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1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, UM NOVO DESAFIO PARA AS EMPRESAS DO COREDE ALTO DO JACUÍ. 1. Enedina Maria Teixeira da Silva, docente do curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, – Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria - End.: Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3324-2785 – E-mail: [email protected] 2. Silvia Regina Sasso Macagnan, docente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, Mestre pela UNIJUÍ - End.: Travessa Oscar Pinto 65 – Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3321-1614 – E-mail: [email protected] 3. Adriano Christ Guma, discente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, – End.: Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3321-1614 – E- mail: [email protected] 4. Claudete Trevisan da Silva, Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Santa Maria, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria e mestranda o Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Maria - End.: Benjamin Constant 1160 apto. 406 – CEP: 97050.022 - Santa Maria – RS – Brasil – Fone: 0xx55-3221-7250 – E-mail: [email protected] RESUMO Este estudo visa subsidiar os formuladores de políticas e tomadores de decisão e empresas, na identificação de oportunidades de melhoria. Com o objetivo de identificar empresas que na intenção de fortalecer sua atuação estejam adotando estratégias visando incrementar a eficiência dos processos de gestão ambiental. A região avaliada é o COREDE Alto Jacuí, localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Escolheu-se essa região por se destacar pela excelente produtividade em grãos, o que a torna uma referência para qualquer investimento, que deverá ser elaborado considerando um Sistema de Gestão Ambiental. Foram remetidos duzentos e setenta questionários, para todas as indústrias constantes da base de dados das Associações Comerciais e Industriais destes municípios. Obteve-se um retorno de 8,52%, de questionários que faz parte da pesquisa analisada quantitativamente e apresentando-se os dados em gráficos e utilizando o programa SPSS como ferramenta de trabalho. De acordo com os resultados apresentados e as condições de realização da pesquisa, verifica-se algumas constatações: as indústrias não estão realizando atividades relacionadas à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, nem mesmo para fortalecer sua atuação no mercado; existe um receio muito grande dos empresários em responderem questões relacionadas a procedimentos de Gestão ambiental; as razões que ainda levam algumas empresas a adoção de práticas de Gestão Ambiental são as exigências legais e a redução de custos; não existe um eminente apoio e participação de órgãos ambientais nas atividades das empresas, e o relacionamento com estes órgãos se estabelece por conta do processo de licenciamento; existem sérios problemas quanto à fiscalização do cumprimento da legislação e também constata-se a falta de aproximação de órgãos públicos como difusores de sustentabilidade ambiental; com relação ao controle e monitoramento, os registros são muito precários e um percentual muito pequeno de empresas do COREDE Alto Jacuí demonstra algum conhecimento de iniciativas ambientais, e esta desinformação está vinculada à falta de participação de entidades públicas, universidades, ONGs e demais instituições que possam levar conhecimento ao empresário. Palavras-chave: gestão ambiental, indústria, sustentabilidade. INTRODUÇÃO Neste início de século as empresas e suas respectivas indústrias buscam a interação com o social e meio ambiente nos quais estão inseridos, recebendo influências e influenciando o mesmo, como aponta DONAIRE (1995, p.16) que “a empresa deve reconhecer que sua responsabilidade para com a sociedade vai muito além de suas responsabilidades com os seus clientes”. A conscientização e a exigência da sociedade sobre os impactos negativos resultantes das atividades desenvolvidas pelas empresas tem feito com que as responsabilidades sociais e

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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, UM NOVO DESAFIO PARA AS EMPRESAS DO COREDE ALTO DO JACUÍ.

1. Enedina Maria Teixeira da Silva, docente do curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, – Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria - End.: Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3324-2785 – E-mail: [email protected] 2. Silvia Regina Sasso Macagnan, docente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, Mestre pela UNIJUÍ - End.: Travessa Oscar Pinto 65 – Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3321-1614 – E-mail: [email protected] 3. Adriano Christ Guma, discente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, – End.: Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3321-1614 – E-mail: [email protected] 4. Claudete Trevisan da Silva, Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Santa Maria, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria e mestranda o Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Maria - End.: Benjamin Constant 1160 apto. 406 – CEP: 97050.022 - Santa Maria – RS – Brasil – Fone: 0xx55-3221-7250 – E-mail: [email protected]

RESUMO

Este estudo visa subsidiar os formuladores de políticas e tomadores de decisão e empresas, na identificação de oportunidades de melhoria. Com o objetivo de identificar empresas que na intenção de fortalecer sua atuação estejam adotando estratégias visando incrementar a eficiência dos processos de gestão ambiental. A região avaliada é o COREDE Alto Jacuí, localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Escolheu-se essa região por se destacar pela excelente produtividade em grãos, o que a torna uma referência para qualquer investimento, que deverá ser elaborado considerando um Sistema de Gestão Ambiental. Foram remetidos duzentos e setenta questionários, para todas as indústrias constantes da base de dados das Associações Comerciais e Industriais destes municípios. Obteve-se um retorno de 8,52%, de questionários que faz parte da pesquisa analisada quantitativamente e apresentando-se os dados em gráficos e utilizando o programa SPSS como ferramenta de trabalho. De acordo com os resultados apresentados e as condições de realização da pesquisa, verifica-se algumas constatações: as indústrias não estão realizando atividades relacionadas à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, nem mesmo para fortalecer sua atuação no mercado; existe um receio muito grande dos empresários em responderem questões relacionadas a procedimentos de Gestão ambiental; as razões que ainda levam algumas empresas a adoção de práticas de Gestão Ambiental são as exigências legais e a redução de custos; não existe um eminente apoio e participação de órgãos ambientais nas atividades das empresas, e o relacionamento com estes órgãos se estabelece por conta do processo de licenciamento; existem sérios problemas quanto à fiscalização do cumprimento da legislação e também constata-se a falta de aproximação de órgãos públicos como difusores de sustentabilidade ambiental; com relação ao controle e monitoramento, os registros são muito precários e um percentual muito pequeno de empresas do COREDE Alto Jacuí demonstra algum conhecimento de iniciativas ambientais, e esta desinformação está vinculada à falta de participação de entidades públicas, universidades, ONGs e demais instituições que possam levar conhecimento ao empresário.

