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Prêmios SINEPE/RS 2015 | 6º Prêmio Inovação em Educação | Área Fim SIMULAÇÃO DA ASSEMBLEIA DAS NAÇÕES UNIDAS E DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU Uma ferramenta de ensino !

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Page 1: SIMULAÇÃO DA ASSEMBLEIA DAS NAÇÕES UNIDAS E DO … · Nações Unidas, desenvolvido pelos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciado no ano de 2012 e que congrega,

Prêmios SINEPE/RS 2015 | 6º Prêmio Inovação em Educação | Área Fim

SIMULAÇÃO DA ASSEMBLEIA DAS

NAÇÕES UNIDAS E DO CONSELHO DE

SEGURANÇA DA ONU

Uma ferramenta de ensino !

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Colégio Nossa Senhora da Glória, A nossa Instituição

O Colégio Nossa Senhora da Glória, fundado em 1928, pertencente à Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria é mantido pela Sociedade Educação e Caridade. Situa-se na Avenida Oscar Pereira, 3052 – Bairro Glória, que faz divisa com os bairros Medianeira, Teresópolis, Partenon e Belém Velho, na zona sul de Porto Alegre. No ano de 2015, conta com 930 alunos distribuídos na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, nos turnos manhã e tarde. Em seu quadro funcional, conta com 55 professores somados a 37 funcionários, totalizando 92 colaboradores. A direção da instituição, atualmente, é presidida pela Irmã Maria Angelina Enzweiler. As famílias do bairro de onde provêm a maioria dos alunos são tradicionais e conservam valores e costumes de seus antepassados, principalmente os que dizem respeito à cultura e religiosidade. São de classe média e média baixa e, ao procurar matrícula para seus filhos, buscam uma educação baseada na formação da pessoa em sua integridade. Muitos ingressam na Educação Infantil e complementam seus estudos no Ensino Médio.

A instituição assume o compromisso com a Educação Evangélico-Libertadora que tem princípios definidos em relação à pessoa que deseja formar e à sociedade que quer construir, iluminado pelos referenciais de sua fundadora, Bárbara Maix. O Colégio oferece um espaço favorável e privilegiado para o desenvolvimento da aprendizagem, tendo sua estrutura organizacional voltada à qualidade e à excelência acadêmica. Apresenta como objetivo geral construir competências, conhecimentos e valores em crianças e adolescentes, desenvolvendo seu potencial humano para a vivência consciente da cidadania e para que compreendam o mundo em que estão inseridos. Desta forma, atuarão como agentes transformadores em prol da justiça, da sustentabilidade do planeta, da ética, da fraternidade e do respeito ao próximo, aptos a proporem soluções para os desafios da sociedade em que vivemos. Acrescenta-se a isso a percepção do Colégio Nossa Senhora da Glória de que vivemos num tempo em que os meios de comunicação constroem sentidos e disputam a atenção da juventude. Sendo assim, a Escola é desafiada a ser um lugar em que se aprende a analisar, criticar, pesar argumentos e fazer escolhas. Isso requer que os conteúdos do currículo sejam tratados de modo a fazer sentido para o aluno. É claro que processar informações depende da realidade imediata e cotidiana, uma vez que pode e deve ser referido a contextos mais amplos, remotos, virtuais ou imaginários do mundo

contemporâneo. Esse é o ponto de partida para aceder aos significados deliberados e sistemáticos, constituídos pela cultura científica, artística e linguística da humanidade, que se busca desenvolver no espaço escolar. Os objetivos específicos do Colégio Nossa Senhora da Glória são: 1) Assumir a educação como processo de libertação, de apropriação e construção do conhecimento a serviço do bem comum. 2) Cultivar e vivenciar os valores evangélicos, comprometendo-se com a formação da justiça e da dignidade humana. 3) Posicionar-se em defesa da vida, tendo como base a pessoa humana, criada a imagem de Deus, a fim de que as relações sejam fraternas e solidárias. 4) Promover a igualdade de direitos entre os gêneros e a autonomia e dignidade da mulher.

