sistema de monitoração pessoal

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Sistemas de Monitor Pessoal Escolha e Operação de Sistemas de Monitor Pessoal Escolha e Operação

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Page 1: Sistema de Monitoração Pessoal

Sistemasde Monitor Pessoal

Escolha

e

Operação

de

Sistemas

de

Monitor

Pessoal

Esco

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e O

pera

çã

o

Page 2: Sistema de Monitoração Pessoal

Índice

Introdução ...................................................................................................................................................................................... 4

1 Uma (breve) História dos Monitores ........................................................................................... .................. 52 Por Que Usar Monitores Pessoais? ............................................................................................. ................. 6Qualidade de Som Superior ........................................................................................................................................................... 6

Volume Adequado .......................................................................................................................................................................... 7

Ganho Antes de Ocorrer Realimentação (Microfonia) ................................................................................................................... 7

Preservação da Audição ................................................................................................................................................................ 8

Menor Estresse Vocal .................................................................................................................................................................... 8

Interferência Com a Mixagem para a Platéia (PA) ......................................................................................................................... 8

Portabilidade .................................................................................................................................................................................. 9

Estéreo ........................................................................................................................................................................................... 9

Mobilidade ...................................................................................................................................................................................... 9

Controle Pessoal ............................................................................................................................................................................ 9

3 Escolhendo um Sistema ........................................................................................................ ...................... 10Sem Fio vs. Com Fio .................................................................................................................................................................... 11

Configurando um Sistema de Monitor Pessoal ............................................................................................................................ 11

De quantas mixagens eu preciso? ............................................................................................................................................... 11

Quero monitorar em mono ou em estéreo? ................................................................................................................................. 13

Quantas mixagens são disponíveis na console de frente (principal)? ......................................................................................... 13

Quantos componentes terei que usar? ........................................................................................................................................ 13

4 Fones Auriculares ............................................................................................................ ............................. 14Opções de Fones .........................................................................................................................................................................15

Transdutores dos Auriculares ....................................................................................................................................................... 16

O Ouvido Ocluso .......................................................................................................................................................................... 17

5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal ................................................................................... ...... 18Ensaios ........................................................................................................................................................................................18

Apresentações ............................................................................................................................................................................. 18

Casas Noturnas/ Empresas/ Bandas de Casamentos – Sem Console de Monitor ....................................................................................... 18

Bandas de Médio Porte – Com Console de Monitor .................................................................................................................... 19

Sistema Profissional para Turnês ................................................................................................................................................. 20

Criando uma Mixagem Básica de Monitor: .................................................................................................................................. 21

Monitores Pessoais para Casas de Culto e Instaladores Profissionais ....................................................................................... 21

6 Expandindo o Sistema de Monitor Pessoal ...................................................................................... .......... 23Mixers para Monitores Pessoais .................................................................................................................................................. 23

Equipamentos Suplementares ..................................................................................................................................................... 23

Vibradores para Banco de Bateria (Drum Shakers) .................................................................................................................... 23

Microfones de Ambiência ............................................................................................................................................................. 23

Processamento de Efeitos ........................................................................................................................................................... 24

7 Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos ......................................................................................... ............ 25Transmissão de Rádio ................................................................................................................................................................. 25

Antenas ........................................................................................................................................................................................26

Alcance dos Sistemas Sem Fio ................................................................................................................................................... 26

Dicas para Operação Eficiente .................................................................................................................................................... 27

8 Audições Seguras com Monitores Pessoais ...................................................................................... ........ 28Use um microfone isolador .......................................................................................................................................................... 28

Use ambos os fones .................................................................................................................................................................... 29

Mantenha o limitador ligado ......................................................................................................................................................... 29

Preste atenção no que seus ouvidos lhe dizem .......................................................................................................................... 29

Consulte um audiólogo regularmente .......................................................................................................................................... 30

O Decibel ..................................................................................................................................................................................... 31

Apêndice A - Sistemas Shure de Monitor Pessoal ................................................................................. ...... 32Como decidir qual sistema Shure é o indicado para mim? .......................................................................................................... 32

Por Que Escolher o PSM® 600 em vez do PSM® 400? ............................................................................................................. 33

Fones Auriculares Shure .............................................................................................................................................................. 34

Compatibilidade de Freqüência para Sistemas Sem Fio Shure .................................................................................................. 34

Combinando Antenas para PSM® 600 e 700 .............................................................................................................................. 35

Apêndice B - Usando o Shure P4M e o Auxpander .................................................................................. .... 36P4M – Mixer Monitor Pessoal ...................................................................................................................................................... 36

AuxPander: Expansão de Mandadas Auxiliares .......................................................................................................................... 36

Usando o Shure P4M e o Auxpander .......................................................................................................................................... 38

Usando o AuxPander com Monitores Pessoais ........................................................................................................................... 38

Usando o AuxPander com Monitores de Chão ............................................................................................................................ 38

Outras Aplicações para o AuxPander .......................................................................................................................................... 39

Configurando um AuxPander ....................................................................................................................................................... 39

Guia de Escolha de Sistemas de Monitor Pessoal Estéreo ......................................................................................... 40

Índice

Page 3: Sistema de Monitoração Pessoal

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Introdução

Vivemos em uma era de avanços tecnológicos extremos, e a indústria do áudio não é

exceção. Hoje, as pessoas em geral, assim como os músicos, estão condicionadas ao som

cristalino e bem produzido dos CDs e dos sistemas de som multicanal. O áudio de alta

qualidade não é mais exclusividade dos audiófilos e dos engenheiros e técnicos de

gravação em estúdios, tendo se expandido para alcançar e beneficiar também os sistemas

de sonorização de grandes concertos. Esses avanços na tecnologia dos sistemas de som

oferecem às platéias atuais shows que são maiores, com som mais alto e com maior

clareza do que nunca. O artista, entretanto, ainda está sujeito a uma solução menos que

perfeita para monitoramento no palco, inventada e, tirando poucas exceções, explorada até

seus limites práticos nos anos 70. Os monitores de chão tradicionais causam uma série de

problemas para o artista, bem como para a platéia, o técnico de mixagem, e para o estres-

sado técnico de monitor. Por que negar aos artistas a oportunidade de ouvirem suas per-

formances do melhor modo possível?

O Monitoramento Pessoal, também chamado de “In-Ear” (“dentro do ouvido”), é a solução

lógica. Antes um recurso exclusivo das maiores empresas de sonorização de eventos,

esses sistemas de Monitor Pessoal tiveram seu custo inicial de investimento grandemente

diminuído, graças a avanços recentes na tecnologia sem-fio e o desenvolvimento de fones

intra-auriculares universais. Entretanto, assim como na maioria das novas tecnologias,

surgem muita desinformação e relutância em experimentar a novidade. Em um esforço para

educar e esclarecer os interessados em melhorar seu desempenho no palco, a Shure

apresenta esse livreto. Ele se divide em duas seções e um apêndice. A primeira seção dá

uma breve história do monitoramento em palco, o surgimento dos Monitores Pessoais, e

descreve em detalhe os benefícios de seu uso. A seção dois fornece informações específi-

cas sobre a escolha do sistema que melhor atende às suas necessidades, e os vários

modos de configurar os Monitores Pessoais. O apêndice inclui informações adicionais sobre

aspectos da operação de sistemas sem fio.

O campo do monitoramento pessoal ainda está em crescimento, e a tecnologia continua a

avançar. Nesse texto, vamos mostrar-lhe suas possibilidades e vantagens.

Introdução

Page 4: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 1Uma (breve) História dos Monitores

Embora ninguém saiba ao certo, provavel-mente podemos agradecer às bandas deHeavy Metal do final dos anos 60/ início dos70 por necessitarem do desenvolvimento demonitoramento de palco. Antes dos dias dosgrandes concertos em arenas e dos stacksde amplificadores Marshall™, não era tãodifícil para os cantores ouvirem a própria vozatravés dos falantes do PA. A maioria dosconcertos era feita em locais menores, compoucas e notáveis exceções. Quando osBeatles tocaram no Shea Stadium, o únicoPA que havia era para as vozes; o volumedas guitarras era o permitido por seuspróprios amplificadores. Naturalmente, obarulho da multidão era tão alto que aprópria platéia não conseguia ouvir direito oque estava acontecendo, que dirá os músi-cos! À medida que os shows de rock & rollcontinuaram a crescer e a ficarem com somcada vez mais alto, ficou cada vez mais difícilpara os músicos ouvirem o que estavamfazendo. A solução óbvia foi virar algumasdas caixas do PA em direção da banda. Ascaixas de monitor de chão, de formatochanfrado, e que podiam ser colocadas nochão, apontando para cima, em direção àbanda, foram um refinamento surgido depois.Além de ser um local conveniente para osbaixistas pisarem, os monitores de chãofinalmente permitiram aos artistas ouvirem asi mesmos a um volume decente.

Com o aumento do tamanho dos palcos,tudo ficou mais difícil de ser ouvido, não sóos vocais. Os bateristas ficavam em prat-

icáveis elevadosquase meio metroem relação aochão do palco, e osamplificadores deguitarra erameventualmentecolocados sob opalco. Essasmudanças levaramao uso de umaconsole de monitor– um mixer separa-do, usado para o

único fim de criar mixagens múltiplas paramonitor – para acomodar todas as entradasadicionais, além de criar mixagens separa-das para cada músico. Hoje, mesmo osmenores clubes de música oferecem pelomenos duas ou três mixagens separadaspara monitor, e não é incomum encontrarbandas locais que possuem seu própriosistema de monitoramento, capaz de lidarcom até 4 mixagens diferentes. Muitas turnêsde alcance nacional empregam rotineira-mente até 16 mixagens em estéreo.

Os problemas criados pelos sistemastradicionais de monitor são vários, e serãoexaminados detalhadamente no próximocapítulo. Mas basta dizer que era necessárioencontrar um modo melhor de monitoramen-to. Os bateristas usaram fones de cabeçadurante anos, para monitorar trilhas de clique(metrônomos) e Loops. Teoricamente, setodos os músicos no palco pudessem usarfones de ouvido, a necessidade de monitoresde chão seria eliminada. Essencialmente, osfones de cabeça foram os primeiros Moni-tores Pessoais – um sistema fechado quenão afeta nem depende das necessidadesde monitoramento dos outros artistas.Infelizmente, eles tendem a ser desajeitadose não muito atraentes. Avanços recentes naminiaturização de transdutores permitiu queos músicos usassem “fones auriculares”,essencialmente fones de cabeça reduzidos aum tamanho que coubesse confortavelmenteno pavilhão auditivo. Músicos profissionais,entre eles Peter Gabriel e Grateful Dead,foram os primeiros a empregar essa novatecnologia.

Outra grande contribuição ao desenvolvi-mento dos Monitores Pessoais foi o cresci-mento dos sistemas de microfones sem fio.Sistemas de monitor com fio funcionam bempara bateristas e tecladistas, que per-manecem relativamente imóveis, mas outrosmúsicos precisam de maior mobilidade.Sistemas de Monitor Pessoal sem fio,essencialmente sistemas de microfone semfio usados de modo invertido, permitem queo artista tenha liberdade completa demovimento. Os primeiros sistemas deMonitor Pessoal tinham preço alto, quaseproibitivo, e somente os maiores espetáculospodiam arcar com seu custo. Assim comoem toda nova tecnologia, o preço dessessistemas começou a cair à medida que seuuso se tornou mais difundido. Os sistemasatuais de Monitor Pessoal progrediram a umponto em que eles se tornaram acessíveis aqualquer músico ou artista.

Monitor de chão

Console Profissionall de Monitor

Capítulo 1 Uma (breve) História dos Monitores

Page 5: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 2Por Que Usar Monitores Pessoais?

Quando foi a última vez que você teve umaexperiência ótima com um monitor de chão?Você conseguiu ouvir tudo, sem nenhumamicrofonia, volume à vontade (sem tornar-seperigoso à audição), e com o técnico demonitor respondendo instantaneamente atodo pedido seu? Se você não conseguelembrar-se, não é o único. Qualquer pessoaque tenha tocado ao vivo alguma vez jáenfrentou sistemas ruins de monitor, masmesmo um sistema ótimo tem muitaslimitações devido às leis da física, que nãose curvam a ninguém. O conceito de monito-ramento “In-Ear” surgiu do desejo de criaruma experiência auditiva em palco quepudesse superar as limitações impostaspelos monitores tradicionais, de chão.

Vamos definir um sistema de monitorpessoal. Há muitos paralelos entre osMonitores Pessoais e os sistemas tradicion-ais de monitor de chão. O propósito dequalquer sistema de monitor é permitir queos artistas ouçam a si próprios. Os sons aserem monitorados precisam ser convertidosem sinais eletrônicos, para serem injetadosno sistema de monitor. Isso é conseguidousualmente obtido via microfones, emborano caso de instrumentos eletrônicos comoteclados e baterias eletrônicas, os sinaispossam ser injetados diretamente em umaconsole de mixagem. Os vários sinais sãoentão combinados em um misturador, efornecidos então ou a amplificadores depotência e caixas acústicas ou a um sistemade monitor pessoal. Qualquer processamen-to do sinal, como equalizadores ou processa-dores dinâmicos (compressores, limitadores,etc.) podem ser acrescentados no meio docaminho do sinal. Um sistema de MonitorPessoal com fio é similar (em termos de fluxode sinal) a um sistema tradicional de chão, jáque o receptor usado preso ao corpo ébasicamente um amplificador de potência, eos fones auriculares são como pequeninascaixas acústicas. Um sistema de MonitorPessoal sem fio entretanto acrescenta

apenas algunspoucos compo-nentes, especifi-camente umtransmissor e umreceptor. Da saídado misturador, osinal de áudio vaia um transmissor,que o converteem um sinal defreqüência derádio (RF). Umreceptor tipo Belt-Pack (pequena caixa usada presa ao cinto,correia da guitarra, etc.) usado pelo artista,capta o sinal de RF e o converte novamentepara sinal de áudio. Nesse estágio o áudio éamplificado e fornecido para os fones intra-auriculares. Veja uma discussão sobre osdiversos tipos de fones auriculares nocapítulo 4.

O termo “Monitores Pessoais” deriva devários fatores, mas basicamente gira emtorno do conceito de tomar uma mixagem demonitor e adequá-la às necessidadesespecíficas de cada artista no palco, semafetar a performance ou as condições deaudição dos outros. O conceito é mais amploque simplesmente “audição dentro doouvido”, um conceito que informa onde osmonitores estão posicionados, mas não dáqualquer outra informação sobre a experiên-cia.

Então , qual é a “experiência” dos MonitoresPessoais? Os quatro principais benefíciosobtidos com seu uso são os seguintes:

• Qualidade de som superior

• Portabilidade

• Mobilidade

• Controle pessoal

Qualidade de Som SuperiorHá vários fatores que, quando tomados emconjunto, resultam na qualidade de somsuperior dos sistemas de Monitores Pes-soais. Esses fatores incluem volume adequa-do para os artistas, o ganho obtido antes queocorra microfonia, preservação da audição,menor esforço vocal, e menor interferênciacom a mixagem feita para a platéia.

Sistema com Fio

Sistema sem Fio

Capítulo 2 Por Que Usar Monitores Pessoais?

Page 6: Sistema de Monitoração Pessoal

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Volume AdequadoO pedido mais comum para o operador demonitor é “dá para aumentar meu retorno umpouquinho?” (nem sempre dito de um modotão educado). Infelizmente, isso nem sempreé tão simples. Há muitos fatores que limitamo volume permitido quando se usam moni-tores de chão: o tamanho dos amplificadoresde potência, a capacidade de potência dosalto falantes, mas acima de tudo, o potencialde ganho acústico (veja “Ganho Antes deOcorrer Microfonia”, abaixo). Outro fator quedificulta ao artista ouvir-se é o nível de ruídono palco. Muitas vezes, vocalistas se ba-seiam unicamente nos monitores de palco,diferente de guitarristas, baixistas e tecladis-tas, cujos instrumentos são geralmenteamplificados. Bateristas, naturalmente,produzem um som acusticamente alto, semamplificação. Não é incomum presenciarmosguerras de volume quando os músicostentam ouvir-se em meio ao barulho cadavez maior. A clareza dos vocais é muitasvezes obscurecida à medida que outrosinstrumentos são misturados à mixagem domonitor, o que se torna cada vez maisnecessário, quando se dispõem de poucasmixagens separadas. Teclados, violões eoutros instrumentos que dependem dosmonitores muitas vezes competem porespaço sonoro com os vocais. Um sistemade monitor pessoal, que isola o usuário dosaltos volumes no palco e da acústica pobredo ambiente, permite que o músico atinjaqualidade “de estúdio” em suas audições nopalco. Os fones (intra-auriculares) E1 e E5,quando usados adequadamente, fornecementre 10 e 20 Db de redução no nível deruído de fundo (veja o capítulo 4 para maisinformações sobre os fones E1 e E5). Amixagem para monitor pode então sermodelada conforme o gosto individual, semlutar contra fatores que de outro modoseriam incontroláveis.