Palavras-chave: gestão ambiental, indústria, sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

Neste início de século as empresas e suas respectivas indústrias buscam a interação com o social e meio ambiente nos quais estão inseridos, recebendo influências e influenciando o mesmo, como aponta DONAIRE (1995, p.16) que “a empresa deve reconhecer que sua responsabilidade para com a sociedade vai muito além de suas responsabilidades com os seus clientes”.

A conscientização e a exigência da sociedade sobre os impactos negativos resultantes das atividades desenvolvidas pelas empresas tem feito com que as responsabilidades sociais e

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ambientais sejam vistas não só como um dever, mas também como um processo de sobrevivência das empresas. De acordo com MAIMON (1995, p.8):

(...) a expansão do movimento ambientalista, que vem adquirindo uma considerável experiência técnica e organização política, seja no endosso de produtos ecológicos, na elaboração e avaliação dos EIAs/RIMAs, na assistência e difusão de tecnologias alternativas, etc. desta forma, o movimento ambientalista vem se profissionalizando, adicionando à antiga postura de denuncia, à formação de recursos humanos e a implantação de projetos demonstrativos que privilegiam o desenvolvimento sustentado.

Para caracterizar o desenvolvimento sustentado a empresa deve, conforme a visão de VALLE (1995, p.8), “atender às necessidades da geração atual sem comprometer o direito das futuras gerações atenderem a suas próprias necessidades”, mas quando fazemos um retrospecto e estudamos as teorias aplicadas à administração das organizações, não observamos a preocupação com o meio ambiente, mas somente a preocupação com a produtividade econômica.

Desde 1900 a ciência administrativa, através das teorias, procura desenvolver estudos para explicar comportamentos e buscar aprimorar a arte do gerenciamento em prol de um objetivo comum – produtividade. Dentro deste contexto este objetivo será alcançado pelo incremento da produção e conseqüentemente incentivo ao consumo. No entanto, algumas teorias procuraram enfatizar a questão dos trabalhadores, conciliando os objetivos das organizações com os interesses dos indivíduos, procurando inserí-los como partes atuantes e interessadas no sistema.

Sendo assim, até a década de 1960 a busca pelo progresso levou nações, a crerem no caráter quase que ilimitado da industrialização. A sua condição progressista dependia do nível quantitativo de sua produção, sem levar em conta a qualidade e o tipo de distribuição social desta produção. Desde a época da teoria de Taylor nunca houve uma preocupação dentro da ciência administrativa com a distribuição da produção tecnológica de caráter sócio-econômico visando o meio ambiente, já que os produtos gerados industrialmente não desaparecem após esgotarem o seu uso. De acordo com as leis de conservação da matéria, todo produto gerado transforma-se com o tempo em resíduo que será lançado ao meio ambiente.

A pobreza e a degradação do meio ambiente estão estreitamente relacionadas. Enquanto a pobreza tem como resultado determinados tipos de pressão ambiental, as principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios. Ao mesmo tempo, a sociedade precisa desenvolver formas eficazes de lidar com o problema da eliminação de um volume cada vez maior de resíduos. O Poder Público juntamente com a indústria, as famílias e o público em geral, devem envidar um esforço conjunto para reduzir a geração de resíduos e de produtos.

Na abordagem destes problemas, RUPPENTHAL (2001, p. 54), coloca que:

(...) surgem nas sociedades, a partir da última década, uma vigorosa contestação ambientalista que coloca em cheque o paradigma atual, fundamentado no pensamento econômico neoclássico de acumulação de bens materiais, de alta lucratividade e de dominação e degradação sócio-ambiental. Baseando-se na observação da realidade e na percepção da necessidade de mudança nas relações entre o homem e natureza propõe-se um novo modelo fundamentado no equilíbrio entre a exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento econômico. No bojo deste movimento nasce o conceito de Desenvolvimento Sustentável, introduzindo novos valores nas relações existentes até então e propondo um progresso econômico baseado em tecnologias limpas e utilizando racionalmente as fontes de matéria-prima.

Surge então, em detrimento da necessidade de mudanças, dentro das organizações o Sistema de Gestão Ambiental. Conforme CUELLAR (2000, p.30)

Entenda-se por gestão ecológica a administração sistemática não mecanicista que, utilizando-se da ferramenta de melhoria contínua, objetiva uma convivência harmoniosa entre a sociedade e a natureza, aumentando a qualidade de vida da

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população. A NBR ISO – International Organization for Standartization - 14001 (1996), Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio, descreve os elementos de um SGA (Sistemas de Gestão Ambiental) e apresenta orientação prática para sua implementação ou seu aprimoramento. Além disso, orienta as organizações como efetivamente iniciar, aprimorar e manter um sistema de gestão ambiental. Tal sistema é essencial para capacitar uma organização a antecipar e entender seus objetivos ambientais e assegurar o contínuo cumprimento das exigências nacionais e internacionais.

Neste sentido, CAMPUS (1996, p.11) coloca que “... a noção de meio ambiente como fator restritivo deu lugar a noção de meio ambiente como parceiro”. E, ainda, “...o marketing ecológico passou a ser o compromisso e obrigação das empresas que pretendem continuar ou tornar-se modernas e competitivas”.

O sistema de gestão ambiental proporciona um processo para o alcance de melhorias contínuas, sendo a prioridade e a meta a ser atingida, determinada pela empresa de acordo com sua situação econômica e outras circunstâncias. Contudo, algumas melhorias no desempenho ambiental podem ser esperadas, em função do sistema de gestão ambiental ser uma ferramenta que permite à organização alcançar e sistematicamente controlar o nível de desempenho ambiental por ela definido. Conforme VALLE (1995, p.42) “O estabelecimento e operação de um sistema de gestão ambiental não irá, em si, necessariamente, resultar em uma redução imediata de impacto ambiental”.

As empresas ao adotarem um Sistema de Gestão Ambiental, estabelecem uma boa relação com a comunidade, reduzem os passivos e riscos ambientais.

