sinal verde

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Sinal verde Edição n o 3 – Agosto/Setembro de 2011 CONFIRA O ESPECIAL ITAJAÍ TRADE SUMMIT 2011 - Pág 68 Veja as novas soluções que o mercado de logística e transporte traz para, além de neutralizar a imagem de poluidor, efetivamente preservar a natureza - Pág. 36

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Nesta edição a revista trade summit foi ao encontro de soluções sutentáveis encontradas por empresas de transporte.

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Page 1: Sinal Verde

Sinal verde

Edição no 3 – Agosto/Setembro de 2011

ConfirA o ESpECiAl itAjAí trAdE Summit 2011 - pág 68

Veja as novas soluções que o mercado de logística e transporte traz para, além de neutralizar a imagem de poluidor, efetivamente preservar a natureza - pág. 36

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Como é bom poder dividir este momento com o leitor da revista Trade Summit, chegamos na nossa terceira edição e a cada revista que chega na sua mão, percebemos que estamos no caminho certo. Como um samurai que ao repetir uma atividade sempre tenta executá-la melhor do que havia feito antes.

A prova dessa dedicação é o avanço atingido, agora são 88 páginas, duas novas seções e um especial. Sem deixar de lado o compromisso em

ser uma revista técnica e, ainda assim, interessante. O tema abordado nesta edição está presente na publicidade, no marketing, nas políticas

governamentais ou econômicas. A partir daqui você verá como as grandes empresas do setor praticam o conceito “Sustentabilidade”. Partimos em buscam de opiniões de quem atua com boas ideias, investimentos em pesquisa e tecnologia com a intenção de preservar. Desvendamos, dentro da logística e transporte, o que está sendo feito para reduzir a emissão de gases e os cuidados com o meio ambiente, como as baleias Francas do Porto de Imbituba.

Com a chegada do ITS 2011 - Itajaí Trade Summit, vimos a necessidade de um especial do evento, com depoimentos de velhos amigos, planta dos estandes com lista dos expositores e uma matéria dedicada a cidade e arredores. As novidades não acabam por aqui. Estreamos a seção de entrevista, em que escutamos a opinião do novo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. O quadro Perfil evoluiu para Summit View. Apresentamos uma coluna sobre moda e comportamento. E ainda a nova Mundo Corporativo, em que especialistas discutem as qualidades do trabalho.

Boa leitura a todos!

Ricardo DemasiDiretor NetMarinha

EXPEDIENTE: Trade Summit revista bimestral, segmentada para o setor de logistica, transporte de cargas e comercio internacional é um produto da NetMarinha Soluções Empresariais Ltda :: DIREÇÃO: Ricardo Demasi, Diretor - [email protected], João Teixeira, Diretor - [email protected] :: COMERCIAL: Roberta Godoy - [email protected], Tomás Pomba - [email protected] :: EDIÇÃO e DESIGN: Rodrigo Montanari - [email protected] 5441DRT-PR :: REPORTAGEM e EDIÇÃO: Leandro Almeida - [email protected] :: COLUNISTAS: Sérgio Barreto Motta - [email protected], Willian Mac-Cormick Maron - [email protected], Aparecido Rocha, [email protected], Roberto Gayoso - [email protected] :: REDAÇÃO: Fernanda Fontoura (Florianópolis) - [email protected], Miriam Gasparin (Curitiba) - [email protected], Fernanda Cunha (Brasília) - [email protected], Eulália Vasconcelos (Japão) :: WEB: Eduardo Villa - [email protected] :: PROJETO GRÁFICO: AliensDesign - www.aliensdesign.com.br :: IMPRESSÃO: Gráfica e Editora Posigraf S/A - www.posigraf.com.br :: NETMARINHA: Servidão José Cardoso de Oliveira, 380, Jurerê Internacional, Florianópolis, 88053 - 306 - Santa Catarina - Brasil Fone: +55 (48) 3321-0249 +55 (48) 3321-0248 Fax:(48) 3321-0245

Page 4: Sinal Verde

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CAPABuSINESS ESPECIAL

PÁGINA 36PÁGINA 24 PÁGINA 68

VITRINE 16

SEU DIREITO 22

IMAGENS 32

SAúDE 48

ASIA SPECIAL REPORT 52

SEGUROS EM FOCO 56

EUROPE SPECIAL REPORT 58

SUMMIT VIEW 62

PIER 64

DE TOUT UN PEU 84

MUNDO CORPORATIVO 86

ÍNDICE

favor aplicar selo^^ fsc

Page 5: Sinal Verde

5AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 6: Sinal Verde

E NÃO É SO PELO ESPORTE.

O Mundo da Logística , do Transporte de Cargas e do Comércio Internacional

terá seu encontro anual, em novembro, no Rio de Janeiro.

Brasil Trade Summit 2011. Um evento com estrutura voltada para promover

o network, trocar experiências com profissionais qualificados, estimular negócios

e fazer a diferença no planejamento e nas tomadas de decisão.

Em dois dias, você realizará negócios que durarão o ano todo.

Dias 10 e 11 de novembro, no Riocentro,

o maior e mais completo centro de convenções da América Latina.

Informações: [email protected] ou pelo telefone (48) 3321 0200.

Um cenário de grandes negócios

• O maior evento do segmento no Brasil • Idealizado pela NetMarinha, que

conta com mais de 30 anos de experiência no setor • Participação de grandes

empresas nacionais e internacionais. • Palestras, fóruns e seminários com

profissionais renomados do Brasil e do mundo.

Page 7: Sinal Verde

E NÃO É SO PELO ESPORTE.

O Mundo da Logística , do Transporte de Cargas e do Comércio Internacional

terá seu encontro anual, em novembro, no Rio de Janeiro.

Brasil Trade Summit 2011. Um evento com estrutura voltada para promover

o network, trocar experiências com profissionais qualificados, estimular negócios

e fazer a diferença no planejamento e nas tomadas de decisão.

Em dois dias, você realizará negócios que durarão o ano todo.

Dias 10 e 11 de novembro, no Riocentro,

o maior e mais completo centro de convenções da América Latina.

Informações: [email protected] ou pelo telefone (48) 3321 0200.

Um cenário de grandes negócios

• O maior evento do segmento no Brasil • Idealizado pela NetMarinha, que

conta com mais de 30 anos de experiência no setor • Participação de grandes

empresas nacionais e internacionais. • Palestras, fóruns e seminários com

profissionais renomados do Brasil e do mundo.

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CARTAS

Boa sorte para a TDFaço questão de parabenizar a nova revista, estávamos

órfãos de uma boa publicação no setor e vocês

acertaram de mão cheia. A mistura eficiente de artigos

relacionados a indústria e ao bem estar ficou perfeita.

Meus sinceros votos de sucesso neste novo

empreendimento.

Um grande abraço!

Eduardo Liguori

Commercial & Projects Manager - Uniship

International Freight Forwarders

Futuro do mercadoOlá pessoal da Trade Summit. Sou estudante de

comércio exterior e gostei muito da matéria que

explica sobre o BRICS, levei a revista pra sala de aula e

debatemos o assunto com o meu professor.

Parabéns,

Emerson Garcia

AntenadoAcompanho o site de vocês e reparei em melhoras

muito significativas, está muito mais atualizado e com

matérias próprias, fugindo dos clássicos releases,

parabéns. Vi que vocês estão reproduzindo a revista

no site também. Achei bem interessante a coluna do

Aparecido Rocha sobre as oportunidades na África.

Atenciosamente,

Rubens Shimitz

Colega de profissãoGostaria de expressar os meus parabéns a toda a

equipe da revista Trade Summit, vocês estão fazendo

um grande trabalho. Como o próprio Ricardo Demasi

cita no seu editorial “uma revista técnica sem ser

entediante”.

Parabéns,

Rafael Rodrigues

Editor da revista Moving Magazine

* Sua colaboração é muito importante. [email protected]

Page 9: Sinal Verde

PRETO NO BRANCO

Sheila Meyer

o novo presidente da federação das indústrias do rio Grande do Sul, Heitor josé müller, tem muitos argumentos ao expor as características do país a quem investe em agronegócios

“O Brasil leva vantagem”

Dud

u Le

al

9AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 10: Sinal Verde

Experiente e responsável pelo crescimento da avicultura do estado gaúcho, Heitor iniciou trajetória industrial, na década de 70, como

sócio-fundador do grupo Frangosul. Com a entrada de capital francês da empresa Doux, o cenário mudou e hoje a companhia é uma das maiores exportadoras do Brasil. Müller participou da criação, em 1990, da Agrogen S.A., na área de multiplicação de genética avícola, em que atualmente integra o conselho de administração. Nesse mesmo segmento de produção animal, no ano 2000, fundou a Novagro Granja Avícola S. A. É também sócio-fundador da Deltapar Investimentos S. A., holding fundada em 2002 e que já adquiriu uma fundição que pertencia à John Deere, criando a Fundimisa. É o atual diretor-presidente dessa empresa. Na atividade empreendedora sempre valorizou o associativismo e chegou a ser presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA) com sede em Brasília. Teve experiência política entre 1968 e 1976 quando foi eleito vereador na cidade de Montenegro, RS.

Trade Summit - Ser o novo presidente do Sistema FIERGS desde julho de 2011 já lhe rendeu responsabilidade de receber a presidente da república, Dilma Rousseff. E agora? Como será o trabalho numa das maiores entidades industriais do Brasil?

Heitor - Foi muito bom contar com a presença da presidente Dilma, ministros e outras autoridades. Desde antes da posse eu já trabalhava para dar foco no trabalho que assumi. Há duas questões muito básicas que temos de ter um olhar profundo. Primeiro, na questão da indústria em si, que é o foco da Fiergs e do Centro das Indústrias, o maior

problema é a competitividade. Dentro disso, temos algumas questões a pensar. Fala-se muito do câmbio, ainda mais num estado com perfil exportador como o Rio Grande do Sul, mas não é só o câmbio desvalorizado que atrapalha. Se houvesse subsídios ou juro mais barato que compensasse a distorção cambial, já melhoraria tudo. Não precisa resolver só pelo câmbio. Outra coisa, não é só a chamada guerra fiscal que nos atrapalha, pois dentro desse emaranhado de leis diferentes nos Estados, há coisas maiores. Temos regiões no país que são

beneficiadas até com fundos constitucionais e benefícios. Temos regiões com empresas que por um tempo não pagam imposto de renda ou são isentas de outros impostos federais. Onde há bancos de desenvolvimento, como Sudene, e outros que possuem dinheiro subsidiado a juros menores. A nossa questão de competitividade envolve benefícios dados em outros Estados, tanto da ordem estadual, quanto federal. Nós temos um complicador aqui no Rio Grande do Sul: somos o Estado mais meridional,

então, deveríamos ter algum benefício por causa disso e não temos.

É daí que surgem os temores de desindustrialização e não seria um fenômeno apenas no Rio Grande do Sul?

Eu não diria desindustrialização assim com tanta precisão porque aqui no Rio Grande do Sul há setores muito fortes, eu diria imbatíveis. Um deles é a agroindústria. Há um aumento de demanda mundial incrível e podemos atender. Temos tecnologia, conhecimento, empresas modernas e gente querendo trabalhar. Vamos continuar a industrializar, nessa área, e defendo vigorosamente que precisamos agregar

“Qualquer dona de casa hoje, seja no

exterior ou aqui mesmo no Brasil, encontra

a preços justos produtos de carne de frango pronto para servir”.

PRETO NO BRANCO

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Page 11: Sinal Verde

valor aos produtos. Em vez de exportar soja em grão temos de vender óleo de soja com a lata, o rótulo, a embalagem, as variações de tipos, entre outros. Para isso, fala-se tanto em inovação, capacidade de criação, melhorias e qualificação. Eu posso dar um exemplo muito bom disso, porque conheço bem e vem desse segmento na minha origem industrial. É o caso dos frangos. Essa cadeia produtiva conseguiu um feito admirável. Hoje a produção de carne de frango é uma engrenagem muito bem consolidada e inicia no produtor, a maioria de pequenas propriedades, e vai até o mais refinado acabamento de produto nas indústrias com exportações de grande porte em valor e em quantidade para os mais variados mercados. Usamos a expressão “farm do to fork”, que é bem simples de entender. Qualquer dona de casa hoje, seja no exterior ou aqui mesmo no Brasil, encontra a preços justos produtos de carne de frango pronto para servir. Há frango empanado, temperado, grelhado, assado, frito, gratinado, em pedaços, cru apenas temperado, temperado conforme a região do planeta, com especiarias, sem especiarias, enfim... isso é valor agregado. É produto que inicia na base da cadeia com um preço e chega ao consumidor com muitos incrementos. É disso que toda a agroindústria precisa. Agregar valor.

O senhor falou rapidamente sobre guerra fiscal, o senhor não acredita que há uma disputa por atração de investimentos e benefícios que tornam a concorrência muito ruim internamente?

Eu não chamaria de guerra fiscal. Eu prefiro chamar de exagero de legislações que alguns estados fazem para atrair ou manter indústrias. De volta o caso da avicultura. Ela se desenvolveu mais nos

estados do Sul, que têm a questão dos minifúndios, cultura. Se tornou importante do ponto de vista da produção e faturamento, consequentemente, na geração do ICMS que são impostos para o Estado. Quantos Estados Brasileiros a indústria avícola era zero? Então é muito fácil dar o benefício porque eles saem do zero para alguma coisa. Nos Estados onde o ICMS do frango é importante, como no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, é difícil abrir mão do recurso. Esse é o grande problema. Sou de um tempo em que o Confaz era importante. Ele era mandatório

e regulava bem o mercado. Hoje o Confaz busca unanimidade entre os Estados e não é justo. O que é importante para um Estado não é para o outro e isso prejudica as relações. Hoje existem muitas intervenções dos Estados, muitas Adins... o Brasil é o único país do mundo aonde o imposto é de legislação estadual e não federal. Isso se resolveria da seguinte forma, e eu defendo há muito tempo: no Estado em que o pr duto é produzido, onde é gerado o emprego e a renda e todo o resultado

positivo da indústria é gerado e pago o ICMS. Eu entendo que o estado que fabrica o produto já tem os benefícios de cadeia em que o empregado trabalha, ganha salário, faz compras e faz a economia girar. Para mim, o ICMS deveria ser pago no estado de destino, onde o produto é consumido.

Se tivesse, então, uma receita para arrumar a situação geral do desenvolvimento no Brasil, qual seria?

Aqui no Rio Grande do Sul é preciso rever um benefício fiscal chamado Fundopem. Ele trouxe muitas vantagens para o Estado, atraímos várias indústrias para cá, geramos muitos empregos e

“para mim, o iCmS deveria

ser pago no Estado

de destino, onde o produto é consumido”.

11AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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conseguimos que muitas dessas empresas e outras locais permanecessem por aqui, aumentando a capacidade produtiva porque não é só empresa nova que o programa privilegia. Só que precisamos ter uma visão um pouco mais abrangente. Hoje, o consumidor exige mais qualidade com preço barato nos produtos. A indústria precisa produzir com alta performance, produtividade e com custo baixo. O Fundopem está baseado em criação de emprego. O que precisamos em algumas áreas é a atualização da tecnologia e isto implica, eventualmente, até em redução de empregos. Mas isso resulta em melhora da qualidade, melhora do produto, melhora do custo e significa permanecer no mercado “vis à vis” com a concorrência. Muitas vezes não é a indústria que faz o preço de venda é o próprio mercado. Ou você entra no jogo ou está fora dele. Deve haver um redirecionamento na questão do Fundopem no que diz respeito ao benefício para a modernização das empresas.

É possível deslocar os empregos que se perdem numa modernização de indústria para vagas em outras áreas como serviços e comércio?

Claro. Hoje mesmo o que mais se fala é sobre falta de mão de obra. Eu mesmo tenho vagas abertas em duas de minhas empresas que não consigo completar. Fale com o segmento da construção civil e eles vão disparar a falar que falta mão de obra. A equação dos empregos seria bem fácil de resolver. Há também uma questão importante nisso tudo. A educação! Preocupa-me muito é a educação. Estamos em um mundo onde o preparo, o ensino, a massa crítica da sociedade está

se tornando cada vez mais importante. Até porque existem empresas que não têm bens, mas têm cérebros. Se a gente analisa um pouco o que são Google, Facebook, Twitter... são empresas que valem bilhões e tem apenas cérebros. Então, existe uma nova forma de empreendedorismo. Temos que melhorar muito o nosso ensino de modo geral. Desde o fundamental, o ensino médio, técnico e assim por diante. A mão de obra que a indústria recebe não está bem preparada. Temos de investir muito dinheiro e muito tempo para preparar melhor um colaborador. Fora isso, há um

contexto geral de nossa sociedade que necessita melhorar cérebros. Há alguns dias, aqui no Rio Grande do Sul, foi dado um tipo de atestado para isso ao aprovarmos uma lei que autoriza a contratação de cérebros do exterior. Isto é um claro sinal de que falta muito na nossa educação.

