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“Sinto-me tão perfeitamente copta que, para me distrair, verso para esta língua tudo que me passa pela cabeça; falo copta sozinho já que ninguém poderia me entender.” Jean-François Champollion – Falando sobre a possível língua originada do Egípcio antigo Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

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“Sinto-me tão perfeitamente copta que, para me distrair, verso para esta língua tudo que me passa pela cabeça; falo copta sozinho já que ninguém poderia me

entender.” Jean-François Champollion – Falando sobre a

possível língua originada do Egípcio antigo

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Sumário 1.Introdução 2. A procura da imortalidade através da arte 2.1 A arte nas mumificações 2.2 Os grandes túmulos e templos 2.2.1 Templo de Khonsu 2.2.2 As Pirâmides 2.3 O Livro dos Mortos 2.4 A arte egípcia 2.4.1 Pintura 2.4.2 Escultura 2.4.3 Arquitetura 2.4.4 Música 3. Escrita

3.1 Escribas 3.2 O que era o papiro. 3.3 Hieróglifos 3.4 A Pedra de Roseta 3.4.1 Champollion o tradutor

4. Ciência do Egito 4.1 Ciência política do Egito 4.2 Ciência da Mumificação 4.2.1 Medicina 4.3 Ciência em torno do rio Nilo 5. Podemos entender a cultura egípcia nos tempos modernos? 5.1 O fim do Egito segundo Roma 6. Conclusão 7. Referencia Bibliográfica

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1 – Introdução O Egito é conhecido em sua língua nativa como Kemet, situado no norte do continente Africano ocupando também a península do Sinai na Ásia, o que o torna um estado em 2 continentes. Faz divisa com a Líbia, o Sudão, com a faixa de Gaza e Israel, assim como também é banhado pelo mar mediterrâneo ao norte, e pelo mar vermelho no litoral oriental. Tem como capital a cidade do Cairo. Também é um dos mais populosos paises da África atingindo o número de 80 milhões no ano de 2007, sendo que sua grande maioria vive as margens do rio Nilo, sendo a única área cultivável do País com cerca de 40 000 km². Este país geograficamente apresentado agora é conhecido principalmente pelo que ele foi no passado, e pelas marcas que a antiga civilização egípcia deixou no mundo como as famosas pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge, alguns templos como o de Karnak e o vale dos reis em Luxor, o Egito é de forma merecida reconhecido pelo seu valor político e cultural no Oriente médio, tendo em vista os milhares de conflitos que o acercam atualmente. Kemet é um dos mais antigos nomes do Egito, que significa “Terra Negra”, nome esse que provem do solo negro fértil depositado pelo Rio Nilo após as cheias, que por sinal é o principal meio econômico deste vasto e antigo país. O Egito foi uma grande civilização que durou mais tempo que a civilização moderna, estima-se aproximadamente 3 000 anos, sendo que foi uma das primeiras civilizações a desenvolver a escrita que é considerada a maior invenção de todos os tempos, porque possibilitou o homem registrar e depois entender sua própria história. Desde a primeira era pré-histórica com o homem presente na terra (Paleolítico), há vestígios de ocupação humana, o que era de se esperar já que os primeiros registros homideos são provenientes da África, era uma cultura de caçadores-coletores (nômades), que depois foi substituída pela de moagem de grãos. Neste período o clima era de pastagens e florestas, o que foi extremamente modificado por volta do ano 8 000 a.C., quando o Saara começou a se formar, fazendo com que estes povos tribais migrassem para o melhor lugar para se viver na região, o Vale do Nilo, onde graças às cheias do Rio que fertilizavam o solo que até então era seco demais para o plantio, o homem conseguiu desenvolver uma economia sedentária-agricola, não migrando mais e centralizando sua organização nestas margens. Diversas culturas se desenvolveram de maneira independente, no alto e baixo Egito coexistindo por mais de dois mil anos, se desenvolvendo como

Bandeira do Egito

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culturas separadas porem realizando contatos comerciais. Não se sabe como estas civilizações se tornaram o grande império Egípcio, no entanto um dos primeiros exemplos de hieróglifos foi encontrado em artefatos de cerâmica datados do ano 3 200 a.C. Sabe-se que por volta do ano de 3 150 a.C. um rei chamado Mena, fundou um reino unificado, sendo que este mesmo fundou as dinastias que governariam o Egito pelos próximos três milênios, inicialmente o Egito era chamado de Tawy, que significa “duas terras”, e depois de Kemet como já citado. As duas primeiras dinastias são conhecidas como Império Antigo, datada de aproximadamente (2.700-2 200 a.C). Por cerca de 150 anos seguiu o Primeiro Período Intermédio, que foi uma época de muitos distúrbios, porem as grandes cheias do Rio Nilo Trouxe prosperidade dando inicio ao Império Médio a cerca de 2 040 a.C., houve em seguida um período em que os hicsos semitas invadiram o baixo Egito, sendo expulsos anos depois por uma força do alto Egito. Por cerca de 1 550-1070 a.C. o império novo no qual alguns dos mais famosos faraós pertenciam, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton, Tutankhamon e Ramses II, sendo neste período também a primeira expressão monoteísta do Egito. Invadido pelos Libios, Assírios, e Núbios terminou por expulsá-los, também neste período. Ao todo foram 30 dinastias, sendo o ultimo Faraó do Egito Nectabeo II, que foi derrotado pelos Persas em 343 a.C., sendo depois conquistados pelos gregos e em seguida pelos romanos, ficando dois mil anos em controle estrangeiro. Já em 1798 Napoleão Bonaparte junto ao exército Francês invadiu o Egito causando um grande impacto na cultura e política local, a revolução francesa chegou aos egípcios, que tiveram a oportunidade de se autogovernar, o que causou após a retirada francesa uma série de guerras civis, sendo governado por Turcos otomanos, mamelucos e albaneses, até que Mehmet Ali dominou o País entrando em um processo de industrialização e modernização.

Atualmente o Egito é um país que possui uma Assembléia popular, um parlamento unicameral composto de 454 membros, são 444 eleitos por voto popular com cinco anos de mandato e 10 nomeados pelo presidente. Obviamente a cultura do Egito Antigo e mesmo do Egito moderno é baseada no grande Rio Nilo, e em suas

cheias, sendo ele o responsável real por toda beleza, mistério e cultura egípcia, e por isto antes de falar da arte antiga deste grande país (29º maior país do mundo), é necessário que se saiba o que ele foi antes desta produção, durante e depois.

Mapa de localização do Egito na África

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2 A procura da imortalidade através da arte

Os egípcios não viam a morte como o fim, acreditavam na vida após a morte, no entanto para que isto acontecesse era necessário que alguns elementos estivessem em ordem. Acreditavam que o corpo em um todo era divido em diversas partes: ba, ka, akh e khet, correspondendo respectivamente à alma, força vital, força divina inspiradora da vida e corpo físico. O Khet deveria manter-se o menos danificado possível, o que só era possível através da mumificação, que era feita por sacerdotes.

2.1 A arte nas mumificações

As vísceras eram retiradas provocando o menos dano possível, o que exigia destes sacerdotes grandes conhecimentos em fisiologia, depois eram depositadas em quatro vasos que representavam os quatro filhos de Hórus. Um destes vasos tinha a tampa com a cabeça de homem, onde era armazenado o fígado, correspondente ao Deus Imset, o vaso que possuía a tampa com forma de chacal era destinado ao estomago e correspondia ao Deus Duamutef, já o vaso com a tampa em forma de babuíno era correspondente ao Deus Hapi e nele era armazenado os pulmões e o vaso do Deus kebehsenuef, era destinado aos intestinos e tinha a tampa em forma de falcão, sendo estes vasos por si só cerâmicas trabalhadas, que durante o cortejo do defunto eram conduzidas por um trenó.