Portanto, a Gestão Ambiental tornou-se neste início de século uma importante ferramenta de modernização e competitividade para as empresas brasileiras. Qualidade e produtividade continuam sendo fatores importantes para o sucesso em um mercado globalizado, porém não mais suficientes. Outro atributo torna-se imprescindível, a competitividade. Um produto torna-se competitivo por diminuição dos desperdícios e racionalidade no processo de produção. O melhor gerenciamento dos insumos de produção como água, energia, trabalho e matérias-primas, resulta em eficiência para o processo, competitividade para o produto, lucro para a empresa e benefício ao meio ambiente. Essa metodologia de abordagem técnica, econômica e ambiental, aplicada a processos e produtos consiste na produção mais limpa, hoje reconhecida mundialmente como um caminho para o desenvolvimento sustentável.

Segundo KUPFER & HASENCLEVER ( 2002 p. 588 )

Embora a experiência brasileira, especialmente em alguns estados do sudeste e sul, possa ser considerada como avançada se comparada com outros países latino-americanos, o modelo de gestão resultou em avanços limitados no controle da poluição e outras formas de degradação. Problemas importantes permanecem sem solução e, se comparados com padrões de países desenvolvidos, os indicadores de qualidade ambiental no Brasil ainda estão bastante abaixo do satisfatório.

A ascensão das questões ambientais até o status de instrumento gerencial procura suplementar a abordagem de comando e controle, que desde a sua introdução, há quase duas décadas, vem sendo a única estratégia para garantir alguma qualidade ambiental no país.

Um Sistema de Gestão Ambiental corresponde a um conjunto inter-relacionado de políticas, práticas e procedimentos organizacionais, técnicos e administrativos de uma empresa que objetiva um melhor desempenho ambiental, bem como controle e redução dos seus impactos ambientais, o que poderá ser constatado através de um diagnóstico da situação e práticas de desempenho ambiental. Segundo ROVERE (2000) “Desempenho Ambiental consiste em resultados mensuráveis da gestão de aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços de uma organização”.

A informação obtida nesta pesquisa servirá como suporte para ações decisórias, considerando alguns pontos:

• A disponibilidade de informações permite aos decisores conhecer a realidade local, possibilitando desenvolver linhas de base para acompanhamento e monitoramento da

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resposta geral da empresa ao desafio ambiental e, o que é mais importante, pode ser usada para identificar as oportunidades de melhoria.

• A informação servirá como suporte básico para a ação, sendo fator de dinamização e aprimoramento do planejamento, na medida em que possibilita acompanhar, controlar e avaliar a execução de planos, programas e projetos, eliminar as possíveis distorções e se necessário, reorientar o esforço para atingir o resultado desejado.

• A disponibilidade de informações oportunas permite aos decisores uma melhor e mais ágil identificação de alternativas de alocação de recursos.

Dentro deste contexto o sistema de informações, resultado deste trabalho é visto como um instrumento que além de agente gerador de dados é uma necessidade básica às ações de planejamento para conhecer o que deve ser feito para assegurar comprometimento e definir a Política Ambiental, ou revisar e aperfeiçoar a Política Ambiental.

A região a ser pesquisada é o COREDE Alto Jacuí, escolheu-se essa região por se destacar pela excelente produtividade em grãos, o que a torna uma referência para qualquer investimento, e este deverá ser elaborado considerando um Sistema de Gestão Ambiental.

Ainda como justificativa, há que se mencionar que um Sistema de Gestão Ambiental constitui a estratégia para que o empresário, em um processo de melhoria contínua, identifique oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das atividades da empresa sobre o meio ambiente, melhorando, simultaneamente, sua situação no mercado e suas possibilidades de sucesso.

Entretanto, “As questões relativas à conservação ambiental ocupam hoje uma significativa parcela dos investimentos e esforços administrativos de todos os segmentos da atividade econômica”. REIS (1995).

Como objetivo da pesquisa tem-se, a identificação de empresas que na intenção de fortalecer sua atuação estão adotando estratégias variadas visando incrementar a eficiência dos processos de gestão ambiental e buscando reduzir os impactos ambientais associados à produção de bens e seus serviços associados.

METODOLOGIA

No homem o desejo do saber é inato e é na busca incessante da verdade pelo conhecimento que procuramos interpretações e respostas às interrogações sobre o sistema universal.

Segundo Gil (2002, p.31), “ A ciência tem como objetivo fundamental proporcionar a verdade acerca dos fatos. Nesse sentido, ela não se distingue de outras formas de conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico distinto dos demais é principalmente sua demonstrabilidade ou verificabilidade.”

Para que um conhecimento seja considerado científico, é necessário identificar o método que possibilitou esse conhecimento, portanto o método confere cientificidade à pesquisa.

Ainda de acordo com Gil (2002, p. 31), “ Etimologicamente, método significa caminho para se chegar a um fim. Assim, método científico pode ser entendido como “caminho para se chegar à verdade em ciência” ou como “o conjunto de procedimentos que ordenam o pensamento e esclarecem acerca dos meios adequados para se chegar ao conhecimento”.

O estudo realizado segue estes procedimentos, sendo que o método de abordagem é o dedutivo procurando demonstrar e justificar. O procedimento técnico foi o método observacional por meio de interrogação – questionário.

Segundo Gil (2002), o método dedutivo parte do reconhecimento e chega a conclusões de maneira formal em virtude de sua lógica.

A pesquisa tem por finalidade responder a indagações e questões que existem no conhecimento humano, operacionalizando o método científico.

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Assim, segundo Gil (2002, p.46) “pode-se definir pesquisa econômica como o processo que visa mediante a utilização de métodos científicos, fornecer respostas para os problemas referentes à produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais”.

Para conhecer a contribuição científica sobre o assunto foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa aplicada, para investigar a relação entre as indústrias e a questão ambiental.