E sobre as reformas estruturais? Qual delas deveria ser priorizada? Política, trabalhista, tributária...

Se queremos mexer realmente na base de tudo, a primeira reforma

deve ser a política. É preciso diminuir o número de partidos, impedir esse sistema de alianças vinculadas a cargos e negociações que emperram o andamento dos trabalhos. Fazer um sistema diferente de eleição, fazer um voto distrital minimamente misto. A partir dessa reforma, todas as outras coisas se encaminhariam e hoje qualquer discussão que há em uma Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional, sempre depende de acordos partidários de líderes, coisas muito complicadas e difíceis. Volta e meia lemos nos jornais artigos dos próprios legisladores falando do excesso de Medidas Provisórias e do vácuo que isso deixa no

PRETO NO BRANCO

“deve haver um redirecionamento

na questão do fundopem no que diz respeito ao benefício para a modernização das empresas”.

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legislativo. O emperramento do legislativo com tantas negociações, acaba não legislando ou é demorado. Aí o executivo utiliza a Medida Provisória e o Judiciário acaba por decidir as coisas. Quem está fazendo leis no Brasil, hoje, em tese é o judiciário que precisa decidir sobre coisas que não foram legisladas oportunamente. A reforma política é a mais importante. Depois, é a reforma previdenciária. Veja que há vários países em dificuldades porque no passado foram feitas leis quando a vida útil do trabalhador, a vida das pessoas em geral era de menor expectativa. Eu quando nasci tinha uma projeção que viveria até os 54 anos. Hoje já tenho 78 e quero passar dos 100. A ciência já anuncia que nasceu o homem que vai viver 150 anos. E nós continuamos a aposentar pessoas com menos de 50 anos. Imagina que essa conta não vai fechar. A sociedade precisa entender que é preciso mudar.

O senhor deixou a reforma tributária por último mesmo sendo a reivindicação mais badalada no meio empresarial?

Primeiro, porque nosso grande problema não é só o quanto pagamos de impostos em volume, em valores, mas sim a burocracia e a dificuldade que o administrador tem na hora de cumprir a obrigação fiscal. É um emanharado de leis, muito complicadas, leis mal redigidas e isso deixa tudo muito complexo. Antes de falar em reforma tributária eu prefiro falar em simplificação tributária.

Embora o senhor tenha dito que a questão cambial pode ser contornada de outras formas, no cenário nacional, um dos fatores que muito preocupa a indústria é o câmbio, especialmente no Sul que

tem o perfil exportador. Como enfrentar enquanto outras medidas não surgem?

Quando se fala dessa questão, o próprio governo e alguns integrantes reconhecem que há um problema mundial e não especificamente brasileiro. O dólar está com problemas no mundo inteiro. Aliás, até o euro enfrenta problemas recorrentemente com a questão da Comunidade Europeia e países com dificuldades financeiras. Essa apreciação do câmbio, que prejudica os exportadores e facilita muito as importações, é realmente de se pensar o que fazer.

A equipe econômica do governo deve estar trabalhando muito. Nós aqui, no Sul, sofremos as conseqüências. Como já disse, a importação está sendo muito beneficiada e só aumenta. O consumidor procura e acha produtos baratos. Ninguém de nós vai numa loja ou supermercado e fica procurando de onde é o produto. Compramos e pronto. Só que isso é ruim. Estamos desempregando gente aqui no Brasil. Como nós já temos algumas atividades, por exemplo,

o setor calçadista, que foi muito prejudicado com essa situação, vamos ver outros setores na mesma marcha. Recentemente, li nos jornais que o segmento Aço está com graves problemas. Não por acaso o presidente da entidade Associação do Aço no Rio Grande do Sul, que é executivo da Marcopolo, tem falado em eventual desindustrialização, inclusive na área metal-mecânica que tem tradição, porque além da importação não produzimos chapas de aços planos e isso significa mais uma dificuldade. Está mais do que na hora de termos uma discussão sobre a questão cambial e melhorar a situação.

“É preciso diminuir o número de partidos, impedir esse sistema

de alianças vinculadas a cargos e negociações

que emperram o andamento dos trabalhos”.

13AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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Sua experiência indica grande conhecimento sobre as questões nacionais. O Brasil vive um momento de grande valorização como nação e atrai olhares internacionais. Onde estão as oportunidades para os brasileiros? O que o senhor apontaria?

O interesse internacional é verdadeiro. Somos um país de dimensões continentais com uma população que beira os 200 milhões de habitantes. Quantos países têm isso? Temos um mercado interno fantástico, enorme. Tenho dito isso há anos, inclusive, numa palestra na Feira de Hannover em 2004, eu comecei dizendo que o Brasil é privilegiado por não ter maiores problemas naturais, como tsunamis, terremotos, não temos problemas religiosos ou raciais importantes; temos 851 milhões de hectares de terras produtivas e ocupamos apenas 47 milhões, podemos triplicar essa área e triplicar a produção de alimentos sem mexer um centímetro na Amazônia. Mesmo que tenhamos ainda milhões de pobres, temos mais de 100 milhões de pessoas que podem consumir todos os dias. Qual é o país do mundo que tem isso? Outra questão é que se nós olharmos para fora, para o BRICS, por exemplo, não vemos condições tão boas. A China não tem a organização que nós temos. O direito e a justiça não são como no Brasil. O sistema democrático não é como o nosso. O regime deles funciona para eles. Quando um empreendedor começa a buscar informações sobre um país, ele leva isso em consideração. O Brasil leva vantagem.

Como deve ser a sua interlocução com os poderes públicos federal e estadual e como o senhor pretende conduzir as questões de política industrial?

Diálogo. A minha vida sempre foi da atividade meio. Nunca produzi nada, nunca vendi nada. Sempre atuei na área da burocracia, cresci dentro da contabilidade, administrando a atividade meio. Ao mesmo tempo, fiz muito a parte de relações institucionais. Além disso, lá no início da minha vida, eu não tinha nem 30 anos, fui eleito vereador e, então, um pouco de política eu já estive metido. Participo e pratico associativismo há muito anos e eu fui um dos construtores de um grupo pequeno para viabilizar o case de sucesso no mundo inteiro

que hoje é a questão da avicultura brasileira. Na época, eu representava o Estado do Rio Grande do Sul em todas as negociações e passei mais de 20 anos da minha vida fazendo interlocução em São Paulo, no Rio de Janeiro – que na época abrigava a sede da Cacex junto ao Banco do Brasil e todas as exportações tinham que ser nesse trâmite – em Brasília com reuniões entre deputados, senadores, ministros, alterando leis e fazendo até Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no Supremo Tribunal

Federal. Tenho uma experiência acumulada muito grande. É por isso que insisto: há de se ter base de reivindicação, há de se ter lógica, há de se ter argumentos. Com isso se vai mais longe. Não adianta achar que xingando arruma alguma coisa.

Que nota o senhor daria para o governo federal hoje?

A expectativa que tínhamos com o governo Lula e o que acabou sendo realizado são coisas a considerar. Na questão econômica ele nomeou um presidente do Banco Central que fosse forte

PRETO NO BRANCO

“...temos 851 milhões de hectares de

terras produtivas e ocupamos apenas

47 milhões, podemos triplicar

essa área...”

14

Page 15: Sinal Verde

para conduzir continuidade e rumo. Vimos que a estabilidade econômica foi uma diretriz. Na atualidade, vemos que a presidente Dilma está surpreendendo. Está me surpreendendo positivamente. Ela é uma bela gestora. Está dando respostas imediatas ao que acontece ao redor dela. Ela tem que ter pessoas de confiança ou ministros nomeados por circunstâncias políticas e aí, lógico, pode haver surpresas negativas como realmente aconteceu. Mas ela tem agido rapidamente. No que diz respeito a economia, vejo ela muito interessada.

Pessoalmente, como está sendo a experiência de liderar a FIERGS? O senhor aumentou o ritmo de trabalho?

Antes de decidir aceitar a candidatura para a presidência do Sistema FIERGS eu consultei os sócios na empresa e os meus familiares. Como nas minhas empresas, já passei o poder há mais de cinco anos, a minha intenção era diminuir um pouco o meu ritmo. Hoje tenho disponibilidade total. O que vai mudar é que em vez de eu levantar pela manhã e dar a minha caminhada às 8 horas, eu terei de levantar mais cedo. Vai mudar para mim o local do trabalho porque eu sempre me mantenho ativo. Desde pequeno fui ensinado a trabalhar o que é uma honra importante. Aceito quando alguém disse que pantufa e poltrona acabam com qualquer homem. Eu não quero tão cedo abraçar essa idéia. Eu sempre tive uma rotina bastante complicada na minha vida, eu viajei muito, eu tive épocas que na minha casa eu tinha o apelido de ‘oi, tchau’, porque eu entrava dando oi e enquanto eu tomava banho a minha mulher arrumava a mala da próxima viagem. A rotina complicada de

muitos compromissos não me assusta. Na verdade, vou trocar uma vida relativamente calma que eu tinha conquistado nos últimos dois ou três anos por uma vida um pouco mais agitada. Vou tentar cumprir a missão da melhor forma possível.

O senhor fala muitas línguas? Como se comunica com interlocutores internacionais?

Aaaah me viro bem no alemão e nem tanto no inglês, mas consigo me fazer entender... (risos)

Qual vai ser a bandeira na gestão da FIERGS?

Há missões que nós escolhemos e há missões que nos escolhem. Não fazia parte dos planos da minha vida assumir essa posição agora, mas aconteceu e aqui estou. Eu pretendo fazer o melhor de mim e da missão que recebi. Eu sempre fui de me dedicar de corpo e alma àquilo que eu abraço e a minha vida pregressa é exemplo disso. Não tem porque não ser assim nesta casa. Eu preciso, na verdade, da colaboração de todos.

Entendo que essa casa seja uma estrutura única. Todos nós defendemos os interesses comuns da indústria e o resultado de tudo é justamente em cima dessa união, da defesa desses interesses, isso que importa. Não estou preocupado com promoção pessoal. Já tive muito mais status na minha vida do que eu jamais sonhei em ter. Então, estou aqui para cumprir uma missão e dar uma importância maior à FIERGS e ao Senai, Sesi e IEL que compõem o Sistema. Não gosto muito de uma expressão, mas reconheço que Fernando Pessoa acertou quando disse “O homem é um cadáver adiado” (risos). u

“É por isso que insisto: há de se ter

base de reivindicação, há de se ter lógica,

há de se ter argumentos. Com isso

se vai mais longe”.

15AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 16: Sinal Verde

16

VITRINE

Do carro ao relógioo ato de consumir, apesar de ser um prazer para muitas pessoas, não é considerado conciente por aqueles que se preocupam com o meio ambiente. para amenizar esse impasse a trade Summit selecionou objetos capazes de satisfazer ambos. Confira!

iBamboo alto falante naturalUma invenção bastante interessante, principalmente para aqueles que gostam do contato

com a natureza sem perder a musicalidade. Perfeitos para acampamentos e dias de praia.

Feito inteiramente de bambu, sem nenhuma peça eletrônica, o iBamboo amplifica o som

produzido por um iPhone 4, através da ressonância que sai da peça.

Como o som sai das duas extremidades do bambu cria um som stereo, muita tecnologia natural.

Você pode encomendar o seu no site ibamboospeaker.com e assistir o vídeo tanto no site como no youtube.

ibamboospeaker.com

Foto

s: d

ivul

gaçã

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Page 17: Sinal Verde

17AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

relógio movido a águaEsse relógio da marca americana Bedol funciona apenas com água,

portanto esqueça as pilhas e baterias, elas possuem substâncias tóxicas que

prejudicam o meio ambiente e a sua saúde.

Para fazer o relógio funcionar, basta enchê-lo com água da torneira. Os

eletrodos do relógio transformam os íons da água em energia.

Pode ser usada a mesma água por cerca de 12 semanas e na hora de trocar

não é necessário ajustar a hora de novo. E o design inovador do produto ainda

vai dar um toque na sua decoração. greenvana.com

lG e o jornal eletrónico flexívelCom a queda nas vendas do jornal de papel em quase todo mundo,

a LG pode ter desenvolvido a solução e o melhor, mais ecológico.

Desenhado para imitar a aparência e o toque do jornal comum,

este novo e-reader promete ser uma solução alternativa aos

tradicionais jornais , permitindo assim poupar toneladas em

papel, água e tinta utilizados na sua produção.

Sem dúvida que a característica mais impressionante é a

capacidade de dobrar o jornal. Para isso, na produção do ecrã foi

utilizada uma folha metálica ao invés de um composto a partir de

vidro. Isso aliado ao seu tamanho de cerca de 30 centímetros de

altura e 0,3 milímetros de espessura (mais ao menos a espessura

de 5 folhas), dão-lhe o aspecto de um verdadeiro jornal.

www.lg.com

CentopeiaCom um design premiado mundialmente,

a Centopéia, da empresa paranaense

Desfiacoco, é muito mais do que uma fruteira,

é uma obra de arte.

A peça de design permite inúmeras

possibilidades de formato, podendo ser utilizada

nos dois lados, comportandotanto frutas

grandes quanto pequenas. Foi desenvolvida com

materiais 100% recicláveis, à base de fibras

naturais de coco, cana e madeira.

Você pode encomendar essa peça que já

foi selecionada para o Museu de Arte Moderna

de Nova York, o MOMA.

desfiacoco.com.br

Page 18: Sinal Verde

VITRINE

18

Óculos que convertem energia solarDesenhados por Hyun-Joong Kim e Kwang-Seok Jeong

estes óculos de sol conversores de energia são uma

inventiva forma de utilizar o sol para alimentar pequenos

dispositivos electrónicos.

Quando possíveis, os Self-Energy Converting Glasses

terão lentes com células solares coradas, que recolhem a

energia solar e permitem carregar pequenos dispositivos

electrónicos através do cabo que sai através da haste.

Essas células solares são descritas pelos criadores

como um corante barato e orgânico, criado a partir de

nano tecnologia, para transformar os raios solares em

energia eléctrica.

relógio bafômetro A Tokyoflash, pensando nas pessoas que acabam

bebendo de mais do que deviam, criou um conceito

de um relógio que funciona como uma espécie de

“bafômetro”.

É claro que ele também tem todas as funções de

um relógio comum, como informar a hora, a data

e função de alarme. Mas o que realmente chama a

atenção é que ele, na teoria, consegue fazer uma

leitura da quantidade de álcool no seu sangue pra

dizer o nível da sua embriaguez.

Se você costuma sair a noite com seu carro, mas acaba passando da quantidade de álcool que o seu corpo

aguenta, esse conceito foi pensado em você. Pois com um simples sopro o relógio estará apto a lhe dizer se

você tem a capacidade de dirigir ou não.

Basta pressionar um botão que o relógio vai abrir o local aonde você deve soprar, em seguida ele exibirá os

resultados na tela. Como é apenas um conceito, não se sabe o quão preciso esse relógio poderá ser, caso seja

fabricado. www.techtudo.com.br

Page 19: Sinal Verde

19AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

luminárias feitas com papelãoGraypants Inc é um escritório de arquitetura e

design de Seattle, Estados Unidos que desenvolve

produtos sustentáveis reaproveitando materiais

como papelão, aluminio e madeira descartados

por empresas locais.

Fundada pelos designers Jonathan Junker

and Seth Grizzle a Gray Pants tem uma forte

pegada sustentável e investe na criação

de produtos de baixo impacto ambiental

e design de alto nível. O resultado das

criações da dupla é incrível e é exemplo

em design sustentável.

A empresa tem em seu portfólio diversos

produtos que vão de casinhas de cachorro

ecológicas a cadeiras de madeira reciclada,

mas a sua grande especialidade é a criação

de luminárias feitas de papelão.

Feitas com papelão recolhidos em estações

de reciclagem e lixeiras ele é limpo e cortado

por um potente laser, que desenha a estrutura

da luminária. Após o corte ela é montada

manualmente e colada camada por camada

até ser finalizada.

www.graypantsinc.com

innervision

Este conceito do designer norte-americano

Matt Clark tem aro feito de polipropileno. Ele

é composto de dois componentes de plástico

reciclado, que foram unidos por moldagem.

A estrutura triangular foi pensada para dar

mais sustentação a toda à bike e distribuir

seu peso. Os garfos traseiros também são

de plástico e reforçados. De acordo com o

blog Bike Commuter, que fez um test drive do

modelo, essa bicicleta é leve e firme. A ideia é

fabricar modelos a partir de containers antigos

de comida, garrafas ou outros polipropilenos

descartados. www.gizmag.com

Page 20: Sinal Verde

totalmente elétricoO Mini E! é equipado com um motor de 204 cavalos, um

sistema de travagem regenerativo e uma autonomia de

cerca de 240 quilómetros. Usa bateria de lítio para alimentar

um motor eléctrico de 204 cavalos. E, em vez de um depósito

de combustível, vem equipado com uma tomada eléctrica

para ser carregado. Para poupar energia ,a sua velocidade

de topo será limitada a 150 Km/h e terá uma autonomia de

240 quilómetros com apenas um carregamento. Ao invés

de o lançar de imediato para o mercado, a BMW decidiu

limitar a produção a 500 veículos, para testar a viabilidade

do produto. Estes 500 Mini E! poderão ser vistos nas ruas

de Nova Iorque, Los Angeles, Nova Jersey e possivelmente

Londres. www.miniusa.com/minie-usa

primeiro cargueiro a energia solarO navio M\V Auriga Leader possui 328 painéis fotovoltaicos, que fornecem energia à rede central de energia

do navio. E fazendo deste o primeiro navio a ser movido, em parte, pela energia do Sol.

