................................................................................. 29

2.5.3 MANCHAS .............................................................................................. 32

2.5.4 EFLORESCÊNCIAS ................................................................................ 32

2.5.5 MICROORGANISMOS ............................................................................ 33

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA .............................................................................. 34

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................ 34

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DE RESULTADOS .......................................................... 37

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................ 37

4.2 DIAGNÓSTICO QUANTO À PERCEPÇÃO DO MORADOR ............................................ 38

4.3 DIAGNÓSTICO QUANTO AO APARECIMENTO DE PATOLOGIAS .................................. 43

4.3.1 Confiança na estrutura ............................................................................ 45

4.3.2 Realização de manutenções ................................................................... 46

4.3.3 Dificuldades encontradas para realizações de reformas, acréscimos ou

alterações ........................................................................................................... 47

4.3.4 Surgimento de Fissuras ........................................................................... 48

4.3.5 Fissuras nas esquadrias .......................................................................... 48

4.3.6 Fissuras hidrossanitárias ou elétricas ...................................................... 49

4.3.7 Ruídos ou estalos .................................................................................... 50

Page 12: SISTEMA JET CASA

4.3.8 Mofo ou bolor .......................................................................................... 51

4.3.9 Umidade .................................................................................................. 52

4.3.10 Paredes descascando ......................................................................... 52

4.3.11 Alteração na pintura das paredes ........................................................ 52

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 55

Page 13: SISTEMA JET CASA

9

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

Este capítulo tem a intenção de apresentar o contexto no qual a pesquisa está

inserida e que justifica a sua realização, além de apontar o objetivo geral e os objetivos

específicos.

Contextualização do tema

A criação de sistemas alternativos em substituição aos convencionais visam

atender as necessidades da população, incluem principalmente construções em curto

prazo e baixo custo de produção e com diminuição de desperdício no decorrer da

execução da obra.

Com isso, muitos sistemas alternativos têm sido utilizados, visando além da

qualidade, a rapidez de construção e a economia. O sistema construtivo JET CASA®,

tem sido a realização dos sonhos de muitas famílias, pois além de ter um custo não

tão elevado quanto de um sistema construtivo convencional, ele é executado com uma

rapidez praticamente impossível aos sistemas mais comuns.

Portanto, de acordo com a norma NBR 15575 em vigor desde julho de 2013,

as novas construções devem obedecer a uma série de regras, regras estas que

determinam a qualidade da edificação, seu conforto ambiental, relacionados ao

desempenho térmico, acústico e lumínico, a sustentabilidade e durabilidade, entre

outras.

Esta norma refere-se aos sistemas que compõem edificações habitacionais,

independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo

utilizado. O foco desta norma está nas exigências dos usuários para o edifício

habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na

prescrição de como os sistemas são construídos.

O sistema Jet-casa se baseia na produção industrializada de elementos como paredes, lajes e fundação pré-fabricados. O produto JET CASA destina-se à construção de paredes de casas térreas isoladas ou geminadas e sobrados isolados ou geminados. Composto por paredes estruturais constituídas de painéis pré-fabricados mistos de concreto armado e blocos cerâmicos, e das ligações entre os painéis, deve atender às especificações da norma da mesma forma dos sistemas construtivos convencionais.(SANTOS, 2014, p.15).

Page 14: SISTEMA JET CASA

10

Com o crescente investimento, tanto por parte do setor público quanto do setor

privado, em construções rápidas, padronizadas, com grandes repetições, e que

tenham uma boa relação custo-benefício, a questão dodesempenho dessa construção

após a finalização, ou seja, quando já estará sendo usada para o fim que foi

construída, ainda é pouco abordada.

Devido a maior velocidade de construção e pouco conhecimento do

funcionamento do sistema, os problemas pós-obra vêm sendo cada vez maiores, por

ser um sistema pouco comum, ainda há decadência no mercado de profissionais que

saibam como lidar com esses problemas, o que torna a habitação incompatível com

as requisições da norma de desempenho.

Justificativa do tema

A construção civil ao longo dos anos vem passando por um processo de

melhorias e avanços consideráveis. Uma dessas melhoras é a industrialização dos

processos construtivos. Casas pré-fabricadas são construídas com os mesmos

materiais que as tradicionais, num ambiente controlado de uma fábrica onde a

qualidade é superior a qualquer construção artesanal.

Alguns fatores confirmam essa superioridade. Não há custos extras e

desperdícios, existe uma maior velocidade na entrega da edificação e principalmente

praticidade ao longo do processo. De acordo com Brito (2006), aliando-se esses novos

processos e todas essas qualidades ao segmento de habitações de interesse sociais,

geraria uma melhora significativa em um grave problema público que é a falta de

moradia.

OLIVEIRA(2006) relata a inclusão e a participação das construções pré-

fabricadas em conjunto com os governos em relação aos planos habitacionais nos dia

atuais. E apesar da constatação ser vista só agora, na Europa após guerras civis

foram adotados sistemas construtivos que atendessem aos planos e políticas

habitacionais, onde as edificações, que são habitadas até hoje, tivessem segurança

e qualidade (SOUZA, 2008).

Assim, é necessária a utilização de processos que ocorrem de forma industrial,

seriada, nos fabricantes ou no próprio local do empreendimento para que haja

otimização de tempo, redução em patologias decorrentes de falhas durante a

Page 15: SISTEMA JET CASA

11

execução da construção, e principalmente das ocorridas após a construção, entre

outras, melhora na qualidade da construção e a redução de desperdícios e

principalmente de custo. Esse último com uma maior ênfase, principalmente quando

a fabricação dos painéis está vinculada com política habitacional.

Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar as patologias apresentadas em paredes pré-moldadas em alvenaria de

vedação (JET-CASA®), sob ótica da norma de desempenho NBR 15.575.

1.3.2 Objetivos específicos

Analisar a satisfação do morador referente a qualidade da moradia,

analisando dimensão dos ambientes, iluminação, ventilação e

segurança de acordo com o ponto de vista do mesmo;

Analisar e quantificar as ocorrências de patologias;

Verificar a causa das patologias;

Estudar as consequências das patologias encontradas.

Page 16: SISTEMA JET CASA

12

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo estão apresentados características do sistema construtivo,

características do sistema habitacional popular, detalhes de construção, tanto do

sistema de pré-moldados, quanto das residências finais. São apresentados também

as conformidades do sistema construtivo com a norma de desempenho NBR 15.575.

Habitações populares

Abiko (1995) diz que habitação popular corresponde a um termo genérico que

define uma determinada solução de moradia destinada a população de baixa renda.

Além desta denominação genérica pode-se encontrar outras como: habitação

subnormal, habitação de interesse social ou habitação social, habitação de baixo

custo e habitação para população de baixa renda.

Ainda segundo o mesmo autor, a promoção pública impulsionada pela

criação de programas de moradia, também configura-se como forma de manifestação

de habitação popular. Este é o tipo de solução habitacional mais tradicional e refere-

se à construção de unidades como casas, apartamentos, entre outros, prontos para

morar em conjuntos habitacionais que são vendidos posteriormente à população.

Um dos maiores exemplos de programas habitacionais já criados é o

PMCMV - Programa Minha Casa Minha Vida, financiado com recursos FAR - Fundo

de Arrendamento Residencial, administrado pelo MCidades - Ministério das Cidades

e operacionalizado pela CEF - Caixa Econômica Federal.

O programa foi lançado em março de 2009 com intuito de criar mecanismos de

incentivo à produção e aquisição de 1 milhão de moradias. De acordo com

informações contidas no site da Caixa Econômica Federal, atualmente a meta é de 2

milhões de novas moradias para famílias com renda bruta mensal de até R$ 5.000,00.

O programa também contempla, entre outras diretrizes, a aquisição de terreno e

produção de empreendimentos habitacionais vinculados a intervenções inseridas no

PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, para reassentamento,

remanejamento ou substituição de unidades habitacionais.