Sem coleta de dados não existe pesquisa científica. Neste trabalho a unidade de investigação foi empresas industriais, considerando-se indústria a empresa que modifica matéria-prima. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário com quinze perguntas enviadas através de vale postal, para todas as indústrias do Corede Alto Jacuí, com retorno espontâneo. Utilizou-se como base cadastral uma relação de indústrias com respectivo endereço fornecida pelo COREDE Alto Jacuí, obtida junto a Associação Comercial e Industrial de cada município integrante do referido COREDE.

Conforme Gil (2002, p. 137), “o questionário é uma técnica de coleta de dados que consiste em um rol de questões propostas por escrito às pessoas que estão sendo pesquisadas”.

Os municípios do COREDE Alto Jacuí são os seguintes: Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado, Santa Bárbara do Sul, Saldanha Marinho, Colorado, Não-Me-Toque, Vitor Graef, Lagoa dos três Cantos, Mormaço, Tapera, Selbach, Ibirubá, 15 de novembro, Alto Alegre, Espumoso, Campos Borges, Fortaleza dos Valos, Boa Vista do Incra, Salto do Jacuí e Jacuizinho.

Figura 01 – Representação do COREDE Alto Jacuí no Rio Grande do Sul, Brasil Fonte: FEE (2006)

Foram remetidos um total de 270 (duzentos e setenta) questionários, representando todo o universo da pesquisa, e após trinta dias da remessa, foram realizadas ligações telefônicas para as empresas que não haviam devolvido o questionário. Nova ligação foi feita para as empresas que ainda não tinham remetido as respostas aos 75 dias. Para alguns questionários que voltaram com justificativa do correio, verificamos o correto endereço, entramos em contato e fizemos nova remessa aos 90 dias, portanto houve um forte apelo às empresas para retornarem a pesquisa e mesmo assim obtivemos um baixo de retorno.

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Algumas empresas que se fez contato telefônico obteve-se uma resposta negativa direta, informando que não retornariam o questionário e não tinham interesse em participar da pesquisa.

O retorno de questionários que faz parte da pesquisa foi analisado quantitativamente e apresentados em gráficos utilizando o programa SPSS como ferramenta de trabalho. A análise quantitativa apresentada consiste em percentuais calculados em função do número de questionários que retornaram, considerando as questões não respondidas.

Na análise dos resultados apresenta-se a caracterização das empresas que fazem parte desta análise quanto ao porte, setor de atividade e localização.

Quanto ao porte utiliza-se a classificação do SEBRAE: microempresa até 19 empregados, pequenas empresas de 20 a 99 empregados, médias empresas de 100 a 499 empregados e grandes empresas acima de 500 empregados.

Na figura abaixo pode-se visualizar as etapas de elaboração do presente estudo/pesquisa.

Figura 02: Fluxograma da elaboração do estudo/pesquisa RESULTADOS DA PESQUISA

O levantamento foi realizado entre março e julho de 2005, com abrangência nas indústrias do COREDE Alto Jacuí.

Foram enviados 270 (duzentos e setenta) questionários, e após várias tentativas de obter resposta, obteve-se um retorno de somente 23 (vinte e três) questionários. Na figura abaixo se observa o percentual de retorno dos questionários enviados.

Identificação dos municípios do COREDE Alto Jacuí e das indústrias em cada município

Formulação do questionário e remessa por vale postal

Pesquisa Bibliográfica sobre o problema a ser tratado

Recebimento dos questionários

Cadastramento no SPSS

Análise dos resultados

Elaboração do relatório, artigo e remessa para publicação

Enviar resultados para a FAPERGS

Elaboração do projeto e aprovação

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270

23 8,52

0

100

200

300

Número dequestionários

enviados

Número dequestionáriorespondidos

% de respostasrecebidas

Figura 03 – Questionários enviados e percentual de retorno da pesquisa Em alguns contatos telefônicos na tentativa de se obterem respostas ao questionário, várias empresas informaram que não iriam responder ao questionário e outras afirmaram não ter nenhuma prática de gestão ambiental, mas não iriam formalizar a resposta. Portanto fica claro o receio que as empresas têm quando o tema é gestão ambiental, porque a maioria só cumpre a legislação básica.

25

121513

78

9 11

0

7

28,525

0

7

0

10

0

6

0

6

16,6

6

33,33

72

8,33

2 00

10

20

30

40

50

60

70

80

Cruz A

lta

Tapera

Fortaleza dos Valos

Quinze de N

ovembro

Colorado

Selbach

Saldanha Marinho

Boa Vista do C

adeado

Questionários remetidos Número de questionários respondidos % de questionários respondidos

Figura 04 – Remessa e retorno da pesquisa por localidade

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A figura acima representa o número de questionários remetidos, número de questionários respondidos e o percentual de respostas obtidas por cidades pertencentes ao COREDE Alto Jacuí, onde a pesquisa foi realizada. O maior número foi enviado para os municípios de Ibirubá e Não-me-Toque, por possuírem um maior número de indústrias, mas por outro lado representam baixos índices de devolução. Verifica-se que o menor índice de questionários enviados foi para Boa Vista do Cadeado, pois o município é pequeno e com o menor número de indústrias. Não foi enviado nenhum questionário para o município de Boa Vista do Incra, porque não foi remetida lista de indústrias desta localidade pela associação comercial e industrial local. Não se obteve nenhum retorno da pesquisa em seis municípios do COREDE Alto Jacuí, conforme figura acima. De acordo com a metodologia, enviou-se questionários somente para indústrias com cadastro na associação comercial e industrial e cuja lista foi encaminhada pelas associações para o escritório do COREDE Alto Jacuí nesta localidade. Na tabela abaixo verifica-se as cidades, e o número de empresas que responderam ao questionário enviado. Tabela 01 - Retorno de questionários Município Freqüência % Cruz Alta 3 13 Ibirubá 7 30 Lagoa dos Três Cantos 2 9 Não-me-Toque 6 26 Santa Bárbara do Sul 1 4 Tapera 2 9 Salto do Jacuí 2 9 Total 23 100 Tabela 02 - Setor / Atividade das Empresas que responderam a pesquisa Setor Freqüência % Produtos de matéria plástica 1 4 Metalúrgica 4 17 Mecânica 2 9 Construção civil 1 4 Mobiliário 2 9 Editorial e gráfica 3 13 Madeira 2 9 Bebidas 2 9 Energia 1 4 Não identificado 5 22 Total 23 100 Na tabela 02 encontra-se a totalidade de questionários respondidos e a classificação de acordo com o setor/atividade da empresa, sendo bem significativo o número de empresas que não informaram a sua atividade. Tabela 03 - Classificação da indústria pelo número de empregados Classificação Freqüência % Até 19 empregados - Microempresa 12 52 De 20 até 99 empregados – Pequena Empresa 3 13 De 100 até 499 empregados – Média Empresa 2 9 Acima de 500 empregados – Grande Empresa 0 0 Não identificado 6 26 Total 23 100 De acordo com a tabela 03 verifica-se a predominância de microempresas na pesquisa, com um percentual superior a 50%. Não se obteve retorno de nenhuma grande empresa, até mesmo pela característica da região, sendo que encontram-se muito poucas empresas desse porte também neste item, o número de empresas que não informaram a quantidade de empregados é bem significativo em comparação ao número total da pesquisa.