O novo equipamento solar do navio é parte de um projecto de demonstração organizado pelo Porto de Long

Beach, na Califórnia, pela Toyota e pela empresa de transportes NYK Line. O objectivo do projeto é diminuir

a dependência dos navios no diesel, um combustível fóssil e nocivo para o ambiente.

Enquanto outros navios já utilizavam energia solar para alimentar pequenos dispositivos electrónicos, como

as luzes auxiliares, o Auriga Leader é o primeiro navio a ligar esta energia à rede central do navio. Os 328

painéis ajudam a fornecer energia aos propulsores, sistema hidráulico e leme do navio, perfazendo cerca

de 10% da energia total do navio. www.nykline.com

VITRINE

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Page 21: Sinal Verde
Page 22: Sinal Verde

SEU DIREITORoberto B. de Gayoso e Almendra, advogado dos setores cível e [email protected]

ENFIM UM CARTÃO DE BENEFÍCIOS DO TAMANHO DESTE MERCADO.

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Ecologia e sua disciplina legal no Brasilo Brasil esteve retardatário na combinação do desenvolvimento e ecologia

Isso mudou com o advento de nosso 1º Código Flo-restal, com a promulgação do Decreto nº 23.793/31 e também com o 1º Código de Pesca.Com a Constituição de 1988, foi introduzido o

conceito do desenvolvimento sustentável, estabelecido no art. 225, cabeça, ao prever que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Com a CF/88, depois da edição de legislação esparsa sobre a matéria, Código de Pesca e Código Florestal, foram criados mecanismos que propiciaram meios ao Estado (União Federal, Estados-Membros e Municípios) para o cumprimento ideal de desenvolvi-mento sustentável.

A partilha entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios quanto a competência para legislar sobre o meio ambiente, que antes assegurava a competên-cia exclusiva da União, que trouxe também para as outras esferas político-administrativas da República o incentivo para regular, preservar e construir um novo modelo de resguardo ao ambiente, não precisando ficar em posição subalterna ao que fora alinhavado no Congresso Nacional ou pela Presidência da República, podendo agora os Governadores e Prefeitos também elaborarem projetos de leis, decretos e regulamentos a respeito da flora e fauna.

Com a concessão de legitimidade a qualquer cidadão brasileiro, o direito de propor ação popular com a finalidade de anular ato lesivo ao meio ambi-

ente praticado pela União Federal, Distrito Fed-eral, Estados e Municípios, entidades autárquicas, sociedades de economia mista, empresas públicas e quaisquer outras entidades, que recebam subvenções dos cofres públicos.

O IBAMA, que é a repartição pública que tem como incumbência a formulação, a coordenação e a execução da política nacional do meio ambiente.

A Lei Federal nº 9.605/98, definiu os delitos no âmbito do Direito Ambiental, estabelecendo sanções administrativas e tipos penais para reprimir as lesões e ações prejudiciais ao meio ambiente. Uma das novi-dades foi prever o uso do instituto da desconsideração da pessoa jurídica, que é a possibilidade do julgador poder atingir pessoalmente as pessoas físicas que compõe a sociedade violadora do meio ambiente, a fim de responsabilizá-las, evitando-se que usem a empresa como proteção ou guarida para fins contrários a preser-vação ambiental.

Conclui-se que o desenvolvimento sustentável im-plica um novo conceito de crescimento econômico, que propõe justiça e oportunidade para todas as pessoas do mundo, sem destruir os recursos naturais finitos do mundo. O desenvolvimento sustentável deve ser um processo definidor das políticas públicas, principal-mente nas áreas de saúde e educação, que devem ser incentivadas, no presente, para não legar uma dívida social às gerações futuras.

O sistema legal ambiental brasileiro, acima es-boçado, prima por tornar o ideal desenvolvimento de maneira sustentável, numa real possibilidade e não mera peça de ficção. Oxalá tenha êxito! u

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Page 23: Sinal Verde

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BUSINESS

Sustentáveis confiáveis Mirian Gasparin

o conceito faz parte do dia a dia nas empresas. Cada vez mais negócios sustentáveis ganham mérito com o

consumidor e benefícios do governo

Page 25: Sinal Verde

25AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

E mbora a palavra sustentabilidade surgisse nos meios empresariais nos anos 80, hoje ela faz parte do vocabulário

não só das empresas, mas de uma boa parte das pessoas. Empresas sustentáveis são vistas dentro de um novo conceito e até mesmo quando são objeto de avaliação, acabam recebendo maior valor. Em organizações sustentáveis o cuidado com o meio ambiente e o bem estar das partes interessadas fazem parte da sua estratégia de negócios, melhorando a própria imagem.

Empresas que contribuem para o desenvolvimento sustentável têm maior acesso ao capital. O BNDES, por exemplo, considera formalmente a variável ambiental em seus procedimentos de análise e concessão de crédito. Além disso, investidores, em

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Instalação de hélice da Eletrosul,

investimentos em fontes renováveis.

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nível mundial, têm procurado empresas sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Tais aplicações, denominadas “investimentos socialmente responsáveis” (SRI), consideram que empresas com essas características geram valor para o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais.

Segundo o superintendente do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV) de Curitiba, Norman de Paula Arruda Filho, as empresas hoje não somente estão produzindo de forma sustentável como de maneira educadora. “Existem empresas que dão incentivos financeiros aos funcionários que usam bicicleta para ir trabalhar”, exemplifica.

Arruda Filho esteve no mês de junho em Bangalore, na Índia, participando na Eastern Academy of Management da Conferência Internacional de Gestão em uma Economia Global, onde apresentou o estudo de caso realizado pelo Isae/FGV sobre o programa “Cultivando Água Boa”, a pedido da Itaipu Binacional. O projeto prevê ações que vão desde a recuperação de microba cias e a proteção das matas ciliares e da biodiversidade, até a disseminação de valores e saberes que contribuem para a formação de cidadãos dentro da concepção da ética, do cuidado e do respeito com o meio ambiente.

Para ele, o conceito de sustentabilidade nas empresas não está somente na concepção dos materiais que são utilizados, mas em racionalizar o máximo possível o uso de energia e de água. O superintendente do Isae/FGV também lembra que as empresas que alugam imóveis, principalmente os bancos, dão preferência para as construções que apresentam soluções sustentáveis.

A Eletrosul Centrais Elétricas S.A é outro exemplo de empresa que se preocupa com o meio ambiente. A companhia está se destacando entre as subsidiárias do Sistema Eletrobras na área de investimentos em fontes renováveis. A empresa acaba de retomar seus negócios em geração com o Complexo Eólico Cerro Chato e se prepara para iniciar a licitação internacional para instalar a primeira usina solar do país, além de ter projetos de usinas de biogás, hidrogênio, entre outras

fontes. Só nos projetos do complexo eólico e na usina solar a empresa está investindo R$ 410 milhões.

“Investir em energias limpas é uma das premissas de crescimento da Eletrosul”, afirma o assistente executivo da Diretoria de Engenharia da Eletrosul, Airton Argemiro Silveira. Embora o custo da energia eólica seja o dobro de uma usina hidráulica, a grande vantagem é que ela vem complementar a energia fornecida pelas hidrelétricas. Já a energia solar chega a ser cinco vezes mais cara que a hidráulica. Entretanto, segundo Silveira, o apelo do Selo Verde está fazendo com que muitas empresas invistam em novas fontes de energia.

De acordo com o executivo da Eletrosul , ao se trabalhar com conceitos de energias alternativas aumenta a confiabilidade da matriz energética brasileira. “O Brasil continua crescendo e vai precisar de muita energia”, salienta.

No mês de junho, a Eletrosul encaminhou ao

BUSINESS

O complexo Eólico Cerro Chato construído

pela Eletrosul Centrais Elétricas.

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Page 27: Sinal Verde

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a Declaração de Atendimento aos Procedimentos de Rede, oficializando a primeira etapa de operação do Complexo Eólico Cerro Chato, no Rio Grande do Sul. Nessa primeira etapa, entraram em funcionamento cinco de um total de 15 aerogeradores de um dos três parques que compõem o Complexo. Cada parque terá capacidade para gerar até 30 MW. A energia produzida por esse primeiro circuito já está abastecendo o Sistema Interligado Nacional (SIN). Paralelamente ao início da operação, a Eletrosul mantém as obras em ritmo acelerado para entregar todo o parque gerador até o final de setembro próximo, dez meses antes do prazo previsto.

A energia que será gerada pelo Complexo Eólico Cerro Chato – consórcio formado pela Eletrosul (90%) e Wobben (10%) - foi comercializada, em dezembro de 2009, no primeiro leilão exclusivo de energia eólica realizado pelo governo federal e será disponibilizada

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“Existem empresas que dão incentivos financeiros aos funcionários que usam bicicleta para ir trabalhar”. Norman de Paula Arruda Filho, superintendente do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV).

27AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 28: Sinal Verde

ao SIN. Ou seja, reforçará o sistema elétrico brasileiro, especialmente na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, diminuindo a dependência da energia complementar das usinas termelétricas em períodos de picos de demanda e de estiagem, quando a capacidade de geração das hidrelétricas fica comprometida. A geração de 90 MW, que será a capacidade instalada total do complexo, é suficiente para atender o consumo de aproximadamente 500 mil pessoas.

A Eletrosul também quer colocar o Brasil entre os poucos países que têm pleno domínio da cadeia de produção de módulos fotovoltaicos – painéis que captam a radiação solar e convertem em energia elétrica. A estatal lançou um chamamento público, buscando parcerias do meio acadêmico e científico para o desenvolvimento de pesquisas de purificação do silício e fabricação de células solares. Atualmente, essa tecnologia é restrita à Alemanha, Noruega, China, Japão e Estados Unidos.

A expectativa do gerente do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrosul, Jorge Luis Alves, é que a pesquisa comece a ser desenvolvida, efetivamente, no início de 2012. O Brasil tem uma das maiores reservas de silício do mundo. O minério é exportado na forma metalúrgica (com pré-processamento simples) e volta ao País purificado, com valor agregado, para uso, principalmente, na indústria eletrônica e microeletrônica para produção de chips, circuitos eletrônicos, transistores, entre outros componentes.

Um dos principais entraves para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica no Brasil é o alto custo de implantação das usinas, justamente, pela dependência de equipamentos importados. De acordo com o diretor de Engenharia e Operação da estatal, Ronaldo dos Santos Custódio, com o fomento às pesquisas para domínio da tecnologia, a Eletrosul quer ajudar a romper essa barreira, reduzindo custos e estimulando a expansão do uso da radiação solar como fonte de energia.

A intenção da Eletrosul em incentivar a expansão da energia solar no Brasil está em sintonia com as diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME). O órgão tem trabalhado no sentido de acelerar a

regulamentação de sistemas isolados de geração de energia. A legislação permitirá que unidades residenciais, que utilizarem painéis fotovoltaicos, possam se conectar à rede de distribuição de energia. O governo federal quer que residências com geração fotovoltaica conectadas à rede, seja real a partir de 2020.

A fábrica brasileira da Volvo, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (PR) foi escolhida para produzir chassis de ônibus híbridos, movidos a eletricidade e a diesel. A operação brasileira será a primeira a fabricar híbridos fora da Suécia. Segundo o presidente da Volvo Bus Latin America, Luis Carlos Pimenta, a tecnologia da Volvo Bus é revolucionária, e permite uma economia de combustível (diesel) de até 35% e ainda reduz as emissões

BUSINESS

Onibus híbrido da Volvo reduz não somente

as emissões de CO2, mas também outros gases

responsáveis por alergias e ardência nos olhos.

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Page 29: Sinal Verde

de gases poluentes entre 80 e 90%. Além disso, traz outro grande benefício: o ônibus da Volvo emite muito menos ruídos que os veículos convencionais.

O ônibus híbrido tem dois motores, um a diesel e outro elétrico, que funcionam em paralelo ou de forma independente. O motor elétrico é utilizado para arrancar o ônibus e acelerá-lo até uma velocidade de aproximadamente 20Km/H, e também como gerador de energia durante as frenagens. O motor diesel entra em funcionamento em velocidades mais altas. A cada vez que se acionam os freios, a energia de desaceleração é utilizada para carregar as baterias. Quando o veículo está parado, seja no trânsito ou em pontos de ônibus, o motor diesel fica desligado. Estudos da Volvo demonstram que o tempo que o veículo fica

parado pode representar até 50% do período total de operação do ônibus. Durante todo esse tempo, não há emissões de poluentes, pois o motor diesel se apaga completamente.

O sistema híbrido da Volvo reduz não somente as emissões de CO2, mas também de Nox, Óxidos de Nitrogênio, responsáveis por alergias e ardência nos olhos, por exemplo.

O Walmart desenvolveu o projeto “Sustentabilidade de Ponta a Ponta” em parceria com os fornecedores. Os fornecedores escolheram um item líder de sua categoria para que fosse analisado tecnicamente todo o seu processo de produção. O Walmart deu o suporte técnico representado pelo Centro de Tecnologia de Embalagens, ligado ao Instituto de Tecnologia de

29AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 30: Sinal Verde

BUSINESS

Alimentos, de São Paulo, que durante 18 meses fez reuniões com as indústrias a fim de sugerir mudanças em qualquer fase da produção. Treze produtos integraram o projeto de 2011.

Só em resíduos, os 13 produtos representam redução de mais de 250 toneladas por ano, considerando a estimativa de venda em um ano no Walmart. Pelo mesmo critério, a redução do uso de água chega a dois milhões de litros e, de energia, mais de 19 milhões de Kwh. Além disso, em relação às emissões de gases de efeito estufa, houve redução de 3.171 toneladas CO2 equivalente, o que corresponde a uma economia de 17,3 milhões de quilômetros rodados.

A Reckitt Benckiser, líder mundial nos segmentos globais de limpeza doméstica e dona das marcas Veja, Vanish, Dettol e Poliflor, possui diversos programas ambientalmente responsáveis, que visam minimizar ou eliminar impactos causados pelo cotidiano e pelos processos necessários da produção fabril. Entre os programas estão os de redução de emissão de CO2; utilização de produtos recicláveis e processos de reciclagem; ações que resultam em economia de energia (junto ao consumidor e internamente e redução

de utilização de embalagens).Através do programa Carbon20, lançado em 2007, a

RB deixou de emitir mais de três milhões de toneladas de CO2. Esse resultado representa uma redução de 11% no impacto na vida útil de seus produtos. A meta é chegar a 20% em 2020, o que pode ser comparado com a retirada de um milhão de carros das ruas.

A Natura, líder no mercado de cosméticos, é pioneira em sustentabilidade no Brasil. Em 1983, optou pela venda de refis de cosméticos no País. Em média, para produzir os refis gasta-se 20% menos recursos naturais. A empresa eliminou os testes em cobaias, uma prática que era motivo de fortes críticas de entidades que atuam em defesa dos animais, e possui hoje um dos programas de neutralização de carbono mais eficazes. Adotou um projeto de redução de gases geradores do efeito estufa em sua cadeia produtiva. Trocou, por exemplo, os microônibus a diesel que transportavam funcionários dentro da fábrica, em Cajamar (SP), por carrinhos movidos a gás natural; substituiu o álcool utilizado nas fórmulas de perfumes por álcool orgânico (produzido sem agrotóxicos ou queimadas) e intensificou o uso de material reciclado nos frascos. u

Natura: optou pela venda de refis de cosméticos

numa atitude pioneira no País.

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Page 32: Sinal Verde

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IMAGEM

Page 33: Sinal Verde

33AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Funcionário separa computadores descartados

em uma usina de reciclagem de resíduos eletrônicos

inaugurado em Wuhan, província de Hubei 29 de março

de 2011, na China. De acordo com a Agência de Proteção

Ambiental (EPA) dos EUA, o lixo eletrônico é o produto

com crescimento mais rápido de resíduos, com uma

taxa de crescimento cinco vezes maior do que

os resíduos industriais.

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Page 34: Sinal Verde

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IMAGEM

Page 35: Sinal Verde

35AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Ativistas do Greenpeace formam uma bandeira humana

com a mensagem “Detox” (abreviação de desintoxicação

em inglês) no Santichaiprakarn Park, às margens do

rio Chao Phraya em Bangkok, na Tâilandia, no dia 14 de

julho de 2011. De acordo com o comunicado de imprensa,

uma investigação recente do Greenpeace revelou que

muitas marcas líderes de roupas, incluindo Nike e

Adidas têm relações comerciais com fábricas na China

que descartam sem tratamento seus resíduos em rios.

