sistema fotovoltaico conectado a rede

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  • 8/4/2019 Sistema Fotovoltaico Conectado a Rede

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARCENTRO DE TECNOLOGIA

    PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA

    Carlos Elmano de Alencar e Silva

    ESTUDO E DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM SISTEMAELICO INTERLIGADO REDE ELTRICA

    (QUALIFICAO)

    Fortaleza, maio de 2009.

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    Silva, C. E. A. ESTUDO E DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM SISTEMA

    ELICO INTERLIGADO REDE ELTRICA, Universidade Federal do Cear UFC,

    2009, 109p.

    Este trabalho apresenta o estudo e desenvolvimento de um sistema eletrnico de

    aproveitamento de energia elica a partir de um gerador sncrono de m permanente

    conectado a uma turbina de vento. O sistema opera com velocidade varivel, permitindo o

    mximo aproveitamento da energia cintica incidente na turbina de vento. Essa energia

    cintica convertida em energia eltrica pelo gerador sncrono de m permanente e, depois

    de totalmente condicionada, injetada na rede eltrica convencional. Esse condicionamento

    feito por um sistema eletrnico objeto de estudo e desenvolvimento deste trabalho, o qual

    consiste em um retificador trifsico interligado a um inversor monofsico em ponte completa

    com sada em corrente. So apresentadas a reviso bibliogrfica de sistemas de

    aproveitamento de energia elica para gerao de energia eltrica pertinentes ao escopo do

    trabalho, a anlise do retificador trifsico (potncia e contole), a anlise do inversor

    monofsico com sada em corrente (potncia e controle) e os resultado de um prottipo de

    validao de 6KW do sistema proposto.

    Palavras-chave: converso elio-eltrica, correo de fator de potncia, controle

    indireto da corrente, inversor monofsico com sada em corrente, retificador trifsico PWM.

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................VI

    LISTA DE TABELAS .............................................................................................................XI

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................ XII

    LISTA DE SMBOLOS ........................................................................................................XIV

    INTRODUO..........................................................................................................................1

    CAPTULO 1 O APROVEITAMENTO DA ENERGIA ELICA........................................6

    1.1 Introduo...................................................................................................................6

    1.2 Converso de energia elica em energia eltrica........................................................61.2.1 Turbinas elicas..................................................................................................7

    1.2.2 Geradores eltricos em sistemas elicos ..........................................................101.2.3 Escopo do trabalho ...........................................................................................12

    1.3 Processamento da energia eltrica gerada ................................................................141.3.1 WECS com conversor cc-cc intermedirio ......................................................151.3.2 WECS com retificador PWM...........................................................................16

    1.4 Sistema proposto ......................................................................................................181.4.1 Controle do fluxo de potncia ..........................................................................191.4.2 Otimizao da extrao de potncia.................................................................20

    1.5 Consideraes finais.................................................................................................20

    CAPTULO 2 RETIFICADOR TRIFSICOBRIDGELESS...............................................21

    2.1 Introduo.................................................................................................................212.2 Princpio de operao ...............................................................................................22

    2.2.1 Etapa de operao 1..........................................................................................23

    2.2.2 Etapa de operao 2..........................................................................................232.2.3 Etapa de operao 3..........................................................................................232.2.4 Etapa de operao 4..........................................................................................24

    2.3 Comando dos interruptores.......................................................................................242.3.1 Comando simtrico...........................................................................................242.3.2 Comando assimtrico .......................................................................................24

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    2.3.3 Comando utilizado............................................................................................252.4 Formas de onda de tenso e corrente........................................................................252.5 Equacionamento do bridgeless .................................................................................30

    2.6 Rudo de modo comum ............................................................................................332.7 Consideraes finais.................................................................................................34

    CAPTULO 3 CONTROLE DO RETIFICADORBRIDGELESS........................................35

    3.1 Introduo.................................................................................................................35

    3.2 Operao com elevado fator de potncia..................................................................353.3 Controle direto da corrente de entrada .....................................................................38

    3.3.1 Controle por corrente mdia.............................................................................39

    3.3.2 Controle por corrente de pico ...........................................................................39

    3.3.3 Desvantagens do controle direto da corrente de entrada..................................403.4 Controle Indireto da corrente de entrada..................................................................40

    3.4.1 Controle indireto da corrente do retificadorbridgeless ....................................41

    3.4.2 Controle indireto com portadora fixa ...............................................................443.4.3 Controle indireto com portadora varivel.........................................................453.4.4 Anlise do comportamento dinmico...............................................................48

    3.4.5 Portadora fixa vs. portadora varivel................................................................503.5 Consideraes finais.................................................................................................51

    CAPTULO 4 INVERSOR MONOFSICO EM PONTE COMPLETA ............................52

    4.1 Introduo.................................................................................................................52

    4.2 Princpio de operao ...............................................................................................534.2.1 Modulao bipolar............................................................................................534.2.2 Modulao unipolar..........................................................................................54

    4.2.3 Modulao utilizada .........................................................................................564.3 Equacionamento do inversor ....................................................................................584.4 Controle do inversor .................................................................................................63

    4.4.1 Modelagem do inversor....................................................................................654.4.2 Ganho de amostragem......................................................................................654.4.3 Diagrama de blocos do controle .......................................................................66

    4.5 Consideraes finais.................................................................................................67

    CAPTULO 5 RETIFICADOR 3 BRIDGELESS VS. RETIFICADOR 3 2 NVEIS ....69

    5.1 Introduo.................................................................................................................695.2 Estgio de potncia do retificador ............................................................................69

    5.2.1 Consideraes de projeto..................................................................................69

    5.2.2 Esforos de tenso e corrente nos semicondutores...........................................695.2.3 Especificao dos semicondutores ...................................................................70

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    5.2.4 Indutores boostde entrada................................................................................715.2.5 Dimensionamento das perdas ...........................................................................72

    5.3 Estgio de potncia do inversor................................................................................78

    5.3.1 Consideraes de projeto..................................................................................785.3.2 Esforos de tenso e corrente nos semicondutores...........................................785.3.3 Especificao dos interruptores........................................................................79

    5.3.4 Indutor de interface com a rede eltrica ...........................................................795.3.5 Dimensionamento das perdas ...........................................................................80

    5.4 Retificador trifsico dois nveis................................................................................835.5 Projeto do linkcc......................................................................................................89

    5.6 Consideraes finais.................................................................................................91

    CAPTULO 6 RESULTADOS EXPERIMENTAIS.............................................................926.1 Introduo.................................................................................................................926.2 Resultados em regime permanente...........................................................................93

    6.2.1 Potncia de entrada de 500W ...........................................................................936.2.2 Potncia de entrada de 5KW ............................................................................95

    6.3 Curvas de rendimento...............................................................................................97

    6.4 Consideraes finais.................................................................................................98

    CONCLUSO..........................................................................................................................99

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................101

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    LISTA DE FIGURAS

    Fig. 1.1 principais turbinas elicas utilizadas no mundo: (a) trs ps, (b) duas ps, (c)

    holandesa de quatro ps, (d) multi-ps americana, (e) Darrieus e (f) Savonius......... 7

    Fig. 1.2 Cp vs. para as principais turbinas elicas [6]. ..........................................................8

    Fig. 1.3 influncia do nmero de ps no Cp de uma HAWT [7]. ............................................9

    Fig. 1.4 ilustrao do aerogerador utilizado (Enersud). ........................................................12Fig. 1.5 diagrama de blocos geral de um WECS de velocidade varivel conectado rede

    eltrica. .....................................................................................................................14

    Fig. 1.6 diagrama de blocos de um WECS com conversor cc-cc intermedirio. ..................15

    Fig. 1.7 diagrama de blocos de um WECS com retificador PWM........................................15

    Fig. 1.8 WECS empregando o conversorboostno estgio de converso cc-cc intermedirio.

    ..................................................................................................................................15

    Fig. 1.9 WECS com retificador PWM empregando o conversor back-to-back tradicional. .16

    Fig. 1.10 WECS ca-cc-ca empregando o conversor back-to-back de 8 interruptores...........17

    Fig. 1.11 WECS ca-cc-ca empregando um retificador semicontrolado. ...............................17

    Fig. 1.12 diagrama funcional do WECS proposto.................................................................18

    Fig. 1.13 modelo eltrico simplificado de um WECS...........................................................19

    Fig. 2.1 retificadorbridgeless trifsico..................................................................................21

    Fig. 2.2 bridgeless monofsico associado fase 'a'...............................................................21

    Fig. 2.3 etapas de operao do conversos bridgeless monofsico.........................................22

    Fig. 2.4 conversorboosttradicional. .....................................................................................25

    Fig. 2.5 retificadorboostmonofsico tradicional..................................................................26

    Fig. 2.6 retificadorbridgeless monofsico simplificado. ......................................................26

    Fig. 2.7 representao grfica da Eq. 2.11.............................................................................27

    Fig. 2.8 esboo das principais formas de onda de corrente associadas operao do

    retificadorBridgeless monofsico............................................................................28

    Fig. 2.9 esboo das principais formas de onda de tenso associadas operao do retificador

    Bridgeless monofsico..............................................................................................29

    Fig. 2.10 diagrama de blocos da dinmica de carga do linkcc. ............................................32

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    Fig. 3.1 organograma das tcnicas para obteno de elevado fator de potncia em

    retificadores. .............................................................................................................36

    Fig. 3.2 diagrama funcional do controle aplicado ao retificadorboostmonofsico tradicional

    operando no modo de conduo descontnua...........................................................37

    Fig. 3.3 diagrama funcional do controle aplicado ao retificadorboostmonofsico tradicional

    operando no modo de conduo crtica....................................................................37

    Fig. 3.4 diagrama funcional do controle por histerese aplicado ao retificadorboost

    monofsico tradicional. ............................................................................................37

    Fig. 3.5 diagrama funcional do controle por corrente mdia aplicado ao retificadorboost

    monofsico tradicional. ............................................................................................39

    Fig. 3.6 diagrama funcional do controle por corrente de pico aplicado ao retificadorboostmonofsico tradicional. ............................................................................................39

    Fig. 3.7 representao esquemtica do retificadorbridgeless emulando uma resistncia Re.