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Os dados a seguir representam somente a análise de 23 (vinte e três) questionários respondidos. Este esclarecimento é pertinente já que os dados mostram que 43% das empresas implementaram um Sistema de Gestão Ambiental, mas precisa ficar claro que são 43% de 23 (vinte e três) questionários respondidos de um total de 270 (duzentos e setenta) enviados. Então não se pode afirmar que quase a metade das indústrias do COREDE Alto Jacuí possuem um Sistema de Gestão Ambiental. Tabela 04 - Empresas que desenvolvem algum tipo de procedimento de Gestão Ambiental Freqüência % Sim 10 43,5 Não 13 56,5 Total 23 100

10

43,5

13

56,5

0

10

20

30

40

50

60

Sim Não

Freqüência %

Figura 05 - Empresas que desenvolvem algum tipo de procedimento de Gestão Ambiental De acordo com os dados da tabela 04 e figura 05, verifica-se que somente dez empresas no COREDE Alto Jacuí desenvolvem alguma metodologia de Gestão Ambiental. A região do COREDE Alto Jacuí é caracterizada pela atividade principal no setor primário e, portanto existe um potencial no setor secundário, que começa a ser explorado, surgindo então a preocupação com as externalidades advindas desta exploração. Tabela 05 – Procedimentos implementados na Gestão Ambiental

Procedimento de GA Freqüência % a. Racionalização/Redução do uso de matéria-prima; 6 6

b. Substituição de fonte para reduzir os níveis de poluição; 1 10 c. Redução do uso de energia; 6 60 d.Redução do uso de água; 6 60 e.Mudanças na composição do produto para tornar seu uso menos danoso à saúde humana e ao meio ambiente;

3 30

f.Mudanças no desenho do produto para tornar seu uso menos danoso à saúde humana e ao meio ambiente;

2 20

g. Mudanças na embalagem do produto para tornar seu uso menos danoso à saúde humana e ao meio ambiente;

2 20

h. Controle, recuperação ou reciclagem das descargas líquidas da atividade industrial;

7 70

i. Controle ou recuperação dos gases e emissões gasosas da atividade industrial;

1 10

j. Controle de ruídos e viubrações; 6 60 l. Disposição adequada de resíduos sólidos da atividade industrial; 6 60

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m. Reciclagem ou aproveitamento de resíduos ou refugos; 10 100 n. Mudanças nos procedimentos de estocagem, transporte, e manuseio, dos produtos ou materiais perigosos e suas embalagens;

5 50

o. Cursos ou treinamentos da mão-de-obra para a prática de Gestão Ambiental;

1 10

p. Dar preferência a fornecedores e distribuidores que não têm uma imagem ambiental negativa;

5 50

6

60

110 6

60

6

60

3

30

2

20

2

20

7

70

110 6

60

6

60

10

100

5

50

110

5

50

0102030405060708090

100

A B C D E F G H I J L M N O P.

Freqüência %

Figura 06 - Procedimentos implementados na Gestão Ambiental Observa-se com os dados da tabela e figura acima que das dez empresas que adotam alguma prática de Gestão Ambiental, todas elas implementam a reciclagem ou o aproveitamento de resíduos. Este procedimento atualmente é bastante difundido e trabalhado, pois seus resultados quanto à competitividade pela redução de custos são rapidamente constatados. Também em relação a outros procedimentos, este se realiza com baixos investimentos. Os índices mais baixos referem-se a procedimentos que requerem mais investimentos. Os índices de 70% e 60% estão ligados a procedimentos que vêm de encontro à redução de custos e exigências legais. De acordo com o baixo retorno que se obteve na pesquisa e as respostas obtidas neste item analisado, constata-se que a preocupação com a competitividade das empresas do COREDE Alto Jacuí não considera como prática competitiva o Sistema de Gestão Ambiental, refletindo a falta de preocupação com o tema nos órgãos públicos, universidades e pessoas influentes na região. Necessitando, portanto de discussões referentes ao assunto com os empresários, sensibilizando-os para a problemática ambiental. Tabela 06 - Razões para adoção de práticas de Gestão Ambiental

Razões para adoção de práticas de GA Freqüência % a. Atender à exigência para licenciamento; 8 80 b. Atender a regulamentos ambientais apontados por fiscalização; 4 40 c. Reduzir custos; 8 80 d. Aumentar a competitividade dos produtos; 6 60 e. Atender a pressão de organização não-governamental ambientalista;

1 10

f. Estar em conformidade com a política social da empresa; 6 60 g. Melhorar a imagem perante a sociedade; 7 70 h. Outras – Cidade limpa e preservação ambiental 1 10