O Greenpeace alerta que a Tailândia, também hospeda

essas mesmas fábricas e enfrentam ameaças similares.

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Page 36: Sinal Verde

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CAPA

Leandro Almeida

Consumo de combustível fóssil, entulhos de pneus usados e vazamentos. Estes são só alguns exemplos dos desperdícios que o transporte de cargas pode causar. Veja algumas soluções encontradas por empresas que se preocupam em minimizar os prejuízos à natureza

o que é sustentabilidade? Pergunta a professora ao começar a aula para os alunos da sexta série. E ao contrário do

que se imagina as crianças se atropelavam entre palavras para mostrar que a resposta está na ponta da língua. Numa atmosfera bastante diferente da sala de aula, o especialista em sustentabilidade, Eduardo Bastos, fazia a mesma pergunta para um conglomerado de executivos e também negando as espectativas houve silêncio unânime.

O termo consiste em configurar a civilização e as atividades humanas de forma que a sociedade possa preencher as suas necessidades e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade, planejando e agindo na manutenção indefinida desses ideais.

Essa ideologia alcançou o censo comum do consumidor e por consequência as empresas envolvidas nos processos de logística. A revista Trade Summit apresenta exemplos do engajamento ambiental de empresas envolvidas no setor.

As duas maiores companhias de transportes marítimos, Hamburg Süd e Maersk line, possuem política similar quando o assunto é o desenvolvimento econômico aliado a equilíbrio ecológico. Ambas fazem mais do que previsto em

legislações ambientais, investem em tecnologias e com ideias simples e outras nem tanto fazem a diferença na hora do balanço da emissão de CO2.

Os navios são os meios menos poluentes (ver gráficos), mesmo assim consomem muito cosbustível. Para melhorar a performance das embarcações, essas empresas investem em novos designs que facilitam cortar o mar e uma melhora no fluxo de água para as hélices, aumentando a pressão e diminuindo o gasto energético. Os navios da Hamburg Süd são equipados com um sistema metereológico de roteamento que permite evitar áreas de mau tempo que afetam a resistência do navio, criando rotas alternativas durante a navegação. Na parte mecânica, usa-se a tecnologia “Common Rail”, um sistema de injeção regulada eletronicamente, mantendo a posição dos pistões independentes, o que permite uma operação otimizada para cada curso.

A Maersk faz parte da “Lead Global Compact”, uma nova plataforma de liderança em sustentabilidade corporativa. Também aderiu ao “Pacto Global” da ONU, que visa conduta ética nos negócios, direitos humanos, trabalhistas, meio ambiente, sustentabilidade e combate a corrupção.

Um novo horizonte

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37AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Um novo horizonte

Porto de Los Angeles, energia

elétrica reduz CO2 dos navios atracados.

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Para proporcionar estabilidade, facilitar o direcionamento e propulsão, os navios precisam usar da chamada Água de Lastro. Muitas vezes carregando um ecossistema rico em planctons e outros organismos para outros meios. O que ameaça o equilíbrio ecológico e propaga doenças epidêmicas. A solução simples foi passar a troca do lastro para alto mar.

O Porto de Itajaí, possui o “Programa de Controle da Água de Lastro”, que monitora as embarcações atracadas no porto, para identificar na água os possíveis agentes bioinvasores. “Além dos navíos existe a inspeção veicular que é feita em alguns caminhões. Por meio do ‘Programa Despoluir’, que tem caráter educativo para os caminhoneiros, ensinando sobre o problema de emissão de gases e do efeito estufa T\também temos o ‘Programa de Educação Ambiental do Porto’, realizado nas escolas e universidades. Entre as atividades, há o monitoramento da qualidade do ar e de ruído. Localizados em pontos estratégicos da

área portuária encontram-se coletores de materiais recicláveis, não-recicláveis e de resíduos perigosos. As lâmpadas desativadas passam por um processo de descontaminação e em seguida são enviadas para a reciclagem do vidro”, declara Médelin Pitrez, engenheira ambiental da Gerência de Meio Ambiente do Porto de Itajaí.

Dados do Ministério do Meio Ambiente mostram que entre 30% e 37% de todo o lixo recolhido no Brasil são resíduos secos, que podem ser reutilizados. Mais da metade, 55% são resíduos úmidos, incluído o orgânico. Apenas de 8 a 10% é formado por rejeito inaproveitável.

Nos portos de Paranaguá e de Antonina, no estado do Paraná, todos os resíduos de grãos como soja, milho e trigo são varridos do cais após a operação dos navios e reutilizados. Antes disso, a “Administraçao dos Portos de Paranaguá e Antonina” (APPA) pagava para que resíduo de grãos, fosse varrido do cais e enviado para um aterro sanitário. Após a implantação do novo sistema o

CAPA

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Hamburg Süd: designer avançado

para reduzir impacto contra a água.

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39AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

volume de lixo retirado, que era 315 toneladas por mês, caíu para 100 toneladas. Representando uma economia mensal de aproximadamente R$ 40 mil.

O Porto de Los Angeles, nos Estados Unidos, foi além das leis ambientais, com uma tecnologia usada em navios de guerra, o “Alternative Maritime Power” (AMP), programa que reduz as emissões de gás carbônico dos navios porta contêineres. Vale lembrar que um navio precisa manter o funcionamento de centenas de conteineres refrigerados, o próprio funcionamento das cabines e do sistema operacional. Em vez de funcionar com diesel, os navios são plugados em cabos de energia elétrica, que o próprio porto dispolibiliza para os navios que também possuem o sistema AMP. A administração do sistema fica por conta do departamento de água e energia do município.

Para o professor de Gestão Portuária e Terminais do curso de Logística Portuária da Unisanta e vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transportes Ferroviário e Multimodal, Washington Soares, o Brasil está atrasado pelo menos 15 anos no que diz respeito a sustentabilidade no setor de transportes de cargas. Segundo Soares, a realidade internacional é muito diferente. Enquanto no Brasil ainda é preciso convencer os empresários a migrarem de um modal poluente para outro mais ecoeficiente, na Europa e Japão, a troca modal já é passado. “O tema central das discussões sobre sustentabilidade no deslocamento de cargas hoje está voltado às inovações tecnológicas e mudanças de processos. Por exemplo, como fazer que modais pouco poluentes, como as ferrovias, sejam ainda mais eficientes? ... Com o uso de locomotivas híbridas e o aproveitamento da energia gerada pelos vagões. É preciso fomentar a multimodalidade nas ferrovias e na cabotagem para se ter mais ecoeficiência no transportes de volumes”, defende Washington.

O Brasil possui uma malha ferroviária pequena e deficiênte se comparada com outros países (ver box), possuindo somente 29.706 quilômetros de extensão de malha ferroviária, com ligações com a Argentina, Bolívia e Uruguai.

“É impossível pensar que o Brasil, o quinto maior do mundo em extensão territorial e o oitavo maior piB, permaneça estagnado no crescimento da malha ferroviária”. Washington Soares, vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transportes Ferroviário e Multimodal.

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Page 40: Sinal Verde

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CAPA

“É impossível pensar que o Brasil, o quinto maior do mundo em extensão territorial e com o oitavo maior PIB, permaneça estagnado no crescimento da malha ferroviária, além de ser mais econômico é mais sustentável. Afinal cada vagão corresponde a dois caminhões. Em um cálculo em que cada trem de carga tenha 80 vagões, que é uma média dos trens da ALL no trecho Curitiba a Paranaguá, haveria um total de 160 caminhões a menos”, analisa Eduardo Bastos.

A América Latina Logística (ALL) é a maior companhia ferroviária do Brasil e o assunto sustentabilidade tem um papel importante. Desde que assumiu a concessão da malha ferroviária sul, a empresa busca substituir os dormentes de madeira nativa, por eucaliptos replantados. Em 2004, a companhia adquiriu sua própria floresta e, a partir daí, toda a produção de dormentes de eucaliptos

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Lufthansa Cargo: containeres

15% mais leves, reduzindo CO2.

g perigo no arEmissão de Co2 por modal de transporte 

Em gramas emitidas no transporte

por 1 tonelada por 1 km

 Aviões: 640 g/Tkm

Caminhões: 57,1 g/Tkm

Trens diesel: 19,1 g/Tkm

Navios: 13,5 g/Tkm

 

Fonte: Estudo WWF

Page 41: Sinal Verde

41AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

passou a ser própria.Entre outras ações de sustentabilidades a ALL

implantou seis sistemas de captação de água da chuva, estrategicamente em locais com maior demanda de consumo de água para lavagem de locomotivas e vagões. O sistema é implantado sem usar energia elétrica, dispensando o uso de bombas.

Na logística aérea, o grupo Lufthansa incentiva uma conferência que premia com um total de 16 mil euros, jovens pesquisadores, clientes e funcionários pelas ideias mais inovadoras para o setor. Além de investir em pesquisas para o uso do biocombustível.

O grupo tem planos para trocar até 2015 todos os seus containeres, cerca de 5 mil. Os novos serão 15% mais leves, reduzinho o consumo em 2,2 toneladas de querosene e a produção de CO2 em 6.867 toneladas por ano.

A DHL européia a partir de 2011 realiza suas entregas urbanas com mais de 100 furgões do novo modelo da italiana Iveco (fabricante de caminhões, ônibus e utilitários leves). O Ecodaily Elétrico, não produz CO2 e tem zero por cento de emissões de gases. Com um propulsor elétrico, acumula energia via plug-in, alimentado por um inversor de corrente. Um motor elétrico move diretamente o veículo e recupera energia durante a frenagem. Não exige manuntensão e são totalmente recicláveis, atingindo uma velocidade máxima de 70 Km/h, com autonomia que varia entre 90 à 130 Km, dependendo da carga e número de baterias. A operação de recarga dura cerca de 8 horas.

“A sustentabilidade é uma realidade, as empresas que se adequarem melhor e mais rápido saem na frente. Aquelas que ainda não se preocupam, vão patinar para obter lucro. Hoje a

Div

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ção

Porto de Itajaí: cuidados com a água de lastro,

reciclagem do lixo e educação. Alguns dos

programas que vem apresentando resultados.

Page 42: Sinal Verde

42

CAPA

g A pequena malha ferroviária brasileira

Através dos poucos e esquecidos 29.706 quilômetros de extensão de malha ferroviária, o Brasil transporta somente 23% da carga da economia do país, sendo que a média dos outros países grandes como o Brasil é de cerca de 40%. na rússia (que é o maior país do mundo em extensão territorial) com 85 mil quilômetros de extensão ferroviária, transporta cerca de 80% da carga da economia

^ França: contém cerca de 35 mil

quilômetros de malha ferroviária

(1,17 vezes maior que a malha

ferroviária brasileira).

^ Japão: contém cerca de

43 mil quilômetros de ferrovias

(cerca de 1,4 vezes maior).

^ China: são cerca de 60 mil

quilômetros (pouco mais de

2 vezes maior).

^ Índia: são cerca de 63 milquilômetros

(cerca de 2,12 vezes maior);

^ Rússia: são cerca de 85 mil quilôme-

tros (cerca de 2,8 vezes maior);

^ Estados unidos: são cerca de 226 mil

quilômetros de extensão (cerca de 7,6

vezes maior).

população mundial está preocupada com o que está acontecendo com o planeta, são mudanças climáticas, desastres naturais e uma busca contínua por uma boa qualidade de vida. As pequenas mudanças que começam dentro de cada um, são responsáveis pelas maiores mudanças mundiais”, finaliza Eduardo Bastos.

Essas empresas, assim como os alunos da sexta série, são exemplos de uma nova conciência. Um pensamento coletivo que se preocupa em preservar o local e o momento em que estamos. Uma forma de agir que não há mais como evitar, afinal todos recriminam o vizinho que não separa o próprio lixo.

América Latina Logístic: a lavagem

das locomotivas são feitas com

água captada das chuvas.

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43AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Exemplo do Porto de Imbituba

Entre os meses de julho e novembro, o porto de imbituba, no estado de Santa Catarina, recebe simpáticos visitantes, são as baleias francas, espécie de cetáceo em risco de extinção, que procuram as águas mais quentes do litoral sul catarinense para se reproduzirem

D urante o período de obras de recupe-ração dos molhes, ampliação do cais e dragagem. O porto neceissitava de

operações com bate-estacas e martelete, o que molestava as baleias, foi criada uma solução o “Programa de Monitoramento das Baleias Francas no Porto de Imbituba e adjacências”.

O programa foi proposto pela administração

do Porto, com uma metodologia especialmente desenvolvida pelo Projeto Baleia Franca, ONG que trabalha com a espécie há 28 anos. Como a cidade detém o título de Capital Nacional da Baleia Franca e ambas as partes queriam solucionar o problema, foi criada uma área de monitoramento.

O monitoramento é realizado a partir de três pontos fixos, um localizado em uma encosta

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Projeto Baleia Franca, 28 anos

de trabalho em prol da espécie.

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CAPA

próxima ao cais, outro no Morro do Farol e um ter-ceiro no costão da Praia da Ribanceira. O segundo e o terceiro ponto servem de apoio e segurança ao monitoramento realizado no ponto fixo do cais.

“O nosso objetivo é garantir o bem-estar dos animais e subsidiar o porto com informações técnicas para que as atividades sejam executadas causando o menor impacto possível”, relata Karina Groch, diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca.

Segundo a diretora, foi criada uma metodologia a partir de um estudo de decaimento sonoro que analisou o tipo de ruído e a propagação do som provenientes da cravação das estacas. Assim as áreas de segurança e sobreaviso foram definidas e há monitoramento em um raio de até 4 km a partir do bate-estacas.

O projeto rendeu prêmios, a construtora An-

drade Gutierrez, responsável pelas obras, recebeu o Prêmio de Mérito Ambiental da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que premia anualmente a empresa com maior destaque na implantação de projeto ambiental.

“Uma cortina de bolhas envolve o bate-estaca, minimizando o ruído gerado pela cravação”, explica Ricardo Kasper, Gerente de Qualidade do Meio Ambiente.

Já o Porto de Imbituba recebeu o troféu pelo 9° lugar no Prêmio Benchmarking Ambiental do rank-ing de 2010 dos Melhores Cases de Gestão Socio-ambiental no Brasil. O Programa Benchmarking é uma iniciativa independente que construiu o maior banco de dados de livre acesso do país.

Quem agradece de verdade pela iniciativa são as Baleias Francas, que em novembro voltam para a Antártida a procura de alimentos.

As baleias Francas procuram o litoral

sul catarinense para se reproduzirem.

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45AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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SAúDE

Sua saúde é aquilo que você come Fernanda Cunha

Entre trabalho, estudo, trânsito, filhos e demais compromissos diários, cortar atenções que deveriam estar voltadas para a alimentação é tentador. diminuir o horário e a qualidade do almoço, comer algo rápido e fácil sob a justificativa de não perder tempo ou simplesmente pular as refeições, é mais comum do que deveria ser

A o negligenciar as regras básicas de alimen-tação surgem males que afetam àqueles com cotidiano corrido.

Segundo o Ministério de Saúde, a hipertensão arterial atinge 23,3% da população adulta, a diabete chega a 6,3%, com maior incidência nas mulheres que nos homens, 13% da população adulta é obesa e 48% está acima do peso. Em nível mundial quase 500 milhões de pessoas são obesas correspondendo a 10% da população.

Problemas relacionados a alimentação são mais comuns e frequentes do que se imagina, o cuidado deve ser constante e a atenção redobrada, se tempo é dinheiro, saúde vale ouro.

Procuramos uma especialista no assunto, a nutri-cionista Érica de Souza que já começou a entrevista afirmando que falta de tempo não é desculpa para uma má alimentação. “Eu sei que todo mundo trabalha o dia inteiro e não sobra tempo para nada, mas também sei que todo mundo usa bolsa, tem gaveta ou armário no ambiente de trabalho. Dá para colocar uma maçã ou

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49AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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uma barra de cereal, certo?”, desafia a nutricionista.Érica sabe que não é fácil, mas ressalta que é

necessário investir na saúde. Ela aconselha tentar adaptar-se à rotina e procurar alternativas. “Te-mos que respeitar o tempo de cada um, analisar o ambiente de trabalho e o ritmo de vida para, então, procurar adaptações. As pessoas têm hábitos total-mente diferentes, não dá pra seguir uma regra pra todos”. “Fácil não é, mas é preciso. Tem que querer e se esforçar”, complementa.

Foi pensando nisso que, há dois anos, a ger-ente de negócios Marina Cabral, 28 anos, decidiu mudar a alimentação radicalmente. “Eu me vi trabalhando o dia todo, sem estímulo para prati-car esportes, engordando e ao mesmo tempo via as pessoas da minha família adoecendo, tendo diabetes, colesterol alto e sem falar o histórico de câncer! Eu precisava fazer alguma coisa”. Ela,

então, passou a fazer refeições de três em três horas, cortou frituras, refrigerantes, doces e mas-sas, aderiu aos alimentos orgânicos e à prática de exercícios físicos cinco vezes por semana.

