sintáxis musical

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SINTÁXIS MUSICAL A Forma Musical tem uns elementos ou materiais concretos para ser realizada: Inciso, célula ou motivo, que é um desenho melódico ou rítmico que pode estar realizado na amplitude de um ou dois compassos. A semifrase é a soma de duas ou três incisos. A frase que a sua vez é também a soma de duas ou três semifrases. O período que resulta da união de duas ou três frases. Vários períodos, em um contexto musical, fornecem-nos já uma obra musical ou um grande fragmento da mesma. Antes de prosseguir é necessário ter presente que os termos `'inciso'', `'semifrase'' e `'período'' têm um significado relativo. O valor das unidades rítmicas que os constituem pode ser diverso. Exemplos claros: o período da Primeira Sinfonia de Haydn é de 18 compassos e da Sétima Sinfonia em meu menor de 70. Como dissemos a sintaxe musical é a parte que trata do discurso musical e que, como ocorre gramatical e literalmente, tem sua pontuação ou respirações. Estes elementos estão conseguidos por medo das cadencias, cuja sucessão é importante descobrir já que estão intimamente relacionados com a modulación. Inciso, célula ou motivo. É o elemento primário da composição e nasce de um pé rítmico simples, que pode ser: Arsis e Thesis, ou seja, alçar e dar (impulso-repouso) Thesis e Arsis, ou seja, dar e alçar (repouso-impulso) Isto é que um inciso em sua longitude pode ser achado em duas posições diferentes: dentro de um compasso ou bem entre dois compassos, a cavalo da linha divisória (barra de compasso). Definição de Sintaxe Musical Com a união sucessiva de vários incisos ou células melódicas configuram-se grupos maiores, como semifrases, cujo encadenamiento dá origem à Frase Musical e com

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Page 1: Sintáxis Musical

SINTÁXIS MUSICALA Forma Musical tem uns elementos ou materiais concretos para ser realizada:

Inciso, célula ou motivo, que é um desenho melódico ou rítmico que pode estar realizado na amplitude de um ou dois compassos.A semifrase é a soma de duas ou três incisos.A frase que a sua vez é também a soma de duas ou três semifrases.O período que resulta da união de duas ou três frases.

Vários períodos, em um contexto musical, fornecem-nos já uma obra musical ou um grande fragmento da mesma.

Antes de prosseguir é necessário ter presente que os termos `'inciso'', `'semifrase'' e `'período'' têm um significado relativo. O valor das unidades rítmicas que os constituem pode ser diverso. Exemplos claros: o período da Primeira Sinfonia de Haydn é de 18 compassos e da Sétima Sinfonia em meu menor de 70.Como dissemos a sintaxe musical é a parte que trata do discurso musical e que, como ocorre gramatical e literalmente, tem sua pontuação ou respirações. Estes elementos estão conseguidos por medo das cadencias, cuja sucessão é importante descobrir já que estão intimamente relacionados com a modulación.Inciso, célula ou motivo. É o elemento primário da composição e nasce de um pé rítmico simples, que pode ser:

1º Arsis e Thesis, ou seja, alçar e dar (impulso-repouso)2º Thesis e Arsis, ou seja, dar e alçar (repouso-impulso)Isto é que um inciso em sua longitude pode ser achado em duas posições diferentes: dentro de um compasso ou bem entre dois compassos, a cavalo da linha divisória (barra de compasso).

Definição de Sintaxe Musical

Com a união sucessiva de vários incisos ou células melódicas configuram-se grupos maiores, como semifrases, cujo encadenamiento dá origem à Frase Musical e com a concatenación (unir, enlaçar) destas se originam os Períodos, que são grupos melódicos que podem comportar uma grande extensão.A atitude prática do compositor para com a Semifrase, Frase ou Período, centra-se no inciso, célula ou motivo e muitas vezes fixa mais nestes, apesar de sua pequeñez, que na Frase ou Período completo. Essas fraçõesmelódicas são os materiais primordiais da construção musical. Para o intérprete devem ser considerados comomicroformas, a fim

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que estes pequenos motivos possam ser percebidos claramente já que têm uma grande importância e alcance musicais.Exemplo: o princípio da Sonata na Maior para piano de Mozart:

As Semifrases são a união de duas ou três incisos, células ou motivos, segundo sejam binárias ou ternarias e podem ter caráter afirmativo ou negativo. Um primeiro inciso é, pelo geral uma espécie, de proposta, pergunta ou telefonema a um ou dois incisos que lhe seguem em forma de resposta. É Semifrase afirmativa quando a resposta do inciso é semelhante e negativa se o é contrastante. Isto mesmo pode ser aplicado às Frases ou Períodos.No anterior período temático de 8 compassos, a Semifrase primeira de 2 compassos, composta por dois incisos similares, produzem uma semifrase afirmativa, que pode ter um sentido claro de pergunta, como podemos ver no exemplo seguinte:

A primeira frase de 4 compassos do exemplo já citado, que pode ter o sentido de um minúsculo organismo musical fechado, constitui uma Frase Binária negativa, por ser contrastantes as duas Semifrases de que compõe e que a sua vez são: a primeira afirmativa e a segunda negativa.

Como se indicou, com a união de duas ou três elementos se ordenam estruturas binárias ou ternarias. São binárias quando se produzem em ordem de duas estruturas e ternarias quando o são em ordem de três em três.

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Uma semifrase ternaria será afirmativa se os três incisos são similares e negativa se uma ou duas das respostas são contrastantes. O mesmo rege para a frase com respeito às semifrases e assim sucessivamente.Terminações masculinas e femininas.

Produz-se terminação masculina quando o acento final coincide com Thesis, ou seja, ao dar; e o é feminina se fá-lo com Arsis, ou seja, ao alçar. Resumindo: se termina em parte forte ou em parte débil respetivamente.O Tema em um fragmento melódico ou uma melodia que não forma um `'todo'' completo e é suscetível de variação, mas suficientemente desenvolvido para apresentar caraterísticas próprias e ser o fundamento de uma obra.Os termos `'Tema'' e `'Motivo'' utilizam-se indistintamente para referir-se a um mesmo fato musical. O `'Motivo'' é o germen da construção temática e pode ser um simples esquema, frase ou fragmento de frase musical, sobre o qual o compositor estabelece os desenvolvimentos de sua obra. Também é conhecido como `'TEMA GERADOR'' ou `'CELULA GENERATRIZ''.Por exemplo, o quarteto de corda de V. D'Indy, está construído sobre quatro notas que são o `'tema gerador''.A Variação

A origem da Variação ou das Variações remonta-se possivelmente à época do Canto Gregoriano na Idade Média, já que neste canto, segundo o texto a aplicar, as melodias adaptavam-se variando a forma primitiva de sua estrutura. Existem depoimentos de que no século 16 os compositores polifonistas, vogais e instrumentais, já escreviam variações com o nome de Motete, Diferenças, Canzones, etc. Durante os séculos 17 e 18 os compositores não escreviam as partes a variar e estas eram improvisadas pelos ejecutantes, cantores ou instrumentistas, chegando a cometer tantos abusos que os compositores decidiram escrever e fixar claramente as modificações melódicas, rítmicas e harmônicas que a cada um desejava. A fins do século 18 esta forma foi explodida tão excessivamente por compositores de segunda e de terceira fila que a Variação, já assim considerada, teve um claro ocaso a meados dê século 19, o que não supôs que compositores comoBeethoven, Schubert, Mendelssohn, Schuman, Brahms, Saint-Saens, Cessar Franck, etc., deixassem de escrever Variações, atingindo a compor, com este procedimento, obras mestres. Ainda hoje é um sistema que se utiliza com vigência, embora submetido a técnicas atuais.As Variações escrevem-se com a base de um `'Tema único'' (são muito excecionais as que se escreveram com motivos secundários), consistente em uma composição breve,