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11

8

80

4

40

8

80

6

60

110

6

60

7

70

110

0

10

20

30

40

50

60

70

80

A B C D E F G H

Freqüência %

Figura 07 - Razões para adoção de práticas de Gestão Ambiental As informações da tabela e gráfico acima vêm confirmar os percentuais do item anterior, pois o maior percentual, ou seja, 80% das dez empresas que adotam práticas de Gestão Ambiental, o fazem para atender a legislação e para reduzir custos. Portanto para estas empresas a competitividade e a responsabilidade social, são quesitos ainda incipientes para fundamentar práticas de Gestão Ambiental, mas a preocupação com a imagem da empresa perante a sociedade é bem significativa, vislumbrando uma preocupação com o cliente. Esta região conforme constata-se não explora um nicho de mercado que pode-se definir como o consumidor consciente e responsável que preocupa-se com a ética empresarial. Tabela 07 – Fonte das soluções ambientais

Fonte de recursos técnicos Freqüência % a. Geralmente desenvolvidas no próprio estabelecimento com seus técnicos;

8 67

b. Geralmente definidas em outros segmentos da empresa; 2 17 c. Utilizando consultoria; 2 17 d. Com apoio de técnicos dos órgãos ambientais; 4 33

8

67

2

17

2

17

4

33

0

10

20

30

40

50

60

70

a. No próprioestabelecimento

com seustécnicos;

b. Em outrossegmentos da

empresa;

c. Utilizandoconsultoria;

d. Apoio detécnicos de

órgãosambientais;

Freqüência %

Figura 08 - Fonte das soluções ambientais

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Neste item, duas empresas que não adotam nenhuma prática de Gestão Ambiental segundo a pesquisa, responderam ao questionamento, verificando-se uma insegurança dos empresários nas suas respostas. A maioria conforme a tabela e figura acima desenvolvem ações de solução ambiental conforme a política da empresa, e por colaboradores internos. Tabela 08 - Origem dos Equipamentos utilizados na empresa de acordo com o processo de Gestão Ambiental Origem Freqüência % Mais de 50% de produtos fabricados no Brasil 9 39 Não sabe especificar 5 22 Não responderam 9 39 Total 23 100

9

39

5

22

9

39

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Mais de 50% de produtosfabricados no Brasil

Não sabe especificar Não responderam

Freqüência %

Figura 09 - Origem dos Equipamentos utilizados na empresa de acordo com o processo de Gestão Ambiental Do total de 23 empresas pesquisadas, 61% não responderam ou não sabem especificar a origem dos equipamentos utilizados no processo de Gestão Ambiental. O percentual é bem significativo e deduz-se que aqueles que não responderam não tem conhecimento da origem e, portanto não existe a preocupação eminente com equipamentos menos poluentes para uso de tecnologia limpa. Tabela 09 – Responsáveis pela formulação dos procedimentos associados à Gestão Ambiental

Formulação de procedimentos de GA Freqüência % a. Na direção geral; 6 26 b. Na gerência de produção; 1 4 c. Por um técnico especialista; 3 13 d. Sem localização específica ou integrada com outras áreas; 1 4 e. Não adota procedimentos de gestão ambiental. 13 57

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13

6

26

14 3

13

14

13

57

0

10

20

30

40

50

60

A B C D E

Freqüência %

Figura 10 - Responsáveis pela formulação dos procedimentos associados à Gestão Ambiental Quanto ao item anterior, verifica-se que a formulação de procedimentos na maioria das empresas que têm Sistema de Gestão Ambiental ocorre no âmbito da gerência, o que é positivo, pois demonstra o envolvimento destes, já que os programas e projetos acontecem a partir do envolvimento e comprometimento deste grupo. Mas por outro lado, de acordo com a metodologia de um Sistema de Gestão Ambiental, deve existir um comitê que trabalhe em conjunto. Esta opção não foi selecionada por nenhuma empresa. Então se questiona também a metodologia usada por estas empresas e o que julgam ser um Sistema de Gestão Ambiental. Tabela 10 - Fontes de investimento das Empresas para o processo de Gestão Ambiental

Fontes de financiamento para SGA Freqüência % a. Recursos próprios; 10 43 b. Bancos governamentais; 3 13 c. Outras agências e programas governamentais (FINEP, por exemplo);

2 9

d. Bancos privados nacionais; 1 4 e. Não realizará qualquer investimento ambiental. 3 13 f. Não respondeu 8 35

10

43

3

13

2

9

14 3

13

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

A B C D E F

Freqüência %

Figura 11 - Fontes de investimento das Empresas para o processo de Gestão Ambiental

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14

Na tabela 10 e figura 11 verifica-se com otimismo que 43% das empresas que responderam a pesquisa pretendem investir recursos próprios no Sistema de Gestão Ambiental, mas ainda 48% conforme os itens E e F não possuem resposta positiva na definição dos investimentos. Tabela 11 - Tipos de Registros de Controle e Monitoramento Ambiental

Registro de monitoramento ambiental Freqüência % a. Descarga de esgotos e efluentes líquidos; 4 17 b. Geração de resíduos sólidos; 5 22 c. Emissão de efluentes gasosos; 1 4 d. Emissão de poeira de material particulado; 1 4 e. Perdas e refugos de materiais e de produto acabado; 2 9 f. emissão de ruídos e vibrações; 2 9 g. Não possui controle. 8 35 h. Não respondeu 7 30

4

17

5

22

14

14

2

9

2

9 8

35

7

30

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F G H

Freqüência %

Figura 12: Tipos de Registros de Controle e Monitoramento Ambiental Para trabalhar com Sistema de Gestão é sine qua non trabalhar com controle, mas conforme os dados da tabela 11 e figura 12, o total de empresas que informaram possuir um Sistema de Gestão Ambiental não é igual ao número de respostas de empresas que possuem monitoramento, portanto duas empresas que possuem procedimentos de Gestão Ambiental não possuem monitoramento, ou não responderam, mas se o possuem porque não responder? subentendendo-se que não possuem. Também se observa que 100% reciclam ou reaproveitam seus resíduos, mas somente 50% destas e 20% do total possuem controle da geração de resíduo. Já que o objetivo em 80% das empresas com procedimentos de Gestão Ambiental é a redução de custos, se não existir controle na geração de resíduos não se pode avaliar o procedimento. Portanto não só no processo de Gestão Ambiental, mas na gestão como um todo, algumas empresas apresentam falhas no princípio de controle de seus processos. Tabela 12 - Relacionamento da Empresa com Órgãos Ambientais