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Cenário de surgimento do projeto e justificativa

para a sua implantação.

O Colégio Nossa Senhora da Glória é uma Instituição Educacional pela qual já passaram mais de 30 mil alunos. Os registros dessa trajetória podem ser vistos no Memorial do Colégio, o qual reúne mais de 500 objetos em seu acervo, reconstituindo o dia a dia das aulas, dos professores, dos alunos, das diretoras, enfim, de todas as pessoas que ajudaram a escrever esta História, marcada pelos fundamentos cristãos, éticos, cívicos, científicos e humanísticos que a constituíram ao longo dos tempos. Estes valores têm sido revistos e redimensionados em resposta às constantes mudanças que a sociedade vem lhe impondo. Nesse sentido, e tendo consciência de que a escola contemporânea vive um novo cenário que a desafia, pontuando a necessidade de um novo paradigma educacional em busca de uma sociedade do conhecimento, de aprendizagem e de mudança, o Colégio Nossa Senhora da Glória aponta, nos últimos anos, para a necessidade de desenvolver uma educação mais crítica, de tal forma que permaneça garantindo a qualidade de ensino, aliada à construção de competências e de habilidades, fundamentais aos educandos.

Tal projeto emerge como um novo cenário para o ensino no século XXI, ou seja, um ensino que assume não apenas a transmissão de conhecimentos, mas também a ampliação dos horizontes e a religação dos saberes; persegue um nível de funcionamento superior, um ambiente aberto ao conhecimento, à criação, à interdisciplinaridade, a busca pelo trabalho docente coletivo, a formação de alunos que atuarão na sociedade atual e futura, a ética, a aprendizagem de alto nível. Estes referenciais emanam do Projeto Educativo da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria (2010), do qual o Colégio faz parte, e que registra em seu Marco Operativo a metodologia, entendida como o modo em que o processo de aprendizagem é conduzido para o desenvolvimento de habilidades e de competências. Contempla a ressignificação dos conteúdos nas áreas do conhecimento e uma avaliação mediadora. (p. 51) Tais constatações, referentes à importância de desenvolver uma educação mais crítica e significativa, relaciona-se a um paradigma que propõe uma ação metodológica contextualizada e que promove a discussão de importantes tópicos geopolíticos, bem como o contato dos estudantes com diferentes culturas e realidades, auxiliando no desenvolvimento de habilidades de comunicação, argumentação, negociação e liderança. Frente às inúmeras notícias que acompanhamos referentes às questões internacionais latentes e à eclosão de conflitos em todas as regiões do globo, que envolvem questões étnicas, territoriais, políticas, econômicas, religiosas, culturais, entre outras, torna-se fundamental possibilitar a vivência

e o exercício de práticas pedagógicas no Colégio, que possibilitam aos estudantes a coletivização de argumentos e de conclusões e a construção de competências fundamentais para o exercício da cidadania e a leitura crítica do mundo em que vivem. Nesse sentido, e com o propósito de avaliar como o aluno trabalha na resolução de situações-problema contextualizadas, o Colégio Nossa Senhora da Glória passou a desenvolver o Projeto de simulação de assembleias de fóruns multilaterais internacionais, em que os alunos atuam como representantes de países. É importante registrar que no Colégio Nossa Senhora da Glória, a prática de desenvolvimento de assembleias de estudantes neste formato aconteceu pela primeira vez no ano de 2007, quando setenta alunos da terceira série do Ensino Médio sob a mediação da professora Cristina Corso, então responsável pelo componente curricular de História,

desenvolveu a simulação de uma assembleia da ONU.