    ..................................................................................................................................41

    Fig. 3.8 diagramas funcionais do retificadorbridgeless sob controle indireto da corrente de

    entrada por razo cclica complementar (a) e por razo cclica (b)..........................43

    Fig. 3.9 diagramas funcionais do retificadorbridgeless sob controle indireto da corrente

    com portadora fixa atravs da razo cclica complementar (a) e da razo cclica (b)...................................................................................................................................45

    Fig. 3.10 integrador com reset para gerao de uma onda triangular com inclinao varivel.

    ..................................................................................................................................46

    Fig. 3.11 diagramas funcionais do retificadorbridgeless sob controle indireto da corrente

    com portadora varivel atravs da razo cclica complementar (a) e da razo cclica

    (b). ............................................................................................................................46

    Fig. 3.12 diagrama funcional da forma proposta de implementar o controle indireto comportadora varivel atravs da razo cclica complementar (a) e da razo cclica (b).

    ..................................................................................................................................47

    Fig. 3.13 representao no domnio da freqncia do retificadorbridgeless operando com

    elevado fator de potncia..........................................................................................48

    Fig. 3.14 diagrama de Bode da funo de transferncia que relaciona a corrente e a tenso

    de entrada do retificadorbridgeless sob controle indireto da corrente. ...................49

    Fig. 3.15 filtro passa-baixa de primeira ordem......................................................................50

    Fig. 4.1 diagrama esquemtico do estgio inversor do WECS objeto de estudo deste

    trabalho.....................................................................................................................52

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    Fig. 4.2 principais formas de onda da modulao bipolar.....................................................53

    Fig. 4.3 etapas de operao do inversor monofsico em ponte completa operando com

    modulao bipolar. ...................................................................................................54

    Fig. 4.4 principais formas de onda da modulao unipolar...................................................55

    Fig. 4.5 etapas de operao do inversor monofsico em ponte completa operando com

    modulao unipolar. .................................................................................................56

    Fig. 4.6 modulao unipolar senoidal utilizada neste trabalho..............................................57

    Fig. 4.7 circuito equivalente do inversor. ..............................................................................59

    Fig. 4.8 circuito equivalente simplificado do inversor. .........................................................59

    Fig. 4.9 representao grfica da Eq. 4.11............................................................................61

    Fig. 4.10 tenso resultante sobre o indutor de interface pra diferentes valores de . ...........61Fig. 4.11 diagrama funcional do controle utilizado no estgio inversor. ..............................64

    Fig. 4.12 diagrama de blocos completo do controle do estgio inversor. .............................66

    Fig. 4.13 diagrama de blocos da malha de corrente do controle do estgio inversor............67

    Fig. 4.14 diagrama de blocos da malha de tenso do controle do estgio inversor...............67

    Fig. 5.1 curva de tenso de entrada vs. potncia de entrada do estgio retificador...............72

    Fig. 5.2 curva do valor de pico da corrente de entrada do retificador vs. potncia de entrada

    do retificador. ...........................................................................................................73Fig. 5.3 curva da potncia dissipada nos indutores de entrada do retificador. ......................73

    Fig. 5.4 variao da carga de recuperao reversa do diodo HFA25PB60. ..........................74

    Fig. 5.5 perdas nos diodos boost do retificador.....................................................................75

    Fig. 5.6 variao da queda de tenso coletor-emissor com o valor mdio da corrente de

    coletor para o IGBT IRGP50B60PD1......................................................................75

    Fig. 5.7 relao entre o valor mdio da corrente direta e a queda de tenso sobre o diodo em

    antiparalelo do IRGP50B60PD1. .............................................................................76Fig. 5.8 perdas nos interruptores do retificador.....................................................................77

    Fig. 5.9 curva de perdas totais estimadas do retificador........................................................77

    Fig. 5.10 curva de rendimento estimado para o estgio retificador.......................................77

    Fig. 5.11 ilustrao e dimenses das chapas utilizadas na confeco do indutor de interface

    ..................................................................................................................................79

    Fig. 5.12 curva da potncia dissipada no enrolamento do indutor de interface do inversor. 80

    Fig. 5.13 perdas por conduo direta e reversa dos interruptores do inversor. .....................81

    Fig. 5.14 variao da carga de recuperao reversa do IGBT IRGP50B60PD1...................81

    Fig. 5.15 perdas por comutao direta e reversa nos interruptores do inversor. ...................82

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    ix

    Fig. 5.16 curva de perdas totais estimadas do inversor. ........................................................82

    Fig. 5.17 curva de rendimento estimado para o estgio inversor. .........................................83

    Fig. 5.18 diagrama esquemtico do retificador trifsico dois nveis. ....................................83

    Fig. 5.19 comportamento da razo cclica para a fase a do retificador trifsico dois nveis

    (ma=0,3)....................................................................................................................84

    Fig. 5.20 relao entre a tenso e a potncia de entrada para o retificador trifsico dois

    nveis tradicional. .....................................................................................................86

    Fig. 5.21 variao do ndice de modulao do retificador trifsico dois nveis com a potncia

    de entrada..................................................................................................................86

    Fig. 5.22 perdas por conduo direta e reversa nos interruptores do retificador trifsico dois

    nveis.........................................................................................................................87Fig. 5.23 perdas por comutao direta e reversa nos interruptores do retificador trifsico

    dois nveis.................................................................................................................87

    Fig. 5.24 curva de perdas nos indutores boost do retificador trifsico dois nveis................88

    Fig. 5.25 perdas totais para o retificador bridgeless (PTR) e para o retificador trifsico dois

    nveis (PTR2N)............................................................................................................88

    Fig. 5.26 rendimento terico do retificador bridgeless (TR) e do retificador trifsico dois

    nveis.........................................................................................................................88Fig. 5.27 detalhe das curvas de rendimento do retificador trifsico dois nveis e do

    retificador bridgeless. ...............................................................................................89

    Fig. 6.1 viso geral do prottipo de validao do WECS proposto neste trabalho. ..............92

    Fig. 6.2 detalhe das placas de controle, gerenciamento e fonte auxiliar do prottipo...........92

    Fig. 6.3 formas de onda de tenso (1 100V/div 4ms) e corrente (2 5A/div 4ms) em

    uma das fase do retificador Bridgeless para uma potncia total de entrada de 500W.

    ..................................................................................................................................93Fig. 6.4 formas de onda da tenso da rede eltrica (1 100V/div 4ms) e corrente (2

    5A/div 4ms) injetada na rede eltrica para uma potncia total de entrada do

    retificador de 500W..................................................................................................93

    Fig. 6.5 espectro harmnico, distoro harmnica e fator de potncia das correntes de

    entrada do retificador bridgeless trifsico para potncia de entrada de 500W......... 94

    Fig. 6.6 espectro harmnico, distoro harmnica e fator de potncia da corrente injeta na

    rede eltrica pelo estgio inversor do prottipo para potncia de entrada do

    retificador de 500W..................................................................................................94

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    x

    Fig. 6.7 formas de onda de tenso (1 100V/div 4ms) e corrente (2 10A/div 4ms) em

    uma das fase do retificador Bridgeless para uma potncia total de entrada de 5KW.

    ..................................................................................................................................95

    Fig. 6.8 formas de onda da tenso da rede eltrica (1 100V/div 4ms) e corrente (2

    25A/div 4ms) injetada na rede eltrica para uma potncia total de entrada do

    retificador de 5000W................................................................................................95

    Fig. 6.9 espectro harmnico, distoro harmnica e fator de potncia das correntes de

    entrada do retificador bridgeless trifsico para potncia de entrada de 5KW..........96

    Fig. 6.10 espectro harmnico, distoro harmnica e fator de potncia da corrente injeta na

    rede eltrica pelo estgio inversor do prottipo para potncia de entrada do

    retificador de 5KW...................................................................................................96Fig. 6.11 curvas de rendimento dos estgios retificador e inversor separadamente e do

    sistema completo. .....................................................................................................97

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    xi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 comparativo entre o DFIG e o PMSG. ................................................................11

    Tabela 1.2 ficha tcnica do aerogerador utilizado.................................................................12

    Tabela 1.3 valores tpicos dos coeficientes C1 a C6...............................................................13

    Tabela 5.1 consideraes de projeto para o estgio retificador.............................................69

    Tabela 5.2 relao dos esforos de tenso e corrente sobre os semicondutores do retificador...................................................................................................................................70

    Tabela 5.3 principais caractersticas do IGBT IRGP50B60PD1...........................................70

    Tabela 5.4 principais caractersticas do diodo de potncia HFA25PB60..............................71

    Tabela 5.5 parmetros fsicos de construo de cada indutor boost de entrada do retificador.

