sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso...

13
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 26 de junho de 2020 Cenário Econômico A despeito de incertezas quanto a uma segunda onda de contágio, a retomada da atividade global tem sido positiva o As últimas informações sobre a pandemia – e seus impactos econômicos – têm se mostrado compatíveis com o nosso cenário base, por isso mantivemos inalteradas quase todas as nossas projeções. o O pior momento para a atividade doméstica parece ter ficado para trás. A readequação de vários modelos de negócios em conjunto às medidas emergenciais parecem estar contribuindo para uma recuperação mais rápida, como visto nos indicadores de maio e junho. Com isso, mantemos nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das contas externas à depreciação cambial e à queda do PIB, o que nos faz manter a expectativa de que a taxa de câmbio encerrará o ano em R$/US$ 5,1, sob a hipótese adicional de manutenção e viabilidade do teto dos gastos. o A inflação deve encerrar o ano em 1,7%, 0,20 p.p. acima de nossa previsão anterior, com alta de preços de combustíveis, ainda com núcleos indicando tendência confortável para o médio prazo. o Nesse cenário, esperamos manutenção da taxa de juros em 2,25% até o final do ano. Do ponto de vista estritamente do modelo de inflação, há espaço adicional para cortes de juros. Mas o balanço de riscos recomenda cautela nas próximas decisões, dado o nível da taxa de juros, o elevado grau de incertezas e sinais incipientes de melhora da atividade. Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções para o cenário o A reabertura das economias tem sustentado a retomada da atividade global. A sinalização mais favorável dada pelos indicadores de alta frequência e de confiança tem sido confirmada pelos dados já conhecidos para maio. Nas últimas semanas, contudo, o fluxo de dados mais positivo tem contrastado com o aumento das preocupações quanto a uma possível segunda onda de contágio de Covid-19. o Ainda estamos em uma janela de observação em relação à evolução de novos casos de Covid- 19, à medida que diversos países retomam suas atividades. Ao relaxar as medidas de distanciamento social, notícias de novas ondas de casos começaram a chamar atenção. No entanto, até agora, essa ampliação de casos diários tem sido localizada, com medidas de restrição bem contidas, sem levar a um colapso do sistema de saúde nesses países. o Continuamos, assim, com uma incerteza elevada no cenário, inerente à própria pandemia. Entendemos que uma retomada em dois estágios seja o cenário mais razoável, enquanto não tivermos uma vacina ou tratamento eficazes para o Covid-19. Estamos vivendo a primeira fase com uma recuperação em “V”. Mas, ao longo do segundo semestre, o ritmo da atividade poderá perder intensidade, levando em conta diversas restrições. o Houve uma perda expressiva de nível de PIB, que não será recomposto rapidamente. Teremos provavelmente a mais intensa, porém mais rápida, recessão das últimas décadas. Isso implica uma retração do PIB global de 4% neste ano e crescimento de 5% no ano que vem – projeções mantidas em relação ao que esperávamos no mês passado.

Upload: others

Post on 06-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos1

26 de junho de 2020

Cenário Econômico

A despeito de incertezas quanto a uma segunda onda de contágio, a retomada daatividade global tem sido positiva

o As últimas informações sobre a pandemia – e seus impactos econômicos – têm se mostradocompatíveis com o nosso cenário base, por isso mantivemos inalteradas quase todas as nossasprojeções.

o O pior momento para a atividade doméstica parece ter ficado para trás. A readequação devários modelos de negócios em conjunto às medidas emergenciais parecem estar contribuindo parauma recuperação mais rápida, como visto nos indicadores de maio e junho. Com isso, mantemosnosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano.

o Destacamos o rápido ajuste das contas externas à depreciação cambial e à queda do PIB, oque nos faz manter a expectativa de que a taxa de câmbio encerrará o ano em R$/US$ 5,1, sob ahipótese adicional de manutenção e viabilidade do teto dos gastos.

o A inflação deve encerrar o ano em 1,7%, 0,20 p.p. acima de nossa previsão anterior, com alta depreços de combustíveis, ainda com núcleos indicando tendência confortável para o médio prazo.

o Nesse cenário, esperamos manutenção da taxa de juros em 2,25% até o final do ano. Doponto de vista estritamente do modelo de inflação, há espaço adicional para cortes de juros. Mas obalanço de riscos recomenda cautela nas próximas decisões, dado o nível da taxa de juros, oelevado grau de incertezas e sinais incipientes de melhora da atividade.

Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções para o cenário

o A reabertura das economias tem sustentado a retomada da atividade global. A sinalizaçãomais favorável dada pelos indicadores de alta frequência e de confiança tem sido confirmadapelos dados já conhecidos para maio. Nas últimas semanas, contudo, o fluxo de dados maispositivo tem contrastado com o aumento das preocupações quanto a uma possível segunda onda decontágio de Covid-19.

o Ainda estamos em uma janela de observação em relação à evolução de novos casos de Covid-19, à medida que diversos países retomam suas atividades. Ao relaxar as medidas dedistanciamento social, notícias de novas ondas de casos começaram a chamar atenção. No entanto,até agora, essa ampliação de casos diários tem sido localizada, com medidas de restrição bemcontidas, sem levar a um colapso do sistema de saúde nesses países.

o Continuamos, assim, com uma incerteza elevada no cenário, inerente à própria pandemia.Entendemos que uma retomada em dois estágios seja o cenário mais razoável, enquanto nãotivermos uma vacina ou tratamento eficazes para o Covid-19. Estamos vivendo a primeira fase comuma recuperação em “V”. Mas, ao longo do segundo semestre, o ritmo da atividade poderá perderintensidade, levando em conta diversas restrições.

o Houve uma perda expressiva de nível de PIB, que não será recomposto rapidamente. Teremosprovavelmente a mais intensa, porém mais rápida, recessão das últimas décadas. Isso implica umaretração do PIB global de 4% neste ano e crescimento de 5% no ano que vem – projeções mantidasem relação ao que esperávamos no mês passado.

Page 2: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos2

As últimas informações sobre a pandemia – e seus impactos econômicos – têm se mostradocompatíveis com o nosso cenário base. Por essa razão, mantivemos inalteradas quase todas asnossas projeções. Apesar da curva de contaminação no Brasil ainda não ter estabilizado – e haver dúvidasquanto a possíveis novas ondas no mundo – diminuiu o ritmo de expansão da doença no país. Com isso, asrestrições à atividade econômica estão sendo gradualmente relaxadas o que, combinado com os estímulosfiscais e creditícios em vigor, tem levado à interrupção de revisões para cenários mais adversos decrescimento. Em adição, a inflação segue bastante baixa, permitindo ao Banco Central manter a taxa Selicem 2,25% por um período prolongado, o que tende a dar suporte a esses sinais mais positivos de retomada.De toda forma, o desemprego e os níveis das dívidas pública e privada podem levar a um crescimento lentoadiante, após essa recuperação inicial que se antevê, na ausência de reformas que enderecem os principaisdesequilíbrios fiscais e de produtividade no país.

O pior momento para atividade doméstica parece ter ficado para trás. No início das medidas dedistanciamento social, os indicadores mostraram forte contração em todos os setores, com quedas maisintensas do que o esperado no volume de serviços, nas vendas do varejo e um pouco menores na indústria.Depois desse primeiro momento, alguns fatores parecem estar contribuindo para uma recuperação maisrápida, como a readequação de vários modelos de negócios em conjunto às medidas emergenciais parafamílias e empresas. Os indicadores de maio e junho sugerem uma aceleração dos principais setores, comdestaque para as vendas do varejo, capturadas por dados de cartão de crédito, fluxo em rodovias, vendasde automóveis e caminhões e pela melhora generalizada da confiança. De forma similar, nossos indicadoresproprietários indicam melhora na demanda, pedidos em carteira, confiança e emprego nesses meses.

Gráfico 1: Indústria, Comércio e ServiçosNível, dessazonalizado

Fonte: IBGE, Bradesco

Assim, mantemos nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. Os dados recentes, e o padrãode retomada do mundo, diminuem a chance, por ora, de cenários mais adversos do que esse. No entanto,restam dúvidas que podem limitar uma recuperação mais intensa. A primeira dúvida é justamente ocomportamento do número de casos após os primeiros testes de reabertura. Será necessária nova fase defechamento da economia para conter a disseminação do vírus? Um possível novo fechamento seriacompleto ou concentrado em regiões mais afetadas? Qual seria a duração desse fechamento? Ocomportamento da doença nas próximas semanas segue sendo decisivo para definir esses riscos Por ora, ossinais indicam ter caído a chance de um fechamento ampliado da economia.

Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções para o cenário

Cenário Doméstico

Indústria

Varejo

(ampliado)

Serviços

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

14 15 16 17 18 19 20

Page 3: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos3

Gráfico 2: Índice de confiançaNível, dessazonalizado

Fonte: FGV, Bradesco

O comportamento do mercado de trabalho traz cautela para o cenário, assim como o fim dosestímulos fiscais. Até abril, foram destruídas quase 1 milhão de vagas formais e a taxa de desempregoatingiu 11,9%, limitada apenas porque muitas pessoas não puderam procurar emprego. Os dados de pedidosde seguro desemprego mostram um aumento grande em maio e as informações oficiais apontam que cercade 8 milhões de empregados estão sob regime de suspensão ou redução de jornada. Ao mesmo tempo, areforma trabalhista e a MP do emprego trouxeram mais flexibilidade para o mercado de trabalho,possibilitando uma eventual retomada mais rápida. Assim, os efeitos da pandemia sobre o mercado detrabalho não são totalmente conhecidos, mas os dados sugerem cautela ao nosso cenário para o segundosemestre, uma vez que o emprego e a renda reagem com defasagens.

Outro ponto de incerteza é como se será a reação da economia após o término dos estímulosemergenciais. Em particular, o benefício de R$ 600 ajudou a manter uma renda mínima para as famílias noperíodo mais crítico de isolamento social e parece ter cumprido um papel na recuperação do comércio.Apesar da provável extensão do auxílio por mais 2 ou 3 meses, em breve esse estimulo terá fim e os efeitossobre a demanda ainda serão testados. Um paralelo pode ser feito com as liberações do FGTS nos últimosanos, que impulsionava as vendas no varejo durante aqueles meses, mas não sustentava a demanda após ofim do programa. Se o mercado de trabalho realmente demorar um pouco mais para se recuperar, esseefeito associado ao fim do auxílio pode ser relevante e não há espaço fiscal para mantê-lo por tempoindeterminado.

O aumento das dívidas pública e privada é outro elemento de incerteza para a recuperação daeconomia. O serviço dessas dívidas somadas tende a aumentar entre 1,5% e 2,5% do PIB até o final dopróximo ano, o que diminui a renda disponível de empresas, famílias e governos, podendo limitar umarecuperação mais robusta. Por todos esses motivos, a recuperação nos parece seguir um padrão em quedeve haver alguma retomada nos próximos meses, após a forte contração de março e abril, mas sujeita aincertezas adiante, em função das dúvidas quanto à evolução da pandemia, do mercado de trabalho e doaumento do serviço das dívidas pública e privada. Essa incerteza pode ser mitigada com uma aceleração naagenda de reformas, ainda nesse segundo semestre.

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

110,0

120,0

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Indústria Serviços Comércio Consumidor Construção

Nível neutro

Page 4: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos4

Um aspecto notável, durante essa crise, tem sido o rápido ajuste das contas externas à depreciaçãocambial e à queda do PIB, mesmo em um contexto de queda do comércio global. O real sofreu umadas maiores depreciações no ano por conta do ambiente externo e das fragilidades domésticas, emparticular com as dúvidas fiscais. Mas a intensa depreciação da moeda levou a um rápido ajuste das contasexternas, com forte melhora das exportações – o Brasil foi um dos poucos países no mundo onde isso severificou – e expectativas de saldo em conta corrente ao redor do equilíbrio nos próximos meses. Asexportações agrícolas foram particularmente beneficiadas, porque já se trata de um setor normalmentecompetitivo, mas também porque se tornaram baratas em dólares em um momento de disputa geopolíticaentre China e EUA. Outras contas também sofreram ajustes rápidos e devem continuar nessa tendência nospróximos meses, como a conta de viagens e o saldo de lucros e dividendos. Em nossas estimativas, comcâmbio em R$/US$ 5,25, o saldo em conta corrente ficará zerado nos próximos 12 meses, tornando-sesuperavitário até o final de 2021. Do lado da conta financeira, houve também importante ajuste no passivoexterno e muitos recursos de estrangeiros já deixaram o país. Assim, o setor externo é um importantelimitador a uma deterioração mais intensa da economia e dos ativos de risco, enquanto houver perspectivade ajuste fiscal futuro. A resposta das contas externas até o momento nos faz manter a expectativa de quea taxa de câmbio encerrará o ano em R$/US$ 5,1, sob a hipótese adicional de manutenção e viabilidade doteto dos gastos. Naturalmente, fatores como o risco fiscal e o ambiente político podem levar a flutuaçõesimportantes ao redor desse valor, mesmo que os fundamentos externos sejam positivos.