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Simulação de assembleias Pioneirismo do Colégio Nossa Senhora da Glória

prática inovadora, acentuando a importância de organizar uma atividade significativa e de discussão em torno de situações-problema que tenham vínculo com a realidade dos alunos. Neste sentido, Corso (2008, p. 179) afirma: “A proposição de uma situação-problema ativa a mobilização dos conhecimentos já adquiridos e estimula a busca de novos conhecimentos, articulando esses dois quadros de referência e estes ao sentido do problema. O trabalho através de situações-problema propicia ao aluno atribuir significado e sentido ao que está aprendendo”. A significância do referido projeto pode ser mensurada pela criação posterior do UFRGSMUNDI, projeto de extensão que envolve a simulação da Organização das Nações Unidas, desenvolvido pelos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciado no ano de 2012 e que congrega, desde então, alunos do Ensino Médio de escolas públicas e privadas de todo o estado do Rio Grande do Sul e estudantes universitários do curso de graduação de Relações Internacionais da mesma Universidade.

Nesta ocasião, o evento aconteceu a partir de um debate entre alunos que representavam dez países (Brasil, China, Canadá, EUA, Japão, Holanda, França, Índia, Inglaterra e Rússia) interessados na questão das mudanças climáticas no planeta, que defenderam pontos de vista que favoreciam ou não o controle da emissão de poluentes, conforme seus interesses econômicos, políticos ou ambientais. A dinâmica incluiu a apresentação de questões polêmicas relacionadas ao meio ambiente, a partir da qual os estudantes lançaram propostas para votação, tais como: criação de teto e de compra de cotas de carbono, criação do combustível de aviação, corte de impostos sobre a compra de casas de consumo energético eficiente, entre outros. Percebe-se, portanto, o desenvolvimento pioneiro desta ferramenta de ensino no Colégio Nossa Senhora da Glória, que foi registrada no livro Significar a Educação: da Teoria à Sala de Aula, lançado pela EDIPUCRS no ano de 2008, sob a organização de Adelar Hengemühle e que, no seu capítulo 14, registra o relato desta

Visando resgatar a vivência transcorrida no ano de 2007, o Colégio Nossa Senhora da Glória estabeleceu o projeto de simulação de assembleias internacionais em caráter definitivo para as turmas 2ª série do Ensino Médio, desde o ano de 2014. A culminância deste projeto ocorre anualmente no UFRGSMUNDI.

Objetivos e desafios buscados pelo Colégio Nossa Senhora da Glória

1) Oferecer aos estudantes do Ensino Médio uma oportunidade de desenvolvimento e qualificação do processo de ensino-aprendizagem. 2) Desenvolver o conhecimento dos estudantes acerca dos interesses de diferentes países no que tange às questões internacionais. 3) Democratizar o conhecimento entre os jovens. 4) Trabalhar com situações-problema para aproximar a produção escolar da prática social. 5) Estimular a criatividade e o senso crítico dos estudantes. 6) Colocar em prática uma ferramenta de ensino de relações internacionais na Escola. 7) Estabelecer relações entre as diversas áreas do conhecimento que permitam aos estudantes compreender, processar, pensar, criticar e incorporar diversos conteúdos e conceitos. 8) Possibilitar discussões de assuntos que passam tradicionalmente sem a devida atenção durante o Ensino Médio. 9) Desenvolver a multidisciplinaridade de discussões através da associação das áreas do conhecimento, envolvidas em um mesmo tópico de problematização. 10) Desenvolver habilidades de liderança, lógica, raciocínio, convencimento e diplomacia nos estudantes.

Publicação que recebeu o prêmio Responsabilidade Social - Categoria Público Interno – Bronze/3 º lugar – SINEPE-RS, no ano de 2009.

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Público Interno: *Uma coordenadora pedagógica, duas orientadoras educacionais, dois coordenadores de níveis de ensino e serviços de apoio (Biblioteca, Setor de comunicação, Informática).

Alunos: 2ªs Séries do Ensino Médio

Público Externo: - Quatro alunos do curso de graduação de Relações Internacionais da UFRGS, a cada ano (2014 e 2015). - Ana Carolina Melos (Secretária-Geral do UFRGSMUNDI), como palestrante na Semana Literária da Escola, em 2015.