Entre as ataduras que enrolavam o corpo do defunto eram colocados diversos amuletos, que serviam como formulas para a sobrevivência dos mortos, entre eles destaca-se o amuleto do coração, ele tinha como função não permitir que o defunto se contradissesse ou desmentisse na frente dos Deuses, possuía forma de olhos, pilares ou escaravelhos, sendo que na sua face posterior havia gravado um capitulo do Livro dos mortos. Este amuleto era colocado no lugar do coração e eram verdadeiras jóias¹.

Após a mumificação ainda eram colocadas máscaras encima das ataduras dos defuntos, porque ele deveria ser reconhecido no além, por isto essas mascaras possuíam um retrato idealizado do defunto. Toda a mumificação variava de acordo com a classe

social do mumificado, e nas máscaras² não era diferente, os faraós faziam suas máscaras de ouro e lápis-lazúli, sendo assim por que os mitos egípcios afirmavam

1O escaravelho do coração Arquivo LGDA/G. Lvesa.

2Mascara de Tutankâmon

Arquivo LGDA

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que a pele dos Deus eram destes materiais, assim como seus ossos eram de prata, um material que era escasso no Egito. Os faraós eram representados como o Deus Osíris, tendo na cabeça o nemes, que era uma espécie de adorno listrado que carregava a serpente protetorados faraós, sendo que seus braços ficavam cruzados, segurando em uma das mãos o cetro real e na outra um chicote. Depois de todo este processo, a múmia era depositada em um sarcófago, que podia ser feito de madeira, pedra, ou madeira com materiais preciosos, inicialmente eles eram feitos de formas retangulares assim como nossos caixões, porém com o passar do tempo, foram adquirindo formas humanas3.

Depois de deixar preparado o cadáver, fazia-a se uma espécie de procissão, para levá-lo ao tumulo, a frente ia os sacerdotes funerários, seguidos de diversos servos, que levavam os objetos pertencentes ao morto, já o sarcófago era levado em um trenó, assim como os vasos que possuíam as vísceras do defunto. Ao chegar ao tumulo, o sacerdote fazia um ritual de abrir a boca do defunto, pois era por ali que ele voltaria à vida, depositando no tumulo todos os objetos pertencentes ao morto e selando o tumulo, para que nada incomodasse seu descanso eterno.

Acreditava-se, que depois do tumulo selado, o morto iria, seguir um longo percurso pelo mundo além do túmulo, Anupu, guardião das Necrópoles e Deus da mumificação, levava-o perante a Osíris, soberano do reino dos mortos, onde juntamente com outros Deuses pesava o coração do defunto, se as más ações pesassem mais que uma pena ele seria devorado por um monstro, senão, ele poderia percorrer o mundo subterrâneo cheio de perigos, para chegar ao paraíso, esse processo era chamado de psicostasia.

Havia ainda os Uchebtis que eram pequenas estatuetas colocadas no tumulo para servir o defunto no além, eram fabricados em terracota, madeira, pedra ou faiança, sendo os mais valiosos de ouro e lápis-lazúli, sendo que normalmente eram figuras masculinas com um arado e um cesto nas costas. Na parte da frente havia escrito um capitulo do Livro dos mortos, acreditava-se que ao recitar o texto os uchebtis ganhariam vida e trabalhavam no lugar do morto. Obviamente quanto maior a classe social maior era o

número de uchebtis, chegando alguns túmulos a ter até 365, correspondendo um para cada dia do ano. Obviamente no túmulo dos faraós o número podia ser muito maior.

3Sarcófago de Tutankâmon Arq. IGDA/G. Dagli Orti.

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2.2 Os grandes túmulos e templos

Um dos grandes diferenciais da arte egípcia, é que ela praticamente se manteve inalterada durante o tempo dos faraós, sua arte nos mostra um pouco como eles pensavam, por exemplos os grandes templos e túmulos reais nos mostram o poder e a importância dos faraós e dos Deuses, pelo seu tamanho exacerbado, e os sistemas de construção, nos mostra como o ambiente os inspiravam, através das linhas e formas geométricas, o conceito equilíbrio do ambiente em que viviam, assim como a arte nestes templos e túmulos produzem uma arte refinada, rica e diversificada, devido a fatores naturais e culturais, mantendo como base a vida após a morte evidente no mundo do antigo Egito.

As pirâmides de Gizé4, por exemplo, são um belo exemplo de como eram construídas e com que solidez já que a pirâmide de Khufu é a única das sete maravilhas do mundo antigo que sobreviveu chegando até nós. Nos templos existiam uma série de capelas, pilones, pátios e templos, assim como outros edifícios também não relacionados à religião. A escultura da época oferecia um amplo repertório de temas, e em alguns casos mostravam tríades (Faraó junto com dois Deuses). Já nos túmulos havia um grande repertório de pinturas e relevos, que retratavam a vida do morto, sendo que o contorno das figuras era marcado com linhas assim como muitos desenhos modernos.

Exemplos das grandes construções do Egito perduram até hoje:

Alto Egito

• ABU-SIMBEL, dois templos (Ramsés II).

• FILAE, templo dedicado a Deusa Isís.

• KOM OMBO, templo dedicado a Sobek e Hórus.

• EDFU, Templo dedicado ao Deus Hórus.

• ARMANT, Templo funerário do faraó Amenhotep III.

• LUXOR, O harém meridional de Amon.

Baixo Egito

• BENI HASSAN, 39 túmulos, decorado com pinturas.

• MEIDUM, Túmulos, encontrados tesouros da arte egípcia.

• SAQQARA, Primeira pirâmide construída pelos egípcios.

• GIZÉ4, três pirâmides mais conhecidas do mundo.

• ESFINGE, o corpo em forma de leão e cabeça humana (Khafré).

• ALEXANDRIA, Famosa pela sua biblioteca e seu farol.

4Pirâmides de Gizé

Do livro A Grande Pirâmide Revela seu Segredo

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2.2.1 O templo de Khonsu

O Deus Khonsu, morava em um pequeno templo a sudoeste do recinto principal de Karnak, que começou a ser construído no tempo de Ramses III, sendo concluído apenas na época ptolomaica, por isso existem em suas paredes marcas da passagem de diversos faraós em sua construção.

Este templo5 possuía como todos os templos da época alguns elementos comuns, como, por exemplo, a avenida, que era o caminho de acesso, cercado por fileiras de esfinges, que tinham como missão vigiar e proteger o templo.

Assim também como a maioria dos templos egípcios, quanto mais se penetra no templo de Khonsu, menos a luz penetra devido à elevação do piso e a descida do teto gradual e progressivamente, dando assim um clima propicio para o recolhimento necessário ao culto, já que nas suas ultimas salas, o santuário, se encontrava na completa penumbra.

O Construtor do templo foi o Faraó Ramsés III, faraó da XX dinastia egípcia, este faraó mandou construir em Karnak templos dedicados à tríade tebana que era Amon-rá, Mut e Khonsu. As paredes do templo de Khonsu mostravam baixos relevos, que mostravam a tríade e os faraós construtores, possuindo até figuras com atributos de vários Deuses.

2.2.2 As pirâmides

No reinado do faraó 6Djoser os antigos túmulos dos faraós das duas primeiras dinastias foram substituídos por uma nova construção, a pirâmide. Inicialmente foram construídos patamares cada qual menor que o outro dando a impressão de uma escada quadrada, na qual o faraó usaria para ascender aos céus. E assim seguiram as primeiras pirâmides, já na IV dinastia, apareceu uma pirâmide perfeita. Assim como as construções modernas à primeira fase de sua construção consistiam em definir o melhor local para sua construção, depois se decidia a quantidade de material e pessoal necessário para

5O templo de Khonsu

elkovanmulder.blogspot.com

6Pirâmide de Djoser

Foto © Peter Brubacher.