A inflação medida pelo IPCA, por sua vez, deve encerrar o ano em 1,7%, 0,20 p.p. acima de nossaprevisão anterior, com alta de preços de combustíveis. Os núcleos de inflação continuaramdesacelerando nas últimas divulgações, resultado da queda do PIB, e indicam uma tendência muitoconfortável para os preços nos próximos meses. Serviços continuam com inflação bastante baixa,influenciados diretamente pelo mercado de trabalho e pelos efeitos da pandemia sobre o segmento.Mesmo os bens industriais aprofundaram a deflação nos últimos meses, até aqui sem refletir de maneirageneralizada eventual repasse da depreciação cambial. No curto prazo, algumas pressões de itensadministrados foram incorporadas no cenário, com destaque para a gasolina – cujo preço internacional seelevou consideravelmente nas últimas semanas. Na alimentação, também temos observado mudança depreços relativos, muito provavelmente por conta de mudanças nos hábitos de consumo neste momento.Há alguns riscos a serem monitorados no cenário, como possível tentativa de recomposição de margem dasempresas via aumento de preços, repasse cambial defasado e possível problema climático com geadas.Nossas pesquisas não indicam probabilidade relevante para os dois primeiros riscos, a essa altura. Assim,mantemos nosso cenário de que a queda da demanda agregada será preponderante sobre a inflação. Para oano que vem, também fizemos um ajuste na nossa estimativa, de 2,8% para 2,9%, ainda consideravelmenteabaixo do centro da meta, de 3,5%.

Gráfico 3: IPCA - média dos núcleos de inflaçãoVariação com ajustes sazonais e anualizada

Fonte: BCB, Bradesco

-0,25%

0,87%

2,05%

-2%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

3ma

6ma

12m

Page 5: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos5

Nesse cenário, esperamos manutenção da taxa de juros em 2,25% até o final do ano. Do ponto devista estritamente do modelo de inflação, há espaço adicional para cortes de juros, uma vez que asprojeções do Banco Central indicam IPCA em 3,2% para 2021, abaixo do centro da meta. Contudo, o balançode riscos sugere cautela nas próximas decisões. Por um lado, temos uma taxa ineditamente baixa, que podeestar se aproximando do nível em que a política monetária poderia deixar de ser eficiente1, isto é, a partir daqual, uma redução de juros poderia levar a uma deterioração nas condições financeiras (taxa de câmbio,curva de juros), neutralizando o estímulo pretendido. Em adição, o cenário tem mais incertezas do que onormal nas projeções mais longas de inflação, inclusive derivadas do tema de saúde pública, mas tambémdo comportamento da economia após os estímulos fiscais, creditícios e monetários. Os dados de maio ejunho trazem indícios de que esses estímulos limitam os efeitos do choque, então, avaliamos ser prudenteum período de observação do comportamento dessas variáveis nos próximos meses, antes que novosestímulos prossigam. Por fim, o Brasil ainda enfrenta desafios para equacionar as contas públicas, o quemantém elevada a percepção de risco soberano e necessidade de prêmio em horizontes mais longos. Assim,considerando todos esses fatores, esperamos estabilidade da Selic em 2,25%. A se confirmar o cenário maisbenigno, em alguns meses, o BC então pode eventualmente voltar a cortar os juros, utilizando o espaçodado pelos modelos de inflação.

Gráfico 4: Taxa de juros e estimativa de Effective Lower Bound (ELB)

* ELB: Mediana de 4 métricas que combinam: CDS, Treasury, Fed Funds, cupom cambial (em 3 meses, 1 ano e 2 anos)

Fonte: BCB, Bradesco

Por fim, a sustentabilidade fiscal continua sendo um grande desafio para o cenário prospectivo.Neste ano, o déficit primário deve atingir R$ 915 bilhões, com queda relevante das receitas e gastos maiselevados pelas medidas de combate à pandemia e suas consequências. As estimativas para os próximosanos dependem da recuperação da atividade, mas a sustentabilidade das contas públicas depende cada vezmais da redução dos gastos. O cumprimento do teto de gastos será cada vez mais desafiador,especialmente com aumento de gastos de proteção social, como seguro desemprego. Para o ano que vem,estimamos necessidade de cortes de mais de R$ 20 bilhões para o cumprimento do teto. Esse quadrotraduz a urgência da discussão e aprovação de medidas que contenham gastos obrigatórios.

-1%

4%

9%

14%

19%

24%

ma

r-0

4

no

v-0

4

jul-

05

ma

r-0

6

no

v-0

6

jul-

07

ma

r-0

8

no

v-0

8

jul-

09

ma

r-10

no

v-1

0

jul-

11

ma

r-12

no

v-1

2

jul-

13

ma

r-14

no

v-1

4

jul-

15

ma

r-16

no

v-1

6

jul-

17

ma

r-18

no

v-1

8

jul-

19

ma

r-2

0

no

v-2

0

jul-

21

Regra Taylor Selic Juro Neutro ELB

1O limite efetivo mínimo para a taxa de juros (Effective Lower Bound, ELB) é uma tese recente, ainda com poucas evidências para paísesemergentes. Neste momento trata-se de um elemento a ser monitorado.

