simanazine regional mensal n.º 1 - 1 de agosto de 2011

16
Distribuição Gratuita | Segunda-feira 01 Agosto 2011 | Ano 1 | Número 1 | www.simagazine.net | Directora: Elsa Lopes |Ciência PÁGS. 8-9 Porque nos queimamos ao Sol? SAÚDE Saúde oral no verão. | Como prevenir a periodontite. Esta doença afecta a gengiva e o osso de suporte em redor dos dentes. Com a progressão da periodontite para um estado grave os dentes começam a perder o seu suporte e a ganhar mobilidade, o que faz com que em fases mais avançadas a sua perda seja inevitável. PÁG. 7 | Os cuidados para um sorriso bonito. Os aparelhos ortodonticos são hoje mais pequenos. Podem ser cerâmicos, ocultos e até praticamente invisíveis. Um bonito sorriso contribui para a melhoria da auto-estima e saiba como. PÁG. 7 A exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis… saiba mais. | União de facto, uma tendência. Muitos casais optam por viver juntos, quer seja por convicção, por falta de recursos económicos ou como preparação para o casamento. Quais os direitos jurídicos desta situação? PÁG. 5 | Verão, dietas, alimentação. Saiba como a alimentação é fundamental para uma vida saudável. PÁG. 6 | Desporto radical Onde praticar canoagem na Região Centro? PÁG. 6 | Economia O microcrédito, uma esperança para as pequenas e médias empresas. PÁG. 11

Upload: grupo-marques-associados

Post on 22-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

SIManazine Regional Mensal N.º 1 - 1 de Agosto de 2011

TRANSCRIPT

Distribuição Gratuita | Segunda-feira 01 Agosto 2011| Ano 1 | Número 1 | www.simagazine.net | Directora: Elsa Lopes

|Ciência PÁGS. 8-9

Porque nos queimamos ao Sol?

SAÚDESaúde oral no verão.| Como prevenir a periodontite. Esta doença afecta a gengiva e o osso de suporte em redor dos dentes. Com a progressão da periodontite para um estado grave os dentes começam a perder o seu suporte e a ganhar mobilidade, o que faz com que em fases mais avançadas a sua perda seja inevitável. PÁG. 7

| Os cuidados para um sorriso bonito.Os aparelhos ortodonticos são hoje mais pequenos. Podem ser cerâmicos, ocultos e até praticamente invisíveis. Um bonito sorriso contribui para a melhoria da auto-estima e saiba como. PÁG. 7

A exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis… saiba mais.

| União de facto,uma tendência.

Muitos casais optam por viver juntos, quer seja por

convicção, por falta de recursos económicos ou como

preparação para o casamento.

Quais os direitos jurídicos desta situação? PÁG. 5

| Verão, dietas, alimentação.Saiba como a alimentação é fundamental para uma

vida saudável. PÁG. 6

| Desporto radical Onde praticar canoagem na Região Centro? PÁG. 6

| EconomiaO microcrédito, uma esperança para as pequenas e

médias empresas. PÁG. 11

2 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

|Editorial

|Ficha Técnica

O jornal SIMagazine é um novo órgão de Comunicação Social, de distribuição gratuita e a nível regional. Aposta numa nova linha editorial, com um conteúdo dinâmico, informa-tivo e intemporal. Um formato criativo de jornal, com um design de magazine. Um jornal que proporciona assim, mensalmente, uma nova oferta junto dos leitores da Região Centro, com conteú-dos valorativos, qualificativos e explicativos dos diversos assuntos de interesse público. O SIMagazine assume-se no mercado como uma inovação dos jornais gratuitos, primando pela originalidade e criatividade, posicionando-se na região centro do país. O SIMagazine implementa, assim, uma nova forma de chegar até às pessoas, com a sua dinâmica na distribuição dos jornais em todos os pontos fortes da região, misturando a criatividade, inovação e originalidade com a imagem do jornal. Queremos assim, que esta dinâmica, chegue a cada leitor, de forma a que a SIMagazine faça parte do dia a dia da população da Região Centro e Norte. Este jornal terá várias rubricas de espaço livre onde vários especialistas de cada área vão falar de casos actuais da sociedade, da região, do país e do Mundo. Esta publicação é uma edição especial para dar o conhecimento geral do que serão os próximos números, com temáticas mais específicas e conteúdos mais dinâmicos. Este número é uma forma de apresentação das pessoas que mensalmente vão colaborar, para tornar este jornal activo e com a qualidade que os leitores merecem. Esperamos que este jornal se identifique com cada um de vocês para que atinja o nosso objectivo principal, agradar a todos com a eficácia desejada.

ELSA LOPES | Directora

PROPRIETÁRIA/EDITORA CRÓNICASOLTAS, UNIPESSOAL, LDA Sede: Av 25 deAbril, loja 2, 1º andar 3780-205 Anadia NIPC: 509 500 340 Natureza Jurídica: Sociedade por quotas CRC Coimbra sob o nº 509 500 340 Capital Social: €5000Detentora de 100% do capital - Elsa Lopes DIRECTORElsa Lopes [email protected] Nºde registo da ERC: 126049 Depósito legal: 331576/11 ISSN: 2182-2727 Tiragem: 10 000 exemplares Periodicidade: Mensal SERVIÇO DE APOIO AO [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL [email protected] DESIGN Grupo Marques&Associadoshttp://blog.grupoma.eu/

TIPOGRAFIAFIG - Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020-265 COIMBRA Telefone: 239 499 922 Fax: 239 499 981 Email: [email protected] DISTRIBUIÇÃOGrupo motard “OS KIKOS”

Saber liderar é fundamental!

Sobre Liderar…

Vencer significa bater os concorrentes na

corrida pelo cliente. E é aqui que, tal como

no exército, numa equipa desportiva, num

país ou governação, é imprescindível que

a liderança seja de ter visão estratégica,

saber moldar o futuro e dar-lhe a forma mais

conveniente para enfrentar os desafios de um

hoje cada vez mais incerto.

O líder tem que desenvolver, instruir e inspirar

pessoas, conduzindo as suas equipas de

trabalho a uma performance de excelência.

Estas são as bases das grandes competên-

cias que um qualquer líder tem obrigatoria-

mente de ter.

Está muito na moda, associarmos á person-

alidade de um gestor o termo da resiliência.

Fazendo uma breve explicação, podemos

defini-la como a capacidade de um indivíduo

prosperar e realizar o seu potencial apesar

das muitas e possíveis tensões existentes.

Constatamos que este mesmo indivíduo

estará mais inclinado a ver os problemas

como oportunidades para incrementar o seu

crescimento e a encarar os insucessos como

oportunidades de aprendizagem e chaves

para alcançar o sucesso.

O líder de hoje tem de ser assim, um op-

timista consciente com uma boa dose de

estupidez natural, o que por sua vez é con-

sequência de uma boa saúde mental, da sua

capacidade de construir fortes e sustentadas

relações com o seu ambiente interno

e externo.

Defendo que o bom líder é aquele que se

rodeia de pessoas mais inteligentes que ele

próprio, que não tem medo de enfrentar uma

plateia de 500 pessoas deixando todos os

presentes a chorar com uma simples palestra

sobre a arte de descascar cebolas. Defendo

que o bom líder é aquele que não precisa

de fogo-de-artifício para brilhar, é aquele

que chora quando tem que chorar, e que ri

quando tem que rir, pleno de emoções.

A constante busca da satisfação das

pessoas deve ser o seu objectivo máximo,

uma pessoa motivada faz o trabalho de duas.

O líder começa a sua actividade quando

entra no portão e cumprimenta o segurança,

quando entra no escritório e tem o cuidado

de perceber se o filho da sua secretária já

recuperou da gripe que o levou ao hospital.

É exigente? É. Estará ao alcance de todos?

Não. Posso aprender a ser melhor líder do

que sou hoje? Sem dúvida nenhuma.

Henrique Emanuel Fidalgo

[email protected]

OPINIÃO

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 3

1. Leituras de VerãoEm tempo de veraneio acolho, à sombra do

júbilo, uma sugestão da Drª ELSA LOPES

para cronicar para esta nova publicação.

Alguns parâmetros foram enunciados, como

balizas, para nos orientarem no nosso alinha-

var neste novo órgão de comunicação social:

informalidade na comunicação, atractividade

no design, originalidade na informação com

uma marca precisa de Região Centro Praias.

Lazer… E também a vida árdua - a de todos

os dias e de quase todos os portugueses.

Não! Não falo disso - do pessimismo; atiro-o

para o lado, para o lixo. Prefiro falar de OPTI-

MISMO. Uma amiga foi fazer férias ao México

(se fizesse férias em Portugal seria um con-

tributo para a nossa economia). Encontrei-a

com o marido depois de ELA ter ido comprar

LIVROS PARA LER NAS SUAS FÉRIAS.

De forma atrevida, quase deselegante, quis

conhecer as suas preferências para ler no

“verão mexicano”. Mostrou-me dois livros

sobre estilos de vida e meditações, conteú-

dos cruzados com optimismo. As mulheres

são cada vez mais uma agradável surpresa

e, por mais que sofram, têm sempre um

sorriso bonito e pensado para nos oferecer.

Trabalham o OPTIMISMO.

2. Modas Sei que (também) esta publicação irá

surpreender. Vai ter um design atractivo numa

altura em que o design é uma mais-valia

para a recuperação económica de Portugal.

Somos bons no fabrico de vestuário, mas

durante décadas faltou-nos o design; somos

bons no fabrico de cerâmica e porcelana,

mas durante décadas faltou-nos o design.

Fátima Lopes, o que nos diz? E o que nos

dizem as vanguardistas produções da Vista

Alegre-Atlantis? Uma questão de moda

e tendências. E de DESIGN.

De ORIGINALIDADE a ADICIONAR à

QUALIDADE.

3. Praias limpasPraias limpas é motivo de satisfação. Uma

empresa com trabalhadores felizes, activos

e empreendedores é êxito assegurado.

Trabalhadores do GRUPO CATARINO,

sedeado em FEBRES (CANTANHEDE)

atentos às suas responsabilidades sociais

para com a comunidade onde se insere, es-

tiveram, num destes últimos sábados, a limpar

uma Praia do Concelho. Acção importante

e a merecer destaque. E repetição noutras

empresas.