Mas o maior desafio para Marina foi cozinhar o próprio almoço numa rotina de, no mínimo, 10 horas por dia. “Passo o dia fora. Sabia que se qui-sesse comer comida saudável eu mesma teria que fazer, então comecei a cozinhar durante a noite o almoço do dia seguinte”, explica. Os resultados? “A minha pele e meu cabelo melhoraram muito, o peso equilibrou e minha disposição aumen-tou. Não fico mais com sono depois do almoço, tampouco de mau humor. Meu humor não muda mais!”, comemora Marina.

Érica preparou dicas simples, possíveis para as rotinas de trabalho mais puxadas e garante que se forem levadas a sério, podem fazer toda a diferença.

“passo o dia fora. Sabia que se quisesse comer comida saudável eu mesma teria que fazer, então comecei a cozinhar durante a noite o almoço do dia seguinte”.Marina Cabral, gerente de negócios.

SAúDE

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Page 51: Sinal Verde

g DicasVeja algumas sugestões para uma boa alimentação mesmo com uma rotina de trabalho que não lhe dá folga:

• Comer de 3 em 3 horas: quando passamos um período maior que 3 horas sem comer, o corpo

entende que isso é jejum e naturalmente diminui o metabolismo, ou seja, o organismo acumula

nutrientes em forma de gordura para possíveis situações de escassez. Fazer intervalos peque-

nos entre as refeições ajuda a controlar o apetite e acelera o metabolismo. Sucesso certo.

• Ter sempre ao alcance frutas secas ou frescas, iogurte, barras de cereal e biscoitos sem gor-

dura transgênica: essas são alternativas fáceis e saudáveis. Dessa maneira, estaremos sempre

prontos para evitar o tal jejum que diminui o metabolismo e aumenta a fome.

• Beber sempre muita água: devemos beber no mínimo 2 litros por dia! A água é o solvente

universal, serve para carregar as substâncias dentro do nosso corpo, mantendo assim, as

células bem nutridas. Ajuda a saciar o apetite e serve para excreção de toxinas pela urina.

Além disso, auxilia no emagrecimento, pois para quebrar uma molécula de gordura são

necessárias 4 moléculas de água.

• Evitar frituras, refrigerantes, doces, enlatados, defumados: como se não bastasse o baixíssimo

valor nutritivo, esses alimentos ainda são ricos em gorduras, açúcares e contêm substâncias no-

civas para o organismo. O consumo exagerado pode ocasionar doenças crônico degenerativas.

• Evitar bebidas alcoólicas e cigarro: essa é a primeira medida para manter a saúde em dia. As-

sociados ao aparecimento de inúmeros tipos de doenças, bebidas alcoólicas e cigarros devem

ser evitados.

• Praticar esportes: atividades físicas melhoram o condicionamento físico e ajudam no emagre-

cimento, au xiliam no combate às doenças e ao estresse. Para os que não têm tempo de seguir

os horários de academia, as caminhadas são uma ótima escolha. Podem ser feitas em qualquer

lugar e a qualquer hora. Para quem tem bom preparo físico, não está muito acima do peso e não

tem problemas articulares, as corridas ainda são a melhor opção.

• Abuse dos alimentos orgânicos: esses produtos são cultivados (vegetais) ou criados (animais)

de uma forma a não se colocar em risco a saúde humana, não são utilizados fertilizantes, sin-

téticos, solúveis, agrotóxicos ou transgênicos. Além de naturais, os orgânicos possuem uma

quantidade bem maior de nutrientes e são bem mais saborosos. Mas os benefícios não ficam só

na saúde, o consumo de alimentos orgânicos também contribui com a sustentabilidade do planeta e fomenta

a agricultura. Durante o processo de produção é feito o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais

recursos naturais.

51AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 52: Sinal Verde

ASIA ESPECIAL REPORT

Portos com sustentabilidadeNagoya | Eulália Vasconcelos

por ser um arquipélago, com quatro ilhas centrais e mais de 6,8 mil pequenas espalhadas por toda a região, os portos desde sempre foram importantes meios para a realização de trocas comerciais no japão. Até mesmo entre as cidades japonesas o transporte de cargas é feito por via marítima, representando 38,7% do volume total movimentado dentro do país, de acordo com dados do ministério da terra, infraestrutura, transporte e turismo do japão

Há 1,02 mil portos no Japão, sendo que 22 deles são considerados especiais para trocas com outros países, como Nagóia, Kobe, Yokohama,

Osaka, Chiba e Tóquio, por exemplo. Quase a totali-dade dos produtos oriundos de comércio internacional, 99,7%, passa pelos portos ou ancoradouros existentes no país.

A área portuária do Japão, além de importante para a economia do país, é essencial para a vida de toda a sociedade, já que a mesma desenvolve também ser-viços de transporte de passageiros, além de proporcio-nar espaços para negócios e comércio, fornecimento de energia, desenvolvimento de projetos de cinturão verde e espaços de lazer.

Por causa disso, a responsabilidade ambiental e o desenvolvimento de políticas de sustentabilidade tem sido implementadas, desde o início da década de 90, sejam sob a coordenação do Governo Nacional, por meio dos Ministérios do Meio Ambiente e da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo, sejam pelas

Vista aérea do porto de Nagoya.

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Page 53: Sinal Verde

Descarga dos containeres, sustentabilidade

começa com a organização.

53AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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próprias administradoras locais, ou com parcerias dos dois níveis de governo.

No ano de 1994, o governo japonês lançou os con-ceitos básicos dos portos do futuro e politicas de meio ambiente, intitulados “Novas Políticas de Meio Ambi-ente para os Portos: desenvolvendo portos ecológicos em harmonia com seus meios”, representando uma série de melhorias portuárias, tais como o trabalho de proteção do ambiente marinho e o Projeto Mar Azul, ambos financiados pelo governo nacional, e o projeto de formas de prevenção da poluição portuária, parceria com as administradoras locais, por exemplo.

Eliminação de ResíduosOs portos do Japão desenvolvem projetos de elimi-nação e reaproveitamento de resíduos, assim como a introdução de navios de limpeza responsáveis pela retirada de material descartado na superfície das águas próximas aos ancoradouros. Esses projetos são majori-tariamente coordenados pelas administradoras locais, com um pequeno suporte do governo nacional. Além

disso, uma parte desses resíduos é usada para geração de energia que será utilizada pelo próprio porto.

O Japão tem conduzido políticas efetivas não só para a disposição e tratamento de resíduos, mas também na criação de Parques Eco-Industriais que possuem como característica, incentivar empresas geograficamente próximas, buscando a diminuição da produção de resíduos e melhorar a gestão local.

O conceito de “Eco-town” japonesa, foi introduzido em 1997 através de um sistema de subsídios criado por uma comissão interministerial, composta pelo Ministé-rio da Economia, Comércio e Indústria e pelo Ministé-rio do Meio Ambiente.

Muitos professores estão utilizando seus esforços de pesquisa para a construção da “sociedade de baixo carbono” que, no Japão, ganhou status de lei federal nos últimos anos. A contribuição da energia solar é óbvia, pois em seu ciclo de vida não há emissões significativas, ou melhor dizendo, as emissões de CO2 por unidade de energia produzida são substancial-mente reduzidas em relação aos processos normais de

ASIA ESPECIAL REPORT

Em 1994 o governo japonês apresentou

as Novas Politicas de Meio Ambiente para Portos.

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Page 55: Sinal Verde

produção de energia elétrica, no caso de termoelétricas que são movidas a carvão. Nesse sentido, o Japão tem contribuído com o desenvolvimento de placas mais eficientes, novos materiais e ideias inovadoras.

No entanto, segundo dados apresentados, nos últi-mos 20 anos, as eficiências de conversão de energia so-lar para energia elétrica aumentaram entre 4 a10 vezes, e o preço caiu pelo menos mil vezes. Segundo o pro-fessor Hiroshi Ajiki, é preciso cortar ainda 50% destes custos para que a comercialização e circulação sejam elevadas a patamares que sustentem este mercado.

Um dos exemplos de trabalhos desenvolvidos em prol da coexistência com o meio ambiente pode ser encontrado no Porto de Nagoya, localizado na cidade homônima. Um dos maiores do mundo, desde 1987, que as discussões acerca do destino do lixo e dos cui-dados com o ecossistema da região portuária tem sido de extrema importância.

De acordo com a administração local do porto, há uma política de responsabilidade baseada no conceito de um porto agradável e eco amigável para o futuro,

com envolvimento das autoridades portuárias e da população para a sensibilização sobre a preservação do meio ambiente.

No ano de 2001, o Porto de Nagoya lançou o “Plano de Proteção do Meio Ambiente do Porto” em que um dos objetivos era criar um porto em harmonia com o ecossistema. Um ano mais tarde foi formatado o “Plano de Ação da Administração do Porto de Na-goya para Prevenir o Aquecimento Global”, baseado no sistema de gerenciamento ambiental ISO 14001 e que foi introduzido no ano de 2003. De acordo com o plano, foram implementadas políticas de esforços de proteção ambiental (veja na tabela abaixo) que propor-cionam o desenvolvimento de um porto favorável à coexistência com nosso ambiente natural.

Outro projeto implantado pelo Porto de Nagoya foi a utilização de energia eólica, produzida na própria área portuária e gerenciada pela administração local, que considera uma forma de contribuir para o desen-volvimento sem prejudicar a natureza, além de reduzir a produção de poluentes.

O porto inaugurou o Plano

de Proteção do Meio Ambiente em 2001.

55AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 56: Sinal Verde

SEGUROS EM FOCOAparecido Mendes Rocha, corretor de seguros especializado em seguros [email protected] – Twitter: @amrocha2011

Responsabilidade civil ambientalos impactos causados ao meio ambiente repercutem nas esferas sociais, políticas e econômicas e faz com que os governos e comunidades, tratem a questão ambiental de forma integrada

A responsabilidade civil consiste, na obriga-ção do agente causador do dano, reparar o prejuízo causado a terceiro, por ato próprio

ou de alguém que dele dependa (responsabilidade subjetiva) ou ainda independente de culpa em al-guns casos (responsabilidade objetiva). Traduzindo para os riscos ao meio ambiente, o causador de um acidente com consequências de danos ambientais ao solo, às águas, às espécies e habitats naturais protegidos e danos corporais e materiais causados a terceiros, tem o dever de repará-lo.

O mercado segurador identifica grande potencial para o desenvolvimento do seguro de responsabilidade civil ambiental, um seguro definido por danos de po-luição ambiental, que tem como objetivo reembolsar o segurado, até o limite da garantia contratada na apólice, as quantias pela qual vier a ser responsável civilmente, em virtude de danos decorrentes de poluição súbita, acidental e gradual. Porém, são poucas as segurado-ras que operam com essa modalidade de seguro e as que operam possuem coberturas limitadas. Há grande resistência das seguradoras em garantir cobertura para poluição gradual, aquela configurada com a ocorrência de dispersão permanente e gradual de poluentes.

O seguro de responsabilidade civil ambiental prevê cobertura parcial de poluição súbita e acidental e ampla para a gradual, resultantes de riscos de vazamento durante o transporte rodoviário de mercadorias, de derrame de petróleo ou derivados e riscos decorrentes da prospecção

de produção de petróleo e para os da produção de energia nuclear. Também estão previstas coberturas para os gastos com limpeza e contenção de poluentes, depuração ou recomposição do meio ambiente, custos judiciais e lucros cessantes de segurados ou despesas decorrentes da impos-sibilidade de utilização do local coberto.

O seguro de responsabilidade civil transmite a idéia, a partir da sua concepção, de um dever social, to-davia, também se qualifica como um seguro de danos, cuja finalidade é à proteção patrimonial da empresa segurada, possibilitando-a superar o impacto ocasio-nado por um acidente ambiental, sem comprometer a sua saúde financeira.

Tramita na Câmara de Deputados, o projeto de lei 2313/03 que pretende tornar obrigatória a contratação de seguro ambiental para atividades lesivas ou potencial-mente danosas ao meio ambiente, o que pode representar a efetividade da recuperação do meio ambiente degra-dado. A contratação de seguro ambiental, independente de sua obrigatoriedade, constitui um elemento positivo para as empresas que desejam agregar valor a sua imagem institucional. Nenhum seguro deveria ser compulsório, contudo, ainda não há, no Brasil, uma cultura de preserva-ção ambiental por parte da maioria das empresas.

O seguro não pode ser entendido como se fosse uma licença para poluir. As empresas querem pro-duzir e obter lucros, as seguradoras querem vender seguros e obter resultados e o meio ambiente quer apenas sobreviver.

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Aparecido Mendes Rocha, corretor de seguros especializado em seguros [email protected] – Twitter: @amrocha2011

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EUROPE SPECIAL REPORT

La durabilité de la rivièreRedação

paris é conhecida por seus museus, culinária requintada, monumentos e por um rio que cruza a cidade, o Sena, que está longe de ser apenas um cartão postal, é uma peça fundamental para a sustentabilidade da capital francesa

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Rio Sena atravessa toda a cidade.

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Page 59: Sinal Verde

C onhecido como o rio dos namorados, o Sena é um importante instrumento econômico para a França e principalmente para a capital, Paris,

banhada por suas águas.A navegação fluvial na região metropolitana é

utilizada com bastante ênfase no transporte de produtos que são deslocados das rodovias, vias expressas e avenidas, aliviando o tráfego urbano.

O entulho proveniente das demolições, materiais para construção, areia, pedra, cimento, concreto e terra de escavação, são cargas comuns em comboios que navegam o rio.

As usinas de concreto localizadas as margens da hidrovia recebem matéria prima e fazem entragas por meio fluvial. A proximidade ao rio é um fator importante na redução de custos, pois as jazidas de areia e pedra estão localizadas no próprio leito. A sucata industrial e urbana também têm o rio como meio de transporte preferencial.

O carvão também é um produto que chega a região por hidrovia, para abastecer as usinas termoelétricas localizadas a beira do Rio Sena, evitando o fluxo de caminhões em trajetos urbanos, reduzindo a poluição ambiental e sonora.

O trigo, da famosa baguete francesa, navega o Sena ao encontro de moinhos localizados às margens. Após a industrialização, a farinha de trigo passou a ser distribuída para toda a região urbana de Paris, por via rodoviária.

os portos de Paris“Transporte fluvial limpo, eficaz e responsável”. Com esse slogan os Portos de Paris querem promover ainda mais o transporte fluvial, com foco principal no compromisso ambiental.

Afinal, o transporte fluvial consome cinco vezes menos combustível e emite 2,5 vezes menos CO2. Mais verde e mais seguro, ele se encaixa perfeitamente na dinâmica do Fórum Ambiental de Grenelle que tem como perspectiva um aumento de 25% dos modos de transportes alternativos, assim teríamos menos emissões, menos poluição e um potencial real de ganho na preservação.

Além desta importante contribuição para reduzir as emissões de gases de efeito estufa,

os Porto de Paris adotaram um plano de ação para estruturar a política ambiental no campo de desenvolvimento portuário. O tráfego do porto poderia ser triplicado, o que aliviaria o setor rodoviário em dois milhões de caminhões, aproveitando o incentivo fiscal para a implantação das empresas de logística ao longo do rio, facilitando o escoamento da produção por toda Paris e região.

O mais recente projeto que envolve o rio Sena, em Paris, propõe quatro objetivos. O primeiro é aumentar o acesso ao rio e tornar suas margens mais seguras. Segundo, melhorar a travessia do rio e propor novas atividades culturais, econômicas e desportivas, disponíveis à população, durante todo o ano. Por último uma nova arquitetura para as margens e que promova o desenvolvimento da biodiversidade.

O projeto propõem pelo menos nove áreas de saneamento, sendo quatro na margem direita e cinco

Carregamento de lixo corre o rio

em direção à Catedral de Notredame.

59AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 60: Sinal Verde

na margem esquerda. Cada área será redesenhada, na margem direita o principal objetivo é reduzir o tráfego intenso de veículos a um custo de aproximadamente 40 milhões de euros.

Os Portos de Paris estão determinados a ajudar a preservar o ambiente natural, levando em conta o ambiente no projeto e operação de seus portos.

Na sequência da adoção de um primeiro Plano de Ação Ambiental em 2007 e para consolidar os progressos realizados, os portos de Paris decidiram implementar uma política ambiental em todo o estabelecimento, consagrada em um espírito de melhoria contínua do desempenho ambiental.

Fluxo turísticoO transporte turístico de passageiros, pelo Rio Sena, é uma atividade tradicional em Paris, com seus famosos Bateaux Mouches, barcos moscas, nome originado do fabricante que construía as embarcações, o Estaleiro Mouche, da cidade de Lyon. O número de turistas na França supera os 80 milhões e a grande maioria visita Paris

Como as principais atrações turísticas de Paris estão localizadas às margens do Rio Sena, a prefeitura projeta interligar diversos trechos das margens do rio, para possibilitar aos turistas e visitantes circularem e desfrutarem das atrações através de um passeio contínuo, sem prejuízo para as atividades portuárias.