Page 6: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos6

Sem reformas, o teto correrá riscos nos próximos anos. Sem contenção de gastos e uma amplaconsolidação fiscal, a trajetória da dívida pública continuará sendo desafiadora. Com o teto em vigor,mantendo juros reais em 2% e crescimento de 3% do PIB, a dívida bruta chega a 84% do PIB em 2030,patamar elevado, mas absolutamente manejável, sem considerarmos a possível venda de ativos. Sem umcompromisso firme com a redução de gastos, o juro real tende a ser mais elevado, o crescimento poderáficar comprometido e a dívida pode permanecer elevada por mais tempo.

Gráfico 5: Dívida Bruta/PIBDiferentes cenários de crescimento, mantido teto de gastos e juro real 2%

Fonte: BCB, Bradesco

84

101

121

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

PIB 3% PIB 2% PIB 1%

Page 7: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos7

A reabertura das economias tem sustentado a retomada da atividade global. A sinalização maisfavorável dada pelos indicadores de alta frequência e de confiança tem sido confirmada pelosdados já conhecidos para maio. Ainda que essa melhora não exclua uma forte retração do PIB nestetrimestre, a resposta da economia, de forma geral, tem surpreendido as expectativas – o que levourecentemente a revisões altistas para algumas projeções do mercado, que apontavam para retrações aindamais fortes. Nas últimas semanas, contudo, o fluxo de dados mais positivo tem contrastado com o aumentodas preocupações quanto a uma possível segunda onda de contágio de Covid-19.

Ainda estamos em uma janela de observação em relação à evolução de novos casos de Covid-19, àmedida que diversos países retomam suas atividades. Ao relaxar as medidas de distanciamento social,notícias de novas ondas de casos começaram a chamar atenção. No entanto, até agora, essa ampliação decasos diários tem sido localizada, com medidas de restrição bem contidas, sem levar a um colapso dosistema de saúde nesses países, em especial na China e em alguns estados dos EUA. Essa situação, diminui orisco de um novo fechamento completo dessas economias.

Gráfico 6: Casos mundiais de contaminação e morte por Covid-19Média móvel de 7 dias, em milhares

Fonte: Bloomberg

Nesse contexto, não podemos ainda eliminar as dúvidas que já tínhamos, relativas à própriaevolução da pandemia. Por ora, é difícil apontar países ou regiões mais propensas à uma segunda onda,que levaria a um fechamento mais espraiado – aproximando-se de uma situação semelhante àquela queobservamos em março e abril. Há quem acredite que países que tiveram poucos casos seriam maispropensos a uma piora dos casos neste momento, levando em conta a baixa imunização. Por outro lado, háquem defenda que países que reabriram suas economias sem ter trazidos os casos para números muitobaixos estariam mais vulneráveis à reabertura, com fases frequentes de “abre-e-fecha”. O que nos resta,neste momento, é manter um monitoramento de alta frequência de regiões e países com aumento de casosdiários e suas implicações sobre hospitalização e restrições de funcionamento da economia.

A despeito de incertezas quanto a uma segunda onda de contágio, a retomada da atividade global tem sido positiva

Cenário Internacional

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0

20

40

60

80

100

120

140

160

01-mar 15-mar 29-mar 12-abr 26-abr 10-mai 24-mai 07-jun 21-jun

Título do Gráfico

Casos

Mortes (eixo da direita)

Page 8: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos8

Continuamos, assim, com uma incerteza elevada no cenário, inerente à própria pandemia.Entendemos que uma retomada em dois estágios seja o cenário mais razoável, enquanto não tivermos umavacina ou tratamento eficazes para o Covid-19. Estamos vivendo a primeira fase com uma recuperação em“V”. Mas ao longo do segundo semestre, o ritmo da atividade poderá perder um pouco de intensidade,levando em conta diversas restrições: (i) algumas medidas de distanciamento social seguirão limitandocertos segmentos, especialmente em serviços; (ii) as pessoas terão cautela em retomar completamentesuas atividades, por receio de contrair a doença; (iii) empresas e famílias tiveram perda de renda nesseperíodo de paralisação e (iv) nem todos os empregos perdidos serão retomados rapidamente. De fato,houve uma perda expressiva do nível de PIB, que não será recomposto rapidamente. Teremosprovavelmente a mais intensa, porém mais rápida, recessão das últimas décadas. Isso implica uma retraçãodo PIB global de 4% neste ano e crescimento de 5% no ano que vem – projeções mantidas em relação aoque esperávamos no mês passado.