    ..................................................................................................................................71

    Tabela 5.6 consideraes de projeto para os estgio inversor...............................................78

    Tabela 5.7 relao dos esforos de tenso e corrente sobre os semicondutores do inversor.78

    Tabela 5.8 parmetros fsicos de construo do indutor de interface do inversor..................80

    Tabela 5.9 consideraes de projeto para o retificador trifsico dois nveis.........................86

    Tabela 5.10 esforos de tenso e corrente sobre os interruptores do retificador trifsico dois

    nveis.........................................................................................................................87

    Tabela 5.11 principais caractersticas dos capacitores utilizados no link cc. ........................90

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    xii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    avg Average (indica valor mdio)

    BCM Boundary Conduction Mode

    ca Corrente Alternada

    cc Corrente Contnua

    CCM Continuous Conduction Mode

    DCM Discontinuous Conduction Mode

    DFIG Doubly Fed Induction Generator

    EIA Energy Information Administration

    EMI Eletromagnetic Interference

    F.T. Funo de transferncia

    HAWT Horizontal Axis Wind Turbine

    HPF High Power Factor

    IEO International Energy Outlook

    IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

    MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect

    MPPT Maximum Power Point Tracker

    PMSG Permanent Magnetic Synchronous Generator

    PWM Pulse Width Modulation

    rms Root Mean Square (indica valor eficaz)

    THD Total Harmonic Distortion

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    xiii

    U.S. United States

    WECS Wind Energy Conversion Systems

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    xiv

    LISTA DE SMBOLOS

    ngulo de ataque do vento com relao ao plano da p de uma turbina elica

    ngulo de rotao da p de uma turbina elica em torno de seu prprio eixo

    ngulo de defasagem entre a corrente e a tenso da fonte de entrada do

    retificadorbridgeless

    ei Ondulao da corrente nos indutores boostdo retificadorbridgeless trifsico

    it Tempo de interrupo do fornecimento de potncia ao linkcc

    dcv Mximo afundamento da tenso do linkcc durante perodos de interrupo da

    sua potncia de entrada, mediante extrao de potncia nominal

    i Rendimento do estgio inversor

    r Rendimento do estgio retificador

    Argumento da impedncia vista pela fonte de entrada do retificadorbridgeless

    Relao de velocidade de ponta

    a Densidade do ar

    Freqncia angular de uma fonte de tenso

    r Velocidade angular de rotao de uma turbina elica

    Btu Britsh Thermal Unit

    Cdc Capacitncia do linkcc

    Cint Capacitncia do integrador com reset

    Cp Coeficiente de potncia de uma turbina elica

    Cpmax Coeficiente de potncia mximo

    D Razo cclica de operao de um interruptor

    D Razo cclica complementar de operao de um interruptor

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    xv

    D1,...,6 Diodos boostdo retificadorbridgeless trifsico

    Dmin Razo cclica mnima de operao do retificadorbridgeless

    Ea,b,c Fora eletromotriz induzida nas fases do PMSG

    Fm Ganho de um modulador

    ffe Freqncia fundamental da fonte de entrada do retificadorbridgeless

    fpeFreqncia do plo da funo de transferncia que relaciona a tenso e a corrente

    de entrada do retificadorbridgeless

    fSR Freqncia de comutao dos interruptores do retificadorbridgeless

    Ge(s) Funo de transferncia que relaciona a corrente e a tenso de entrada doretificadorbridgeless

    GW Gigawatt

    Ia,b,c Correntes nos enrolamentos do PMSG

    IC Corrente que circula no linkcc

    Id Corrente de entrada do estgio inversor

    ID Corrente direta atravs dos diodos boostdo retificador bridgelessIe Corrente de entrada de um conversor

    Iepk Valor de pico da corrente de entrada de um conversor

    Ii Corrente de sada do estgio retificador

    IS Corrente direta atravs dos interruptores do retificador bridgeless

    ISR Corrente reversa atravs dos interruptores do retificador bridgeless

    KHz Quilohertz

    Km Quilmetro

    KRe Ganho de lao aberto da malha de corrente do controle indireto

    KWh Quilowatt-Hora

    L1,2,3 Indutores boostdo retificadorbridgeless trifsico

    La,b,c Indutncias dos enrolamentos do PMSG

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    xvi

    Le Indutncia dos indutores boostdo retificadorbridgeless trifsico

    m metro

    MW Megawatt

    Pe Potncia de entrada do retificadorbridgeless

    Pi Potncia do linkcc

    Pm Potncia mecnica fornecida por uma turbina elica

    Pv Potncia cintica contida no vento que incide em uma turbina elica

    r Raio de uma turbina elica

    Re Resistncia emulada pelo retificadorbridgeless

    Ree Resistncia emulada efetiva

    Rint Resistncia do integrador com reset

    Rsh Ganho do sensoriamento de corrente do estgio retificador

    S1,...,6 Interruptores do retificadorbridgeless trifsicoton Tempo de conduo de um interruptor

    Ts Perodo de comutao de um interruptor

    u Velocidade do vento que incide em uma turbina elica

    V Volts

    VD Tenso sobre os diodos boostdo retificadorbridgeless

    Vdc Tenso do linkcc

    VDmax Mxima tenso sobre os diodos do retificadorbridgeless

    Ve Tenso de entrada de um conversor

    Vepk Valor de pico da tenso de entrada de um conversor

    vfe Tenso de entrada de um filtro

    vfs Tenso de sada de um filtro

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    xvii

    VGS Tenso de comando de um interruptor

    VLa,b,c Queda de tenso nos enrolamentos do PMSG

    vm Sinal que controla o valor de pico da corrente de entrada do retificadorbridgeless

    Vp Valor de pico de uma portadora

    VS Tenso sobre os interruptores do retificadorbridgeless

    VSmax Mxima tenso sobre um interruptor

    Ze Impedncia vista pela fonte de entrada do retificadorbridgeless

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    INTRODUO

    A equivalncia massa-energia (E=m.c2), proposta por Albert Einstein em 1905,

    formaliza matematicamente a relao intrnseca entre o universo material e a energia. Como

    agente ativo e consciente desse universo material, ao longo de sua existncia, o homem tem se

    dedicado compreenso e domnio dos processos de transformao da energia.

    Biologicamente, todos os seres vivos so essencialmente mquinas de conversoenergtica, os quais atravs de um processo contnuo e equilibrado de converso de energia

    mantm a vida. Na base deste processo esto os seres autotrficos os quais, atravs da

    fotossntese, garantem a produo de toda a matria orgnica que mantm o ecossistema do

    planeta Terra.

    A fotossntese consiste, de forma simplificada, na reao entre gs carbnico (CO 2)

    e gua (H2O) dando origem a glicose (C6H12O6) e oxignio (O2). Como se trata de uma reao

    endotrmica, a energia necessria para que a reao ocorra provm do sol. Pode-se, portanto,

    afirmar que um processo de converso de energia solar que sustenta todo o ecossistema do

    planeta Terra.

    O homem, enquanto ser vivo, tambm biologicamente uma mquina de converso

    de energia. por meio de um processo analogamente inverso ao da fotossntese, denominado

    de respirao aerbica, que o homem obtm a energia necessria a todos os processos

    celulares vitais, atravs da quebra das molculas de alimento e conseqente liberao de

    energia.

    Alm dos processos biolgicos, desde os primrdios, o homem instintivamente

    tambm se beneficiou da converso de energia quando, por exemplo, obteve a partir do fogo o

    calor necessrio a sua sobrevivncia. Em seguida, percebeu que a converso energtica

    poderia garantir-lhe, alm da sobrevivncia, uma vida mais cmoda atravs, por exemplo, da

    utilizao do calor no cozimento dos alimentos. Ou ainda, atravs da agricultura e criao de

    animais, cuja transformao e armazenamento da energia solar em forma de alimento lhe

    permitiram fixar residncia e no mais depender exclusivamente da natureza para garantir seu

    sustento.

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    2

    Desde ento, a busca por condies melhores de vida tem sido uma das principais

    razes de existir dos homens. Foi assim que o fogo, alm de aquecer e cozinhar, passou a ser

    utilizado na confeco de utenslios, ferramentas e armas. O vento foi aproveitado para

    impulsionar embarcaes e mover moinhos. A trao animal passou a ser utilizada no

    transporte, locomoo e agricultura.

    Essa forma primitiva de relao do homem com a converso de energia perdurou por

    sculos, sofrendo uma mudana significativa apenas no sculo XVIII depois de Cristo, com o

    incio da Revoluo Industrial na Inglaterra. Tecnologicamente, a primeira fase da Revoluo

    Industrial foi baseada em mquinas a vapor, utilizadas na fabricao industrial de bens e na

    realizao de tarefas tais como bombeamento de gua e propulso de trens e navios.

    O vapor necessrio movimentao das mquinas era obtido atravs doaquecimento da gua a partir da queima de carvo mineral. Pode-se afirmar, portanto, que o

    estopim da primeira fase da Revoluo Industrial foi a quebra de paradigma na relao entre o

    homem e a converso de energia, quando aquele percebe que pode transformar a energia

    trmica produzida pela queima de carvo mineral em energia mecnica utilizvel em diversas

    atividades produtivas.

    Com os adventos do ao, do motor a combusto interna e o domnio da tecnologia

    de converso de energia eltrica em energia mecnica e vice-versa, dar-se incio a segundafase da Revoluo Industrial, na segunda metade do sculo XIX. O ao resulta da adio de

    carbono ao ferro, dando origem a uma liga com a propriedade de ductibilidade, permitindo

    assim a utilizao de processos de moldagem mais elaborados que a fundio, tais como a

    forja, a laminao e a extruso. J os primeiros motores de combusto interna comerciais nada

    mais eram do que uma evoluo da mquina a vapor, cujas principais vantagens eram o

    menor tamanho e a partida mais rpida.

    Portanto, o grande salto tecnolgico da segunda fase da Revoluo Industrial foi,mais uma vez, uma evoluo na capacidade humana de converter energia, atravs do domnio

    das converses mecnico-eltrica e eltrico-mecnica. Esse salto tecnolgico foi to

    importante que hoje no se imagina o mundo sem a energia eltrica. Para quantificar essa

    importncia, segundo o U.S. Department of Energy, atravs do relatrio International Energy

    Outlook(IEO) 2007 [1] da Energy Information Administration (EIA), o consumo global de

    energia eltrica no ano de 2004 foi de 16.424 bilhes de KWh (56 quadrilhes de Btu),

    representando aproximadamente 12,5% da energia total (447 quadrilhes de Btu) consumida

    no mundo naquele ano.