Ganho Antes de Ocorrer Realimentação(Microfonia)Quando se trata de obter altos níveis demonitoramento com monitores tradicionaisde chão, você sempre pode usar maisamplificadores e mais caixas acústicas, masnão desafiar as leis da física. O conceito de“ganho antes de ocorrer microfonia” temrelação com o quanto se pode aumentar onível de um microfone antes que ocorrarealimentação. Um fator que se relaciona deperto com isso é o PAG (na sigla em inglês,“Potencial de Ganho Acústico”). A equaçãodo PAG é uma fórmula matemática quepermite predizer quanto ganho pode serobtido em seu sistema de som antes de

atingir o limiar de realimentação, bastandoinserir fatores conhecidos, como a distânciaentre o microfone e a fonte sonora, e adistância do microfone à caixa acústica. Emtermos simples, quanto mais longe vocêestiver do microfone, ou quanto menor adistância entre o microfone e a caixa acústi-ca, ou quanto maior a distância entre ascaixas e o ouvinte, tanto menor será amargem de ganho antes de ocorrer reali-mentação.

Agora, imagine um palco típico. O microfoneestá próximo da sua boca, o que é bom. Omicrofone está (relativamente) próximo dacaixa acústica de monitor; isso é mau. Acaixa do monitor está (relativamente)afastada de seus ouvidos; isso também émau. A microfonia (realimentação) ocorresempre que o som que entra no microfone éreproduzido por uma caixa e “ouvido”novamente pelo mesmo microfone. Paraobter um nível decente de monitor, vocênecessita de uma quantidade razoável deganho. Entretanto, na situação acima, vocêtem dois fatores importantes trabalhandocontra você. Por cima de tudo, há ainda aquestão do NMA, ou Número de MicrofonesAbertos. Toda vez que você dobra o númerode microfones, o “ganho antes de ocorrerrealimentação” disponível cai em 3 Db. Comquatro microfones no palco em vez deapenas um, o ganho disponível terá caídoem 6 Db. O que fazer? A equação PAGassume que os microfones são onidirecion-ais. Assim, o uso de microfones cardióidesou até supercardióides ajudará; basta nãoaponta-los para os alto falantes. Ainda, aequação assume que o sistema de som temuma resposta de freqüência perfeitamenteplana. A ferramenta usada com maisfreqüência para reduzir a microfonia causadapor problemas de resposta de freqüência é oequalizador gráfico. Como algumas freqüên-cias entram em oscilação (“microfonia”)antes de outras, um equalizador permite que

Figura 1 - ganho Potencial AcústicoPAG = 20 ( log D1 - log D2 + log D0 - log Ds ) -10 log NOM - 6

Capítulo 2Por Que Usar Monitores Pessoais?

Capítulo 2 Por Que Usar Monitores Pessoais?

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um usuário experiente reduza a saída dosistema para aquelas freqüências problemáti-cas. Essa técnica resulta em aproximada-mente 3 a 9 Db de ganho adicional, assum-indo-se que a posição dos microfonespermaneça a mesma. Alguns técnicos demonitor costumam tentar equalizar o sistemade monitor até o ponto de não haver reali-mentação, mesmo que haja algum microfoneapontado diretamente ao cone do falante.Infelizmente, esse esforço para eliminar arealimentação usando equalizadores podedestruir totalmente a fidelidade do monitor.Mesmo depois da equalização ter tornado“plana” a resposta do sistema de monitor,PAG torna-se novamente o fator limitante.Nesse ponto, você não consegue aproximar-se mais do microfone, e mover as caixaspara mais perto de seus ouvidos também fazcom que se aproximem do microfone,neutralizando qualquer efeito útil no PAG.

Os Monitores Pessoais removem completa-mente da equação as questões de PAG e deganho-antes-de-ocorrer-microfonia. As“caixas acústicas” agora estão instaladashermeticamente em seu canal auditivo,isoladas do microfone. Rompido o paradigmada realimentação, é possível obter tantovolume quanto necessário – o que leva àquestão seguinte...

Preservação da AudiçãoO principal objetivo dos Monitores Pessoaisé permitir que você se ouça com perfeição.Mas eles não servem para nada se você tiverproblemas auditivos. Conforme menciona-mos antes, guerras de volume no palco sãoum problema universal. Exposição prolonga-da a níveis extremamente altos de pressãosonora pode levar rapidamente a perda daaudição. Alguns artistas habituaram-se ausar tampões de segurança para protegersua audição, mas mesmo os melhorestampões causam alguma alteração naresposta de freqüência. Os MonitoresPessoais oferecem um nível de proteção àaudição igual ao daqueles tampões, mascom o benefício adicional das minúsculascaixas acústicas dentro dos tampões. O nívelde monitoramento agora está nas mãos doartista. Se parecer alto demais, não hádesculpa para não diminuir o nível dosmonitores até um patamar confortável. O usode um Limitador interno (equipamentopadrão nos sistemas Shure PSM) é forte-mente recomendado, para impedir quetransientes de alto nível causem danospermanentes à audição. Em sistemas demonitor maiores e mais complexos, muitasvezes se usam compressores e limitadores

Capítulo 2Por Que Usar Monitores Pessoais?

externos para oferecer um grau maior decontrole e de proteção.

NOTA: Usar um sistema Shure PSM nãogarante que você não sofrerá ou não poderásofrer danos auditivos. Quando a chave doLimitador estiver desligada, esses sistemassão capazes de produzir níveis acima de 130Db SPL. Exposição prolongada a níveisdesse porte poderá causar perda de audição.É responsabilidade de cada usuário individu-al proteger sua audição. Caso você tenhadúvidas ou preocupações relacionadas comperda de audição, entre em contato com ummédico audiólogo.

Menor Estresse VocalRelacionada de perto com a questão dovolume, a capacidade de ouvir mais reduzclaramente o estresse vocal dos cantores ecantoras. Para compensar a incapacidade decertos sistemas de monitor de fornecer umnível adequado, muitos cantores exigemmais de si mesmos, imprimindo maiorpotência vocal do que seria normal e sau-dável. Qualquer um que ganhe a vida comsua voz sabe que, uma vez perdida a voz,estará perdido o meio de subsistência. Todaprecaução deve ser empregada para prote-ger o seu “instrumento”, e os MonitoresPessoais são um ingrediente chave paraajudar vocalistas a continuarem cantando pormuitos e muitos anos (veja o item “VolumeAdequado”, discutido anteriormente).

Interferência Com a Mixagem para aPlatéia (PA)Os benefícios dos Monitores Pessoais vãoalém daqueles disponíveis para o músico.Um dos lamentáveis efeitos colaterais dosmonitores de chão é o vazamento de som dopalco para a platéia. Embora sejam direcion-ais nas altas freqüências, as caixas acústicasradiam informações de baixas freqüências(graves) em todas as direções. Essa situaçãoagrava a tarefa já complexa enfrentada pelotécnico do PA, que precisa lutar contra níveisaltos de volume no palco ao criar a mixagempara a platéia. O excesso de graves vindo daparte de trás dos monitores de chão faz comque o som do PA soe “barrento”, semdefinição, e pode restringir grandemente ainteligibilidade dos vocais, especialmente emlocais de menor tamanho. Elimine os moni-tores de chão, e o som clareia consideravel-mente.

Capítulo 2 Por Que Usar Monitores Pessoais?

Page 8: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 2Por Que Usar Monitores Pessoais?

PortabilidadeA portabilidade é uma consideraçãoimportante para grupos que viajamfazendo apresentações, e parainstalações em que o sistema de somou a área de apresentação sãorenovados após cada evento. Consid-ere o sistema médio de monitor. Eleinclui de 3 a 4 monitores de chão,cada qual pesando mais ou menos 20quilos, e um ou mais amplificadores, a25 quilos em média cada – esse seriaum sistema relativamente pequeno demonitor. Um sistema completo deMonitor Pessoal, por outro lado, cabeem uma pequena valise. Em termospuramente estéticos, remover moni-tores de chão e cabos de caixavolumosos do palco melhora aaparência geral. Isso é especialmenteimportante para grupos que seapresentem em ambientes empre-sariais, casamentos ou em templos/casas de culto, onde a imagem é tão

qualidade geral do som. Como os fonesauriculares profissionais isolam o ruídoambiente, a acústica é removida da equação.Assim, em teoria, e tratando-se da mesmabanda com os mesmos integrantes, osajustes de monitor podem permanecervirtualmente os mesmos, inalterados, e amixagem vai soar igual todas as noites.

Controle PessoalTalvez o maior benefício prático dos Moni-tores Pessoais seja a capacidade do músicoter controle direto sobre aquilo que ouve.Embora ainda contando com os ajustes finosfeitos pelo técnico de monitor, os sistemas deMonitor Pessoal permitem que o próprioartista faça alguns ajustes básicos, como oVolume geral, o ajuste de Pan, ou que possaescolher diversas mixagens diferentes. Nashoras em que tudo na mixagem precisar ficarmais alto, basta que o músico aumente oVolume geral no receptor tipo Belt Pack, emvez de ficar fazendo gesticulações complica-das para o operador de monitor. O nível decontrole pessoal é expandido nos sistemasque operam em modo Duplo Mono, em queo Belt Pack combina os canais de áudioDireito e Esquerdo. O sinal combinado éentão enviado a ambos os lados do FoneAuricular (veja Figura 3). As entradas dosistema devem ser tratadas agora como“Mix1” e “Mix2”, em vez de “esquerda” e“direita”. O controle Balance do receptoragora atua como um controle de mistura,permitindo que o artista escolha entre duasmixagens, ou que ouça a uma combinaçãode ambas as mixagens tendo controle sobreo nível de cada uma delas. Girar o controlePan gradualmente para a esquerda aumentao nível de “Mix1” em ambos os ouvidos,enquanto reduz o nível de “Mix2”, e viceversa. O capítulo 5 inclui algumas aplicaçõespráticas do monitoramento em duplo-mono.Instalar um pequeno mixer externo próximoao músico aumenta a quantidade de con-trole. Ao transferir o controle do mix demonitor ao músico, o técnico de áudio pode

Monitores Pessoais não arrebentam assuas costas.

Figura 2 - Área ideal de audição criada por ummonitor de chão.

EstéreoUma vantagem de usar umsistema de monitor pessoal é acapacidade de ouvir em estéreo.Embora isso possa não seraplicável a todas as situações,especialmente com um númerolimitado de mixagens dis-poníveis, uma mixagem demonitor criada em estéreo poderecriar com maior precisão umambiente de audição realista.Toda a nossa vida é gastaouvindo em estéreo; logica-mente, um mix em estéreo paramonitor aumenta a percepção deum palco sonoro natural.

Monitorar em estéreo podetambém permitir audições emníveis mais baixos de volume.Imagine um grupo com doisguitarristas compartilhando amesma mixagem. Ambos osinstrumentos ocupam o mesmoespectro de freqüências, o quefaz com que cada guitarristapeça o aumento do seu nível demonitor, para poder ouvir-se. Aomonitorar em mono, o cérebrointerpreta os sons com basesomente na amplitude e notimbre. Portanto, quando doissons possuem aproximada-mente o mesmo timbre, a únicareferência que o cérebro possuipara distingui-los é a amplitude,ou nível de volume. O monito-ramento em estéreo acrescentauma nova dimensão, que é a dalocalização do som no palcosonoro. Se as guitarras estiver-em deslocadas do centro,mesmo que levemente, atravésdo controle PAN, cada somocupa seu próprio “espaço”. Océrebro usa essas referênciasde localização como parte desua percepção do som. Pesqui-sas já indicaram que, se ossinais estiverem separados noespectro estéreo (imagem), onível geral de cada sinal podeser mais baixo, devido à capaci-dade do cérebro de identificarsons com base em sua localiza-ção.

Capítulo 2 Por Que Usar Monitores Pessoais?

importante quanto o som. MonitoresPessoais resultam em um ambientede palco muito limpo e de aparênciaprofissional.

MobilidadeMonitores de chão produzem uma“área preferencial de audição” nopalco; um lugar onde tudo soa muitobem. Se você se afastar 30 cm paraum lado ou para o outro, subitamenteo som já não está tão bom quantoantes. A natureza relativamentedirecional dos alto falantes, especial-mente nas altas freqüências, éresponsável por esse efeito. UsarMonitores Pessoais, entretanto,equivale a usar fones de cabeça – osom acompanha-o aonde você vá. Anatureza consistente dos MonitoresPessoais também se mantém de localpara local. Ao usar monitores dechão, a resposta acústica do ambi-ente tem um papel importante na

Page 9: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 2Por Que Usar Monitores Pessoais?

gastar mais do seu tempo concentrando-seem fazer a banda soar bem, em vez de sepreocupar em deixar toda a banda feliz.

Sistemas de preço mais acessível, em mono,podem oferecer um tipo similar de controleao fornecer múltiplas entradas no transmis-sor, cada uma com um controle individual devolume. Em conseqüência, o transmissorpoderia ser localizado próximo do artista,para ajustes rápidos no mix.

O custo de fazer a transição dos monitorestradicionais para os do tipo “In Ear” caiudrasticamente nos últimos tempos. Umsistema básico custa tanto (ou até menos)quanto uma caixa de monitor ativa e umequalizador gráfico. Expandir um sistematambém tem maior eficiência de custo.Quando se quer aumentar o número demonitores de chão para reproduzir a mesma

mixagem, pode-se acrescentar um númerolimitado de caixas adicionais antes que acarga fique grande demais para o amplifica-dor, situação que exige o acréscimo de outroamplificador. Com um Sistema de MonitorPessoal Sem Fio, o número de receptoresmonitorando o mesmo sinal é ilimitado.Receptores adicionais não adicionam “carga”ao transmissor. Isso permite que se acres-centem tantos novos receptores quantosnecessário, sem a necessidade de novostransmissores. Para bandas que viajamtransportando seu próprio PA, os custos detransporte também podem ser reduzidos.Menos equipamento significa um caminhãomenor, e possivelmente um roadie a menos.

Figura 3: Representação Gráfica doMonitoramento em Estéreo x Duplo Mono

Capítulo 2 Por Que Usar Monitores Pessoais?

Page 10: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 3Escolhendo um Sistema

Dada a natureza pessoal do monitoramento“in-ear”, escolher o sistema certo é um passoimportante. O mercado dispõe hoje de váriasopções, e deve-se levar em conta tanto asnecessidades atuais quanto as futuras, antesde fazer um investimento.

Sem Fio vs. Com FioHá duas variedades básicas de sistemas deMonitor Pessoal: sem fio ou com fio. Siste-mas com fio exigem que o músico fiquelimitado ao comprimento do cabo, o que nemsempre é um ponto negativo. Bateristas etecladistas, e mesmos cantores de apoio(Backing Vocal) podem se beneficiar domenor custo e maior simplicidade de umsistema de Monitor Pessoal com fio. Bastaconectar as mandadas de monitor daconsole às entradas do PSM com fio eajustar a mixagem. Sistemas com fio tam-bém funcionam em todos os lugares domundo, sem o problema de encontrarfreqüências livres, ou de ter que lidar comcódigos locais de freqüência. Por último, sevários músicos usam a mesma mixagem,sistemas PSM com fio podem ser ligados emsérie, sem perda significante de sinal. Aimpedância de entrada dos sistemas PSMcom fio é alta o suficiente para permitir quemúltiplos sistemas sejam conectados a umaúnica saída, por meio de cabos em “Y”. Pelomenos oito sistemas podem ser conectadosa uma saída, sem efeitos colaterais nega-tivos significantes. Outro modo de ligar maisde um sistema com fio à mesma saídaconsiste em usar um amplificador distribui-dor, como o Shure FP16A. Um amplificadordistribuidor pega uma única entrada e divide-a em múltiplas saídas, cada uma com seupróprio controle individual de nível.

Equipamentos sem fio, pornatureza, requeremconsiderações especiais eatenção a detalhes (VejaApêndice - Sistemas SemFio). Mas as vantagenssuperam em muito o custoe a complexidade, que sãoum pouco maiores. Umdos principais benefíciosdos Monitores Pessoais éo mix consistente, inde-pendente de onde você seencontre; trabalhar “sem

fio” permite explorar as vantagens dessesistema até o limite extremo. (Na turnêBridges to Babylon de 1998, os RollingStones usaram PSM® 600 como monitoresenquanto se apresentavam em um palco

remoto, localizado no meio da platéia!).Adicionalmente, quando vários músicosprecisam do mesmo Mix de sinais, o proces-so é ainda mais fácil. Basta utilizar tantosreceptores sem fio quantos necessários paraouvir o mesmo Mix, sem qualquer efeitoadverso, e sem cabos pelo caminho!

Configurando um Sistema deMonitor PessoalEscolher o sistema adequado requer algumplanejamento anterior, para determinar asnecessidades de monitoramento para suaaplicação em particular.

