MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUIacute CAMPUS SENADOR HELVIacuteDIO NUNES DE BARROS

COORDENACcedilAtildeO DO CURSO DE ADMINISTRACcedilAtildeO Rua Ciacutecero Eduardo SN ndash Bairro Junco ndash 64600-000 ndash Picos ndashPI

Fone (89) 3422-1087 ndash Fax (89) 3422-1043

ldquoSim Eu Possordquo A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de

Trabalho Um Estudo de Caso no Armazeacutem Paraiacuteba (Picos ndash PI)

Yes I Can The Inclusion of People with Disabilities in the Labour Market A Case

Study on Armazeacutem Paraiacuteba (Picos - PI)

Camilla Soares dos Santos

Graduanda em Administraccedilatildeo

camillasoaresadmgmailcom

Universidade Federal do Piauiacute ndash UFPI

Jorzielda Maria de Sousa

Graduanda em Administraccedilatildeo

jota_wohotmailcom

Universidade Federal do Piauiacute ndash UFPI

Cristiane Feitosa Pinheiro

Professora da UFPI Mestre Orientadora

cristianeufpigmailcom

Universidade Federal do Piauiacute - UFPI

3

RESUMO

O objetivo do presente artigo eacute analisar as condiccedilotildees de trabalho das Pessoas com Deficiecircncia

na cidade de Picos-PI e como tem se dado a sua inserccedilatildeo no mercado de trabalho Foi

utilizado como campo de pesquisa o Armazeacutem Paraiacuteba e junto a ele analisou-se o ambiente

de trabalho layout fiacutesico atividades exercidas por pessoas com deficiecircncia e as necessidades

de melhorias De forma geral analisou-se o ambiente empresarial de Picos-PI e identificou-se

a precariedade dos serviccedilos prestados para com as pessoas com deficiecircncia Adotou-se como

instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista com os colaboradores e o gestor a

fim de diagnosticar dados sobre a contrataccedilatildeo e o cotidiano da PCD na empresa Analisou-se

os dados agrave luz do marco teoacuterico de autores como CHIAVENATO (2000) FERREIRA et all

(2005) RODRIGUES et all (2008) a Constituiccedilatildeo Federal e Leis de amparo A anaacutelise dos

dados das entrevistas proporcionou os resultados esperados como no quesito contrataccedilatildeo em

que as empresas seguem contratando pessoas com deficiecircncia apenas para cumprir com a Lei

de Cotas para evitar puniccedilotildees e adquirir benefiacutecios como isenccedilatildeo tributaacuteria

Palavras-chave Pessoas com Deficiecircncia Mercado de Trabalho Inclusatildeo

ABSTRACT

The objective of this article is to analyze the working conditions of people with disabilities in

the city of Picos-PI and how they have given their insertion in the labor market Was used as

research field and the Armaacutezem Paraiacuteba beside him looked up the work environment

physical layout activities performed by people with disabilities and the need for

improvements Overall analyzed the business environment Picos-PI and identified the

precariousness of services to people with disabilities It was adopted as an instrument of data

collection an interview script with employees and managers in order to diagnose data on

hiring and daily life of PCD in the company Analyzed the data in the light of the theoretical

framework of how authors CHIAVENATO (2000) Ferreira et al (2005) Rodrigues et all

(2008) the Constitution and Protection Laws Data analysis of the interviews yielded the

expected results as in the question wherein companies follow hiring people with disabilities

just to comply with the Quota Law to avoid punishment and gain benefits such as tax

exemption

Key words People with Disabilities Labour Market Inclusion

1 INTRODUCcedilAtildeO

Esta pesquisa tem como temaacutetica central a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia no

mercado formal de trabalho em Picos-PI Quando se pensa em incluir abre-se um leque de

necessidades que precisam ser atendidas e por sua vez inseridas nas diversas camadas da

sociedade

4

A inclusatildeo de PCD1 eacute uma tarefa que exige acima de tudo cidadania Eacute

necessaacuterio que haja uma medida socioeducativa que transmita os reais valores de cidadania e

ensine a enxergar as PCD como cidadatildeos normais que satildeo detentoras de algum tipo de

limitaccedilatildeo mas que isso natildeo as impede de serem inseridas de forma igualitaacuteria na sociedade

tendo o seu direito agrave locomoccedilatildeo adaptaccedilotildees em locais puacuteblicos capazes de oferecer

acessibilidade a qualquer tipo de deficiecircncia ensino sauacutede seguranccedila e todo e qualquer

direito que a sociedade usufrui

Haacute cerca de 20 anos no Brasil o movimento de inclusatildeo de PCD vem lutando

pelo direito de inseri-las e proporcionar-lhes sauacutede educaccedilatildeo especial (baacutesico e superior)

cargos puacuteblicos esporte e atuaccedilatildeo no mercado formal de trabalho Amparados por diversas

leis as PCD tecircm direito a vagas especiais tanto em concursos puacuteblicos como no mercado das

empresas privadas Poreacutem sabe-se que natildeo basta abrir as portas para receber essas pessoas

antes de tudo eacute necessaacuterio que sejam feitas as adaptaccedilotildees necessaacuterias para recebecirc-lo

adaptaccedilotildees essas que vatildeo desde uma rampa de acessibilidade para cadeirante ateacute maquinaacuterio

especial para surdos ou que contenha a leitura em braile para deficientes visuais

Entre as diversas barreiras que as PCD tecircm que enfrentar ao decidir participar

ativamente do meio social existem as barreiras fiacutesicas que limitam seus movimentos

locomoccedilatildeo e desenvolvimento de atividades entre outros mas a barreira do preconceito

supera qualquer outra Ser considerado como um incapaz de qualquer atividade eacute uma

realidade que assola a vida das PCD e isso eacute algo comum no cotidiano dessas pessoas O

sistema de cotas veio para garantir o direito de atuaccedilatildeo das PCD na sociedade Eacute natural na

maioria das empresas brasileiras que tem seu quadro empregatiacutecio considerado extensivo ter

atuando PCD poreacutem a realidade natildeo eacute de empresas cidadatildes e sim empresas que querem evitar

puniccedilotildees e adquirir isenccedilotildees tributaacuterias natildeo sabendo desenvolver a capacidade intelectual e as

funccedilotildees agraves quais foram contratadas as PCD pois satildeo consideradas incapazes

Com o objetivo de identificar os fatores que influenciam na inserccedilatildeo das PCDrsquos

no mercado de trabalho faz-se necessaacuterio analisar as dificuldades existentes as leis de

amparo as politicas puacuteblicas e a necessidade de conscientizaccedilatildeo da sociedade para receber de

forma natural as PCDrsquos para que assim possam apresentaacute-lo como cidadatildeo com direitos

igualitaacuterios de desenvolvimento pessoal e profissional

Diante disso questiona-se Ateacute onde as leis de amparo agrave PCD contribuem para a

inserccedilatildeo das mesmas no mercado de trabalho

Eacute notaacutevel a falta de suporte fiacutesico e estrutural em toda a cidade de Picos-PI onde

eacute raro encontrar PCDrsquos circulando livremente em locais puacuteblicos por motivos inaceitaacuteveis

em sua maioria a falta da acessibilidade O estudo de caso que se pretende fazer tem por

objetivo analisar os principais fatores que dificultam a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de

trabalho em Picos

A anaacutelise das condiccedilotildees atuais das PCDrsquos na cidade Picos-PI proporcionaraacute a

oportunidade de conhecer mais a realidade desse grupo e ateacute que ponto os formadores de

opiniotildees e futuros gestores podem contribuir para dar uma vida mais digna e diminuir com o

preconceito existente na sociedade

Para tanto seratildeo usados os aportes teoacutericos de autores que de uma maneira

particular aborda cada tema especiacutefico do assunto dentre eles Chiavenato (2000) para

desenvolver o estudo empresarial e teorias da administraccedilatildeo Figueira (2008) com um

embasamento histoacuterico das PCD ao longo dos anos Ferreira et all (2005) sobre teorias em

torno da ergonomia e seus ajustes aos moldes das PCD como tambeacutem foram analisados

1 PCD Pessoa com Deficiecircncia

5

dados emitidos pelo IBGE2 e a consulta das Leis e da Constituiccedilatildeo Federal assim como os

documentos da UNESCO3 e da CORDE

4

2 Percurso Metodoloacutegico

O presente artigo trata-se de um estudo de caso exploratoacuterio descritivo de

abordagem qualitativa A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descriccedilatildeo das

caracteriacutesticas de determinada populaccedilatildeo ou fenocircmeno ou entatildeo o estabelecimento de

relaccedilotildees entre variaacuteveis conforme GIL (2010 p175) Uma de suas caracteriacutesticas marcantes eacute

a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas padronizadas de coleta de dados tais como questionaacuterio e a

observaccedilatildeo sistecircmica

Localizada na regiatildeo centro sul do Piauiacute a cidade de Picos foi o cenaacuterio escolhido

para o estudo de caso em questatildeo Com uma populaccedilatildeo de 73414 habitantes sendo 17832

pessoas com deficiecircncia que representam 2428 da populaccedilatildeo Com um comeacutercio aquecido

conta com uma populaccedilatildeo flutuante advinda dos municiacutepios da macrorregiatildeo e eacute o segundo

maior entroncamento rodoviaacuterio do nordeste (IBGE 2010)