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clara, concisa e sobria de linhas, em `'tempo'' lento que permita adicionar figurações sem que resulte recarregado ou desfigurado. Expõe-se ao começo da obra, ao que segue um número indeterminado de peças mais bem breves todas elas, exceto a última, que em virtude das leis da arquitetura musical, deverá ser algo mais extensa. Nestas peças o Tema se irá transformando em seus aspetos melódico, rítmico e harmônico. Facultativamente pode ser acrescentado uma Coda ao final. Em algumas obras a última Variação está tratada como fuga ou Fugato, mas o Tema deverá ter, sempre, claro parentesco com o principal da obra.Existem três tipos de Variação classificados com os termos seguintes:

1º Variação por ornamentación ou melódica.2º Variação por elaboração ou harmônico-contrapuntista.3º Variação por amplificación ou <>.VARIAÇÃO POR ORNAMENTACIÓN Ou MELÓDICA: atinge-se quando conservando o Tema toda sua essência melódica, harmônica e formal, dito Tema admite ser variado em sua parte melódica com modificações, já em seu ritmo ou em sua linha melódica, com añadidura de desenhos melódicos novos, bordaduras, notas do passo, retardos, etc... ou suprimindo algo disto e pondo novos valores sofísticos de maneira que o Tema seja facilmente seguido pelo ouvinte por conservar no mesmo os elementos básicos, particularmente da melodia, que são suas notas reais mais agudas e mais graves, suas acentos métricos principais e seus cadencias.VARIAÇÃO POR ELABORAÇÃO Ou HARMÔNICO-CONTRAPUNTISTA: é aquela na que a melodia do Tema permanece inalterada ou muito reconhecível, mas ao redor dela sofrem mudanças o ritmo, harmonia, contrapuntos e giros melódicos das demais vozes. Também pode a melodia estar modificada por elaborações << >>, em cujo caso as partes harmônicas têm de ficar altamente identificáveis.VARIAÇÃO POR AMPLIFICACIÓN Ou <> : É a mais artística e na que o compositor pode exercer com maior amplitude e libertem sua fantasia. Esta grande liberdade dificulta a análise tanta auditivo como de leitura à hora de achar fragmentos temáticos, melódicos, harmônicos ou rítmicos. Por isso esta variação normalmente se produz quando o Tema não aparece completo, senão fraccionado e conserva, dificilmente identificáveis, alguns rasgos externos melódicos, rítmicos ou harmônicos já que todos eles sofreram umas mudanças que transfiguran o conteúdo musical e expressivo do referido Tema. Esta forma de tratar o Tema é fonte de motivos melódicos, rítmicos ou harmônicos para renovadas variações. Assim o compositor ao escrever uma <> elege um fragmento, mais ou menos extenso, do Tema e o trata como gerador de nova Variação criando novas melodias, harmonias, contrapuntos e ritmos. Desta nova Variação extrai outro desenho que lhe serve para elaborar outra variação e procedendo assim sucessivamente é como se desenvolvem e apresentam as idéias da Variação até completas o pedaço que se tenha proposto escrever.A estrutura musical general de umas Variações será:

1º Exposição de Tema cujo pedaço se designa só com a palavra <>. Em ocasiões será uma frase completa e inclusive uma obra inteira de dimensões reduzidas.

2º Sucessão de uma quantidade indeterminada de Variações, a cada uma marcada com um número; separadas ou não por dupla linha divisória já que frequentemente, em peças instrumentais, podem ser sucessão de Variações enlaçadas e unidas entre si, sem signo aparente de separação, mas que uma cuidadosa análise pode nos fazer distinguir o começo e terminação da cada uma delas. Neste caso não se numeram.

3º Fugato ou Coda facultativa.

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Tradicionalmente a tonalidad era sempre a mesma, podendo mudar ao tom homônimo maior ou menor, segundo o caso, mas estaobservancia tem indo se abandonando, se produzindo Variações em tons afins (Beethoven o faz, Tons: Fa, re, Sib, Mib, do, Fa =Op34).Também convém, e deve o ressaltar o intérprete que as Variações se acontece alternando os tempos repousados com os movidos, os unidos com os picados, as de registro grave com as de registro agudo e vice-versa, etc. Estes são os contraste que devem ir acordando o interesse em forma crescente até o final.

As três formas citadas de variação podem ser apresentado alternadas ou entremezcladas mas sempre será a Variação por amplificación ou <> a de concepção mais artística e elevada.