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Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes 4.º trimestre de 2016

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Page 1: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes · Conceitos utilizados na análise da qualidade do crédito”, no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro de 2016

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes 4.º trimestre de 2016

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Lisboa, 2017 • www.bportugal.pt

Redigido com informação disponível até 30 de março de 2017.

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes • Banco de Portugal Rua Castilho, 24 | 1250-069 Lisboa •

www.bportugal.pt • Edição Departamento de Estabilidade Financeira • Design Direção de Comunicação | Unidade de Imagem

e Design Gráfico • ISSN 2183-9646 (online)

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Índice 1. Sistema bancário português – Avaliação global | 6

2. Indicadores macroeconómicos e financeiros | 7

3. Sistema bancário português | 9

Balanço | 9

Liquidez e financiamento | 10

Qualidade dos ativos | 12

Rendibilidade | 13

Solvabilidade | 15

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4 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Nota A presente publicação introduz um conjunto

significativo de alterações face a edições ante-

riores. Estas alterações compreendem a revi-

são do universo de instituições consideradas e

de alguns indicadores, assim como a introdu-

ção de indicadores novos.

A principal motivação para as alterações intro-

duzidas decorre da adoção dos novos requisi-

tos de reporte de informação contabilística e

prudencial previstos nos Implementing Techni-

cal Standards on Supervisory Reporting (ITS), emi-

tidos pela Autoridade Bancária Europeia (EBA,

na sigla inglesa) e adotados pela Comissão Eu-

ropeia no seu Regulamento de Execução nº

680/2014. Os ITS têm como principal objetivo a

uniformização dos requisitos de reporte de in-

formação a nível europeu, promovendo assim

uma maior convergência de práticas de super-

visão. Os novos reportes abrangem informação

financeira e sobre qualidade de crédito (FIN-

REP), bem como informação sobre fundos pró-

prios, grandes exposições, alavancagem, liqui-

dez e financiamento (COREP) e ativos onerados

(Asset Encumbrance). Os novos reportes apli-

cam-se às instituições de crédito e empresas

de investimento na aceção do Regime Geral

das Instituições de Crédito e Sociedades Finan-

ceiras (RGICSF), o qual foi revisto pelo Decreto-

Lei n.º 157/2014, de 23 de outubro.

Neste sentido, até ao terceiro trimestre de

2015, a informação sobre o setor bancário di-

vulgada na presente publicação corresponde

ao reporte enquadrado na Instrução nº

23/2004 do Banco de Portugal, e, a partir do

quarto trimestre de 2015 (inclusive), ao reporte

no âmbito dos ITS da EBA.

Uma vez que a revisão do RGICSF, através do

Decreto-Lei n.º 157/2014, de 23 de outubro, de-

terminou a exclusão de alguns tipos de socieda-

des financeiras do conjunto das instituições de

crédito e empresas de investimento, a informa-

ção anterior a dezembro de 2015 foi revista de

1. Ver Relatório de Estabilidade Financeira de novembro de 2014 do Banco de Portugal e artigo 429.º do Regulamento (UE) nº 575/2013.

2. Ver o Tema em destaque “3. Conceitos utilizados na análise da qualidade do crédito”, no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro de 2016

do Banco de Portugal.

forma a garantir a consistência com o universo

de instituições abrangido pelos reportes ITS (e

em linha com o atualmente disposto no RGICSF).

Tendo presente a alteração dos requisitos de

informação no âmbito dos ITS, procedeu-se

igualmente à revisão da definição de algumas

variáveis consideradas no âmbito desta publi-

cação. A título de exemplo, refira-se a substitui-

ção do rácio entre crédito e depósitos pelo rá-

cio entre empréstimos e depósitos, em que o

montante de empréstimos não inclui agora ou-

tros créditos e valores a receber titulados.

Adicionalmente, procedeu-se à inclusão de

nova informação disponível com a introdução

dos novos reportes:

• Qualidade dos ativos: rácio de empréstimos

non-performing (NPL) e rácio de cobertura de

empréstimos non-performing;

• Solvabilidade: rácio de alavancagem (Leverage

Ratio)1;

• Liquidez: rácio de cobertura de liquidez (Liqui-

dity Coverage Ratio).

No que respeita à qualidade dos ativos foram

incluídos os principais indicadores definidos a

nível europeu para avaliação dos emprésti-

mos bancários, reportados ao abrigo dos ITS.