Gráfico 7: PIB mundial – nível

Fonte: Bradesco

O reconhecimento de que o pior ficou para trás, mas que há muitas incertezas sobre a trajetória derecuperação, suporta um ambiente de manutenção e até ampliação dos estímulos econômicos, atéporque parte da retomada se deve aos incentivos adotados até agora. É fato que há pouco espaçopara expansão das políticas fiscais no mundo. Da mesma forma, muitos países já chegaram no limite mínimoda taxa de juros e os programas de compras de ativos estão em patamares bem elevados. Mas, na margem,a propensão é para mais estímulos, a exemplo da sinalização dada por diversos bancos centrais, emespecial do Fed. Na Área do Euro, deve ser aprovado um pacote adicional de € 750 bilhões, chamado defundo de recuperação. Além disso, a retirada desses estímulos deve levar bastante tempo.

Os indicadores da economia americana têm surpreendido positivamente. Em maio, a criação liquida deaproximadamente 2,5 milhões de empregos (após queda de 20 milhões em abril) e a forte alta das vendasdo varejo (de 17%, ante consenso de +7%) são evidencias da rápida retomada da atividade econômica apóso colapso causado pela pandemia. Por conta dessas surpresas positivas, as projeções mais pessimistas parao PIB do segundo trimestre começaram a ser revisadas para cima. Estes cenários mais adversos podem nãoter se materializado, mas a retração econômica ainda será profunda. Nossas projeções de queda anualizadado PIB de 35% no 2º trimestre (e de 6% no ano como um todo) permanecem inalteradas.

Page 9: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos9

Nossa expectativa é que a economia americana continue apresentando forte recuperação namargem ao longo dos próximos meses, mas não de forma homogênea. A reativação demorará maistempo em alguns setores do que em outros, e como o Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell,tem reafirmado várias vezes, os riscos de danos permanentes em alguns setores no médio prazo sãoelevados.

Assim, a discussão sobre como expandir a capacidade do Fed de estimular a economia tambémdeve prosseguir. Ao final de junho, o Federal Reserve sinalizou que poderia acelerar suas compras detítulos privados ao flexibilizar as regras do mecanismo criado para este fim. E, nos próximos meses,acreditamos que haverá novos avanços no debate sobre a intervenção pela autoridade monetária aolongo de toda a curva de juros das treasuries.

Os dados de atividade econômica na Europa continuam suportando a narrativa de umareabertura econômica bem-sucedida. Após forte retração em março e abril, maio e junho forammarcados pela retomada, sugerida pelos índices PMI, tanto da indústria como de serviços. Ainda assim,acreditamos que a região registrará forte contração do PIB neste trimestre, de 10%, em relação aosprimeiros três meses do ano. Os desafios para a segunda metade do ano concentram-se no desempenhodo mercado de trabalho e na retomada do setor de serviços, especialmente no turismo. Muitas empresaseuropeias optaram pelas licenças que podem virar desemprego – caso a recuperação não se efetive nosmeses à frente. Estima-se que 1/3 dos empregados europeus estão enquadrados em alguns dessesprogramas e provavelmente entre 20 a 30% serão demitidos em alguns meses. Por isso, mantemosnossa projeção de contração do PIB da Área do Euro de 7,5%, seguida de crescimento de 5,5% em 2021.

A resposta de política econômica europeia tem se dividido em estímulos fiscais – que diferementre os países e os levam a níveis de endividamento que podem preocupar no médio prazo – eestímulos monetários conduzidos pelo Banco Central Europeu. A discussão neste momento passapela necessidade de ampliação dos estímulos e pela coordenação entre aos países, o que deve levar àaprovação de um endividamento em conjunto, o que foi proposto pela Comissão Europeia, em um totalde € 750 bilhões.

Gráfico 8: Índice PMI – países selecionados

Fonte: Bloomberg

50,1

37,8

46,9

39,8

25

30

35

40

45

50

55

60

04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Título do Gráfico

Reino Unido

Japão

Área do Euro

EUA

Page 10: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos10

Após desempenho da economia chinesa ter surpreendido de forma positiva na saída dapandemia, os dados mais recentes indicam uma acomodação. Nota-se um retorno à normalidade emquase todos os segmentos, do ponto de vista da oferta. A demanda, por sua vez, tem se recuperado emritmo mais gradual, limitada pelas medidas de distanciamento social ainda presentes – que impactamsegmentos como turismo e serviços em geral – e pelos ajustes do mercado de trabalho observados noperíodo. A trajetória de crescimento mais forte no segundo semestre começa a ganhar um viés maisnegativo, considerando que os novos casos de contágio em Beijing podem levar a políticas maiscautelosas não só na capital chinesa, mas em outras províncias. Some-se a isso, o impacto da demandaexterna mais fraca sobre as exportações, que deve se prolongar por alguns meses. Mantemos nossaexpectativa de crescimento de 1,5% em 2020 e de 7,5% em 2021 para a China, reconhecendo os riscosbaixistas.

