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SIMULAÇÃO DA GESTÃO DE UMA EMPRESA INDUSTRIAL COM O EMPRESÁRIO®3 Debora Barbosa Aires (FEB-UNESP ) [email protected] Debora Scardine da Silva Pistori (FEB-UNESP ) [email protected] Jose de Souza Rodrigues (FEB-UNESP ) [email protected] Murilo Roberto Jesus Maganha (FEB-UNESP ) [email protected] Sendo o tempo uma variável importante do processo competitivo, as tecnologias que integram processos e reduzem seus tempos de realização tornam-se poderosas ferramentas competitivas. Neste sentido, os sistemas de gestão integrados (ERPs) tornam-se uma necessidade para as organizações modernas. Este artigo apresenta os resultados de uma simulação com o Empresário®3 realizada com alunos dos cursos de Engenharia de Produção e Engenharia Elétrica da FEB/UNESP, em que se procurou analisar se o conceito de integração dos sistemas ERP independe dos usuários, ou seja, a ação do usuário pode afetar os ganhos possíveis da integração proporcionada pelo ERP? Para responder a esta questão foi montado um experimento com alunos de graduação em engenharia de uma universidade pública com o software Empresário®3, tornando o experimento em um “objeto de aprendizagem” de conteúdos relacionados à área de administração e gestão de operações em um ambiente de produção make-to-order (MTO, fazer sob encomenda). Os resultados demonstraram que o usuário pode afetar a capacidade de integração do software indicando que para que ele atue de forma a levar o software a cumprir o prometido necessita de um preparo que pode ultrapassar o que o treinamento proporciona. Palavras-chaves: ERP, Ensino-aprendizagem, Gestão de Empresas, MTO XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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SIMULAÇÃO DA GESTÃO DE UMA

EMPRESA INDUSTRIAL COM O

EMPRESÁRIO®3

Debora Barbosa Aires (FEB-UNESP )

[email protected]

Debora Scardine da Silva Pistori (FEB-UNESP )

[email protected]

Jose de Souza Rodrigues (FEB-UNESP )

[email protected]

Murilo Roberto Jesus Maganha (FEB-UNESP )

[email protected]

Sendo o tempo uma variável importante do processo competitivo, as

tecnologias que integram processos e reduzem seus tempos de

realização tornam-se poderosas ferramentas competitivas. Neste

sentido, os sistemas de gestão integrados (ERPs) tornam-se uma

necessidade para as organizações modernas. Este artigo apresenta os

resultados de uma simulação com o Empresário®3 realizada com

alunos dos cursos de Engenharia de Produção e Engenharia Elétrica

da FEB/UNESP, em que se procurou analisar se o conceito de

integração dos sistemas ERP independe dos usuários, ou seja, a ação

do usuário pode afetar os ganhos possíveis da integração

proporcionada pelo ERP? Para responder a esta questão foi montado

um experimento com alunos de graduação em engenharia de uma

universidade pública com o software Empresário®3, tornando o

experimento em um “objeto de aprendizagem” de conteúdos

relacionados à área de administração e gestão de operações em um

ambiente de produção make-to-order (MTO, fazer sob encomenda). Os

resultados demonstraram que o usuário pode afetar a capacidade de

integração do software indicando que para que ele atue de forma a

levar o software a cumprir o prometido necessita de um preparo que

pode ultrapassar o que o treinamento proporciona.

Palavras-chaves: ERP, Ensino-aprendizagem, Gestão de Empresas,

MTO

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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1. Introdução

O contexto global exige profissionais cada vez mais preparados para atuarem em um mercado

de trabalho competitivo e que exige trabalho colaborativo. Como parte do processo formativo

e preparativo para o exercício profissional os estudantes realizam estágios, visitas técnicas,

desenvolvem projetos de extensão, iniciação científica de pesquisa entre outras atividades. Em

sala de aula, porém, é necessário proporcionar essa aproximação com o mercado de trabalho

com atividades como exercícios simulados, os quais podem levar os estudantes a desenvolver

o pensamento sistêmico na tomada de decisões dentro de uma organização.