A definição de empréstimos non-performing

segue as normas internacionais, sendo um

conceito mais abrangente quando compa-

rado com o conceito de crédito em risco2. São

classificados como NPL os empréstimos que

verifiquem uma das condições seguintes: (i)

exposições significativas com prestações ven-

cidas há pelo menos 90 dias (critério quantita-

tivo); (ii) considerar-se improvável que o deve-

dor cumpra integralmente com as suas obri-

gações sem a realização de eventuais garan-

tias (critério qualitativo); (iii) ativos com impa-

ridade, exceto imparidade por perdas incorri-

das mas das quais a instituição ainda não teve

conhecimento (designadas IBNR – Incurred But

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4.º trimestre de 2016 5

Not Reported); e (iv) crédito em incumprimento

de acordo com o conceito prudencial definido

no CRR.

Tendo presente o novo enquadramento regula-

mentar europeu, esta publicação introduz ainda

o rácio de alavancagem3 complementando os

requisitos de capital previamente apresentados.

Este rácio define o nível de fundos próprios (de

nível 1) relativamente à exposição total (exposi-

ções de balanço e fora de balanço), tendo como

principal caraterística o facto de os ativos não

serem ponderados pelo risco.

Com vista a avaliar a posição de liquidez do sis-

tema bancário, é introduzido o rácio de cober-

tura de liquidez4. Este rácio, que deverá atingir

um valor mínimo de 100%, pretende assegurar

que os bancos detenham um buffer mínimo de

ativos de liquidez e qualidade de crédito elevada

ou extremamente elevada (i.e. suscetíveis de se-

rem rapidamente convertidos em numerário

nos mercados privados, dentro de um curto es-

paço de tempo e sem perda significativa de va-

lor) para fazer face ao montante de saída líquida

de fundos durante um período de 30 dias, em

situação de stress5. Este requisito de cobertura

de liquidez está a ser implementado de forma

faseada: 70% a partir de 1 de janeiro de 2016;

80% a partir de 1 de janeiro de 2017 e 100% a

partir de 1 de janeiro de 2018.

Finalmente, ainda no âmbito da revisão desta

publicação, o enquadramento macroeconómico

foi simplificado, privilegiando-se, assim, a análise

da evolução recente do sistema bancário.

3. Ver artigo 429.o do Regulamento (UE) n.o 575/2013.

4. Regulamento Delegado (UE) 61/2015 da Comissão Europeia, de 10 de outubro de 2014, que completa o Regulamento (UE) n.º 575/2013 do Parla-

mento Europeu e do Conselho, no que diz respeito ao requisito de cobertura de liquidez para as instituições de crédito (JO L 11 de 17.1.2015, p. 1).

5. O Regulamento Delegado (UE) 61/2015 da Comissão Europeia sobre o rácio de cobertura de liquidez define uma situação de stress como “uma súbita

ou severa deterioração da solvabilidade ou da posição de liquidez de uma instituição de crédito decorrente de alterações nas condições de mercado

ou de fatores idiossincráticos, em resultado dos quais poderá existir um risco significativo de que a instituição se torne incapaz de fazer face aos seus

compromissos num período de 30 dias”.

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6 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

1. Sistema bancário português – Avaliação global

Balanço

O ativo total do sistema bancário continuou a

diminuir de forma gradual no quarto trimestre

de 2016.

A reclassificação de alguns ativos/passivos,

no âmbito do processo de venda parcial da

participação do BPI na operação angolana,

levou a uma alteração da estrutura do ba-

lanço do sistema.

Liquidez e financiamento

O rácio de transformação e o gap comercial au-

mentaram ligeiramente em relação ao trimes-

tre anterior, enquanto o financiamento obtido

junto do Eurosistema diminuiu.

Qualidade dos ativos

Os rácios de crédito em risco e de emprésti-

mos non-performing diminuíram no quarto

trimestre de 2016, refletindo essencialmente

a evolução no segmento das Sociedades não

financeiras.

Rendibilidade

Contrariamente a 2015, no ano de 2016 a ren-

dibilidade do sistema bancário foi negativa, o

que se ficou a dever a uma queda significativa

dos resultados com operações financeiras e,

sobretudo, a um aumento expressivo das im-

paridades.

A margem financeira manteve-se estável face a

2015.

Solvabilidade

Os níveis de solvabilidade diminuíram no

quarto trimestre de 2016 devido à redução do

capital, na sequência dos resultados negativos

registados no exercício.

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4.º trimestre de 2016 7

2. Indicadores macroeconómicos e financeiros

Gráfico 1 • Taxa de crescimento do PIB, em % | Volume

Fonte: INE.

Nota: Os valores trimestrais correspondem a taxas de variação em cadeia. As estatísticas das contas nacionais apresentadas incorporam já as

regras emanadas pelo Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais na União Europeia (SEC 2010).