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    3

    Ainda segundo [1], o consumo mundial total de energia crescer a uma mdia de 2%

    ao ano entre 2004 e 2030. Em se tratando especificamente de energia eltrica, o crescimento

    se dar a uma taxa mdia de 2,4% ao ano, passando de 16.424 bilhes de KWh em 2004 para

    30.364 bilhes de KWh em 2030.

    H ainda a importncia incomensurvel da energia eltrica quando se leva em conta

    a quantidade de atividades e processos que dependem dela e sem os quais o mundo no

    funcionaria como o conhecemos. Exemplo disso so os equipamentos eltricos e eletrnicos,

    indispensveis nas mais diversas atividades residenciais, comerciais e industriais, cujo

    princpio de funcionamento depende da energia eltrica.

    Apesar de no ser disponibilizada diretamente pela natureza em condies de ser

    utilizada, a energia eltrica pode ser obtida atravs da converso de diversas outras formas deenergia. Pode-se produzir energia eltrica atravs da queima de combustveis fsseis (turbinas

    a vapor e geradores acionados por motores de combusto interna), atravs de energia nuclear

    (turbinas a vapor), atravs de energia qumica (clula a combustvel), atravs da energia solar

    (painis fotovoltaicos), atravs de biomassa (turbinas a vapor), atravs da energia cintica dos

    ventos (aerogeradores) e etc.

    A fonte de energia primria mais utilizada no mundo para produo de energia

    eltrica o carvo, respondendo por 42,4% da energia eltrica gerada no mundo. Em seguidaficam empatadas as fontes renovveis de energia hidrulica, elica, solar e biomassa, em

    ordem de importncia e o gs natural, respondendo cada uma por 18,2% da energia eltrica

    produzida no mundo. Em penltimo lugar est a energia nuclear, utilizada na produo de

    15,2% da energia eltrica mundial. Em ltimo lugar figura o petrleo, sendo responsvel por

    apenas 6% da energia eltrica gerada no mundo. Esses dados foram obtidos em [1], onde so

    contabilizados apenas os recursos enrgicos interligados rede eltrica convencional, ficando

    de fora, portanto, boa parte da energia eltrica produzida a partir de biomassa em sistemasdistribudos (desconectados da rede eltrica convencional).

    A utilizao de carvo ou petrleo na produo de energia eltrica tem um incmodo

    subproduto: o dixido de carbono, apontado por alguns cientistas como o inimigo nmero um

    do meio ambiente. O lixo atmico produzido e as conseqncias catastrficas observadas em

    acidentes em usinas nucleares so barreiras significativas a novos investimentos para

    produo de energia eltrica a partir da energia nuclear. O impacto ambiental dos lagos e as

    restries geogrficas limitam enormemente a produo hidrulica de energia eltrica, sem

    falar na inconveniente dependncia de chuvas, fator climtico no-controlvel. Assim, mesmo

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    4

    os pases que possuem potencial hidrulico para produo de energia eltrica tm buscado,

    por questes estratgicas, a diversificao de sua matriz energtica.

    Seja por questes ambientais, estratgicas e/ou geogrficas, a produo de energia

    eltrica a partir de energia elica tem crescido de forma vertiginosa, passando de uma

    potncia instalada global de 4,8 GW em 1995 para 58 GW em 2005, um crescimento mdio

    anual de 24% [2]. Diante das projees do aumento na demanda por energia eltrica nos

    prximos anos, o crescimento da produo de energia eltrica a partir de energia elica deve

    continuar.

    O Brasil ainda possui uma matriz energtica pouco diversificada, tendo como

    principal fonte energtica a hidrulica, que responde pela produo de cerca de 90% da

    energia eltrica consumida no pas [3]. Com uma faixa litornea de mais de 7.000 Km,estima-se o potencial elico brasileiro em, no mnimo, 20.000 MW [3]. Mas praticamente

    todo esse potencial desperdiado, haja vista que a potncia instalada das usinas elicas

    brasileiras em dezembro de 2006 era de apenas 236,85 MW, representando inexpressivos

    0,25% da potncia instalada nacional [4].

    Diante da importncia da energia eltrica para todas as atividades produtivas do pas,

    da necessidade estratgica de diversificao da matriz energtica brasileira e do imenso

    potencial elico ocioso do Brasil, de suma importncia os investimentos na formao de profissionais capazes de dar suporte ao adequado aproveitamento da energia elica, bem

    como o desenvolvimento de tecnologia nacional que viabilize economicamente os

    investimentos em produo de energia eltrica a partir dos ventos.

    Este trabalho se insere nesse contexto e relata o estudo, projeto e resultados

    experimentais de um sistema de processamento da energia fornecida por um gerador sncrono

    de m permanente (PMSG -Permanent Magnetic Synchronous Generator) acoplado a uma

    turbina elica. A opo por um gerador sncrono est em consonncia com a necessidade deoperao com velocidade varivel, j que o ponto timo da extrao da energia elica ocorre

    para um valor constante da relao entre a velocidade de rotao da turbina e a velocidade do

    vento ().

    A turbina utilizada, por sua vez, de eixo horizontal de trs ps com perfil

    aerodinmico de alta eficincia, permitindo a elevao do valor de para o qual ocorre o

    aproveitamento timo da energia elica incidente. O alto associado ao elevado nmero de

    plos do PMSG utilizado, permite dispensar o uso de caixa de engrenagens entre a turbina e o

    gerador, implicando menores peso, volume e manuteno, bem como maiores eficincia e

    confiabilidade.

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    O sistema eletrnico de processamento de energia elica (WECS Wind Energy

    Conversion Systems) objeto deste trabalho, atravs do ajuste do carregamento do PMSG,

    responsvel pela extrao otimizada da energia do vento, garantindo que o aerogerador opere

    o mais prximo possvel do ponto de mxima transferncia de potncia, ou seja, com um

    valor de timo. Esse WECS consiste de um novo retificador trifsico PWM (Pulse Width

    Modulation) unidirecional e de um inversor monofsico em ponte completa controlado por

    corrente.

    O retificador extrai a energia disponvel no vento por meio do aerogerador,

    formando um barramento de tenso contnua (linkcc) a partir do qual o inversor de tenso,

    conectado a rede eltrica atravs de indutores de interface, injeta a energia produzida na rede

    eltrica convencional.

    Estrutura do trabalho

    O trabalho composto por seis captulos. No Captulo 1 feita a contextualizao

    do trabalho e a apresentao do seu objetivo. No Captulo 2, o estgio retificador da estrutura

    proposta detalhadamente apresentado. No Captulo 3 so apresentadas de forma superficial

    as tcnicas de controle que permitem operar os retificadores ativos com elevado fator de

    potncia e no modo de conduo contnua. De forma mais detalhada apresentado o controleindireto da corrente de entrada, que ser aplicado ao retificador proposto. No Captulo 4

    apresentada uma anlise detalhada do estgio inversor, tanto da sua estrutura de potncia

    quanto da sua estrutura de controle. No Captulo 5 feita a estimativa de perdas dos estgios

    inversor e retificador, e ainda do retificador trifsico dois nveis, este ltimo a fim de permitir

    situar o retificador trifsico bridgeless proposto entre as estruturas retificadoras aplicadas

    mundialmente em WECS. Finalmente, no Captulo 6 so apresentados os resultados

    experimentais do prottipo de validao do WECS proposto.

    Equation Chapter 1 Section 1

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    Captulo 1 O Aproveitamento da Energia Elica

    1.1 Introduo

    A utilizao da energia cintica contida nos ventos, ou simplesmente energia elica,

    j feita h muitos sculos pelos homens. Inicialmente ela foi utilizada de forma direta, ou

    seja, sem nenhum tipo de converso, em barcos vela cuja origem data de 3.000 anos antes

    de Cristo, no Egito. Por volta do sculo XI da era crist, o engenho humano se encarregou de,atravs de mtodos de converso rsticos, converter essa energia da forma cintica para a

    forma mecnica, utilizando-a em moinhos e sistemas de bombeamento [5].

    Com o domnio tecnolgico da converso mecnico-eltrica e eltrico-mecnica

    obtido na segunda metade do sculo XIX, abriu-se a possibilidade de gerar energia eltrica a

    partir da energia cintica dos ventos. As primeiras experincias nesse sentido foram realizadas

    pela Dinamarca em 1890, utilizando turbinas de 23m de dimetro. J em 1910 havia centenas

    de aerogeradores (conjunto turbina-gerador) em operao naquele pas [6].Mas o elevado custo do KWh gerado a partir do vento fez com que esse tipo de

    gerao fosse pouco desenvolvido e aplicado no restante do mundo. Essa realidade perdurou

    at a dcada de 70 do sculo XX, quando a crise do petrleo abalou os alicerces da produo

    energtica mundial. Diante desse revs, pases como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e

    Sucia implantaram programas de incentivo pesquisa e ao desenvolvimento de sistemas de

    gerao de energia eltrica a partir de fontes alternativas de energia [7].

    Desde ento a energia elica vem se mostrando ao longo das dcadas uma das mais

    viveis fontes alternativas de energia, experimentando um substancial crescimento desde a

    dcada de 1990, passando de uma potncia instalada global de 4,8 GW em 1995 para 58 GW

    em 2005, um crescimento mdio anual de 24% [2].