O local escolhido para a realizaccedilatildeo da pesquisa foi a loja de departamentos do

Armazeacutem Paraiacuteba localizada na Rua Francisco Frota 295 ndash Centro de Picos Com um quadro

de 180 funcionaacuterios participante da poliacutetica de cotas para deficientes conta com a atuaccedilatildeo de

8 funcionaacuterios que se enquadram nas mais diversas categorias de deficiecircncia desde as

consideradas leves ateacute pessoas com deformidades fiacutesicas dentre esses a amostra selecionada eacute

composta por 2 (dois) deficientes auditivos sendo que um se enquadra na categoria leve e o

outro em grau avanccedilado e uma com desvio leve na coluna vertebral

A pesquisa realizou-se no periacuteodo de 05 a 08 de agosto do corrente ano onde se

utilizou de questionaacuterio preacute-estruturado aplicado em forma de entrevista sendo que se

entrevistou a amostra de forma individual

As amostras selecionadas foram segundo os criteacuterios de disponibilidade em

participar da pesquisa e em estar presente no momento de aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios Foi

analisado um universo de 1 (um) gerente e 3 (trecircs) PCDrsquos quantidade suficiente para compor

a amostra Com objetivo de coletar e compreender os relatos dos participantes foi utilizado

conforme orienta VERGARA (2007) planos de coleta de dados por escala atraveacutes de

questionaacuterios fechados aplicados ao gerente e agraves PCDrsquos

Apoacutes coletados os dados passaram por um processo de anaacutelise e interpretaccedilatildeo

3 Situando o tema discutindo a teoria a histoacuteria e a legislaccedilatildeo

Tratar com desigualdade a iguais ou a desiguais com igualdade seria desigualdade

flagrante e natildeo igualdade real [] Mas se a sociedade natildeo pode igualar os que a

natureza criou desiguais cada um nos limites da sua energia moral pode reagir

sobre as desigualdades nativas pela educaccedilatildeo atividade perseveranccedila (BARBOSA

1997 p26)

Em meio a uma sociedade discriminatoacuteria que carrega ao longo dos seacuteculos a

valorizaccedilatildeo do corpo e estereotipa um padratildeo de beleza que muita vezes foge de nossa

2 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

3 UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

4 CORDE Coordenadoria Nacional para Integraccedilatildeo de Pessoas Portadoras de Deficiecircncia

6

realidade ser diferente causa um desconforto ou ateacute mesmo uma barreira para compor essa

sociedade Eacute comum ser bombardeado todos os dias com imagens de pessoas perfeitas que

ocupam cargos e posiccedilotildees privilegiadas accedilotildees que pressionam todos a se tornarem coacutepias do

que a sociedade estabelece ldquoA valorizaccedilatildeo do corpo a idolatria do belo corpo fiacutesico simeacutetrico

e perfeito sempre foi referecircncia dos gregos o que eacute uma pessoa normal onde a perfeiccedilatildeo soacute

podia ser alcanccedilada com a uniatildeo da beleza e da virtuderdquo (CARVALHO apud JATOBAacute e

FRANCO 2004)

Ao analisar na histoacuteria a trajetoacuteria das PCD ao longo dos anos eacute notaacutevel a guerra

pela sobrevivecircncia Por tradiccedilotildees e crenccedilas muitos deles foram exterminados de forma cruel

por simbolizarem espiacuteritos maus com o avanccedilar dos anos as formas de aniquilaccedilatildeo foram

mudando mas o preconceito continuou o mesmo O retrato da injusticcedila por parte da sociedade

com esse grupo eacute algo lamentaacutevel Em certa deacutecada jaacute foram considerados os mais pobres dos

pobres miseraacuteveis Haacute alguns anos esse cenaacuterio comeccedilou a mudar encorajados a lutar pelos

direitos de cidadatildeos as PCD hoje buscam por melhores condiccedilotildees de vida e satildeo apoiados por

outras pessoas que entendem que para ser considerada uma sociedade justa eacute necessaacuteria a

integraccedilatildeo de todos os grupos sociais existentes grupos esses que tambeacutem vecircm lutando por

essas causas pela inclusatildeo

31 A Pessoa com Deficiecircncia na Histoacuteria Uma trajetoacuteria de Busca da Cidadania

Desde os povos primitivos ser diferente eacute uma tarefa difiacutecil ser aceito pela

sociedade estando fora dos padrotildees esperados gera preconceito e discriminaccedilatildeo ser aceito

com suas limitaccedilotildees nunca foi uma tarefa faacutecil principalmente para aqueles que aleacutem da

deficiecircncia ainda carregam alguma deformidade fiacutesica

Entre mitos e contos encontrou-se a presenccedila de PCD na Antiguidade Conta a

histoacuteria que gregos e romanos tambeacutem utilizavam de formas brutais para exterminarem PCD

congecircnitas tendo direito a amparo apenas aqueles que tinham a deficiecircncia adquirida e

sofriam mutilaccedilotildees a deficiecircncia era tida como monstruosidade fato que legitimava a

condenaccedilatildeo agrave morte dos bebecircs mal formadosrdquo (SEcircNECA apud SCHEWINSKY 2004)

Na Idade Meacutedia a discriminaccedilatildeo continuou a deficiecircncia se justificava devido a

democircnios e espiacuteritos malignos Muitas PCDrsquos eram expostas e humilhadas em meio a um

verdadeiro circo de horrores

Com a Revoluccedilatildeo Industrial houve um aumento significativo de pessoas com

deficiecircncia fiacutesica visto que com o surgimento das maacutequinas seus operaacuterios que natildeo eram

capacitados para manusear os grandes equipamentos e devido agrave precariedade sofriam

mutilaccedilotildees Foi nesse periacuteodo que se viu a necessidade de criar o Direito do Trabalho e

Seguridade Social assistenciais e previdenciaacuterias o que gerou a conscientizaccedilatildeo na eacutepoca em

vaacuterios paiacuteses

Em 1948 a UNESCO (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a

Ciecircncia e a Cultura) lanccedilou a Declaraccedilatildeo dos Direitos Humanos que combate o preconceito e

ampara natildeo apenas os deficientes fiacutesicos mas todo aquele que possa ser tido como diferente

dos moldes da sociedade ldquoTodos satildeo iguais perante a lei e tem direito sem qualquer

distinccedilatildeo a igual proteccedilatildeo da lei Todos tecircm direito a igual proteccedilatildeo contra qualquer

discriminaccedilatildeo que viole a presente declaraccedilatildeo e contra qualquer incitamento a tal

discriminaccedilatildeordquo (UNESCO 1948 p 3) assim aborda a Carta de Direitos

Engana-se quem pensa que o preconceito contra as PCDrsquos aconteceu apenas com

os povos antigos e medievais a histoacuteria dessas pessoas no territoacuterio brasileiro foi marcada por

muito sofrimento e injusticcedilas que ainda assolam muitos deles nos dias atuais

7

Movidos pela crenccedila em deuses que regiam todas as forccedilas da natureza os povos

indiacutegenas que habitavam o territoacuterio que viria a ser brasileiro cultuavam e ofereciam seus

bebecircs que nasciam com deficiecircncia como forma de extermiacutenio do mal Qualquer pessoa que

nascesse ou adquirisse uma deficiecircncia ao longo de sua vida era descartada pois natildeo era

vista com bons olhos pelos chefes indiacutegenas que associavam as deficiecircncias a espiacuteritos maus

que se apossavam dos corpos dessas pessoas e que tinha como soluccedilatildeo levaacute-las agrave morte

Julgar esse ato pode parecer injusto afinal esse povo era movido por crenccedilas que

se assemelham bastante com a histoacuteria dos povos antigos comportamento que pode ter sido

herdado e que se faz presente em algumas tribos primitivas que ainda vivem isoladas nas

florestas brasileiras

Diferentemente da crenccedila de que a deficiecircncia era um mal sobrenatural a

deficiecircncia adquirida pelos escravos trazidos ao Brasil em sua maioria era decorrente das

condiccedilotildees sub-humanas em que eles viviam A forma de transporte tratamento e ateacute

condiccedilotildees de trabalho deixavam sequelas irremediaacuteveis que quando natildeo os marcavam com

doenccedilas incapacitantes gerava a morte de uma porccedilatildeo consideravelmente extensa

Os documentos oficiais da histoacuteria mostram os horrores cometidos contra os

negros que se rebelassem e de alguma forma tentassem fugir de suas senzalas Eram

corrigidos de forma brutal Um exemplo eacute o Alvaraacute de 03 de marccedilo de 1741 que o rei D Joatildeo