Dentro desse contexto e com a finalidade de facilitar aos graduandos a aquisição de novas

competências, estimular o aprendizado e a integração dos conteúdos vistos durante o curso de

graduação, foi feita esta pesquisa utilizando o software de uso comercial denominado

Empresário®3 com os estudantes de dois cursos da Faculdade de Engenharia de Bauru da

Universidade Estadual Paulista (FEB – UNESP), tendo como premissas básicas o seguinte: a)

o experimento ser um “objeto de aprendizagem” de conteúdos relacionados à área de

administração e gestão de operações em um ambiente de produção make-to-order (MTO,

fazer sob encomenda) e b) ser um objeto que permita investigar o aspecto da integração de

empresas com tecnologia da informação (TI).

Considerando estas duas premissas, o objetivo dessa pesquisa, portanto, é verificar se os

agentes e suas decisões, em um ambiente corporativo tendo-se como base o nível de

informação e comunicação interpessoal deles, influenciam na eficiência de sistemas de gestão

integrados (ERP - Enterprise Resource Planning) e, consequentemente, nos resultados

obtidos. Ao ser fixado este objetivo pretende-se responder a seguinte questão: a ação do

usuário pode afetar os ganhos possíveis via integração prometida por ERPs?

A pesquisa se justifica pela contribuição que traz em dois aspectos: a) aprendizagem, à

medida que seu produto pode ser utilizado para ser um facilitador da aprendizagem e b)

ampliar o campo de investigação sobre os usuários e os sistemas de gestão integrados, desta

vez considerando a integração sob a ótica da ação dos usuários e não somente da componente

tecnológica.

Este artigo apresenta, na seção 2, o resultado do levantamento bibliográfico. A seção 3

apresenta a metodologia de pesquisa, e a seção 4, os resultados obtidos. Por fim, na seção 5

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são apresentadas as conclusões e considerações. A seção Apêndices trás as ferramentas

desenvolvidas pelos autores utilizadas na pesquisa.

2. Revisão da literatura

2.1. Sistemas ERP

Os sistemas ERP, foram introduzidos pela primeira vez no início da década de 90. Podem ser

definidos como sistemas de informação de gestão (SIG), adquiridos na forma de um pacote de

software comercial, com a finalidade de dar suporte a maioria das operações de uma empresa,

integrando todos os departamentos e funções de uma empresa (SACCOL, 2003; BASOGLU,

2007; LONGINIDIS; GOTZAMANI, 2009).

Os ERPs são divididos em módulos especializados, que se comunicam e atualizam uma

mesma base de dados, ou seja, utilizam de um único local de armazenamento para unificar as

informações e evitar duplicidade de dados, aumentando a confiabilidade das informações que

são extraídas (ver Figura 1). Desse modo, informações alimentadas em um módulo são

instantaneamente disponibilizadas para os demais módulos que delas dependem e são

integrados (DAVENPORT, 1998; LAUDON; LAUDON, 2011).

Figura 1 - Estrutura de um sistema ERP

Fonte: Davenport (1998)

Os ERPs permitem às organizações automatizar e integrar uma grande parcela de seus

processos de negócios. Permitem também uniformizá-los, compartilhar dados, produzir e

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utilizar informações em tempo real e com mais rapidez (COLANGELO, 2001; SHATAT;

UDINE, 2012), sendo possível, assim, extrair informações com um grau de qualidade maior.

Particularmente, das características dos sistemas ERP, o tempo de resposta é crucial para o

sucesso operacional (CHOU; HONG, 2013). A rapidez, confiabilidade e qualidade na

extração de dados e informações vêm de encontro com os cinco objetivos de desempenho de

Slack (1997), que, além destes, incluem flexibilidade e redução de custos. Estes cinco

objetivos devem fazer parte da estratégia empresarial de qualquer organização que deseja ser

bem-sucedida a longo prazo (SLACK, 1997).