Conforme dados contidos no portal da AECWEB - Portal da Arquitetura,

Engenharia e Construção, os programas de habitação popular representam hoje um

Page 17: SISTEMA JET CASA

13

dos principais meios de desenvolvimento econômico e infraestrutura do país e em

especial o PMCMV, que intensificou o crescimento do setor de construção civil,

gerando empregos, oportunidades, qualidade de vida, além de representar 9% do PIB

- Produto Interno Bruto.

Visando minimizar os gastos com implantação e infraestrutura urbana, os

conjuntos habitacionais são construídos seguindo um projeto padrão, gerando

edificações com características repetitivas e monótonas. Com a elevação dos custos

da construção civil, os conjuntos habitacionais tem se tornado cada vez menores e

também atendendo a faixas de renda mais elevadas.

Neste contexto surge o desenvolvimento e popularização dos sistemas

construtivos que visam, entre outros, velocidade construtiva e redução de despesas

onerosas, como por exemplo, o sistema construtivo criado pela Jet casa, denominado

sistema construtivo Jet Casa.

O sistema JET CASA

Localizada na cidade de São José do Rio Preto (SP), a empresa JET-CASA

atua no ramo da construção civil desde 1998 e a partir de 2010 passou a fazer parte

do grupo PDG REALTY, considerada uma das maiores construtoras e incorporadoras

da América Latina.

Através da criação do sistema construtivo JET-CASA®, a empresa modificou e

industrializou a construção civil convencional por meio da fabricação de painéis

estruturados, armados e autoportantes, com esquadrias metálicas instaladas,

tubulações hidráulicas e elétricas embutidas, lajes, oitões e fundações pré-fabricadas,

graças ao desenvolvimento de uma linha de produção dentro do canteiro de obras do

empreendimento ou confeccionadas em fábrica.

A tecnologia, equipamentos e materiais necessários à construção dos painéis,

como trilhos, pórticos, formas e moldes são fornecidos e entregues à construtora, além

do treinamento e acompanhamento técnico. A execução do processo não é realizada

pela JET-CASA, cabendo à construtora ou incorporadora esta responsabilidade.

2.2.1 Processo construtivo do JET CASA

Page 18: SISTEMA JET CASA

14

Segundo Villar (2005), durante a execução do sistema Jet Casa monta-se uma

linha fixa de produção horizontal na fábrica ou no próprio canteiro, variando de acordo

com a quantidade de residências a serem construídas e localização da obra,

utilizando-se pouca mão de obra quando comparado ao sistema de alvenaria

convencional.

Peppe e Brandt (2009) afirmam que o sistema construtivo Jet Casa é destinado

à produção industrializada de elementos essenciais à construção civil como paredes,

lajes e fundações pré-fabricadas que serão utilizadas na construção de unidades

habitacionais. As paredes são soldadas entre si e sobre elas são colocados os oitões

e lajes, como pode ser observado nas Figuras 2.1(a) e 1(b) respectivamente. As

estruturas por sua vez apoiam-se na fundação que usualmente podem ser do tipo

radier, sapata isolada, estaca pré-moldada de concreto e estaca escavada.

Figura 2. 1 – a) Soldagem das paredes; b) Laje sobre parede.

Fonte: VILLAR, 2005.

Ainda segundo os mesmos autores, os painéis são constituídos por blocos

cerâmicos vazados com oito furos quadrados, concreto, aço e argamassa na

configuração das nervuras e juntas. As tubulações elétricas e hidráulicas são

embutidas no painel, assim como as caixas elétricas, conexões e esquadrias (Figura

2.2).

A base dos blocos justapostos é preenchida com argamassa para evitar o

desperdício de concreto por meio de infiltração nos furos quando concretados.

Figura 2. 2 - Painel Jet Casa

Page 19: SISTEMA JET CASA

15

Fonte: SANTOS, 2014.

Em relação ao aço utilizado, destacam-se três tipos de nervuras: nervuras

horizontais, verticais e treliças nervuradas. As primeiras funcionam como vergas e

contra-vergas quando existem aberturas. A segunda deve resistir às solicitações que

ocorrem quando a estrutura é levantada e a terceira montada em todo perímetro do

painel serve como reforço estrutural.

Após o término da montagem dos insumos e da soldagem das armaduras dos

painéis, são soldadas as ferragens de içamento nas treliças nervuradas. Santos

(2014) diz que após a modulação e disposição dos materiais na forma, ocorre o

preenchimento das nervuras com concreto e das juntas com argamassa.

Com o painel ainda na horizontal, a estrutura recebe um revestimento de

argamassa sobre base de chapisco rolado em uma de suas faces para então ser

nivelada e impermeabilizada (VILLAR, 2005), conforme pode ser observado a seguir

na Figura 2.3.

Figura 2. 3 - Aplicação de chapisco rolado e argamassa.

Fonte: Governo de Mato Grosso, 2004.

Page 20: SISTEMA JET CASA

16

Ainda segundo Santos (2014) e após um período mínimo de 12 horas ocorre a

desforma e içamento dos painéis. Com o painel na vertical a outra face é chapiscada

e rebocada.

Posteriormente à fabricação e cura, os painéis são levados até o local de

montagem e dispostos em cavaletes metálicos, seguindo a ordem em que serão

utilizados conforme especificado em projeto. O primeiro painel é posicionado e fixado

sobre a fundação com auxílio de caminhão munck. Com ajuda de um operário, o painel

é preso com uma mão francesa metálica e através de parafusos existentes na mesma

o nível e prumo são ajustados. Coloca-se o segundo painel na posição indicada em

projeto e verifica-se o nível e prumo, deixando um espaço de 1 cm para união por

solda nas cantoneiras superiores, conforme demonstrado na Figura 2.4.

Figura 2. 4 - Soldagem superior do painel.

Fonte: SINDUSCONPR, 2010.

Quando todos os painéis são montados, executa-se a soldagem das barras de

ferro laterais existentes em cada painel. As quatro soldagens garantem a imobilização

da estrutura e recebem uma demão reforçada de fundo anticorrosivo à base de resina

sintética (VILLAR, 2005).

Em seguida os espaços vazios existentes entre os painéis são preenchidos

com graute e então se colocam as lajes e oitões. As lajes são unidas às paredes

através de cantoneiras metálicas que serão soldadas e preenchidas com argamassa.

Os oitões também são travados na laje por meio de solda e assentados com

argamassa.

Concluídas as etapas de fabricação e montagem no destino final da estrutura,

inicia-se o processo de acabamento com aplicação de massa corrida para pintura,

assentamento do piso e colocação dos azulejos.

Page 21: SISTEMA JET CASA

17

Por trabalharem como elementos de função estrutural e vedação, os painéis,

lajes e oitões, também chamados de estruturas autoportantes, não podem sofrer

alterações sem qualquer estudo prévio. As mudanças na estrutura como demolição,

abertura de vãos, rasgos na alvenaria, entre outros, caracterizados como etapas

futuras, devem ser previstos durante a fase de elaboração do projeto, caso contrário,

as modificações podem comprometer a segurança estrutural de todo conjunto.

Recentemente foi concedido à empresa Jet Casa e sob coordenação do

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Comitê técnico e

Comissão Nacional, a renovação “A” do Documento de Avaliação Técnica (DATec) nº

008, com validade até Agosto de 2016, como pode ser observado na Figura 2.5

abaixo.

Figura 2. 5 - Capa do DATec Nº 008A

Fonte: PBQP-H, 2014.

O documento, entre outros existentes, faz parte de um dos projetos do

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), conhecido

como Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (SINAT), com objetivo de avaliar os

novos produtos e tecnologias utilizados nos processos de construção.