V define expressamente a amputaccedilatildeo de membros como castigo aos negros fugitivos que

fossem capturados Entre as mais diversas puniccedilotildees as mutilaccedilotildees soacute natildeo ocorriam em maior

escala devido o fator de que quanto mais negros incapacitados por deficiecircncia menos matildeo de

obra as fazendas teriam

Natildeo acostumados com o clima tropical os colonos portugueses ao chegarem ao

Brasil sofriam com as mudanccedilas climaacuteticas existentes Essas condiccedilotildees refletiam na sauacutede dos

europeus que adquiriram diversos tipos de aversotildees ao clima ldquoalgumas dessas enfermidades

de natureza muito grave chegaram a levaacute-los agrave aquisiccedilatildeo de severas limitaccedilotildees fiacutesicas ou

sensoriaisrdquo como assegura Figueira (2008 p 55)

O seacuteculo XIX foi marcado pelo iniacutecio dos conflitos militares que geraram muitas

mutilaccedilotildees em decorrecircncia das batalhas Preocupados com os soldados que adquiriram

deficiecircncias por conta da guerra o general Duque de Caxias inaugurou no Rio de Janeiro

em 29 de julho de 1868 o ldquoAsilo dos Invaacutelidos da Paacutetriardquo onde ldquoseriam recolhidos e tratados

os soldados na velhice ou os mutilados de guerra aleacutem de ministrar a educaccedilatildeo aos oacuterfatildeos e

filhos de militaresrdquo (FIGUEIRA 2008 p 63) Conta-se que mesmo com a intenccedilatildeo de

promover melhorias aos marcados pela guerra o asilo funcionava em condiccedilotildees precaacuterias

permanecendo aberto ateacute 1976 com 107 anos de funcionamento

Um momento marcante para a histoacuteria das PCD foi a criaccedilatildeo do Imperial Instituto

dos Meninos Cegos criado em 1854 que atuou como agente de grande importacircncia para as

famiacutelias que deixaram de ter a total responsabilidade sobre as PCDrsquos e passou a ser

responsabilidade do Estado Sem haver a criaccedilatildeo das politicas publicas o Estado transferia

essa responsabilidade para as instituiccedilotildees privadas e beneficentes que atuavam com o seu

apoio Os anos se passaram e diversas outras instituiccedilotildees de apoio agraves PCDrsquos foram surgindo e

na deacutecada de 40 foi denominada a expressatildeo ldquocrianccedilas excepcionaisrdquo que significa ldquoaquelas

que se desviavam acentuadamente para cima ou para baixo da norma do seu grupo de relaccedilatildeo

a uma ou vaacuterias caracteriacutesticas mentais fiacutesicas ou sociaisrdquo conforme apresenta Figueira

(2008 p 94)

Com o passar dos anos muita coisa se transformou a deficiecircncia que era tida

como um mal espiritual passou a ser um caso da aacuterea meacutedica Com a criaccedilatildeo de diversos

centros especializados que em sua maioria eram para os deficientes auditivos e visuais a

deficiecircncia deixou de ser um problema unicamente familiar e passou a ser compartilhada com

a medicina Embora muita coisa tenha mudado muitas injusticcedilas nesse periacuteodo foram

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

4

A inclusatildeo de PCD1 eacute uma tarefa que exige acima de tudo cidadania Eacute

necessaacuterio que haja uma medida socioeducativa que transmita os reais valores de cidadania e

ensine a enxergar as PCD como cidadatildeos normais que satildeo detentoras de algum tipo de

limitaccedilatildeo mas que isso natildeo as impede de serem inseridas de forma igualitaacuteria na sociedade

tendo o seu direito agrave locomoccedilatildeo adaptaccedilotildees em locais puacuteblicos capazes de oferecer

acessibilidade a qualquer tipo de deficiecircncia ensino sauacutede seguranccedila e todo e qualquer

direito que a sociedade usufrui

Haacute cerca de 20 anos no Brasil o movimento de inclusatildeo de PCD vem lutando

pelo direito de inseri-las e proporcionar-lhes sauacutede educaccedilatildeo especial (baacutesico e superior)

cargos puacuteblicos esporte e atuaccedilatildeo no mercado formal de trabalho Amparados por diversas

leis as PCD tecircm direito a vagas especiais tanto em concursos puacuteblicos como no mercado das

empresas privadas Poreacutem sabe-se que natildeo basta abrir as portas para receber essas pessoas

antes de tudo eacute necessaacuterio que sejam feitas as adaptaccedilotildees necessaacuterias para recebecirc-lo

adaptaccedilotildees essas que vatildeo desde uma rampa de acessibilidade para cadeirante ateacute maquinaacuterio

especial para surdos ou que contenha a leitura em braile para deficientes visuais

Entre as diversas barreiras que as PCD tecircm que enfrentar ao decidir participar

ativamente do meio social existem as barreiras fiacutesicas que limitam seus movimentos

locomoccedilatildeo e desenvolvimento de atividades entre outros mas a barreira do preconceito

supera qualquer outra Ser considerado como um incapaz de qualquer atividade eacute uma

realidade que assola a vida das PCD e isso eacute algo comum no cotidiano dessas pessoas O

sistema de cotas veio para garantir o direito de atuaccedilatildeo das PCD na sociedade Eacute natural na

maioria das empresas brasileiras que tem seu quadro empregatiacutecio considerado extensivo ter

atuando PCD poreacutem a realidade natildeo eacute de empresas cidadatildes e sim empresas que querem evitar

puniccedilotildees e adquirir isenccedilotildees tributaacuterias natildeo sabendo desenvolver a capacidade intelectual e as

funccedilotildees agraves quais foram contratadas as PCD pois satildeo consideradas incapazes

Com o objetivo de identificar os fatores que influenciam na inserccedilatildeo das PCDrsquos

no mercado de trabalho faz-se necessaacuterio analisar as dificuldades existentes as leis de

amparo as politicas puacuteblicas e a necessidade de conscientizaccedilatildeo da sociedade para receber de

forma natural as PCDrsquos para que assim possam apresentaacute-lo como cidadatildeo com direitos

igualitaacuterios de desenvolvimento pessoal e profissional

Diante disso questiona-se Ateacute onde as leis de amparo agrave PCD contribuem para a

inserccedilatildeo das mesmas no mercado de trabalho

Eacute notaacutevel a falta de suporte fiacutesico e estrutural em toda a cidade de Picos-PI onde

eacute raro encontrar PCDrsquos circulando livremente em locais puacuteblicos por motivos inaceitaacuteveis

em sua maioria a falta da acessibilidade O estudo de caso que se pretende fazer tem por

objetivo analisar os principais fatores que dificultam a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de

trabalho em Picos

A anaacutelise das condiccedilotildees atuais das PCDrsquos na cidade Picos-PI proporcionaraacute a

oportunidade de conhecer mais a realidade desse grupo e ateacute que ponto os formadores de

opiniotildees e futuros gestores podem contribuir para dar uma vida mais digna e diminuir com o

preconceito existente na sociedade

Para tanto seratildeo usados os aportes teoacutericos de autores que de uma maneira

particular aborda cada tema especiacutefico do assunto dentre eles Chiavenato (2000) para

desenvolver o estudo empresarial e teorias da administraccedilatildeo Figueira (2008) com um

embasamento histoacuterico das PCD ao longo dos anos Ferreira et all (2005) sobre teorias em

torno da ergonomia e seus ajustes aos moldes das PCD como tambeacutem foram analisados

1 PCD Pessoa com Deficiecircncia

5

dados emitidos pelo IBGE2 e a consulta das Leis e da Constituiccedilatildeo Federal assim como os

documentos da UNESCO3 e da CORDE

4

2 Percurso Metodoloacutegico

O presente artigo trata-se de um estudo de caso exploratoacuterio descritivo de

abordagem qualitativa A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descriccedilatildeo das

caracteriacutesticas de determinada populaccedilatildeo ou fenocircmeno ou entatildeo o estabelecimento de

relaccedilotildees entre variaacuteveis conforme GIL (2010 p175) Uma de suas caracteriacutesticas marcantes eacute

a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas padronizadas de coleta de dados tais como questionaacuterio e a

observaccedilatildeo sistecircmica

Localizada na regiatildeo centro sul do Piauiacute a cidade de Picos foi o cenaacuterio escolhido

para o estudo de caso em questatildeo Com uma populaccedilatildeo de 73414 habitantes sendo 17832

pessoas com deficiecircncia que representam 2428 da populaccedilatildeo Com um comeacutercio aquecido

conta com uma populaccedilatildeo flutuante advinda dos municiacutepios da macrorregiatildeo e eacute o segundo

maior entroncamento rodoviaacuterio do nordeste (IBGE 2010)

O local escolhido para a realizaccedilatildeo da pesquisa foi a loja de departamentos do

Armazeacutem Paraiacuteba localizada na Rua Francisco Frota 295 ndash Centro de Picos Com um quadro

de 180 funcionaacuterios participante da poliacutetica de cotas para deficientes conta com a atuaccedilatildeo de