Para a legitimação de todo o Projeto, foram estabelecidas as seguintes estratégias:

ENVOLVIMENTO COM OS PÚBLICOS DE INTERESSE

23 Colaboradores (Professores e setores):

1 - Professor Dinamizador

(Geografia)

17 - Professores de Apoio

Setores*

0 20 40 60

2014

2015

26

29

26

22

201 202

Apresentação dos públicos

de interesse do projeto Quantificar e qualificar o público

GESTÃO DO PROJETO Estratégias e ações adotadas para atingir os objetivos

1: Implantação de um cronograma de execução do

projeto.

2: organização de plano de trabalho no componente

curricular de Geografia que visava à preparação dos alunos para o desenvolvimento da simulação.

3: contato com os alunos do curso de Relações Internacionais da UFRGS para desenvolverem a mediação da simulação das

assembleias no Colégio.

4: palestra motivacional para os alunos da 2ª série do EM,

ministrada pela Secretária-Geral do UFRGSMUNDI.

5: encontro entre séries: os alunos da 3ª série do EM que já

vivenciaram a simulação da assembleia, partilham sua

experiência com os alunos da 2ª série do EM que irão vivenciá-la.

6: organização de certificados para entregar aos alunos da 2ª série do EM como incentivo e

reconhecimento pela sua participação na simulação desenvolvida no Colégio.

7: indicação de alunos destaque na simulação

realizada no Colégio, para participarem do UFRGSMUNDI.

8: desenvolvimento de encontros preparatórios para o

UFRGSMUNDI com os alunos destaque e o professor de

Geografia.

9: participação dos alunos do Colégio no UFRGSMUNDI.

O principal foco estabelecido foi o de significar a aprendizagem dos estudantes, e desenvolver habilidades que potencializem seu desenvolvimento cognitivo e emocional, sendo que, neste projeto, os sujeitos diretamente envolvidos encontram-se na 2ª série do Ensino Médio.

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Metodologia de aplicação e execução do projeto

A divulgação do projeto é feita na reunião de pais e alunos, no início do ano letivo, quando são apresentados os objetivos e o cronograma de desenvolvimento deste.

Posteriormente, o projeto é desencadeado junto aos estudantes da 2ª série do EM, através de uma palestra desenvolvida por um(a) professor(a) ou aluno(a) da UFRGS, do curso de Relações Internacionais ou de Geopolítica.

Dando sequência, ao longo do primeiro trimestre do ano, os alunos são desafiados a conhecer e desenvolver a dinâmica das assembleias internacionais, bem como, dos conflitos mais latentes já vivenciados ou em vigor no momento. Este trabalho é realizado em sala de aula, a partir do planejamento do professor de Geografia, e da exploração de textos, de reportagens e o desenvolvimento de pesquisas, expandindo os conhecimentos prévios dos estudantes, para que componham argumentos que sustentem as suas posições, na simulação da assembleia no Colégio.

O professor de Geografia é o mediador deste processo junto aos estudantes, que são divididos, a partir de então, em comitês representando diversos países e pontos de vista acerca de determinadas questões geopolíticas, bélicas, étnicas, territoriais, entre outras. Todos os alunos deveriam criar um DPO (Documento de Posição Oficial). O DPO é um documento que detalha as posições das representações em cada comitê.

A simulação do Conselho de Segurança pede aos seus participantes que preparem seus respectivos DPOs para que sejam entregues à banca ao início da simulação.

O DPO não poderá exceder uma página e deverá trazer os principais pontos defendidos pelo país relativo ao tema em discussão em dado comitê.

Ao final do primeiro semestre, ocorre a simulação da assembleia no Colégio, com a participação de alunos do curso de relações internacionais da UFRGS, que atuam como mediadores do debate, seguindo o protocolo das assembleias internacionais. No ano de 2014, foi simulada a assembleia do Conselho de Segurança da ONU e no ano de 2015 a assembleia das Nações Unidas. Nessa ocasião, os estudantes comparecem no Colégio, vestindo trajes sociais para representar os comitês dos países que compõem a assembleia.