Quando não existem normas técnicas prescritivas específicas e aplicáveis ao

produto, o SINAT busca suprir provisoriamente esta lacuna de normalização técnica,

avaliando os produtos não contemplados por normas, estimulando a inovação e

desenvolvimento de alternativas tecnológicas relacionadas ao setor da construção

civil.

Foram avaliados diversos itens a partir da análise projetos, ensaios

laboratoriais, verificações analíticas do comportamento estrutural, vistoria em obras e

Page 22: SISTEMA JET CASA

18

demais avaliações constantes no Relatório Técnico e de ensaios citados no item 6.2

da referida DATec Nº 008ª, no que diz respeito ao desempenho estrutural,

estanqueidade à água, desempenho térmico, desempenho acústico, durabilidade e

manutenibilidade e segurança ao fogo, além de auditorias realizadas nas unidades de

produção, nas obras em execução e nos empreendimentos já entregues. Os

resultados das auditorias apresentaram conformidade com as diretrizes especificadas

pelo SINAT, segundo consta no documento supracitado.

Patologia na Construção Civil

Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.(HELENE, 1992).

Segundo Pina (2013) as patologias são um aglomerado de manifestações

patológicas que podem acontecer durante a execução das edificações, ou ao longo

dos anos de sua utilização, que prejudique o funcionamento previsto. As patologias

podem originar-se ainda na fase de concepção, devidos a erros de projeto e até na

fase de ocupação do imóvel, causadas pelos usuários.

Francisco Maia Neto (2011) diferencia as expressões patologia e manifestação

patológica. Enquanto a primeira se refere ao estudo que busca explicar a existência

de tudo que envolve a degradação de uma edificação; a segunda se refere a um

aglomerado de teorias que explicitam o mecanismo de degradação e a causa.

Tomando um exemplo prático, a manifestação patológica seria uma fissura, e a

patologia estuda as origens, a natureza, o mecanismo de ocorrência, causas e

consequências da citada manifestação patológica.

No texto de Souza e Rieper (1998), tanto os custos como as dificuldades

técnicas para a recuperação de falhas que se originam na fase de concepção e

projeto, aumentam conforme a estrutura vai sendo construída. Assim, após a obra

pronta, a falha surgida na etapa de concepção, encarecerá muito mais a construção,

do que um erro que possa aparecer na fase de utilização, no final do processo.

Os problemas patológicos apresentam manifestações externas características,

a partir da qual pode-se deduzir qual a natureza, a origem e os mecanismos dos

fenômenos envolvidos, assim como pode-se estimar suas prováveis consequências.

Page 23: SISTEMA JET CASA

19

Esses problemas são evolutivos e tendem a agravar-se com o passar do tempo

(HELENE, 1992).Segundo Silva (2002) podemos resumir os grupos de causas

indicados em quatro, estes não são exclusivos das paredes e confundem-se com as

manifestações ou as disfunções, numa perspectiva mais lata, como se descreve na

Tabela 2.1.

Tabela 2. 1 - Ações humanas, ações naturais, desastres naturais e desastres de causas humanas.

CAUSAS E AGENTES DE PATOLOGIAS NÃO ESTRUTURAIS

TIPO DE CAUSA FASE AGENTE

Humanas

Na fase de concepção e

projeto

Ausência de projeto

Má concepção

Inadequação ao ambiente (geotécnico , geofísico,Climático )

Inadequação a condições técnico-econômicos

Informação insuficiente

Escolha ou quantificação inadequada de ações

Modelos de análise ou de dimensionamento incorretos

Pormenorização deficiente

Erros numéricos ou enganos de representação

Na fase de execução

Má qualidade dos materiais

Despreparo da mão de obra

Má interpretação do projeto

Ausência ou deficiência de fiscalização

Na fase de utilização

Ações excessivas face ao projeto

Alteração das condições de utilização

Remodelação e alterações mal estudadas

Degradação dos materiais (deterioração anormal)

Ausência, insuficiência ou inadequação da manutenção

Naturais

Ações Físicas

Gravidade

Variações de temperatura

Temperaturas extremas

Vento (pressão, abrasão, vibração)

Presença da água (chuva, neve, umidade do solo)

Efeitos diferidos (retração fluência, relaxação)

Ações químicas

Oxidação

Carbonatação

Presença de água

Presença de sais

Chuva ácida

Reações eletroquímicas

Radiação solar (ultra-violetas)

Ações biológicas

Vegetais (raízes, trepadeiras, líquenes, bolores, fungos)

Animais (vermes, insetos, roedores, pássaros)

Desastres naturais

Sismo, ciclone, tornado

Trovoada, cheia, tempestade marítima, tsunami

Avalanche, deslizamento de terras, erupção vulcânica

Desastres de causas humanas Fogo, explosão, choques, inundações

FONTE: Silva, 2002.

Page 24: SISTEMA JET CASA

20

Patologia em Alvenarias de Vedação

De acordo com Silva (2002), patologia não-estrutural é aquela que corresponde

a paredes das quais não depende diretamente a estabilidade de outros elementos

construtivos. Os defeitos das paredes não-estruturais resultam do deficiente

desempenho ou interação dos elementos estruturais confinantes ou de suporte e para

as ações mecânicas externas ou internas, a que está sujeita a parede, e que põem

em causa a sua própria estabilidade, mesmo que haja sua ruína não haverá

consequências para outros elementos construtivos.

Uma das patologias mais ocorrentes em painéis de alvenaria convencional são

as fissuras. Na Tabela 2.2, resumem-se as causas técnicas da fissuração de paredes

de alvenaria não estrutural. Estas causas são observáveis em paredes correntes

executadas com os mais diversos materiais, mas é possível identificar um número

reduzido de patologias que são exclusivas ou têm manifestações particulares de

alguns tipos de materiais (SILVA, 2002).

Tabela 2. 2 - Classificação das principais causas de fissurações em paredes

CLASSIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS CAUSAS DA FISSURAÇÃO EM PAREDES

CAUSAS DE FENÔMENOS DE FISSURAÇÃO

ASPECTOS PRESENTES

Movimentos das fundações – recalques diferenciais

Acomodação diferenciais de fundações diretas

Variação do teor de umidade dos solos argilosos

Heterogeneidade e deficiente compactação de aterros

Ação de cargas externas – atuação de sobrecargas

Concentração de cargas e esforços

Deformação da parede devido a deformabilidade excessiva das estruturas

Pavimento inferior mais deformável que o superior

Pavimento inferior menos deformável que o superior

Pavimento inferior e superior com deformação idêntica

Fissuração devida à deformação de consolos

Fissuração devida à rotação do pavimento no apoio

Variações térmicas

Fissuração devida aos movimentos das coberturas

Fissuração devida aos movimentos das estruturas reticuladas

Fissuração devida aos movimentos da própria parede

Variações de umidade

Movimentos reversíveis e irreversíveis

Fissuração devido à variação do teor de umidade por causas

externas

Fissuração devido à variação natural do teor de umidade dos

materiais

Fissuração devida à retração das argamassas

Fissuração devida à expansão irreversível do tijolo

Alterações químicas

Hidratação retardada da cal

Expansão das argamassas por ação dos sulfatos

Corrosão de armaduras e outros elementos metálicos

Ação do gelo Fissuração devido a condições climáticas muito desfavoráveis

Page 25: SISTEMA JET CASA

21

Tabela 2. 3 - Classificação das principais causas de fissurações em paredes (continuação)

FONTE: Silva, 2002.

Tipos de Patologias em vedações

2.5.1 Fissuras e Trincas

As fissuras ocupam o primeiro lugar na sintomatologia das alvenarias de

vedações. A identificação das fissuras e de suas causas é determinante para a

definição do tratamento da alvenaria, tais como sua configuração, abertura,

espaçamento e, se possível, a período em que foram formadas. Assim podem servir

como elementos para diagnosticar sua origem. Considerando-se as diferentes

propriedades mecânicas e elásticas dos constituintes da alvenaria, e em função das

solicitações atuantes, as fissuras poderão ocorrer nas juntas de assentamento

(argamassa de assentamento vertical ou horizontal) ou seccionar os componentes da

alvenaria (blocos vazados de concreto).