No mínimo, é preciso responder às seguintesquestões:

1. Quantas mixagens são necessárias,

2. Se o que se quer é Monitorar em Mono ouem Estéreo,

3. Quantas mixagens são fornecidas pelaconsole principal?

Essas informações relacionam-se direta-mente ao equipamento de que você necessi-tará para satisfazer as necessidades demonitoramento “in ear” de sua banda.

1. De quantas mixagens eu preciso?A resposta a essa pergunta depende dequantas pessoas há na sua banda, e acapacidade do grupo de concordar sobre oque desejam ouvir em seus monitores. Porexemplo, a instrumentação de uma banda derock típica inclui bateria, baixo,guitarra,teclados, vocal principal e dois vocais deapoio, estes feitos pelo guitarrista e pelotecladista. Em um mundo perfeito, todosdesejariam ouvir o mesmo mix, e nesse casoa resposta seria: preciso de apenas umamixagem. Isso naturalmente anularia um dosprincipais benefícios dos monitores “pes-soais”, então vamos assumir que não é esseo caso (o que não é muito difícil de conseg-uir...) Uma configuração de baixo custo usaduas consoles, sendo uma para os vocais, ea outra para os instrumentos. Usando umsistema que permita operação em DuploMono, os músicos escolhem individualmentequanto de cada mixagem desejam ouvir(veja a Figura 5). Esse cenário é um modoeconômico de se entrar na monitoraçãopessoal, mas ainda assim exige uma quanti-dade razoável de cooperação entre osmembros da banda. Outro cenário forneceum mix separado ao baterista (vide figura 6).

Figura4 - Ampificador de Distribuição

Capítulo 3 Escolhendo um Sistema

Page 11: Sistema de Monitoração Pessoal

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Essa opção funciona bem por dois motivos:1) bateristas, em geral, desejam ouvirconsideravelmente mais da bateria nosmonitores que os outros membros da banda,e 2) para bandas que tocam em palcospequenos, a bateria soa tão alto que sãofacilmente ouvidas acusticamente (semnecessidade de reforço de som adicional).Por isso, a bateria nem precisa necessaria-mente estar incluída nas outras mixagens.Assim, temos agora até três mixagens – a devocais, a de instrumentos (menos a bateria),e a mixagem do baterista.

Até esse ponto, supusemos que os vocalis-tas são capazes de concordar com um mixdos microfones de vocal. Embora forçar oscantores a compartilharem a mesma mix-agem encoraja uma boa “mistura” das vozes,essa teoria comumente cai por terra naprática (devido ao fenômeno que chamamosde “Síndrome do Mais de Mim”). Freqüente-

mente, o assunto se resolve fazendo umamixagem separada para o vocalista principal,o que pode ser feito de duas maneiras.Primeiro, coloque alguns dos microfones dovocal de apoio na mixagem de “instrumen-tos”, e ajuste a mixagem de “vocal” parasatisfazer o cantor principal, mesmo que issosignifique acrescentar alguns instrumentosao mix “vocal”. Agora nós temos:

Uma mixagem individual para o vocalistaprincipal,

Uma mixagem para o guitarrista e para otecladista que inclui os seus vocais, e

Uma mixagem de bateria (nessa altura, obaixista pode ficar onde preferir, geralmenteo mix do baterista),

E no entanto ainda usamos somente trêsmixagens diferentes.

Capítulo 3Escolhendo um Sistema

Figura 6 – Três Mixagens usando Duplo Mono

Figura 5 – Duas Mixagens usando Duplo Mono

Capítulo 3 Escolhendo um Sistema

Page 12: Sistema de Monitoração Pessoal

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A segunda opção é criar uma quarta mix-agem para o vocalista principal, sem afetaras outras três. Essa configuração permiteque o guitarrista e o tecladista retenham ocontrole sobre seus vocais e instrumentos,enquanto fornece um mix totalmente person-alizado para o vocalista principal. O baixistanecessita de um mix separado? Isso o levaráa um total de cinco mixagens. Acrescentandouma seção de sopros? Essa poderia facil-mente ser uma sexta mixagem. E onde issovai parar? Bem, vários outros fatores (incluin-do o seu orçamento!) ajudarão a decidir oponto em que você limitará o número demixagens.

2. Quero monitorar em mono ou emestéreo?A maioria dos sistemas de monitor pessoalpermite monitorar em estéreo ou em mono. Àprimeira vista, estéreo parece ser a escolhaóbvia, já que nós ouvimos em estéreo, e tudoo mais hoje em dia tem som estéreo – CDs ,TV, VCR, até o seu computador. Estéreo, porsua própria natureza, requer dois canais deáudio. Para o usuário de monitor pessoal,isso significa duas mandadas do mixer paracriar uma mixagem estéreo no monitor – odobro do necessário para criar uma mix-agem mono (veja a figura 7). O monito-ramento em estéreo consome rapidamenteas mandadas auxiliares; se sua console tiverapenas quatro mandadas, você só poderácriar duas mixagens estéreo, quando poderiacriar quatro em mono.

Embora não seja tão “realista” quanto omonitoramento em estéreo, o modo monopermite criar mais mixagens em umaconsole de menor porte, e às vezes menostransmissores. Alguns transmissores estéreo

Capítulo 3Escolhendo um Sistema

podem ser operados no modo “duplo mono”,o que fornece duas mixagens mono em vezde uma em estéreo. Essa capacidade podeser um ótimo meio de economizar dinheiro.Se você só precisa de uma mixagem mono,se é um artista solo ou um músico profission-al que deseja ter seu próprio sistema pessoalde monitor, sistemas exclusivamente monosão outra opção de custo acessível. Consid-ere com atenção a possibilidade de usar umsistema que inclua uma entrada de micro-fone, que lhe permita conectar seu instru-mento primário diretamente no sistema demonitor.

3. Quantas mixagens são disponíveis naconsole de frente (principal)?Mixagens de monitor geralmente são criadasusando-se as mandadas auxiliares de umaconsole, seja a principal (para sonorizaçãoda platéia), ou uma exclusiva, especial paramonitor, se disponível. Uma console deformato pequeno tipicamente terá pelomenos quatro mandadas auxiliares. Se todaselas são disponíveis para uso como monitoré uma outra questão. Mandadas auxiliaressão também usadas para efeitos (reverb,delay, etc.). de todo modo, as mandadasauxiliares são o fator que determina onúmero de mixagens possíveis para monitor.Se sua resposta à pergunta 1 for um númeromaior que a resposta da pergunta 3, vocêtem duas opções: reconfigurar suas mixa-gens de monitor para acomodar a console,ou conseguir uma nova console. Tenha emmente que, se você não tiver uma console econtar somente com os equipamentosfornecidos pelos locais onde vai se apresen-tar, esteja preparado para lidar com onúmero de mixagens de monitor possíveisface ao equipamento da casa.

Figura 7: Uma Mixagem Estéreo

Capítulo 3 Escolhendo um Sistema

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4. Quantos componentes terei que usar?Após ter respondido a todas as perguntas acima, substitua os números nasequações a seguir, para determinar exatamente qual a sua necessidade decada um dos componentes, e escolha um sistema que possa atender aessas necessidades.

Estéreo:

Número de transmissores = número de mixagens desejadas

Número de mandadas auxiliares = 2 (número de transmissores)

(por exemplo, 4 mixagens necessitam de 4 transmissores e de 8 mandadas

auxiliares)

Duplo Mono:

Número de transmissores = número de mixagens desejadas/2

Número de mandadas auxiliares = 2 (número de transmissores)

(por exemplo, 4 mixagens necessitam de 2 transmissores e de 4 mandadas

auxiliares)

Somente Mono:

Número de transmissores = número de mixagens desejadas

Número de mandadas auxiliares = número de transmissores

(por exemplo, 4 mixagens necessitam de 4 transmissores e de 4 mandadas

auxiliares)

Número de receptores = número de músicos

Capítulo 3Escolhendo um Sistema

Capítulo 3 Escolhendo um Sistema

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Capítulo 4Fones Auriculares

Opções de FonesA chave para um monitoramento pessoal desucesso reside na qualidade dos fonesusados. Todos os componentes de qualidadepremium no caminho do sinal serão inefi-cientes se usados com um fone auricular debaixa qualidade. Um bom fone deve combi-nar fidelidade de áudio em toda a gama defreqüências com boa isolação, conforto, eaparência discreta. Os tipos de fones auricu-

lares disponíveis no mercado vãodesde os genéricos de baixo custo (equalidade), usados para Walkman®,até projetos altamente personaliza-dos, com moldagem dos dutosauditivos. Cada tipo tem suasvantagens e desvantagens. Emborarelativamente acessíveis em termosde preço, os fones “genéricos” paraWalkman® têm a isolação mais baixade todos (vide capítulo 8), e não sãorealmente projetados para resistiraos rigores do uso profissional pormúsicos (isso, além do fato deles nãopararem nos ouvidos quando você se

pula ou faz movimentos bruscos!). No outroextremo do espectro, fones com moldespersonalizados de duto auditivo (vide figura8) oferecem qualidade de som e isolamentoexcepcionais, mas são extremamente carose impossíveis de testar antes de comprar. Oprocedimento para obter moldes personaliza-dos envolve uma visita a um audiólogo. Esseprofissional faz um molde dos seus canaisauditivos colocando primeiramente umtampão interno no seu duto auditivo,preenchendo-o depois com um composto àbase de silicone, que se amolda perfeita-mente às dimensões de seus ouvidos. Essesmoldes são então usados para criar os fonespersonalizados. O ajuste final exige umanova visita ao audiólogo. Nos EstadosUnidos, as empresas Ultimate Ears eSensaphonics são exemplos de empresasdedicadas a tarefa. Algumas empresasbrasileiras também prestam esse tipo deserviço.

Fones auriculares universais combinam aqualidade sonora e o isolamento superiordos moldes personalizados com a versatili-dade e disponibilidade “ao sair da caixa” dosfones de consumidor. A natureza “universal”é atribuída às mangas adaptadoras inter-cambiáveis para duto auditivo. Esse projetopermite que o usuário experimente váriosadaptadores de silicone, para determinarqual é o mais adequado, além de poderexperimentar os fones antes de compra-los.Os diferentes adaptadores incluem modelosem espuma, em silicone flexível, pontas tipoflange em borracha e moldes personaliza-dos, cada um com suas vantagens e desvan-tagens.

Figura 8 - Fone com MoldePersonalizado (SP2000,cortesia de Sensaphonics)

EspumaA opção mais comum para fones auriculares.Os adaptadores de espuma lembram ostampões comuns de ouvido, mas com umorifício central, recoberto por um tuboplástico. O eixo do fone é introduzido nesseduto, com a face brilhante para fora. Paraajustar adequadamente o fone em seusouvidos, comprima a espuma tanto quantopossível, introduzindo o fone no canalauditivo. Segure-o no lugar até que a espu-ma se expanda completamente, formandoum selo hermético. Passe o cabo por cimade sua orelha. Repita o procedimento naoutra orelha, e então use o tubo plástico deajuste do cabo para reduzir folgas excessi-vas. (o fone para o ouvido esquerdo émarcado por um ponto azul, e o direito, porum ponto vermelho). As espumas oferecemexcelente isolação e boa performance nosgraves. O ponto negativo é que elas even-tualmente ficam sujas ou gastas, precisandoser substituídas. A instalação correta dasespumas também é um processo um poucomais demorado – comparado com outrasopções – já que é preciso segurar os fonesno lugar até que a espuma expanda.

Adaptadores FlexíveisPara instalar e remover rapidamente osfones, prefira os adaptadores flexíveis desilicone. Feitos de plástico macio e flexível,são disponíveis em três tamanhos: pequeno,médio e grande (S, M ou L). A instalação émuito simples, bastando colocar o adaptadorno ouvido e passar o cabo por cima daorelha, como detalhado acima. Embora aisolação não seja tão hermética quanto aproporcionada pelas espumas, os adaptado-res flexíveis são laváveis e reutilizáveis.

Figura 9 – Fones de transdutor simples comespumas

Figura 10 – Adaptadores de borracha flexível

Capítulo 4 Fones Auriculares

Page 15: Sistema de Monitoração Pessoal

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Adaptadores com Flange TriplaUma variaçãodos adaptado-res flexíveis, osde FlangeTripla possuemtrês anéis deborracha (ouflanges) emtorno de umtubo central deborracha. Osprós e contrassão similaresaos dosadaptadores

flexíveis, mas os de Flange Tripla possuemfatores diferentes de conforto que algunsusuários preferem.

Adaptadores PersonalizadosA quarta e mais cara opção consiste dosadaptadores personalizados. Estes com-binam a facilidade relativa de instalação noouvido e sua permanência no lugar com aisolação superior (dependente da preferênciado usuário) das espumas. O processo paraobtenção de adaptadores personalizadospara os fones Shure é similar ao dos moldespersonalizados do duto auditivo, demandan-do uma visita ao audiólogo para a confecçãoda moldagem. Adaptadores personalizadosdão aos usuários muitos dos mesmosbenefícios dos moldes personalizados paraduto auditivo, mas geralmente a um customenor, com a vantagem adicional de sepoder intercambiar os fones retendo osadaptadores, em caso de perda, roubo, ouenvio para a assistência técnica.

NOTA IMPORTANTE: Há várias marcas detampões moldados personalizados, comfiltros internos que possuem uma respostade freqüência relativamente plana, e difer-entes níveis de atenuação. Embora sejafisicamente possível fazer com que os fonesauriculares Shure se encaixem nessestampões com o filtro removido, somosfortemente contra esse procedimento. Oposicionamento do fone auricular no canalauditivo é crucial para obter uma resposta defreqüência correta, o que não é obtido com amaioria dos tampões ou plugues auditivos.Novamente, tampões ou plugues commoldagem personalizada NÃO são umaalternativa aceitável para os adaptadorespersonalizados.

Capítulo 4Fones Auriculares

Figura 11 – Adaptadorescom Flange Tripla

Por último, se houver algum problema comum fone auricular do tipo “universal”, suasubstituição não acarreta qualquer reper-cussão negativa. Um fone com moldepersonalizado não oferece esse tipo deversatilidade. Caso um deles necessite dereparo, a única alternativa é possuir um parreserva (a um custo relativamente elevado)para usar nesse ínterim.

Transdutores dos AuricularesO funcionamento interno dos fones tambémvaria. Há dois tipos básicos de transdutores –dinâmicos e de armadura balanceada.

Os fones do tipo dinâmico (videfigura 12) funcionam sob osmesmos princípios dos microfonesdinâmicos e da maioria dos altofalantes comuns. Um diafragmadelgado é ligado a uma bobina defio, suspensa em um campomagnético. Os materiais emprega-dos no diafragma incluem o Mylar(no caso de microfones dinâmicos)ou papel (para alto falantes).Quando uma corrente é aplicada àbobina, que é suspensa em umcampo magnético permanente,esta vibra em simpatia com as variações devoltagem. A bobina então força o diafragma avibrar, perturbando as moléculas de arcircundantes, e causando as variações napressão de ar que interpretamos como som.Transdutores dinâmicos são usados princi-palmente nos tipos “comuns” de fone (tipoWalkman®), embora também sejam encon-trados em alguns fones com moldagempersonalizada.

Utilizados inicialmente na indústria deaparelhos auditivos, os transdutores dearmadura balanceada (vide figura 13)combinam tamanho menor com maiorsensibilidade. Um “braço” de metal em formade ferradura possui uma bobina enrolada emum lado, com o outro suspenso entre ospólos norte e sul de um magneto. Quando seaplica corrente alternada à bobina, o braçooposto (aquele suspenso no campo magnéti-co) é puxado para um dos pólos do magneto.As vibrações são então transferidas aodiafragma, geralmente constituído por umafolha de espessura muito delgada.

Figura 12 - Transdutor Dinâmico

Capítulo 4 Fones Auriculares

Page 16: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 4Fones Auriculares

Transdutores por armadura balanceada sãosimilares aos elementos usados em micro-fones por controle magnético. Obter uma boavedação entre o fone auricular e o canalauditivo é crucial para obter uma resposta defreqüência adequada.

O Ouvido OclusoUma nota final para usuários novatos defones “In-Ear”. Quando o seu canal auditivoestá selado acusticamente (“fechado”), aexperiência auditiva é diferente daquela comque você deve estar acostumado, o quepode significar a necessidade de um períodode adaptação para quem sempre usou osmonitores tradicionais, de chão. Um “efeitocolateral” comum nos vocalistas é cantarcom menos energia. O choque súbito deouvir-se sem qualquer estresse faz com quealguns vocalistas cantem mais baixo do quefariam normalmente, dificultando a tarefa dotécnico de PA em conseguir um nível ade-quado dos vocais na Mixagem. Lembre-sede que esse técnico ainda está lutandocontra as leis do “PAG” (releia o texto sobreesse tópico), portanto, os cantores devemsoltar suas vozes!