8 funcionaacuterios que se enquadram nas mais diversas categorias de deficiecircncia desde as

consideradas leves ateacute pessoas com deformidades fiacutesicas dentre esses a amostra selecionada eacute

composta por 2 (dois) deficientes auditivos sendo que um se enquadra na categoria leve e o

outro em grau avanccedilado e uma com desvio leve na coluna vertebral

A pesquisa realizou-se no periacuteodo de 05 a 08 de agosto do corrente ano onde se

utilizou de questionaacuterio preacute-estruturado aplicado em forma de entrevista sendo que se

entrevistou a amostra de forma individual

As amostras selecionadas foram segundo os criteacuterios de disponibilidade em

participar da pesquisa e em estar presente no momento de aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios Foi

analisado um universo de 1 (um) gerente e 3 (trecircs) PCDrsquos quantidade suficiente para compor

a amostra Com objetivo de coletar e compreender os relatos dos participantes foi utilizado

conforme orienta VERGARA (2007) planos de coleta de dados por escala atraveacutes de

questionaacuterios fechados aplicados ao gerente e agraves PCDrsquos

Apoacutes coletados os dados passaram por um processo de anaacutelise e interpretaccedilatildeo

3 Situando o tema discutindo a teoria a histoacuteria e a legislaccedilatildeo

Tratar com desigualdade a iguais ou a desiguais com igualdade seria desigualdade

flagrante e natildeo igualdade real [] Mas se a sociedade natildeo pode igualar os que a

natureza criou desiguais cada um nos limites da sua energia moral pode reagir

sobre as desigualdades nativas pela educaccedilatildeo atividade perseveranccedila (BARBOSA

1997 p26)

Em meio a uma sociedade discriminatoacuteria que carrega ao longo dos seacuteculos a

valorizaccedilatildeo do corpo e estereotipa um padratildeo de beleza que muita vezes foge de nossa

2 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

3 UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

4 CORDE Coordenadoria Nacional para Integraccedilatildeo de Pessoas Portadoras de Deficiecircncia

6

realidade ser diferente causa um desconforto ou ateacute mesmo uma barreira para compor essa

sociedade Eacute comum ser bombardeado todos os dias com imagens de pessoas perfeitas que

ocupam cargos e posiccedilotildees privilegiadas accedilotildees que pressionam todos a se tornarem coacutepias do

que a sociedade estabelece ldquoA valorizaccedilatildeo do corpo a idolatria do belo corpo fiacutesico simeacutetrico

e perfeito sempre foi referecircncia dos gregos o que eacute uma pessoa normal onde a perfeiccedilatildeo soacute

podia ser alcanccedilada com a uniatildeo da beleza e da virtuderdquo (CARVALHO apud JATOBAacute e

FRANCO 2004)

Ao analisar na histoacuteria a trajetoacuteria das PCD ao longo dos anos eacute notaacutevel a guerra

pela sobrevivecircncia Por tradiccedilotildees e crenccedilas muitos deles foram exterminados de forma cruel

por simbolizarem espiacuteritos maus com o avanccedilar dos anos as formas de aniquilaccedilatildeo foram

mudando mas o preconceito continuou o mesmo O retrato da injusticcedila por parte da sociedade

com esse grupo eacute algo lamentaacutevel Em certa deacutecada jaacute foram considerados os mais pobres dos

pobres miseraacuteveis Haacute alguns anos esse cenaacuterio comeccedilou a mudar encorajados a lutar pelos

direitos de cidadatildeos as PCD hoje buscam por melhores condiccedilotildees de vida e satildeo apoiados por

outras pessoas que entendem que para ser considerada uma sociedade justa eacute necessaacuteria a

integraccedilatildeo de todos os grupos sociais existentes grupos esses que tambeacutem vecircm lutando por

essas causas pela inclusatildeo

31 A Pessoa com Deficiecircncia na Histoacuteria Uma trajetoacuteria de Busca da Cidadania

Desde os povos primitivos ser diferente eacute uma tarefa difiacutecil ser aceito pela

sociedade estando fora dos padrotildees esperados gera preconceito e discriminaccedilatildeo ser aceito

com suas limitaccedilotildees nunca foi uma tarefa faacutecil principalmente para aqueles que aleacutem da

deficiecircncia ainda carregam alguma deformidade fiacutesica

Entre mitos e contos encontrou-se a presenccedila de PCD na Antiguidade Conta a

histoacuteria que gregos e romanos tambeacutem utilizavam de formas brutais para exterminarem PCD

congecircnitas tendo direito a amparo apenas aqueles que tinham a deficiecircncia adquirida e

sofriam mutilaccedilotildees a deficiecircncia era tida como monstruosidade fato que legitimava a

condenaccedilatildeo agrave morte dos bebecircs mal formadosrdquo (SEcircNECA apud SCHEWINSKY 2004)

Na Idade Meacutedia a discriminaccedilatildeo continuou a deficiecircncia se justificava devido a

democircnios e espiacuteritos malignos Muitas PCDrsquos eram expostas e humilhadas em meio a um

verdadeiro circo de horrores

Com a Revoluccedilatildeo Industrial houve um aumento significativo de pessoas com

deficiecircncia fiacutesica visto que com o surgimento das maacutequinas seus operaacuterios que natildeo eram

capacitados para manusear os grandes equipamentos e devido agrave precariedade sofriam

mutilaccedilotildees Foi nesse periacuteodo que se viu a necessidade de criar o Direito do Trabalho e

Seguridade Social assistenciais e previdenciaacuterias o que gerou a conscientizaccedilatildeo na eacutepoca em

vaacuterios paiacuteses

Em 1948 a UNESCO (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a

Ciecircncia e a Cultura) lanccedilou a Declaraccedilatildeo dos Direitos Humanos que combate o preconceito e

ampara natildeo apenas os deficientes fiacutesicos mas todo aquele que possa ser tido como diferente

dos moldes da sociedade ldquoTodos satildeo iguais perante a lei e tem direito sem qualquer

distinccedilatildeo a igual proteccedilatildeo da lei Todos tecircm direito a igual proteccedilatildeo contra qualquer

discriminaccedilatildeo que viole a presente declaraccedilatildeo e contra qualquer incitamento a tal

discriminaccedilatildeordquo (UNESCO 1948 p 3) assim aborda a Carta de Direitos

Engana-se quem pensa que o preconceito contra as PCDrsquos aconteceu apenas com

os povos antigos e medievais a histoacuteria dessas pessoas no territoacuterio brasileiro foi marcada por

muito sofrimento e injusticcedilas que ainda assolam muitos deles nos dias atuais

7

Movidos pela crenccedila em deuses que regiam todas as forccedilas da natureza os povos

indiacutegenas que habitavam o territoacuterio que viria a ser brasileiro cultuavam e ofereciam seus

bebecircs que nasciam com deficiecircncia como forma de extermiacutenio do mal Qualquer pessoa que

nascesse ou adquirisse uma deficiecircncia ao longo de sua vida era descartada pois natildeo era

vista com bons olhos pelos chefes indiacutegenas que associavam as deficiecircncias a espiacuteritos maus

que se apossavam dos corpos dessas pessoas e que tinha como soluccedilatildeo levaacute-las agrave morte

Julgar esse ato pode parecer injusto afinal esse povo era movido por crenccedilas que

se assemelham bastante com a histoacuteria dos povos antigos comportamento que pode ter sido

herdado e que se faz presente em algumas tribos primitivas que ainda vivem isoladas nas

florestas brasileiras

Diferentemente da crenccedila de que a deficiecircncia era um mal sobrenatural a

deficiecircncia adquirida pelos escravos trazidos ao Brasil em sua maioria era decorrente das

condiccedilotildees sub-humanas em que eles viviam A forma de transporte tratamento e ateacute

condiccedilotildees de trabalho deixavam sequelas irremediaacuteveis que quando natildeo os marcavam com

doenccedilas incapacitantes gerava a morte de uma porccedilatildeo consideravelmente extensa

Os documentos oficiais da histoacuteria mostram os horrores cometidos contra os

negros que se rebelassem e de alguma forma tentassem fugir de suas senzalas Eram

corrigidos de forma brutal Um exemplo eacute o Alvaraacute de 03 de marccedilo de 1741 que o rei D Joatildeo

V define expressamente a amputaccedilatildeo de membros como castigo aos negros fugitivos que

fossem capturados Entre as mais diversas puniccedilotildees as mutilaccedilotildees soacute natildeo ocorriam em maior

escala devido o fator de que quanto mais negros incapacitados por deficiecircncia menos matildeo de

obra as fazendas teriam

Natildeo acostumados com o clima tropical os colonos portugueses ao chegarem ao

Brasil sofriam com as mudanccedilas climaacuteticas existentes Essas condiccedilotildees refletiam na sauacutede dos

europeus que adquiriram diversos tipos de aversotildees ao clima ldquoalgumas dessas enfermidades

de natureza muito grave chegaram a levaacute-los agrave aquisiccedilatildeo de severas limitaccedilotildees fiacutesicas ou

sensoriaisrdquo como assegura Figueira (2008 p 55)