A fissura, de uma forma geral, é uma patologia importante devido a três

aspectos:

a) O aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;

b) Comprometimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade à água,

durabilidade, isolação acústica, entre outros); e

c) Constrangimento psicológico que a fissuração do edifício exerce sobre os

usuários (THOMAZ, 1989; ACI 224, 1998).

As fissuras e trincas são patologias com ocorrências muito comuns em

edificações e suas localizações mais frequentes estão representadas na Figura 2.6.

Fissuração devida à vulnerabilidade dos materiais

Outros casos de fissuração

Ações acidentais (sismo, incêndios e impactos fortuitos)

Retração da argamassa e expansão irreversível do tijolo

Choque térmico

Envelhecimento e degradação natural dos materiais e das

estruturas

Paredes de blocos de betão (situações particulares)

Revestimentos

Paredes com funções estruturais

Page 26: SISTEMA JET CASA

22

Figura 2. 6 - Principais tipos de fissuras ou trincas encontradas em uma edificação

FONTE: Ebatanaw (2001)

A fissuração ocorre das mais variáveis situações, como o uso inadequado de

materiais, erros nos dimensionamentos dos elementos estruturais e dos constituintes

das alvenarias, movimentações térmicas (que também pode ser considerado como

um erro no dimensionamento) e contraditoriamente devido à evolução da engenharia.

Com a eficácia dos cálculos estruturais e a utilização de concretos mais resistentes,

as estruturas estão ficando mais esbeltas, o que implica em uma menor rigidez dos

elementos estruturais, fazendo com que as movimentações sejam maiores nos panos

de alvenarias, ocasionando assim as fissuras. (CYRINO,2012).

As fissuras em alvenarias podem ser classificadas por várias diretrizes, como

aberturas, atividade, formas, causas, direções, tensões, tipo e outros.

Bidwell (1977 apud DUARTE 1988) classifica em seu trabalho os tipos de

fissura, sendo:

Quanto a abertura as fissuras podem ser classificadas em finas com abertura

inferior a 1,5mm, médias entre 1,5mm a 10mm e largas superior a 10mm.

Quanto a atividade as fissuras podem ser definidas como ativas quando

apresentam variações na abertura em um certo intervalo de tempo, podendo ser

cíclicas no caso de variação térmica ou crescente como as causadas por recalque.

Quanto à forma elas podem ser isoladas ou disseminadas. Isoladas quando

seguem uma direção predominante como por exemplo acompanhando as juntas de

argamassa e disseminadas apresentando redes de fissuras, esta última mais comum

em revestimento.

Page 27: SISTEMA JET CASA

23

Thomas (1989) também classificou as fissuras que são ocasionadas por um

fenômeno causador podem ser agrupadas da seguinte maneira:

Por sobrecargas, ocasionada por carregamento excessivo;

Variações de temperatura;

Retrações e expansões;

Deformações de elementos estruturais;

Recalque de fundações;

Reações químicas;

Detalhes do processo construtivo;

Segundo TAGUCHI (2010, apud ELDRIDGE, 1982) as fissuras em alvenarias

apresentam-se de diferentes formas, podendo ser ortogonais à direção dos esforços

de tração atuantes, manifestam-se em paredes de alvenaria sob forma de fissuras de

direção predominantemente vertical, horizontal ou inclinada.

Trinca horizontal: o adensamento da argamassa de assentamento dos tijolos

ou blocos, falta de amarração da parede com a viga superior, retração das lajes ou

ainda dilatação térmica de laje de cobertura (alvenaria estrutural); encunhamento

precoce da alvenaria, falta de amarração da parede com a viga superior ou retração

das lajes (fissuras próximas do teto); recalque da base; ascensão capilar por causa

da deficiência ou falta de impermeabilização da base (fissuras horizontais próximas

do piso) ou ainda a expansão da argamassa de assentamento; Fissuras nas paredes

em direções aleatórias: podem ser devido à falta de aderência da pintura, retração da

argamassa de revestimento, retração da alvenaria ou falta de aderência da argamassa

à parede;

Trincas inclinadas nas paredes são sintomas de recalques de fundações;

fissuras inclinadas que se iniciavam nos cantos das portas e janelas, que além de

recalque podem ser ocasionadas por ausência de vergas ou contra vergas ou por

concentração de tensões (atuação de sobrecargas).

A trinca vertical na parede é causada, geralmente pela falta de amarração da

parede com algum elemento estrutural como pilar ou outra parede que nasce naquele

ponto do outro lado da parede; quando a resistência à tração dos componentes é igual

ou inferior à da argamassa ou por retração da alvenaria (retração da argamassa de

Page 28: SISTEMA JET CASA

24

assentamento por causa do tipo e composição química do cimento, natureza e

granulometria dos agregados, dentre outros).

No caso de fissuras horizontais, pode-se atribuir esta patologia à expansão da

argamassa de assentamento. Em fissuras mapeadas, a retração da argamassa por

excesso de finos de agregado, cimento como único aglomerante ou água de

emassamento são também causas prováveis (CINCOTTO, 1989; CINCOTTO et al,

1995).

Nas Tabelas de 2.4 a 2.10 relacionadas abaixo apresentam um resumo das

diferentes configurações das fissuras ocorridas em alvenarias e as prováveis causas

geradoras de cada uma destas tipologias (CASTRO, 2007).

Tabela 2. 4 - Fissuras por sobrecargas

FONTE: Castro(2007)

Sobrecargas Fissuras causadas por sobrecargas

Fissuras verticais induzidas por

sobrecargas

Fissuras horizontais causadas por

sobrecargas

Fissuras cuasadas por sobrecargas

em apoios

Fissuras verticais induzidas por

sobrecargas

Fissuras em torno das aberturas

Page 29: SISTEMA JET CASA

25

Tabela 2. 5 - Fissuras causadas por variações térmicas.

FONTE: Castro(2007)

Térmicas Fissuras por variação de temperatura

Fissuras de destacamento da platibanda

por movimentação térmica

Fissuras de destacamento devido a

movimentação térmica da estrutura

Fissuras verticais devido a

movimentação térmica da alvenaria

Fissuras horizontais devido a

movimentação térmica da laje

Fissuras inclinadas devido a

movimentação térmica da laje

Fissuras inclinada em paredes

transversais devido a movimentação

térmica da laje

Fissuras verticais devido a

movimentação térmica da laje

Fissuras em torno das aberturas devido a

movimentação térmica da estrutura

Page 30: SISTEMA JET CASA

26

Tabela 2. 6 - Fissuras causadas por retração-expansão.

FONTE: Castro(2007)

Retração - Expansão Fissuras por retração e expansão

Fissuras horizontais por expansão da

alvenaria

Fissuras verticais por expansão da

alvenaria

Fissuras verticais em paredes por

retração de lajes

Fissuras de destacamento de paredes de

alvenaria por retração

Fissuras verticais em paredes por

retração da alvenaria

Fissuras horizontais devido a retração de

laje

Fissuras na base da parede por retração

da laje

Page 31: SISTEMA JET CASA

27

Tabela 2. 7 - Fissuras causadas por deformação de elementos da estrutura de concreto.

FONTE: Castro (2007)

Deformações Fissuras por deformações de elementos estruturais

Fissuras em paredes por deformações do apoio

Fissuras em paredes com abertura por deformação

da estrutura

Fissuras em paredes por deformações da viga

superior

Fissuras em paredes por deformações das vigas de

apoio e superior

Fissuras horizontais em paredes por deformação da

laje de cobertura

Fissuras em paredes por deformação de balanços

Page 32: SISTEMA JET CASA

28

Tabela 2. 8 - Fissuras causadas por recalque de fundações.