Outro efeito colateral do ouvido totalmenteselado é um acúmulo de baixas freqüênciasno canal auditivo. Isso ocorre porque osossos internos do ouvido ressoem devidoaos níveis de pressão sonora que se acumu-lam na parte de trás da boca. Essa res-sonância geralmente ocorre abaixo de 500Hz, e resultam em um som “oco”, que podeafetar vocalistas e músicos tocando instru-mentos de sopro. Estudos recentes mostra-ram, entretanto, que os moldes do canalauditivo podem penetrar mais profunda-mente no canal (além da segunda dobra),reduzindo o efeito da oclusão do ouvido. Avedação mais profunda reduz a vibração dasáreas ósseas do canal auditivo.

Uma outra subdivisão ocorre com o uso detransdutores múltiplos dentro do foneauricular. Fones com transdutores duplossão o tipo mais comum (veja a figura 14).Outro exemplo de caixa acústica com projetoduplo é a caixa que tem uma corneta(tweeter) para reprodução dos agudos, e umwoofer para os graves. O espectro defreqüências é dividido em dois por umcircuito de crossover. Cada transdutor só temque reproduzir a faixa de freqüência para aqual foi otimizado. Fones com transdutoresduplos funcionam com um princípio similar –cada fone inclui um “tweeter” e um “woofer”,otimizados para desempenho nos agudos enos graves, respectivamente. Adicional-mente, um crossover passivo é embutido nocabo, para dividir o sinal de áudio emmúltiplas freqüências. O resultado final éuma resposta muito mais estendida degraves e de agudos, algo de interesseespecialmente para baixistas e bateristas,cujos instrumentos geram bastante conteúdode baixas freqüências.

Figura 14 – Fones com Transdutores Duplos

Figura 13 - Transdutor com ArmaduraBalanceada

Capítulo 4 Fones Auriculares

Page 17: Sistema de Monitoração Pessoal

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Capítulo 5Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Instalar e fazer funcionar sistemas demonitor pessoal é um processo relativa-mente simples, mas os modos como podemser configurados são quase ilimitados. Aqui,mostraremos vários cenários típicos. Siste-mas Pessoais são úteis tanto ao vivo quantoem ensaios, e seus benefícios vão desdepequenos bares e clubes até grandes turnêsem estádios, templos e casas de culto.

EnsaiosCaso já possua uma console, implementarum sistema de monitor pessoal para ensaiosé simples. Há vários modos de injetar umsinal num sistema, dependendo de quantasmixagens forem necessárias. Para criar ummix estéreo simples, basta ligar as saídasprincipais da console diretamente às entra-das do PSM. Mandadas auxiliares tambémpodem ser usadas, caso necessite demixagens separadas. Para bandas quelevem seu próprio PA (ou pelo menos suaprópria console), esse método permite criarum mix de monitor durante o ensaio, e usa-lodurante a apresentação. Nenhum ajuste seránecessário para adequar o sistema àspropriedades acústicas da sala. Uma consolede monitor que já inclua splits das saídas demicrofone é desejável numa aplicação comoessa, por permitir que o sinal dos microfonesseja partilhado entre a amplificação principale o palco. Na hora da apresentação, amixagem para monitor pode ser ajustadaexatamente como foi usada no ensaio, semafetar a amplificação principal.

ApresentaçõesCasas Noturnas, Bares/ Empresas/Bandas de Casamentos – Sem Consolede MonitorA maioria dos grupos que faz apresentaçõesnão possui um monitor exclusivo paramonitoramento. Nessa situação, as mixagenspara monitor são criadas usando as saídasauxiliares da console de mixagem principal.O número de mixagens disponíveis serálimitado pela capacidade da console (con-heça o AuxPander , a solução da Shure paraesse problema, no Apêndice B). A maioriados sistemas de monitor pessoal possuempelo menos duas entradas. Portanto, escolhauma console capaz de fornecer pelo menosduas mandadas auxiliares pré-fader dedica-das. As mandadas pré-fader não são afeta-das por mudanças de nível feitas no Faderprincipal.As mandadas pós-fader, ao con-trário, mudam seu nível conforme asposições dos faders de canal, e geralmentesão usadas para efeitos. Usar mandadaspós-fader para monitor não é impossível,

mas ouvir movimentações de fader pode dealgum modo desconcentrar os músicos. Amaioria dos usuários que só dispuserem deduas saídas auxiliares provavelmente optarápor operar no modo duplo mono, que permiteuma grande flexibilidade. A conexão ésimples – basta ligar a mandada AUX1 daconsole à entrada esquerda do transmissorPSM (ou ao sistema com fio) e AUX2 àentrada direita. (Use AUX3 e 4 se estesforem pré-fader – cada console é diferente!).Então, dependendo de quem está ouvindo oquê, crie as mixagens abrindo as mandadasauxiliares nos canais desejados. A lista aseguir enumera algumas das duplas demixagens mais comuns:

Duas Mixagens de Monitor(Duplo Mono)

Tipicamente, cada músico pode escolherqual mix deseja ouvir, bastando ajustar ocontrole Balance no receptor. Certifique-sede que todos os receptores estejam ajusta-dos para operação no modo “Dual Mono”,caso contrário cada mix será ouvido no ladoesquerdo ou no lado direito, mas não emambos os ouvidos. Lembre-se também quepoderá usar quantos receptores quiser paramonitorar o mesmo transmissor.

Alguns artistas podem preferir escutar oHouse Mix, para acompanharem exatamenteo que a platéia está ouvindo. Em vez detentar reproduzir o mix principal com manda-das auxiliares, é mais prático ligar as saídasprincipais da console diretamente ao transm-issor. As saídas Loop Out permitem repassaro sinal para o PA principal, sem que este sejaafetado pelo sistema de monitoramento.Tenha em mente que isso nem sempreproduz os resultados desejados. Raramenteo que soa bem no canal auditivo soará bematravés de um sistema de PA, se o espetácu-

Capítulo 5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Opção 1

AUX1 (entrada Left) AUX2 (entrada Right)

Mix Vocal Mix da Banda (guitarras, bateria, etc.)

Opção 2

AUX1 (entrada Left) AUX2 (entrada Right)

Mix da “Frente” (vocais, guitarras, sopros, etc.) Mix do “Backline” (bateria, baixo)

Opção 3

AUX1 (entrada Left) AUX2 (entrada Right)

Mix “Ego” (instrumento solo ou vocal) Demais instrumentos

Page 18: Sistema de Monitoração Pessoal

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lo ocorrer em um ambiente acústico menosque perfeito. Muitas vezes, um vocal queparece fundir-se com perfeição ao conjuntona mixagem In-Ear soará completamenteperdido através do PA, especialmente emuma sala pequena, onde se usam instrumen-tos ao vivo. Essa técnica pode ser apropriadapara bandas eletrônicas, onde a maioria dosinstrumentos é ligada diretamente naconsole. O único som na sala é criado pelosistema de som.

Quanto mais saídas auxiliares a consoletiver, mais mixagens de monitor você poderácriar. Veja mais exemplos nas tabelas abaixo.

Bandas de Médio Porte – Com Consolede MonitorNesse ponto, atingimos o limite de capaci-dade de monitoramento para as consoles demenor porte. As bandas que atingiram opróximo nível de performance (clubes epalcos maiores e de maior prestígio, teatrose pequenas turnês) podem estar na posiçãode se beneficiarem de uma console dedica-da para monitor. A maioria das mesas demonitor é capaz de fornecer pelo menos oitomixagens (ou quatro estéreo), o que tornapossível que cada membro da banda tenhasua própria mixagem exclusiva.

Capítulo 5Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Capítulo 5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Três Mixagens de Monitor (Dual Mono)Opção 1

AUX1 Out (Left – sistema 1) AUX2 Out (Right – sistema um) AUX3 Out (Left – sistema 2) Right (Sistema 2)

Mix Vocal Mix da Banda Mix exclusivo para bateria Não utilizada

Opção 2

AUX1 Out (Left – sistema 1) AUX2 Out (Right – sistema um) AUX3 Out (Left – sistema 2) Right (Sistema 2)

Vocal Solo Tudo o mais Mix exclusivo para bateria Não utilizada

Opção 3

AUX1 Out (Left - Sistema 1) AUX2 Out (Right - Sistema 1) AUX3 Out (Left - Sistema 2) Sistema 2 - Right

Mix da “Frente” Mix do “Backline” Mix “Ego” (o líder tem o que quiser!) Não utilizada

Quatro Mixagens de Monitor (Dual Mono - Usando apenas 3 Auxiliares e Saídas Loop do PSM)

Opção 1

AUX1 Out (Left - Sistema 1) AUX2 Out (Right - Sistema 1) AUX3 Out (Left - Sistema 2) Sistema 2 - Right

Mix Vocal Mix da Banda Mix dos Sopros Mix da Banda (viasaída PSM Loop R

Quatro Mixagens de Monitor (Dual Mono )Opção 1

AUX1 Out (Left - Sistema 1) AUX2 Out (Right - Sistema 1) AUX3 Out (Left - Sistema 2) Sistema 2 - Right

Mix Vocal Solo Mix do Guitarrista Mix do Baixista Mix do Baterista

Opção 2

AUX1 Out (Left - Sistema 1) AUX2 Out (Right - Sistema 1) AUX3 Out (Left - Sistema 2) Sistema 2 - Right

Mix Vocal Mix da Banda Mix dos Sopros Mix Vocal/ Banda

Opção 3

AUX1 Out (Left - Sistema 1) AUX2 Out (Right - Sistema 1) AUX3 Out (Left - Sistema 2) Sistema 2 - Right

Mix “Ego”(só Vocal e instrumento) Mix “Ego” (o resto da Banda) Mix da Banda Mix Exclusiva deBateria

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Mais uma vez, a interligação do sistema émuito simples – as várias saídas dasmixagens da console de monitor sãoligadas diretamente ao sistema de monitorpessoal. O monitoramento em estéreo éuma opção muito mais viável devido aogrande número de mixagens disponíveis, etambém graças à presença de um técnicode monitor experiente (assim esperamos!)para levar as mixagens à perfeição. Algunsgrupos e artistas até mesmo levam consigosua própria console de monitor. Devido ànatureza consistente dos sistemas deMonitor Pessoal, uma banda com a mesmainstrumentação e formação de músicospara todos os shows pode deixar a consolede monitor já ajustada. Como o uso deMonitores Pessoais permite que a acústicados diferentes locais possa ser desprezadacompletamente, só alguns pequenosajustes serão necessários durante apassagem do som.

Uma console pessoal de monitor (preferiv-elmente com split nas saídas) tambémpode ser usada para expandir a console demonitor, caso o artista deseje algumcontrole pessoal sobre o que ouve. Nopassado, bateristas e tecladistas usarampequenas consoles e cabos em “Y” parafazer uma sub-mixagem, destinadas amonitores. Consoles atuais com saídas emsplit podem ser usado do mesmo modo,mas sem a necessidade de cabos em “Y”.

Uma Nota sobre Mixagem para Monitor:Atualmente, os artistas possuem um nívelsem precedentes de controle pessoal sobreaquilo que ouvem. A tentação de fazer de sipróprio o componente mais alto do mix éenorme, embora isso possa não ser o idealpara dada situação. Um equilíbrio adequa-do com os outros membros do grupo seráquase impossível, se a mixagem afasta-sedemais da realidade. Considere bandasgrandes, que tocam normalmente de modoacústico, ou um coral. Esses tipos deconjuntos criam seu próprio equilíbrioouvindo-se uns aos outros, não apenas a simesmos. Se o trompetista solo usa umsistema pessoal de monitor, e ajusta o níveldo trompete três vezes mais alto do quetudo o mais, não há como o músico saberse está tocando alto demais ou baixodemais. Lembre-se, as melhores bandasfazem suas próprias “misturas” – não confieinteiramente no técnico de som para fazer acoisa certa.

Sistema Profissional paraTurnêsQuando o orçamento não é mais umaconsideração, o monitoramento pessoalpode ser explorado ao máximo. Muitossistemas usados por artistas profissionaisem turnês de grande porte geralmenteempregam mais de 16 mixagens estéreo.Cada artista no palco recebe uma mixagemtotalmente separada, totalmente personaliza-da. Nesses casos, é necessário empregaruma console para monitor de tamanhogrande. Por exemplo, para fornecer 16mixagens em estéreo, uma console demonitor necessita ter 32 saídas. O processa-mento de efeitos é geralmente empregadoem escala muito mais pesada do que emsistemas menores. Quando se opera umgrande número de sistemas de MonitorPessoal sem fio, os problemas relacionadoscom RF começam a se tornar mais impor-tantes (vide capítulo 7). A coordenação defreqüências deve ser feita cuidadosamentepara evitar interações entre os sistemas,assim como interferências externas. Depend-endo da extensão da turnê, pode ser interes-sante (se não for obrigatório) utilizar umsistema com agilidade de freqüências. Acombinação adequada de antenas, parareduzir o número de antenas de transmis-sores localizadas muito próximas umas dasoutras é uma necessidade. Antenas direcion-ais também podem ser usadas para aumen-tar o alcance e reduzir as chances de perdado sinal devido a interferências causadas pormúltiplos caminhos de sinal.

Capítulo 5Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Endorser Shure do 311 com Sistema deMonitor Pessoal

Capítulo 5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

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Capítulo 5Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Criando uma Mixagem Básica de Monitor:

Uma das vantagens de ter um técnicoprofissional de som ou de monitor é podercontar com anos e anos de experiência emmisturar sons. Essa habilidade não pode seraprendida da noite para o dia. Em geral, asbandas que estão iniciando no monitoramen-to In-Ear têm dificuldade em resistir àtentação de tentar criar uma mixagem comqualidade de CD para os fones auriculares.Embora isso seja certamente possível comum técnico experiente e o equipamentocorreto, é pouco provável que alguém quenão esteja familiarizado com os conceitosbásicos por trás da arte de mixar consigaimitar uma mixagem profissional comsucesso. Isso quer dizer que você nãodeveria usar Monitores Pessoais sem umtécnico de som? Certamente não! Um errocomum cometido pelos principiantes emMonitores Pessoais é colocar tudo, absoluta-mente tudo no mix. Veja abaixo um métodoalternativo a essa tendência:

1 – Instale os monitores em seus ouvidos, eligue o sistema. NÃO ponha ainda nenhuminstrumento em seu mix!

2 – Tente tocar uma música. Enquanto toca,determina quais fontes sonoras precisa ouvirmelhor.

3 - Comece a trazer instrumentos para o mix,um por vez. Provavelmente, você precisarádos Vocais primeiro, já que esses são osúnicos “instrumentos” não amplificados nomix.

4 – Aumente o volume das fontes sonorasapenas o suficiente, e resista à tentação deacrescentar ao mix instrumentos que você écapaz de ouvir acusticamente.

Monitores Pessoais para Casasde Culto e Instaladores Profis-sionaisAs vantagens de usar Monitores Pessoaisbeneficiam mais pessoas, além dos intérpret-es. Já vimos como eles beneficiam osmúsicos, e até este ponto, discutimos osMonitores Pessoais de um ponto de vistaorientado estritamente para a indústria damúsica. Esta seção discutirá como MonitoresPessoais podem ser ferramentas úteis para oInstalador Profissional, especificamentequando se tratam dos templos e casas deculto modernas. As apresentações musicaistornam-se rapidamente uma parte maisimportante dos cultos religiosos. Além detrazer novos níveis de fervor e motivação aosserviços tradicionais de culto, as equipes delouvor e os grupos musicais contemporâneostrazem também consigo os problemas típicosde um grupo de rock. Entre esses problemas,os mais destacados são as guerras devolumes. Baterias tendem naturalmente a sero instrumento mais alto no palco. Paraconseguir ouvir-se melhor, o guitarristaaumenta o volume do amplificador. O cantor

Capítulo 5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

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então precisa de níveis mais altos de monitorpara competir com o resto da banda. E entãoo ciclo recomeça. Em qualquer situação desom ao vivo, em uma igreja, templo ou outrolocal, níveis muito altos de volume no palcopodem confundir o som que a platéia recebe.Faça uma experiência simples na próximapassagem de som. Quando a banda estiversatisfeita com a mixagem de monitor (do jeitoque estiver...), desligue o som do PA e ouçasomente o som que vem do palco. Provavel-mente, este estará tão alto que você nemprecisaria ligar o sistema principal! Paracomplicar as coisas, o “vazamento para trás”dos monitores de palco consiste primaria-mente de informações de baixa freqüência, oque torna a mixagem para a platéia “barren-ta” e indefinida. Se essa situação dá doresde cabeça à maioria dos técnicos de som, ocaso torna-se ainda pior no caso de igrejas etemplos. A maioria dos freqüentadores deserviços dominicais não procura um concertode rock extremamente barulhento, mas emalguns casos a mixagem para a congre-gação fica alta a ponto de ser ouvida porsobre a mixagem para monitor. O tempo dereverberação naturalmente longo da maioriados templos agrava ainda mais a situação.Se você desligar o sistema principal e o somainda estiver muito alto, o que pode ser feito?Se você abaixar os monitores de chão, abanda reclama – sem mencionar o quãoterrível será o som ouvido.