As informações centralizadas dos sistemas ERP, têm a caraterística de dar um norte para

decisões estratégicas, táticas e operacionais, haja vista que o ERP disponibiliza informações

integradas (ZAREI, 2011), que rapidamente podem ser utilizadas para decisões gerenciais,

que para Choudhury (2009) através dessas informações desses softwares, se consegue atender

todas as funções de uma empresa, quebrando todas as barreiras impostas pelas estruturas

departamentais, dessa forma aumentando a eficiência global da organização (HWANG;

GRANT, 2011).

A adoção dos sistemas ERP, tem sido considerada como uma chave para obtenção de

vantagem competitiva no ambiente empresarial, tornando-se uma das mais importantes

ferramentas utilizadas na gestão de negócios nos últimos anos (LEE, 2010). A utilização desse

sistema ERP, possibilita respostas positivas em relação ao mercado, e conforme estudos o

ERP pode melhorar o desempenho organizacional (BRAZEL; DANG, 2008).

2.2. Empresário®3

O Empresário®3 é um software ERP comercial brasileiro que tem como público alvo

empresas de pequeno e médio porte. Foi desenvolvido em 1994 em parceria com o Sebrae-SP

(INTELECTA, 2014). Atualmente o software é distribuído pela empresa Intelecta

Distribuidora de Tecnologia Ltda. O software ERP Empresário®3 foi escolhido como suporte

tecnológico nesta pesquisa por já pertencer ao acervo de softwares da graduação da FEB-

UNESP, além de ser uma ferramenta mais compacta quando comparado aos demais softwares

de sua classe, sendo, assim, uma opção maleável para o ensino-aprendizagem de ERP.

2.3. O processo ensino-aprendizagem com o uso da tecnologia

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Dowbor (2001) ressalta em seus estudos que o conhecimento se tornou mais fluido em virtude

da velocidade de sua disseminação através de recursos tecnológicos, ou seja, uma vez

codificado para o ambiente digital pode ser instantaneamente compartilhado, tornando-o

matéria-prima de novos saberes e, num processo continuado, torna-se uma rede de

aprendizagem. Paulo Freire (2002), renomado educador brasileiro, ressalta que o “aprender” e

o “ensinar” fazem parte do processo global do conhecimento. O ato de ensinar desdobra-se

para os sujeitos que aprendem, ocorrendo, portanto, uma interação, um aprendizado para

ambos os lados.

As informações estão à disposição de todos, porém, é nesse ponto, que o papel do instrutor e

das ferramentas por ele utilizadas pode fazer toda a diferença. Uma das tarefas do educador

será a de ajudar o discente na localização das informações mais importantes e também de

auxiliá-lo a utilizá-las na explanação de ideias ou na solução de problemas. Isso fará com que

o aluno consiga “extrapolar”, projetar, ir além, baseado em tendências que o farão conjecturar

e buscar novas respostas.

Cabe aqui, ressaltar o enfoque humanístico, que, numa visão resumida, é uma nova tentativa

de compreender, explicar e orientar o processo educacional, em especial o processo de

aprendizagem. Integra ciência, tecnologia e a pessoa, na busca de uma visão mais completa e

interdisciplinar dos problemas humanos e sociais (PISTORI, 2011). Segundo Guarezi (2004),

o humanismo certamente acaba por adotar em suas bases aspectos tais como a realização do

homem à frente de qualquer processo educacional, isto é, torná-lo o eixo central do processo

de aprendizado.

Essa abordagem teve seu início marcado na década de 40 nos Estados Unidos e Carls R.