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construí-la. Depois destas fases eram chamados os sacerdotes que deveriam fazer a cerimônia de nivelamento de terreno e definir quais os quatro pontos cardeais a serem utilizados na construção, e assim como os prefeitos de hoje em dia, havia uma cerimônia onde o faraó simbolizava o inicio da construção colocando o primeiro tijolo obviamente muito menor que as pedras utilizadas na construção, já que ele que o modelava no momento da cerimônia. O tempo de duração variava de acordo com o tamanho do complexo funerário, o qual deveria estar concluído para a morte do faraó.

As pirâmides não eram construídas por escravos, já que estes não existiam, aproveitava-se a época seca quando a terra era infértil e não havia trabalho, os camponeses recebiam um modesto salário do estado, e eram divididos em grupos de trabalho, Os processos de construção consistia na extração das pedras, transporte das mesmas para o local da construção, onde eram encaixadas sem nenhum material para uni-las. Havia também no campo de trabalho carpinteiros que consertavam e produziam ferramentas de madeira para uso dos trabalhadores, capatazes que supervisionavam cada grupo de trabalho, e o Arquiteto que controlava a construção e verificava o nivelamento da mesma.

2.3 O Livro dos Mortos

Inicialmente os únicos que podiam viver após a morte eram os faraós, com o passar dos tempos, os nobres e por ultimo, qualquer um que tivesse tido uma vida justa. Essa ultima democratização da morte foi tido no novo império.

Porém a mumificação permitia a salvação física, e precisava-se de algo que salvasse a parte espiritual, e este algo era o livro do mortos, que constituía em algumas fórmulas para afastar o mal, que foi copiado durante o novo império a partir dos textos do médio império, os quais derivavam dos textos das pirâmides do antigo império. Chamado também na época de “livro para ver o dia”.

O livro dos Mortos possuía fórmulas e imprecações contra o mal, e costumava ser escritas em papiro, estatuetas (como já citado), e também nas ataduras que enrolavam o cadáver, o livro propriamente dito era colocado próximo à múmia e dentro de um pedestal da estátua do Deus funerário Ptah-socáres, variava de tamanho e de escrituras de acordo com o nível social de quem o encomendava.

Os livros das classes mais baixas eram produzidos em série com um espaço em branco para deixar o nome do morto, mesmo com estas variações existiam coisas comuns como a ordem dos temas. As primeiras fórmulas tinham relação com a preparação do cadáver que iria viajar ao Além, logo depois a transferência do sarcófago para o túmulo, a revitalização dos sentidos e o cortejo fúnebre. Uma vez no outro mundo o morte deveria passar por um caminho repleto de animais, e substâncias corrosivas. Chegando ao destino, a sala do juízo Osíris e outros Deuses ouviriam a confissão do morto, e também passar pela psicostasia, se passasse por todas essas provas poderia desfrutar do paraíso uma nova vida. Caso não passasse iria sofrer a aniquilação total de sua existência tendo sua alma devorada por um monstro.

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2.4 A arte egípcia

Quando falamos de arte egípcia, estamos falando da arte desenvolvida e aplicada no antigo Egito, arte esta que foi aplicada e desenvolvida em 3 000 anos de civilização, demarcada por diferentes épocas separadas para melhor estudo como período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa e Período ptolématico, classificado assim pelas diferentes variedade estilísticas adotadas, tendo vários períodos intermediários entre estes, que são mais curtos caracterizados pela turbulência e obscuridade tanto social como artística e política, apesar desta arte manter algumas coisas em comum, podendo se afirmar que se manteve praticamente inalterada na época dos faraós tendo como principal tema, a vida após a morte.

No século XIX muito desta arte foi descoberta, mesmo com o tempo e com os acontecimentos históricos que ocorreram em torno destes 19 mil anos em que esta civilização “caiu”.

Desde o momento em que começaram a ser desvendado o Hieróglifo através da Pedra de Roseta, começou a ser possível caminhar com maior segurança no entendimento do modo de vida, da cultura, da história e naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.

2.4.1 Pintura

Quando se fala de 7pintura Egípcia obviamente já nos vem em mente homenzinhos pintados de diferentes cores com seu corpo mostrando seu aspecto frontal e suas cabeças em perfil, e obviamente isto está correto, assim como a palavra hieróglifos também aparece vagando na mente até mesmo do homem mais desinformado. Estes aspectos estão corretos, já que o estilo egípcio de desenho era exatamente este, e os hieróglifos eram verdadeiras obras de arte, rico em desenhos, mote este que será aprofundado em capítulos posteriores.

Através das pinturas os faraós contavam a história do Egito, fazia homenagens aos Deuses, e em seus túmulos retratavam a própria vida, através destas pinturas podemos saber mais sobre a vida deles, por exemplo, o faraó Ramsés II, que através de textos se descobre que teve oito esposas principais

7

Pintura egípcia Fresco Del Valle de las reinas.

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entre as quais duas eram suas filhas e uma sua irmã, além de um numeroso harém, porém havia uma preferida que se chamava Nefertari.

Vale comentar sobre os gansos de Meidum, que mostra a incrível habilidade dos artistas egípcios na pintura, essas pinturas se encontravam na mastaba de Nefermaat e Atet, que fazem parte da IV dinastia. Os gansos de Meidum chamam a atenção pelo seu aspecto realista, o que não era muito comum no antigo Egito, eles significavam aves em hieróglifos, e religiosamente mantinham o simbolismo de afastar o mal, e evocar o renascimento.

2.4.2 Escultura

Assim como quase toda a arte egípcia, a razão das esculturas era a eterna busca da vida eterna, sendo uma arte tipicamente religiosa. A representação de um faraó era como um substituto físico do defunto, ou mesmo uma maneira de eternizar o rosto, por isso o realismo utilizado pelos escultores egípcios, do Antigo Império, vindo a seguir o exemplo da pintura posteriormente trazendo algumas estilizações. Havia também estatuetas mortuárias pequenas, que se acreditava que iriam se levantar para ajudar o defunto, nos afazeres após a morte, já as grandes estátuas mortuárias de templos e palácios surgiu a partir da XVIII dinastia, integrando como parte da arquitetura, havendo modificações com os reis ptolemaicos, sofrendo grande influência grega em suas técnicas.

Inicialmente as esculturas eram um privilégio apenas de faraós e sacerdotes, porém com o tempo se estendeu para alguns membros da sociedade, como os escribas, dos retratos reais mais populares destacam-se os dois bustos de Nefertiti, que é considerada uma das mulheres mais belas da história, sendo ambos de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e se encontram no museu do Cairo e de Berlim.

Também vale lembrar as obras de ourivesaria Egípcia a qual temos um belo exemplo na imagem ² relacionada ao jovem faraó Tutankamon (Capitulo 2.1), onde se fazia esculturas em ouro, sendo o Egito repleto de artistas que produziam obras belas e sustentavam a ostentação e elegância das cortes egípcias, as pequenas jóias tinham sempre funções especificas, como talismãs, normalmente usavam ouro, prata (material raro no Antigo Egito) e pedras preciosas.

Busto de Nefertiti Museu do Cairo

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2.4.3 Arquitetura

O Antigo império foi o mais longo e importante período do Antigo Egito (3200 a.C à 2052 a.C), e nele que se criou as primeiras leis, se formou a identidade artística do Egito e a escrita hieroglífica, sendo que na primeira metade do Antigo Império o Egito estava relativamente isolado em relação aos outros povos o que contribuiu para uma cultura bem firme e original.