Quando a banda usa monitores pessoais,esse problema desaparece. Monitorestradicionais de chão podem ser eliminadoscompletamente. Para a parte dois de nossaexperiência, desligue os monitores de palcoenquanto a banda estiver tocando. Notoucomo a mixagem para a platéia torna-semais nítida? É assim que o mix soaria setodos os integrantes da banda estivessemusando Monitores Pessoais. Além disso,Monitores Pessoais não são apenas para os

vocalistas. Bateristas com fones In-Eartendem a tocar mais baixo. Quando oinstrumento mais alto no palco toca maisbaixo, tudo o mais segue o figurino. Algumasigrejas vão além disso, usando bateriaseletrônicas, que criam pouco ou nenhumruído acústico. Contrabaixos, teclados eguitarras elétricas podem ser ligados direta-mente na console, se os músicos estiveremusando Monitores Pessoais, eliminando anecessidade de monitores de palco. Oresultado final é uma mixagem mais limpa econtrolada para a platéia, e níveis de monito-ramento na altura que os músicos desejar-em, sem afetar a congregação. Em segundolugar, considere a questão da microfonia. Arealimentação ocorre quando o som criadoem um microfone sai de um alto falante, e énovamente captado pelo microfone. Quantomenor a distância entre o falante e o micro-fone, maior a chance de ocorrer microfonia.Ao eliminar os monitores de chão, vocêtambém elimina o pior Loop possível derealimentação. Com as “caixas acústicas”seladas dentro do canal auditivo, não háchance do sinal reentrar no microfone.Nenhum equalizador ou redutor de realimen-tação serão jamais tão efetivos na elimi-nação de realimentações no palco quanto osMonitores Pessoais.

Os Monitores Pessoais prestam-se a muitosoutros usos. Diretores de corais podem usa-lo como sistema de comunicação, ou paraouvir o pastor com maior clareza. Organistassituados na parte de trás do santuáriopodem usa-los para ouvir melhor o coroposicionado na frente da nave, longe docoral, ou para receber deixas. Os atrasos natransmissão do som também podem serproblemáticos, devido a essa separaçãofísica entre o coro e o organista. Se osmicrofones do coral forem injetados numsistema de monitor pessoal, o problema doatraso é eliminado, e o organista torna-secapaz de tocar em sincronia com o coro. Ospastores que desejarem um monitor encon-tram nos microfones de lapela uma opçãoviável. Esses microfones, assim como osmicrofones tipo Gooseneck encontrados namaioria dos púlpitos são especialmentesujeitos a problemas de realimentaçãocausada por monitores, devido à sua maiorsensibilidade e sua maior distância da fontesonora. Um monitor pessoal elimina essaspreocupações. As vantagens vão muito alémdos benefícios ao músico, e aumentam aqualidade geral do serviço e da experiênciade culto.

Capítulo 5Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

Capítulo 5 Configurando um Sistema de Monitor Pessoal

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Capítulo 6Expandindo o Sistema de Monitor Pessoal

Mixers paraMonitoresPessoaisO monitoramentopessoal dá aomúsico um nívelsem precedentes decontrole. Mas para omúsico que desejeum controle que váalém do simplesVolume e Pan, pode-se usar um mixer

adicional. Consoles de Monitor Pessoal sãoespecialmente úteis para bandas quetenham um número limitado de mixagenspara monitor, que não tenham um técnico demonitor, ou para qualquer um que façasonorização. Em um mundo perfeito, todosos músicos ficariam felizes por ouvir omesmo mix; no mundo da realidade entretan-to, todo mundo quer ouvir algo diferente. Umpequeno mixer localizado perto dos músicospermite que personalizem sua mixagem,para ouvir exatamente o que desejam.Teoricamente, qualquer mixer pode serusado como Console para Monitor Pessoal,mas a maioria deixa de fornecer algumrecurso chave; os sinais de entrada precisamser enviados à console principal da casa dealgum modo. Sistemas de som de grandeporte, com consoles separadas para monitor,usam splitters isolados por transformadorespara enviar os sinais a dois lugares, mas ocusto dessas consoles é proibitivo para amaioria das bandas profissionais e casasnoturnas de menor porte. Cabos em “Y”podem ser usados para dividir os sinais demicrofone, mas eles podem tornar-secomplicados e até certo ponto não-con-fiáveis. Alguns fabricantes passaram recente-mente a oferecer consoles com splitters demicrofone integrados (vide figura 15). Essasconsoles podem variar desde misturadoresbásicos com quatro canais e controles deVolume e Pan, até mesas maiores, com umelenco completo de características.

Equipamentos SuplementaresO monitoramento “In-Ear”, dentro do ouvido,é uma experiência auditiva diferente daproporcionada pelos monitores tradicionaisde palco. Como os seus ouvidos estãoisolados de qualquer som ambiente, apercepção do ambiente da performancemuda. Há vários outros tipos de produtos deáudio que podem ser acrescentados a umsistema de Monitor Pessoal para realçar aexperiência, ou para tentar simular umasensação mais “ao vivo”.

Vibradores para Banco de Bateria (DrumShakers)Algo que pode fazer falta a músicos queestejam fazendo a transição para MonitoresPessoais são as vibrações criadas por sonsgraves amplificados. Bateristas e baixistassão particularmente sensíveis a esse efeito.Embora mudar para um fone auricular comdois transdutores (“Tweeter” e “Woofer”)resulte definitivamente em uma maiorpercepção dos graves, um fone intra-auricu-lar não consegue reproduzir a sensação demovimentação física do ar. Os aparelhoschamados “DRUM SHAKERS” existem nãopara fornecer qualquer reforço audível desom, mas para recriar as vibrações normal-mente produzidas por subwoofers ou outrostransdutores de baixa freqüência. Encontra-dos geralmente em aplicações de SomAutomotivo e de cinema, esses aparelhosvibram mecanicamente, em simpatia com asperturbações do ar causadas por um sub-woofer . Podem ser afixados ao banco dabateria ou montados sob praticáveis (plata-formas elevadas) de palco. (vide figura 16)

Figura 15 – Mixer de Monitor Pessoal

Figura 16 – Shaker para Banco de BateriaMicrofones de Ambiência

Microfones de ambiência são empregadosocasionalmente para devolver um pouco dasensação de som “ao vivo”, que pode serperdida com o uso de monitores pessoais, epodem ser usados de várias maneiras. Paramúsicos que desejem duplicar o som dabanda no palco, os sinais de alguns micro-fones a condensador dispostos estrategica-mente podem ser injetados no mix paramonitor. Microfones de ambiência no palcotambém podem ser usados para comuni-cação entre os músicos, sem que sejamouvidos pela platéia. Um exemplo extremo(para aqueles que não tenham restrições deorçamento) é fornecer um microfone de

Capítulo 6 Expandindo o Sistema de Monitor Pessoal

painel frontal

painel traseiro

painel frontal

painel traseiro

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lapela para cada integrante do show, e injetaros sinais combinados desses microfones emtodas as mixagens para monitor, mas não nosom de frente (PA). Microfones tipo Shotgunapontados para longe do palco tambémfornecem uma boa captação de ambiência,mas repetimos: um bom microfone a conden-sador será suficiente, caso não se disponhade nenhum Shotgun. (Vide figura 17).

Processamento de EfeitosAmbientes reverberantes podem ser criadosartificialmente com processadores de efeitos.Mesmo um Reverb de baixo custo podeacrescentar profundidade ao mix, o que podeaumentar o nível de conforto do músico.Muitos cantores sentem que soam melhorquando há efeitos aplicados às suas vozes, eos monitores do tipo In-Ear permitemacrescentar esses efeitos sem perturbar amixagem principal do PA ou os outrosmúsicos. Uma nota de precaução: todoprocessador digital acrescenta uma certaquantidade de latência no caminho do sinal.Por exemplo, um sinal direcionado através deum processador de efeitos digitais levaalgum tempo até ser convertido de analógicopara digital, ser processado, e convertidonovamente para analógico. Latência é otempo consumido nesse processamento.

O grau de latência geralmente não ultrapas-sa alguns milissegundos, insuficientes paradar a sensação de “retardo” percebido nosinal. A preocupação primária com a latên-cia, entretanto, é dos usuários de monitoresIn-Ear que tocam sopros ou ocasionalmentevocalistas. Quando por exemplo um trompet-ista toca uma nota, as vibrações são trans-mitidas diretamente ao canal auditivo através

de condução por vibraçõesdos ossos. Se o sinal domicrofone for submetido aprocessamento digital, ehouver tempo excessivo delatência, poderá ocorrer ofenômeno de filtro pente(Comb Filtering). Nessescasos, o som percebidopelo usuário é oco, antinatu-ral. Deve-se evitar introduzirprocessamento excessivo,caso ocorra o efeito filtropente. Ajustar o tempo deDelay (assumindo que osefeitos digitais disponíveisincluam um Delay Digital)pode compensar a ocorrên-cia de latência. Compres-

sores e limitadores externos também podemser usados para processar o áudio. Emboratodos os sistemas Shure PSM possuam umlimitador embutido, limitadores externosfornecerão proteção adicional contra tran-sientes altos. A compressão pode ser usadapara controlar os níveis dos sinais quetenham uma faixa dinâmica ampla, comovocais e violões, e impedir que desapareçamno Mix. Técnicos de monitor mais experi-entes podem se beneficiar de compressãoem bandas múltiplas e de limitação, quepermite que o processamento dinâmico atuesomente em bandas específicas, em vez deafetar todo o sinal de áudio.

“Processadores de Monitor In-Ear” com-binam várias dessas funções em um únicoequipamento. Um processador “In-Ear” típicopossui compressão em múltiplas bandas elimitação, equalização paramétrica e reverb.Recursos secundários, como algoritmos deespacialização estéreo, que permitemmanipular a imagem estéreo do som, variamde unidade para unidade.

Capítulo 6Expandindo o Sistema de Monitor Pessoal

Figura 17: Microfones de Ambiência

Capítulo 6 Expandindo o Sistema de Monitor Pessoal

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Capítulo 7Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

Como mencionamos antes, por sua próprianatureza os equipamentos sem fio acrescen-tam um nível extra de complexidade, secomparados com os sistemas com fio.Quando se considera o uso de monitorespessoais sem fio (ou de microfones sem fio),um entendimento básico dos conceitos desistemas sem fio (e do comportamento dasondas de rádio) ajudará a fornecer umaperformance consistente e confiável.

Transmissão de RádioA maioria dos equipamentos de áudio sem fioopera convertendo o sinal de áudio em umaonda de rádio, reconvertendo-a para sinal deáudio no destino (receptor). A definição técnicada onda de rádio é uma série de variações no

campo eletromagnético viajandoatravés do espaço (vide figura 18).As ondas de rádio viajam àvelocidade da luz, e são capazesde viajar longas distâncias. Essascaracterísticas fazem do rádio omeio ideal para transmissão deaplicações de áudio, da transmis-são radiofônica e de TV a telefonessem fio. As ondas de rádio tambémdispensam um “meio de propa-

gação” (o som, por exemplo, necessita do arpara se propagar), podendo viajar inclusiveatravés do vácuo do espaço.

Como o som, uma onda de rádio pode serdescrita por sua freqüência e amplitude. Afreqüência de uma onda de rádio é a taxa devariações do campo medida em Hertz (Hz),onde 1 Hz equivale a 1 ciclo por segundo. Oespectro de rádio, ou faixa de freqüências,estende-se de alguns Hz passando pelasfaixas de Quilo Hertz (KHz) e Megahertz(MHz), até além da faixa do Gigahertz (GHz).Os sufixos KHz, MHz e GHz referem-se amilhares, milhões e bilhões de ciclos porsegundo, respectivamente. Os seres humanossomente são diretamente sensíveis às ondasde rádio nas freqüências numa faixa de algunsmilhões de GHz, que são percebidas como luzvisível, e naquelas freqüências na faixa logoabaixo da luz visível, que são percebidas comoluz ou calor (radiação infravermelha). A ampli-tude de uma onda de rádio é a magnitude dasvariações de campo e é a característica quedetermina a “força” da onda de rádio. Especifi-camente, ela é definida como a amplitude davariação do campo elétrico. É medida em Voltspor unidade de comprimento e varia denanovolts/metro (nV/M) a kilovolts/metro (KV/m), onde nV se refere a umbilionésimo de um Volt e KV significaum mil Volts. Finalmente, o comprimen-to da onda é a distância física entre oinício de um ciclo e o início do próximo,à medida que a onda se move noespaço. O comprimento de ondarelaciona-se com a freqüência pelavelocidade à qual a onda de rádio viajaatravés do espaço. O comprimento deonda é inversamente proporcional à freqüência

(Figura 18 – Onda de Rádio

(baixas freqüên-cias possuemcomprimento deonda maior queas altas freqüên-cias). Vide figura20. O compri-mento de onda éimportante tantono projeto deantenas quantopara entenderseu comporta-mento quandoencontra objetosem seu caminho.

Objetos metáli-cos encontradosentre o transmis-sor e o receptorpodem refletir as ondas de rádio, se o tamanhodeste objeto de metal for comparável ou maiorque o comprimento da onda de rádio. Super-fícies grandes podem refletir tanto ondas debaixas freqüências (comprimento grande deonda) quanto de altas freqüências (comprimen-to pequeno), mas superfícies pequenassomente podem refletir ondas de alta freqüên-cia (curtas). Interessante é que um objetorefletor de metal pode ser poroso, i.e., podeconter buracos ou espaçamentos. Se osburacos forem bem menores que o comprimen-to de onda, a superfície de metal comporta-secomo se fosse maciça. Isto significa que telas,grades, barras ou outras estruturas de metalpodem refletir ondas de rádio cujo comprimentoseja maior que o espaço entre os elementos daestrutura e menores que o tamanho geraldesta. Se o espaço entre os elementos formaior que o comprimento de onda, as ondasde rádio passarão através da estrutura.Substâncias não metálicas (incluindo o ar) nãorefletem as ondas de rádio, mas também nãosão totalmente transparentes a elas. Elas emgeral “atenuam” ou causam perda na força daonda de rádio que as atravessam. Embora umaparede de tijolos não reflita uma onda de rádio,o sinal que passa por ela provavelmente teráseu nível bem diminuído. Essa questão tornaimprescindível que haja uma linha de vistaentre a antena do transmissor e a do receptor.Corpos humanos, por consistirem principal-mente de água, são excelentes atenuadores.Por esse motivo, também as pessoas podemobstruir a linha de vista.

Figura 20 – Tabela deComprimentos de Ondasde Rádio

Figura 19 – Espectro de Rádio Freqüência

Capítulo 7 Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

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A “informação” de rádio geralmente étransmitida usando só uma freqüência. Estaonda eletromagnética única varia em ampli-tude (transmissão em “AM”), freqüência(transmissão “FM”), ou alguma outra cara-cterística (tal como a fase), e na maioria dastransmissões de rádio nem a onda nem suavariação podem ser detectadas ou processa-das diretamente pelos sentidos humanos. Defato, a onda em si não é a informação, massim “portadora” da informação. Na realidade,a informação é contida na variação deamplitude ou na variação de freqüência, porexemplo. Quando uma onda de rádio contéminformações, é chamada de “sinal” de rádio.O termo para variação de ondas de rádio é‘modulação’. Se a amplitude da onda évariada, esta técnica é chamada de Modu-lação de Amplitude, ou AM (veja a figura 21).Se for a freqüência que varia, isto é chamadode Modulação de Freqüência ou FM (videfigura 22). Todos os sistemas de monitorpessoal sem fio usam a técnica FM, quepermite o envio de mais “informação”, o quegarante maior fidelidade e menor sensibili-dade a fontes comuns de ruído de rádio(como por exemplo equipamentos deiluminação e transformadores elétricos). Umacomparação convincente pode ser feita,ouvindo-se duas estações de rádio, uma AMe outra FM.

AntenasA função de uma antena é atuar comointerface entre o circuito interno do transmis-sor (ou receptor) e o sinal externo derádio.Antenas para aplicações de áudio semfio são tipicamente de três categorias: + deonda, + onda, e Unidirecionais. O tamanhomínimo para captação adequada é + docomprimento de onda do sinal desejado. Aconsideração mais importante quanto aodesempenho de uma antena receptora de +de onda é que sua eficiência depende atéum certo ponto da presença de um “plano deterra”, isto é, uma superfície de metal comcomprimento de pelo menos + de onda emuma ou em ambas as direções, e conectadaao terra do receptor na base da antena.Tipicamente, o chassi do receptor ou a placade circuito impresso do receptor ao qual aantena está conectada age como um planode terra, o que impede que as antenas de +de onda possam ser montadas remota-mente. Uma antena de + comprimento de

onda projetada corretamente dispensa oplano de terra, permitindo sua montagemremota com relativa facilidade. Em algumasaplicações, esse tipo de antena tambémfornece um ganho teórico superior em até 3dB ao das antenas de + de onda.