    1.2 Converso de energia elica em energia eltrica

    A converso de energia elica em energia eltrica feita atravs da associao de

    uma turbina elica a um gerador eltrico. A turbina elica converte a energia cintica do

    vento em energia mecnica rotacional que aciona o gerador eltrico, o qual converte a energia

    mecnica em energia eltrica. A seguir so apresentados, de forma resumida, os principais

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    tipos de turbinas elicas, a comparao entre elas, a contextualizao dos geradores eltricos

    em sistemas de converso de energia elica em eltrica e o aerogerador para o qual este

    trabalho se destina.

    1.2.1 Turbinas elicas

    As turbinas elicas podem ser subdivididas em dois tipos: turbinas de eixo

    horizontal e turbinas de eixo vertical. H vrios modelos de turbinas elicas, tanto de eixo

    horizontal como de eixo vertical. As principais turbinas elicas de eixo horizontal utilizadas

    no mundo so: a de trs ps (Fig. 1.1.a), a de duas ps (Fig. 1.1.b), a holandesa de quatro ps

    (Fig. 1.1.c) e a multi-ps americana (Fig. 1.1.d). As principais turbinas elicas de eixo vertical

    utilizadas no mundo so: a Darrieus (Fig. 1.1.e) e a Savonius (Fig. 1.1.f).

    Fig. 1.1 principais turbinas elicas utilizadas no mundo: (a) trs ps, (b) duas ps, (c) holandesa dequatro ps, (d) multi-ps americana, (e) Darrieus e (f) Savonius.

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    Os vrios modelos de turbina distinguem-se entre si pela capacidade de converso

    da potncia elica que nela incide em potncia mecnica rotacional, mensurada atravs do seu

    coeficiente de potncia (Cp). Assim, sendo Pv a potncia elica que incide em uma turbina de

    vento, a potncia mecnica (Pm) gerada por ela dada pela Eq. 1.1[6].

    ( ),m p P C P .v= 1.1

    Pode-se observar na Eq. 1.1 que o coeficiente de potncia (Cp) funo de duas

    variveis: a relao de velocidade de ponta () e o ngulo de pitch (). O ngulo de pitch o

    ngulo de rotao da p em torno de seu prprio eixo. Assim, variando-sevaria-se o ngulo

    de ataque do vento () com relao ao plano da p. O ngulo de ataque mximo quando

    mnimo, portanto, quanto maior o ngulo de pitch menor a potncia elica coletada pelaturbina [6]. A varivel , por sua vez, relaciona a velocidade de ponta das ps com a

    velocidade do vento, como mostra a Eq. 1.2[6].

    .mr

    u

    = 1.2

    Na qual r o raio da turbina, m a velocidade angular do eixo da turbina e u a

    velocidade do vento que incide na turbina. A Fig. 1.2 apresenta as curvas tpicas de Cp vs.

    para os principais modelos de turbinas elicas. Esta figura foi obtida em [6] e se baseia emestudos realizados na dcada de 1970 pela agncia aero-espacial dos Estados Unidos.

    Fig. 1.2 Cp vs. para as principais turbinas elicas [6].

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    Em um sistema de gerao de energia eltrica a partir de energia elica importante

    que se aproveite ao mximo, em cada aerogerador instalado, a potncia elica incidente.

    Analisando a Fig. 1.2 pode-se observar que a turbina elica que permite o maior

    aproveitamento da potncia elica disponvel a turbina elica de eixo horizontal (HAWT

    Horizontal Axis Wind Turbine) de duas ps, por isso largamente estudada e utilizada na

    dcada de 1970, principalmente nos Estados Unidos [6].

    Ao longo dos anos houve um grande desenvolvimento das ps para HAWTs, tanto

    aerodinmico quanto nos materiais e processos de fabricao, levando a uma nova gerao de

    ps. O principal impacto da evoluo tecnolgica das ps foi a elevao do valor de para o

    qual ocorre o Cp mximo, permitindo a reduo do nmero de plos do gerador eltrico

    acoplado turbina elica ou a reduo da relao da caixa de engrenagens em sistemas que autilizam.

    Com essa nova gerao de ps, foram desenvolvidos estudos em tneis de vento a

    fim de avaliar o impacto do nmero de ps no Cp das HAWTs, como mostra a Fig. 1.3[7].

    Fig. 1.3 influncia do nmero de ps no Cp de uma HAWT [7].

    Pode-se observar nessa figura que o maior Cp mximo obtido em uma HAWT de

    trs ps. Para um nmero maior ou menor de ps o Cp mximo decresce. Isso se deve ao fato

    de que o aumento do nmero de ps, apesar de aumentar a coleta de ar pela turbina elica,

    tambm aumenta a fora de arrasto total da turbina e um nmero menor de ps reduz a coleta

    de vento, ou seja, reduz o coeficiente de solidez da turbina.

    Outra questo importante associada ao nmero de ps de uma HAWT o impacto

    da interrupo do fluxo de ar nas ps cada vez que elas cruzam a torre de sustentao do

    aerogerador (efeito sombra). Quanto maior o nmero de ps de uma HAWT menos suscetvel

    ela ao efeito sombra, j que h uma menor perda de fora de sustentao, uniformemente

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    distribuda entre as ps. Portanto, nesse quesito as HAWTs de trs ps tambm superam as

    de duas ps. Esses so os principais motivos que fazem das HAWT`s de trs ps modernas a

    principal escolha em sistemas de gerao de energia eltrica a partir de energia elica.

    1.2.2 Geradores eltricos em sistemas elicos

    Nessa seo feita a contextualizao dos geradores eltricos na converso de

    energia elica em eltrica. Antes, se faz necessria a apresentao de dois importantes

    conceitos acerca dos sistemas de converso elico-eltrica: sistemas de velocidade varivel e

    sistemas de velocidade fixa.

    Um WECS de velocidade fixa aquele no qual se mantm constante a velocidade de

    rotao da turbina, no importando a velocidade do vento. Naturalmente, como mostra acurva de Cp- (Fig. 1.2), a eficincia da turbina nesse tipo de sistema fica prejudicada j que a

    extrao da potncia do vento ser tima (Cpmax) para apenas uma velocidade do vento, o que

    deve ocorrer esporadicamente.

    J em WECS de velocidade varivel a velocidade de rotao da turbina pode variar

    livremente com a velocidade do vento, dependendo apenas do torque resistente imposto pelo

    gerador eltrico a ela conectado. Assim, atravs da variao do carregamento do gerador,

    possvel ajustar a velocidade de rotao da turbina, tornando possvel sua operao com

    eficincia mxima, ou seja, com uma relao entre a sua velocidade de rotao e a velocidade

    do vento constante ( timo) e igual aquela que resulta no Cpmax.

    Existem basicamente trs tipos de mquinas eltricas: mquina de corrente contnua

    (mquina cc), mquina de corrente alternada sncrona (mquina sncrona) e mquina de

    corrente alternada assncrona (mquina de induo), todos reversveis, ou seja, podem operar

    tanto na converso eltrico-mecnica (motor) como na converso mecnico-eltrica (gerador).

    Assim, a priori, um aerogerador poderia ser constitudo por um gerador de qualquer desses

    tipos.

    No obstante a facilidade de controle de velocidade e a ausncia da necessidade de

    excitao externa, a utilizao de um gerador de corrente contnua convencional em WECS

    pouco difundida devido, principalmente, a baixa confiabilidade e elevada manuteno do

    comutador. Uma alternativa so os geradores cc de m permanente, os quais no utilizam

    comutador, porm so mquinas que apresentam baixa densidade de potncia quando

    comparadas as de corrente alternada.

    Os geradores assncronos, ou geradores de induo, so assim denominados por

    apresentarem, dentro de uma determinada faixa, independncia entre a freqncia da tenso

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    11

    gerada e a sua velocidade de rotao. Essa uma importante caracterstica em WECS de

    velocidade varivel, pois permite a gerao em freqncia fixa mesmo com variao da

    velocidade de rotao, e foi determinante para a grande utilizao do gerador de induo

    duplamente excitado (DFIG Double Fed Induction Generator) nos WECS de grande porte

    (acima de 1MW) conectados diretamente rede eltrica. Nesses sistemas a freqncia da

    tenso gerada controlada eletronicamente atravs da excitao do DFIG, que retirada da

    prpria rede eltrica. necessria tambm a utilizao de uma caixa de engrenagens para

    multiplicar a velocidade de rotao da turbina, j que tecnologicamente invivel construir

    DFIGs com elevado nmero de plos [9]-[10].

    Os geradores sncronos, por sua vez, apresentam uma relao de dependncia da

    freqncia e da amplitude da tenso gerada com a velocidade de rotao, da seremdenominados de sncronos. Essa dependncia impede, em WECS de velocidade varivel, a

    utilizao direta da energia proveniente desses geradores, tornando necessria a realizao de

    um processamento eletrnico prvio a fim de adequ-la s cargas convencionais ou

    interligao com a rede eltrica. Essa a principal restrio utilizao dos geradores

    sncronos em WECS, j que esse processamento eletrnico se torna to mais complexo quanto

    maior a potncia a ser processada e a operao com velocidade fixa pouco eficiente.

    No obstante tudo isso, em aplicaes elicas de pequeno porte vem se destacando ogerador sncrono de m permanente (PMSG). Esse gerador no utiliza escovas e pode ser

    construdo com elevado nmero de plos, dispensando o uso da caixa de engrenagens,

    implicando menores peso, volume e manuteno, bem como maiores eficincia e

    confiabilidade [11]-[12]. As principais desvantagens do PMSG so o elevado preo do

    material magntico e a variao da tenso gerada com a carga. A Tabela 1.1 mostra um

    resumo da comparao entre o DFIG e o PMSG.

    Tabela 1.1 comparativo entre o DFIG e o PMSG.

    DFIG PMSG

    Vantagens

    Gerao em freqncia fixa com velocidadeangular varivel;

    Apenas a potncia de excitao processadaeletronicamente.