O seacuteculo XIX foi marcado pelo iniacutecio dos conflitos militares que geraram muitas

mutilaccedilotildees em decorrecircncia das batalhas Preocupados com os soldados que adquiriram

deficiecircncias por conta da guerra o general Duque de Caxias inaugurou no Rio de Janeiro

em 29 de julho de 1868 o ldquoAsilo dos Invaacutelidos da Paacutetriardquo onde ldquoseriam recolhidos e tratados

os soldados na velhice ou os mutilados de guerra aleacutem de ministrar a educaccedilatildeo aos oacuterfatildeos e

filhos de militaresrdquo (FIGUEIRA 2008 p 63) Conta-se que mesmo com a intenccedilatildeo de

promover melhorias aos marcados pela guerra o asilo funcionava em condiccedilotildees precaacuterias

permanecendo aberto ateacute 1976 com 107 anos de funcionamento

Um momento marcante para a histoacuteria das PCD foi a criaccedilatildeo do Imperial Instituto

dos Meninos Cegos criado em 1854 que atuou como agente de grande importacircncia para as

famiacutelias que deixaram de ter a total responsabilidade sobre as PCDrsquos e passou a ser

responsabilidade do Estado Sem haver a criaccedilatildeo das politicas publicas o Estado transferia

essa responsabilidade para as instituiccedilotildees privadas e beneficentes que atuavam com o seu

apoio Os anos se passaram e diversas outras instituiccedilotildees de apoio agraves PCDrsquos foram surgindo e

na deacutecada de 40 foi denominada a expressatildeo ldquocrianccedilas excepcionaisrdquo que significa ldquoaquelas

que se desviavam acentuadamente para cima ou para baixo da norma do seu grupo de relaccedilatildeo

a uma ou vaacuterias caracteriacutesticas mentais fiacutesicas ou sociaisrdquo conforme apresenta Figueira

(2008 p 94)

Com o passar dos anos muita coisa se transformou a deficiecircncia que era tida

como um mal espiritual passou a ser um caso da aacuterea meacutedica Com a criaccedilatildeo de diversos

centros especializados que em sua maioria eram para os deficientes auditivos e visuais a

deficiecircncia deixou de ser um problema unicamente familiar e passou a ser compartilhada com

a medicina Embora muita coisa tenha mudado muitas injusticcedilas nesse periacuteodo foram

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

5

dados emitidos pelo IBGE2 e a consulta das Leis e da Constituiccedilatildeo Federal assim como os

documentos da UNESCO3 e da CORDE

4

2 Percurso Metodoloacutegico

O presente artigo trata-se de um estudo de caso exploratoacuterio descritivo de

abordagem qualitativa A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descriccedilatildeo das

caracteriacutesticas de determinada populaccedilatildeo ou fenocircmeno ou entatildeo o estabelecimento de

relaccedilotildees entre variaacuteveis conforme GIL (2010 p175) Uma de suas caracteriacutesticas marcantes eacute

a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas padronizadas de coleta de dados tais como questionaacuterio e a

observaccedilatildeo sistecircmica

Localizada na regiatildeo centro sul do Piauiacute a cidade de Picos foi o cenaacuterio escolhido

para o estudo de caso em questatildeo Com uma populaccedilatildeo de 73414 habitantes sendo 17832

pessoas com deficiecircncia que representam 2428 da populaccedilatildeo Com um comeacutercio aquecido

conta com uma populaccedilatildeo flutuante advinda dos municiacutepios da macrorregiatildeo e eacute o segundo

maior entroncamento rodoviaacuterio do nordeste (IBGE 2010)

O local escolhido para a realizaccedilatildeo da pesquisa foi a loja de departamentos do

Armazeacutem Paraiacuteba localizada na Rua Francisco Frota 295 ndash Centro de Picos Com um quadro

de 180 funcionaacuterios participante da poliacutetica de cotas para deficientes conta com a atuaccedilatildeo de

8 funcionaacuterios que se enquadram nas mais diversas categorias de deficiecircncia desde as

consideradas leves ateacute pessoas com deformidades fiacutesicas dentre esses a amostra selecionada eacute

composta por 2 (dois) deficientes auditivos sendo que um se enquadra na categoria leve e o

outro em grau avanccedilado e uma com desvio leve na coluna vertebral

A pesquisa realizou-se no periacuteodo de 05 a 08 de agosto do corrente ano onde se

utilizou de questionaacuterio preacute-estruturado aplicado em forma de entrevista sendo que se

entrevistou a amostra de forma individual

As amostras selecionadas foram segundo os criteacuterios de disponibilidade em

participar da pesquisa e em estar presente no momento de aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios Foi

analisado um universo de 1 (um) gerente e 3 (trecircs) PCDrsquos quantidade suficiente para compor

a amostra Com objetivo de coletar e compreender os relatos dos participantes foi utilizado

conforme orienta VERGARA (2007) planos de coleta de dados por escala atraveacutes de

questionaacuterios fechados aplicados ao gerente e agraves PCDrsquos

Apoacutes coletados os dados passaram por um processo de anaacutelise e interpretaccedilatildeo

3 Situando o tema discutindo a teoria a histoacuteria e a legislaccedilatildeo

Tratar com desigualdade a iguais ou a desiguais com igualdade seria desigualdade

flagrante e natildeo igualdade real [] Mas se a sociedade natildeo pode igualar os que a

natureza criou desiguais cada um nos limites da sua energia moral pode reagir

sobre as desigualdades nativas pela educaccedilatildeo atividade perseveranccedila (BARBOSA

1997 p26)

Em meio a uma sociedade discriminatoacuteria que carrega ao longo dos seacuteculos a

valorizaccedilatildeo do corpo e estereotipa um padratildeo de beleza que muita vezes foge de nossa

2 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

3 UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

4 CORDE Coordenadoria Nacional para Integraccedilatildeo de Pessoas Portadoras de Deficiecircncia

6

realidade ser diferente causa um desconforto ou ateacute mesmo uma barreira para compor essa

sociedade Eacute comum ser bombardeado todos os dias com imagens de pessoas perfeitas que

ocupam cargos e posiccedilotildees privilegiadas accedilotildees que pressionam todos a se tornarem coacutepias do

que a sociedade estabelece ldquoA valorizaccedilatildeo do corpo a idolatria do belo corpo fiacutesico simeacutetrico

e perfeito sempre foi referecircncia dos gregos o que eacute uma pessoa normal onde a perfeiccedilatildeo soacute

podia ser alcanccedilada com a uniatildeo da beleza e da virtuderdquo (CARVALHO apud JATOBAacute e

FRANCO 2004)

Ao analisar na histoacuteria a trajetoacuteria das PCD ao longo dos anos eacute notaacutevel a guerra

pela sobrevivecircncia Por tradiccedilotildees e crenccedilas muitos deles foram exterminados de forma cruel

por simbolizarem espiacuteritos maus com o avanccedilar dos anos as formas de aniquilaccedilatildeo foram

mudando mas o preconceito continuou o mesmo O retrato da injusticcedila por parte da sociedade

com esse grupo eacute algo lamentaacutevel Em certa deacutecada jaacute foram considerados os mais pobres dos

pobres miseraacuteveis Haacute alguns anos esse cenaacuterio comeccedilou a mudar encorajados a lutar pelos

direitos de cidadatildeos as PCD hoje buscam por melhores condiccedilotildees de vida e satildeo apoiados por

outras pessoas que entendem que para ser considerada uma sociedade justa eacute necessaacuteria a

integraccedilatildeo de todos os grupos sociais existentes grupos esses que tambeacutem vecircm lutando por

essas causas pela inclusatildeo

31 A Pessoa com Deficiecircncia na Histoacuteria Uma trajetoacuteria de Busca da Cidadania

Desde os povos primitivos ser diferente eacute uma tarefa difiacutecil ser aceito pela

sociedade estando fora dos padrotildees esperados gera preconceito e discriminaccedilatildeo ser aceito

com suas limitaccedilotildees nunca foi uma tarefa faacutecil principalmente para aqueles que aleacutem da

deficiecircncia ainda carregam alguma deformidade fiacutesica

Entre mitos e contos encontrou-se a presenccedila de PCD na Antiguidade Conta a

histoacuteria que gregos e romanos tambeacutem utilizavam de formas brutais para exterminarem PCD

congecircnitas tendo direito a amparo apenas aqueles que tinham a deficiecircncia adquirida e

sofriam mutilaccedilotildees a deficiecircncia era tida como monstruosidade fato que legitimava a

condenaccedilatildeo agrave morte dos bebecircs mal formadosrdquo (SEcircNECA apud SCHEWINSKY 2004)

Na Idade Meacutedia a discriminaccedilatildeo continuou a deficiecircncia se justificava devido a

democircnios e espiacuteritos malignos Muitas PCDrsquos eram expostas e humilhadas em meio a um

verdadeiro circo de horrores

Com a Revoluccedilatildeo Industrial houve um aumento significativo de pessoas com

deficiecircncia fiacutesica visto que com o surgimento das maacutequinas seus operaacuterios que natildeo eram

capacitados para manusear os grandes equipamentos e devido agrave precariedade sofriam

mutilaccedilotildees Foi nesse periacuteodo que se viu a necessidade de criar o Direito do Trabalho e