Antenas unidirecionais também são dis-poníveis para sistemas de microfone sem fio.Também chamadas de “barbatana detubarão”, por seu formato, Estes projetos sãoconstituídos de uma superfície plana, comuma haste horizontal e elementos transver-sais múltiplos, e são do mesmo tipo geralque as antenas para TV de longo alcance.Elas podem ter um alto ganho (até 10 Db,comparado com otipo de + de onda)em uma direção, etambém reduzir asquedas de sinalque ocorremquando ondas derádio são refletidaspelo ambiente,chegando naantena vindo deoutras direções (fora de fase). Essas antenassão usadas tipicamente para aumentar oalcance do sistema. Adicionalmente, tambémdispensam um plano de terra para operaremeficientemente. Para o máximo de desem-penho, as antenas de transmissão e derecepção devem ser montadas com amesma orientação (vertical/vertical, etc.).

ALCANCE DOS SISTEMAS SEM FIOUma pergunta lógica com relação ao desem-penho dos equipamentos sem fio é o al-cance da transmissão dos vários sistemas.Infelizmente, a resposta é muito maiscomplicada que uma simples medida dedistância. No limite, o receptor deve sercapaz de captar um sinal “utilizável” dotransmissor. “Utilizável” significa que a forçado sinal desejado deve estar dentro da faixade sensibilidade do receptor e que ainda ésuficientemente mais forte (ou é diferente)que sinais indesejados e ruídos de RF paraproduzir uma relação sinal/ ruído aceitável nasaída de áudio do receptor. Outros fatoresimportantes no alcance de um sistema são apotência de saída do transmissor (geral-mente expresso em miliwatts – mW), aeficiência da antena, sensibilidade doreceptor, e a capacidade do receptor derejeitar sinais indesejados e ruído.

Em vez de citar uma distância máxima

Figura 21 – Portadora de Modulação AM

Figura 22 – Portadora de Modulação FM

Capítulo 7Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

Capítulo 7 Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

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operacional específica, muitos fabricantes desistemas de microfone sem fio dão uma faixa“típica” de alcance. O alcance típico dossistemas do tipo discutido aqui (50 ou 100mW, VHF ou UHF) pode variar de 30 a 300m. O número mais baixo representa umambiente (de operação) moderadamentesevero, enquanto que o número maior podeser obtido em condições absolutamenteideais. Condições extremamente pobrespodem resultar em um alcance de 15 m oumenos. É impossível prever com precisão oalcance de um sistema arbitrário de micro-fone sem fio em uma aplicação arbitrária.

Dicas para Operação Eficiente1. Mantenha tanto quanto possível umalinha de vista entre as antenas de trans-missão e de recepção. Evite objetos demetal, paredes e um número alto de pessoasentre a antena do receptor e do transmissora ele associado. Idealmente, isso significaque a antena de recepção deve estar namesma sala que os transmissores, e emposição elevada, acima da platéia ou outrasobstruções.

2. Mantenha a antena do transmissor auma distância razoável do receptor. Adistância máxima é limitada pela potência dotransmissor, interferências e objetos quebloqueiem a linha de vista. Manter distânciaentre as antenas do transmissor e receptorminimiza os efeitos desses outros fatores,mas evite a proximidade exagerada. Observeuma distância mínima de 3 metros, paraevitar potenciais produtos de intermodulaçãono receptor.

3. Use o tipo certo de antena . Uma antenade +” de onda pode ser usada se for monta-da diretamente no receptor, ou em umaparelho de distribuição de antenas, ou emoutro painel que atue como um plano deterra. Se a antena tiver que ser montadaafastada do receptor, recomenda-se o usode uma (antena) de + onda. Para instalaçõesque exijam um posicionamento mais distanteda antena ou em casos de fontes fortes deinterferência, pode ser necessário o uso deuma antena direcional, apontada adequada-mente.

4. Posicione os transmissores longe dequaisquer fontes suspeitas de causarinterferência. As fontes suspeitas incluemequipamentos digitais (CD Players, proces-sadores digitais de efeitos, computadores),equipamentos de energia elétrica (AC),dimmers e outros aparelhos de controle deiluminação. Em geral, considera-se boaprática manter transmissores de sistemas demonitor pessoal sem fio separados dosreceptores de microfones sem fio. Umtransmissor de potência relativamente alta,localizado próximo de um receptor demicrofone sem fio de sensibilidade média,pode diminuir a sensibilidade desse último,

diminuindo sua performance. Uma distânciamínima de 90 cm é adequada.

5. Use um combinador de antena quandopossível. Quando usar múltiplos transmis-sores (3 ou mais), um combinador deantenas pode ajudar a melhorar o desem-penho. Combinar todos os transmissores sobuma mesma antena reduz fortemente asquedas de sinal, devido a interferências pormúltiplos caminhos de sinal de rádio, alémde eliminar as “fazendas” de antenas.Combinadores ativos de antenas nuncadevem ser ligados em série, pois isso agravaproblemas de intermodulação. Quando aaplicação exigir múltiplos combinadoresativos, necessários para acomodar umnúmero muito grande de transmissores, useum combinador passivo para unifica-los.

6. Verifique a condição das baterias/pilhas em todos os receptores. Usesempre baterias (ou ‘pilhas’) novas do tipocorreto no transmissor e/ou no receptor.Muitos fabricantes recomendam somentebaterias do tipo alcalino para operaçãocorreta. Pilhas alcalinas funcionarão por umtempo 10 vezes mais longo que as não-alcalinas ditas “de serviço pesado”. Conside-re a possibilidade de comprar pilhas alcalinasno atacado, para obter a maior economia:elas têm uma vida de prateleira de pelomenos um ano. Use baterias recarregáveiscom extremo cuidado: sua capacidade depotência é muito menor que as alcalinas demesmo tamanho, e sua voltagem inicial realé geralmente menor. A bateria recarregávelconvencional “tamanho 9 volts”, de Ni-Cad(níquel- cádmio), possui uma voltagem inicialde apenas 7,2 volts. Na prática, isso significaum tempo de operação de não mais que 15minutos, em algumas unidades. Profissionaisexperientes sempre preferem bateriasalcalinas.

7. Escolha canais com freqüências livres.Esse processo varia levemente, dependendoda unidade. Comece com todos os recepto-res ligados, e seus respectivos transmissoresdesligados. Se o indicador de RF estiveriluminado em qualquer dos receptores,significa a presença de um sinal interferindo;mude a freqüência, se possível. Algumasunidades embutem modos de seleção defreqüência que podem ajudar nesse proces-so. Em seguida, certifique-se de que todasas freqüências são compatíveis entre si. Issovaria entre os fabricantes, portanto verifiquea documentação fornecida, para determinara compatibilidade das freqüências usadas.

8. Faça um teste de caminhada. Caminhepela área da apresentação com cadasistema individual, enquanto todos os outrospermanecem ligados, para verificar se nãohá interferências audíveis ou quedas dosinal.

Capítulo 7Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

Capítulo 7 Sistemas Sem Fio – Conceitos Básicos

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Capítulo 8Audições Seguras com Monitores Pessoais

Nenhuma discussão sobre sistemas demonitoramento seria completa sem algumasconsiderações sobre a audição humana. Acapacidade do cérebro de interpretar avibração das moléculas de ar como som nãoé ainda completamente compreendida, massabemos muita coisa sobre como o ouvidoconverte ondas sonoras em impulsos neuraisque são entendidos pelo cérebro.

O ouvido é dividido em três seções: o ouvidoexterno, o ouvido médio e o interno (videfigura 23). O ouvido externo serve a duasfunções: coletar o som e atuar como um filtroinicial da resposta de freqüência. O ouvidoexterno também contém a única porçãovisível do sistema auditivo, o pavilhãoauricular (“Pinna”), crucial para localizar aorigem dos sons. O canal auditivo é outrocomponente do ouvido externo, e fornecealteração adicional da resposta de freqüên-cia. A ressonância do canal auditivo ocorre aaproximadamente 3 KHz que, coincidente-mente, é exatamente onde se localiza amaioria dos sons consoantes. Essa res-sonância aumenta nossa capacidade dereconhecer a fala e de nos comunicarmos demodo mais eficiente. O ouvido médio con-siste da membrana do tímpano e de trêsossos minúsculos (o martelo, a bigorna e oestribo), que vibram, solidários com otímpano. Essa seção age como um amplifi-cador casador de impedância para o nossosistema auditivo, acoplando a impedânciarelativamente baixa do ar à alta impedânciados fluidos internos do ouvido. O tímpanoage como o diafragma de um microfone,movendo-se em simpatia com as ondassonoras recebidas, e transmitindo aquelasvibrações para os ossículos. O último dessesossos, o Estribo, atinge uma janela deformato oval que se comunica com a Cóclea,que marca o início do ouvido interno. ACóclea contém de 15.000 a 25.000 peque-nos fios de cabelo, conhecidos como cílios,que se dobram quando vibrações perturbamos fluídos do ouvido interno. Essa curvaturados cílios envia impulsos neurais por meio do

nervo auditivo, que o cérebro interpreta comosom. A perda de audição ocorre quando oscílios morrem. Os cílios começam a morrer apartir do momento em que nascemos, e nãose regeneram. Os cílios que são maissensíveis às altas freqüências são tambémos mais suscetíveis a danos prematuros.Três ameaças significativasaos cílios do ouvido internosão infecções, uso de drogase ruídos . Danos auditivospodem ocorrer em níveis tãobaixos quanto 90 Db SPL (vejaa figura 24). De acordo com aentidade norte-americanaOSHA (Occupational SafetyHealth Administration), ex-posição a níveis de 90 Db SPLpor um período de 8 horaspoderá resultar em algum tipode dano. Naturalmente, níveismais altos podem reduzir operíodo de tempo seguro antesque ocorra algum dano.

A preservação da audição éimportante para todos naindústria do áudio. Comomencionado antes, um sistemade Monitor Pessoal In-Ear podeajudar a prevenir danos audi-tivos, mas não é uma proteção infalível. Aresponsabilidade por audições seguras estáagora nas mãos do artista. Nesse ponto, nãohá correlação direta entre o ponto onde ocontrole de volume é ajustado e quanto SPLestá sendo produzido dentro de seusouvidos. Mesmo assim, aqui vão algumassugestões para ajudar a proteger suaaudição.

Use um microfone isoladorSem dúvida, o melhor modo de se protegercontra altos níveis de pressão sonora é usarum protetor (tampão) de ouvido de altaqualidade. O mesmo se aplica a um monitor“dentro do ouvido”. Quando se usam moni-tores pessoais, ouvir em níveis mais baixosrequer excelente isolamento do som ambi-ente, semelhante ao que é obtido com ostampões de ouvido. A percepção auditivabaseia-se grandemente na proporção sinal/ruído. Para serem úteis, os sons desejadosprecisam ser pelo menos 6 dB mais altosque qualquer ruído de fundo. O nível do somem ensaios de uma banda média gira emtorno de 110 dB SPL, situação em que podeocorrer dano auditivo em um tempo tão curtoquanto 30 minutos. Sem usar fones intra-auriculares (tipo monitor pessoal) isoladores,é necessário um nível de som de 116 dBSPL, o que reduz o tempo de exposição

Figura 23: Anatomia do Ouvido

Figura 24: Nível de Pressão Sonora deFontes Típicas

Capítulo 8 Audições Seguras com Monitores Pessoais

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“segura” para 15 minutos! Os fones deouvido baratos, da espécie usada emaparelhos tipo “Walkman”, oferecem mínimaisolação, se é que isolam algo. Evite usaresse tipo de fone “dentro do ouvido” emaplicações de monitor pessoal. Nem todos ostipos de fones auriculares isoladores real-mente “isolam” o som, também. Os fones deouvido cujos transdutores sejam do tipodinâmico necessitam de uma abertura (ou“pórtico”) no seu “gabinete” para obteremuma resposta de graves adequada. Essepórtico, que pode ser um ou vários pequenosorifícios no gabinete, reduzem drasticamentea efetividade do isolamento. Note que nemtodos os transdutores dinâmicos necessitamdesse pórtico de afinação. Alguns projetosusam uma câmara de ressonância seladapara obter a resposta de freqüência adequa-da, evitando assim o uso dessas aberturas epreservando ao mesmo tempo as qualidadesde isolamento acústico do fone auricular.Fones que usam um transdutor por armadu-ra balanceada, semelhante aos usados emaparelhos para surdez, são fisicamentemenores, e não necessitam de aberturas(“pórticos”) ou câmaras de ressonância. Defato, os fones do tipo armadura balanceadaprecisam de um bom isolamento do canalauditivo para obter a resposta de freqüênciacorreta. Eles podem ser construídos emtamanhos menores, mas costumam ser maiscaros que seus semelhantes do tipo dinâmi-co.

Use ambos os fones!Uma tendência errônea, embora cada vezmais comum, consiste em usar somente umfone auricular, deixando o outro ouvidoaberto. Os artistas têm várias desculpas paradeixar um dos ouvidos abertos, a maiscomum de todas sendo a sensação de tersido “removido” da platéia, mas os perigossuperam em muito essa pequena rec-lamação. Primeiro, considere o exemploacima de um ensaio de banda a 110 dB SPL.Um ouvido está sujeito a 110 dB, enquantoque o outro necessita de 116 dB para seraudível. Usar somente um fone equivale ausar um fone não isolador, exceto que umouvido sofrerá dano duas vezes mais rápidoque o outro! Segundo, um fenômeno conhe-cido como “soma binaural”, que resulta douso de ambos os fones, faz com que omecanismo ouvido/ cérebro perceba um SPLmais alto do que o realmente presente nosdois ouvidos. Por exemplo, 100 dB SPL noouvido esquerdo e 100 dB SPL no ouvidodireito resulta na percepção de 106 dB SPL.Usar somente um fone de ouvido requer 106dB SPL naquele ouvido. O resultado prático?

O dano auditivo potencial pode ocorrer emuma hora, em vez de duas. Usar ambos osfones em geral resulta no uso de níveis maisbaixos de audição.

A tabela a seguir mostra as recomendaçõesdo departamento de saúde dos EstadosUnidos quanto ao tempo de exposiçãoversus nível de pressão sonora:

Capítulo 8Audições Seguras com Monitores Pessoais

Mantenha o limitador ligadoSons inesperados, como aqueles causadospor alguém que desconecte um microfoneque use phantom power, ou um surto deruído de RF, podem fazer com que monitorespessoais produzam picos instantâneos demais de 130 dB SPL, o equivalente a um tirode revólver ao lado do seu tímpano. Umlimitador radical pode prevenir efetivamenteque esses surtos atinjam níveis danosos.Use somente sistemas de monitor pessoalque tenham um limitador no receptor, e nãoo desligue por nenhum motivo. Um limitadorbem projetado não deve afetar adversa-mente a qualidade do áudio, já que ele sófunciona nesses picos inesperados. Se olimitador aparentemente for ativado comdemasiada freqüência, então provavelmenteo volume do receptor está ajustado em nívelalto demais (leia isso como: Inseguro!).Compressores e limitadores externos,instalados antes das entradas do sistema demonitor certamente são apropriados, masnão substituem um limitador embutido, já quenão podem proteger contra ruído de RF eoutros artefatos que podem ocorrer após otransmissor.

Preste atenção no que seus ouvidos lhedizemA “mudança temporária de limiar” , ou MTL, écaracterizada por uma sensação de “com-pressão”, como se houvesse um chumaçode algodão em seus ouvidos. Um apitocontínuo (ou “tinitus”) é outro sintoma deMTL, que é a maneira do ouvido informar-lhede que você está sendo exposto a níveisextremos de volume. Vale notar que podehaver ocorrido dano à sua audição, mesmoque você não apresente o “Tinitus” comosintoma. De fato, a maioria das pessoas quesofreram dano auditivo nunca relatou

Capítulo 8 Audições Seguras com Monitores Pessoais

Nível de Pressão Sonora Tempo de Exposição

90 Db SPL 8 horas

95 Db SPL 4 horas

100 Db SPL 2 horas

105 Db SPL 1 horas

110 Db SPL 30 horas

115 Db SPL 15 minutos

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qualquer tipo de apito dessa espécie. Depoisde passar por alguma crise de MTL, suaaudição se recuperará. Entretanto, pode terhavido algum dano permanente. Os efeitosdo MTL são cumulativos portanto, se vocêsente regularmente os efeitos descritosacima, pode ser que esteja usando níveisexcessivamente altos de monitoramento, eque há possibilidade de que ocorra danoauditivo com a exposição repetida a essesníveis. Diminua o volume!

Consulte um audiólogo regularmenteO único modo de saber se seus hábitos deaudição são seguros é consultar um audiólo-go regularmente. O primeiro teste de audiçãoestabelece uma linha de base para com-paração com todos os futuros testes eexames, para determinar se ocorreuqualquer perda de audição. A maioria dosaudiólogos recomendam que músicos façamtestes auditivos ao menos uma vez por ano.Se a perda de audição for detectada noinício, podem ser feitas correções para evitarmaiores danos no futuro.