    Dispensa o uso de caixa de engrenagens;

    Menores peso, volume e manuteno;

    Maiores confiabilidade e eficincia;

    Sem excitao externa.

    DesvantagensExcitao externa;

    Caixa de engrenagens.

    Material magntico caro;

    Variao da tenso com a carga;

    Toda a potncia processada

    eletronicamente.

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    12

    1.2.3 Escopo do trabalho

    Este trabalho relata o projeto e o desenvolvimento de um sistema eletrnico para

    interligao de um aerogerador de pequeno porte rede eltrica convencional. O aerogerador

    no qual se baseia este trabalho consiste de uma turbina de eixo horizontal de trs ps

    diretamente acoplada a um gerador sncrono de m permanente de fluxo axial, conhecido na

    literatura como gerador TORUS [13]-[15]. Esse aerogerador fabricado pela empresa

    ENERSUD (www.enersud.com), est comercialmente disponvel e de fabricao 100%

    nacional. A ficha tcnica do aerogerador apresentada na Tabela 1.2.

    Tabela 1.2 ficha tcnica do aerogerador utilizado.

    Dimetro da turbina 5,55 m

    Potncia de sada a 12m/s 6000 W Nmero de ps 3Material das Ps Fibra de Vidro

    Nmero de plos 30Velocidade de partida (vento) 2,2 m/s

    Incio da gerao (velocidade do vento) 3,0 m/sVelocidade rotao a 12m/s 240 rpm

    Torque de partida 0,3 NmFaixa de amplitude da tenso gerada por fase 60 320 V

    Resistncia do enrolamentoIndutncia prpria do enrolamento

    Indutncia mtua do enrolamentoControle de Velocidade Active Stall

    Proteo para altas velocidades de vento Controle de PassoMaterial magntico Neodmio

    Gerador Eltrico PMSG de Fluxo axial (Torus)Peso total 160 kg

    Esse aerogerador utiliza um sistema de posicionamento horizontal atravs de leme,

    uma tcnica simples e eficaz de manter a turbina alinhada em oposio com o fluxo do vento.

    A Fig. 1.4 ilustra a composio do aerogerador utilizado.

    Fig. 1.4 ilustrao do aerogerador utilizado (Enersud).

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    13

    As ps so conectadas ao eixo da turbina por intermdio de um sistema de molas que

    permite a variao do ngulo de pitch. Assim, com o aumento da fora de arrasto a qual as ps

    esto submetidas, as molas cedem aumentando o ngulo de pitch e, conseqentemente,

    reduzindo a coleta de potncia elica (Pv), a qual varia cubicamente com a velocidade do

    vento, como mostra a Eq. 1.3, na qual a a densidade do vento.

    2 31 .2v a

    P r u= 1.3

    Outra conseqncia importante do aumento do ngulo de pitch o aumento da

    turbulncia do vento na parte posterior das ps, aumentando o arrasto ao qual elas esto

    submetidas. Essa tcnica de ajuste do ngulo de pitch conhecida como active stall e se

    destina a evitar que o aerogerador seja submetido, durante condies anormais de velocidade

    do vento, a uma potncia elica mais elevada do que aquela que ele capaz de processar,

    garantindo a integridade fsica da turbina e do gerador eltrico.

    O coeficiente de potncia da turbina do aerogerador utilizado pode ser bem

    aproximado pela Eq. 1.4[8].

    ( )5

    21 3 4 6,

    i

    C

    p

    i

    CC C C C e C .

    = +

    1.4

    A varivel i depende do ngulo de pitch () e da relao de velocidade de ponta (),

    como mostra a Eq. 1.5[8].

    3

    1 1 0.035.

    0.08 1i =

    + +1.5

    Os valores dos coeficientes C1 a C6 da Eq. 1.4 dependem da construo

    aerodinmica da turbina, mas valores tpicos so dados na Tabela 1.3[8].

    Tabela 1.3 valores tpicos dos coeficientes C1 a C6.

    Coeficiente ValorC1 0,5176

    C2 116

    C3 0,4

    C4 5

    C5 21

    C6 0,0068

    Na seo seguinte feita uma reviso bibliogrfica das topologias de sistemas

    eletrnicos j propostas que se enquadram no escopo deste trabalho.

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    14

    1.3 Processamento da energia eltrica gerada

    O aerogerador a ser utilizado j est definido, assim como o aproveitamento da

    energia eltrica gerada atravs da sua injeo na rede eltrica. Para que se possa obter a

    mxima eficincia na converso elico-eltrica, o aerogerador deve operar com velocidade

    varivel. Como o aerogerador constitudo por um gerador sncrono, a amplitude e a

    freqncia da tenso gerada tambm so variveis.

    Portanto, toda a energia fornecida pelo aerogerador deve ser condicionada atravs de

    processamento eletrnico antes de ser injetada na rede. Esse processamento consiste em

    retificar a tenso gerada, formando um barramento fixo de tenso contnua ( linkcc) a partir do

    qual um inversor de tenso, conectado a rede eltrica atravs de indutores de interface, injeta a

    energia produzida na rede [17], como ilustra o diagrama de blocos da Fig. 1.5.

    Fig. 1.5 diagrama de blocos geral de um WECS de velocidade varivel conectado rede eltrica.

    Do bloco retificador so exigidos dois importantes requisitos. O primeiro acapacidade de adaptar o nvel de tenso gerado ao nvel de tenso do linkcc, de tal forma que

    se possa manter esse valor fixo ou dentro de uma faixa de interesse. O segundo que seja

    capaz de operar com um elevado fator de potncia e com uma baixa distoro harmnica total

    (THD Total Harmonic Distortion), emulando uma carga resistiva para o aerogerador, j que

    as correntes e tenses harmnicas causam uma srie de transtornos aos geradores eltricos

    [16], tais como:

    Aumento do aquecimento, devido s perdas no ao e no cobre nas freqnciasharmnicas;

    Reduo da eficincia;

    Prejuzo produo de torque;

    Aumento da emisso de rudo audvel;

    As compoentes harmnicas tentem a causar oscilao;

    H duas formas de obter ambos os requisitos no estgio retificador [17]-[18]. A

    primeira atravs da utilizao de um retificador a diodo convencional com a incluso de umestgio cc-cc entre ele e o linkcc. Atravs de uma modulao adequada, o conversor cc-cc

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    15

    intermedirio pode garantir o elevado fator de potncia e a adaptao do nvel de tenso

    gerado ao nvel de tenso do linkcc. O diagrama de blocos desse tipo de WECS mostrado

    na Fig. 1.6.

    Fig. 1.6 diagrama de blocos de um WECS com conversor cc-cc intermedirio.

    A segunda forma de obter um estgio retificador com os requisitos supra-

    mencionados utilizar um retificador ativo, ou seja, um retificador a base de semicondutorescontrolados que permita a modulao da corrente drenada do aerogerador, o qual ilustrado

    pela Fig. 1.7.

    Fig. 1.7 diagrama de blocos de um WECS com retificador PWM.

    Quanto ao estgio inversor qualquer estrutura inversora pode ser utilizada, seja

    monofsica ou trifsica. Os critrios de escolha so o nvel de tenso do link cc e o valor

    eficaz da tenso da rede. A seguir, as principais topologias de processamento de potncia para

    WECS presentes na literatura, pertinentes ao escopo deste trabalho, so apresentadas [18].

    1.3.1 WECS com conversor cc-cc intermedirio

    O WECS com conversor cc-cc intermedirio mais usual aquele que emprega um

    conversorboostentre o retificador e o linkcc [19]-[23], como mostra a Fig. 1.8.

    Fig. 1.8 WECS empregando o conversor boostno estgio de converso cc-cc intermedirio.

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    16

    Nesse tipo de WECS o estgio retificador composto por dois blocos: um

    retificador convencional e um pr-regulador do fator de potncia. Embora qualquer conversor

    cc-cc com caracterstica de fonte de corrente na entrada possa ser utilizado no bloco pr-

    regulador, a simplicidade de controle, o reduzido nmero de componentes e a predominante

    necessidade de elevao da tenso gerada fazem do conversor boosta principal escolha em

    sistemas voltados interligao com a rede eltrica.

    Nesse WECS a tenso do link cc deve ser superior ao mximo valor de pico da

    tenso gerada e o fluxo de potncia unidirecional. A principal limitao dessa estrutura a

    capacidade de processamento de potncia do estgio retificador, j que toda a potncia

    processada circula pelo pr-regulador. Alm disso, h trs semicondutores de potncia no

    caminho da corrente de cada fase e, para operao PWM, todos esses semicondutores operamem alta freqncia, o que compromete a eficincia do WECS.

    1.3.2 WECS com retificador PWM

    A Fig. 1.9 mostra a topologia mais tradicional em WECS compostos por geradores

    sncronos [18], a qual constituda por um retificador e por um inversor totalmente

    controlados, freqentemente denominada na literatura de conversorback-to-back[24]-[25].

    Fig. 1.9 WECS com retificador PWM empregando o conversor back-to-back tradicional.

    Essa uma estrutura que permite o fluxo bidirecional de potncia e o seu estgio

    retificador, assim como no WECS da Fig. 1.8, possui uma caracterstica de elevador de

    tenso, exigindo tambm a utilizao de um linkcc com nvel de tenso superior ao mximo

    valor de pico da tenso gerada.