• No quarto trimestre de 2016, o PIB registou uma taxa de variação em cadeia de 0,6% e uma taxa de

variação homóloga de 2,0%.

• Em 2016 o PIB cresceu 1,4% (1,6% em 2015).

Gráfico 2 • Taxa de desemprego, em % da população ativa

Fontes: Banco de Portugal e INE.

• A taxa de desemprego cifrou-se em 10,5% no quarto trimestre de 2016, tendo diminuído 0,4 p.p.

face ao trimestre anterior e 1,7 p.p. face ao trimestre homólogo.

-1,8

-4,0

-1,1

0,9

1,6 1,4

0,90,6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

2011 2012 2013 2014 2015 2016 3T 2016 4T 2016

//

12,9

15,816,4

14,1

12,6

11,2 10,9 10,5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2011 2012 2013 2014 2015 2016 3T 2016 4T 2016//

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8 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Gráfico 3 • Taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos, em %

Fonte: Thomson Reuters.

• A taxa de rendibilidade implícita (yield) da dívida pública portuguesa a 10 anos aumentou cerca de

40 pontos base entre 30 de setembro e 30 de dezembro de 2016, tendo o spread face à dívida pública

alemã aumentado aproximadamente 10 pontos base.

Gráfico 4 • Taxas de juro do BCE, em %

Fonte: BCE.

• As taxas de juro do BCE não sofreram alterações desde março de 2016: a taxa de facilidade perma-

nente de depósitos manteve-se em -0,40%, a taxa das operações principais de refinanciamento em

0% e a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%.

• O carácter acomodatício da política monetária do BCE continua a repercutir-se nos níveis das taxas

de juro interbancárias de referência.

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

jan-15 mar-15 mai-15 ago-15 out-15 dez-15 mar-16 mai-16 jul-16 out-16 dez-16

Portugal Espanha Itália Alemanha Grécia

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

jan-15 mar-15 mai-15 ago-15 out-15 dez-15 mar-16 mai-16 jul-16 out-16 dez-16

Taxa das operações principais de refinanciamento Taxa da facilidade permanente de depósitos

Taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez

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4.º trimestre de 2016 9

3. Sistema bancário português

Balanço

Gráfico 5 • Estrutura do ativo, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• O ativo total do sistema bancário reduziu-se 2,1% no quarto trimestre de 2016. Esta evolução decor-

reu, essencialmente, de uma redução dos empréstimos a instituições de crédito e, em menor grau,

dos empréstimos a clientes e da exposição a títulos de dívida. Face ao final de 2015, o ativo total

decresceu 5,3%.

• Ainda que sem impacto nos totais do ativo e do passivo, a estrutura do balanço do sistema bancário

foi afetada pela reclassificação de alguns ativos/passivos para a rubrica de "outros ativos/passivos",

no âmbito do processo de venda parcial da participação do BPI na operação angolana.

Gráfico 6 • Estrutura de financiamento bancário, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• No quarto trimestre de 2016 verificou-se uma diminuição significativa das responsabilidades repre-

sentadas por títulos e dos depósitos de bancos centrais.

• Os depósitos de clientes diminuíram face ao trimestre anterior, devido, sobretudo, à reclassificação

para outros passivos no âmbito da operação supracitada. Sem este efeito, os depósitos teriam dimi-

nuído 0,5% no trimestre.

510 493457

426 408 394 386

0

100

200

300

400

500

600

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Empréstimos a instituições de crédito Títulos de dívida Part. financeiras Empréstimos a clientes Outros ativos

2,9 2,9 2,12,7 2,5 2,3 2,1

//

Total do ativo / PIB nominal

510 493457

426408 394 386

0

100

200

300

400

500

600

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Dep. de bancos centrais Dep. de outras instituições de crédito Títulos Dep. de clientes Outros passivos Capital próprio

//

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10 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Liquidez e financiamento

Gráfico 7 • Recursos de bancos centrais, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• No quarto trimestre de 2016, o recurso ao financiamento de bancos centrais voltou a diminuir, pas-

sando a representar 6,4% do total do ativo do sistema bancário, o que representa o valor mais baixo

desde o início do Programa de Assistência Económica e Financeira (o máximo foi registado em junho

de 2012: 64,1 mM€, 12,6% do total do ativo).

Gráfico 8 • Rácio entre empréstimos e depósitos, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Este rácio foi revisto à luz da estrutura dos novos reportes de informação no contexto dos Implementing Technical Standards on Supervi-

sory Reporting.

• O rácio de transformação aumentou ligeiramente no quarto trimestre de 2016, registando ainda

assim um valor inferior ao verificado no último trimestre de 2015. Excluindo a referida operação de

venda por parte do BPI, o rácio de transformação manteve-se estável face ao trimestre anterior.