EUROPE SPECIAL REPORT

Os “Bateaux Mouches”: barcos de

transporte de turistas e cargas.

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Page 61: Sinal Verde

Encontro Nacional de Comércio Exterior

Veja programação no site e inscreva-se!

Pier Mauá - Armazém 2 do Porto do Rio de JaneiroPier Mauá - Armazém 2 do Porto do Rio de Janeiro

Page 62: Sinal Verde

SUMMIT VIEW

Um cidadão do mundoLeandro Almeida

Acostumado a muitos carimbos no passaporte, o holandês robbert jan van trooijen voltou recentemente para o Brasil. Agora como chefe executivo da maersk na América latina e Caribe e se declara feliz. um líder que prefere falar da empresa do que de si, intitula a família e a profissão como a razão de viver. Acredita que o segredo é o equilíbrio, “a balança” como ele mesmo diz com o sotaque holandês. robert apresenta, como poucos, a habilidade nata em moldar o mercado, motivo de sobra para estrear esta seção

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Page 63: Sinal Verde

Trade Summit - Quantos idiomas fala?Robert - O meu francês está um pouco fraco agora, já foi melhor. Falo alemão, pois para quem é holandês existe uma facilidade, o inglês, português e o holandês.

Quantas viagens a trabalho pelo mundo por ano?Eu viajo muito, são em média duas viagens por

mês dentro do Brasil e uma por ano, ao mínimo, para o exterior, para a Dinamarca onde é a sede da empresa.

Segredo do líder?Acredito que não há segredo, o que deve ser

feito é conhecer a sua equipe, os seus funcionários, as pessoas que estão ao seu redor e com quem você trabalha. Mostrar autenticidade, acho que essa é a palavra para descrever melhor o que é o segredo do líder.

Como motivar equipe?Mostrar energia, bom humor, profissionalismo, as-

sim você passa esses princípios para sua equipe, é claro que existem dias que você está mais cansado ou até um pouco enfermo, mas você deve sempre mostrar para os seus funcionários que você acredita na empresa.

Como repreende?Acho que cada um sabe o seu dever com a empresa.

Seu maior erro profissional ?Aconteceu há muitos anos, eu sabia o que era ne-

cessário, doloroso, porém necessário e demorei para to-mar a atitude e eu digo isso em termos de funcionário.

Sua mais importante realização profissional?Foi quando estava em Hong Kong e a empresa me

chamou para trabalhar em Londres, onde era a matriz.

The one million dollars question?Olha, pensei muito sobre essa pergunta e acho que

não existe, tem um livro do qual fizeram um filme que fala sobre isso. O homem pergunta qual o sentido do universo e o computador depois de um tempo, diz que a resposta é a numero 42, então acho que a questão de um milhão de dólares não existe.

Fusões e aquisições ou crescimento linear?Uma pessoa que eu conheço muito bem me disse

que você pode adquirir tudo na vida, a única coisa que você não pode comprar ou adquirir é o cliente. Eu pos-so pagar US$ 10 bilhões para comprar uma empresa grande, pensando que vou estar comprando também a participação que essa empresa tem no mercado, mas no final, quem vai decidir é o cliente.

Como a sua empresa gera valor compartilhado?Como agregamos valor compartilhado aos nossos

clientes é fácil, são três requisitos que queremos nos diferenciar dos nossos concorrentes, confiabilidade, facilidade de acesso e meio ambiente.

Paletó e gravata ou roupa casual?Eu prefiro uma calça jeans e uma camisa do que

terno e gravata, até mesmo para trabalhar.

Hobby? Minha família, meus filhos e minha esposa.

Livro que recomenda e que está lendo no momento?Não tenho um em particular, mas não gosto de

ficção, prefiro os sobre história, biografias. Quando fui morar no oriente médio eu li um que falava sobre o mundo do petróleo o nome é “The Price”.

Qual é o preço que se paga para chegar ao “Summit”?

Inevitável, acho que sempre tive muita sorte em minha vida, nunca deixei a minha família de lado, sempre priorizei o trabalho e a família.

Qual é o maior beneficio de estar no “Summit”? É bom ter acesso a pessoas que você admira e pode

aprender. Nas minhas viagens eu gosto de estar em contato com a minha equipe. Quando fui ao oriente médio, eu aprendi sobre petróleo, no Brasil, sobre o café e no Chile o salmão. Desde 97 eu não voltava ao Brasil e foi muito bom reencontrar velhos amigos. Estar no “summit” é um grande benefício, pois posso viajar muito e estar em contato com essas pessoas que me fazem aprender mais. Quando se está numa mon-tanha, a melhor vista é a do topo.

63AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 64: Sinal Verde

g A progress rail Services produzirá locomotivas em minas Gerais

Progress Rail Services, subsidiária da Caterpillar

Inc., anuncia seus planos de abrir uma fábrica de

locomotivas diesel-elétricas em Sete Lagoas, no

Estado de Minas Gerais. A MGE Equipamentos e

Serviços Ferroviários Ltda, subsidiária brasileira

da Progress Rail, será responsável por esta nova

operação industrial no país, cujo objetivo é ampliar

o atendimento oferecido aos clientes brasileiros

e sul-americanos. A Progress Rail prevê que

esta nova planta poderá criar até 600 empregos

diretos, quando estiver funcionando em sua plena

capacidade.

A empresa planeja fazer investimentos

significativos para modernizar a fábrica já

existente em Sete Lagoas. A unidade vai montar

e fabricar locomotivas da marca Electro-Motive

Diesel (EMD) em uma área de 12 mil metros

quadrados. O local conta com 100 mil metros

quadrados de área total. A Electro-Motive Diesel

Inc. é uma subsidiária da Progress Rail Services,

líder mundial em tecnologia de locomotivas, com

aproximadamente 33 mil locomotivas diesel-

elétricas em operação no mundo todo.

g Antaq anuncia novos portos terminaisSérgio Barreto Motta

Pedro Brito, ex-titular da Secretaria Especial

de Portos e prestigiado diretor da Agência

Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq),

anuncia que novos portos e terminais virão.

Diversos portos estão surgindo por todo

o país. Isso mostra que o decreto 6620, disciplinou

o setor. Dando segurança jurídica para os

terminais em operação e trouxe normas claras

para os futuros terminais.

Segundo Brito, será autorizado um novo porto

em Manaus, uma concessão para um porto no

Sul da Bahia, uma concessão para a região de

Aratú (BA). Vitória (ES) terá um novo porto de

águas profundas e será renovada a concessão de

Imbituba (SC), o primeiro porto privado do país.

Cita que Santos terá dois novos terminais

de containeres: Embraport e BTP-Brasil

Terminais Portuários. Ambos ainda estão

em fase de implantação. Brito destaca que o BTP

reúne os dois maiores operadores mundiais de

containeres: a dinamarquesa Maersk e a suiça

MSC. Em Itaguaí (RJ), será lançada licitação de

novo terminal de granéis.

Uma das idéias do Governo de mais fácil

execução é no Norte do País. Ligar os portos às

hidrovias, principalmente, após a inauguração das

eclusas de Tucuruí (PA), no Rio Tocantins. Belém e

Santarém, no Pará e Itaqui, no Maranhão, podem

se beneficiar desse projeto.

Antaq tem um Grupo de Trabalho que

está montando as propostas para apoio à

cabotagem, entre as quais, o suporte a projeto

do Sindicato dos Armadores (Syndarma), que

trata de novos incentivos e de redução do Custo

Brasil no mar, através do Pró-REB (Registro

Especial Brasileira).

g desafio ao Arco rodoviárioSérgio Barreto Motta

O Rio de Janeiro está realizando, com apoio

federal, uma obra importante, o Arco Rodoviário.

Embora menor, é comparável ao Rodoanel

paulista. O Arco Rodoviário irá ligar as

pier notAS do trAdED

ivul

gaçã

o

64

Page 65: Sinal Verde

proximidades do Pólo Petroquímico de

Itaboraí (Comperj) ao porto de Itaguaí.

Além disso, como a Ponte Rio-Niterói está

congestionada, permitirá que caminhões

do Norte e Nordeste tenham acesso

a Itaguaí e ao Sul do País com facilidade.

Para isso, será importante que a Serra

das Araras, na Via Dutra, hoje com traçado

arcaico, seja modernizada.

Mas um impasse está no meio do

Arco Rodoviário. Pelo jeito, a obra foi iniciada

sem profundo planejamento, pois pretende-se

que, ao passar pela periferia de Niterói,

tome área de diversos estaleiros, como

Equipemar, Renave, Aliança e Ultratec (UTC).

Os estaleiros sugerem ao Governo fluminense,

que o alargamento de pista não ocorra do lado

do mar, mas na parte interna da via, de modo

a preservar os estaleiros. Caso as negociações

não tenham êxito, os estaleiros estão dispostos

a recorrer à justiça.

g Holding que controla a Softway adquire Softleasing

A maior empresa em fornecimento

de soluções em software para o mercado

de comércio exterior da América Latina,

que já tinha recebido um aporte financeiro

da DGF Investimentos em operação global

avaliada em R$ 60 milhões, intensifica

seu processo de expansão. Por meio

dessa capitalização, a holding adquiriu a

Softleasing, empresa do mesmo segmento,

com foco em pequenas e médias empresas.

A operação permite que, agora, a holding

tenha atuação em todo o mercado brasileiro

de softwares para movimentações aduaneiras,

processo essencial a todos os setores da

economia nacional.

O aporte recebido também permitiu

a concretização do plano de internacionalização

da marca Softway, que inaugurou em março

uma subsidiária na Argentina, a primeira fora

do Brasil. Para 2012, está prevista a abertura

de uma unidade no México, com um investimento

total avaliado em US$ 2 milhões. Unidades em

outros países da América latina bem como nos

Estados Unidos, estão previstas, porém com

datas ainda em estudo.

g Complexo logístico da interporti recebe maior guindaste do mundo

O complexo recebeu a encomenda

da Constremac Construções, fabricado

pela holandesa IHC Fundex, que foi orçado

em R$ 20 milhões.

Este é o maior guindaste do mundo para

cravação de estacas em obras de infraestrutura

portuária. O equipamento garantirá maior

precisão e redução de custos nas obras em

alto mar. Segundo a Constremac, a aquisição

desse guindaste é um diferencial competitivo,

possibilitando um aumento de mais de 50%

em produtividade.

O Complexo Logístico da Interporti,

localizado em Itajaí (SC), foi escolhido

para essa operação, pois é especializado

em cargas de projeto, que é qualquer tipo

de carga pesada ou volumosa que, em razão

de sua tonelagem ou dimensão não pode ser

transportada em contêiner, exigindo assim,

transporte especial.

Em 2010, a empresa investiu em

novos equipamentos para movimentação

de cargas, capacitação técnica de seu corpo

de funcionários, composto hoje por 220

colaboradores e deu início às obras de

expansão de sua estrutura física.

65AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 66: Sinal Verde

pier notAS do trAdE

g paraguai retoma exportações de soja pelo porto de paranaguá

As exportações de soja paraguaia pelo Porto

de Paranaguá voltarão a ser realizadas a partir

do mês de agosto. Há oito, anos os paraguaios

deixaram de exportar soja pelo Porto, em

função das políticas públicas que dificultaram

o escoamento de cargas, como a proibição do

embarque de soja transgênica.

A superintendência do Ministério da

Agricultura no Paraná está incentivando

as transações. Facilidades na liberação de

mercadorias têm agilizado o desembaraço, como

a integração aduaneira que permite a fiscalização

da carga pelo Ministério da Agricultura do Brasil

ainda em solo paraguaio.

A Receita Federal também tem apoiado a

iniciativa. Já foi estabelecido um cronograma

de chegada de caminhões no Entreposto

Alfandegado do Paraguai em Paranaguá, para

evitar congestionamentos ou filas. Num primeiro

momento, a Receita irá liberar a chegada de 20

caminhões provenientes do Paraguai por dia,

podendo aumentar esse número conforme a

necessidade.

O Porto de Paranaguá possui um Entreposto

para escoar produtos do Paraguai (importação e

exportação). Foi estabelecido, na década de 50,

um convênio entre Brasil e Paraguai que criou o

entreposto em Paranaguá e deu também ao Brasil

um porto seco em território paraguaio. Além

disso, este convênio prevê algumas facilidades

como agilidade no desembaraço de cargas nos

dois países.

g Cade aprova fusão da Brado logística O Cade, Conselho Administrativo de Defesa

Econômica, aprovou em julho, a fusão da Brado

Logística, criada pelas parceiras América Latina

Logística (ALL) e Standard Logística. A Companhia

passou pelo processo de autorização do órgão

sem nenhuma restrição, cumprindo todas as

exigências

A Brado já nasce como a maior operadora

logística do Brasil com base intermodal

rodoferroviária em contêiner, operando também

no Mercosul. A Companhia atua nos mercados

externo, interno e importação e tem como

diferencial o transporte ferroviário, oferecendo

capacidade, competitividade nos custos e

qualidade de serviço, além de armazenagem de

cargas reefer e dry, distribuição, frota própria,

terminais de contêineres, Redex, Vigiagro e

habilitações para os mercados internacionais.

A Brado Logística prevê investimentos em

torno de R$ 1 bilhão em cinco anos e espera

conquistar de 12% a 15% das operações de

contêineres com o transporte ferroviário. Desde

a criação da companhia, já foram investidos,

aproximadamente, R$ 45 milhões em ampliações

de Unidades e aquisições de equipamentos e

maquinários.

g CSi Cargo inaugura centro logístico ii Mirian Gasparin

A CSI Cargo inaugurou o seu Centro Logístico II,

localizado às margens da BR 376, no município

de São José dos Pinhais (PR). Com uma área total

de 114.349 metros quadrados, o Centro Logístico

Div

ulga

ção

66

Page 67: Sinal Verde

da CSI oferecerá serviços de desconsolidação

de cargas da Renault/Nissan vindas de diversas

partes do mundo e transporte just-in-time

O armazém de 18 mil metros quadrados de

área de armazenagem tem capacidade para

380 contêineres e pode operar um volume

transferencial de 130 mil metros cúbicos por

mês, com recebimento superior a 43 mil metros

cúbicos e expedição de 86 mil metros cúbicos.

O investimento na compra de maquinário e

empilhadeiras foi de R$ 3,5 milhões.

Segundo informa o diretor-presidente

da CSI Cargo, Andrés Ceballos, o Centro

Logístico II funcionará 24 horas por dia, seis

dias por semana e conta com uma equipe

de 70 colaboradores altamente qualificados,

além de toda a estrutura de equipamentos,

que garante a velocidade e eficácia exigidas.

Outro diferencial do projeto é a utilização de

um Sistema de Gerenciamento de Armazém

(WMS Gardem) próprio, desenvolvido pela

equipe de Tecnologia da Informação da CSI. O

software funciona com sistema wi-fi, via pocket

pcs, e processa informações relacionadas a

todas as atividades desenvolvidas dentro do CL,

gerando indicadores de recebimento, estoque

e faturamento. Desta forma, a equipe da

Renault tem acesso online aos relatórios, que

são atualizados constantemente via leitura de

códigos de barra.

Div

ulga

ção

Page 68: Sinal Verde

ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

68

Todos os caminhos trazem a ItajaíRedação

preparamos este caderno para que você leitor descubra o prazer que existe em participar do itS 2011 - itajaí trade Summit. Aqui apresentamos dos dados técnicos do evento aos pontos turísticos de uma das regiões mais promissoras do sul do país

:: por ser um produto que agrega valor a esse encontro de empresas e profission-ais, a revista trade Summit se sentiu com a obrigação de colocar, nesta edição, um pouco da história, do envolvimento dos expositores presentes nos outro anos, mas sem deixar de lado gráficos de avaliação de público, ilustração com a planta do evento, mapas, entre outros

:: nossa equipe se orgulha ao superar cada um dos desafios que surgem quando se quer melhorar. Somos também, declaradamente, favoráveis à qualidade de vida e consid-eramos que cada passo de sucesso dever ser compensado. por isso, oferecemos-lhe a editoria Viagem, com muitas opções para celebrar suas conquistas

História

Circuito

Page 69: Sinal Verde

69AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Todos os caminhos trazem a Itajaí

Vista da praia de Taquaras,

uma das agrestes de Camburiú.

Page 70: Sinal Verde

ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

A berto ao público no dia 21 de novembro, o ITS 2008 - Itajaí Trade Summit, surgiu com a pretensão em ser o maior encontro

de negócios, nas áreas de comércio internacional e logística, da Região Sul. Aproximadamente 7 mil visitantes passaram pelo Centro de Eventos, entre eles estiveram profissionais de comércio exterior, logística, transportes marítimo, rodoviário, aéreo, embarcadores de cargas internacionais e fabricantes de equipamentos.