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Quanto às regras: 1) Para a delegação poder expressar sua opinião é necessário levantar a placa do respectivo país, esperar a banca anotar o nome e aguardar ser chamado. 2) Cada delegação possui um tempo limitado para falar que pode variar de 1 minuto a 1 minuto e 30 segundos. 3) Ao som da segunda batida do martelo a delegação deve obrigatoriamente parar de falar. Quanto aos pontos: 1) Ponto de privilégio pessoal: que é o único ponto/moção que pode interromper o pronunciamento de um delegado, e ele o faz no momento em que sentir desconforto pessoal, quando, por exemplo, não está ouvindo a exposição. 2) Ponto de ordem: utilizada para informar a Mesa Diretora de que as regras de debate não estão sendo seguidas apropriadamente. Essa questão deve se relacionar diretamente com as regras do debate e só poderá ser levantada quando a mesa perguntar se há alguma questão ou moção em pauta, ou na vez da delegação de fazer a exposição. Exemplo: quando a mesa não cede a palavra à delegação que está inscrita primeiro na lista de oradores, e sim a segunda. 3) Ponto de dúvida: utilizada para consultar a Mesa Diretora sobre procedimentos e regras do debate e não pode interromper um discurso. 4) Direito de resposta: quando uma delegação se sente ofendida em relação a uma exposição de outra delegação, ela pode pedir uma moção para responder tal ofensa pessoal.

Colocando em prática a simulação

Quanto às moções: As moções são utilizadas para apresentar propostas de mudança procedimental no debate. O representante que propor a moção deve informar a justificativa para tal mudança assim como o tempo de duração de tal mudança. Tipo de moções: 1) Moção para debate moderado: Se aprovada pela banca e votado pela maioria das delegações será iniciado um debate sem ordem de chamada feita pela mesa e com um tempo determinado. Se aprovada posteriormente o debate moderado poderá ser estendido por mais algum determinado tempo. 2) Moção para debate não moderado: Nesta moção, aprovada pela banca e com tempo limitado, poderá haver a livre circulação de pessoas pela sala, para um debate livre/ ou em grupos. 3) Moção para resolução: Moção para a criação de um documento de resolução oficial para o atual problema. Após a criação da moção pelas delegações ela será repassada à banca e a partir disto mudanças poderão ser feitas para a resolução final. Ao ser lida e todas as emendas serem feitas (a partir da moção para emenda) será feita uma votação. Se votada pela maioria e por todas as delegações permanentes (Rússia, China, França, Reino Unido e Estados Unidos da América) a resolução estará aprovada e será o fim da simulação. Se uma das delegações permanentes ou a maioria não concordar a resolução será vetada. Se isso acontecer, o Conselho de Segurança permanecerá sem ação perante o problema. Destaques Ao final de quatro horas de simulação, são indiciados pelos alunos do curso de Relações internacionais da UFRGS os alunos que mais se destacaram nesta atividade pelos argumentos levantados e defendidos, raciocínio sustentado, poder de argumentação, convencimento e postura diplomática. Estes alunos são inscritos pela coordenação pedagógica para participarem do UFRGSMUNDI, representando o Colégio. O período que segue à simulação da assembleia no Colégio até a realização do UFRGSMUNDI é destinado à preparação do grupo de alunos destaque, através de encontros de estudos, no turno inverso às suas aulas, sob a orientação do professor de Geografia.

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RESULTADOS

Avaliação da continuidade do projeto ou da ação.

O principal objetivo do projeto de simulação de assembleias internacionais no Colégio Nossa Senhora da Glória foi o de beneficiar os alunos no seu desenvolvimento cognitivo. Dentre os aspectos relacionados à prática pedagógica que o projeto evidenciou, destacamos: O aprofundamento de conhecimentos na busca de uma fundamentação teórica mais consistente no que tange aos temas abordados nas assembleias simuladas pelos estudantes. o trabalho em comitês (grupos), representando pontos de vista diversos e antagônicos, exercitando a prática da argumentação a partir de conceitos e de dados precisos dentro de um clima respeitoso, no qual foi percebida a denúncia de argumentação com diferentes intensidades. A elaboração de novas ideias dos estudantes a partir de seus conhecimentos prévios.