4. OriginalidadeNão pedimos apenas originalidade aos e nos

meios de comunicação social, nos têxteis, na

cerâmica, no vidro. A COZINHA CRIATIVA,

neste período de Verão, pode ser palco para

inesgotável fonte de criação. DOCES E

GELADOS dão colorido ao Verão.

Já pensaram como seria giro entrar numa

Gelataria e encontrar pipocas, como se fosse

bolacha crocante, a servirem de base a um

gelado de baunilha e morango tendo como

top uma camarinha? A imaginação floresce

no Verão.

5. Prefira Produtos PortuguesesApesar de ser Verão procuro manter-me

activo e desperto quando vou às com-

pras. Prefiro escolher o melhor que posso,

ponderando entre qualidade, quantidade,

preço, novidade...mas SEMPRE PRODU-

TOS PORTUGUESES... a não ser que estes

sejam significativamente mais caros do que

os importados. Quando compro produtos

portugueses estou a ajudar-me. O leitor faz

o mesmo?

Sansão Coelho | Jornalista Radiofónico

na Rádio Difusão Portuguesa | Professor

Universitário

BREVES & FRESCAS

4 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

Os Contratos de Consumo como Contratos de Adesão: Remédios para as Cláusulas Abusivas.

Os Contratos de Adesão constituem fenómeno

corrente na vida dos consumidores e dos negócios

jurídicos de consumo em que se enlaçam.

Portugal disciplinou domínio semelhante em 1985,

adaptando sucessivamente o texto em vigor às

exigências impostas pela Comunidade Europeia/

União Europeia.

No entanto, ante as agressões de que padece

o ordenamento de consumidores, escassas serão

as hipóteses de facto suscitadas perante os órgãos

de judicatura. Escassas ante o volume de atropelos

quotidianamente registados na vida de cada um

e todos tocados por tais ofertas através de formu-

lários pré-elaborados para os “contratos prontos

a assinar”...

Para que se “mexa” na lei por forma a criar uma

outra “forma mentis”, curial será se sigam as

conclusões que nas recentes Jornadas de Trás-os-

Montes de Direito do Consumo, por nós promovi-

das, vieram a lume.

Ei-las para que os poderes tomem isto nas suas

mãos. A Justiça sem leis que valham é um exercício

falhado das missões terrenas dos homens

e mulheres que povoam os espaços com a esper-

ança numa vida feita de equilíbrios e harmonia, sem

agressões sejam de que ordem for.

Ei-las, pois:

1. Que, de molde a combater eficazmente

o fenómeno, se constitua um Comissão Nacional

das Cláusulas Abusivas, de composição

quadripartida (Conselho Superior da Magistratura,

Conselho Superior do Ministério Público, Ordem

dos Advogados e Associações de Empresários

e Consumidores) que previna e reprima o emprego

de cláusulas abusivas nos contratos-tipo e nos de

adesão, vale dizer, nos contratos pré-elaborados.

2. Que se reestruture o Registo Nacional das

Cláusulas Abusivas que, no quadro actual, é

imprestável e meramente anedótico, não presti-

giando nem o Estado nem a administração central,

nem servindo os objectivos que presidiram à sua

constituição no âmbito do, ao tempo, Gabinete

de Direito Europeu, da presidência do Saudoso

Conselheiro Neves Ribeiro.

3. Que se institua, como forma de abreviar as

delongas do procedimento judicial, à semelhança

do que ocorre no Brasil, a figura do Compromisso

de Ajustamento de Conduta, à disposição do

Ministério Público, para tornar efectivo o respeito

pelos equilíbrios contratuais e como meio de

eliminação das cláusulas abusivas dos formulários

de pré-adesão.

4. Que se amplie, no quadro das acções inibitórias

cujo objecto seja a da supressão e não

recomendação das cláusulas abusivas,

a legitimidade processual activa aos consumidores

individuais, quer hajam sido ou não, em concreto,

vítimas de quaisquer distorções neste particular,

em harmonia com o que prescreve o artigo 13 da

LDC.

5. Que sempre que em causa associações de

consumidores e consumidores individuais,

enquanto titulares da acção inibitória, se altere

a regra de competência dos tribunais, elegendo-se

a do domicíliode tais entes (o foro do demandante),

que não o da sede principal da empresa

demandada.

6. Que o caso julgado, em lugar de o ser, neste

particular, ultra partes, o seja erga omnes, de molde

a abranger os contratos do antecedente

celebrados e de evitar a inútil reprodução de

acções judiciais ou, a não haver o recurso a tal,

a permanente subsistência de atropelos por parte

dos pré-disponentes ante consumidores omissos

por mal informados ou insuficiência de meios para

se abeirarem dos tribunais em busca de justiça

para as situações que os afectam.

7. Que se permita indiscriminadamente, no domínio

das acções colectivas, a “quota litis”, a fim de se

estimular a propositura de acções pelos advogados

em exercício contra o arbítrio, a iniquidade

e a prepotência perpetrados pelos monopólios

e oligopólios que dominam o mercado de consumo

ou, nele, determinado segmentos.

8. Que se constitua um Fundo de Direitos Colec-

tivos para onde se carrearão as indemnizações

não reclamadas ou as que se destinarem directa-

mente a provê-lo, a fim de se poder proporcionar

aos legitimados, pessoas colectivas, os meios

indispensáveis a estimular o exercício de direitos

com a dimensão aqui implicada.

Teremos de ter esperança na nova ministra da

Justiça, a Dr.ª Paula Teixeira da Cruz, pelo seu

perfil, pelo seu carácter, pela consciência de

cidadã atenta a tais fenómenos. Sem lisonjas nem

subserviências. Mas há um tempo que é de todo

decisivo. Ou a esperança fenecerá! E os valores

degradar-se-ão, precipitando-se no seu contrário.

Como ora sucede, de resto.

É tempo! É hora!

Que a descrença se não instale de novo no

coração daqueles que aspiram a um mundo novo,

ainda que com os constrangimentos económi-

cos para a vida de cada um e todos que os

inimputáveis da política, caucionados pelo voto

popular, introduziram desassisadamente na vida de

comunidade que atingiram irremediavelmente na

sua justeza, equilíbrio e harmonia.

Contra as posições de senhorio económico e os

desajustamentos decorrentes de leis implacáveis

ditadas pelos predisponentes contra aqueles que

com eles contratam, não podendo – quantas vezes!

– para satisfação das suas necessidades contratar

com outrem. Porque não existe mais ninguém

a oferecer tal produto ou serviço!

É tempo! É hora! Na renovada esperança que se

abre em nossos corações, já tão fustigados pela

arrogância, pela jactância, pela incompetência

e pela iniquidade, arbitrariedade e prepotência dos

titulares dos poderes político e económico.

É tempo! É hora!

Mário Frota | director do CEDC

Centro de Estudos de Direito do Consumo de

Coimbra

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 5

União de Facto, uma tendência.

NA ESCOLHA DOS DIREITOS E DEVERES.

Muitos casais optam por viver juntos, quer

seja por convicção, por falta de recursos

económicos ou como preparação para

o casamento.

A denominada “União de Facto” é uma

situação de facto constatada pela sociedade

e que se consubstancia numa “convivência

de habitação, conjugada com a existência de

relações sexuais a que a doutrina designa de

comunhão de leito, mesa e habitação”.

A união de facto não implica a existência

de qualquer contrato escrito, podendo ser

realizada com pessoas do mesmo sexo, não

sendo fonte de relações familiares entre os

seus membros e, consoante as perspectivas,

podendo ou não estabelecer-se uma plena

comunhão de vida no plano pessoal, mas

nunca no plano patrimonial.

O nosso ordenamento jurídico atribui relevân-

cia jurídica às uniões de facto que tenham

alguma estabilidade, durabilidade, definindo

o legislador que só terão relevância jurídica

se subsistirem há mais de 2 anos.

- Como provar a existência da relação

por período superior a 2 anos, se não

existe como no casamento, um registo

civil de onde se possa extrair certidão?

Tal prova far-se-á conforme os casos, através

de testemunhas ou através de uma mera

declaração, sob compromisso de honra, dos

unidos de facto, na falta de regulamentação

da Lei.

Efeitos da União De Facto A - Efeitos Pessoais:

1 – Os unidos de facto não usufruem do

direito de acrescentar ao seu nome o apelido

do outro, nem a sua relação lhes permite

a aquisição da nacionalidade.

2 – Permissão da adopção, se a relação

durar há mais de 4 anos, e os seus membros

tiverem mais de 25 anos.

3 – Direito de recusar-se a depor como

testemunha, (contra o outro).

4 – Direito de gozar férias no mesmo

período, se trabalhassem na mesma

empresa ou na Administração Pública,

|Correio do leitorExponha as suas ideias, coloque-nos as suas dú[email protected]

5 – Presunção da Paternidade, se existir,

no período legal de concepção, comunhão

duradoura.

6 – Deveres de respeito, fidelidade, coabi-

tação, cooperação e assistência – Embora

com alcance diverso do previsto para o casa-

mento. Há autores que entendem que não

existem deveres conjugais na união de facto,

excepção feita ao dever de coabitação. Os

outros deveres conjugais poder-se-ão exigir

ao companheiro, não por ser companheiro,

mas porque se exigem a todos os cidadãos.

Quanto ao dever de coabitação, ele existe

e a sanção à sua não verificação é a própria

extinção da união de facto, pois a coabitação

para além de dever, é condição da existên-

cia da união – A união de facto para existir

implica comunhão de habitação.

B – Efeitos Patrimoniais

1 - Na união de facto não existe um regime

legal de bens pré-definido com o objectivo

de regular o seu património comum, pelo que

aos unidos de facto aplica-se o regime geral

das relações obrigacionais e reais.

Os unidos de facto podem realizar os contra-

tos que lhes apetecer, sendo únicos

proprietários dos bens que compram, e

podendo vender, sem necessidade do con-

sentimento do outro, os seus bens próprios.

Agem como solteiros, estranhos. A regra é

a da propriedade exclusiva dos bens que o

unido adquire.

No entanto, há excepções, pois podem

adquirir bens para ambos (compropriedade)

e ainda bens de propriedade comum, como

por exemplo bens para fazer face às neces-

sidades da vida em comum – alimentos,

produtos farmacêuticos, etc., com dinheiro

de ambos, sendo da mais elementar justiça,

reconhecer-se que a propriedade de tais

bens, pertence a ambos.