    No estgio retificador desse WECS, embora todos os interruptores operem em alta

    freqncia, s h dois semicondutores no caminho da corrente de cada fase, elevando a

    eficincia do sistema. Como a potncia processada uniformemente distribuda entre os

    interruptores, essa topologia permite o processamento de nveis de potncia maiores que os

    dos WECS com conversor cc-cc intermedirio. Alm do custo decorrente do elevado nmero

    de semicondutores, o principal inconveniente do conversor back-to-back a utilizao de

    interruptores em srie no estgio retificador, o que complica e encarece o seu circuito de

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    17

    acionamento, j que os interruptores superiores exigem um sinal de comando isolado da

    referncia dos interruptores inferiores e curtos de brao devem ser prevenidos.

    Uma adaptao do circuito do conversor back-to-back proposta em [26], na qual

    apenas oito interruptores so utilizados, tambm empregada em WECS [27], como mostra a

    Fig. 1.10.

    Fig. 1.10 WECS ca-cc-ca empregando o conversor back-to-back de 8 interruptores.

    Assim como o back-to-back tradicional, essa estrutura tambm capaz de operar

    com fluxo bidirecional de potncia, com elevado fator de potncia em ambos os lados

    (gerador e rede eltrica) e permite a elevao do nvel de tenso gerado ao nvel de tenso do

    linkcc, de tal forma que todos os semicondutores operam em alta freqncia.

    Comparando com o conversor back-to-back de 12 interruptores, a vantagem desse

    circuito , to somente, a reduo do nmero de semicondutores utilizados. Em contrapartida,

    devido a tenso do linkcc ser o dobro, os semicondutores utilizados devem possuir o dobro dacapacidade de tenso. Alm disso, h apenas dois graus de liberdade na modulao, tanto do

    inversor como do retificador, o que impede a utilizao de tcnicas de reduo dos esforos

    de comutao do interruptores atravs de sobremodulao (injeo de terceira harmnica).

    H ainda outra desvantagem no conversor da Fig. 1.10, a manuteno do equilbrio

    das tenses dos capacitores do linkcc no uma tarefa trivial, agravada ainda mais pelo baixo

    nmero de graus de liberdade da modulao, exigindo maior complexidade do sistema de

    controle. Diante de tudo isso, uma anlise minuciosa deve ser feita a fim de avaliar o ganhoreal da reduo de quatro interruptores tendo em vista os transtornos colaterais.

    Outra opo a utilizao de um retificador semicontrolado no estgio retificador,

    como mostra a Fig. 1.11[28].

    Fig. 1.11 WECS ca-cc-ca empregando um retificador semicontrolado.

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    18

    Ao contrrio das demais estruturas apresentadas, o sistema da Fig. 1.11 no permite

    o fluxo bidirecional de potncia, o que no no problemtico em sistemas de

    processamento de energia elica, j que o fluxo de potncia sempre ocorre do aerogerador

    para a rede eltrica. Apesar de apresentar o mesmo nmero de semicondutores do conversor

    back-to-back clssico, a substituio dos interruptores superiores do estgio retificador por

    diodos simplifica os circuitos de controle e acionamento, assim como descarta a possibilidade

    de curtos de brao nesse estgio.

    Por outro lado, esse circuito s permite a modulao do semiciclo positivo das

    correntes drenadas do PMSG. Como conseqncia, h um considervel aumento do THD

    dessas correntes e, conseqentemente, das tenses geradas, implicando os transtornos j

    citados ao PMSG.

    1.4 Sistema proposto

    Neste trabalho proposta uma topologia indita de processamento da energia

    fornecida por um aerogerador. O diagrama funcional da topologia proposta mostrado na

    Fig. 1.12.

    Fig. 1.12 diagrama funcional do WECS proposto.

    A inovao desse sistema est na utilizao de retificadores bridgeless[29]-[34] no

    estgio retificador do WECS. O processamento da potncia oriunda do gerador feito de

    forma individual em cada fase, de tal forma que trs retificadores bridgeless monofsicoscompem um retificador trifsico PWM totalmente controlado que utiliza os seis fios do

    PMSG.

    Esse retificador possui uma caracterstica de elevador de tenso, permite a

    modulao das correntes drenadas do gerador em ambos os semi-ciclos e apresenta fluxo de

    potncia unidirecional. O circuito de comando desse retificador simples e barato, j que

    todos os interruptores esto conectados ao mesmo referencial e no h interruptores em srie.

    Pode-se ainda utilizar um nico sinal de comando para ambas as chaves, como ser visto emdetalhes no captulo 2, simplificando o circuito de controle. Alm disso, s h dois

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    19

    semicondutores de potncia no caminho da corrente de cada fase, o que eleva o rendimento da

    estrutura.

    A grande desvantagem do estgio retificador proposto o elevado nmero de

    semicondutores utilizados, o dobro do back-to-back convencional (Fig. 1.9) e o triplo do

    back-to-back com nmero reduzido de componentes (Fig. 1.10). Esse elevado nmero de

    semicondutores se justifica em aplicaes nas quais a densidade de potncia exigiria ou a

    utilizao de semicondutores com elevada capacidade de processamento de potncia ou a

    utilizao de semicondutores em paralelo, pois a topologia proposta promove distribuio

    homogenia da potncia total processada entre todos os semicondutores, permitindo a

    utilizao de semicondutores mais baratos e adiando a necessidade de paralelismo dos

    mesmos.Como a amplitude da tenso gerada no ultrapassa os 350V e a energia deve ser

    injetada em uma rede de 220Vrms de fase, optou-se pela utilizao de um ponte completa

    monofsico no estgio inversor, pois assim possvel utilizar um linkcc em torno de 400V e,

    conseqentemente, taxas de elevao moderadas. J um inversor trifsico necessitaria de um

    linkcc em torno de 800V, exigindo taxas de elevao exorbitantes, bem como a utilizao de

    semicondutores com maior capacidade de tenso, com maior custo e menor desempenho.

    1.4.1 Controle do fluxo de potncia

    Como em todas as topologias de WECS apresentadas o estgio retificador apresenta

    caracterstica de fonte de corrente na entrada e o estgio inversor apresenta caracterstica de

    fonte de corrente na sada, pode-se model-los pelo circuito da Fig. 1.13.

    Fig. 1.13 modelo eltrico simplificado de um WECS.

    Portanto, a tenso do linkcc depende do balano das suas correntes de entrada (I i) e

    de sada (Id). Se mais corrente injetada do que drenada do link cc, sua tenso sobe. Caso

    contrrio, se mais corrente drenada do que injetada no linkcc, sua tenso cai. Para que o

    equilbrio da tenso do linkcc seja alcanado, os valores mdios das correntes injetada (Ii) e

    drenada (Id) do linkcc devem ser equivalentes.

    Atravs desse modelo e de sua dinmica, pode-se perceber a importncia da presena do link cc entre os estgios retificador e inversor, pois ele que proporciona o

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    20

    desacoplamento entre esses dois estgios, permitindo que sejam controlados de forma

    independente, o que essencial para que se possa maximizar a extrao de energia do vento,

    como explanado na seo seguinte.

    1.4.2 Otimizao da extrao de potncia

    A otimizao da extrao da potncia elica disponvel em um WECS de velocidade

    varivel feita atravs da utilizao de um rastreador do ponto de mxima potncia (MPPT),

    atuando livremente a fim de determinar o valor de pico da corrente que deve ser drenada do

    gerador eltrico, ajustando seu carregamento e conseqentemente a velocidade de rotao da

    turbina de vento, procurando manter a relao entre a velocidade de rotao da turbina de

    vento e a velocidade do vento o mais prxima possvel do timo.Assim, com a variao da velocidade do vento a corrente injetada no linkcc tambm

    varia, implicando na variao da sua tenso. Cabe ao estgio inversor, por sua vez, transferir a

    energia extrada do vento, atravs do aerogerador e do retificador, para a rede eltrica. Isso

    feito atravs da injeo de uma corrente, senoidal e defasada de 180 graus eltrico da tenso,

    na rede eltrica. Essa injeo feita atravs do controle da corrente nos indutores que fazem a

    interface entre o inversor de tenso e a rede eltrica. A amplitude da corrente injetada na rede

    eltrica determinada por uma malha de tenso responsvel pelo controle da tenso do link

    cc, garantindo que ela permanea dentro de uma faixa segura pr-estabelecida.

    1.5 Consideraes finais

    Com a apresentao feita neste captulo acerca de conceitos importantes

    concernentes converso de energia elica em energia eltrica e seu aproveitamento

    eficiente, bem como do estado da arte desses sistemas, foi posto o ambiente propcio

    exposio do sistema de aproveitamento de energia elica proposto neste trabalho, dando

    ensejo ao seu estudo e desenvolvimento nos captulos seguintes.

    Equation Section 2

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    Captulo 2 Retificador trifsico bridgeless

    2.1 Introduo

    A estrutura eletrnica de processamento de potncia proposta para composio do

    WECS objeto de estudo e desenvolvimento deste trabalho, foi apresentada na Fig. 1.12. O

    diferencial dessa estrutura est no estgio retificador, constitudo por um retificador

    bridgeless trifsico, apresentado de forma mais detalhada na Fig. 2.1.

    Fig. 2.1 retificador bridgeless trifsico.

    Esse retificador constitudo por trs retificadores bridgeless monofsicos [29]-[34],

    cada um associado a uma fase do gerador eltrico do WECS, permitindo o processamento

    independente da potncia de cada uma das fases. O retificador bridgeless monofsico

    associado fase a do aerogerador mostrado separadamente na Fig. 2.2, na qual Ea, La e L1

    so, respectivamente, a fora eletromotriz, a indutncia do enrolamento e o indutorboostda

    fase a do retificadorbridgeless e Vdc sua tenso de sada, considerada constante.

    Fig. 2.2 bridgeless monofsico associado fase 'a'.