FONTE: Castro (2007).

Tabela 2. 9 – Fissuras causadas por reações químicas.

FONTE: Castro (2007).

Tabela 2. 10 – Fissuras causadas por detalhes construtivos.

FONTE: Castro (2007).

Recalque de

fundaçõesFissuras causadas por recalque de fundações

Fissuras verticais em peitoris por flexão

negativa

Fissuras verticais junto ao solo por ruptura de

fundações

Fissuras inclinadas em prédios estruturados

Fissuras por recalque de fundações seguindo

um eixo principal

Fissuras por recalque de fundações fora de um

eixo principal

Reações químicas Fissuras causadas por reações químicas

Fissuras horizontais por expansão da

argamassa

Detalhes construtivos Fissuras causadas por detalhes construtivos

Fissuras por deficiência da armação

Fissuras por ancoragem de elementos

construtivos

Page 33: SISTEMA JET CASA

29

2.5.2 Umidade

De acordo com Taguchi (2010) as manifestações mais comuns referentes aos

problemas de umidade em edificações são mancha de umidade, corrosão, bolor,

fungos, algas, líquens, eflorescências, descolamentos de revestimentos, friabilidade

da argamassa, fissuras e mudança de coloração dos revestimentos. Dentre os

mecanismos que podem gerar umidade nos materiais de construção, sendo os mais

importantes os relacionados a seguir:

a) Absorção capilar de água;

b) Absorção de água de infiltração ou de fluxo superficial de água;

c) Absorção higroscópica de água;

d) Absorção de água por condensação capilar;

e) Absorção de água por condensação.

A infiltração de água pode ser agravada pela ação combinada do vento e da

chuva dependendo da direção e intensidade de ambos, e as condições de exposição

da alvenaria. Eventuais anomalias, principalmente fissuração da parede, irão

contribuir sobremaneira na gravidade das manifestações patológicas decorrentes

(TAGUCHI, 2010).

Na fase de projeto é necessário analisar os seguintes itens, visando a minimizar

os efeitos advindos da penetração de umidade: - orientação das fachadas em relação

aos ventos predominantes; detalhes arquitetônicos e técnicos das fachadas e muros,

tais como frisos, pingadeiras, rufos e contra-rufos, beirais, platibandas, tipo de

cobertura e respectivos detalhes, juntas de movimentação ou de controle em paredes

muros externos e respectivos materiais de selagem das mesmas; intensidade e

duração das precipitações na região da edificação; conhecimento das propriedades

dos materiais constituintes das alvenarias, quanto à higroscopicidade, porosidade e

absorção d’água.

A infiltração de água pelas juntas de assentamento pode acontecer por falhas

na argamassa de assentamento, na interface argamassa/bloco vazado de concreto e

pela própria argamassa de assentamento.

Page 34: SISTEMA JET CASA

30

Tabela 3 – Principais causas das infiltrações em alvenarias.

FONTE: Taguchi, 2010.

Rocha (1996) descreve que quando existem fissuras em revestimentos de

argamassa, a água da chuva que penetra no emboço é aprisionada no seu interior,

não conseguindo sair com a mesma rapidez que entrou, pois encontra barreiras na

película de tinta, causando pressões nessa película com o rompimento e inchaço da

pintura.

Segundo Taguchi (2010, apud ROCHA, 2003) entre os mais graves

inconvenientes é quando essa água congela; o que faz com que seu volume aumente

exercendo uma forte pressão sobre a superfície dos poros, provocando a separação

de partes superficiais, cada vez mais profundas, de material pétreo e de ligante.

A permanência dessa água pode ainda ocasionar fenômenos secundários

quando comparados com a degradação, por exemplo, a resistência à transmissão do

calor reduz-se para metade, em função da quantidade de água contida, com os bens

notados inconvenientes de natureza higiênica e econômica como bolores, despesas

com aquecimento e outros.

Em conjunto com outros compostos de natureza química ou orgânica existentes

nas alvenarias, na atmosfera ou no subsolo, pode provocar a formação de manchas

ou de eflorescências, as quais, a longo prazo, provocam o destacamento de materiais

dos paramentos.

Danos típicos provocados pela umidade ascendente Taguichi (2010, apud

ARAÚJO, 2003):

a) Manchas na base das construções;

PRINCIPAIS CAUSAS DAS INFILTRAÇÕES EM ALVENARIAS

ANOMALIAS CAUSAS GERADORAS

Fissuras verticais contínuas na argamassa de assentamento;

Analisadas nos itens abaixo Fissuras horizontais e verticais (tipo escada);

Fissuras horizontais.

Fissuras na própria argamassa de assentamento

Retração hidráulica da argamassa. Argamassa excessivamente rígida. Baixa retenção de água pela

argamassa

Fissura na interface argamassa de assentamento e bloco cerâmico

Deficiência na execução: espessura elevada da argamassa maior que 10mm. Blocos excessivamente secos ou com contaminação. Argamassa com baixa

retenção de água.

Infiltração pela argamassa Argamassa preparada com excesso de água de

amassamento (elevada porosidade e permeabilidade à água).

Page 35: SISTEMA JET CASA

31

b) Destruição dos rebocos e da argamassa de ligação, pela formação de sulfatos

e pela sua consequente subida;

c) Formação de bolores;

d) Aumento da dispersão de calor proveniente do interior do edifício;

e) Alvenarias das paredes mais frias onde se verificam com muita facilidade

fenômenos de condensação;

f) Ambiente insalubre;

g) Destacamento das camadas superficiais em algumas pedras e no tijolo, por

efeito da cristalização de sais.

A figura abaixo apresenta algumas das umidades que ocorrem em alvenarias

e sua localização na mesma.

Figura 2. 7 - Tipos de umidade

FONTE:Quartzolit (2009).

Page 36: SISTEMA JET CASA

32

2.5.3 MANCHAS

Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e

eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem estar relacionadas aos

seguintes problemas:

- infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento;

- lavagem da fachada com solução de ácido muriático;

- excesso de água de amassamento da argamassa;

- presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro.

Para identificação dessas patologias deve-se efetuar uma inspeção visual em

toda a alvenaria, observando-se alterações como descoloração e perda do brilho,

manchas, descascamentos, esfarelamentos, eflorescências, gretamentos, entre

outros.

2.5.4 EFLORESCÊNCIAS

Segundo Taguchi (2010, apud GRANATO, 2005) a eflorescência é o resultado

da expulsão da água de infiltrações ocasionadas por intempéries, de forma que ocorra

a formação de depósitos salinos na superfície dos revestimentos, alvenarias, concreto

e argamassas.

Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais

alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou

parcialmente solúveis em água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais

são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na

formação de depósitos salinos.

A eflorescência altera a aparência do elemento onde se deposita e em alguns

casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação

profunda. A modificação no aspecto visual pode ser intensa, onde há um contraste de

cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação

branca do carbonato de cálcio sobre granito escuro. (GRANATO, 2005)

Page 37: SISTEMA JET CASA

33

2.5.5 MICROORGANISMOS

De acordo com Alucci et. al. (1985), o desenvolvimento de bolor ou mofo em

edificações tem maior ocorrência em regiões tropicais e podem ser considerados um

grande problema com importância econômica. O mofo provoca alteração na

superfície, exigindo na maioria das vezes a recuperação ou até mesmo a necessidade

de se refazer revestimentos gerando grandes gastos, conforme pode-se observar na

figura 2.8.

Figura 2. 8 - Manchas provocadas por microrganismos.

FONTE: Thomaz (1995).