2 – Dívidas Pessoais: Elas não se transmitem

ao outro membro, com excepção das que

são contraídas para fazer face aos encargos

normais da vida em comum – despesas para

a casa, alimentação, divertimentos, etc.

3 – Aplicação aos membros da união de

facto do regime de IRS, nas mesmas con-

dições dos sujeitos passivos casados e não

separados judicialmente de pessoas e bens.

Dissolução da União De Facto A união de facto dissolve-se com

o falecimento, vontade ou casamento de um

dos seus membros.

Implicações práticas:

Intrinsecamente ligada à dissolução da união

de facto, está a disposição relativa à casa de

morada de família e residência comum,

distinguindo a lei entre casa própria e

arrendada. Havendo separação, e sendo

o bem pertencente a ambos, qualquer dos

unidos pode requerer ao tribunal que este

lhe atribua a casa de arrendamento.

Pertencendo apenas a um deles, o outro

poderá, na mesma, solicitar o arrendamento.

Se a casa for arrendada, por acordo ou por

decisão do tribunal (a solicitação de um

deles), qualquer dos unidos poderá ficar com

o arrendamento.

Falecimento de um dos Membros da União De FactoA lei atribui o direito a alimentos e o direito

à casa de morada de família ou residência

comum ao membro sobrevivo.

Alimentos: - Tem que ser requerido no prazo

de 2 anos a contar da data da morte do

companheiro, sob pena de caducidade. Estes

alimentos pretendem oferecer ao membro

sobrevivo as condições indispensáveis ao

seu sustento, habitação, vestuário e, havendo

um menor, também abarca as despesas com

a sua instrução e educação.

Só haverá direito a alimentos, se o membro

sobrevivo não tiver forma de prover à sua

subsistência e estes serão proporcionais à

herança do membro falecido e às necessi-

dades do sobrevivo.

Casa de morada de família ou residência

comum: - Aparece como um direito real de

habitação e de um direito de uso do recheio,

pelo prazo de 5 anos a contar da morte do

membro da união de facto (direito de habitar

na casa por tal período).

Em caso de morte do proprietário da casa,

o outro pode continuar a residir aí durante

5 anos ou mais, se a união tiver sido mais

longa, caso em que, pode permanecer por

um período igual ao da relação. Este período

pode ser alargado por via judicial, tendo em

conta os cuidados dispensados ao falecido

ou a familiares seus, ou se estiver numa situ-

ação de especial carência.

Este direito perde-se se não se habitar

a casa durante mais de um ano, salvo por mo-

tivos de força maior, como um internamento

hospitalar ou assistência a um familiar doente.

Terminado o direito a habitar a casa, pode

permanecer enquanto inquilino, pagando uma

renda. Só não poderá ficar se os proprietários

(herdeiros do falecido) puserem fim ao con-

trato com base nos requisitos exigidos na lei.

Enquanto habitar a casa, o sobrevivo tem

preferência na compra. Estes direitos só são

válidos se não tiver casa própria no mesmo

concelho ou concelhos limítrofes, no caso

de Lisboa ou Porto. Quando a casa pertence

a ambos ou a um dos elementos, o tribunal

pode decidir que fica arrendada a apenas

um, face às respectivas necessidades e ao

interesse dos filhos.

Se o casal viver numa casa arrendada,

o direito ao arrendamento é transmitido ao

companheiro por morte do inquilino. Em caso

de separação, o casal pode decidir quem

fica na casa. Se não houver entendimento,

compete ao tribunal decidir, analisando as

necessidades de cada elemento, o interesse

dos filhos e outros motivos relevantes.

Em síntese, podemos referir que a união de

facto não é uma situação recente em Portu-

gal, ela tem aumentado consideravelmente

nos últimos anos, quer em número, quer em

visibilidade. A união de facto já não é hoje

uma situação específica de um dado grupo

social ou de uma determinada região do País,

mas começa a generalizar-se como uma situ-

ação alternativa ao casamento legal.

(Lei nº 7/2001, de 11.05 alterada pela

Lei nº 23/2010 de 30.08)

(Este artigo, não querendo ser exaustivo, não

dispensa a consulta e leitura da Lei ou

a consulta a um advogado)

Vera Rodrigues | Advogada

DIREITOS

6 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

Há poucos anos, as chamadas actividades radicais,

até à data apenas praticadas por alguns,

perderam a sua radicalidade e tornaram-se

acessíveis ao grande público pela mão das empre-

sas de Animação Turística assumindo a designação

de Desporto Aventura. São muitos os programas

oferecidos pelas empresas que podem ir desde

a simples descida de rio ao fim de semana radical

mais completo. Pretende-se neste espaço divulgar

e explicar o funcionamento de algumas dessas

actividades. Com a chegada do verão e do tempo

quente, as actividades na água (mar ou rio) tornam-

se convidativas. A Canoagem é uma actividade

de lazer para toda a família, perfeitamente segura,

desde que devidamente enquadrada por monitores

ou por uma empresa de Animação certificada.

É quase unânime por parte das empresas,

a utilização de embarcações (kayaks) em plástico

tipo “sit-on-top” auto-esvasiantes, muito estáveis

e leves, que aliada à utilização obrigatória do colete

salva-vidas, fazem da Canoagem uma actividade

segura, mesmo para quem a pratica pela primeira

vez. Após as primeiras remadas, salvo algumas ex-

cepções, facilmente se controla um kayak ou canoa

num rio ou barragem e respeitando as normas de

segurança esta é uma excelente forma de passar

um dia de aventura.

São inúmeras as ofertas para a prática da Cano-

agem na zona centro, sendo o Rio Mondego a mais

popular e divulgada e muitas as empresas que

prestam esse serviço: Geo Aventura, Caminhos

d’água, Transerrano, Pioneiro do Mondego, entre

outras. A descida do Rio Mondego é uma excelente

forma de se iniciar na Canoagem. Começa em

Penacova e termina junto a Praia Fluvial do Casal

da Mizarela, bem perto de Coimbra, demorando

a descida entre 2 e 5 horas dependendo da

vontade de quem rema. Mais a norte encontramos

o Rio Vouga, a exigir um pouco mais de prática na

modalidade ou a Ria de Aveiro, bem mais acessível,

havendo ainda em algumas praias do litoral centro

a possibilidade de aluguer de canoas ou kayaks.

Como alternativa à Canoagem, encontramos

o Rafting praticado num barco insuflável de 4 a 8

pessoas, geralmente num rio bastante acidentado

(por exemplo Rio Paiva), mas a exigir mais esforço

físico, mais destreza e alguma coragem.

Cuidados a ter: utilizar sempre o colete salva-

vidas, usar protector solar em todo o corpo inclu-

sive as pernas, levar roupa e calçado para molhar,

evitar levar crianças com menos de 6/7 anos nas

descidas de rio, praticar a modalidade sempre devi-

damente enquadrado por profissionais certificados.

Pedro Vila Nova | Monitor certificado de Desporto

Aventura | Escalada, Manobras de Cordas, Ca-

noagem, BTT, Canyoning, Paint-Ball e Orientação.

O conceito de alimentação saudável é hoje

mais complexo do que no passado. Já não se

trata apenas de evitar deficiências nutriti-

vas, mas de escolher alimentos que ajudem

a melhorar a saúde e evitar os que agravem

os riscos de doenças crónico- degenerativas.

É importante saber que necessitamos de

proteínas, hidratos de carbono e gorduras

para sobreviver, mas agora devemos tam-

bém saber realizar melhores escolhas dentro

daquelas categorias.

Os macronutrientes (proteínas, gorduras e

hidratos de carbono) são a categoria básica

de nutrientes de que necessitam os seres

humanos. Produzem energia e permitem

que o organismo realize variadas funções bi-

ológicas. Uma alimentação saudável é aquela

que contém todos aqueles, embora não em

quantidades iguais.

Os hidratos de carbono estão presentes em

alimentos como o açúcar, a batata e cereais,

nomeadamente arroz e o trigo. Embora sejam

essenciais na alimentação, estudos recentes

mostram que de preferência deverão provir

na sua maioria de cereais integrais e fruta,

pois se forem muito refinados (pão branco,

batatas e arroz branco) o resultado é o au-

mento de peso e o risco de desenvolvimento

de doenças crónico-degenerativas.

As proteínas estão presentes em alimentos

como leite e derivados, carne, peixe e ovos,

embora estejam também presentes em

algumas leguminosas. Existem nos músculos,

nos ossos, na pele e em qualquer tecido do

nosso corpo e são fundamentais para quase

todas as funções básicas no organismo.

A ausência destas na alimentação pode

atrasar o crescimento, diminuir a massa mus-

cular, baixar as nossas defesas, enfraquecer

o coração e o sistema respiratório e até

provocar a morte. Para uma alimentação sau-

dável e rica em proteínas poderá ser benéfico

preferir alimentos proteicos com baixo teor de

gordura saturada (a mais prejudicial) como

peixe, leite desnatado, iogurte magro, feijão,

lentilhas, Tofu…

Durante muito tempo gordura e saúde eram

termos incompatíveis. Nos dias de hoje

sabe-se que é uma das principais fontes

de energia do nosso corpo, participando

também na absorção de certos nutrientes.

Uma alimentação pobre em gorduras não é

necessariamente mais saudável, a correcta

selecção destas é que poderá fazer

a diferença. As novas recomendações

apontam no aumento do consumo de

gorduras saudáveis. Estas são “boas” para

o coração, reduzem o risco de hipertensão

e permitem uma manutenção do peso ou

até mesmo a sua perda. Alimentos como

carnes vermelhas e gordas, queijos, óleos

animais e manteigas devem ser evitados pois

são constituídos essencialmente por gordu-

ras saturadas, responsáveis pelo aumento

dos níveis de “mau colesterol ou colesterol

LDL”no organisnmo. Os óleos parcialmente

hidrogenados como o caso da margarina e

alguns produtos cozidos e embalados como

bolos e biscoitos são piores que as gorduras

saturadas pois não só aumentam os níveis de

“mau colesterol” como também diminuem os

níveis de “bom colesterol ou colesterol HDL”.

As gorduras boas incluem as polinsaturadas,

essenciais para as funções vitais do nosso

corpo mas este não as consegue produzir.