O governo chinês tem sido cauteloso na agenda de estímulos, mas a sinalização é compatível comuma aceleração tanto do lado fiscal, com emissão de dívida dos governos locais, quanto do lado docrédito, cujas concessões devem crescer aproximadamente 20% em relação ao ano passado.

Gráfico 9: Indústria, comércio varejista e investimentos em ativos fixosVariação interanual

Fonte: CEIC

O cenário dos países da América Latina se tornou um pouco mais incerto, refletindo os sinaisdivergentes entre a recuperação da atividade econômica e a evolução da pandemia. Por um lado,o conjunto de indicadores econômicos de maio foi positivo, sugerindo uma recuperação mais intensa daatividade dos países da região. Por outro, preocupa o aumento do número de casos no Peru, México eaté mesmo no Chile (que assim como no Uruguai eram países tidos como exemplo no controle dapandemia). Ademais, a demora do governo argentino em conseguir um acordo definitivo com oscredores internacionais também pesou negativamente no balanço de risco do cenário dos últimos 30dias.

Por fim, há outros riscos adiante, mas que seguem mitigados pela liquidez e forte resposta depolítica fiscal até o momento. Teremos um ciclo político nos EUA à frente e as tensões entre EUA eChina seguem presentes, mas reconhecemos que, no horizonte de curto prazo, a dinâmica global e dospreços de ativos dependerá mais da evolução da pandemia, do ritmo da atividade e dos estímuloseconômicos, que seguem em magnitude muito relevante.

5,78,0

5,4

-13,5

-21,1

-24,5

-1,1

-16,6

-10,8

3,9

-7,8

-2,2

4,4

-2,8

8,4

-30,0

-25,0

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

Produção industrial Vendas do varejo Investimentos em ativos fixos

China: indústria, comércio varejista e investimentos (variação interanual). Fonte: CEIC

2019 jan-fev março abril maio

Page 11: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos11

2016 2017 2018 2019 2020*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,1 -5,9

Agropecuária (%) -5,2 14,2 1,4 1,3 2,0

Indústria (%) -4,6 -0,5 0,5 0,5 -7,5

Serviços (%) -2,3 0,8 1,5 1,3 -6,0

Consumo Privado (%) -3,9 2,1 2,1 1,8 -7,0

Consumo da Adm. Pública (%) 0,2 -0,7 0,4 -0,4 0,6

Investimento (FBKF) (%) -12,1 -2,6 3,9 2,2 -9,5

Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 0,9 4,9 4,0 -2,5 -5,0

Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -10,3 6,7 8,3 1,1 -5,5

PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 6.267 6.554 6.828 7.285 7.054