Relacionamento da empresa com órgãos ambientais Freqüência % a. Fiscalização; 5 22 b. Licenciamento ambiental; 7 30 c. Acordos entre as partes (termo de compromisso ou ajuste de conduta);

1 4

d. Medidas compensatórias; 1 4 e. Nenhum. 6 26 f. não responderam 8 35

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15

5

22

7

30

14

14

6

26

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F

Freqüência %

Figura 13 - Relacionamento da Empresa com Órgãos Ambientais Na tabela e figura acima se verifica que o relacionamento da empresa com órgãos ambientes se restringe a fiscalização e licenciamento. Seis empresas que não adotam práticas de Gestão Ambiental responderam que não têm nenhum relacionamento com órgãos ambientais, observando-se novamente a dificuldade de responderem sobre o assunto, pois nestas condições, então não possuem licenciamento e nem atendem a legislação. De oito empresas que não responderam, sete não adotam práticas de Gestão Ambiental, e uma delas afirma adotar práticas de Gestão Ambiental, o que parece contraditório, pois não responde questões quanto ao relacionamento com órgãos ambientais, já que num Sistema de Gestão Ambiental é necessário no mínimo cumprir a legislação. Verifica-se também o receio que as empresas têm de responderem a questões referentes à Gestão Ambiental e exigências legais. Tabela 13 - Situação da empresa em relação a Punição Ambiental Situação da empresa Freqüência % a. sim, mas não respondeu o motivo 1 4 b. Não foi punido; 14 61 c. Não responderam 8 35 Total 23 100

1 4

14

61

8

35

0

10

20

30

40

50

60

70

a. sim, mas nãorespondeu o motivo

b. Não foi punido; c. Não responderam

Freqüência %

Figura 14- Situação da empresa em relação a Punição Ambiental

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No item a que se refere à tabela 13 e figura 14, encontra-se o maior contra-senso, pois analisando as respostas anteriores onde se verifica que 35% das empresas entrevistadas não atendem a legislação ambiental, 61% destas nunca foram punidas, levantando-se a outro fato de discussão, que se refere à fiscalização do cumprimento da legislação ambiental nesta região. Então, se faz crer que não é precária a fiscalização, e também as empresas correm sérios riscos de inviabilidade econômica, caso venham a ser autuadas por ilegalidades em decorrência de vícios de gestão. Deve-se considerar também o fato de ser uma região onde o setor secundário está em crescimento e, portanto como citado anteriormente deve-se estabelecer fóruns de discussões sobre o assunto. Tabela 14 - Razões que dificultam as soluções de Problemas Ambientais

Dificuldades na solução de problemas ambientais Freqüência % a. Não dispor de informações sobre as soluções técnicas; 5 22 b. Não saber quanto custam estas soluções; 1 4 c. Não dispor de financiamento de instituições financeiras, de pesquisa para implantar as soluções;

3

13

d. Não apresentar uma prioridade de gestão; 2 9 e. Não houve qualquer dificuldade. 5 22 f. Não respondeu 8 35

5

22

14 3

13

2

9

5

22

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F

Freqüência %

Figura 15 - Razões que dificultam as soluções de Problemas Ambientais Conforme a tabela e figura acima, 50% das empresas que implementaram práticas de Gestão Ambiental, responderam que não tiveram dificuldades significativas nas soluções ambientais. Mas quando estas surgiram à maioria aponta como dificuldade o apoio de instituições, sejam de informações como de apoio financeiro. Tabela 15 - Principais problemas com o Licenciamento Ambiental

Principais problemas com o licenciamento ambiental Freqüência % a. Dificuldade de identificar e atender aos critérios técnicos exigidos;

2 9

b. Custo de preparação de estudos e projetos para apresentar ao órgão ambiental;

3 13

c. Demora na análise dos pedidos de licenciamento; 4 17 d. Custos dos investimentos necessários para atender às exigências do órgão ambiental para concessão da licença;

3 13

e. Não enfrentou qualquer problema; 3 13 f. Nunca precisou requerer uma licença ambiental. 5 22 g. Não respondeu 8 35

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17

2

9

3

13

4

17

3

13

3

13

5

22

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F G

Freqüência %

Figura 16 - Principais problemas com o Licenciamento Ambiental De acordo com os dados da tabela 15 e figura 16, uma das empresas que respondeu não ter requerido licenciamento pertence a grupo de atividade que segundo a resolução CONSEMA 05/98 está sujeita ao licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul. Portanto este fato faz novamente referência à fiscalização do cumprimento da legislação. Os custos para atender as exigências e a demora na análise dos pedidos são os principais problemas enfrentados quanto ao licenciamento ambiental. Tabela 16 - Perspectivas futuras de Gestão Ambiental

Perspectivas de GA na empresa Freqüência % a. Continuar a expansão do programa de controle ambiental; 4 17 b. Aperfeiçoar procedimentos de gestão ambiental; 7 30 c. Habilitação do estabelecimento para rotulagem ambiental; 1 4 d. Usar a imagem ambiental da empresa para fins de marketing institucional;

4 17

e. Outras: -Reciclagem de água 1 4 f. Não existe qualquer objetivo ainda definido. 5 22 g. Não respondeu 8 35

4

17

7

30

14 4

17

14 5

22

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F G

Freqüência %

Figura 17 - Perspectivas futuras de Gestão Ambiental

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18

Na tabela 16 e figura 17 fica claro a falta de inclusão do Sistema de Gestão Ambiental de forma significativa nas diretrizes da empresa, pois a soma dos itens F e G ultrapassam 50% sendo estes, os itens que não trazem perspectivas para o Sistema de Gestão Ambiental, fato que corrobora com preocupações citadas anteriormente. Tabela 17 - Investimentos futuros em Gestão Ambiental

Investimento futuro no SGA Freqüência % a. Sistema de tratamento e controle de descarga de esgotos e efluentes líquidos;