Portanto o único meio para a sua obtenção é

proveniente da alimentação. Tanto os ácidos

gordos ómega-3 (provenientes do salmão,

atum, cavala e sardinha), como os ómega-6

(presentes em alguns óleos vegetais) são

muito vantajosos para a saúde. As gorduras

monoinsaturadas como o azeite e algumas

oleaginosas são também muito saudáveis

como substituição das gorduras saturadas

e dos ácidos gordos hidrogenados.

Comer frutas e legumes reduzem alguns

perigos

Toda a gente sabe que as frutas e os

legumes fazem bem à saúde, contém muitos

micronutrientes como vitaminas e minerais

que apresentam um inúmero leque de vanta-

gens. Uma alimentação rica em fruta e

legumes ajuda a diminuir o risco de

hipertensão, doenças cardíacas e AVC.

Vários estudos mais recentes chegam a mos-

trar que também podem reduzir o risco de

cancro da garganta, boca, pulmões, vesícula,

estômago, cólon, recto, mama e próstata.

As cores fortes são a chave de selecção mais

saudável, o licopeno existente no tomate

previne o cancro da próstata, a luteína

existente nos legumes de cor verde escura

ajuda a prevenir as cataratas. Assim,

hortaliças de folha escura, frutos e legumes

amarelos ou alaranjados assim como legumes

vermelhos, leguminosas e frutos cítricos são

os mais benéficos.

È importante salientar a importância da

redução do consumo de sal e produtos sal-

gados (produtos da charcutaria/salsicharia,

alimentos enlatados, batatas fritas, aperi-

tivos…), a substituição por ervas aromáticas

e especiarias é uma boa alternativa de

adicionar sabor e realçar a cor dos alimentos.

O que nos ensina então a nova roda dos

alimentos? A roda dos alimentos é uma

representação gráfica que tem como objec-

tivo principal ajudar a escolher e a combinar

os alimentos que deverão fazer parte da

alimentação diária. A sua imagem associa-se

propositadamente a um prato evitando uma

hierarquização dos alimentos e dando-lhes

igual importância. É composta por sete gru-

pos de alimentos de diferentes dimensões,

os quais indicam a proporção de peso em

que cada um deve estar presente na alimen-

tação diária. Embora a água não possua um

grupo próprio encontra-se no centro por

pertencer à constituição de quase todos os

alimentos, sendo imprescindível à vida. Cada

um dos grupos é constituído por alimentos

nutricionalmente semelhante, podendo ser

substituídos uns pelos outros de modo

a assegurar a variedade e representa, como

dito anteriormente, funções e características

nutricionais específicas, pelo que deverão

estar presentes na alimentação e não ser

substituídos entre si. De uma forma simples

a roda transmite as orientações para uma ali-

mentação saudável, ou seja, uma alimentação

completa (comer alimentos de cada grupo e

beber água diariamente), equilibrada (comer

maior quantidade de alimentos pertencentes

aos grupos de maior dimensão e vice-versa)

e variada (variar os alimentos dentro de cada

grupo) semanalmente e sazonalmente.

Deste modo, seguir as recomendações da

nova roda dos alimentos a praticar actividade

física moderada e regular é fundamental para

uma vida saudável.

Paula Beirão Valente | Nutricionista, licenci-

ada pela Faculdade de Ciências da Nutrição

e Alimentação da Universidade do Porto, a

tirar no momento presente o mestrado em

Nutrição Clínica na Faculdade de Medicina

da Universidade de Coimbra

As escolhas na mesa.Verão saudável com alimentação equilibrada

A canoagem na Região Centro Radicalidade nas margens centro.

DESPORTO

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 7

Assistimos actualmente, a modificações nas estru-

turas económicas, sociais e familiares que limitam

a capacidade de acompanhar e cuidar das ge-

rações mais velhas, o que implica a reestruturação

de toda a organização social e das relações entre

as gerações (Fernandes, 1997).

Certo é que a circunstância de entrada num lar

pressupõe um vasto conjunto de alterações na

vida do indivíduo, conduzindo-o a abandonar

a sua residência, bem como os hábitos de vida

tão enraizados ao longo de décadas de existência.

Facto este com peso determinante no processo de

adaptação do idoso ao Lar.

O envelhecimento é um processo natural, durante

a velhice as capacidades de adaptação do ser

humano vão diminuindo e o bem-estar psicológico

está, muitas vezes, associado à satisfação em re-

lação ao ambiente familiar e residencial. Talvez por

isso a adaptação do idoso ao Lar seja um processo

moroso e difícil.

Na análise que pretendo fazer, destaco alguns

factores de relevo a observar que dificultam

a integração tais como a vergonha, uma vez que

a integração ainda está sujeita a associações estig-

matizantes; a recusa em abandonar o passado; o

sentimento de abandono por parte da familia;

a resistência em aceitar novas regras de convivên-

cia e alterar hábitos antigos; a necessidade de

cumprir horários e a própria adaptação aos pares.

A pessoa idosa chega á Instituição com hábitos

de vida muito enraizados, e com a ideia que o fim

da vida está proximo. Por este motivo consideram

desnecessário aprender e/ou cumprir um determi-

nado numero de regras que servem para facilitar

a convivência saudável entre os demais. Muitas

vezes este é um factor promotor de conflito.

O lar reúne no mesmo espaço pessoas idosas com

percursos de vida, em situação física e cognitiva

distintas. Com hábitos, valores e maneiras de estar

muito diferentes. A convivência entre pessoas

que carregam experiências de vida e vivências tão

diferentes torna-se muito complicada.

Sendo um dos maiores entraves á adaptação ao lar

o afastamento familiar e o sentimento de contrarie-

dade, embora mascarada para não entristecer a fa-

milia. Outras vezes mascaram esse sentimento para

se auto-convencerem e custar menos a ruptura

com a familia, a sua casa, com a sua vida…

Os idosos acabam por considerar como sua, a

vontade de integrar o Lar, quando na verdade estão

a tentar resolver o problema da familia, libertando-

a para seguir o dia-a-dia sem este “peso”, que os

idosos tao bem classificam como “não os estorvar

de seguir a sua vida”, “deixá-los governar a vida

É verdade que a maioria dos pacientes que

recorrem à Clínica do Cértoma manifestam

interesse em resolver um problema de ordem

estético.

Raramente a motivação da consulta médica

é referenciada com a dificuldade em mastigar

ou numa má oclusão. É, na área da ortodon-

tia, a especialidade da Medicina Dentária

que diagnostica, previne e corrige as mal-

oclusões dentárias e as complicações que

estas podem causar. Assim a importância de

uma boa oclusão fisiológica, como forma de

minorar futuras complicações em estruturas

anexas (dentes, gengiva, músculos e articu-

lação tempero-maxilar).

Deste modo, a ortodontia ajuda na resolução

da componente estética mas sobretudo da

funcional.

Com a colocação de aparelhos removíveis

ou fixos, ou até mais precocemente com

intervenção pré-ortodontica (preventivo–

interceptivo) tornando a intervenção mais

simples, mais económica, mais receptiva

e em menos tempo.

O período de utilização de aparelhos

ortodonticos pode variar entre 6 a 30 meses

e a idade da sua aplicação dos 6 aos 60

anos. Quanto à fase ideal para inicio de trata-

mento, não há. Depende de variadíssimos

factores e por vezes até temos que esperar

para intervir.

Os aparelhos ortodonticos são hoje mais

pequenos. Podem ser cerâmicos, ocultos

e até praticamente invisíveis. Podem ser

combinados com implantes, coroas fixas e

cirurgia gengival. Dentes mais “encavalitados”

costumam ser sinónimo de cáries e dentes

mais saídos (protroidos) significam uma

maior tendência a fracturas devido à maior

exposição. Damos cada vez mais importância

à saúde oral.

A sensação de beleza está relacionada com

sorriso estético.

Um bonito sorriso contribui, por certo, para

a melhoria da auto-estima de todos nós.

Dr. Phillip Fonseca

Clinica do Cértoma

Edif. Do Parque

Rua do Mercado

3780 – 214 Anadia

231516005

918139585

[email protected]

deles…”, “ tem os filhos …como podem tratar dos

velhos?…”. Estas expressões, que tão bem con-

heço, são bem exemplificativas do motivo porque

muitas vezes são os próprios a procurar a resposta

social de Lar.

O trabalho que tenho desenvolvido com idosos,

permite-me dizer que a maioria dos nossos idosos

haviam imaginado outras soluções para quando se

encontrassem numa fase mais debilitada da sua

vida. Entre os factores facilitadores estão

a presença da familia, as temporadas passadas em

casa na acompanhia da familia, não menos impor-

tante é o acolhimento por parte dos técnicos que

os recebem no lar, assim como os colaboradores e

residentes desta tão grande familia que é o Lar.

O lar desenvolve actividades organizadas, interes-

santes e variadas como forma de motivar e mobili-

zar os idosos, fazê-los sentirem-se úteis e valorizá-

los como pessoas capazes de realizar, construir. É

uma forma de destruir sentimentos de vazio, tristeza

e abandono. Promover autonomia, auto-estima e

a adaptação com respeito pela individualidade de

cada um.

Por vezes a ideia da morte, do fim da vida derruba

qualquer investimento no futuro. O trabalho dos

técnicos é fundamental no sentido de investimento

e motivação para que percebam que vale a pena

continuar a desenvolver um projecto de vida.

Em jeito de conclusão, podemos dizer que as

famílias actuais e os estilos de vida moderna se in-

compatibilizam com a situação de cuidar dos seus

idosos. Por este motivo recorre-se cada vez mais

as Instituições - Lares.

Contudo esta é uma questão um pouco contro-

versa, de um lado temos famílias impotentes com

encargos: filhos, prestações de casa, profissões

liberais que os absorvem, competitividade laboral,

horários prolongados. Do outro, temos idosos

débeis, dependentes, incapazes de assegurar as

suas necessidades básicas, a precisar do apoio de

terceiros quase permanente e sós.

A experiência diz-me que não há idosos que

verdadeiramente desejem o internamento, contudo

todos de forma geral concordam que em casa não

teriam a mesma qualidade de vida em termos das

suas necessidades básicas, de saúde, apoio social,

desenvolvimento pessoal e convívio social.

Teresa Lopes | Assistente Social

Directora Técnica IPSS

Ortodontia, necessidade e vantagens.

A minha opinião acerca de… “Adaptação de pessoas idosas ao LAR.”