Rogers – psicólogo e autor renomado no campo da educação centrada no ser humano

(MOSQUERA, 1977) - é um dos autores mais citados. A empatia enfatizada por ele em seus

estudos (que significa sentir-se solidário com alguém, de modo que se beneficie a pessoa

através do reconhecimento de sua autenticidade pessoal e do seu desenvolvimento auto-

atualizado), tem sido analisada e muito aproveitada em termos de ensino. Ou seja, aprender

pelo próprio gosto é ainda a maneira mais rica de aprender. Na medida em que uma pessoa se

sente mais segura, mais livre, ela aprende de forma mais completa e totalizadora

(MOSQUERA, 1977).

Portanto, para se falar de educação e aprendizagem deve-se falar do desenvolvimento de

competências importantes. Segundo Ornellas, (2013 apud Boog e Boog 2013, p. 236)

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“aprendizagem é ação”. É um processo contínuo e precisa estar disponível sempre a qualquer

hora e lugar.

Boog e Boog (2013) enfatizam que a tecnologia transformou os conceitos tradicionais de

tempo, espaço, distância e velocidade, diminuindo o planeta e tornando-o mais veloz, o que

cria condições para a criação de novos formatos de aprendizagem cada vez mais criativos e

estratégicos.

Diante do exposto, embora haja diversidade quanto à forma de aprendizado dos indivíduos, os

exercícios simulados em ambientes tecnológicos são perfeitamente aplicáveis como recurso

didático em processos de ensino-aprendizagem ao passo que são métodos ativos. O

Empresário®3 associado às tarefas e desafios impostos aos estudantes durante esta pesquisa,

proporcionou aos participantes a aplicação dos conceitos teóricos, cujo foco foi o processo de

gestão empresarial com o devido gerenciamento dos recursos disponíveis.

3. Método da pesquisa

Esta pesquisa é caracterizada como experimental aplicada e exploratória (GIL, 2002). O

experimento utilizou como objeto de estudo alunos do segundo ano do curso de Engenharia

de Produção e alunos do quarto ano do curso de Engenharia Elétrica, todos da Faculdade de

Engenharia de Bauru da Universidade Estadual Paulista (FEB – UNESP). A simulação foi

realizada em duas etapas: pré-teste e experimento, conforme é mostrado na Figura 2.

Figura 2 - Diagrama de etapas da simulação

Fonte: Produzido pelo autor

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a) Pré-teste: Essa etapa ocorreu no período de três dias, e durou cerca de 2 horas diárias.

Foi feito com quatro alunos convidados do segundo ano do curso de Engenharia de

Produção com o objetivo de aperfeiçoar o experimento e eliminar erros. Estes alunos

não tinham conhecimento sobre ambientes de produção, mas já tiveram contato com o

ERP Empresário®3 em ambiente educacional;

b) Experimento: O experimento teve participação de oito alunos do 4° ano de engenharia

elétrica, os quais não tinham conhecimento sobre ambientes de produção e nunca

tiveram contato com um ERP em ambiente educacional. Este experimento foi realizado

em duas fases, uma prática e uma aplicação de questionário, cada uma em dias

diferentes, sendo que no primeiro rendeu cerca de 4 horas e no segundo, cerca de 1

hora.

A simulação foi realizada de março a abril de 2014 e suas etapas formuladas com base em

quatro áreas funcionais de uma empresa de manufatura: Vendas, Produção, Compras/Estoque,

Finanças/Contábil. Foi estruturada no Empresário®3 uma empresa que atende a demanda no

sistema make-to-order (MTO, fazer sob encomenda). Os exercícios e análises foram baseados

no fluxo de atividades em um ambiente MTO (APÊNDICE A).

Cada participante representava um agente: vendedor, administrador da produção, comprador e

administrador de estoque, administrador financeiro. Estes tinham um usuário e senha com as

permissões e funcionalidades necessárias ao agente que representava.

Cada grupo de quatro alunos utilizou uma única máquina com o ambiente Empresário®3 já

configurado, permitindo que os pesquisadores pudessem filmar e cronometras as ações de

cada agente. Assim a sequência de atividades realizadas por cada grupo pôde ser observada

pelos condutores do exercício.