Este projeto e as conclusões que dele emergem, buscam apresentar o que é possível ser alcançado e o que é mais discutido na atualidade em termos de metodologia para o desenvolvimento de competências e de habilidades no Colégio e nos remete a confirmar que “uma pedagogia das situações-problema deverá, portanto, esforçar-se para instalar dispositivos em que se articulem explicitamente problemas e respostas, em que as respostas possam ser construídas pelos sujeitos e integradas na dinâmica de uma aprendizagem finalizada” (MEIRIEU, 1998, p. 170). Conforme Corso (2008, p. 186) “acreditamos, também, que a nossa opção por aderir a uma abordagem por competências e por situações-problema foi, antes, um exercício de convencimento dos alunos a trabalharem de outra maneira: tornando-se parceiros ativos, cooperando, responsabilizando-se por protagonizarem suas ações e por partilharem suas ideias”.

Recursos necessários

Recursos humanos: profissionais do Colégio Nossa Senhora da Glória e profissionais convidados para palestras e mediação, bem como responsáveis pelo Laboratório de Informática e recursos multimídia. Recursos financeiros: Os principais recursos necessários à implantação do projeto foram os investimentos nos horas de trabalho do professor de Geografia, custos dos certificados para os alunos participantes e pagamento das inscrições dos alunos no UFRGSMUNDI. Aspectos relacionados à prática

A construção de conhecimentos acerca de temáticas culturais, ecológicas, étnicas, econômicas, políticas, territoriais e sociais de diversos países. A aproximação dos estudantes de realidades que muitas vezes parecem distantes, através da simulação das assembleias. O apontamento para abordagens diversificadas de conteúdos da vida dos povos, de suas posturas, de suas culturas, numa perspectiva temporal e de resgate do passado com vistas para a resolução de problemas latentes internacionais da vida das sociedades. O levantamento de alternativas para a solução dos problemas levantados na simulação da assembleia envolvendo incentivos, barreiras, punições, exigindo o conhecimento associado a diferentes áreas do conhecimento. O desenvolvimento da consciência política dos estudantes. O exercício de uma postura ética entre os alunos debatedores. A conscientização quanto ao consumo consciente, à responsabilidade socioambiental e valores como a tolerância e a não discriminação de minorias.

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Salientamos que a prática aqui relatada nos aponta um horizonte de fundamentação teórica e de intencionalidade educativa para o presente e continuidade do projeto, que pressupõe:

Soma-se a isso a percepção acerca da relevância deste projeto pelos temas definidos para a composição dos comitês de alunos que participam das simulações, tais como: a questão nuclear do Irã (ano de 2014) a Assembleia Geral das Nações Unidas Histórica de 1947 – a partilha dos territórios palestinos (ano de 2015), bem como a constituição e o funcionamento de órgãos como as Nações Unidas e o Conselho de Segurança da ONU, dentre outros. Neste sentido, se desejamos formar sujeitos com uma visão mais global da realidade, vinculando a aprendizagem a problemas reais, incentivando a reflexão acerca da pluralidade e da diversidade, percebemos a relevância de nosso projeto para a formação dos estudantes de nosso Colégio.

Resultados Quantitativos:

A ressignificação e o resgate da historicidade

dos conteúdos

A ligação entre teoria e prática

A discussão em torno de

situações-problema

A construção de competências na

Escola

Resultados alcançados (quantitativos/percentagem e qualitativos)

0 20 40 60

2014

2015

26

29

26

22

201 202

Alunos das 2ªs Séries do Ensino Médio

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“A preparação e principalmente as experiências vividas durante o UFRGSMUNDI foram únicas para a minha aprendizagem, auxiliando-me a compreender melhor os mais diversos aspectos das culturas e relações internacionais do mundo. Além disso, o evento me proporcionou conhecer pessoas dos mais variados lugares do estado, próximas em idade, mas com estilos de vida e visões diferentes dos meus, o que me ajudou a ser mais crítica e observadora com relação ao que ocorre ao meu redor. Enfim, esse é um evento extraordinário, e agradeço muito pelo empenho e dedicação de todos aqueles que contribuíram para a sua realização.” Ana Lúcia Rocha – 302