GERONTOLOGIA|Saúde

Verão com um sorriso bonito

A Periodontologia (perio: em volta de, odonto:

dento) é a área da Medicina Dentária que tem

por objectivo a prevenção, diagnóstico

e tratamento das estruturas que rodeiam

e suportam o dente, gengiva e osso.

A patologia da gengiva inicialmente denomi-

na-se por gengivite (afecta apenas a gengiva)

mas numa fase mais avançada da mesma

establece-se uma periodontite (afecta

a gengiva e o osso de suporte em redor dos

dentes). Com a progressão da periodontite

para um estado grave os dentes começam

a perder o seu suporte e a ganhar mobili-

dade, sendo nas fases mais avançadas

a sua perda inevitável.

Um dos sintomas mais frequentes de

inflamação gengival é o sangramento das

gengivas, embora este esteja diminuído no

caso de pacientes fumadores.

O tratamento da gengivite / periodontite

passa numa fase inicial por uma tartarec-

tomia, vulgarmente chamada “limpeza dos

dentes”, e em fases mais avançadas por um

tratamento cirúrgico.

Na Clínica do Cértoma também disponibili-

zamos a nível da Periodontologia a cirúrgia

plástica periodontal com vista a melhorar

a relação estética dos dentes com as suas

gengivas.

Reabilitação oral Na nossa prática clínica diária na Clínica do

Cértoma é muito comum depararmo-nos com

situações de perdas dentárias provocadas

por cárie, traumatismo, doenças gengivais,

etc. Ao ocorrer uma perda é alterada a função

mastigatória, bem como a estética e a fala.

Como forma de readquirir um estado estético

e functional duradouro são feitas próteses

dentárias que têm como objectivo substituir

os dentes perdidos.

As próteses dentárias podem ser removíveis

ou fixas.

No caso das próteses removíveis, vulgar-

mente chamadas de placas, estas podem

ser colocas e retiradas pelo paciente. As

próteses removíveis podem ser esqueléticas,

no caso de terem uma base em “metal”, ou

acrílicas. Em relação às próteses fixas estas

apenas são retiradas pelo dentista e podem

ser suportadas ou por dentes naturais ou

então sobre implantes. Como próteses fixas

na Clínica do Cértoma temos ao seu dispor

facetas, coroas ou pontes que podem ser

cerâmicas ou metalo-cerâmicas sendo a sua

escolha baseada em rigorosos critérios.

A patologia da gengiva.Como prevenir a Periodontologia?

8 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

os raios UV estão sempre mais fortes do que no Inverno). - a altitude da cidade (quanto mais alto se está, mais perigosa se torna a radiação UV). A escala que se utiliza para determinar os valores de radiação vai de 0 (radiação mínima) a 10 (radiação máxima).

*Texto cedido pela Ciência Divertida.

Com o Verão e as férias a pedirem uns dias na praia, fique a saber mais sobre os raios UV e as queimaduras solares…

É a energia do sol que suporta toda a vida na terra para além de fazer com que as plantas libertem oxigénio sem o qual os homens não podem viver. Há ainda outro aspecto muito importante, a exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis. Porque é que quando colocamos protector solar a nossa pele não se queima? Os protectores solares criam uma camada de protecção, absorvendo os raios ultravioletas evitando que eles penetrem na pele, provocando a dita queimadura solar. Os protectores solares funcionam por níveis de protecção e multiplicação. Por exemplo, se aguentas 10 minutos ao sol sem protector e se utilizares um factor

10, significa que podes ficar ao sol durante 100 minutos. Se não utilizamos protector solar, os raios penetram na pele provocando danos nas células epidérmicas. Para “remendar” este dano, há um aumento do fluxo sanguíneo para reparar as células danificadas. Por isso, ficamos vermelhos quando apanhamos um escaldão. Quanto maior a exposição ao sol, maior a quantidade de melanina produzida para uma maior protecção da pele. Mas há um problema quando estamos muito tempo ao sol, apanhamos escaldões porque a capacidade de produção de melanina não é suficiente para compensar a quantidade de radiação a que a pele está sujeita. Quanto mais clara for a pele, maior é a probabilidade de isso acontecer. Devem ter muita atenção porque apanhar demasiadas radiações

provoca danos graves na pele e nos olhos.

Não se esqueçam de evitar as horas de maior calor, usar sempre chapéu, óculos escuros e um protector solar adequado à vossa pele. O protector solar protege a pele, evitando que as radiações UV cheguem com tanta intensidade à pele. Já deves ter ouvido na rádio ou na TV a previsão dos raios UV para determinado dia. E se for elevada, aconselham-se cuidados redobrados com a exposição solar e o uso do protector.

Mas como é que esses raios são calculados? O índice de raios UV são calculados com base em diversos factores, são eles: - a espessura da camada de ozono sobre a cidade; - cobertura de nuvens na cidade; - época do ano (já sabes que no Verão

|Ciência

Porque nos queimamos ao Sol?| A exposição ao sol faz com que a nossa pele “produza” Vitamina D, cuja principal função é manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, ajudando por isso à formação e manutenção de ossos saudáveis… saiba mais.

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 9

“Nós, terráqueos, estamos admiravelmente

adaptados ao ambiente da Terra porque cresce-

mos aqui. As primeiras formas de vida, que não

estavam bem adaptadas, morreram. (...)

Os seres que tenham evoluído num mundo

totalmente diferente, certamente que também

cantam os seus louvores.”

Pela teoria vigente, o universo iniciou a sua

formação a partir de uma explosão – o big-bang.

De acordo com as melhores medições disponíveis

em 2010, as condições iniciais ocorreram por volta

de 13,3 a 13,9 bilhões de anos atrás. Conseguiu

comprovar-se, através da observação, que este se

mantém em expansão até aos dias de hoje. Esta

expansão foi fundamental no início dos tempos,

pois considera-se que inicialmente a temperatura

era muito elevada e à medida que foi ocorrendo

a expansão a quantidade de energia por unidade

de área foi diminuindo, levando a uma diminuição

da temperatura, o que permitiu que os primeiros

protões e neutrões se formassem. Esta fase foi

a base para a formação dos núcleos dos átomos e,

devido às forças gravitacionais as pequenas ”mas-

sas” foram-se agregando. As reacções termonu-

cleares que foram geradas nestes agregados de

elementos leves originaram outros elementos mais

densos. Pensa-se que o elemento mais pesado que

foi gerado a partir da nucleossintese foi o ferro, na

fase da supergigante.

Esta pequena descrição parece simples mas foram

processos muito morosos, levando alguns milhares

ou milhões de anos. O nosso sistema solar foi

assim formado, pertencendo a uma das galáxias

existentes. O nosso planeta, devido à distância da

trajectória de translação em torno do Sol, tem

a temperatura ideal para que exista água no estado

líquido. O aparecimento de água líquida permitiu

a existência e o desenvolvimento das primeiras

espécies de vida. Inicialmente todas as formas

de vida, desde as primeiras cianobactérias, eram

aquáticas. Estima-se que toda a radiação solar

emitida atingisse a Terra o que levaria a elevadas

oscilações de temperatura na superfície terrestre.

As características da água permitiram diminuir

essas oscilações e promover o desenvolvimento

de espécies aquáticas.

Pensa-se que a atmosfera primitiva era desprovida

de oxigénio, atingindo por isso a Terra toda

a radiação emitida pelo Sol. Principalmente a radi-

ação UV (ultra violeta) que é uma radiação muito

energética provoca graves alterações a todas as

formas de vida. Com o surgimento das primeiras

espécies fotossintéticas aquáticas iniciou-se

a produção de oxigénio (agregado de dois átomos

de oxigénio por uma ligação covalente dupla). Há

medida que se iam formando as moléculas de

oxigénio, este ia-se acumulando à superfície ter-

restre e nas camadas da atmosfera mais próximas.

A radiação mais energética- radiação ultra violeta

que atingia a superfície terrestre fazia com que

as ligações covalentes duplas se quebrassem,

formando-se radicais de oxigénio. Estes radicais em

contacto com as moléculas de oxigénio formam um

novo composto – o ozono. Uma molécula de ozono

é constituída por três átomos de oxigénio.

Estas novas moléculas que se formaram devido ao

aumento da quantidade de oxigénio, atingiram uma

camada da atmosfera designada por estratosfera.

Esta camada de moléculas de ozono foi “engros-

sando” há medida que iam surgindo novos seres

fotossintéticos. Foi então possível a sobrevivência

fora de água, a camada de ozono absorve a radi-

ação que nos é nociva permitindo a vida na Terra.

Temos então dois aspectos que são fundamen-

tais que permitem a existência de vida na Terra,

a camada de ozono e a atmosfera. Cada um tem

um papel fundamental, a camada de ozono “filtra”

a radiação nociva, pois esta é absorvida para

quebrar as ligações deste composto que por serem

instáveis se voltam a ligar e formam novamente

moléculas de ozono. Antes do início da industriali-

zação verificava-se que a velocidade de formação

de moléculas de ozono seria muito semelhante à

velocidade de destruição destas. Com a introdução

de compostos que tinham na sua constituição

moléculas de cloro os designados CFC (clorofluor-

carbonetos), muito utilizados na refrigeração,

sprays e indústria em geral este equilíbrio deixou de

se verificar, sendo que a velocidade de destruição

das moléculas de ozono aumentou. A camada de

ozono, que nos é fundamental foi ficando cada vez

mais rarefeita. A preocupação mundial começou

a verificar-se no momento em foram noticiadas as

espécies que ficaram cegas, devido ao aumento

drástico do número de casos de cancro de pele,

melanoma.

O outro aspecto fundamental para a vida na terra é

a camada de gases de que é constituída a atmos-

fera por permite o efeito estufa e não se verificam

variações drásticas de temperatura entre o dia e

a noite. Este efeito foi essencial para permitir a ex-

istência de vida na superfície terrestre mas, devido

novamente à industrialização e a uma sociedade

extremamente consumista, os valores de dióxido

de carbono aumentaram abruptamente. Este facto

tem um aspecto bastante negativo, permite que

parte da radiação emitida pelo Sol atinja a Terra

(70%), pois a restante é reflectida pela atmos-

fera- o albedo terrestre. A radiação atinge a Terra

e uma parte é absorvida e outra é reflectida pela

superfície, a radiação que é absorvida pertence a

uma ampla gama do espectro electromagnético,

enquanto a radiação que é emitida pela Terra é

radiação da zona do infravermelho. Esta radiação é

reflectida pela camada da atmosfera que cada vez

mais é constituída por moléculas de dióxido de car-

bono. Se a camada da atmosfera retém a radiação

isso faz com que a temperatura à superfície ter-

restre aumente cada vez mais, provocando graves

alterações nos ecossistemas. A vida na terra está

ameaçada devido aos nossos comportamentos é

fundamental que todos nós tenhamos consciência

de que todas as acções contam. Não queremos

destruir em alguns anos o que se construiu ao

longo de 14 bilhões de anos!