Seguridade Social assistenciais e previdenciaacuterias o que gerou a conscientizaccedilatildeo na eacutepoca em

vaacuterios paiacuteses

Em 1948 a UNESCO (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a

Ciecircncia e a Cultura) lanccedilou a Declaraccedilatildeo dos Direitos Humanos que combate o preconceito e

ampara natildeo apenas os deficientes fiacutesicos mas todo aquele que possa ser tido como diferente

dos moldes da sociedade ldquoTodos satildeo iguais perante a lei e tem direito sem qualquer

distinccedilatildeo a igual proteccedilatildeo da lei Todos tecircm direito a igual proteccedilatildeo contra qualquer

discriminaccedilatildeo que viole a presente declaraccedilatildeo e contra qualquer incitamento a tal

discriminaccedilatildeordquo (UNESCO 1948 p 3) assim aborda a Carta de Direitos

Engana-se quem pensa que o preconceito contra as PCDrsquos aconteceu apenas com

os povos antigos e medievais a histoacuteria dessas pessoas no territoacuterio brasileiro foi marcada por

muito sofrimento e injusticcedilas que ainda assolam muitos deles nos dias atuais

7

Movidos pela crenccedila em deuses que regiam todas as forccedilas da natureza os povos

indiacutegenas que habitavam o territoacuterio que viria a ser brasileiro cultuavam e ofereciam seus

bebecircs que nasciam com deficiecircncia como forma de extermiacutenio do mal Qualquer pessoa que

nascesse ou adquirisse uma deficiecircncia ao longo de sua vida era descartada pois natildeo era

vista com bons olhos pelos chefes indiacutegenas que associavam as deficiecircncias a espiacuteritos maus

que se apossavam dos corpos dessas pessoas e que tinha como soluccedilatildeo levaacute-las agrave morte

Julgar esse ato pode parecer injusto afinal esse povo era movido por crenccedilas que

se assemelham bastante com a histoacuteria dos povos antigos comportamento que pode ter sido

herdado e que se faz presente em algumas tribos primitivas que ainda vivem isoladas nas

florestas brasileiras

Diferentemente da crenccedila de que a deficiecircncia era um mal sobrenatural a

deficiecircncia adquirida pelos escravos trazidos ao Brasil em sua maioria era decorrente das

condiccedilotildees sub-humanas em que eles viviam A forma de transporte tratamento e ateacute

condiccedilotildees de trabalho deixavam sequelas irremediaacuteveis que quando natildeo os marcavam com

doenccedilas incapacitantes gerava a morte de uma porccedilatildeo consideravelmente extensa

Os documentos oficiais da histoacuteria mostram os horrores cometidos contra os

negros que se rebelassem e de alguma forma tentassem fugir de suas senzalas Eram

corrigidos de forma brutal Um exemplo eacute o Alvaraacute de 03 de marccedilo de 1741 que o rei D Joatildeo

V define expressamente a amputaccedilatildeo de membros como castigo aos negros fugitivos que

fossem capturados Entre as mais diversas puniccedilotildees as mutilaccedilotildees soacute natildeo ocorriam em maior

escala devido o fator de que quanto mais negros incapacitados por deficiecircncia menos matildeo de

obra as fazendas teriam

Natildeo acostumados com o clima tropical os colonos portugueses ao chegarem ao

Brasil sofriam com as mudanccedilas climaacuteticas existentes Essas condiccedilotildees refletiam na sauacutede dos

europeus que adquiriram diversos tipos de aversotildees ao clima ldquoalgumas dessas enfermidades

de natureza muito grave chegaram a levaacute-los agrave aquisiccedilatildeo de severas limitaccedilotildees fiacutesicas ou

sensoriaisrdquo como assegura Figueira (2008 p 55)

O seacuteculo XIX foi marcado pelo iniacutecio dos conflitos militares que geraram muitas

mutilaccedilotildees em decorrecircncia das batalhas Preocupados com os soldados que adquiriram

deficiecircncias por conta da guerra o general Duque de Caxias inaugurou no Rio de Janeiro

em 29 de julho de 1868 o ldquoAsilo dos Invaacutelidos da Paacutetriardquo onde ldquoseriam recolhidos e tratados

os soldados na velhice ou os mutilados de guerra aleacutem de ministrar a educaccedilatildeo aos oacuterfatildeos e

filhos de militaresrdquo (FIGUEIRA 2008 p 63) Conta-se que mesmo com a intenccedilatildeo de

promover melhorias aos marcados pela guerra o asilo funcionava em condiccedilotildees precaacuterias

permanecendo aberto ateacute 1976 com 107 anos de funcionamento

Um momento marcante para a histoacuteria das PCD foi a criaccedilatildeo do Imperial Instituto

dos Meninos Cegos criado em 1854 que atuou como agente de grande importacircncia para as

famiacutelias que deixaram de ter a total responsabilidade sobre as PCDrsquos e passou a ser

responsabilidade do Estado Sem haver a criaccedilatildeo das politicas publicas o Estado transferia

essa responsabilidade para as instituiccedilotildees privadas e beneficentes que atuavam com o seu

apoio Os anos se passaram e diversas outras instituiccedilotildees de apoio agraves PCDrsquos foram surgindo e

na deacutecada de 40 foi denominada a expressatildeo ldquocrianccedilas excepcionaisrdquo que significa ldquoaquelas

que se desviavam acentuadamente para cima ou para baixo da norma do seu grupo de relaccedilatildeo

a uma ou vaacuterias caracteriacutesticas mentais fiacutesicas ou sociaisrdquo conforme apresenta Figueira

(2008 p 94)

Com o passar dos anos muita coisa se transformou a deficiecircncia que era tida

como um mal espiritual passou a ser um caso da aacuterea meacutedica Com a criaccedilatildeo de diversos

centros especializados que em sua maioria eram para os deficientes auditivos e visuais a

deficiecircncia deixou de ser um problema unicamente familiar e passou a ser compartilhada com

a medicina Embora muita coisa tenha mudado muitas injusticcedilas nesse periacuteodo foram

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

6

realidade ser diferente causa um desconforto ou ateacute mesmo uma barreira para compor essa

sociedade Eacute comum ser bombardeado todos os dias com imagens de pessoas perfeitas que

ocupam cargos e posiccedilotildees privilegiadas accedilotildees que pressionam todos a se tornarem coacutepias do

que a sociedade estabelece ldquoA valorizaccedilatildeo do corpo a idolatria do belo corpo fiacutesico simeacutetrico

e perfeito sempre foi referecircncia dos gregos o que eacute uma pessoa normal onde a perfeiccedilatildeo soacute

podia ser alcanccedilada com a uniatildeo da beleza e da virtuderdquo (CARVALHO apud JATOBAacute e

FRANCO 2004)

Ao analisar na histoacuteria a trajetoacuteria das PCD ao longo dos anos eacute notaacutevel a guerra

pela sobrevivecircncia Por tradiccedilotildees e crenccedilas muitos deles foram exterminados de forma cruel

por simbolizarem espiacuteritos maus com o avanccedilar dos anos as formas de aniquilaccedilatildeo foram

mudando mas o preconceito continuou o mesmo O retrato da injusticcedila por parte da sociedade

com esse grupo eacute algo lamentaacutevel Em certa deacutecada jaacute foram considerados os mais pobres dos

pobres miseraacuteveis Haacute alguns anos esse cenaacuterio comeccedilou a mudar encorajados a lutar pelos

direitos de cidadatildeos as PCD hoje buscam por melhores condiccedilotildees de vida e satildeo apoiados por

outras pessoas que entendem que para ser considerada uma sociedade justa eacute necessaacuteria a

integraccedilatildeo de todos os grupos sociais existentes grupos esses que tambeacutem vecircm lutando por

essas causas pela inclusatildeo

31 A Pessoa com Deficiecircncia na Histoacuteria Uma trajetoacuteria de Busca da Cidadania

Desde os povos primitivos ser diferente eacute uma tarefa difiacutecil ser aceito pela

sociedade estando fora dos padrotildees esperados gera preconceito e discriminaccedilatildeo ser aceito

com suas limitaccedilotildees nunca foi uma tarefa faacutecil principalmente para aqueles que aleacutem da

deficiecircncia ainda carregam alguma deformidade fiacutesica

Entre mitos e contos encontrou-se a presenccedila de PCD na Antiguidade Conta a

histoacuteria que gregos e romanos tambeacutem utilizavam de formas brutais para exterminarem PCD

congecircnitas tendo direito a amparo apenas aqueles que tinham a deficiecircncia adquirida e

sofriam mutilaccedilotildees a deficiecircncia era tida como monstruosidade fato que legitimava a

condenaccedilatildeo agrave morte dos bebecircs mal formadosrdquo (SEcircNECA apud SCHEWINSKY 2004)

Na Idade Meacutedia a discriminaccedilatildeo continuou a deficiecircncia se justificava devido a

democircnios e espiacuteritos malignos Muitas PCDrsquos eram expostas e humilhadas em meio a um

verdadeiro circo de horrores

Com a Revoluccedilatildeo Industrial houve um aumento significativo de pessoas com

deficiecircncia fiacutesica visto que com o surgimento das maacutequinas seus operaacuterios que natildeo eram

capacitados para manusear os grandes equipamentos e devido agrave precariedade sofriam

mutilaccedilotildees Foi nesse periacuteodo que se viu a necessidade de criar o Direito do Trabalho e