Uma pergunta freqüente sobre monitores “inear” é: “Como saber o quanto o som estáalto?” Nesse ponto, o único modo de desen-volver uma correlação entre o ajuste dobotão de volume e o SPL verdadeiro notímpano é através de medições dos níveis depressão sonora no tímpano, com microfonesem miniatura feitos especialmente. Umaudiólogo qualificado (nem todos possuem oequipamento correto) pode fazer essasmedições, e oferecer recomendações sobreo ajuste de nível em níveis apropriados.

Monitores pessoais podem contribuir muitopara salvar sua audição, mas só quandousados corretamente. Monitorar em níveismais baixos é a chave para umapreservação efetiva da audição, e isso sópode ser conseguido através de isolamentoadequado. Usados corretamente, fonesauriculares, combinados com a consulta aum audiólogo, oferecem a melhor soluçãopossível para músicos interessados emproteger seu patrimônio mais valioso.

A beleza dos monitores pessoais é que vocêpode diminuir o volume, aliando assimmelhor qualidade de som e conveniência aum maior controle pessoal sobre o seu som.

Capítulo 8Audições Seguras com Monitores Pessoais

Capítulo 8 Audições Seguras com Monitores Pessoais

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O DecibelO decibel (Db) é uma expressão muito usada em medições elétricas e acústicas. Odecibel é um número que representa uma proporção entre dois valores, como porexemplo duas voltagens. Ele é na verdade uma proporção logarítmica, cujo propósitoprincipal é colocar valores muito grandes em uma escala menor, mais fácil de usar. Afórmula do decibel para a relação entre duas grandezas elétricas é:

Db = 20 x log (V1/V2)

Onde 20 é uma constante, V1 é uma voltagem, V2 é a outra voltagem, e log é logaritmoem base 10.

Exemplos:

Qual o relacionamento em decibéis entre 100 volts e 1 volt:

Db = 20 x log (100/1)

Db = 20 x log(100)

Db = 20 x 2 (o log de 100 é 2)

Db = 40

Isto é, 100 volts é 40 Db maior que 1 volt.

Qual é o relacionamento em decibéis entre 0,001 volt e 1 volt?

Db = 20 x log (0.001/1)

Db = 20 x log(0,001)

Db = 20 x -3 (o log de 0,001 é -3)

Db = -60

Ou seja, 0,001 volt é 60 Db menor que 1 volt.

De modo similar:

Se uma voltagem é igual a outra, a diferença entre elas é de 0 Db;

Se uma voltagem é o dobro da outra, a diferença entre elas é de 6 Db;

Se uma voltagem é dez vezes maior que outra, a diferença entre elas é de 20 Db;

Como o Decibel é uma proporção entre dois valores, qualquer medição em Db precisater um valor de referência explícita ou implícita. Isso em geral é indicado por um sufixo novalor do decibel, como: dBV (referente a 0,0002 microbar, equivalente a 0 Db de SPL –nível de pressão sonora).

Um motivo para o decibel ser tão útil em certas medições de áudio é que essa função deescala aproxima-se muito do comportamento da sensibilidade da audição humana. Porexemplo, uma mudança de 1 Db SPL é aproximadamente a menor diferença que pode

Capítulo 8Audições Seguras com Monitores Pessoais

Capítulo 8 Audições Seguras com Monitores Pessoais

ser percebida entre duas sonoridades,enquanto que uma mudança de 3 DbSPL é geralmente perceptível. Umamudança de 6 Db SPL é bastanteperceptível, enquanto que umavariação de 10 Db SPL é percebidapelo ouvido humano como “o dobro devolume”.

1. Compare 2. Compress 3. Scale (x20)

100 = 1 0

101 = 10 20

102 = 100 40

103 = 1000 60

104 = 10,000 80

105 = 100,000 100

106 = 1,000,000 120

b a

b / a

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Apêndice ASistemas Shure de Monitor Pessoal

Como decidir qual sistemaShure é o indicado para mim?Essa pergunta também pode ser examinadaem duas partes – com fio e sem fio. Aoescolher um sistema de Monitor Pessoalcom fio, há três opções: P4HW (PSM® 400),P6HW(PSM® 600) ou o receptor híbridoP2R (PSM® 200). Os dois primeiros siste-mas compartilham muitos dos mesmosrecursos, incluindo operação em Mono,Estéreo ou MixMode™ (uma forma de duplomono). Ambos os sistemas também pos-suem um Limitador acionado por chave,reforço de EQ nas altas freqüências, e umatenuador de entrada de 15 Db. O P4HW éum body pack (estojo para uso junto aocorpo) feito de Armo-Dur, um materialplástico reforçado. Se for necessário usar umbody pack com chassi feito em metal,escolha o P6HW. As respectivas interfacesde usuário também são diferentes. Oscontroles do P6HW (exceto os de Volume ede Pan) são ocultos atrás do compartimentode bateria, e são ajustados por meio dechaves DIP. O P4HW possui um visor decristal líquido que facilita a vida do músico,ao fornecer os botões Scroll e Select, paranavegar e fazer ajustes. As entradas deambos os sistemas são feitas através deconectores XLR, mas o P6HW usa um cabodestacável que se prende ao body pack pormeio de um conector LEMO, feito em metal,enquanto que o cabo do P4HW é preso aobody pack de modo permanente. O P4HWinclui adaptadores XLR macho para pluguede 1/4" macho, permitindo usar consoles quesó possuam saídas auxiliares em conectoresde 1/4".

O modelo PSM® 200 oferece uma vantagemúnica para usuários que não disponham deorçamento para um sistema sem fio, masque gostariam mesmo assim de começar“com fio”, fazendo a transição para “sem fio”em um momento posterior. O receptorhíbrido P2R possui um soquete de entradade +” que permite seu uso como um monitorcom fio separado. O P2T Transmixer pode

PSM200

ser comprado no futuro, para completar osistema sem fio. Além disso, o áudio injetadono soquete de +” é combinado com o áudiorecebido na seção de RF, o que torna aentrada “com fio” essencialmente umaterceira entrada, que pode ser usada paramonitorar uma trilha de metrônomo, ou comoentrada para um microfone de ambiência.

Nota: Não existem sistemas PSM® 700 comfio.

Para aplicações sem fio, o processo deseleção torna-se um pouco mais complicado(veja o capítulo 3, “Escolhendo o sistemacerto”, para determinar suas necessidadesespecíficas). A primeira consideração é onúmero de mixagens necessárias para suaaplicação, e se elas precisam ser em estéreoou em mono. Há uma correlação direta entreo número de mixagens necessárias e onúmero de transmissores que podem seroperados simultaneamente no mesmo palco.Como os diferentes modos de configuraressas mixagens são descritos no Capítulo 5,informaremos aqui somente os númerosbásicos:

PSM® 200 – 4 transmissores(4 mixagens mono)

PSM® 400 – 8 transmissores(8 estéreo, 16 mono)

PSM® 600 – 10 transmissores(10 estéreo, 20 mono)

PSM® 700 – 16 transmissores(16 estéreo, 32 mono)

Em segundo lugar, considere as necessi-dades de deslocamentos em viagem dosusuários, se houver. Os sistemas Shure PSMtransmitem através de canais de TV vagos.Como os canais vagos variam de cidadepara cidade, é imperativo que você escolhaas freqüências apropriadas para esseslocais. Para um grupo que só toca em umaárea metropolitana, ou para instalaçõespermanentes, não há necessidade de mudarfreqüências, depois de terem sido escol-hidas. Entretanto, para shows itinerantes, acapacidade de mudar as freqüências opera-cionais é essencial. Por sorte, todos ossistemas Shure PSM oferecem algum graude agilidade de freqüência.

As 10 freqüências disponíveis para o PSM®600 são divididas em cinco pares defreqüências. Portanto, se uma freqüência nãoestiver vaga, escolha a próxima e veja semelhora. As duas freqüências estão em

Apêndice A Sistemas Shure de Monitor Pessoal

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canais de TV de numeração adjacente (porexemplo, canais 40 e 41), o que permite quevocê escolha sua freqüência com base natransmissão local de televisão. O PSM® 600funciona bem na maioria das instalaçõesfixas, assim como em shows itinerantes quefaçam turnês por um número limitado decidades. Para aplicações em shows itiner-antes de larga escala, pode ser desejável umsistema com maior agilidade de freqüências,especialmente quando se usam mais decinco transmissores. Para usar o PSM® 600em sua capacidade plena (10 freqüências), énecessário usar ambas as freqüências emcada transmissor P6T utilizado. Quandotodas as 10 freqüências forem usadas,perde-se toda agilidade de freqüências. Osistema PSM® 700 expande esse quesito,ao incluir dois grupos com 16 freqüênciascompatíveis, ou 32 freqüências no total deopções. Com tantas freqüências disponíveis,sempre haverá uma que funcione adequada-mente, não importa aonde a turnê vá.Mesmo que você esteja usando o númeromáximo de freqüências (16), ainda assimhaverá um outro grupo de 16 para ativar, senecessário. Os modelos PSM® 200, 400 e700 também possuem o modo FrequencyLocator, que permite ao usuário pesquisar asfreqüências disponíveis no local antes decomeçar a apresentação.

Naturalmente, o orçamento é sempre umfator a ser considerado quando se compraum novo equipamento. Usuários que neces-sitem de agilidade de freqüência, mas quenão podem adquirir o PSM® 700 têm nosmodelos PSM® 200 e 400 uma alternativaviável. Um sistema sem fio PSM® 400 dá aousuário 16 opções de freqüências, das quais8 são sempre compatíveis. Para mudarfreqüências no P4T basta usar a ponta deum cabo de guitarra para mudar de posiçãouma chave rebaixada, dispensando até ouso de uma pequena chave de fenda. Osistema PSM® 200 permite que o usuárioescolha a partir de um grupo de 8 freqüên-cias, das quais 4 são compatíveis. Um botãono painel frontal do Transmixer permiteselecionar as freqüências.

* Nota: As freqüências disponíveis e onúmero de freqüências compatíveis depend-em do país considerado.

PSM700

Em caso de dúvida, consulte o setor deÁudio Profissional da Pride Music, por fone(vide final deste manual) ou pelo e-mail:[email protected] .

Por Que Escolher o PSM® 600em vez do PSM® 400?Essa é uma pergunta válida, já que aresposta é menos que óbvia. À primeiravista, o PSM® 400 parece ter um melhorcusto/benefício, dada a maior agilidade defreqüência a preço mais baixo. O PSM® 600,entretanto, oferece vários recursos profis-sionais, que não estão presentes no PSM®400 (afinal, o PSM® 600 foi bom o bastantepara os Rolling Stones!). Similar aos siste-mas com fio, os receptores P6R possuemchassi de metal em vez de plástico, eempregam chaves DIP ocultas, em vez deum visor LCD para interface do usuário. Ostransmissores P6T também possuemconectores combinados XLR/ 1/4 nasentradas, e fontes internas de força. Outrasvantagens do PSM® 600 incluem umcontrole de nível de entrada, chave desensibilidade de entrada (+4 dBu ou –10dBV), e mais freqüências compatíveis que oPSM® 400 (10 versus 8).

Display LCD do PSM® 400

Receptor (P4R) do PSM 400

Receptor do PSM® 600 (P6R)

Apêndice ASistemas Shure de Monitor Pessoal

Apêndice A Sistemas Shure de Monitor Pessoal

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Fones Auriculares ShureA Shure oferece três fones auriculares (“InEar”) profissionais para aplicações demonitor pessoal, o E1, E2 e E5. Todos ostrês são do tipo Universal. O E1 é um foneauricular com transdutor único, que usatecnologia de armadura balanceada, e foiprojetado para obter alta sensibilidade eexcelente fidelidade de áudio em um foneauricular de pequeno tamanho. O E5,também de armadura balanceada, é um fonecom dois transdutores que oferece respostaestendida de baixas freqüências. Ambos osE1 e E5 usam as mesmas opções demangas adaptadoras, que incluem modelosem espuma, borracha flexível (“silicone”) eborracha flexível com flange tripla. Adicional-mente, mangas personalizadas são dis-poníveis paraambos os fones.

O E2 utiliza umtransdutor dinâmi-co. Emboraencontradocomumente emfones do tipo “deconsumidor”, o E2é um fone auricu-lar com isolaçãoverdadeira, mesmo empregando um transdu-tor dinâmico. Tipicamente, fones de ouvidocom transdutor dinâmico necessitam de um“pórtico” para obter a resposta de gravesadequada, o que significa que ele precisa deaberturas no fone. Esses pórticos, entretanto,permitem a entrada de sons ambientes noouvido, anulando assim os aspectos desegurança auditiva permitidos pelo uso deum sistema de monitor pessoal (veja nocapítulo 8 os perigos de usar um foneauricular não isolador). O E2, entretanto,utiliza uma câmara de ressonância atrás dotransdutor para obter boa resposta degraves, sem necessitar de aberturas oupórticos de afinação. Essa câmara faz comque seu tamanho seja ligeiramente maior,quando comparado com o E1, mas com avantagem de fazer dele um fone verdadeira-mente isolador, a um preço mais baixo. Asopções de mangas adaptadoras para o E2incluem espuma e borracha flexível, cadaqual disponível em três tamanhos diferentes,para acomodar as características de dutoauditivo d euma variedade de usuários. Noteque, devido ao tamanho mais longo do tubodo fone, as mangas do E2 não são intercam-biáveis com as dos fones E1 ou E5.

Apêndice ASistemas Shure de monitor pessoal

Fones E2

Compatibilidade de Freqüênciapara Sistemas Sem Fio ShureUm conceito muitas vezes desprezado e malentendido na tecnologia sem fio é o dacompatibilidade de freqüências. As freqüên-cias que os sistemas sem fio podem utilizarnão podem ser escolhidas aleatoriamente.Felizmente, a coordenação das freqüênciasnos sistemas Shure PSM é um processorelativamente simples, já que as freqüênciasescolhidas para esses sistemas já sãocoordenadas entre si.

• PSM® 200 – 8 freqüências, 4 compatíveis

• PSM® 400 – 16 freqüências, 8compatíveis

• PSM® 600 - 10 freqüências, todascompatíveis.

• PSM® 700 - 32 freqüências, divididasem dois grupos de 16 freqüênciascompatíveis. (Quaisquer freqüênciasdentro do mesmo grupo são compatíveis).

Ao combinar diferentes sistemas PSM, asimplicidade da coordenação de freqüênciasé mantida. As 16 freqüências que compõemo grupo do PSM® 400 são idênticas às doGrupo 1 do PSM® 700. É importante notarque, ao usar simultaneamente o PSM® 400e o PSM® 700, você fica limitado a ummáximo de 8 freqüências compatíveis. Ossistemas PSM® 200 e 600 operam em duasfaixas de freqüências diferentes das dosmodelos PSM® 400 e 700. Para atingir onúmero máximo de mixagens de monitorsimultâneas, todas as 10 freqüências doPSM® 600 podem ser usadas em conjuntocom 16 PSM® 700, para um total geral de 26mixagens estéreo!

Ao escolher um sistema sem fio, seja ummicrofone ou um monitor pessoal, as trêsperguntas básicas que devem ser respondi-das são:

1. Onde o sistema sem fio será usado?

2. Quantos sistemas sem fio serão usados?

3. Há outros sistemas sem fio (incluindomicrofones) já em uso no local?

A localização é crítica, e pode até influenciara decisão de compra. Como os sistemassem fio operam em canais vagos de TV, oscanais de TV ativos existentes na cidade

Apêndice A Sistemas Shure de Monitor Pessoal

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onde os sistemas serão usados influenciamo número máximo de freqüências com-patíveis. Por exemplo, as freqüências dosistema PSM® 600 vendidas no Brasil pelaPride Music são distribuídas por seis (6)canais de TV UHF (canais 40, 41, 42, 43, 44e 45). Se três desses canais estiveremocupados, o número total de freqüênciascompatíveis será reduzido de 10 para 4[MARINHO, VERIFIQUE A EXATIDAODISSO!!! – ERON]. Nesse caso, um PSM®400 ou PSM® 700 são uma escolha maisadequada, caso se necessite de um total demais de quatro freqüências. No caso demúsicos que viajam, é imperativo encarregaralguém de coordenar as freqüências decidade para cidade. O modo FrequencyLocator do PSM® 700 também é umaferramenta útil para grupos que viajamconstantemente.

Na maioria dos casos, as freqüências dossistemas PSM e dos microfones sem fio daShure não se sobrepõem, o que facilitasobremaneira a integração de sistemas demonitor sem fio com microfones sem fio.Tome cuidado ao usar sistemas sem fioShure com os feitos por outros fabricantes,procurando escolher freqüências diferentes.