PIB (US$) - bilhões 1.796 2.053 1.868 1.847 1.408

População - milhões 206,1 207,7 209,2 210,7 212,1

PIB per capita - US$ 8.714 9.888 8.930 8.766 6.640

Produção Industrial - IBGE (%) -6,4 2,5 1,1 -1,1 -7,5

Taxa Média de Desemprego - IBGE 11,5 12,7 12,3 12,1 14,0

Vendas do Comércio Varejista - Restrita (%) -6,2 2,0 2,3 1,8 -5,5

IPCA - IBGE (%) 6,29 2,95 3,75 4,31 1,70

IGP-M - FGV (%) 7,17 -0,50 7,54 7,32 5,53

Taxa Selic (final de período) % 13,75 7,00 6,50 4,50 2,25

Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 14,0 10,0 6,42 5,9 2,9

Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 7,3 6,8 2,6 1,6 1,1

EXTERNO E CÂMBIO

Balança Comercial - BCB (US$ bilhões) 44,6 64,0 53,0 39,4 50,5

Exportações (US$ bilhões) 184 218 240 224 210

Importações (US$ bilhões) 140 154 186 185 159

Corrente de Comércio (% PIB) 18,0 18,1 22,8 22,2 26,2

Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) -24 -15 -42 -51 -7

Saldo em conta-corrente (% PIB) -1,3 -0,7 -2,2 -2,7 -0,5

Investimento Direto no País (US$ bilhões) 74 69 78 79 63

Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 3,26 3,31 3,87 4,03 5,10

Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,49 3,19 3,65 3,95 5,01

Rating Soberano Moody's Ba2 Ba2 Ba2 Ba2 -

Rating Soberano S&P BB BB BB- BB- -

FISCAL

Resultado primário do setor público (R$ bilhões) -156 -111 -108 -62 -915

Resultado primário do setor público (% PIB) -2,5 -1,7 -1,6 -0,8 -13,0

Dívida Bruta do Setor Público (% PIB) 69,9 74,1 76,7 75,8 95,7

Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 46,2 51,6 54,1 55,5 67,1

CRÉDITO

Crédito Geral (Cresc. em % aa.) -3,5 -0,4 5,1 6,5 5,0

Crédito Livres total (Cresc. em % aa.) -4,9 1,9 10,9 14,1 7,0

Projeções Macroeconômicas (2016 – 2020)

Page 12: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos12

2016 2017 2018 2019 2020*

Argentina

PIB (%) -2,1 2,7 -2,5 -2,2 -9,2

Inflação ao consumidor (%) 41,0 24,8 47,7 54,5 50,0

Taxa básica de juros (%) 24,8 28,8 59,3 55,0 35,0

Taxa de câmbio (final do ano) 15,85 18,59 37,65 60 80

Brasil

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,1 -5,9

Inflação ao consumidor (%) 6,3 2,9 3,7 4,3 1,7

Taxa básica de juros (%) 13,75 7,00 6,50 4,50 2,25

Taxa de câmbio (final do ano) 3,26 3,31 3,87 4,03 5,10

Chile

PIB (%) 1,7 1,2 3,9 1,1 -4,0

Inflação ao consumidor (%) 2,7 2,3 2,9 3,0 2,5

Taxa básica de juros (%) 3,50 2,50 2,75 1,75 0,50

Taxa de câmbio (final do ano) 671,0 615,0 694,0 753 850

Colômbia

PIB (%) 2,1 1,4 2,5 3,3 -4,3

Inflação ao consumidor (%) 5,8 4,1 3,1 3,8 2,8

Taxa básica de juros (%) 7,50 4,75 4,25 4,25 2,75

Taxa de câmbio (final do ano) 3.001 2.984 3.248 3.287 4.000

México

PIB (%) 2,9 2,1 2,1 -0,1 -7,3

Inflação ao consumidor (%) 3,2 6,8 4,3 2,8 2,9

Taxa básica de juros (%) 5,75 7,25 8,25 7,25 3,50

Taxa de câmbio (final do ano) 20,7 19,7 19,7 18,9 21,0

Peru

PIB (%) 4,1 2,5 4,0 2,2 -5,5

Inflação ao consumidor (%) 3,2 1,4 2,4 1,9 2,8

Taxa básica de juros (%) 4,25 3,25 2,75 2,00 0,25

Taxa de câmbio (final do ano) 3,36 3,26 3,27 3,31 3,40

2016 2017 2018 2019 2020*

PIB Global

Mundo 3,4 3,8 3,6 2,9 -4,0

Países Desenvolvidos 1,7 2,3 2,2 1,6 -6,4

Estados Unidos 1,6 2,2 2,9 2,3 -6,0

Área do Euro 1,8 2,3 1,8 1,1 -7,5

Reino Unido 1,8 1,8 1,4 1,0 -7,0

Japão 0,6 1,9 0,8 0,9 -6,2

Países Emergentes 4,6 4,8 4,5 3,9 -2,2

China 6,7 6,8 6,5 6,1 1,5

América Latina -0,6 1,2 1,0 0,3 -6,8

Indicadores internacionais (2016 – 2020)

Indicadores internacionais – América Latina (2016 – 2020)

(*): (projeção)Fonte: FMI, Bradesco

Page 13: Sinais recentes nos levam à manutenção das principais projeções … · 2020-06-26 · nosso cenário de queda de 5,9% para o PIB deste ano. o Destacamos o rápido ajuste das

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos13

Equipe Técnica

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadaspor suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados eelaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base,balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de naturezaformal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ouanálises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes douso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo deresponsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização doBanco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO)

economiaemdia.com.br

Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Fernando Honorato Barbosa

Economistas Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancsó / Fabiana D’Atri /Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo/ Robson Rodrigues Pereira / ThiagoCoraucci de Angelis / Thomas Henrique Schreurs Pires

Estagiários Daniel Funari Fouto / Gustavo Rostelato de Miranda / Henrique Monteiro de Souza Rangel /Lucas Daniel Duarte / Lucas Oliveira Costa da Silva / Marcelo Henrique Leite Alonso