    A principal vantagem do retificadorbridgeless trifsico a presena de apenas dois

    semicondutores no caminho da corrente, em qualquer instante da operao, garantindo perdas

    menores que as do retificador trifsico tradicional com pr-regulador de fator de potncia

    (Fig. 1.8), no qual h trs semicondutores no caminho da corrente. Alm disso, no h

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    22

    interruptores em srie, descartando-se a possibilidade de curto de brao, e todos os

    interruptores esto na mesma referncia, simplificado seu circuito de comando.

    Em contrapartida, na sua verso trifsica, o retificador bridgeless apresenta um

    nmero de semicondutores bem maior do que as demais topologias de retificadores trifsicos

    presentes na literatura. Ao todo so doze semicondutores, uma quantidade duas vezes maior

    que a dos retificadores totalmente controlado (Fig. 1.9) e semicontrolado (Fig. 1.11), e trs

    vezes maior que a do retificador totalmente controlado com nmero reduzido de componentes

    (Fig. 1.10).

    Esse elevado nmero de semicondutores do retificador bridgeless trifsico se

    justifica em aplicaes com elevada densidade de potncia, pois a potncia total processada

    distribuda de forma homogenia entre todos os semicondutores, permitindo a utilizao desemicondutores mais baratos e postergando a necessidade de paralelismo dos mesmos.

    2.2 Princpio de operao

    A nica diferena entre os trs retificadores bridgeless monofsicos que compem o

    retificadorbridgeless trifsico a defasagem entre as tenses e correntes processadas por cada

    um deles, as quais so deslocadas de 120 graus eltricos entre si. Portanto, a compreenso do

    princpio de operao do retificadorbridgeless trifsico perpassa pelo princpio de operaodo retificador bridgeless monofsico. A operao do retificador bridgeless monofsico

    composta por apenas quatro etapas, mostradas na Fig. 2.3.

    Fig. 2.3 etapas de operao do conversos bridgeless monofsico.

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    23

    De acordo com a Fig. 2.3, o estado topolgico do retificadorbridgeless monofsico

    depende do estado dos interruptores (S1 e S2) e da polaridade da sua tenso de entrada (Ea -

    VLa). Durante o semiciclo positivo da sua tenso de entrada o retificador se encontra

    invariavelmente ou na Etapa 1 ou na Etapa 2 de operao, dependendo do estado do

    interruptor S1. Analogamente, durante o semiciclo negativo da sua tenso de entrada, o

    retificador opera sempre nas Etapas 3 ou 4, dependendo do estado do interruptor S2. A seguir

    feita a descrio detalhada de cada uma das etapas de operao apresentadas na Fig. 2.3.

    2.2.1 Etapa de operao 1

    Durante esta etapa de operao, a tenso de entrada do retificador bridgeless

    encontra-se no semiciclo positivo e ambos os interruptores (S1 e S2) encontram-seconduzindo, aplicando a tenso de entrada (Ea - VLa) sobre o indutor L1 e a tenso de sada

    (Vdc) sobre os diodos D1 e D2, polarizando-os reversamente. Durante esta etapa, o indutor L1

    armazena energia e, conseqentemente, uma corrente com derivada positiva estabelecida

    atravs dele, do interruptor S1 e do diodo em antiparalelo do interruptor S2. Esta etapa perdura

    at que o interruptor S1 seja comandado a bloquear, quando ento o retificador bridgeless

    monofsico passa ao estgio topolgico da Etapa 2.

    2.2.2 Etapa de operao 2

    Com o bloqueio do interruptor S1, a tenso de sada Vdc deixa de ser aplicada ao

    diodo D1, permitindo que a corrente, a qual no pode mais fluir por S1, passe a circular por

    D1. Assim, a tenso aplicada ao indutor boost L1 passa a ser a diferena entre a tenso de

    entrada do retificador (Ea - VLa) e a tenso de sada Vdc. Como em qualquer retificadorboost,

    a tenso de sada maior que o valor de pico mximo da tenso de entrada, garantindo que

    durante esta etapa o indutor boost transfira energia para a sada, levando a corrente que

    atravessa L1 a assumir uma derivada negativa.

    2.2.3 Etapa de operao 3

    Como pode ser observado na Fig. 2.3, esta etapa anloga Etapa 1, mas com

    circulao da corrente em sentido contrrio. A tenso de entrada do retificador est no

    semiciclo negativo e ambos os interruptores (S1 e S2) encontram-se conduzindo, aplicando a

    tenso de entrada (Ea - VLa) sobre indutor L1 e a tenso de sada (Vdc) sobre os diodos D1 e D2,

    polarizando-os reversamente. Portanto, o indutor L1 armazena energia e, conseqentemente,uma corrente com derivada positiva estabelecida atravs dele, do interruptor S2 e do diodo

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    24

    em antiparalelo do interruptor S1, ou seja, em sentido contrrio ao da Etapa 1. O bloqueio do

    interruptor S2 leva transio desta etapa para a Etapa 4.

    2.2.4 Etapa de operao 4

    Essa etapa, por sua vez, anloga Etapa 2. Assim, com o bloqueio do interruptor

    S2, a tenso de sada Vdc deixa de ser aplicada sobre o diodo D2, permitindo que a corrente

    que circulava por S2 passe a circular atravs de D2. Como a tenso de sada Vdc superior ao

    mximo valor de pico da tenso de entrada do retificador, ocorre a transferncia de energia do

    indutor L1 para a sada, levando sua corrente a assumir uma derivada negativa.

    2.3 Comando dos interruptores

    H duas maneiras de modular os interruptores do retificadorbridgeless monofsico

    [30] a fim de alternar sua operao entre as etapas 1 e 2 (Fig. 2.3.a e Fig. 2.3.b,

    respectivamente), durante o semiciclo positivo da tenso de entrada, ou entre as etapas 3 e 4

    (Fig. 2.3.c e Fig. 2.3.d, respectivamente), durante o semiciclo negativo da tenso de entrada,

    as quais so apresentadas a seguir.

    2.3.1 Comando simtrico

    No comando simtrico, os interruptores do retificadorbridgeless monofsico

    recebem, ambos, o mesmo sinal de comando. Isso possvel porque durante o semiciclo

    positivo toda a corrente do indutorboostL1 circula pelo diodo em antiparalelo do interruptor

    S2, de tal forma que, durante o semiciclo positivo da tenso de entrada, o estado do interruptor

    S2 no interfere na operao do retificador.

    O mesmo ocorre durante o semiciclo negativo da tenso de entrada do retificador, ou

    seja, como durante esse semiciclo toda a corrente do indutorboostL1 circula pelo diodo em

    antiparalelo do interruptor S1, durante o semiciclo negativo o estado de S1 no interfere naoperao do retificador.

    2.3.2 Comando assimtrico

    J no comando assimtrico, os interruptores S1 e S2 recebem sinais de comando

    diferentes. Durante o semiciclo positivo da tenso de entrada do retificador, o interruptor S2

    mantido conduzindo enquanto o interruptor S1 comutado a fim de modular a corrente no

    indutor boost L1. J durante o semiciclo negativo da tenso de entrada do retificador, ointerruptor S1 mantido conduzindo enquanto o interruptor S2 comutado a fim de modular a

    corrente no indutorboostL1.

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    A vantagem do comando assimtrico a possibilidade da reduo das perdas por

    conduo quando se utiliza MOSFETs. Isso porque essa tecnologia permite que a corrente

    circule reversamente pelo prprio corpo do interruptor e no pelo seu diodo em antiparalelo

    [30]. A desvantagem o aumento da complexidade dos circuitos de controle e comando do

    retificador.

    2.3.3 Comando utilizado

    Como a reduo das perdas por conduo proporcionada pelo comando assimtrico

    muito pequena e a tecnologia dos IGBTs apresenta melhor desempenho em aplicaes de

    elevada tenso e alta freqncia (at 150KHz) do que a tecnologia dos MOSFETs, bem como

    diodos em antiparalelo de melhor qualidade, optou-se por utilizar neste trabalho o comandosimtrico dos interruptores do retificado bridgeless.

    2.4 Formas de onda de tenso e corrente

    Seja D a razo cclica de operao de um interruptor, definida como a relao entre

    o seu tempo de conduo (ton) e o seu perodo de comutao (Ts), dada pela Eq. 2.1.

    .on

    s

    tD

    T= 2.1

    O ganho de tenso do conversor cc-cc boost tradicional, mostrado na Fig. 2.4,

    dado pela Eq. 2.2[35].

    Fig. 2.4 conversor boosttradicional.

    1.

    1dc eV V

    D=

    2.2

    Em regime permanente, a potncia fornecida pela fonte de tenso de entrada (Pe)

    deve ser equivalente potncia consumida na sada do conversorboost(Pdc), portanto:

    .e e dc iV I V I = 2.3

    Pode-se reescrever a Eq. 2.3 na forma da Eq. 2.4.

    .e edc

    i

    V IV

    I

    = 2.4

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    Substituindo a Eq. 2.4 na Eq. 2.2, chega-se ao ganho de corrente do conversorboost

    tradicional, dado pela Eq. 2.5.

    ( )1

    i e. I I D= 2.5

    A Fig. 2.5 mostra o retificadorboostmonofsico com correo do fator de potncia

    tradicional, na qual a tenso de entrada dada pela Eq.(eV )t 2.6, cujo valor de pico Vepk.

    Fig. 2.5 retificador boostmonofsico tradicional.

    ( ) ( ).e epk V t V sen t = 2.6

    Comparando o retificador da Fig. 2.5, com o conversorboostda Fig. 2.4, pode-se

    observar que a nica diferena entre eles que a tenso de entrada deixa de ser contnua

    constante (valor mdio igual ao seu valor eficaz) e passa a ser uma tenso contnua senoidal

    retificada (valor mdio diferente do valor eficaz). Portanto, por analogia, o ganho de tenso doretificadorboostcom correo do fator de potncia tra