Como várias operações foram realizadas em um único dia e o sistema não trabalha com datas

futuras, as atividades foram datadas com 2013. Cada venda efetuada dava início a um novo

ciclo de atividades, assim o grupo deveria realizar três ciclos de operações que se repetiam a

cada ciclo.

4. Análise e discussão dos resultados

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4.1. Pré-teste

Inicialmente apresentamos a pesquisa, seus objetivos e cronograma de trabalho, além do

esclarecimento de dúvidas.

No segundo dia, deu-se início ao desafio de simular algumas atividades práticas. Para essa

etapa da pesquisa, foi utilizado o laboratório de informática. Solicitamos aos estudantes que

descrevessem sua visão sobre a sequência de atividades em um ambiente MTO. A intenção

era identificar o que eles conheciam do tema e o que seriam capazes de ampliar após

participar da experiência.

Os participantes foram, então, convidados a cumprir atividades de acordo com as áreas

funcionais que lhes foram atribuídas aleatoriamente. Cada participante recebeu um esquema

das atividades que deveria cumprir com as informações exclusivas do agente que

representava. Foi solicitado aos estudantes que não conversassem entre si para tomada de

decisões em suas tarefas.

O terceiro dia foi uma continuidade das atividades do segundo dia. Ao final, entregamos os

fluxos, que foram descritos no primeiro dia, de volta para cada um e solicitamos que

corrigissem caso necessário. Interessante notar que todos fizeram alterações, mesmo que

pequenas em seus fluxos iniciais. Após este processo, somente um dos fluxos descritos pelos

alunos foi compatível com o fluxo de atividades MTO, sendo que o restante não considerou

que a produção deve ser programada antes da compra de matéria prima. No último momento,

colhemos a opinião dos participantes sobre a experiência. Segundo eles, o sistema

Empresário®3 não é intuitivo.

Observamos que no último dia de atividades os participantes já não tinham tantas dúvidas

como no início. De acordo com a sequência que foi tomada para realizar as atividades, cada

participante estava trabalhando de acordo com o interesse da sua própria função e não em

benefício geral da empresa.

O pré-teste revelou-se importante na medida em que trouxe a luz, aspectos importantes a

serem melhorados na etapa oficial do experimento. Algumas melhorias identificadas foram:

Mudamos parâmetros do sistema para não permitir movimentação de matéria prima e

produtos acabados sem estoque disponível;

Alteramos as permissões de algumas telas que se mostraram necessárias e bloqueios

de outras que não seriam utilizadas.

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Mudamos a linguagem do material escrito para torna-lo mais compreensível;

4.2. Experimento

Na fase prática separamos dois grupos (A e B) com quatro alunos cada. O experimento foi

feito simultaneamente com os dois grupos, um em cada sala. A segunda fase consistiu na

aplicação de um questionário para ambos os grupos.

4.2.1. Fase prática com o grupo A

Cada participante teve acesso a um documento produzido pelos pesquisadores que mostra

passo-a-passo cada operação e exemplos de como preencher as telas necessárias às atividades

de seus respectivos agentes (já que, como observamos no pré-teste, o sistema Empresário®3

não é intuitivo). Os participantes receberam esquemas das atividades que deveriam cumprir

com as informações exclusivas do agente que eles representavam.

Este grupo não teve acesso ao fluxo correto de atividades do MTO, foi dito apenas que o

ambiente de produção era manufatura por encomenda.

Orientamos os participantes a não conversar entre si para discutir e tomar decisões em grupo.

A intenção, neste caso, era comparar se a comunicação interferiria nos resultados deste grupo

e de um próximo grupo que teria a oportunidade de trocar informações durante todo o

processo.

Pedimos para que os estudantes iniciassem o processo sem que o grupo discutisse qual seria a

sequência correta das operações. Assim o experimento com o grupo A ocorreu na ordem que

é mostrada no Quadro1.