Seguridade Social assistenciais e previdenciaacuterias o que gerou a conscientizaccedilatildeo na eacutepoca em

vaacuterios paiacuteses

Em 1948 a UNESCO (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a

Ciecircncia e a Cultura) lanccedilou a Declaraccedilatildeo dos Direitos Humanos que combate o preconceito e

ampara natildeo apenas os deficientes fiacutesicos mas todo aquele que possa ser tido como diferente

dos moldes da sociedade ldquoTodos satildeo iguais perante a lei e tem direito sem qualquer

distinccedilatildeo a igual proteccedilatildeo da lei Todos tecircm direito a igual proteccedilatildeo contra qualquer

discriminaccedilatildeo que viole a presente declaraccedilatildeo e contra qualquer incitamento a tal

discriminaccedilatildeordquo (UNESCO 1948 p 3) assim aborda a Carta de Direitos

Engana-se quem pensa que o preconceito contra as PCDrsquos aconteceu apenas com

os povos antigos e medievais a histoacuteria dessas pessoas no territoacuterio brasileiro foi marcada por

muito sofrimento e injusticcedilas que ainda assolam muitos deles nos dias atuais

7

Movidos pela crenccedila em deuses que regiam todas as forccedilas da natureza os povos

indiacutegenas que habitavam o territoacuterio que viria a ser brasileiro cultuavam e ofereciam seus

bebecircs que nasciam com deficiecircncia como forma de extermiacutenio do mal Qualquer pessoa que

nascesse ou adquirisse uma deficiecircncia ao longo de sua vida era descartada pois natildeo era

vista com bons olhos pelos chefes indiacutegenas que associavam as deficiecircncias a espiacuteritos maus

que se apossavam dos corpos dessas pessoas e que tinha como soluccedilatildeo levaacute-las agrave morte

Julgar esse ato pode parecer injusto afinal esse povo era movido por crenccedilas que

se assemelham bastante com a histoacuteria dos povos antigos comportamento que pode ter sido

herdado e que se faz presente em algumas tribos primitivas que ainda vivem isoladas nas

florestas brasileiras

Diferentemente da crenccedila de que a deficiecircncia era um mal sobrenatural a

deficiecircncia adquirida pelos escravos trazidos ao Brasil em sua maioria era decorrente das

condiccedilotildees sub-humanas em que eles viviam A forma de transporte tratamento e ateacute

condiccedilotildees de trabalho deixavam sequelas irremediaacuteveis que quando natildeo os marcavam com

doenccedilas incapacitantes gerava a morte de uma porccedilatildeo consideravelmente extensa

Os documentos oficiais da histoacuteria mostram os horrores cometidos contra os

negros que se rebelassem e de alguma forma tentassem fugir de suas senzalas Eram

corrigidos de forma brutal Um exemplo eacute o Alvaraacute de 03 de marccedilo de 1741 que o rei D Joatildeo

V define expressamente a amputaccedilatildeo de membros como castigo aos negros fugitivos que

fossem capturados Entre as mais diversas puniccedilotildees as mutilaccedilotildees soacute natildeo ocorriam em maior

escala devido o fator de que quanto mais negros incapacitados por deficiecircncia menos matildeo de

obra as fazendas teriam

Natildeo acostumados com o clima tropical os colonos portugueses ao chegarem ao

Brasil sofriam com as mudanccedilas climaacuteticas existentes Essas condiccedilotildees refletiam na sauacutede dos

europeus que adquiriram diversos tipos de aversotildees ao clima ldquoalgumas dessas enfermidades

de natureza muito grave chegaram a levaacute-los agrave aquisiccedilatildeo de severas limitaccedilotildees fiacutesicas ou

sensoriaisrdquo como assegura Figueira (2008 p 55)

O seacuteculo XIX foi marcado pelo iniacutecio dos conflitos militares que geraram muitas

mutilaccedilotildees em decorrecircncia das batalhas Preocupados com os soldados que adquiriram

deficiecircncias por conta da guerra o general Duque de Caxias inaugurou no Rio de Janeiro

em 29 de julho de 1868 o ldquoAsilo dos Invaacutelidos da Paacutetriardquo onde ldquoseriam recolhidos e tratados

os soldados na velhice ou os mutilados de guerra aleacutem de ministrar a educaccedilatildeo aos oacuterfatildeos e

filhos de militaresrdquo (FIGUEIRA 2008 p 63) Conta-se que mesmo com a intenccedilatildeo de

promover melhorias aos marcados pela guerra o asilo funcionava em condiccedilotildees precaacuterias

permanecendo aberto ateacute 1976 com 107 anos de funcionamento

Um momento marcante para a histoacuteria das PCD foi a criaccedilatildeo do Imperial Instituto

dos Meninos Cegos criado em 1854 que atuou como agente de grande importacircncia para as

famiacutelias que deixaram de ter a total responsabilidade sobre as PCDrsquos e passou a ser

responsabilidade do Estado Sem haver a criaccedilatildeo das politicas publicas o Estado transferia

essa responsabilidade para as instituiccedilotildees privadas e beneficentes que atuavam com o seu

apoio Os anos se passaram e diversas outras instituiccedilotildees de apoio agraves PCDrsquos foram surgindo e

na deacutecada de 40 foi denominada a expressatildeo ldquocrianccedilas excepcionaisrdquo que significa ldquoaquelas

que se desviavam acentuadamente para cima ou para baixo da norma do seu grupo de relaccedilatildeo

a uma ou vaacuterias caracteriacutesticas mentais fiacutesicas ou sociaisrdquo conforme apresenta Figueira

(2008 p 94)

Com o passar dos anos muita coisa se transformou a deficiecircncia que era tida

como um mal espiritual passou a ser um caso da aacuterea meacutedica Com a criaccedilatildeo de diversos

centros especializados que em sua maioria eram para os deficientes auditivos e visuais a

deficiecircncia deixou de ser um problema unicamente familiar e passou a ser compartilhada com

a medicina Embora muita coisa tenha mudado muitas injusticcedilas nesse periacuteodo foram

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

7

Movidos pela crenccedila em deuses que regiam todas as forccedilas da natureza os povos

indiacutegenas que habitavam o territoacuterio que viria a ser brasileiro cultuavam e ofereciam seus

bebecircs que nasciam com deficiecircncia como forma de extermiacutenio do mal Qualquer pessoa que

nascesse ou adquirisse uma deficiecircncia ao longo de sua vida era descartada pois natildeo era

vista com bons olhos pelos chefes indiacutegenas que associavam as deficiecircncias a espiacuteritos maus

que se apossavam dos corpos dessas pessoas e que tinha como soluccedilatildeo levaacute-las agrave morte

Julgar esse ato pode parecer injusto afinal esse povo era movido por crenccedilas que

se assemelham bastante com a histoacuteria dos povos antigos comportamento que pode ter sido

herdado e que se faz presente em algumas tribos primitivas que ainda vivem isoladas nas

florestas brasileiras

Diferentemente da crenccedila de que a deficiecircncia era um mal sobrenatural a

deficiecircncia adquirida pelos escravos trazidos ao Brasil em sua maioria era decorrente das

condiccedilotildees sub-humanas em que eles viviam A forma de transporte tratamento e ateacute

condiccedilotildees de trabalho deixavam sequelas irremediaacuteveis que quando natildeo os marcavam com

doenccedilas incapacitantes gerava a morte de uma porccedilatildeo consideravelmente extensa

Os documentos oficiais da histoacuteria mostram os horrores cometidos contra os

negros que se rebelassem e de alguma forma tentassem fugir de suas senzalas Eram

corrigidos de forma brutal Um exemplo eacute o Alvaraacute de 03 de marccedilo de 1741 que o rei D Joatildeo

V define expressamente a amputaccedilatildeo de membros como castigo aos negros fugitivos que

fossem capturados Entre as mais diversas puniccedilotildees as mutilaccedilotildees soacute natildeo ocorriam em maior

escala devido o fator de que quanto mais negros incapacitados por deficiecircncia menos matildeo de

obra as fazendas teriam

Natildeo acostumados com o clima tropical os colonos portugueses ao chegarem ao

Brasil sofriam com as mudanccedilas climaacuteticas existentes Essas condiccedilotildees refletiam na sauacutede dos

europeus que adquiriram diversos tipos de aversotildees ao clima ldquoalgumas dessas enfermidades

de natureza muito grave chegaram a levaacute-los agrave aquisiccedilatildeo de severas limitaccedilotildees fiacutesicas ou

sensoriaisrdquo como assegura Figueira (2008 p 55)