Ainda conforme Alucci et. al. (1985), o aparecimento de bolor está diretamente

ligado à existência de umidade e é comum o emboloramento em paredes umedecidas

por infiltração de água ou vazamento de tubulações, que nada mais é do que uma

alteração que pode ser constatada macroscopicamente na superfície de diferentes

materiais, sendo consequência do desenvolvimento de microrganismos pertencentes

ao grupo dos fungos. A umidade um fator essencial para o desenvolvimento desses

microrganismos e precisam sempre de um teor de umidade elevado no material onde

se desenvolvem ou uma umidade relativamente alta no ambiente.

Page 38: SISTEMA JET CASA

34

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

Caracterização da Pesquisa

Para realização deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas

relacionadas ao sistema construtivo, à norma brasileira de desempenho, e

manifestações patológicas.

Foi realizado também um estudo de caso/campo, em um condomínio

habitacional, onde todas as construções foram feitas utilizando o sistema alternativo

JET-CASA®, localizado na cidade de Goiânia, no estado de Goiás.

Para este estudo, e análise de caso, foi levado em consideração clima da

região, cuidados pós-ocupação, tempo que o imóvel está habitado, se houve

modificações pós-ocupação ou não.

O questionário foi dividido em duas partes.

Nesta primeira etapa do questionário (Tabela 3.1), os moradores avaliavam de

modo geral o grau de satisfação quanto à comodidade interna, esboçando suas

opiniões sobre espaço, conforto acústico, conforto térmico e a iluminação dos

ambientes através de respostas concisas que pudesse proporcionar meios de coleta

de dados, de modo a resultar percentuais de satisfação considerando conceitos nos

parâmetros de Ótimo, Bom, Ruim ou Péssimo nas oito primeiras perguntas e questões

mais subjetivas, porém com o mesmo objetivo de fornecer percentual de respostas

padronizadas nas duas ultimas questões, totalizando dez perguntas.

Tabela 3. 1 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto ao conforto térmico, lumínico, acústico e quanto ao tamanho da casa.

ASPECTOS AVALIADOS

CONCEITOS

Muito satisfeito

Satisfeito Pouco

satisfeito Insatisfeito

1.Qual a sua satisfação em relação à sua casa

a) O tamanho dela?

b) O tamanho da cozinha?

c) O tamanho do banheiro?

d) O tamanho da sala?

e) O tamanho dos quartos?

CONFORTO LUMÍNICO

2.Como é a iluminação da sua casa durante o dia?

CONFORTO TÉRMICO

3.Como é a temperatura da sua casa no inverno?

Page 39: SISTEMA JET CASA

35

Tabela 3. 2 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto ao conforto térmico, lumínico, acústico e quanto ao tamanho da casa. (CONTINUAÇÃO)

ASPECTOS AVALIADOS

CONCEITOS

Muito Satisfeito

Satisfeito Pouco Satisfeito

Insatisfeito

4.Como é a ventilação da sua casa?

5.O que você acha do tamanho das janelas?

6.Você acha os ambientes úmidos?

CONFORTO ACÚSTICO

7.O que você acha da distância das janelas dos vizinhos em relação à sua privacidade?

8. O que acha do barulho vindo das áreas vizinhas ou externas?

9. De onde vem o barulho que lhe incomoda? ( ) som das casa vizinhas ( ) veículos pesados ( ) crianças na

vizinhança ( ) som de carros ( ) outra fonte ( ) não incomoda

10.Você já percebeu focos de umidade ou bolor na sua casa? ( ) Sim ( ) Não

FONTE: Arquivo pessoal.

Na segunda etapa foram verificados o sistema construtivo de alvenaria pré-

fabricada atende ao desempenho esperado pelo morador e principalmente ao

desempenho determinado pela norma, verificando também se o sistema é uma boa

alternativa para substituir a construção convencional, conforme questionário da

Tabela 3.2.

Tabela 3. 3 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto à estrutura.

ITENS ASPECTOS AVALIADOS Respostas Fotos?

OBSERVAÇÕES SIM NÃO SIM NÃO

1 Você acha a estrutura da casa

é confiável?

2 Foi necessário realizar alguma manutenção/revisão periódica

do sistema?

3

Você realizou alguma reforma ou acréscimo na construção.

Se sim, teve alguma dificuldade na reforma?

Qual a dificuldade?

4 Você já percebeu

trincas/fissuras nas paredes?

Em qual ambiente já ocorreu algum tipo de

trincas/fissuras?

5

Você já percebeu o aparecimento de

trincas/fissuras próximo à esquadrias?

Page 40: SISTEMA JET CASA

36

Tabela 3. 4 - Questionário Avaliativo de satisfação dos moradores, quanto à estrutura. (CONTINUAÇÃO)

ITENS ASPECTOS AVALIADOS Respostas Fotos?

OBSERVAÇÕES SIM NÃO SIM NÃO

6 Você já percebeu o aparecimento de trincas/fissuras próximo instalações

hidrossanitárias e elétricas?

7 Percebe algum tipo de ruído ou estalos nas

paredes ou teto?

8 Teve algum problema com instalações

hidrossanitárias ou elétricas?

9 Percebe pontos de mofo ou bolor nas

paredes?

10 Percebe umidade nos cômodos da casa?

11 As paredes da casa descascam, deixando o

reboco exposto?

12 Há alguma alteração na pintura das paredes?

FONTE: Arquivo pessoal.

Page 41: SISTEMA JET CASA

37

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados e analisados os resultados alcançados no

estudo de caso da pesquisa. Inicialmente, apresenta-se a descrição geral do

condomínio estudado. Após a caracterização do estudo, foi possível iniciar as etapas

de verificação das casas quanto a percepção do morador relacionado aos confortos

térmicos, acústico e lumínicos e posteriormente quanto ao aparecimento de

manifestações patológicas em vedações, por meio de gráficos e registros fotográficos.

Caracterização do empreendimento

A pesquisa foi realizada no condomínio Vale Da Lua, localizado no Setor

Parque Atheneu na cidade de Goiânia – GO, com o objetivo de avaliar as principais

patologias encontradas no sistema JETCASA® no pós-obra. Para a identificação dos

fatores, foi proposto um questionário avaliativo, onde os condôminos usuários deste

sistema respondiam e colocavam suas observações quanto ao grau de satisfação em

relação à estrutura física de sua residência.

Os dados coletados nesta pesquisa foram de fundamental importância por

poder garantir através de um conjunto de habitações, a relação entre Sistema

construtivo “novo” e Nível de Confiabilidade dos usuários ou consumidores do produto

desta técnica moderna de construção. A relação neste caso refletiu positivamente no

que se refere à existência de patologias construtivas e executivas, principalmente em

se tratando de modernizações e busca de novos métodos construtivos que tem como

objetivo a redução de custos, maior velocidade nas etapas de construção e viabilidade

técnica em sua implantação.

Este reflexo positivo se deu, pois percebemos que a maioria das respostas

foram satisfatórias por não haverem grande quantidade de incidências patológicas de

construção comumente encontradas nas edificações construídas por métodos

convencionais. Em uma amostragem de 13 residências pesquisadas de um total de

58 casas existentes no Condomínio Vale da Lua, praticamente 90% dos condôminos

se mostraram satisfeitos em relação às perguntas feitas sobre a qualidade de suas

habitações. A amostragem relativamente pequena em relação ao total de casas se

Page 42: SISTEMA JET CASA

38

deu, devido a restrições impostas pela síndica do condomínio em relação ao total de

residências abordadas para que houvesse o mínimo de incômodo aos moradores do

residencial. Porém, mesmo em se tratando de uma amostragem de 13 casas, obteve-

se dados e informações capazes de mensurar no condomínio como um todo as

patologias ou imperfeições existentes nas edificações deste residencial que adotou

em sua implantação construtiva um método relativamente novo e não convencional

no Brasil que é o sistema JETCASA®.