3 13

b. Sistemas de disposição de resíduos sólidos; 5 22 c. Adoção de tecnologias ou procedimentos para reduzir ruídos; 4 17 d. Adoção de tecnologias ou procedimentos de conservação de energia;

1 4

e. Adoção de tecnologias ou procedimentos de conservação ou recuperação de água;

3 13

f. Adoção de tecnologias para melhoria do projeto, design e embalagem do produto;

3 13

g. Cursos ou treinamento da mão-de-obra para gestão ambiental (inclusive de certificação);

4 17

h. Não pretende realizar qualquer investimento ambiental neste período;

4 17

i. Outros: Novas tecnologias 1 4 j. Não respondeu 8 35

3

13

5

22

4

17

14 3

13

3

13

4

17

4

17

14

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F G H I J

Freqüência %

Figura 18 - Investimentos futuros em Gestão Ambiental

Este item reforça a análise anterior, praticamente com os mesmos números nos itens H e J, sendo que a resposta do item I é muito evasiva, não demonstrando uma verdadeira intenção. Aqui observa-se uma grande preocupação com os resíduos, sendo que 100% das empresas que adotam procedimentos de Gestão Ambiental trabalham com reaproveitamento de resíduos conforme tabela 04 e figura 05. Também na tabela 07 e figura 08 observa-se que 67% das soluções ambientais são desenvolvidas por colaboradores da empresa, mas ainda conforme a tabela 05 e figura 06 somente 10%, ou seja, uma empresa dentre as que adotam procedimentos de Gestão Ambiental oferece cursos e treinamento aos seus colaboradores e somente quatro empresas do total de 23 pretendem investir em cursos e treinamento. Portanto, qual será a qualificação interna para implementar procedimentos de Gestão Ambiental ? Nesta situação, novamente o empresário encontra-se equivocado na sua gestão.

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19

Tabela 18 - Situação dos Certificados Ambientais Posição da empresa quanto à certificação ambiental Freqüência % a. Tem certificação ambiental; 3 13 b. Está em processo de certificação; 2 9 c. Tem um sistema de Gerenciamento Ambiental e não está interessado em obter certificação;

1 4

d. Não tem um Sistema de Gerenciamento Ambiental e está interessado em obter certificação;

4 17

e. Não tem um Sistema de Gerenciamento Ambiental e não está interessado em obter certificação.

4 17

f. Não respondeu 9 39

3

13

29

1 4 4

17

4

179

39

0

10

20

30

40

A B C D E F

Freqüência %

Figura 19- Situação dos Certificados Ambientais O índice de empresas que possuem interesse em certificação chega a quase 40%, o que representa uma preocupação não somente com o objetivo do Sistema de Gestão Ambiental, mas sim em atender a mercados que exigem a certificação. Tabela 19 - Instrumentos Governamentais de Ação e Política Ambiental

Instrumentos importantes em GA Freqüência % a. Assessorar empresas a implementarem procedimentos de gestão ambiental e identificarem tecnologias ambientalmente adequadas;

6 26

b. Abolir os atuais mecanismos de controle e cobrar das empresas que não cumprem o padrão ambiental definido, uma taxa ou imposto por nível de carga de poluição ou uso de recursos naturais;

1 4

c. Divulgar cadastro de empresas com boas práticas ambientais; 1 4 d. Simplificar a regulamentação ambiental; 4 17 e. Criar incentivos fiscais para investimentos ambientais; 3 13 f. Investir na capacidade técnica e administrativa dos órgãos ambientais; 1 4 g. Ampliar as linhas de crédito subsidiado para investimentos ambientais. 4 17 h. não respondeu 8 35

6

26

14

14 4

17

3

13

14 4

17

8

35

0

5

10

15

20

25

30

35

A B C D E F G H

Freqüência %

Figura 20 - Instrumentos Governamentais de Ação e Política Ambiental

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Este item vem de encontro a respostas encontradas em questionamentos anteriores, 26% consideram importante a assessoria como forma de obter mais conhecimentos e novas tecnologias, 17% consideram importante a simplificação da regulamentação ambiental, que pode ser aplicada conjuntamente com a necessidade anterior. Os próximos percentuais significativos referem-se a incentivos e apoio financeiro, sendo, portanto dois elementos que se complementam na implementação de qualquer programa de inovação para o bem estar social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados apresentados e as condições de realização da pesquisa, constatou-se que:

• As indústrias do COREDE Alto Jacuí não estão realizando atividades relacionadas à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, nem mesmo para fortalecer sua atuação no mercado.

• Existe um receio muito grande dos empresários em responderem questões relacionadas a procedimentos de Gestão ambiental.

• Devido ao baixo índice de retorno, não foi possível determinar incidência de resposta por setores, observando-se a predominância de microempresas.

• As razões que ainda levam algumas empresas a adoção de práticas de Gestão Ambiental são as exigências legais e a redução de custos.

• As soluções ambientais são geralmente formuladas dentro das próprias empresas, mas sem indício de capacitação interna.

• Não existe um eminente apoio e participação de órgãos ambientais nas atividades das empresas, e o relacionamento com estes órgãos se estabelece por conta do processo de licenciamento.

• Existem sérios problemas quanto à fiscalização do cumprimento da legislação e também a falta de aproximação do órgão público como difusor de sustentabilidade ambiental.

• A demora no processo e os custos dos investimentos exigidos são os principais problemas enfrentados pelas empresas quanto ao licenciamento.

• É na direção geral que os procedimentos associados de gestão ambiental são formulados, quando ocorrem.

• Com relação ao controle e monitoramento, os registros são muito precários. • As empresas pesquisadas demonstram uma gama variada e significativa de

expectativas de apoio, com maior destaque para a implementação de procedimentos de gestão ambiental e identificação de tecnologias adequadas.

• Um percentual muito pequeno de empresas do COREDE Alto Jacuí demonstra algum conhecimento de iniciativas ambientais, e esta desinformação está vinculada à falta de participação de entidades públicas, universidades, ONGs e demais instituições que possam levar conhecimento ao empresário.

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