Carla Verdade | Gestora de Centro de

explicações | Área de Formação em Química

Aqui ficam alguns conselhos para Brincar em Segurança ao Sol! - Reduza a exposição ao sol entre as 11 e as 16 horas. - Aplique sempre um creme protector solar aos seus filhos, cerca de 30 minutos antes de os expor ao sol. - Ao adquirir um creme com índice de protecção solar (SPF) certifique-se que ele protege contra os Raios UVA e UVB e que é à prova de água. - Utilize sempre nas crianças um creme com um SPF 15, no mínimo. - Utilize um chapéu de abas largas. - Reaplique o creme protector solar, pelo menos, de 2 em 2 horas. - Relembre às crianças o ABC para brincarem ao sol em segurança: A- AFASTA-TE. Fica longe do sol a meio do dia. B- BLOQUEIA. Bloqueia os raios UV, usando um creme de protecção SPF 15. C- COBRE-TE. Usa sempre um chapéu.

| Faça voçê mesmo

Materiais: - Cartolinas coloridas

- Recortes ou objectos

Procedimento:1º Colocar por cima de uma cartolina colorida

um recorte ou objecto (folhas, conchas, etc.);

2º Colocar a cartolina com os recortes numa

janela ao sol;

3º Deixar ficar pelo menos uma semana, se

quisermos mais contraste deixar mais tempo;

4º Ter atenção que os objectos deverão ficar

sempre no mesmo local da cartolina, podendo

ser fixados com fita-cola; é muito importante

que a cartolina não se mova!

5º Passado esse tempo retirar as imagens/

objectos e temos a nossa impressão solar!

ExplicaçãoA exposição à luz solar faz com que a cor

do papel desapareça excepto no local onde

se encontram os objectos, resultando assim

numa fantástica silhueta do mesmo, numa

tonalidade mais escura que a da cartolina.

CIÊNCIA DIVERTIDA - O Big Bang

Sagan, C. (1984)

10 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

Ainda, as manchas dispersas no limbo podem

coalescer e formar manchas de maior dimensão.

Nos bagos, o primeiro sintoma da doença é uma

pequena mancha circular, descorada, com poucos

milímetros de diâmetro, a qual se alarga rapida-

mente em extensão e profundidade conferindo ao

bago uma coloração escura com reflexos azulados,

um aspecto enrugado e mumificado com

pontuações negras características (picnídios).

Guignardia bidwellii não ataca, normalmente, todos

os cachos da mesma cepa, nem todos os bagos do

mesmo cacho (Foto 4).

Do ponto de vista económico, e apesar do “Black

rot” ser passível de causar estragos a qualquer

órgão verde como folhas, pecíolos, pâmpanos

e inflorescências, os prejuízos são fundamental-

mente ao nível dos cachos, uma vez que os bagos

atacados mumificam ou apodrecem (Foto 4), caso

a estação decorra chuvosa, e os vinhos resultantes

perdem intensidade de cor, frescura e aroma.

Procedimentos a ter no combate da doença. As vinhas devem ser vigiadas desde o início dos

primeiros focos de infecção (folhas e pâmpanos),

tendo presente que, sobre estes órgãos, se vem

a constituir o inóculo responsável pela infecção dos

cachos, onde os prejuízos podem ser elevados.

Medidas indirectas de luta, contributivas de

redução de hipotéticas fontes de inóculo, são de

adoptar. Aliás, em vinhas onde a doença já foi

“BLACK ROT”, uma doença da videira.

Não sendo uma doença recente na Europa,

alterações climáticas globais têm, todavia,

conduzido a que na última década a doença

“Black rot” assuma importância algo considerável

em países vitícolas como Itália, França, Alemanha

e, também, Portugal, onde a doença tem mostrado

importância crescente em regiões como Entre

Douro e Minho, Alentejo, Dão e Bairrada.

“Black rot”, referida por vezes como podridão

negra, ou podridão mácula, é uma doença da videi-

ra, causada pelo fungo Guignardia bidwellii Viala &

Ravaz (anamorfo Phyllosticta ampelicida (Englem.)

van der Aa = Phoma uvicola Berck. & Curtis,

originário da América do Norte.

É precisamente a partir da Primavera que, sob

condições de chuva, os esporos do fungo são

disseminados originando infecções em órgãos

herbáceos como folhas, pâmpanos, mas também

inflorescências e cachos em início de crescimento.

O fungo, que sobrevive em órgãos atacados no

ano anterior, sobretudo bagos mumificados caídos

ao solo e/ou presentes nos frutos que permanece-

ram na videira, desenvolve-se sob condições de

humidade, sendo normal a sua invasão

corresponder a um período chuvoso, e intensificar-

se em vinhas de vegetação densas. Ainda, vinhas

velhas e abandonadas, se infectadas, podem ser

responsáveis pela edificação do inóculo necessário

à contaminação de vinhas saudáveis e sem

qualquer registo da doença.

Os sintomas da doença são peculiares graças à

presença, nos órgãos atacados, de inconfundíveis

pontuações negras (picnídios), correspondentes às

frutificações do fungo e de onde serão libertados

os esporos responsáveis por novas contaminações.

Por exemplo, nas folhas (Fotos 1 e 2), os sintomas

traduzem-se em pequenas manchas circulares

a poligonais, inicialmente acinzentadas, tornando-

se castanho-claras, rodeadas de um halo castanho-

escuro e contendo as tais pontuações negras,

perfeitamente visíveis a olho nu (Foto 3).

observada em anos anteriores, é essencial eliminar

varas atacadas e proceder à apanha manual de

cachos mumificados. Mais, os órgãos atacados

(varas e cachos) devem ser retirados da vinha

e queimados. Quanto à luta química, é de referir

que o enxofre e o dinocape, usados no combate

ao oídio, e o folpete, e os cúpricos, utilizados nos

tratamentos contra o míldio têm-se revelado inefi-

cazes na luta contra o “Black rot”. Já fungicidas do

grupo dos ditiocarbamatos, estrobilurinas

e azóis (usados para o combate a míldio e/ou oídio

e/ou escoriose) têm sido referidos na literatura

estrangeira como adequados protectores contra

o “Black-rot”. Acresce mencionar que o facto de

os cachos apresentarem maior vulnerabilidade ao

fungo desde a fase de pré-floração até ao respec-

tivo fecho, um período coincidente com

a época de maior sensibilidade da videira ao oídio

e ao míldio, faz com que a luta contra o “Black

rot” nem sempre seja específica, aproveitando-se

normalmente eventuais tratamentos contra outras

doenças (escoriose, para ataques precoces; míldio

e oídio, para os mais tardios) desde que a selecção

do fungicida seja adequada. Por último, refira-se

que em Portugal, estão, desde 2010, homologados

os fungicidas Quadris (azoxistrobina) e Quadris

Max (azoxistrobina + folpete) para combate

ao “Black Rot”.

Anabela Andrade | Técnica superior da

DRAPC-MADRP

Fotografias de Anabela Andrade

Referências bibliográficas

Mendes, M.A.S. & Freitas, V.M. 2005. Es-

pécies invasoras potenciais e atuais para a

videira. Comunicado Técnico 129, Embrapa .

Rego C. and Oliveira H. 2007. “Black Rot”

da videira causado por Guinardia bidwellii.

Actas do 7º Simpósio de Vitivinicultura do

Alentejo, 23 a 25 de Maio, Évora, 107-114.

VITICULTURA

Foto 1. Black rot: Mancha típica na folha.

Foto 4. Black rot no cacho.

Foto 2. Black rot: Mancha típica na folha.

Foto 3. Black rot: Mancha necrótica com picnídios.

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 11

A história da nossa gente.Os alunos da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra (FEUC), através

dos seus núcleos de estudantes, terão

a possibilidade de escrever mensalmente

na SIMagazine. Sendo este o primeiro artigo,

começaremos pela apresentação da FEUC.

Esta faculdade foi criada em 1972, mas

apenas no ano seguinte a sua primeira

licenciatura (em Economia) entrou em fun-

cionamento. O ano de 1975 é importante na

história da FEUC, uma vez que foi nesse ano

que esta foi transferida da coluna universitária

da Universidade de Coimbra para instalações

próprias na Av. Dias da Silva. Nos anos de

1988, 1989 e 1995 foram criadas, respecti-

vamente, as licenciaturas em Sociologia, em

Gestão e em Relações Internacionais. Actual-

mente, a FEUC oferece também Doutoramen-

tos, Mestrados e Cursos de Pós-Graduação.

Como é hábito na Universidade de Coim-

bra, a FEUC integra para além das quatro

licenciaturas algumas organizações às quais

os estudantes se entregam: a AIESEC,

Associação Internacional de Estudantes

de Ciências Económicas e Comerciais; a

JEEFEUC, Júnior Empresa de Estudantes da

Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra, que permite aos estudantes aplicar

os conhecimentos adquiridos na sua

formação académica através da realização de

diversos projectos contratados por clientes

exteriores à FEUC; o Coral Quecofónico do

Cifrão, a Tuna da FEUC.

A marcar de toda uma geração. Finalmente, integram ainda a Faculdade

de Economia os seus quatro núcleos de

estudantes: o Núcleo de Estudantes de

Economia (NEE), o Núcleo de Estudantes

de Sociologias (NES), Núcleo de Estudantes

de Gestão (NEG) e o Núcleo de Estudantes

de Relações Internacionais – Faculdade de

Economia (NERIFE). Diversas actividades

têm sido realizadas em parceria entre os

vários núcleos, mas a mais mediática é

a organização semestral da Noite dos

Horários, uma das mais tradicionais da

Universidade de Coimbra. Estes organismos

têm como função representar os estudantes

dos respectivos cursos dentro e fora da

FEUC. Diversas iniciativas – desde pal-

estras, a eventos que fomentem a solidarie-

dade social, à recepção aos novos alunos

(portugueses e estrangeiros), ao apoio aos

estudantes ao nível de saídas profissionais

– têm sido imagem de marca dos quatro

núcleos desta faculdade. Hoje, numa época

de grande agitação socioeconómica a nível

nacional e internacional, os quatro núcleos de

estudantes optam por reunir os seus conheci-

mentos nas diferentes áreas de estudos, para

fornecer um melhor serviço na publicação

destes artigos.