46,052,8

47,9

31,226,2 23,5 22,4

4,7

3,4

3,3

2,5

2,42,6 2,3

0

20

40

60

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Thousands

Operações de política monetária junto do Banco de Portugal Outros recursos de bancos centrais

//

135

123

112102

97 95 96

0

30

60

90

120

150

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016//

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4.º trimestre de 2016 11

Gráfico 9 • Gap comercial, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Este indicador foi revisto à luz da estrutura dos novos reportes de informação no contexto dos Implementing Technical Standards on Su-

pervisory Reporting.

• O gap comercial (diferença entre empréstimos e depósitos) observado no último trimestre de 2016

está ao nível do verificado no final de 2015, apesar de ter aumentado face ao trimestre anterior.

Porém, excluindo o impacto da reclassificação supramencionada, o gap comercial continuou a sua

trajetória descendente.

Gráfico 10 • Gaps de liquidez das instituições domésticas(a) e rácio de cobertura de liqui-

dez (RCL)(b), em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Notas: a) O gap de liquidez define-se como a diferença entre ativos líquidos e passivos voláteis em proporção da diferença entre ativo total e

ativos líquidos, em cada escala cumulativa de maturidade residual. Um aumento neste indicador traduz uma melhoria da posição de liquidez.

b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos não onerados e de qualidade elevada, e o

total de saídas líquidas de fundos durante um período de 30 dias após uma situação de stress.

• Os gaps de liquidez das instituições financeiras monetárias domésticas mantiveram-se elevados no

trimestre em análise para todos os prazos.

• O sistema bancário português apresentou um rácio de cobertura de liquidez muito superior a 100%,

em linha com o valor do trimestre anterior.

86

57

30

5

-8-13

-9-20

0

20

40

60

80

100

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

//

-2,5

5,8

9,8 10,6

13,412,0 12,0

-5,5

3,4

7,79,2

12,210,8 10,1

-8,2

1,33,4

6,78,9 8,3 8,4

-10

-5

0

5

10

15

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Até 3 meses Até 6 meses Até 1 ano

//

RCL

155158

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12 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Qualidade dos ativos

Gráfico 11 • Rácio de crédito em risco(a) e rácio de empréstimos non-performing(b), em %

| Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Notas: a) O rácio de crédito em risco resulta da divisão entre o montante de crédito em risco e o total de crédito; b) O rácio de empréstimos

non-performing corresponde ao montante de empréstimos non-performing em relação ao total de empréstimos, de acordo com os ITS da EBA.

• O rácio de crédito em risco situou-se em 11,8% no quarto trimestre de 2016, reduzindo-se 0,8 p.p.

face ao trimestre anterior. Esta redução derivou de uma diminuição do crédito em risco superior à

diminuição do crédito total.

• Esta evolução do rácio de crédito em risco foi transversal aos segmentos da Habitação, do Consumo

e das Sociedades não financeiras.

• O rácio de empréstimos non-performing situou-se em 17,2%, tendo apresentado uma redução de 0,4

p.p. face ao trimestre anterior. Esta diminuição reflete evoluções positivas em todos os segmentos.

Gráfico 12 • Rácio de cobertura do crédito em risco e rácio de cobertura dos empréstimos

non-performing, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Por rácio de cobertura entenda-se a percentagem de crédito em risco, ou de empréstimo non-performing, que se encontra coberto por

imparidades.

• O rácio de cobertura de crédito em risco aumentou no quarto trimestre de 2016 na maioria dos

segmentos analisados.

5,85,7

6,1 5,9 6,0 6,0 5,4

12,2

16,8 16,6 17,0

14,5 14,713,2

9,9

14,216,1

19,0 19,7 20,2 19,3

0

5

10

15

20

25

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Habitação Consumo e outras finalidades Sociedades não financeiras Total

17,617,5 17,2

//

Rácio de empréstimos non-performing

28 30 31 3339 36 33

82

66 6572

76 78 81

62 59 6271

76 7680

0

20

40

60

80

100

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Habitação Consumo e outras finalidades Sociedades não financeiras Total

43,640,8 45,0

//

Rácio de cobertura dos empréstimos non-performing

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4.º trimestre de 2016 13

• O rácio de cobertura de empréstimos non-performing registou um aumento face ao trimestre an-

terior situando-se em 45,0%. Numa comparação com o final do ano anterior este rácio aumentou

cerca de 4 p.p.

Rendibilidade

Gráfico 13 • ROE e ROA, em % | Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: A rendibilidade é medida pelos resultados antes de impostos.