“Participar da Simulação da Assembleia Geral das Nações Unidas foi uma experiência única, pois foi possível aprender e discutir questões históricas, econômicas e geopolíticas. Também contamos com a presença de graduandos da UFRGS, a qual qualificou o debate, o elevou para um nível mais técnico e fez com que os alunos adquirissem um sólido conhecimento sobre o tema. Agradeço ao Colégio Nossa Senhora da Glória pela oportunidade de atuar nesta simulação.” Guilherme Mainieri Eymael – 201

“A simulação feita pela UFRGS MUNDI no nosso colégio foi uma experiência única em minha vida. Acredito que após esse acontecimento, levei comigo um jeito novo e muito interessante de olhar o mundo geopolítico e especialmente um certo debate entre nações do mundo inteiro. De um modo geral, serviu como exemplo para o meu pensamento que me fez abrir as ideias, deixando claro a importância de um assunto tão polêmico. Podemos levar esse aprendizado para muitos rumos de nossa vida e eu principalmente creio que levou meu pensamento muito longe e acredito que pode ser muito útil na minha vida.” Pedro Augusto da Silveira Medeiros - 201

“Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Escola e à UFRGS por terem nos proporcionado essa oportunidade de simular a Assembleia Geral das Nações Unidas. Tive a oportunidade de representar o Brasil no evento, que simulou a definição da Paritlha da Palestina.” Lucas Laypold Casagrande – 201

“A experiência de ter participado de um evento, no qual simula a realidade de um país presente na comissão do Conselho de Segurança da ONU, foi simplesmente indescritível. Pois além de trabalharmos com assuntos de grande relevância ao cenário mundial, também obtemos um conhecimento mais amplo. Também foi possível sentir a experiência de trabalharmos com membros de uma das melhores universidades da América Latina (UFRGS).“ Roger Xavier - 302

“A simulação da ONU realizada no UFRGS MUNDI 2014 foi magnífica, possibilitou aos participantes novos conhecimentos, como cultura e comportamento, e novas amizades, além de ser um método mais descontraído de aprender, tornando-se algo divertido, já que promove a integração de todos os participantes em busca de uma conclusão que favoreça todas as partes.” Douglas Coelho - 302

“Estar no Mundi é incrível. O evento me surpreendeu, não me passava pela cabeça que seria algo tão gratificante. Adquiri conhecimento, convivi com pessoas de outras culturas e outras realidades e, além disso, pude ver de perto e sentir na pele os dramas de uma reunião diplomática. É uma das experiências mais divertidas que se pode ter, tendo em vista de que todos os participantes contribuem – e muito – para o andamento da assembleia.” Leonardo Malta

Resultados Qualitativos e replicação do projeto:

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Rio Grande do Sul. Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/ Secretaria de Estado da Educação. – Porto Alegre: SE/DP, 2009. Rio Grande do Sul. Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Ciências da Natureza e suas Tecnologias/ Secretaria de Estado da Educação. – Porto Alegre: SE/DP, 2009. Rio Grande do Sul. Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Ciências Humanas e suas Tecnologias/ Secretaria de Estado da Educação. – Porto Alegre: SE/DP, 2009. SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte, Autêntica. 2002. THURLER, Gather Mônica. O estabelecimento escolar como organização aprendente. In: Inovar no Interior da Escola. Porto Alegre: Artmed, 2001. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZABALA, Antoni & ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Atmed, 2010.

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FICHA TÉCNICA Direção: Ir. Maria Angelina Enzweiler

Coordenação Pedagógica Educação Infantil e EFI: Caroline dos Santos Klein Coordenação Pedagógica EFII e EM: Cristina Pires Corso Orientação Educacional Educação Infantil e EFI : Konstans Steffen Orientação Educacional EFII e EM: Maria Luisa Boll Damiani e Rosane Braga Souto

Vice-direção: Rosane Braga Souto

Coordenação de níveis Educação Infantil e EFI: Fátima Aparecida D.R. da Silva Coordenação de níveis EFII e EM: Claudir Menegat e Kelbert Steffen