Diagnóstico quanto à percepção do morador

Esta etapa apresenta o diagnóstico da percepção do morador, o qual teve o

objetivo de verificar a satisfação quanto a qualidade da moradia, foram avaliadas as

questões dimensionais dos ambientes, questões sobre ventilação e iluminação natural

e quanto a segurança do setor.

Os gráficos a seguir relacionam as perguntas realizadas aos moradores quanto

ao grau de satisfação de cada um sobre as dimensões da casa como um todo e dos

principais ambientes dentro desta casa. Foi observado que os moradores estão entre

muito satisfeitos e satisfeitos com a dimensão da casa em geral, apresentando 76,6%

de satisfação e 23,4% de insatisfação conforme apresentado na Figura 4.1 , e podem

ser observados nos gráficos que estão satisfeitos quanto às dimensões da sala e dos

quartos (Figura 4.2 e Figura 4.3). Durante a etapa de entrevistas aqueles que estavam

insatisfeitos com as dimensões da casa disseram em sua maioria, que a insatisfação

vinha do fato de ter mais integrantes na família, o que tornava a divisão de dormitórios,

por exemplo, insatisfatório.

Page 43: SISTEMA JET CASA

39

Figura 4. 1 - Tamanho geral da casa

Figura 4. 2 - Tamanho da sala

Figura 4. 3 - Tamanho dos quartos

Porém ao questioná-los quanto as dimensões de banheiros e cozinhas, foi

possível observar o alto índice de insatisfação, o motivo de estarem insatisfeitos foi

descrito por serem ambientes muito pequenos. Esse grau de insatisfação pode ser

observado nos Figuras 4.4 e 4.5.

Muito Satisfeito38,3%

Satisfeito38,3%

PoucoSatisfeito

8,1%

Insatisfeito15,3%

MuitoSatisfeito

8%

Satisfeito77%

Insatisfeito15%

MuitoSatisfeito

8%

Satisfeito69%

PoucoSatisfeito

8%

Insatisfeito15%

Page 44: SISTEMA JET CASA

40

Figura 4. 4 - Tamanho da cozinha

Grande parte dos usuários insatisfeitos, declararam que a insatisfação quanto

ao tamanho da cozinha, deve-se ao fato de gostarem de receber visitas, reunir os

amigos, e o espaço seria insuficiente para essas reuniões sociais. O mesmo motivo

foi dado ao justificarem a insatisfação como tamanho do banheiro.

Figura 4. 5 - Tamanho do banheiro

Quanto à situação de conforto ambiental foi analisado a percepção em relação

a iluminação natural durante o dia, o conforto térmico nas diferentes épocas do ano e

o conforto acústico. Quanto à iluminação natural do apartamento foi verificado que

62% dos moradores consideram uma situação boa (Figura 4.6), pois não precisam

utilizar iluminação artificial para reforçar as tarefas diárias, resultando em uma

economia de energia. Grande parte deste conforto lumínico, deve-se ao fato de

durante a construção, terem sido instaladas grandes janelas que possibilitam a

entrada de luz natural, durante praticamente todo o dia.

Muito Satisfeito

8%

Satisfeito23%

PoucoSatisfeito

31%

Insatisfeito38%

MuitoSatisfeito

8%

Satisfeito38%Pouco

Satisfeito31%

Insatisfeito23%

Page 45: SISTEMA JET CASA

41

Figura 4. 6 – Análise da percepção do usuário quanto a iluminação da casa durante o dia

Quanto ao conforto térmico, verificou-se que os moradores em sua maioria

consideram boa a ventilação dos apartamentos, bem como o tamanho das aberturas

e a localização das mesmas, como mostram os Figuras 4.7, 4.8 e 4.9. Isso faz com

que a temperatura também se mantenha agradável em diferentes épocas do ano. Não

foi percebido foco de umidade nos banheiros.

Figura 4. 7 - Temperatura no inverno

Figura 4. 8 - Ventilação da casa

Ótimo38%

Bom62%

Ótimo15%

Bom62%

Ruim23%

Ótimo38%

Bom62%

Page 46: SISTEMA JET CASA

42

Figura 4. 9 - Tamanhos das janelas

Figura 4. 10 - Umidade dos cômodos

A consideração de “Bom”, neste caso, foi dada pelo fato de que em 100% das

residências, os moradores não não relataram incidência de umidade em todos os

cômodos da unidade habitacional.

Quanto ao conforto acústico, os moradores não se sentem incomodados com

a distância da janela do vizinho (Figura 4.11) e com o barulho das áreas externas da

casa (Figura 4.12).

Bom92%

Ruim8%

Bom100%

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43

Figura 4. 11 - Distância da janela do vizinho em relação a sua privacidade

Figura 4. 12 - Barulho das áreas vizinhas ou externas

Figura 4. 13 - De onde vem o barulho que incomoda?

Diagnóstico quanto ao aparecimento de patologias

Nesta segunda etapa do questionário, foram feitas perguntas mais técnicas em

que os condôminos também respondiam de forma concisa através das respostas

Ótimo23%

Bom54%

Ruim23%

Bom85%

Ruim15%

NãoIncomoda

57%

Som dascasas

vizinhas21%

OutraFonte14%

Som doscarros

7%

Page 48: SISTEMA JET CASA

44

“SIM” e “NÃO” garantindo a possibilidade de obtenção de dados percentuais, porém

emitiam suas opiniões em relação a modificações, alterações e reformas efetuadas

ou restrições que o sistema JETCASA® não os permite realizar na estrutura física da

edificação. Geralmente quando se encontrava essas referidas alterações, reformas

ou até mesmo patologias decorrentes de procedimentos de modificação ou do próprio

sistema JETCASA®, fotos foram importantes nesta pesquisa para fins de registro e

acompanhamento dos pontos de patologia encontrados. E apesar de encontrarmos

poucas patologias construtivas ou mesmo que decorrentes do uso inadequado de

elementos estruturais utilizados em reformas e acréscimos na edificação original, os

moradores usuários do sistema JETCASA® deste condomínio pesquisado, estão de

modo geral, satisfeitos com suas residências no que se refere aos parâmetros

analisados por esse objeto de pesquisa. APÊNDICE A.

Evidentemente que os métodos tradicionais de edificações são ainda hoje

muito mais utilizados, mas o que se pode perceber é que as inovações que aparecem

todos os dias na engenharia civil que permitem agilidade executiva e redução de

custos construtivos, vem caindo na aceitação de empreendedores e profissionais da

área como também no agrado dos consumidores finais das obras e empreendimentos,

no caso desta pesquisa, os moradores do Condomínio Vale da Lua.

Na Figura 4.14 o gráfico aponta positivamente quanto à confiança em relação

à estrutura da casa, como na primeira etapa deste questionário, a relação entre os

condôminos pesquisados e o grau de satisfação aos aspectos avaliados na segunda

etapa tem um parecer positivo.

Figura 4. 14 - Você acha a estrutura da casa confiável?

Sim69%

Não31%

Page 49: SISTEMA JET CASA

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4.3.1 Confiança na estrutura

69% dos moradores pesquisados acharam que a casa era confiável e não viram

problema em ser um método construtivo novo. Um dos moradores pesquisados

realizou um acréscimo em sua residência aumentando sua cozinha, sem afetar a

estrutura original, uma vez que o sistema o restringia de deslocar paredes. Já os 31%

restantes não acham a estrutura confiável, pois a poucos quilômetros do condomínio

existe uma pedreira que gera vibrações de terra devido às explosões rotineiras e este

fato deixa os moradores preocupados com fissuras superficiais que vem aparecendo,

conforme ilustrado na Figura 4.15 e Figura 4.16.

Figura 4. 15 - Morador realizou um acréscimo na área externa da casa, perfurando a parede sem problema algum com a estrutura.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 16 - Foi necessário realizar alguma manutenção/revisão periódica do sistema?