O Ano de 3650 a.C é marcado pelo inicio da época chamada das pirâmides, e viveram nesta época os faraós da III à VI dinastias, sendo o faraó Djoser o primeiro a construir uma grande pirâmide (foto da mesma no capitulo 2.2.2), no local onde a maioria das construções funerárias mais antigas do Egito estão, em frente a Mênfis. Quando as cidades começaram a crescer obviamente as necrópoles também crescem chegando a alcançar Dashur (sul), e Gizé (Norte), onde o faraó Snefru, pai do famoso faraó Quéops, desenvolveu um método de fazer as pirâmides de faces lisas, construindo sua pirâmide em Dashur, porém sendo superado pelo seu filho e netos, Quéops, Quéfrem e Miquerinos, que construíram o complexo de Gizé (foto no Capitulo 2.2).

Já o novo Império e marcado por uma arquitetura voltada aos Deuses, como o templo de Khonsu (Capitulo 2.2.1), ou os templos de Amon-Rá em Karnak, de Hórus, em Edfu, entre outros. Já da arquitetura doméstica do Egito, não se sabe muito, apenas que algumas casas eram como sobrados, e normalmente construídas em alvenaria, e não em pedras como os grandes templos.

Alguns templos também eram entalhados na pedra normalmente divididos em 3 câmaras, sendo a primeira para os profanos, a segunda para o faraó e nobres e a terceira para o sumo-sacerdote, como é exemplo Abu Simbel.

Frente do templo de Abu Simbel

Foto © Peter Brubacher.

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2.4.4 Música

A importância da música no antigo Egito está ligada a Deusa Merit, que é encarregada de manter a ordem no universo por meio da música, embora a voz fosse um fator relevante, o papel principal era do instrumento. A música no Egito não é tão comentada nos tempos modernos, como a pintura e a escultura, mas foi tão rica quanto as outras artes. Aparentemente os primeiros instrumentos egípcios eram de sopro, já que os primeiros registros são baixos relevos, representando os mesmos, tendo destaque espécies de clarinete, ou flautas dupla, e simples, tocadas assim como a flauta transversal moderna. Tinham como matéria prima cana, madeira ou metal chagando a ter um metro de comprimento. Havia também trompetes e tambores compridos utilizados em paradas militares, assim como nossas fanfarras. Já quando falamos de instrumentos de corda o destaque é a 8Harpa, que era tocada apoiada no chão, segurada com uma das mãos, enquanto a outra a dedilhava, no final do antigo império elas tinham o tamanho do músico. Outros instrumentos foram incorporados à cultura egípcia como a Lira (introduzida por beduínos), e o Oboé (introduzido pelos mesopotâmicos).

A importância da música no Egito era muito grande como no trabalho nos campos, nas paradas militares e nas procissões religiosas, tendo sua maior importância em eventos em forma de banquetes, que se pareciam com bailes modernos, os convidados colocavam seus melhores trajes e lá eram executados cânticos e danças.

Os músicos aparecem nas pinturas com aspectos de pureza, barrigas flácidas mostrando que bem se alimentavam, e com a cabeça raspada o que significava pureza, normalmente representados com sinais de cegueira parcial ou total.

Assim como toda arte egípcia a música acompanhava os ritos fúnebres, principalmente a levado do sarcófago até o tumulo, que no caso dos faraós era um evento bem demorado.

8Mulheres tocando flauta, alaúde e

harpa. - Arquivo IGDA/ Tebas

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3 A Escrita

Para fins de estudo a história se inicia desde o surgimento da escrita, que foi por volta do ano 4 000 a.C, antes disto tudo que aconteceu é considerado Pré-história. Mas porque será que o surgimento da escrita acabou sendo um marco tão importante?

A questão é que antes da escrita não havia documentos de real precisão sobre o que acontecia na época, dando para estudar basicamente pedra, que torna a pesquisa imprecisa. Com a criação da escrita ficou mais fácil caminhar, para o que realmente acontecia no passado. E foi no Egito que ela surgiu de maneira já aprimorada e complexa.

3.1 Escribas

Dentro de todas as profissões do Egito a que menos era penosa era a dos escribas, tinham como trabalho normalmente comprovar as posições dos limites da cheia do Rio Nilo, contar os grão para calcular quanto deveria ser pago de impostos, escrever fórmulas, cartas pessoais, normalmente empregados do Faraó, de alguns digninatário ou de um templo. Os escribas tinham como Deus patrono 9Thoth, que era representado às vezes por um babuíno, às vezes por uma Íbis, sendo associado à magia e a invenção de todas as palavras.

Os escribas se utilizavam papiros, paletas, pincéis, tinteiro e um frasco com água, usando os mais ou menos como os pintores modernos, usando a água para umedecer o pincel, o papiro como tela, e a tinta para pintar, assim também como a paleta para separar as cores (vermelho e preto), e carregar os diferentes tipos de pincéis. Qualquer um podia ser escriba, apesar de normalmente ser uma profissão passada de pai para filho, ande no Império antigo, os pais ensinavam pessoalmente seus filhos. Já no Médio Império começaram a aparecer às escolas ou casas da vida, que eram escolas de escritores, estes ingressavam na escola com quatro ou cinco anos, e ficavam lá até os doze, além de escrever aprendiam também aritmética e conhecer as leis, para que pudessem calcular os impostos, e escrever estas mesmas leis. Apesar de não parecer os mestres dos escribas castigavam a seus alunos fisicamente sempre que achava necessário.

Os escribas contavam com um status de elevada condição social, tendo um pictograma para sua profissão, que se pergunta até hoje, é se os pictogramas específicos para os escribas foram inventados pela alta importância deles no Egito Antigo, ou por que provavelmente eles mesmo que o inventaram.

9Thoth

Desenho de José Laércio

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3.2 O que era o papiro.

Uma arvore nascia no Egito, nos pântanos próximos ao rio Nilo se chamava papiro, muitas cenas são retratadas com o mesmo, como cenas de caça e pesca em que eles estão presentes nas paisagens.

A etimologia da palavra papiro é “que pertence ao faraó”, ou “o faraônico”, por estas plantas serem monopólio do estado, que tinha poder sobre sua produção e utilização. Dele eram feitos móveis, barcos, cestos, sandálias e serviam até mesmo para a alimentação, porém seu uso mais comum e mais conhecido era para escrita. Nos tempos modernos o papiro está extinto do Egito, sendo uma planta que cresce na Etiópia e no Sudão, já fora da África na Sicília onde foi implantado no tempo dos gregos e se adaptou bem ao clima, é uma planta que cresce no verão e da família

ciperácea que tem como nome cientifico Cyperus papirus.

A produção do papiro era muito cara, primeiro se colhia, o que nas escrituras não temos muitos detalhes, depois se tirava à casca e cortavam-se lâminas muito finas do miolo que ram colocadas verticalmente uma do lado da outra, depois o mesmo processo era feito portem colocando sobrepostas às tiras na posição horizontal, e ali eram deixadas para secar, o que possibilitava que as duas se unissem devido ao suco liberado pelo próprio material. Para deixá-lo com aspecto de folha, era batido um martelo encima e colocado embaixo de um peso durante vários dias, e no final alisado para ficar mais fino, estas folhas tinham a rebarba cortada e eram coladas umas nas outras com uma pasta para se fazer rolos. Outro aspecto da produção da folha de papiro é que deveria ser feita próximo ao local em que foi colhido, já que era necessário que a planta estivesse fresca.

Papiro original do egito Arquivo pessoal

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3.3 Hieróglifos

Há mais de 5 000 anos atrás nasceu à escrita egípcia, a controvérsias quanto a sua origem, alguns especialistas acreditam que ela tenha vindo da Mesopotâmia, onde a escrita já havia sido criada anos antes, outros afirmam que ela nasceu no próprio Egito mesmo. Havia as escritas Hieroglíficas, baseadas em um esquema misto ideográfico-fonético. O Ideográfico significa que era através de ideogramas assim como o Kanji (Escrita Japonesa), baseado, em figuras que mostram de maneira gráfica algo concreto como, por exemplo, o desenho simplificado de um coruja representando uma coruja, e o sistema fonético, que se baseia no som das palavras, por exemplo, nas escritas hieroglíficas podia-se escrever Tutankamon, usando o símbolo para cana e água (imn), para andorinha (tut), e cetro divino (Anj ou cnh), que resultaria no fonema que hoje conhecemos como Tutankamon.