• A rendibilidade dos capitais próprios e do ativo foi negativa em 2016, tendo diminuído face ao ano

anterior.

• No quarto trimestre de 2016 verificou-se um reforço significativo das imparidades para crédito, o

que determinou que a rendibilidade, positiva até ao final do terceiro trimestre, atingisse valores ne-

gativos no conjunto do ano.

Gráfico 14 • Custos e proveitos, em % do ativo médio | Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

• A diminuição da rendibilidade face a 2015 foi determinada por uma queda expressiva dos resultados

com operações financeiras, de natureza não recorrente, e, sobretudo, pelo aumento das imparidades.

• Em 2016 a margem financeira permaneceu virtualmente inalterada face a 2015, em resultado de

uma diminuição similar dos juros recebidos e dos encargos com juros.

2,1

-8,0

0,2

-0,6

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) - esc. esquerda Rendibilidade do ativo (ROA) - esc. direita

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Margem financeira Comissões líquidas Resultados de operações financeiras

Outros proveitos de exploração Custos operacionais Imparidades e provisões

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14 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Gráfico 15 • Custos operacionais e rácios cost-to-income, em mM€ e em %

| Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: O rácio cost-to-income recorrente corresponde aos custos operacionais em percentagem do agregado da margem financeira e das co-

missões (líquidas).

• O rácio cost-to-income situou-se em cerca de 60%, mantendo-se estável face a 2015, em resultado

de reduções de magnitude idêntica dos custos operacionais e do produto bancário.

• Em 2016, os custos operacionais decresceram de forma mais acentuada do que o agregado da mar-

gem financeira e das comissões (líquidas), o que determinou a diminuição do rácio cost-to-income

recorrente face a 2015.

Gráfico 16 • Taxas de juro bancárias de novas operações, em % | Valor médio do período

Fonte: Banco de Portugal.

• No quarto trimestre de 2016, as taxas de juro de novos empréstimos a Particulares – Habitação – e

a Sociedades não financeiras diminuíram 8 e 15 pontos base, respetivamente.

• O custo dos novos depósitos diminuiu 3 pontos base no segmento dos Particulares e aumentou 2

pontos base no segmento das Sociedades não financeiras.

0

20

40

60

80

100

0

2

4

6

8

10

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Custos operacionais - esc. esquerda Cost-to-income recorrente - esc. direita Cost-to-income - esc. direita

0

1

2

3

4

5

6

7

2011 2012 2013 2014 2015 2016 3T 2016 4T 2016

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4.º trimestre de 2016 15

Solvabilidade(a)

Gráfico 17 • Rácio entre o capital Tier 1 e o ativo total e rácio de alavancagem, em %

| Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: O rácio entre o capital Tier 1 e o ativo total deve ser visto como uma proxy do rácio de alavancagem permitindo um enquadramento

temporal mais longo. Por sua vez, o rácio de alavancagem é calculado através da divisão entre os fundos próprios e a exposição total do sistema

bancário. A metodologia estabelecida para o cálculo das componentes deste rácio encontra-se definida no artigo 429º do Regulamento (UE)

nº 575/2013.

• O rácio entre o capital Tier 1 e o ativo diminuiu no quarto trimestre de 2016, refletindo uma redução

do capital, associada aos resultados negativos do exercício, num cenário de redução do ativo.

• O rácio de alavancagem situou-se em 6,7% no quarto trimestre de 2016, tendo contraído 0,5 p.p.

face ao trimestre anterior.

Gráfico 18 • Rácio de fundos próprios, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• O rácio Common Equity Tier 1 (CET 1) e o rácio de solvabilidade total diminuíram cerca de 1 p.p.

face ao terceiro trimestre de 2016 devido à redução do capital, o que é explicado, uma vez mais,

pelos resultados negativos do exercício. Registe-se, contudo, que já no decurso do corrente ano

ocorreram operações de reforço dos fundos próprios em algumas instituições.

(a) A transição para um novo regime prudencial em 2014 determinou quebras de estrutura dos indicadores de solvabilidade, justificadas por diferenças

metodológicas no cálculo das componentes de fundos próprios, afetando a comparabilidade dos rácios relativamente a anos anteriores.

5,4

7,0 7,1 6,97,6 7,5

6,9

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

6,7

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Rácio de alavancagem

7,2

8,7

11,512,3

11,312,4 12,3

11,4

0

2

4

6

8

10

12

14

2011 2012 2013 2014 2015 3T 2016 4T 2016

Rácio Core Tier 1 Rácio CET 1

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Rácio de solvabilidade total

9,8 12,6 13,213,3 12,3 13,3 12,2

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