Segundo o então coordenador de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Guilherme Boger, a feira podia ser logo considerada uma das maiores e mais significativas do país. “Participo de eventos em todo o Brasil e, sem dúvida, a Itajaí Trade Summit, surpreendeu pela organização e pelo enfoque. Foi um evento bastante focado e isso é importante, nesse caso o destaque foi a comercialização e internacionalização. Fiquei surpreso com as informações disponíveis no evento”, afirma Boger que atualmente é o gerente executivo da ABTI.

No ano seguinte, com mais de sessenta expositores o evento marca a retomada total dos negócios da região. Para o prefeito, Jandir Belline, a feira agregou qualidade ao mercado de comércio internacional da cidade, trouxe o setor logístico e mostrou que Itajaí se recuperou dos problemas na estrutura portuária, causados pela enchente que assolou o estado em 2008. “A prefeitura conta com o Itajaí Trade Summit para apresentar a todos os profissionais do setor a infraestrutura que a cidade possui, além é claro da expectativa de crescimento”, avalia Jandir Belini.

Com 8.828 visitantes e mais de setenta expositores, o ITS 2010 – Itajaí Trade Summit bateu recorde de todas as edições anteriores, com um crescimento de 35% em relação a 2009. Na terceira edição, o diferencial foi o grande número de negócios fechados durante o evento. Segundo o presidente da Próspera Trading, Fábio Fecondes, todos os anos a empresa em que trabalha consegue amortizar os investimentos do patrocínio com negócios fechados ou iniciados na feira.

Entrada do Centreventos,

local em que ocorre o ITS 2011.

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ivo

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Mar

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Page 71: Sinal Verde

“o itS é um evento importante para as pequenas e médias empresas que querem apresentar a marca para o mercado, sendo uma excelente oportunidade para as grandes empresas se fortalecerem, mantendo proximidade aos clientes e prospectando novas oportunidades. E valoriza a cidade de itajaí, que cresce a cada ano no segmento de comércio internacional”. Jean Stoll, gerente regional sul da Maersk

Vista da movimentação do ITS 2010,

sucesso de negócios e contatos.

71AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

Ainda lembra que os contatos iniciados ali são concretizados posteriormente e que a expectativa melhora a cada ano com a qualidade do público visitante.

Atualmente a Região Sul tem a melhor infraestrutura portuária no país. Os três estados concentram grande parte da exportação e importação de carga de produtos com alto valor agregado. Para Fabiano Longo, da DHL Global Forwarding, que nunca ficou de fora do ITS e dobrou o tamanho do estande para essa edição, comenta que em 2010 foi notável que o evento aumentou quanto ao número de clientes, principalmente do Paraná. O que para Fabiano é importante, porque reforça a atuação regional, fortalece a marca e mantém o contato com os clientes da DHL.

Já para Marcelo Orpinelli, CEO do Grupo Localfrio , que participa desde 2008 e que ano passado foi patrocinador e renovou para 2011 o foco no relacionamento e intercâmbio empresarial, teve as expectativas superadas, afirmando que o evento é uma das melhores oportunidades de se reunir players do setor, autoridades e clientes, além de estabelecer contatos valiosos para qualquer empresa que atua no segmento, demonstrando que o ITS é um encontro qualificado da área de Logística, Transporte e Comércio Internacional, destinado a profissionais de grandes, médias e

pequenas empresas exportadoras, prestadoras de serviços e equipamentos.

“O ITS é um evento importante para as pequenas e médias empresas que querem apresentar a marca para o mercado, sendo uma excelente oportunidade para as grandes empresas se fortalecerem, mantendo proximidade aos clientes e prospectando novas oportunidades. E valoriza a cidade de Itajaí, que cresce a cada ano no segmento de comércio internacional”, afirma gerente regional sul da Maersk, Jean Stoll.

O Porto de Itajaí, que patrocina o evento desde o princípio, revela a importância que representa para a cidade. Segundo o prefeito Jandir Bellini, receber o ITS é visto com atenção, pois movimenta o setor turístico, empresarial e a cidade ganha em todos os sentidos, pois o volume de negócios que é tratado dentro da feira sempre trás boas parcerias para o município.

Como as feiras geram oportunidades de negócios e possuem ambientes privilegiados para o incremento das relações comerciais, reunindo fornecedores de produtos, serviços e tecnologia, compradores, especialistas do setor e profissionais, essa concentração de oportunidades favorece a otimização de recursos financeiros e representa a possibilidade de demonstrar o produto a um grande número de pessoas em um curto período de tempo.

Entrada do porto e a praia de Atalaia.

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Veja a seguir alguns números do itS 2010:

dia 14 de setembro as 16 horas:Incentivo à importação: Sonegação fiscal ou catalisador de desenvolvimento logístico regional?

^^ Menos ICMS na importação e mais arrecadação para o Estado de Santa Catarina.

^^ Ações de inconstitucionalidade de setores da indústria e o real desenvolvimento de novos polos logísticos no Estado.

^^ Qual será o impacto na economia Brasileira e para o Estado de Santa Catarina com o fim destes incentivos?

Tecnologia aplicada à movimentação de carga^^ Carga inteligente e porto sem papel. Realidade?

^^ RFID aplicado ao produto como ferramenta de informação online.

dia 15 /setembroCabotagem vs. Transporte Rodoviário de Carga. Qual a melhor opção para quem paga o frete?

^^ No mundo todo, o transporte acima de 500 km é realizado por navio. O que falta para também ser realizado no Brasil?

^^ Mais escala, tempo de entrega, preço, velocidade no atendimento, falta de espaço para a armazenagem, “lobby” da indústria automotiva,  aceitar “meia nota”, comprador de serviço corrupto, desconhecimento do assunto pelo gestor da indústria. Enfim, como convencer o responsável pela compra de frete, sobre a eficiência da Cabotagem para o transporte de Carga de longa distância?

g fÓrum nEtmArinHA

Técnico

Gerente

Comercial

Outros

Diretor

Supervisor

Sócio

Governo

Consultor

Presidente

Engenheiro

perfil

22%15%

11%

11%

10%

8%

6%

5%

5%

4%

3%

73AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

Santa Catarina

São Paulo

Paraná

Rio Grande do Sul

Internacional

Rio de Janeiro

Centro-Oeste

Norte/Nordeste

procedência

68%11%

7%

6%

3%

2%

2%

1%

Portos, terminais e armazéns

Logítica (Oper. logística e Freight Forwarders)

Serviços (Trade Companies, consultores, TI,

entid. de classe, governo, etc.)

Transp. Marítimo

Equipamentos

Despachantes Aduaneiros

Transp. Rodoviário

Outros

Transp. Aéreo

Transp. Ferroviário

Segmento dos Visitantes (prest. de Serviço)

19%

17%

14%

11%

9%

9%

8%

8%

4%1%

74

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planta itS 2011:Veja a localização de cada expositor para esta edição

Schenker

IjSglobal

Multipla

Infraero

Trade júnior

SDApRSC

Tito

Softway

Interport

DHL

Login

Tecadi

Estrada

grupo Soseg

AppA

Azul Cargo

porto de Itapoá

Columbia Trading

Câmara Brasil-Itália

Revista Economia e Negócios

Informativo dos portos

MovTrans

MAFI do Brasil

Columbia, Elog, EADI Sul

porto do Rio grande

porto Nave

porto de Itajaí

EgA Solutions

AM Trans

LocalFrio

ApM Terminals

DC Logistics porto de Santos

Smiths Detection

Heusj Comissária

Multilog

Ford CaminhõesCugner

Tesc

poly Terminals

ABTI

jornal Brasil Econômico

MercosulLine

ACII - Ass. Emp. de Itajaí

Rogério phillip

75AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 76: Sinal Verde

ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

Porto, praia, diversão e culinária Luciana Zonta e Adão Pinheiro

Com a realização do evento itajaí trade Summit, convidamos a jornalista luciana Zonta para apresentar a cidade e arredores, mostrando ao lado empresarial, que além de bons negócios, itajaí é uma ótima opção para o turismo e entretenimento, confira as dicas da nossa repórter

Barcos a vela ancorados na Baía Afonso Wippel, popularmente conhecida como Saco da Fazenda, geram uma empatia imediata

com quem chega ao lugar. O estuário da margem direita da foz do Rio Itajaí-Açu, que separa as vizinhas Itajaí e Navegantes, é o ponto de referência para quem está na Itajaí Trade Summit (Centro de Eventos de Itajaí), e quer desbravar um pouco mais desta cidade de quase 200 mil habitantes e um certo ar de interior.

Isso mesmo, interior! Após 151 anos de emancipação política, Itajaí cresceu e apareceu, mas também guarda um conjunto de casarios históricos bem conservados, pracinhas limpas e floridas e

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Page 77: Sinal Verde

Porto, praia, diversão e culinária

Para os mais radicais parapente

no morro do Careca.

Fern

ando

Var

gas

77AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

personagens com quem sempre é possível trocar alguns comentários sobre a safra da tainha ou da anchova. A forte ligação com a pesca (a cidade concentra algumas das maiores empresas enlatadoras de sardinha do Brasil) faz de Itajaí uma terra com fartura de oferta de pescados tanto nos restaurantes agrupados na turística Avenida Beira-Rio - onde também está o Centro de Eventos - quanto no Mercado do Peixe, lugar que, aos sábados, reúne democraticamente empresários, portuários e mendigos sob o mesmo teto.

Um bom exercício de imersão na alma da cidade é sentar-se em um dos charmosos restaurantes do Mercado Público de Itajaí, de frente para o Rio Itajaí-Açu, e observar quem passa ou se diverte por ali. Anexo ao local, o tradicional Café e Restaurante Mercado Velho tem comidinhas típicas de boteco e cervejas artesanais de Santa Catarina, lugar perfeito

para um happy hour entre amigos. O local também é point de eventos culturais e shows musicais de voz e violão.

A alguns passos dali, está a Igrejinha Imaculada Conceição – a mais antiga da cidade - e um conjunto bem conservado de construções tombadas, que contam parte história de Itajaí. Na praça da igrejinha, é possível avistar o píer turístico, que recebe navios de cruzeiros e turistas de diversas partes do mundo, de novembro a março. E ainda comprar algum presente dos artesãos que por ali se espalham.

BaladasSe a intenção é conhecer gente bonita ou badalar pelos lugares bacanas da região, é possível pegar o carro e dar uma esticada até a Praia Brava, bairro preferido de surfistas, mulheres bronzeadas e distante 5 quilômetros

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Page 79: Sinal Verde

do centro da cidade ou, então, jogar-se na efervescente Balneário Camboriú. Em ambos, o que não falta são boas opções gastronômicas e lugares charmosos para cair na noite.

Para o empresário e diretor do Grupo Riviera, Evandro Dal Molin, que reside no bairro e freqüenta os points mais badalados da Brava, há pelo menos meia dúzia de bons restaurantes que não podem ficar de fora do roteiro de quem quer curtir a Praia Brava, atual alvo de investimentos imobiliários de alto padrão. Especializado em comida espanhola, o restaurante Dianthus costuma agradar o paladar de quem busca cozinha contemporânea. A sevicheria Salva Brava, a poucos metros do mar, reúne os que apreciam culinária andina diferenciada.

Curtiu a praia e resolver esticar alguns dias da viagem de negócios para descansar? Evandro Dal

Molin sugere a Pousada Ondas da Brava, bem de frente para a praia, e a pousada Felíssimo, administrada pela elegante Graça Schauffert e que costuma hospedar famosos como o apresentador Amaury Jr. e globais que escolhem a Brava para curtir férias em família. Quem curte música eletrônica, ainda pode ficar atento à programação do Warung Beach Club, que costuma trazer DJs de renome internacional para festas especiais.

Situado na ponta da Praia Brava, no limite com Balneário Camboriú, o Morro do Careca é o mais belo ponto para avistar a paisagem de cima. Há quase 20 anos, o topo do morro também virou endereço fixo dos adeptos de parapentes e asa-deltas. O Careca leva este nome por ter o topo liso e pouca vegetação. A vista, aliás, é dupla. Do lado direito, os prédios da Praia Central emolduram a paisagem de frente para a

À cima a entrada do Mercado Público, à esquerda os

trabalhos artezanais feitos no local. À direta a Igreja

Imaculada Conceição, a mais antiga igreja da cidade.

Foto

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79AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 80: Sinal Verde

ITS 2011 – ITajaí Trade SummIT eSpecIal

Ilha das Cabras, principal cartão-postal de Balneário Camboriú. Do lado esquerdo, os surfistas da Brava, em Itajaí, viram formigas num tabuleiro azul.

CamboriúMais três quilômetros ao Sul pela Rodovia Osvaldo Reis, chega-se em Balneário Camboriú, cidade que concentra alguns dos restaurantes, bares e casas noturnas mais badaladas de Santa Catarina. Ao olhar a linha do horizonte da Praia Central, a primeira impressão que se tem é de ter chegado a uma metrópole. E não está muito longe disso. A cidade é um playground turístico que, nos últimos anos, passou por um boom imobiliário digno de Avenida Paulista. Junto com esse boom, surgiram excelentes restaurantes, que não perdem em nada para os de outras regiões turísticas do país.

Isso sem contar as lojas bacanas, shoppings com várias salas de cinemas e uma noite animadíssima,

com baladas que só terminam ao raiar do sol. Um dos endereços mais balados é o Green Valley, estrategicamente posicionado na vizinha Camboriú. A casa noturna acaba de ser apontada como a terceira melhor do planeta, segundo a conceituadíssima lista dos Top 100 clubs mundias da revista Dj Mag, publicação inglesa considerada a bíblia da música eletrônica. Um reconhecimento inédito para o Brasil, até então, um país sem muita expressão no e-music mundial.

Como o que não falta são alternativas para aproveitar as horas de ócio em Balneário Camboriú, definir o que fazer nem sempre é uma tarefa fácil. O empresário do ramo de automóveis, Álvaro Zambom dos Santos, cita que um dos programas que não pode faltar em qualquer roteiro turístico da cidade é visitar as praias agrestes, sem esquecer de ocupar a estrutura e serviços de algum restaurante junto à beira mar. Entre as praias agrestes, ele recomenda a do Estaleiro,

À cima, a adega do Number Seven, 1,2 mil rótulos

de vinhos para degustar.

À direita, pescadores, na Baía Afonso Wippel,

popularmente conhecida como Saco da Fazenda

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Page 81: Sinal Verde

lugar que costuma freqüentar pelo menos uma vez por semana. Como a natureza é um espetáculo à parte na cidade, Álvaro ainda recomenda acompanhar o nascer do sol na Praia Central. “São imagens inesquecíveis, que podem render belíssimas fotos”, destaca.

No campo gastronômico, a primeira filial do descolado restaurante Taj de Curitiba, eleito cinco vezes consecutivas pela Revista Veja como o melhor lugar para paquerar, também não pode ficar de fora de quem quer conhecer a alma de Balneário Camboriú. Situado na Avenida Atlântica, point das melhores casas e restaurantes da cidade, o Taj trouxe à região um mix de restaurante e balada, mas sem pista de dança. “É um ambiente agradável, para um happy hour, um jantar a dois ou mesmo tomar um chopp e curtir um som com os amigos”, explica Gustavo Ferroni Ferreira, um dos sócios da casa.

O restaurante Number Seven, no Pontal Norte, é outra boa opção para curtir a vista da Praia Central

À cima na esquerda, os temperos do Mercado

Público. A badalada praia de Itajaí. E navio de

cruzeiro atracado no terminal turístico do porto.

e degustar um dos vinhos da adega de 1.200 rótulos e um dos charutos cubanos que a casa oferece aos clientes. O menu de culinária fusion food, que mistura receitas tradicionais com ingredientes e sabores novos e inusitados, é assinado pelo chef Denis Ceratti Pernanchini, da nova safra de talentos catarinenses na gastronomia.

SennaVocê sabia que Balneário Camboriú reúne o mais completo museu do Brasil sobre Ayrton Senna? Eternizado por sua carreira brilhante na Fórmula 1, o piloto é homenageado pelo Museu Ayrton Senna – Tributo a um Campeão, idealizado pelo empresário e professor de Educação Física, Altair Kadiz dos Santos. Com acervo que reúne cerca de 1,5 mil itens, entre fotos, reportagens, miniaturas de carros, estatuetas, capacetes e até um macacão de corrida do ídolo, a exposição fica permanentemente aberta ao público na Kadiz Esporte& Lazer, em Camboriú. Parte do material fotográfico e algumas peças foram doadas pela mãe do corredor. Espalhadas pelo complexo estão 500 quadros que contam um pouco da carreira de Senna.

81AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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DE TOUT UN PEU Cristina Franzon, consultora em designer de [email protected]

O que é estilo? Essa é a pergunta respondida na estréia desta coluna. Ela surgiu pela necessidade de uma introdução ao tema moda e comportamento, pois antes de dizer o que e como vestir é preciso entender o que é ter estilo

os modismos são temporários, por isso, sua atitude em relação a vida deve ser uma marca registrada. E, indiscutivelmente, a aparência é

parte fundamental da maneira como você se apresenta ao mundo.