Além disso, houve também a escrita hierática que era uma versão simples dos signos hieroglíficos que era utilizada para escrever documentos cotidianos em papiro, tinha maior simplicidade tornando tudo mais rápido já que estes documentos eram ditados, já os hieróglifos eram usados de maneira mais formal.

Como todas as línguas do mundo os egípcios mais antigos começaram a desenhar o que queriam representar, por exemplo, se queria escrever montanha, desenhavam uma montanha, sendo assim quando se queria escrever montanha se desenhava uma montanha, com o tempo foi se criando a necessidade de escrever conceitos abstratos, como sentimentos e idéias. Com essa necessidade começaram a surgir os primeiros fonogramas, se pegavam os ideogramas e se esvaziava seu significado, ligando o apenas ao som que produzia ao falar, sendo assim se comer era uma palavra muito parecida com pensar, as duas eram representadas da mesma forma, assim como podia juntar dois sons diferentes (ou seja, os antigos ideogramas), formando uma só palavra. Existe uma imensa semelhança com o modo de escrever japonês que consiste em um alfabeto de ideogramas chamado Kanji, e dois de fonogramas silábicos chamados de Katakana e Hiragana, igual o desenvolvimento da escrita egípcia.

Os signos mais simples são chamados de unilíteros, que não passam de representações de um só som, não possuindo vogais e constituído de 24 signos, existia também os bilíteros, equivalentes a dois sons, são de maior quantidade que os unilíteros, porém a maioria destes podiam ser representados somente com

Hieróglifo

Reprodução de Champollion

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os unilíteros, e por fim os trilíteros, que não são em grande número sendo a maior parte, acompanhados por um unilítero.

Sendo assim a escrita egípcia era formada de hieróglifos que possuíam ideogramas, ou seja, um signo que significa algo, a escrita hieroglífica que nada mais era que um sistema misto de hieróglifos e fonogramas unilíteros, bilíteros e trilíteros.

Posteriormente, com a influência grega surgiu também a escrita Demótica, onde os Hieróglifos assumiram uma faz em que os hieróglifos iniciais ficaram estilizados, havendo até uma inclusão, de signos gregos na escrita.

Os hieróglifos foram se alterando e recebendo influência dos povos que o dominaram, foram fatores decisivos para o desaparecimento deste tipo de escrita foi à introdução do idioma grego e latino, com a conquista que exerceram sobre o Egito. O cristianismo também contribuiu para que o conhecimento desta escrita fosse esquecido já que tudo que tinha relação à religião politeísta Egípcia foi considerado pagão e por isto proibido, isto já no século V d.C.

3.4 A pedra de Roseta

A pedra de Roseta10 se trata de um decreto de Ptolomeu V, gravado em pedra, escrito em Mênfis no ano de 196 a.C., que comemorava a primeira coroação do rei Ptolomeu V, instaurando seu culto em todos os templos. O fato foi que em 1798 Napoleão Bonaparte começou uma campanha militar no Egito, porém em 1801 o Armistício foi assinado, e Napoleão voltou à França, com milhares de antiguidades que seus eruditos levavam consigo. Entre elas a de maior destaque foi a Pedra de Roseta.

Como as antiguidades egípcias eram de poder dos ingleses foram feitas cópias e graças a elas a pedra foi decifrada, e neste fato, no decifrar a Pedra de Roseta está o mais impressionante da mesma.

A Pedra de Roseta estava escrita em 3 idiomas sendo eles hieróglifos, escrita demótica e grego, sendo o ultimo a chave para desvendar o que nela havia escrito. Esta pedra foi encontrada na fortaleza de Roseta aonde os franceses iriam restaurá-la e ampliá-la para guerrear contra os turcos e os ingleses pelo poder no Egito, durante a restauração o tenente Bouchard encontrou um Estela, de basalto preto, reconhecendo o Grego e o hieroglífico escrito já descobriu a importância do achado.

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Pedra de roseta Museu britânico de Londres

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3.4.1 Champollion o tradutor

Jean-François Champollion11 foi o responsável pela tradução da Pedra de Roseta, possibilitando que os arqueólogos decifrassem vários outros segredos do Egito antigo, ganhando assim o titulo de pai da arqueologia.

Champollion era filho de um livreiro que possuía uma biblioteca, e talvez através dela adquiriu o amor à língua, falando diversos idiomas, utilizou estes seus conhecimentos, principalmente em grego e copta, comparando com outros hieróglifos conseguiu concluir a árdua tarefa de decifrar o texto da pedra, o que é impressionante, afinal ele foi o primeiro em mais de um milênio a ler um hieróglifo.

Entendia árabe, hebreu, aramaico, siríaco, persa, etíope, caldeu, chinês, sânscrito, zende e copta, além de sua língua nativa que era o francês. Descobriu que 15 sinais da escrita demótica correspondiam à língua copta, sendo que anteriormente com 16 anos de idade apresentou um trabalho afirmando que esta língua era a ultima fase da língua dos faraós, e confirmando esta sua tese através da Pedra de Roseta,

A língua copta se trata de diversos dialetos com termos gregos, orientais e possui uma escrita com o alfabeto grego e mais seis signos demóticos,q eu indicam fonemas que o grego não possui, conhecer Copta possibilitou que Champollion descobrisse até mesmo a pronuncia exata de muito vocábulos do Egito Antigo.

Ao analisar a pedra de Roseta, ele foi o primeiro a definir com exatidão que seu texto intermediário estava grafado em demótico. Outro estudioso, o abade Barthélemy, já pressentira que os cartuchos encerravam nomes de reis, mas a ordem dos sinais permanecia incerta. Na Pedra de Roseta havia vários cartuchos e pelo texto grego se sabia que o faraó citado era Ptolomeu V. Um cientista inglês, Thomas Young (1773-1879), havia descoberto o significado correto de alguns sinais e atribuíra valores de sons, e não de idéias, a diversos símbolos. Champollion não se convencera muito disso. A pesquisa empacara aí. A grande tarefa para ele, naquele momento, era descobrir se os hieróglifos eram apenas símbolos ideográficos ou se podiam realmente funcionar como letras.

Em 1815 novas pistas surgiram. A primeira foi um pequeno obelisco descoberto em Philae. Também continha um texto grafado em hieróglifos, demótico e grego, no qual aparecia o nome de outro faraó, Ptolomeu Evergetes II, e o de sua esposa Cleópatra III. Sendo nomes estrangeiros, raciocinou Champollion, não poderiam ser grafados com ideogramas, mas deveriam estar escritos da maneira como eram pronunciados. Comparando os cartuchos de Ptolomeu e Cleópatra, notou que possuíam em comum os sinais que representavam as letras P, T, O e L. A conclusão lógica foi a de que alguns hieróglifos tinham mesmo o valor de letras. Embora a descoberta da grafia de nomes de reis tenha sido fundamental para decifrar os hieróglifos, isso não levaria ao entendimento da língua egípcia sem a ajuda do copta. O conhecimento profundo que Champollion tinha dessa língua permitiu-lhe descobrir, ao estudar a

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pedra de Roseta, os valores fonéticos de certos sinais hieroglíficos em particular, enquanto que seu entendimento do texto grego ajudou-o a identificar os caracteres ideográficos.