Pedro Girão | Aluno de Gestão

da Faculdade de Economia

Transforme a realidade.Já alguma vez pensou criar um pequeno

negócio para aumentar os seus rendimentos

e conquistar um futuro melhor para si e para

os seus? Se já pensou nisso e quer mon-

tar um negócio, mas não sabe como obter

crédito para começar, o microcrédito é

a resposta de que precisa.

O microcrédito é um empréstimo de pequena

dimensão destinado à criação ou dinamiza-

ção de um negócio por pessoas em situação

de exclusão financeira, ou seja, pessoas

cuja situação profissional e pessoal não lhes

permite reunir as garantias exigidas pelos

bancos para obterem crédito. Esta prática

foi desenvolvida na Ásia nos anos 70, sendo

a experiência do Prof. Muhhamad Yunus, no

Bangladesh, a mais reconhecida interna-

cionalmente, tendo-lhe sido atribuído

o Prémio Nobel da Paz em 2006.

Num momento de crise como o que esta-

mos atravessar em Portugal, de crescente

desemprego e em que são pedidos sa-

crifícios a todos, não é fácil pensar que os

problemas podem ser vistos como desafios.

Contudo, olhando com atenção, é possível

identificar exemplos de empreendedores que,

contrariando o pessimismo instalado, tiveram

sucesso lançando novos negócios.

E entre estes exemplos, encontram-se vários

que recorreram ao microcrédito.

Em Portugal, o microcrédito está ligado à

Associação Nacional de Direito ao Crédito

(ANDC), uma associação privada sem fins

lucrativos criada no final de 1998. A ANDC

apoia pessoas a desenvolverem os seus pro-

jetos de negócio, atuando como intermediária

junto dos bancos, sem cobrar nada aos em-

preendedores. Mas o microcrédito é mais do

que um pequeno crédito. Para todos os que

trabalham na Associação, seja como técni-

cos de microcrédito seja como voluntários, o

objetivo é responder aos que nos contactam

dando-lhes ajuda na preparação do plano de

negócios e acompanhando-os permanente-

mente durante os primeiros anos de atividade.

Nos últimos 12 anos muitas pessoas inici-

aram pequenos negócios através da ANDC,

em áreas tão diversas como o comércio de

artigos desportivos, a agricultura biológica

ou a reciclagem de tinteiros, entre muitas

outras. Segundo dados do Instituto Nacional

de Estatística, em 2009 mais de 95% das

empresas em Portugal eram microempresas.

Começar pequeno e testar o negócio, dando

pequenos passos para o futuro constitui uma

solução inteligente no enquadramento atual.

Neste contexto, o microcrédito pode ser

o “empurrão” necessário para que a sua ideia

se transforme em realidade.

Joana Afonso | Técnica de

Microcrédito da ANDC

www.microcredito.com.pt

808 202 922

ECONOMIA

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Microcrédito uma oportunidade perto de si.

12 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

PORTUGALIDADES, SA.

As Medidas.

Esta rubrica designa-se de Portugalidades,

SA., porque ainda estou na dúvida se no

fim deste texto me devo manter anónimo, tal

qual muito político enterrador de Portugal ou

dirigente desportivo, que sempre se escapa à

nossa quieta, quase parada mesmo, justiça…

ainda na semana passada ficamos a saber

que afinal determinada ex Presidente de

Câmara teve que ir de férias para o Brasil por

causa de uns míseros 117 euros . Um dos

intervenientes não está na medida certa, ou

a justiça, ou a respeitável (e bonita) senhora.

Os dois é que não ficam bem na fotografia…

Mas eu que dizia… perco-me com estas coi-

sas… e ainda agora me lembrei de algo entre

um construtor e presidente de um clube de

futebol e… alguém de uma Câmara Municipal

da… (lá está o político enterrador de Portugal

ou o dirigente desportivo) que raio de medida

explosiva. Mas… ah, já sei… questionava

se no fim do texto o leitor encontra mais um

anónimo de Portugal, ou se dou o peito às

balas e aparece lá o meu nome. Veremos.

Sempre fui curioso! Sim curioso. Daqueles

que espreita pela fechadura… Não! Nunca

fiz isso. Bem, confesso que tive vontade em

algumas circunstâncias! Ok, está bem. Se

calhar uma ou outra vez fui levado a espreitar

por uma curiosidade maior que o respeito.

Mas só uma ou outra vez. Lembro-me que

numa dessas vezes tirei as medidas a uma

rapariga que jogava andebol no mesmo clube

que eu. Deveria ser um 38 copa B. Para além

disso nada. Ou tudo. Uma vontade enorme

de confirmar se essa era a medida da minha

mão. Uma questão de medida. Somente isso.

A minha família sempre me olhou como

o menino mais respeitador, humilde e exem-

plar. Um dos meus primos sofria com isso.

Pois ele era tudo o contrário. O rebelde.

O afrontador. Eu é que era o exemplo.

O que ninguém sabia é que eu, sozinho e

em surdina era muito curioso. Lembro-me

de desfazer dois carrinhos só para perceber

como estava montado e como funcionava.

Ah! Claro, depois montava tudo direitinho,

pois a medida que me estava tirada era a do

bonzinho. E nenhum bonzinho e politicamente

correcto desfaz os próprios brinquedos.

Guarda-os com muita estima (aquela estima

que sai da ponta dos membros superiores

dos pais e quiçá, para os mais traumatizados,

dos inferiores). E se se brinca com eles, os

brinquedos, guardam-nos logo de seguida.

Muitos há que só os guardam na caixa para

que durem muito tempo e geralmente tanto

tempo que quando dão o grito do Ipiranga e

abalam, levam consigo os brinquedos… para

o contentor mais próximo

Ah! Já me perdi outra vez, mas falava de me-

didas. Um metro, um kilo, um litro, 86-60-86,

entre outras. Falava também de curiosidade.

Lembro-me de estar curioso de qual seria

o efeito de passar aguarrás no rabo de um

bichano… e será que soube?… deixo ao

imaginário do leitor Também me lembro de

pôr um sapo a fumar, por curiosidade. Deli-

cioso para miúdos de 12 anos. Hoje abomino

esse tipo de coisas. Continuo curioso,

muito mesmo, não obstante de coisas mais

sérias como a política, por exemplo. Eu disse

sérias?! Enganei-me. A única coisa séria da

política é o facto das acções pouco sérias da

maior parte dos políticos ter implicações de

verdade, portanto sérias, na vida das

pessoas.

Recentemente fui de Coimbra a Vila Real e

a determinada altura da viagem passei por um

sinal de informação de trânsito onde figurava

Vila Real 110. Perguntei-me a mim próprio

se me tinha enganado, uma vez que pelas

minhas contas de cabeça já deveria estar

mais perto. Porém, dei de barato. “Enganaste-

te ”, pensei. Normalmente nas viagens venho

com a cabeça na Lua, Marte, Vénus a ouvir

rádio e por vezes acontece-me o “Ups, acho

que era ali que tinha que virar, mas agora já

não posso!”. Enquanto pensava nas coisas

que ainda tinha que fazer naquele dia passo

por outra placa que informa Vila Real 118.

Fiquei curioso. Muito curioso. Como é pos-

sível!? Andei para trás? Sendo eu caranguejo

e distraído poderia ter sido possível, Mas não!

O meu GPE (Grande Possibilidade Erro)

estava certo. Porém desbaratinou por com-

pleto quando cinco quilómetros depois vi out-

ra placa informativa com Vila Real 86. VILA

REAL 86!!!!????? Tiraram mal as medidas?

Talvez, sei lá! Acho que sim… ou alguém não

sabe o que anda a fazer! Mas qual a minha

admiração… muitas pessoas deste e neste

país não sabem o que andaram e andam a

fazer…! Temos um Presidente que não per-

cebe nada de informática. Será que com se-

tenta anos também isso se deveria exigir...!?

Um (des)segredo de justiça. Um processo…

uns processos, que tentam medir a paciência

das pessoas – Apito Dourado, Casa Pia,

Noite Branca, Face Oculta, Freeport entre

outros. Greves gerais com um intervalo

de adesão que chegam a variar 80 pontos

percentuais. Governo ou Sindicatos… quem

tirou mal as medidas? Um desgoverno nas

contas públicas. Escutas telefónicas… de

brincadeirinha, já que não serviram para nada,

para além de todos ficarmos a saber

a verdade. Já agora… quem escuta os es-

cutadores? É que estes, a não ser escutados,

têm mais regalias que o Primeiro Ministro, ou

alguns dirigentes desportivos… Quero ser

escutador, não lhes tiram as medidas. Não!

Prefiro ser espectador de quem não sabe

a medida que lhe cabe no seu papel social,

embora o desejasse, se calhar perdi a me-

dida… acontece.

Já agora… prefiro deixar o SA para os

outros…

A.L. Cairrão | Professor Universitário

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 13

O DECRETO Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO

DE 2008, promulga o Acordo Ortográfico da

Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de

dezembro de 1990, estabelecido entre os países

de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde,

Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé

e Príncipe).

Apesar de ter vindo para ficar, o Novo Acordo

Ortográfico ainda não se pode considerar

consensual. Para muitos, não passa de um

complicar da nosso língua, língua esta que se

encara estar a perder mas que, no entanto,

se deverá reaprender.

Apesar de ter entrado em vigor em janeiro de

2009, em Portugal, decorre, até 2015, um

período de transição, durante o qual se pode

ainda utilizar a grafia actual.

Vejamos o que muda, afinal, com o novo acordo ortográfico?Em primeira instância, o nosso alfabeto

passa de 23 para 26 letras, com a inclusão

definitiva do K (capa ou cá), do W (dáblio, dâ-

blio ou duplo vê) e do Y (ípsilon ou i grego).