Quadro 1 - Sequência das operações do grupo A

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Fonte: Produzido pelo autor

Neste experimento os alunos do grupo A não tiveram acesso a todas as informações

necessárias para a tomada de decisão. Além disso, a decisão de cada área funcional foi tomada

individualmente por cada respectivo agente, fazendo com que cada um se preocupasse

exclusivamente com suas funções, não pensando nas consequências globais de suas ações.

Como não houve um treinamento para a utilização do software e nem uma explicação da

visão global da empresa, cada agente utilizou apenas as informações que constavam nos

documentos fornecidos, deixando margem para a livre interpretação. Também observamos

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que o tempo que cada agente levou para realizar basicamente a mesma tarefa diminuiu a cada

rodada.

4.2.2. Fase prática com o grupo B

O grupo B recebeu as mesmas informações fornecidas ao grupo A, além de serem informados

da sequência correta do fluxo de atividades do MTO. Orientamos os participantes a conversar

entre si para discutir e tomar decisões em grupo. Assim o experimento com o grupo B ocorreu

na ordem que é mostrada no Quadro 2.

Quadro 2 - Sequência das operações do grupo B

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Fonte: Produzido pelo autor

Podemos observar que neste experimento os alunos do grupo B tiveram acesso a todas as

informações necessárias para a tomada de decisão e mesmo assim cometeram alguns erros,

em sua maioria por não observarem atentamente a todas as instruções. Também observamos

que o tempo que o agente levou para realizar basicamente a mesma tarefa diminuiu a cada

rodada. Nesta fase houve mais intervenções do condutor do exercício, o que foi equivalente a

um treinamento, que ao contrário do grupo A, o grupo B poderia receber. Percebemos que

depois de cada intervenção, os erros não se repetiram. Também percebemos que o grupo B

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seguiu a sequência correta do fluxo de atividades em um ambiente de produção MTO,

consequência da prévia informação que tiveram sobre esta sequência.

4.2.3. Aplicação do questionário

O segundo dia de experimento ocorreu duas semanas depois à fase prática. Aplicamos um

questionário de pós-experiência de utilização do Empresário®3 nos participantes deste

experimento, assim pudemos avaliar se o experimento gerou conhecimento duradouro. No

Quadro 3 encontra-se o resumo compilado das respostas dos grupos A e B.

Quadro 3 - Compilado das respostas dos grupos A e B

Fonte: Produzido pelo autor

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As respostas do questionário mostram que a informação privilegiada do grupo B sobre o fluxo

de atividades no MTO não gerou conhecimento duradouro.

Os erros cometidos pelos integrantes do grupo A levaram-nos a perceberam que dentro da

empresa precisa haver sintonia, trabalho em conjunto, comunicação e discussão entre os

membros dos diversos setores para que a empresa e, consequentemente, cada setor seja

beneficiado.

Através das respostas do questionário, percebemos que ambos os grupos relataram que a

simulação os ajudou a compreender a dinâmica entre os setores de uma empresa e suas

diversas funções.

5. Considerações finais

No pré-teste pudemos observar que o sistema não era intuitivo, ao ponto do usuário necessitar

de instruções detalhadas de cada etapa do processo. Mesmo estando especificados no passo-a-

passo que foi fornecido na fase experimental, alguns participantes não se atentaram ao

preencher os principais campos. Assim percebemos que apenas as instruções fornecidas por

escrito algumas vezes não são suficientes, tornando indispensável o contato interpessoal

durante o treinamento.

Tanto no pré-teste quanto na fase experimental com o grupo A, analisando a sequência que foi

tomada para realizar as atividades e observando comentários como “agora não é sua vez, é

minha”, observamos que cada participante estava trabalhando de acordo com o interesse da

sua própria função e não em benefício geral da empresa. Como não houve um treinamento

para a utilização do software e nem uma explicação da visão global da empresa, cada agente

utilizou apenas as informações que constavam nos documentos fornecidos, deixando margem

para a livre interpretação, que em sua maioria, não foram de acordo com as expectativas dos

pesquisadores. Este mesmo comportamento não foi observado no grupo B, percebe-se, então,

que a informação privilegiada que este grupo teve sobre o correto fluxo de atividade de um

ambiente MTO foi de vital importância para um melhor desempenho.