Sim54%

Não46%

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46

4.3.2 Realização de manutenções

54% dos moradores pesquisados tiveram que solicitar manutenção corretiva ou

preventiva à construtora responsável pelo empreendimento, por encontrar telhas

quebradas, porta emperrada, problemas de instalação elétrica e hidrossanitários. Os

44% restantes dos moradores não tiveram problemas com estrutura ou instalações,

não havendo assim necessidade de manutenção corretiva ou preventiva e elogiaram

a edificação como um todo. Quando indagamos se a empresa responsável prestou a

assistência devida, quando necessária, apenas um morador reclamou do serviço.

Figura 4. 17 – Tubulação de captação de água pluvial entupido devido concreto encontrado dentro da tubulação.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 18 - Você realizou alguma reforma ou acréscimo na construção. Se sim, teve alguma

dificuldade na reforma?

Sim54%

Não46%

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47

4.3.3 Dificuldades encontradas para realizações de reformas, acréscimos ou

alterações

Dos condôminos pesquisados, 54% encontraram dificuldades na reforma

devido não só devido a complexidade do sistema JETCASA® que apresenta algumas

suas particularidades e restrições quanto à remoção ou mesmo cortes de paredes, ou

instalação de armários suspensos afixados nas paredes; mas também devido ao fato

das casas apresentarem irregularidades executivas em suas construções, como por

exemplo: esquadrejamento errado nos ambientes e prumo irregular. E 46% dos

moradores pesquisados informaram que não encontraram problemas quanto à

adequação de reformas, acréscimos ou alterações.Conforme a Figura 4.19, o morador

percebeu trinca na parede após o acréscimo efetuado pelo condômino na garagem

em cobertura de estrutura metálica.

Figura 4. 19 - Trinca aparente no apoio da terça metálica com a parede.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 20 - Você já percebeu trincas/fissuras nas paredes?

Sim54%

Não46%

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48

4.3.4 Surgimento de Fissuras

O índice de fissuras encontradas foi de 54% das casas entrevistadas, mas a

grande maioria deste percentual, a edificação foi reformada ou efetuada acréscimo

sem a prévia autorização da empresa responsável pelo empreendimento, sendo que

assim não se pode responsabilizar o sistema por essa patologia. Os 46% restantes

das casas entrevistadas não houve incidência de fissuras.

Figura 4. 21 - Fissura superficial no encontro geminado entre as unidades habitacionais conjugadas.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 22 - Você já percebeu o aparecimento de trincas/fissuras próximo à esquadrias?

4.3.5 Fissuras nas esquadrias

O índice de fissuras nos cantos de esquadrias foi de 8%, sendo observados

que essa patologia encontrada foram em sua maioria nos locais em que houveram

reforma. E 92% não tiveram nenhuma incidência.

Sim8%

Não92%

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49

Figura 4. 23 - Você já percebeu o aparecimento de trincas/fissuras próximo instalações hidrossanitárias e elétricas?

4.3.6 Fissuras hidrossanitárias ou elétricas

Em relação a este fator, 85% das casas não apresentaram nenhum problema.

Os 15 % que houve incidência foi por ter feito instalações de tomadas sobressalentes

em ambientes que no projeto original da casa tinha pouca quantidade necessária a

demanda.

Figura 4. 24 - Fissura superficial na parede do quarto devido a instalação de tomadas já pré-locadas pelo sistema JETCASA®.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Sim15%

Não85%

Page 54: SISTEMA JET CASA

50

Figura 4. 25 - Morador efetuou a instalação de uma tomada de sobrepor pela falta de quantidade necessárias à demanda na sala.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 26 - Percebe algum tipo de ruído ou estalos nas paredes ou teto?

4.3.7 Ruídos ou estalos

As reclamações quanto à ruídos encontrados nas casas foram de 15% das

casas entrevistadas, que queixaram de ouvir ruídos na tubulação da caixa da água e

nas instalações hidráulicas principalmente nas paredes que fazem divisa com o

banheiro. Os 85% restantes dos moradores das casas entrevistas, não se queixaram

deste tipo de problema.

Sim15%

Não85%

Page 55: SISTEMA JET CASA

51

Figura 4. 27 - Percebe pontos de mofo ou bolor nas paredes?

4.3.8 Mofo ou bolor

A maioria dos moradores que percebem foco de mofo ou bolor na residência,

os localiza nas paredes que fazem divisa com o banheiro.

Figura 4. 28 - Umidade/Bolor na parede do quarto, divisa com o banheiro

. FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

Figura 4. 29 - Percebe umidade nos cômodos da casa?

Sim23%

Não77%

Sim15%

Não85%

Page 56: SISTEMA JET CASA

52

4.3.9 Umidade

15% dos moradores entrevistados, relataram foco de umidade no banheiro.

Quanto ao restante da casa não foi relatado nenhum foco de umidade.

Figura 4. 30 - As paredes da casa descascam, deixando o reboco exposto?

4.3.10 Paredes descascando

As paredes que apresentaram reboco exposto, descascamento das paredes,

coincidentemente ou não, são as mesmas paredes que apresentam foco de mofo ou

bolor.

Figura 4. 31 - Há alguma alteração na pintura das paredes?

4.3.11 Alteração na pintura das paredes

Grande parte das alterações de pintura das paredes, ocorreram em paredes

que sofreram alterações com reformas, ou adaptações. Como na figura 4.32, Reparo

Sim15%

Não85%

Sim23%

Não77%

Page 57: SISTEMA JET CASA

53

feito por morador devido ao corte já pré-fabricado pelo sistema JETCASA® para

colocação de aparelho ar-condicionado modelo ACJ na parede quarto.

Figura 4. 32 - Corte feito na parede pré-fabricada.

FONTE: Arquivo Pessoal - Cond. Vale Da Lua (Agosto, 2014).

O empreendimento pesquisado, no que se refere aos padrões executivos,

atendeu com sucesso as orientações que o sistema JETCASA® exige. No entanto,

por se tratar de um método que limita a obra ao projeto inicial não sendo viáveis,

reformas ou acréscimos, as reclamações das edificações relatadas pelos moradores,

em sua maioria foram identificadas por causa de alterações e reformas efetuadas

pelos moradores sem a autorização da empresa responsável.

Conclui-se que, de modo geral o nível de satisfação dos moradores do

Condomínio Vale da Lua é bom, levando em consideração o fato de ser uma inovação

construtiva que caracteriza sua edificação.

Page 58: SISTEMA JET CASA

54

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema construtivo JET-CASA®, chegou ao Brasil como uma solução mais

viável para construções em grande escala, mais econômica, com um prazo para

execução muito menor, em relação ao método convencional, apresenta, porém,

desvantagens, como falta de mão-de-obra que tenha conhecimento do sistema, e

adequação quanto às normas de desempenho.

De acordo com a pesquisa realizada em campo, no Condomínio Vale da Lua,

pode-se concluir que o sistema JET-CASA®, teve boa aceitação por parte dos

usuários, pois não apresenta tantas manifestações patológicas que prejudiquem o

desempenho da edificação. Apesar de a pesquisa ter sido de maneira geral,

satisfatória com os usuários do sistema JETCASA®, constatamos algumas patologias

comumente encontradas também nos sistemas convencionais de construção.

Neste estudo de caso, grande parte das fissuras, entre outras patologias,

surgiram após alterações dos moradores, alterações como reformas, troca de pisos

cerâmicos, que causaram, mesmo que indiretamente, infiltrações, mofo, entre outros.

Pode-se concluir que, o sistema JET-CASA®, está de acordo com as normas

de desempenho brasileiras, e apresentam desempenho estrutural satisfatório, tendo

em vista que grande parte das edificações convencionais, normalmente apresentam

números maiores de patologias.

Page 59: SISTEMA JET CASA

55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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