O estilo pessoal e intransferível revela, ou deveria revelar, quem você é. Se for uma pessoa tímida e vestir-se com uma roupa que chame atenção, com cores fortes por exemplo, passará a impressão de estar fantasiada. O contrario também é possível, uma pessoa extrovertida em uma roupa muito clássica e conservadora parecerá amarrada. Por tanto, antes de definir um modo de vestir, deve-se encontrar um jeito de ser. “Conheça primeiro quem você é, depois adorne-se de acordo”, disse Epiteto em seus conselhos para uma boa vida.

Atualmente podemos observar que a moda está em um momento de ausência de tendências. Nunca houve época como agora, em que encontramos tudo-ao-mes-mo-tempo-agora, basta sair nas ruas para comprovar. Modelos tradicionais misturam-se a novos tecidos, cortes ou modismos. Estabelecer um padrão virou demodê. A cada estação algumas peças ficam em evi-dência, mas a indústria em renovação constante torna impossível seguir modelos como antigamente.

Quando, dentro do leque de opções oferecido nas lojas, você escolhe aquilo que o representa, a moda ganha um sentido maior. A produção em escala indus-trial causa a necessidade de um estilo individual, do contrário todos andaríamos exatamente iguais. Observe que nas ruas encontramos estilos que podem ser mais inspiradores e interessantes do que nos desfiles, isso é o reflexo de uma busca por identidade. É um modo

único de se mostrar ao mundo. Mesmo quando é preciso manter algumas regras para fazer parte de um grupo o indivíduo tende a diferenciar-se.

Mas ainda é possível encontrar alguma tendência nessa nova ordem da moda. A febre do momento é quanto a procedência dos produtos. O público, mais consciente, exige produtos a partir de materiais ecológicos e métodos sustentáveis de produção. Essa prática começou timidamente nos anos 70, com os movimentos culturais da época, e se intensificou nos últimos anos no cenário mundial. A atual tomada de consciência no consumo deixou de ser coisa de hippie. As roupas não têm mais caráter artesanal, incorporaram design e tecnologia.

O São Paulo Fashion Week, pela segunda vez adotou a sustentabilidade como tema. O evento foi decorado com papelão reciclado e reduziu o consumo de energia em 70%, entre outras ações. Nas passarelas, contudo, pouco se viu sobre o tema. A indústria têxtil brasileira ainda está começando a adaptar suas fábricas a esse novo conceito, mas no exterior esse processo anda a passos firmes. A semana de moda de Londres, realizada em setembro, terá o Esthetica, um espaço só para marcas ecológicas. E, em outubro, Paris sediará a quarta edição de uma semana de moda exclusiva para marcas adeptas do comércio ético (todas as etapas de confecção priorizam a redução do impacto ambiental, promovem a atividade de artesãos e pequenas comuni-dades e valorizam os funcionários).

Na Europa e Estados Unidos existem lojas inteiras

84

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especializadas em peças ecologicamente corretas. Grifes como Armani e Levis – até a megarrede varejista Wal-Mart – lançaram linhas especiais de roupas com algodão orgânico. Hoje é fashion usar roupas e acessórios que contribuem para a preservação do planeta.

O importante é saber o que usar, respeitando os ambientes e as pessoas. Imprimindo sua personalidade em seu modo de vestir. O meio corporativo tem con-venções pré-estabelecidas quanto a vestir, observe-as e adicione sua marca pessoal. Um terno pode ser uma vestimenta muito tradicional, em cores sóbrias. Ou um look bem cortado adicionado de uma camisa colorido e gravata vintage. Ou pode ter um toque descontraído e uma camisa de tecido que ajuda a pele a respirar, com anti-fungícos. E assim por diante. O ideal é ter você evidenciado em suas atitudes.

g Encontre seu estilodecidir o que vestir pode determinar quem você é:

^^ Os Clássicos – são as pessoas

que não seguem modismos,

possuem peças de qualidade

à temporais, criam um guar-

da-roupas duradouro, poden-

do se apropriar da moda em

alguns itens ou assessórios

quando lhes convier. Prefe-

rem as peças refinadas com

bom corte e tecidos glamu-

rosos, sapatos de qualidade.

Mantém-se fieis às marcas

pessoais.

^^ Os Modernos – Antenados,

assimilam informações rapi-

damente, são descolados, e

desapegados. Capazes de re-

novar o uso para uma mesma

roupa, inventam, reaproveitam,

misturam. O novo e o antigo,

os caros e baratos, tecnologia

sustentável e peças de brexó .

Abusam dos acessórios releem

roupas clássicas num contexto

inovador.

^^ Os Esportivos – Vestem-se

para aventura com tecidos

modernos cheios de tecno-

logia, reciclados, orgânicos,

confortáveis. Usa roupas in-

formais, preocupa se com a

natureza e a sustentabilidade.

Rodr

igo

Mon

tana

ri

85AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

Page 86: Sinal Verde

A NetMarinha como geradora de conteúdo e produtora de eventos, tem o objetivo de fortalecer o Brasil no mercado global. Para que isso seja possível, é preciso formar profissionais que saibam atuar nas condições adversas que o mercado apresenta.

É necessário pensar no crescimento, bem estar e desenvolvimento deste profissional. Mas não queremos adotar práticas de auxílio, em que gurus do RH ditam regras. Como se vestir, se portar numa entrevista, redigir um currículo ou o

caminho que deve ser seguido na carreira. Acreditamos que o melhor é fornecer conteúdos importantes para o

autoconhecimento, respeitando o indivíduo, priorizando a saúde mental. Para, então, tornar-se seguro e confiante para assimilar todas as informações que nos cercam nesse ambiente.

Ao pensar nessa busca pelo crescimento do profissional do setor vimos a necessidade em criar esta nova seção da Trade Summit. Apresento a você leitor o “Mundo Corporativo”, aqui vai encontrar opinões de especialistas em comportamento humano sobre seu bem estar no trabalho. Para esta estreia convidamos nosso colunista, Willian Mac-Cormick, especialista em psicologia organizacional e institucional, a selecionar alguns artigos.

Sua colaboração é fundamental para o desenvolvimento deste conteúdo, mande dúvidas e pontos de vista. Colabore para promovermos uma grande troca de conhecimentos! Aguardamos seu e-mail, [email protected].

João TeixeiraDiretor Comercial e Marketing

MUNDO CORPORATIVO

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Page 87: Sinal Verde

Você é feliz com seu trabalho?A felicidade no trabalho para alguns pode significar o sucesso, a carreira brilhante ou o emprego dos sonhos. mas a profissão ideal é aquela que se ama, que se deseja, que se passa horas fazendo com prazer, sem ver o tempo passar

A pessoa precisa se sentir realizada e completa, sem pensar apenas no retorno financeiro ou na popularidade que ganhará. Se relacionarmos

felicidade a poder, ter, comprar e ser admirado pelo que temos e não pelo que somos ou gostamos de fazer, abre-se um vazio existencial. O trabalho pode e deve ser fonte de prazer, realização e não apenas um meio para alcançar o que deseja.

O trabalho, muitas vezes, pode estar ligado ao sofrimento, pela necessidade de ganhar dinheiro. Um exemplo é o modo como o brasileiro se relaciona com o ofício. Somos um povo que pega o calendário no primeiro dia do ano e vibra com o feriado que terá, ou seja, o trabalho passa a não ser prazeroso e sim, apenas uma obrigação, uma necessidade.

Um dos primeiros passos para transformar essa visão é mudar a postura. É preciso colocar-se como responsável pela vida e trabalho. Ao invés de reclamar das atitudes do patrão, da empresa, do trabalho, do salário, entre outros, deve-se refletir: - O que eu faço de diferente Por que eu mereço um aumento? Como posso

melhorar neste ambiente? Será que não é o momento de buscar outras oportunidades? Entretanto, não existe empresa perfeita ou ideal. Existe aquela em que seus valores condizem com a forma de atuar no mercado e relacionar com clientes, colaboradores e parceiros.

Delegar a felicidadeTransferir a responsabilidade de ser feliz a coisas e pessoas. O ser humano, muitas vezes, liga a felicidade a outra pessoa, a um amor, a um casamento ou um trabalho e um bem material, mas é preciso que primeiramente tenhamos que ser felizes conosco. O projeto de felicidade que idealizado é distorcido e tem a função de nos manter na insatisfação. Cada vez mais a felicidade, na atualidade, está menos embasada em razões filosóficas e mais em razões de mercado, de consumismo. As motivações filosóficas e religiosas dão conta que é preciso ser feliz pelo que somos, ir além da banalidade do nosso dia a dia. Já os motivos de mercado transformam os desejos em necessidades e o que eu não tenho, faz-me infeliz.

Willian Mac-Cormick

87AGoSTo/SETEMBRo DE 2011

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MUNDO CORPORATIVO

E agora?Willian Mac-Cormick

Chegou a hora de repensar a carreira, procurar novos cursos e oportunidades de emprego. novos projetos. É nessa hora que surge a dúvida: como planejar este processo de mudança?

Você como profissional não está fadado a nada. E hoje, mais do que escolher esta ou aquela profissão - como uma prateleira de su-

permercado - podemos inventar e se reinventar como profissional o tempo todo. O número de profissionais que se questionam sobre suas escol-has é cada vez maior. Uma pesquisa do HLCA Human Learning revelou que 78% dos profissionais entrevistados, entre 18 e 60 anos, não estão felizes no trabalho. É daí que surgem as mudanças. É importante salientar que, hoje, diferentemente de anos anteriores, a formação de um profissional não é mais determinante para o trabalho. Existem engenheiros que são diretores, jornalistas que fazem seleção e até odontólogos que administram.

É grande o número de profissionais que por diversos motivos se questionam como profissionais em suas escolhas. Tudo tem um preço: recomeçar uma nova carreira, voltar a estudar, investir mais do que receber, descapitalizar. Cada escolha tem seu preço e é preciso estar preparado para enfrentá-lo.

O primeiro passo é perceber que não existe empresa perfeita. Sempre há os prós e contras em cada organização. Sempre há um preço. O fato é que o trabalho vem para responder uma forte questão social:

– Quem é você?. Muitos responderão, por exemplo: – Sou fulano, vim da família tal, dessa região.

Geralmente as pessoas respondem com seu ofício

e assim se sentem socialmente úteis. Tenho minhas dúvidas: será que quando perguntam “quem é você?” não desejam saber, na realidade, “o que você faz?”

Nesse sentido, o melhor emprego é aquele que melhor responde a pergunta “quem é você”, levando em consideração todos os fatores, como remuneração, família, qualidade de vida e identificação com a cultura organizacional.

É difícil pensar em mudança de atividade profis-sional de forma totalmente separada das questões financeiras. Toda mudança pode gerar perdas no que se refere à remuneração. Esteja preparado para ser ques-tionado sobre largar estabilidade e bons salários em busca de algo novo. Quando se encontra sentido no que se faz e aceita pagar o preço, os resultados podem ser extraordinários.

g Quer mudar de carreira?

preste atenção nestas dicas:^^ Muitas vezes é preciso investir na aquisição

de novos conhecimentos - cursos de extensão,

pós-graduação e até uma nova faculdade.

^^ Entenda que não existe empresa perfeita. Em

cada uma poderá existir algo que você dis-

corde.

^^ Sempre é tempo para mudar e arriscar algo

novo. Basta estar preparado para o desafio.

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Page 89: Sinal Verde

Caça aos traineesWillian Mac-Cormick

As empresas buscam alunos de universidades de renome, cursando o último ano ou recém-formados, com potencial para serem grandes profissionais. Esses candidatos devem ter perfil para trabalhar sob pressão, suportando a competição interna e a constante busca pelos melhores resultados

Na abertura de um processo trainee, os candi-datos passam por avaliações, entrevistas e dinâmicas de grupo. - Estabilidade familiar,

ser bilíngue, solteiro e ter condição de dedicação integral ao trabalho são características relevantes para a vaga - o maior objetivo é moldar um profissional jovem e talentoso de acordo com a cultura organizacio-nal da empresa.

Os candidatos procuram por programas de trainee para obter experiência, contato com empresas de referência no mercado e reconhecimento, mas lembre que nem sempre isso significa melhor remuneração. O candidato deve estar ciente de que muitas vezes deverá abdicar do lazer, de finais de semana e de tempo com a família.

Participar de um processo tão acirrado nem sempre é o indicado para todos os perfis. Pessoas que já pas-saram por empresas mais exigentes e que hoje podem optar pelas que, além do resultado, primam pela quali-

dade de vida. Porém, também há casos de profissionais que sentem falta da correria, adrenalina. Por isso, cada um deve avaliar o próprio perfil antes de ter certeza de que deseja participar de um processo trainee.

Aprovação X ReprovaçãoO grande desafio para os candidatos é entender o que a empresa deseja. Ler os cases sobre a empresa, estudar, conversar com pessoas que já trabalham na mesma e fazer um diagnostico da cultura. Estando dentro, inserido no programa, o importante é observar e agir, espelhar-se em alguém e procurar se adequar à cultura.

É importante analisar o que a instituição deseja, caso não aprovado em algum processo não significa que o profissional é menos capaz que os outros. Se é isso que se deseja, é importante tentar novamente, com outra empresa, de outra nacionalidade, outra cultura e com outros profissionais. Futuramente, o resultando pode ser satisfatório.

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GESTÃO & CARREIRAWillian Mac-Cormick, especialista em psicologia organizacional e [email protected] – www.executivosnodiva.com.br – twitter: @wmaccormick

A sustentabilidade do discursoA incoerência entre o que falamos, o que desejamos e como agimos torna-se cada vez mais um empecilho para que consigamos alcançar nossos objetivos, prazer ou algum tipo de bem estar

Vivemos na era do discurso. Mas o meu discurso, ou seja, o que eu falo e prego por verdade não se sustenta por muito tempo se não seguida pela

ação, pelo ato. Freud já dizia que o pensamento é o ensaio da ação. Sempre há o tempo para refletir, para falar e há o tempo para agir.

A questão é que cada vez agimos menos de acordo com nosso discurso. O discurso é aquele que dita, que diz-o-curso, mas quem te leva e te sustenta onde desejas estar é o ato, a ação. Sem o ato, o discurso não se sustenta por muito tempo.

“No princípio era a ação.” (Sigmund Freud)Somos bombardeados por palestrantes que nunca

ou pouco agiram sobre o tema que falam, apenas ensa-iaram, somos atendidos por psicólogos que não fazem terapia ou por psicanalistas que não se analisam. É como ter aulas com um professor de literatura que não lê... Incoerente.

Existem treinamentos e mais treinamentos visando melhorar, agregar e aprimorar o discurso, a oratória. Mas o que é feito para agirmos ou para aprendermos como bancar o preço por esta ação?

“Mas aquele consultor fala muito bem, parece que entende mesmo do assunto...”, diz um amigo. E lhe respondo: “Falar difícil é fácil, o difícil é falar fácil e agir.”

Quanto mais é enfático e repetitivo o discurso que profere, mais esta tentando se convencer do mesmo. É como um político que, em palanque ou acusado de alguma ilegalidade se embasa e repeti-

tivamente se apega no discurso de que “Sou ético! Sou ético! Sou ético!”

Quem é ético apenas o é. Quem não é, tenta se convencer. Mas entre o prolixo e o coprolálico, melhor o silêncio.

“Preocupe-se mais com o não-dito do que com o mal-dito”

Mesmo que mal, quando eu digo algo tomo posse desse discurso, mesmo que seja mágoa, repúdio, aversão. Quando não digo me mantenho refém do não dito. Nem sempre o bem-dizer é uma opção, mas mui-tas vezes é necessário dizer da forma que se consegue. Não percebemos, mas há sempre palavras que dizem sem o querer dizer. Dar voz é se empossar de algo até então velado.

Agir à altura do discurso e discursar à altura do desejo.

Nossa questão hoje não é necessariamente dese-jar e sim agir à altura do seu desejo, do seu discurso. Imaginar, desejar sem se comprometer é apenas um delírio ou um ensaio de algo que nunca fica pronto, que não sai do papel. O Brasil é feito, em sua maioria, de pessoas que querem ganhar na loteria, mas não jogam. Para tudo há um preço. É necessário passar do discurso ao ato para se obter o que desejas. Me apoio no que, sabiamente, certa vez disse William Shakespeare: “Que tuas palavras ilustrem teu comportamento e teu com-portamento, tuas palavras.”

E você? Deseja ser reconhecido por seu discurso ou suas ações? Você deseja ser reconhecido? Você deseja?

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O nordeste merece um

evento de grandes

proporções.

Nordeste Trade Summit , o maior evento regional de logística, transporte de cargas e comércio internacional. Dias 1 e 2 de março de 2012, no Centro de Convenções,

em Recife/PE.

Informações: [email protected] pelo telefone (48) 3321 0200.

MAR. 01st and 02nd - 2012

Willian Mac-Cormick, especialista em psicologia organizacional e [email protected] – www.executivosnodiva.com.br – twitter: @wmaccormick

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