A outra pista foram dois cartuchos que pareciam significar os nomes de Tutmés (Tutmósis) e Ramsés. Neles o segundo elemento era idêntico e poderia corresponder ao som més. Eram os primeiros nomes totalmente egípcios que ele traduzia e isso o convenceu de que suas descobertas eram válidas para os vários períodos da história egípcia e não apenas para a época greco-romana. Champollion concluiu, então, que ao lado dos sinais que correspondiam a um som simples, havia também sinais que agrupavam duas consoantes e sinais que representavam idéias. Ao chegar a tal conclusão ele se emocionou a tal ponto que desmaiou e permaneceu inconsciente por 60 horas. Quando voltou a si redigiu uma carta ao secretário perpétuo da Académie des Inscriptions et Belles-

Lettres, a célebre Lettre à Monsieur Dacier relative à l'alphabet des hiéroglyphes phonétiques. Nesse documento, lido em sessão daquela academia em 27 de setembro de 1822, ele anuncia a descoberta do alfabeto fonético com o qual os egípcios grafavam os nomes dos reis gregos e dos imperadores romanos. Além de Ptolomeu e Cleópatra, ele foi capaz de reproduzir a grafia em hieróglifos e a tradução de 79 nomes de soberanos egípcios, desde Alexandre, o Grande, (332 a 323 a.C.) até Antonino, o Pio (138 a 161 d.C.), dos quais ele reconheceu e tabulou todas as letras, uma a uma. Estava posto abaixo o conceito vigente até então de que a escrita hieroglífica era apenas ideográfica, ou seja, que cada sinal representava uma idéia.

Estava dado o primeiro passo, mas esse era apenas o começo; tornava-se necessário estabelecer um vocabulário e uma gramática e, depois disso e acima de tudo, entender o que se estava lendo e descobrir os fatos narrados por uma língua morta há pelo menos 18 séculos. Champollion sai à cata de textos que não possuia. Obtém cópias de escritos de paredes do túmulo de Seti I e, embora republicano, consegue a simpatia dos reis Luis XVIII e Carlos X. Graças a isso, entre 1824 e 1826, lhe foi possível visitar várias coleções de museus fora da França, tendo sido enviado em missão financiada pelo rei para os museus de Turim, Liorne, Roma, Napoles e Florença, na Itália, onde, em magníficas coleções lá existentes, aprofunda suas pesquisas.

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Champollion Museu britânico de Londres

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4 Ciência do Egito

De acordo com os estudos relacionados à civilização egípcia, se descobriu que foi uma civilização que durou por mais de 3 000 anos, e construiu eternos e gigantescos monumentos sem ajuda de máquinas. A civilização em si precisava de um rigoroso controle sobre os recursos naturais, já que dependia das cheias do rio Nilo para ter alimento, por isso desenvolveram e possuíam grandes conhecimentos sobre a Álgebra e a Geometria. Foram descobertos vários papiros que comprovam que os Egípcios dominavam as funções matemáticas (soma, subtração, divisão e multiplicação), assim como também desenvolviam funções mais complexas como as equações de primeiro grau.

A Matemática egípcia era aplicada no dia-a-dia dos egípcios, sendo que os escribas, dominavam a arte de fazer contas, servia para restabelecerem fronteiras, estabelecer limites das explorações agrícolas que sumiam com a cheia do Rio Nilo (geometria). Já a aritmética, calculava os recursos que o império dispunha e definia quanto deveria ser pago de impostos ao estado, fazendo com que nunca faltasse alimento seja por que o Nilo inundasse excessivamente os campos, como também se inundasse pouco provocando más colheitas. A Geometria servia também para as construções, criações artísticas e cartografia.

4.1 Ciência Política Egípcia

Os egípcios possuíam também uma ciência política, que acabou sendo divido por dinastias, divisão por linhagem dos governantes e tempo no poder, sendo que uma dinastia acabava por possuir vários faraós. Inicialmente havia tribos a margem do Nilo sendo separadas basicamente como alto e baixo Egito, até que Menés unificou essas tribos e começou um governo regular, começando assim a primeira das 30 dinastias Egípcias, estendendo o domínio para o Norte e unificando o país definitivamente e fundando Mênfis11 para servir como Capital, as duas primeiras dinastias foi constituída de 19 reis abrangendo cerca de 400 anos, levantando túmulos, governando Mênfis e unificando cada vez mais o Egito. Durante os 500 anos seguintes o Egito foi próspero e pacifico sobre a tutela da terceira dinastia dando inicio também ao Antigo Império, sendo essa a terceira dinastia, o Faraó era considerado Deus, e todos os outros eram servos dele, nesta dinastia a primeira pirâmide foi construída, chamada de pirâmide de Degraus de Sacara, construída para ser tumulo do Faraó Zoser, o primeiro Faraó desta dinastia. A Quarta dinastia foi caracterizada pelo desenvolvimento das pirâmides, sendo que para os reis da mesma foram levantadas as Pirâmides de Gizé, que são as mais famosas das 80 pirâmides que restaram das muitas construídas no antigo Egito. A Quinta Dinastia foi marcado por problemas para o Faraó, que não era mais Deus e sim o Filho do Deus Rá encarnado, sendo assim cada vez que o poder de Rá e seus sacerdotes aumentavam, menos poder tinha o Faraó que tinha sido soberano total e absoluto até lá. Nesta dinastia o Egito pagava ainda o

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alto preço da construção da Pirâmides o que causou problemas na economia do País e dificuldades políticas, os nobres ameaçavam a onipotência do Faraó. Na Sexta dinastia os problemas da quinta foram se agravando chegando ao seu auge no reinado de Pepi II, que é considerado o ultimo grande faraó do antigo império, governando por mais de 90 anos, com sua morte a desordem e a crise “estouraram”, acabando com a paz, prosperidade e o poder centralizado do Antigo Império egípcio. Entre a Sétima e a Décima dinastia o Egito entrou no primeiro período Intermediário, onde os governantes de pequenas províncias criaram pequenos principados e entraram em guerra uns com os outros. Já em Mênfis famílias brigavam pelo titulo de faraó sendo estas dinastias, principalmente a nona e a décima com curta duração e rápida sucessão de reis. Na Décima Primeira dinastia uma família subiu ao trono, em Tebas competindo com os reis de Mênfis e Heracleópolis, estendendo seu domínio para o norte, o Egito entrou no Médio Império.

Com o surgimento de outra família Tebana, o Egito reunificou-se nesta que já seria a Décima Segunda dinastia, que estabeleceu a capital em Lisht. Restringiram o poder dos nobres provinciais e reorganizaram a política interna do Egito, restaurando a grandeza do Egito, tiveram reputação Militar, comercio exterior bem elaborado e territórios a explorar, porém houve uma queda antes de atingir o seguinte apogeu. Na Décima Terceira dinastia o país entrou no segundo período intermediário, onde uma série de governantes ineficientes causou uma separação de alto e baixo Egito novamente, e de tempos em tempos estas duas áreas entravam em guerra civil. Da Décima Quarta a Décima Sétima dinastia, surgiu uma família rival ao governo Tebano, era uma dinastia estrangeira os Hicsos, que submeteram o Egito a humilhação de serem governados por estrangeiros, porém mesmo possuindo grandes técnicas militares os Hicsos, nunca conseguiram dominar o Egito inteiro e

nem mesmo subjugar o governo da família de Tebas.

12 Akhenaton

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Uma forte Família fundou a Décima Oitava dinastia, organizando um exército poderoso que tomou a fortaleza que os Hicsos haviam levantado em Lisht, expulsando os estrangeiros do Egito, trazendo mais uma vez a reunificação do Egito. Neste período se iniciou o Novo Império, a paz e a prosperidade comercial emergiram no Egito, porém mais uma vez começaram as lutas políticas e religiosas, já que o Faraó Aquenáton12, pai do famoso Tutankamon, tentou instituir uma religião monoteísta sobre o Deus Áton, representado pelo disco solar, obrigando os egípcios a cultuar esse Deus. Com a Décima nona e Vigésima dinastia, o Politeísmo foi novamente instaurado, e o Egito venceu seus inimigos, nesta dinastia grandes monumentos foram construídos, porém foi quando começou a desintegração política que daria fim ao Egito como grande potência. A partir da Vigésima dinastia o Egito entrou em decadência, os faraós conseguiram reerguer o país, porém a opulência dos impérios anteriores nunca mais retornaria já que o Egito agora era subordinado do império romano e dos assírios em determinados períodos.