- Os meses e as estações do ano: janeiro,

março, julho, verão, …

(Uso obrigatório da minúscula inicial)

- Os pontos cardeais: norte, sul, …

(Uso obrigatório da minúscula inicial)

- Títulos de livros: A Arte de Escrever Ro-

mances ou A arte de escrever romances

(Uso facultativo de minúscula ou maiúscula)

- Expressões de tratamento ou nomes

sagrados: Exmo. Sr. ou exmo. sr., Santa

ou santa Rita (Uso facultativo de minúscula

ou maiúscula)

- Sítios públicos e edifícios, nomes de ruas

e templos: Praça da República ou praça

da república (Uso facultativo de minúscula

ou maiúscula)

- Nomes de disciplinas escolares, cursos

ou campos do saber: História ou história,

Português ou português

(Uso facultativo de minúscula ou maiúscula)

- Os meses e as estações do ano: Janeiro,

Março, Julho, Verão, …

- Os pontos cardeais: Norte, Sul, …

- Títulos de livros: A Arte de Escrever

Romances

- Expressões de tratamento ou nomes

sagrados: Exmo. Sr., Santa Rita

- Sítios públicos e edifícios, nomes de ruas

e templos: Praça da República

- Nomes de disciplinas escolares, cursos

ou campos do saber: História, Português

EDUCAÇÃO

Universidade de Aveiro

Medidas EducativasA educação é uma área de formação,

inovação e investigação complexa e

multifacetada. Além dos especialistas,

que em Portugal e na comunicação social

raramente são considerados, muitas têm

sido as vozes que se fazem ouvir, mas cujos

fundamentos raramente são enunciados e

assumidos. É verdade que precisamos todos

de discutir questões variadas como: O que é

educar? Que educação queremos para estas

crianças, alunos e estudantes?

Todavia, outras existem que devem ser pon-

deradas e enquadradas em políticas educati-

vas e investigações sustentadas que têm sido

desenvolvidas em muitos países ocidentais e

também em Portugal. Nesta perspetiva e na

sequência do escrito no meu blog profis-

sional (blogs.ua.pt/ctspc) junto aponto as 10

medidas educativas que considero absoluta-

mente essenciais para os próximos dois anos,

especialmente no contexto económico e

social atual em Portugal, onde se afirma que

a educação é uma das vias para a mudança

e melhoria que urge:

1. Avaliar o modo como foi e está a ser

operacionalizado o processo de Bolonha

na formação inicial de Professores; depois,

articular esta com a formação continuada e

pós-graduada que se realiza nas instituições

de Ensino Superior; neste âmbito tornar coer-

ente este processo de formação com

o modelo de concurso de professores, espe-

cialmente os do 2º Ciclo do Ensino Básico;

2. Realizar meta-análises à investigação que

tem sido realizada em educação, especial-

mente em Portugal, divulgar as boas práticas

e implementar as consideradas prementes;

por exemplo, dadas as necessidades que têm

sido identificadas, continuar, mesmo que em

condições económicas diferentes, e alargar

os programas de formação de professores

iniciados no 1º CEB (Matemática, Ciên-

cias e L. Portuguesa) aos ciclos de ensino

seguintes; o mesmo em relação aos mega-

agrupamentos: Onde estão os estudos que

apontam as vantagens pedagógicas que têm

sido apontadas?

3. Avaliar o atual modelo de avaliação de

desempenho dos Professores e proceder

aos ajustes considerados necessários; um

dos aspectos a ter em conta nesta avaliação

ter a ver com a não existência de elementos

externos à escola neste processo;

4. Desenvolver novos Programas disciplinares

adaptados às necessidades atuais e que se

estimam para os próximos anos nas áreas e

disciplinas em que não existem, tal como as

de Ciências; só assim se poderá aproveitar

e dar continuidade a este esforço com o

“Projeto das Metas de Aprendizagem” (http://

www.metasdeaprendizagem.min-edu.pt/);

o mesmo em relação à educação pré-escolar,

particularmente para todas as crianças com 5

anos, para as quais defendo a definição das

competências consideradas alicerce;

5. Avaliar o que estão de facto os alunos

a aprender no ensino básico e no ensino

superior; ou seja, não basta ao próprio

sistema educativo realizar provas de aferição

a duas disciplinas; este processo deve ser

alargado a outras disciplinas e ser também

independente do sistema central; tem de ser

também coerente com o currículo nacional

e programas em vigor; mas ter atenção que

os exames nacionais não são um fim em si

mesmo!

6. Avaliar a qualidade das Novas Opor-

tunidades e dos cursos EFA sem deixar

de alargar com efetivas competências as

oportunidades de aprendizagem para jovens

e adultos; os relatos e práticas que têm sido

públicos não são abonatórias e devem ser

inspeccionados!

7. Com base em um amplo e alargado debate

da sociedade civil identificar as áreas prior-

itárias e emergentes de formação e quali-

ficação para se concentrar o investimento

público (quer no ensino secundário, profis-

sional, superior, …), como parece ser o caso

das TIC!

8. Valorizar a profissão docente com recon-

hecimento responsável da autoridade dos

Professores; não podemos continuar a as-

sistir às situações de desafio e desrespeito

sob pena de se hipotecar a educação do

futuro e o real êxito dos alunos e estudantes

Portugueses;

9. Avaliar as escolas/agrupamentos no seu

todo (incluindo o modo como as autarquias

têm exercido as suas competências nesta

área) com equipas mistas (Inspeção Geral

da Educação, Professores de Escolas e Do-

centes e investigadores do Ensino Superior

envolvidos na formação de Professores);

valorizar com base nesta, as condições,

recursos e mesmo a autonomia das escolas;

10. Compilar todos os relatórios, estudos

e pareceres sobre as áreas Curriculares

Não-Disciplinares e proceder às mudanças

necessárias, como a efetiva implementação

de áreas transversais como a da Educação

para a Cidadania, Educação para a Saúde,

com destaque para a Sexual e Reprodutiva.

(Texto escrito segundo o novo Acordo

Ortográfico)

Rui Marques Vieira | Docente Universitário

e Investigador em Educação

O Novo Acordo Ortográfico:Quais as mudanças?

ANTES AGORA

Estas três letras usam-se nos casos

seguintes:

- Em nomes de pessoas (antropónimos) e os

seus derivados provenientes de uma língua

estrangeira: Kant, kantiano, Byron, byroniano,

….

- Em nomes de localidades (topónimos) e os

seus derivados provenientes de uma língua

estrangeira: Kuwait, kuwaitiano, Malawi,

malawiano, …

- Em siglas, símbolos: W- oeste (West);

kg - quilograma, km – quilómetro, …

- Em unidades de medida de curso

internacional: yd - jarda (yard), watt, …

- Em palavras de origem estrangeira de uso

corrente: yoga, workshop, …

Adelaide Rosa | Professora licenciada

em ensino de português e francês pela

Universidade de Aveiro

As maiúsculas e as minúsculas obedecem a renovadas regras segundo o novo acordo:

14 Segunda-feira 01 Agosto 2011 | SIMagazine

tecido da comunidade em que se encontram

inseridas, servindo-a e contribuindo para

o seu desenvolvimento educativo, cultural e,

consequentemente, social.

Não se esqueça, aproveite a ocasião, visite

muitas Bibliotecas e Leia mais neste Verão!

Um conselho da

Biblioteca Municipal de Anadia

Leia mais neste Verão.

Os hábitos de leitura, flutuantes por natureza,

partilham com a gíria turística a “época alta”

e a “época baixa”, pois costumam oscilar em

função de diversas condicionantes, sendo a

época do ano uma das mais determinantes.

O Verão, para a maioria dos portugueses, é

sinónimo de férias, de tempo livre,

o que se traduz num aumento dos índices de

leitura, pois o acto de ler casa na perfeição

com praia, com esplanada, …. e com um sem

número de outros prazeres indizíveis.

Não conheço mala que vá de férias e que

não contenha, pelo menos, um livro. É um

elemento indispensável, tal como o protector

solar ou os óculos de sol. É o livro e a leitura

que nos protegem da monotonia das horas

que passamos deitados ao sol ou sentados

na esplanada, ou...

Todavia, na eventualidade de um inusitado

esquecimento, aconselhamos a que não se

preocupe, pois ao contrário do protector

solar ou dos óculos de sol, para conseguir

o livro de que se esqueceu ou outros que,

entretanto, lhe apeteça explorar, não precisa

de agravar o seu orçamento, basta que visite

a Biblioteca mais próxima e garanto-lhe que,

certamente, haverá, no mínimo, uma, bem

próxima de si. A Rede Nacional de Biblioteca

Públicas cobre, praticamente, todo o país

com Bibliotecas modernas, equipadas com

múltiplos recursos e disponíveis para o servir

em toda a parte, até na praia.

As Bibliotecas, à semelhança das unidades

hoteleiras, preparam-se, com antecedência,

para o receber e satisfazer as suas

necessidades. Há toda uma preparação para

que, nas férias, a leitura seja uma constante.

Por exemplo, a nossa Biblioteca, para além

de já ter recebido todas as novidades

editoriais publicadas no último mês, ainda

aumentou o número de livros passíveis de

requisição domiciliária, dos habituais três

para cinco.

De facto, este é um período a que nenhuma

Biblioteca fica indiferente: as Bibliotecas

que se situam mais no interior ocupam-se de

abastecer quem vai para fora; as do Litoral,

encarregam-se de disponibilizar, quer aos

mais esquecidos, quer aos mais ávidos, esta

fonte inesgotável de descoberta e de prazer

que é o livro.

Numa época em que os recursos económicos

escasseiam, visite e use as Bibliotecas

Públicas, pois para além de serem um serviço

pago pelos contribuintes, logo, naturalmente,

pertença pública, possuem uma exponencial

variedade de títulos, desde os clássicos

aos contemporâneos, para não falar nas

diversas áreas do conhecimento. Lembre-se

que quanto mais usar, mais contribuirá para

melhorar qualidade das Bibliotecas Públicas

Portuguesas.

Só com utilizadores mais implicados é

possível que as Bibliotecas se cumprem

na sua plenitude, ou seja, que se tornem

www.simagazine.net | Segunda-feira 01 Agosto 2011 15

|Sugestão de Leitura

| O Cemitério de Praga| Deixe aqui a sua marca.

Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, a disseminação gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios de Sião (que inspirará a Hitler os campos de extermínio), jesuítas que tramam contra maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os

ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras. Um brilhante romance histórico de um dos maiores escritores contemporâneos.

ECO, Umberto. – Cemitério de Praga. – Lisboa: Gradiva, 2011. ISBN 978-989-616-408-9.