Observamos que, no geral, nos últimos ciclos de atividades os participantes têm menos

dificuldades e demoram menos para realizar as mesmas atividades, e concluímos que este fato

é decorrente da prática de uso do software.

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Percebemos que o fluxo de atividades MTO não é obvio para alunos que nunca tiveram aulas

sobre ambientes de produção. Tanto no pré-teste quanto no experimento com o grupo A,

podemos observar que é quase unânime a falta do conhecimento do fluxo de atividades em

um ambiente MTO. Da mesma maneira, os questionários respondidos pelo grupo B mostram

que o conhecimento sobre o fluxo de atividades no MTO, adquirido na simulação em

laboratório, não foi duradouro. Este problema torna-se pontual quanto ao momento certo de

programar a produção. Parece-nos que a falta de conhecimento do funcionamento de uma

empresa faz com que o fluxo de atividades em um ambiente MTO seja abstrato. Este fato

demostra que o exercício simulado vem como um complemento das aulas tradicionais, onde a

teoria é melhor explorada e compreendida.

Através das respostas do questionário, percebemos que ambos os grupos relataram que a

simulação os ajudou a compreender a dinâmica entre os setores de uma empresa e suas

diversas funções.

O grupo de agentes e suas decisões (baseada no nível de informação e comunicação

interpessoal dos participantes) influenciam na eficiência do ERP e consequentemente nos

resultados alcançados. Concluímos, por tanto, que a ação do usuário pode afetar os ganhos

possíveis da integração proporcionada pelo ERP, tornando o conceito de integração dos

sistemas ERP dependente dos usuários e de suas ações dentro do sistema.

Para trabalhos futuros sugerimos simular este experimento com outros grupos, com

características diferentes, ou em outros ambientes ERPs para poder chegar a conclusões mais

coesas e precisas.

Agradecimentos

Agradecemos a Faculdade de Engenharia de Bauru da Universidade Estadual Paulista (FEB –

UNESP) por nos fornecerem laboratórios e softwares necessários para a realização desta

simulação. Aos alunos participantes desta simulação dos cursos Engenharia de Produção e

Engenharia Elétrica, por aceitarem ser objetos deste estudo. Em especial aos discentes

Leandro do Prado Ferres e Iris Fajoulle, os quais foram essenciais para o desenvolvimento

deste trabalho.

REFERÊNCIAS

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Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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APÊNDICES

Apêndice A - Fluxo de atividades em um ambiente MTO

Demanda Empresa (MTO)

Projeto

Programação

Produção

Faz o pedido

Processa o

pedido e

encaminha

produção

DEMANDAVenda/Expedição/Finan

çasPrograma a Produção Produção

Cliente

Venda

Expedição

Financeiro/ComprasFornecedor

Fornecedores

Recebe produto

Estoque

Suprimentos

Recebe e processa

pedido

Sim

Confere

produtos e

coloca-os no

estoque

Processa

materail

conforme

programa de

produção

Finaliza o

pedido

Envia para a

expedição

Confere envia

ao cliente

Estoque

Consome os

produtos

Processam as vendas e

entregam os produtos

Controla os níveis de

estoques

Alinha recursos produtivos

com a demandaPlaneja e executa a produção

Planeja o consumo de

materiais, MO e

executa a produção

Compra os

materiais

Não

Envia material

para a produção

Faz lista de materiais e

consumo, programa a

produção

Solicita materiais ao

estoqueHá estoque?

Requisição

de compra

Envia produtos

Recebe produto

e finaliza

processo

FaturamentoAgenda e realiza

pagamentos

Fonte: Produzido pelo autor