4.2 Ciência da mumificação

Já foi citado o sentido religioso e artístico da mumificação, porém, se deve dar uma atenção ao conhecimento de anatomia que os embalsamadores possuíam, já que conseguiam retirar as vísceras sem danificá-las, e danificando o mínimo possível o corpo. Quem fazia a mumificação eram sacerdotes, que primeiro extraiam o cérebro, introduzindo um gancho no nariz do defunto e partindo o osso etmóide (osso nasal). Logo depois eles marcavam com tinta uma linha do lado esquerdo do corpo, onde faziam o corte

para extrair as vísceras. Segundo suas crenças o coração deveria controlar o corpo no além, e os rins permaneciam no cadáver (talvez pelo difícil acesso a eles). O estomago, os intestinos, o fígado e os pulmões eram separados e guardados em vasos chamados de canopos, depois de serem lavados por auxiliares com substâncias aromáticas. O corpo depois deste processo era depositado em carbonato de sódio natural (natrão), durante algum tempo para depois ser lavado e massageado com perfumes, óleos e incensos (de fundo religioso), colocavam olhos de vidro para dar uma sensação de realidade e uma placa na incisão para retirar as vísceras. Claro que este processo era cheio de amuletos sais e instrumentos ligados a magia, pois tinha um caráter religioso, inclusive o principal sacerdote funerário utilizava uma máscara de chacal representando o Deus da mumificação Anúbis, e entre as faixas como já citado iam diversos amuletos para garantir o bom caminho do morto no Além.

Múmia (anônimo) Museu Britânico

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Para enfaixar o corpo usavam tiras desfiadas de roupas usadas, sendo de linho ou Sais, sendo que o sacerdote fazia preces e por vezes até escrevia fórmulas mágicas nas próprias faixas, começando a se enfaixar os dedos individualmente, seguidos pelos membros e pela cabeça, depois os braços eram, colocados cruzados sobre o tórax e o corpo era enfaixado, essa arte foi extinta em 392 d.C., pois foi proibido pelo imperador Teodósio com a prática do Cristianismo. Depois disto era colocada uma máscara tentando representar os traços do morto e era depositado em um sarcófago, para ser entregue a família.

4.2.1 Medicina Tudo que sabemos com relação a medicina Egípcia devemos aos papiros médicos, bem como representações artísticas que tinham esse tema, normalmente datando do Novo Império. Não foram feitas grandes cirurgias, a medicina egípcia se constitui de coisas pequenas como curar feridas, extrair dentes e imobilizações de fraturas através de talas, e pequenas doenças externas, de pele, por exemplo. Os egípcios tinham como ferramentas médicas (normalmente de cobre ou bronze), fórceps, Ganchos, bisturis, pipetas, cateter, sondas serra e até cauterizadores.

4.3 Ciência em torno do rio Nilo O rio Nilo é constituído de duas nascentes, uma chamada de Nilo Branco que nasce em Uganda, e outra chamada de Nilo Azul que nasce na Etiópia, que são também respectivamente dois rios, na época do antigo egito ele enchia no solstício de verão, e permanecia cheio durante mais ou menos cem dias, vindo a regressar e ficar baixo com sua corrente fraca por todo inverno. Era de acordo com essa cheia que o Egito prosperava, pois o Limo trazido pelas cheias fertilizava a terra que permitiam a agricultura, e para controlar e prever esses acontecimentos várias técnicas foram desenvolvidas no Antigo Egito. Varias instalações chamadas de Nilômetro permitia que se previsse quando o rio ia encher por um sistema de medição, e várias ciências agrárias foram criadas a partir disto, como também de divisão de trabalho, em períodos de seca quando o trabalhador não tinha terra para trabalhar, era empregado do estado na construção das pirâmides.

Mapa do Antigo Egito

Revista National Geographic

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5 Podemos entender a cultura egípcia nos tempos modernos?

Vamos lembrar que a nação Egípcia se manteve por 3 000 anos, muito mais que a nossa civilização atual, e que ela estava em um tempo muito diferente do nosso com uma arte que perdurou igual, com pequenas modificações com o passar dos anos. Não podemos saber exatamente como era o Egito ou seus faraós e seu povo, ou nem mesmo como era realmente utilizado cada aparelho até mesmo é difícil entender seus objetos, ou muitas das figuras hieroglíficas, quando se fala de história antiga nada é realmente preciso, mesmo com a escrita e com monumentos como os do Egito que perduraram através dos anos, muito foi perdido, e o que podemos saber é apenas conseguido através da Antropologia e da Arqueologia, que estuda esse passado e procura vestígios a mais da cultura. Porém devido à prática de escrever a vida dos faraós nos túmulos-pirâmide dos mesmos podemos saber com uma riqueza de detalhes magnífica do que se tratou a história do Egito, já que o centro do poder eram os faraós. No templo de Abu-Simbel13 existem milhares de escrituras, tendo em consideração que é um templo esculpido na pedra e que possui estátuas colossais na entrada de cada um dos dois templos, sendo um com estátuas majestosas do Ramsés segundo, o que indica (também pelas escrituras), que foi o construtor do templo, assim como o segundo é dedicado a Hathor e a Nefertari, sua esposa predileta que até mesmo dividia grande parte do seu poder político, através destes templos é possível saber que Ramsés foi um grande faraó principalmente no ramo Militar, pois dominou a Núbia e este templo foi construído para firmar o poder na região. Sabemos também que o Faraó Akhenaton desejou modificar o Egito tentando fazer com que se tornasse monoteísta, venerando o Deus Aton, que é basicamente o sol, o que não se sabe ao certo devido às escrituras como sua esposa Nefertiti, uma das figuras, mais influentes do cenário político deste período do Egito, veio a desaparecer, já que ela simplesmente deixa de ser citada, teria falecido ou simplesmente deixado de ser a favorita de Akhenaton. O Período de Nefertiti e o Akhenaton reinaram também houve uma revolução artística (a única do Antigo Egito, sendo que a arte egípcia sempre manteve as mesmas características). Os desenhos deixaram de ser corpo frontal e cabeça de perfil, apara assumir todos desenhos de perfil, assim como passaram a retratar as cenas de maneira mais realista tendo Akhenaton uma barriga mais flácida e retratando até mesmo cenas da família real no cotidiano, o que não era nada usual, sendo até mesmo proibido em todos os outros reinados.

13 Abul-Simbel - Cultural Atlas of Ancient Egypt by

John Baines and Jaromir Malek

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Akhenaton ao lado de Nefertiti causaram uma grande crise no Egito e em seguida seu filho Tutankamon tentou reverter à situação trazendo o monoteísmo de volta ao país e voltando com a arte como era feita anteriormente. Sabemos estes dados e podemos entender de toda uma fase do Egito devido às escrituras referentes a Akhenaton, Nefertiti e Tutankamon, entendendo até certo ponto a cultura estabelecida, os métodos políticos, os problemas cotidianos, a ciência tudo através da arte e cultura referente a este período tão rico da história da arte.