Combinando Antenas paraPSM® 600 e 700A combinação de antenas é crucial paraobter o máximo de desempenho dos siste-mas Shure PSM. Reduzir o número deantenas de transmissão também reduz aschances de quedas do sinal devido à ex-istência de múltiplos caminhos de sinal. OsCombinadores Ativos de Antena PA760 ePA770 podem ser usados para conectaraté quatro transmissores PSM em umaantena. Para mais de quatro sistemas,pode-se usar um combinador passivo(como o Shure UA220) para conectar assaídas de dois combinadores ativos. Aantena recomendada para uso na saídado combinador de antenas é a AntenaDirecional PA705. Uma antena de meiaonda pode ser substituída pela antenadirecional. A antena de 1/4 de ondafornecida com os transmissores PSMpode ser usada caso esteja instaladadiretamente no conector de saída daPA760 (ou PA770), mas NÃO para usoem aplicações de antena remota. Nocaso de sistemas que envolvam mais deoito transmissores, deve-se usar doissistemas de combinação de antenastotalmente separados. Nunca use umcombinador ativo nas saídas para antena deoutros combinadores ativos. Adicionalmente,não combine passivamente (como no casodo UA220) mais de dois combinadoresativos.

Apêndice ASistemas Shure de monitor pessoal

Combinação de Antenas – 4 sistemas

Combinação de Antenas – 5 sistemas

Combinação de Antenas – 6 ou mais sistemas

Apêndice A Sistemas Shure de Monitor Pessoal

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Apêndice BUsando o Shure P4M e o Auxpander

P4M – Mixer Monitor PessoalDesenvolvido pela Shure, o P4M combinaum misturador de 4 canais com um splitterpara repassar o sinal de entrada adiantepara a console principal ou para a de moni-tor, ou para outros misturadores P4M. Adivisão do sinal (“split”) é feita dentro domisturador, reduzindo a confusão de cabosno palco. O misturador pode ser instaladopróximo ao músico, para facilidade deacesso aos controles. Para o músico não-técnico, o P4M é muito fácil de controlar –apenas Volume e Pan. As entradas sãoconectores combinados XLR-1/4”, queaceitam sinais em nível de microfone ou delinha. O músico pode escolher quais quatroentradas são as mais importantes paramonitoramento, e injeta-las diretamente noP4M. Esses sinais são repassados direta-mente para as quatro saídas XLR do P4M,sem serem afetadas pelos controles domisturador. As saídas “Mix Output” do P4Msão então injetadas diretamente no sistemade Monitor Pessoal. Obviamente, muitosmúsicos precisarão ouvir mais de quatrofontes sonoras, razão porque o P4M incluitambém um jogo de entradas auxiliaresestéreo para aceitar um mix Auxiliar, vindode outra console. As entradas auxiliarestambém podem ser usadas para conectarvários P4M, expandindo o número deentradas até um total de oito entradas. Assaídas split do P4M podem ser usadas paraligar em série os sinais de entrada demúltiplos P4M.

Por exemplo, cada membro de uma bandatípica de casamentos tem seu próprio P4M,e todos desejam controlar o nível do micro-fone dos vocalistas principais. O microfonedo vocalista principal é ligado no primeiroP4M, e então a saída split daquele microfoneé conectada ao próximo P4M, e assim pordiante, até que cada membro da bandatenha o sinal do microfone do vocalista emsua mixagem de monitor. A saída split doúltimo P4M é então conectada à consoleprincipal do PA. Com base em testes subje-tivos de audição, um microfone pode serdirecionado através de três a quatro P4Mantes de ocorrer qualquer degradação daqualidade sonora. Essa perda pode variar demicrofone para microfone, portanto énecessário fazer experimentações, atéencontrar a configuração que funcionamelhor. Se um sinal necessitar transitar pormais de quatro P4M, use um sinal em nívelde linha da console, em lugar do sinal domicrofone. Quando há um número limitado

de mixagens disponíveis na console princi-pal, pode-se criar uma sub-mixagem que édirecionada através das entradas do P4M. OP4M é extremamente flexível, e pode serimplementado de formas quase que ilimita-das. A seguir, alguns exemplos de uso doP4M, mas que absolutamente não exauremas possibilidades de uso desse produto. Sevocê conseguir imaginar algum outro sistemade uso, provavelmente haverá um modo deconfigura-lo.

AuxPander: Expansão de Man-dadas AuxiliaresCom tantos processadores disponíveis paramúsicos e técnicos de áudio, o número demandadas auxiliares pode eventualmenteser igual ou maior que o número de sinaispresentes em um mix. O número de entradase saídas de uma console comum bastampara tarefas simples de interconexão, maspodem ser insuficientes para fornecer saídaspara monitoramento individual ou paragravações multipista. No mundo do áudioatual, consoles devem ser capazes dedirecionar qualquer uma, muitas ou todas asentradas a qualquer uma, a muitas ou todasas saídas – cada uma em níveis relativosdiferentes. As grandes consoles de mixagemoferecem isso através de uma seção Masterconhecida como “Matrix”. Essas consolestendem a ser significativamente caras,grandes e pesadas.

Painel traseiro do Auxpander

Paianel frontal do Auxpander

Apêndice B Usando o Shure P4M e o Auxpander

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Apêndice BUsando o Shure P4M e o Auxpander

Conectando o P4M a um Monitor PessoalCom Fio

Conectando o P4M a um Monitor PessoalSem Fio

Conectando o P4M a outro P4M (o queexpande para mais de quatro entradas)

Conectando o P4M à Console Principal(House, PA)

Diagrama de Blocos de um mixer para monitorConectando o P4M à Console Principal (PA)(quando a console só fornece uma mixagem)

Apêndice B Usando o Shure P4M e o Auxpander

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Além disso, a curva de aprendizado paraopera-las é bastante íngreme. O AuxPander(uma contração de das palavras “Auxiliary” e“Expander”) é uma matriz que interconectaimperceptivelmente com qualquer console demixagem. Acrescentar um AuxPandermesmo ao sistema mais simples de mix-agem aumenta suas capacidades de dire-cionamento do sinal e de mixagem.

Descrição GeralO Auxpander é um mixer por matriz com oitoentradas/ oito saídas (8 x 8) em nível delinha, que recebe seu sinal de entrada dospontos de Insert de uma console padrão demixagem. Esses pontos de Insert podem virde qualquer combinação de canais deentrada ou de subgrupos. Uma vez inseridono sistema, o AuxPander oferece até quatromandadas pré-fader em estéreo ou oitomandadas mono, que podem ser usadaspara criar mixagens para uma variedade deaplicações, incluindo mixagens para Moni-tores Pessoais ou de chão, gravaçõesmultipista e monitoramento, mandadas deefeito (em estéreo!), mixagem por zonas ematriciaçao “mix-minus”. Outros aparelhosque normalmente usariam os Inserts, comocompressores ou Gates, podem ser conecta-dos diretamente aos pontos de Insert dopróprio Auxpander. Assim, acrescentar umAuxPander não compromete a habilidade deimplementar a variedade normal de proces-sadores de áudio. Além disso, os pontos deInsert do AuxPander permitem endereçar oprocessador inserido para um dos doismixers, ou a ambos, se necessário.

Usando o AuxPander com MonitoresPessoaisMuitos músicos que utilizam MonitoresPessoais necessitam de mixagens personali-zadas. Embora para alguns seja perfeita-mente aceitável compartilhar mixagens demonitor, outros desejam um mix totalmenteindividual. Apesar de ser possível obtermúltiplas mixagens com sistemas de MonitorPessoal, o fator limitante para o número demixagens disponíveis é geralmente aconsole de mixagem. Em geral, duas manda-das são dedicadas a efeitos, deixando duasmandadas para monitor. E se a sua bandativer quatro membros, cada qual precisandode sua própria mixagem de monitor? Mesmoque você deixasse os processadores de forae usasse aquelas quatro mandadas para osmonitores, os músicos ouviriam as movimen-tações de fader, feitas pelo técnico, casoessas mandadas sejam pós-fader. Alémdisso, o número de mandadas necessáriasirá dobrar, quando se precisar de mixagensestéreo.

Apêndice BUsando o Shure P4M e o Auxpander

O objetivo primário de um AuxPander éfornecer mixagens adicionais para monitor,tanto em apresentações ao vivo quanto emgravações. Como mais e mais músicosdesejam ter seu mix pessoal, o AuxPanderpermite a criação de até quatro mixagensindividuais estéreo, ou oito mono, sem afetara funcionalidade da console principal.Combinações de mixagens estéreo e monotambém podem ser geradas. Por exemplo,um único AuxPander pode gerar umamixagem em estéreo e seis em mono, ouduas estéreo e quatro mono, ou três estéreoe duas mono. Essa flexibilidade é útil quandoos músicos usarem combinações de siste-mas de Monitor Pessoal estéreo commonitores de chão, em mono.

Usando o AuxPander com Monitores deChãoMesmo que alguns músicos continuem ausar monitores de chão, muitos aindadesejam seu próprio mix personalizado nomonitor. Como muitas consoles de mixagemnão possuem saídas dedicadas suficientespara que cada músico tenha seu próprio mix,torna-se necessário fazer algumas con-cessões. A mais comum é que dois ou trêsmúsicos devam compartilhar a mesmamixagem. Raramente dois músicos desejamouvir exatamente os mesmos sinais em seusmonitores, exatamente nos mesmos níveisrelativos. Muito embora eles possam ter seuspróprios monitores de chão, podem nãodispor de uma saída dedicada de mix paraouvir exatamente o que desejam ouvirnesses monitores. Assim como nos Moni-tores Pessoais, um AuxPander fornecemixagens separadas para cada membro,independente das necessidades individuais.Para grupos que se apresentam usando umacombinação de Monitores Pessoais e dechão, um AuxPander é quase essencial.Embora seja possível ligar a saída Loop Outde um transmissor PSM em série a umamplificador e caixa de monitor, raramenteuma mixagem criada para monitores In-Earsoará bem através de uma caixa acústica. Énecessário fazer acomodações e ajustesdevido ao ambiente acústico, algo que nãose aplica quando se usa o monitoramento“dentro do ouvido”. Diferente dos monitorespessoais, os monitores de chão acrescentamnível de pressão sonora ao ambiente acústi-co em que são usados. Por isso, o ganho-antes-de-ocorrer-realimentaçao (capítulo 2)torna-se um fator de preocupação. Tipica-mente, emprega-se uma ampla gama deequipamentos externos, como equaliza-dores, Gates e compressores, na tentativade domar um ambiente acusticamente hostil.

Apêndice B Usando o Shure P4M e o Auxpander

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Embora necessários para monitoramentocom caixas de chão, esses aparelhos podemcausar desconcentração em alguém que useum Monitor Pessoal.

Outras Aplicações para o AuxPanderO uso do AuxPander não se limita a apre-sentações ao vivo. Estúdios de gravaçãonormalmente precisam fornecer mixagens defone de ouvido para muitos músicos. OAuxPander pode expandir o número demixagens independentes para além do que épossível nas consoles típicas. Ele tambématua como um bom “front-end” paragravações multipista, especialmente com aproliferação dos gravadores MDM, ouModular Digital Multi-Track, usados atual-mente. Particularmente em gravações deconcertos ao vivo, onde o técnico podepreferir ter controle individual de nível para ogravador, o AuxPander fornece essa funcion-alidade sem consumir recursos que sãonecessários ao técnico de gravação. Avariedade de aplicações do AuxPander é tãogrande, que foge do objetivo desta publi-cação.

Configurando um AuxPanderExaminemos uma aplicação típica doAuxPander. Vamos assumir que uma consoletenha quatro mandadas auxiliares, e quetodas elas sejam usadas como mandadas deefeitos. Em vez de usar uma mesa demonitor e splitters, a banda decidiu usar umAuxPander para as mandadas de monitor. Asseguintes entradas são necessárias para osistema de Monitor Pessoal da banda:

• Bumbo

• Caixa

• Tom suspenso

• Floor Tom

• Baixo

• Guitarra

• Vocal (Lead)

• Vocal (apoio)

Primeiro, conecte os inserts às saídas In/Outdo AuxPander. Segundo, conecte as saídasdo AuxPander às entradas do sistema demonitor. Assumindo que cada músico tenhaseu próprio transmissor, e esteja monitoran-do em estéreo, as conexões são simples:Left Out 1 e Right Out 1 do AuxPander sãoligadas às entradas Left e Right do primeirotransmissor, e assim por diante, até quetodas as quatro mixagens estejam interliga-das.

Apêndice BUsando o Shure P4M e o Auxpander

Agora, assuma que o técnico deseje inserirGates na bateria, e compressores nos vocaise no baixo. Os Gates só devem afetar amixagem principal, não as mandadas demonitor. Os vocais precisam percorrer umprocessador de Reverb que não afete amixagem principal, do PA. O compressor dobaixo deve estar presente em ambos oslocais. Primeiro, todos esses aparelhos sãoacessados através dos pontos de Insert doAuxPander. Então, use a chave Insert Assignpara escolher qual console será afetadapelos pontos de Insert. Ajuste os canais comGate para “Remote”, o que fará com que osGates só sejam inseridos na console princi-pal. Os canais de vocal devem ser ajustadospara “Local”, o que fará com que o Reverbretorne somente para o AuxPander. Ajuste ocanal do baixo para “Global”, o que comprim-irá o sinal em ambas as consoles. AuxPand-er também inclui uma chave de direciona-mento do sinal na ponta do conector. Ospontos de Insert da maioria das consolesusualmente envia (manda) sinal pela Ponta(“T”), e recebe (volta) sinal pelo anel (“R”).Alguns fabricantes (Soundcraft, Ramsa ealguns outros) usam o oposto: mandada peloanel e volta pela ponta do conector. Paraacomodar ambos os tipos de console, use achave Tip Assign do Auxpander. Por último, osoquete Direct In permite inserir sinaisdiretamente para um determinado grupo desaídas. Esse recurso é útil para enviar aoAuxPander sinais que não necessitamretornar à console principal. Por exemplo,uma console com saídas diretas em seussubgrupos poderia enviar um sinal já mis-turado de um subgrupo diretamente aoAuxPander, sem usar canais adicionais deInsert. Se o vocal principal no exemplo acimaprecisasse de efeitos em seu mix, todas asoutras voltas de efeitos poderiam ser envia-dos a um subgrupo, e a saída do subgruposeria então conectada ao soquete Direct Indo AuxPander. O AuxPander e o P4Mpoderiam então ser usados em conjunto,criando ainda mais possibilidades.

Apêndice B Usando o Shure P4M e o Auxpander

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Guia de Escolha de Sistemas de Monitor Pessoal Estéreo

PSM® 700PSM® 600

1 – Dependente do Local

2 – A vida útil da bateria depende do nível de volume

3 – Fones E5 são compatíveis com todos os sistemas PSM.

PSM® 400PSM® 200

Versão Wireless 8 freqüências UHFSelecionáveis entre 6

canais de TV/ Síntese deFreqüência

16 freqüências UHFSelecionáveis entre 4canais de TV / Síntese

de Freqüência

2 freqüências UHFentre 2 canais de TV /

Cristal

32 freqüências UHFSelecionáveis entre 4canais de TV / Síntese

de Freqüência

Faixa de Freqüência 518-554 MHz(TV 22-27) 722-746 MHz (TV 56-59) 626-662 MHz (TV 40-45) 722-746 MHz (TV 56-59)

Número Máximo deTransmissoressimultâneos

4 8 10

Potência de Saída doTransmissor

30 mW 50 mW 100 mW

16

Sim Não Sim

100 mW

SimControle de nível deentrada dotransmissor

Conectores deentrada dotransmissor

Combinado XLRfêmea/ 1/4"

1/4" balanceado Combinado XLRfêmea/ 1/4"

Combinado XLRfêmea/ 1/4"

Soquete para Fonesno Transmissor

Não 3.5 mm (mini) 1/4" e 3.5 mm (mini)

Atenuador de Entradado Transmissor

Não Não Sim(-10 dBV ou +4 dBu)

Saídas Loop Through Saídas em Split Sim

1/4" e 3.5 mm (mini)

Sim(-10 dBV ou +4 dBu)

Sim Sim

Chassi do Receptor Plástico Alto Impacto Plástico Alto Impacto Metal Metal

Tipo e Vida Útil daBateria

9 volts, alcalina, 4 horas 9 volts, alcalina, 8 horas 9 volts, alcalina, 6 horas 9 volts, alcalina, 6 horas

Antenas doTransmissor

Fixa, + de onda Fixa, + de onda Removível, + de onda Removível, + de onda

Ferragem paraMontagem em Rack

Inclusa Inclusa Inclusa Inclusa

Combinador deAntena

N/A (antena nãoremovível)

N/A (antena nãoremovível)

PA760 PA770

Cabo de Antena N/A N/A PA725 (3 m) PA725 (3 m)

Antena RemotaDirecional

N/A N/A PA705 PA705

Fones Fornecidos(3) E2 E1 E1 E1/E5

Fonte de AC doTransmissor

PS20 PS40 Interno Interno

Versão Com Fio Sim Sim Sim Não

Tipo do Chassi,Com Fio

Plástico Alto Impacto Plástico Alto Impacto Metal N/A

Tipo e Vida Útil daBateria, Com Fio

9 volts, alcalina, 6 horas 9 volts, alcalina, 8 horas 9 volts, alcalina, 10 horas N/A

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