5.1 O fim do Egito perante Roma

As últimas dinastias Egípcias foram chamadas de Período Ptolématico, pois foi governado por estrangeiros, porém o mais notável Faraó Egípcio era uma mulher que foi a única dentro de mais de 1500 anos que falava a língua Egípcia, seu nome era Cleópatra14. Essa Governante tinha 18 anos quando adquiriu o poder sobre o Egito herdando-o de seu pai Ptolomeu XII, que segundo indicação expressa no testamento do pai se viu obrigada a casar com o irmão e dividir o trono com ele, quando este tinha apenas 10 anos. Uma guerra civil estourou entre os dois, porém foi suplantado por outra guerra civil, despontava na outra margem do mar mediterrâneo, nesta guerra brigavam Julio César e Pompeu. Os emissários do irmão de Cleópatra sabendo que Julio César depois de vencer

Pompeu se refugiara no Egito mandaram assassinar Pompeu para conseguir o apoio do vencedor para a sua causa, porém Cleópatra conseguiu chegar a Julio César e fazê-lo abraçar a sua causa através da sedução. Depois de algumas mais guerras Ptolomeu XIII, o irmão de Cleópatra, foi morto em combate tornando-a assim líder absoluta do Egito. Porém Júlio César morreu na Ásia depois de trair politicamente os planos de Cleópatra de ter um reino unificado entre Roma e Egito, e Marco Antônio e Otávio dividiram Roma, Cleópatra por sua vez se aliou a Marco Antônio mantendo a soberania do Egito perante a expansão de Roma. Marco Antônio cedeu territórios romanos ao Egito o que provocou a invasão do mesmo por Otávio, após a derrota Marco Antônio se suicidou, e por senso talvez de orgulho Cleópatra se suicidou fazendo com que uma cobra a mordesse e acabando assim de vez com o Grande e suntuoso Império Egípcio. Essa história pode ser contada assim com riqueza de detalhes devido a documentos escritos tanto em língua egípcia como Romana tendo mais registros romanos do que egípcios, até mesmo bustos e pinturas de Cleópatra podem ser mais facilmente achados no estilo Romano do que no estilo do antigo Egito, levando em conta que esta descendia de Ptolomeu I que era Grego.

14

Cleópatra Arquivo IGDA/G. Dagli Orti

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6. Conclusão O Egito é um dos principais pólos religiosos, políticos e culturais do mundo antigo, sendo que durou cerca de 3000 anos, significando uma civilização que sobreviveu 1000 anos a mais do que a civilização atual. Com sua economia baseada no grande rio Nilo que nas épocas de cheia transborda adubando a terra em torno do mesmo, fazendo com que o Egito nunca tivesse escassez de alimentos, e desenvolvesse uma técnica agrícola baseada exatamente nas cheias do rio. O Egito foi também a primeira civilização do homem moderno que acabava de evoluir dos “homens das cavernas”, tendo a passagem de Pré-história para história, dentro do começo desta civilização. A cultura egípcia é muito rica, porém é completamente ligadas a política e religião, sendo que todas as obras possuem a figura do faraó ou alguma referencia aos Deuses Egípcios, tendo em vista que foi uma civilização politeísta tendo apenas um momento em que o faraó Akhenaton tentou instituir uma religião monoteísta venerando o Deus Áton, sendo uma tentativa frustrada quando seu filho Tutankamon assumiu o poder e restituiu os antigos Deuses. A fase de Akhenaton foi à única em que a arte egípcia teve uma transformação relevante, fazendo representações incomuns como o faraó em sua vida cotidiana, ou com uma barriga saliente, retratando a realidade da forma mais real possível, porém em todo antigo Egito a arte praticamente não mudou, adquirindo uma tendência tão forte que até mesmo na era Ptolomaica, onde eram gregos os faraós do Egito eles tiveram que manter a religião e respeitar as crenças do povo do Egito. A procura da imortalidade era bem evidente principalmente nas esculturas, pintura e arquitetura, sendo que os egípcios acreditavam na vida eterna, as múmias eram repletas de inscrições e talismãs para ajudar o defunto em sua passagem espiritual, até mesmo as faixas possuíam fórmulas para a vida eterna, sendo que até mesmo o processo para mumificar era repleto de tendências religiosas, sendo a própria mumificação uma preparação para a vida “após a morte”, já os túmulos principalmente dos faraós eram repletos de esculturas, pinturas e objetos pessoais (muitos também obras de arte), que contavam a história do faraó-defunto, mantendo objetos de valor nos túmulos, pois no antigo Egito acreditava-se que, ao contrário do que acredita-se na idade contemporânea, os faraós ressuscitariam, podendo dessa forma usufruir dos mesmos, seu corpo necessitava estar intacto (por isso a mumificação), e os sarcófagos, para lembrar o rosto do falecido, e das pinturas sua vida, assim como as uchebtis (pequenas esculturas), o ajudariam na passagem pelo mundo espiritual, até se encontrarem com Hórus para a pesagem das boas e más ações. Os faraós construíram grandes templos em honra aos Deuses, e as famosas pirâmides, que serviam como tumulo para os mesmos, sendo que até hoje são mistérios do antigo Egito a construção delas, e admiradas por sua grandiosidade e durabilidade já que todas elas foram construídas a mais de 2000 anos, e perduram em pé até hoje. A primeira pirâmide tinha degraus, acredita-se que simbolizam uma escada para o céu, venerando o Deus Áton (sol), assim como os obeliscos, sendo que elas se tornaram um símbolo do poder do faraó, sendo as mais impressionantes as pirâmides do templo de Gizé, onde se localiza

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também a esfinge, e a pirâmide que é considerada uma das sete maravilhas do mundo Antigo. Junto com as múmias era colocado o livro dos mortos, que continha fórmulas e preces para ajudar a vida no “alem”, sendo que no inicio (Antigo Império), os mumificados eram apenas os faraós, posteriormente os nobres e por último a população em geral, sendo que nesta última fase o livro dos mortos era escrito em série para a população, e apenas havia o espaço para colocar o nome do morto. Não se sabe ao certo quando surgiu a escrita egípcia, porém se sabe que ela era dividida em três escritas diferentes, a escrita hieroglífica é a mais tradicional e popular, onde ideogramas eram usados para representar coisas concretas, por exemplo, o desenho de uma ave significava exatamente uma ave, havia também a escrita hierática, que era uma versão mais simples dos hieróglifos, usada em documentos já que estes eram ditados e precisavam ser escritos com maior velocidade, por ultimo já com influencia Grega surgiu a escrita demótica, onde os hieróglifos tomaram um aspecto mais estilizado parecendo muito com o alfabeto, chegando até mesmo a incorporar signos gregos. Quem escrevia no Antigo Egito eram os Escribas, já que a maior parte da população não sabia ler ou escrever, levando em conta que essa era uma profissão de alto apreço de todos eles não facilitavam a maneira de escrever e passavam essa profissão de pai para filho, até mesmo quando surgiram as “casas da vida”, que eram escolas de escribas, onde se ensinava os fundamentos da escrita e da matemática que fazia parte do dia-a-dia destes escritores do Egito. A pedra de Roseta foi o fator fundamental para a tradução da escrita e da linguagem egípcia, o Francês Champollion a traduziu com base nas escritas gregas que havia na mesma, que equivaliam aos hieróglifos, chegando a conclusão que a língua que mais se aproxima da língua Egípcia antiga, é o copta, se tornando uma figura importante na história do antigo Egito e a Pedra de Roseta a chave para um dos mais antigos mistérios do Egito, que era sua escrita. O Egito tem diversos mistérios e uma arte muito ampla ligada a imortalidade, o que se pode afirmar hoje é fruto do trabalho de arqueólogos, antropólogos, lingüistas e Egiptologistas.

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Referencia Bibliográfica

CALADO, Margarida, PAIS DA SILVA, Jorge Henrique, Dicionário de Termos da Arte e Arquitetura, Editorial Presença, Lisboa, 2005, ISBN 20130007

Enciclopedia Multimedia del Arte Universal©AlphaBetum Multimedia

JANSON, H. W., História da Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1992, ISBN 972-31-0498-9

LIEGE, Maria de S. M., Egitomania: O Fascinante Mundo do Egito Antigo, Espanha, Planeta deAgostini, 4 volumes (V.1,2,3,4)

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Rodrigo José Guergolet

Ribeirão Pires, 14 de Maio de 2008

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