O seacuteculo XIX foi marcado pelo iniacutecio dos conflitos militares que geraram muitas

mutilaccedilotildees em decorrecircncia das batalhas Preocupados com os soldados que adquiriram

deficiecircncias por conta da guerra o general Duque de Caxias inaugurou no Rio de Janeiro

em 29 de julho de 1868 o ldquoAsilo dos Invaacutelidos da Paacutetriardquo onde ldquoseriam recolhidos e tratados

os soldados na velhice ou os mutilados de guerra aleacutem de ministrar a educaccedilatildeo aos oacuterfatildeos e

filhos de militaresrdquo (FIGUEIRA 2008 p 63) Conta-se que mesmo com a intenccedilatildeo de

promover melhorias aos marcados pela guerra o asilo funcionava em condiccedilotildees precaacuterias

permanecendo aberto ateacute 1976 com 107 anos de funcionamento

Um momento marcante para a histoacuteria das PCD foi a criaccedilatildeo do Imperial Instituto

dos Meninos Cegos criado em 1854 que atuou como agente de grande importacircncia para as

famiacutelias que deixaram de ter a total responsabilidade sobre as PCDrsquos e passou a ser

responsabilidade do Estado Sem haver a criaccedilatildeo das politicas publicas o Estado transferia

essa responsabilidade para as instituiccedilotildees privadas e beneficentes que atuavam com o seu

apoio Os anos se passaram e diversas outras instituiccedilotildees de apoio agraves PCDrsquos foram surgindo e

na deacutecada de 40 foi denominada a expressatildeo ldquocrianccedilas excepcionaisrdquo que significa ldquoaquelas

que se desviavam acentuadamente para cima ou para baixo da norma do seu grupo de relaccedilatildeo

a uma ou vaacuterias caracteriacutesticas mentais fiacutesicas ou sociaisrdquo conforme apresenta Figueira

(2008 p 94)

Com o passar dos anos muita coisa se transformou a deficiecircncia que era tida

como um mal espiritual passou a ser um caso da aacuterea meacutedica Com a criaccedilatildeo de diversos

centros especializados que em sua maioria eram para os deficientes auditivos e visuais a

deficiecircncia deixou de ser um problema unicamente familiar e passou a ser compartilhada com

a medicina Embora muita coisa tenha mudado muitas injusticcedilas nesse periacuteodo foram

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

8

cometidas pode-se citar o caso dos deficientes mentais que eram tratados em hospitais para

doentes mentais aacute escassez de um quadro cliacutenico mais aprofundado transformou a vida de

muitas PCD em um verdadeiro drama isolando-as totalmente do conviacutevio social

O silecircncio que rondava a histoacuteria das PCDrsquos foi quebrado em 1981 quando a

ONU5 decretou o Ano Internacional da Pessoa com Deficiecircncia o tema da campanha era

ldquoConsciecircnciardquo e foi trabalhada a importacircncia de alertar a populaccedilatildeo sobre a existecircncia das

PCD e seus direitos

Com papel indispensaacutevel na histoacuteria das PCDrsquos o Ano Internacional conseguiu

chamar atenccedilatildeo da sociedade para a questatildeo da deficiecircncia Conforme Figueira (2008 p 119)

boa ou maacute a situaccedilatildeo das PCD comeccedilou a ser divulgada a partir de 1981 Inclusive elas

mesmas comeccedilaram a tomar consciecircncia de si como cidadatildes passando a se organizar em

grupos ou associaccedilotildees A histoacuteria das PCDrsquos foi marcada pelo ano 1981 ano em que

deixaram de ser seres invisiacuteveis perante a sociedade e foram apresentados ao povo como

cidadatildeos

Em meio a toda a histoacuteria das PCD no Brasil que natildeo se difere com outros paiacuteses

e culturas a marca do passado em que prevalece a discriminaccedilatildeo e a extinccedilatildeo desse grupo

mostrou-se que ao longo do tempo a busca pelos direitos e a integraccedilatildeo em meio agrave sociedade

eacute uma luta que mesmo com todo o avanccedilo ainda eacute uma realidade de um povo que exige seus

direitos de cidadatildeos perante a sociedade

32 Legislaccedilatildeo e o Avanccedilo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Cidadania eacute o ato de partilhar das praacuteticas direitos e liberdades poliacuteticas sociais e

econocircmicas garantidos pela legislaccedilatildeo nacional e internacional construiacutedas

democraticamente atraveacutes da representaccedilatildeo poliacutetica (BRASIL 2012) As convenccedilotildees a fim

de difundirem os direitos humanos e praacuteticas discriminatoacuterias comeccedilaram a ser criadas em

diversos paiacuteses e no Brasil no ano de 1988 foi promulgada a Constituiccedilatildeo que buscou

promover a igualdade entre todos os grupos existentes

As instituiccedilotildees e centros de apoio agraves PCDrsquos que lutavam pelos direitos e a

inclusatildeo garantida a essas pessoas com a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo Federal ganharam

forccedila e abrangecircncia A Constituiccedilatildeo trata de todos os direitos que dizem respeito aos cidadatildeos

brasileiros garantindo-lhes direitos e deveres aos deficientes proporciona um leque de

oportunidades que durante muito tempo na histoacuteria lhe foi sonegado pelo preconceito

Direito a trabalho digno e formal proteccedilatildeo contra a discriminaccedilatildeo processos

trabalhistas do trabalhador com deficiecircncia da sauacutede e assistecircncia direito a cotas para cargos

e empregos satildeo alguns dos toacutepicos que encontramos na Constituiccedilatildeo e que oferecem

qualidade de vida para as PCD Segundo BRASIL (2012)

Com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 entatildeo o assunto foi definitivamente inserido

no marco legal de forma abrangente e transversal No Capiacutetulo II da Constituiccedilatildeo

que trata dos Direitos Sociais o inciso XXXI do artigo 7ordm proiacutebe qualquer

discriminaccedilatildeo no tocante a salaacuterio e criteacuterios de admissatildeo do trabalhador com

deficiecircncia (BRASIL 2012 p 17)

Atualmente em todas as aacutereas trata do direito igualitaacuterio aos serviccedilos de sauacutede

habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo e satildeo discutidos na seccedilatildeo da assistecircncia social presente no artigo

203 da Constituiccedilatildeo Federal e a promoccedilatildeo da sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria Promover

5 ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

9

benefiacutecio salarial aos deficientes que sua deficiecircncia impossibilita sua atuaccedilatildeo no mercado

tambeacutem fica a cargo do artigo 203 da mesma Veja-se o disposto no artigo 203 da CF6

Art 203 A assistecircncia social seraacute prestada a quem dela necessitar

independentemente de contribuiccedilatildeo agrave seguridade social e tem por objetivos

I - a proteccedilatildeo agrave famiacutelia agrave maternidade agrave infacircncia agrave adolescecircncia e agrave velhice

II - o amparo agraves crianccedilas e adolescentes carentes

III - a promoccedilatildeo da integraccedilatildeo ao mercado de trabalho

IV - a habilitaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo das pessoas portadoras de deficiecircncia e a promoccedilatildeo

de sua integraccedilatildeo agrave vida comunitaacuteria

V - a garantia de um salaacuterio miacutenimo de benefiacutecio mensal agrave pessoa portadora de

deficiecircncia e ao idoso que comprovem natildeo possuir meios de prover agrave proacutepria

manutenccedilatildeo ou de tecirc-la provida por sua famiacutelia conforme dispuser a lei (CF 1988)

Para que haja uma inclusatildeo soacutelida o artigo 203 garante a PCD o atendimento

educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino com isso eacute notoacuteria a

necessidade da

[] Criaccedilatildeo de programas de prevenccedilatildeo e atendimento especializado bem como de

integraccedilatildeo social do adolescente com deficiecircncia mediante o treinamento para o

trabalho e a convivecircncia e a facilitaccedilatildeo do acesso aos bens e serviccedilos coletivos com

a eliminaccedilatildeo de preconceitos e obstaacuteculos arquitetocircnicos satildeo tratados na Seccedilatildeo da

Famiacutelia da Crianccedila do Adolescente e do Idoso artigo 227 (BRASIL 2012 p 18)

Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo e com ela das leis de proteccedilatildeo agraves PCD

diversas normas foram sendo regulamentadas como em 1989 a Lei nordm 7853 que dispotildee

sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncia sua integraccedilatildeo social e sobre a Coordenadoria

Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia ndash CORDE

A CORDE soacute obteve sua instituiccedilatildeo de fato no ano de 1993 encarregada de

elaborar planos programas e projetos voltados para a implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional para a

integraccedilatildeo das PCD Com isso o segmento das PCD pela primeira vez obteve sua presenccedila

na estrutura do governo federal (BRASIL 2012)

Com o avanccedilo e a criaccedilatildeo das politicas puacuteblicas para as PCD muitas mudanccedilas

ocorreram no paiacutes Em um breve relato BRASIL (2012) apresenta-se as transformaccedilotildees e

seus resultados

Ao longo dos anos o gerenciamento da poliacutetica para pessoas com deficiecircncia sofreu

mudanccedilas em 2003 a poliacutetica foi vinculada diretamente agrave Presidecircncia da Repuacuteblica

dentro da pasta de Direitos Humanos Em 2009 a CORDE foi elevada agrave condiccedilatildeo de

Subsecretaria Nacional para vir a alcanccedilar o status de Secretaria Nacional em 2010

Em 1994 a Lei nordm 8899 instituiu o passe livre agraves pessoas com deficiecircncia no sistema

de transporte coletivo interestadual posteriormente regulamentado pelo decreto nordm

36912000 (BRASIL 2012 p18)

O avanccedilo das melhorias para as PCD jaacute eacute um fator relevante entre as diversas leis

de amparo e direitos adquiridos atraveacutes das poliacuteticas puacuteblicas seria magniacutefico que todas

fossem cumpridas verdadeiramente O direito agrave educaccedilatildeo ainda eacute uma realidade distante de

muitos deles que estatildeo em suas casas como no iniacutecio da histoacuteria tidos como um problema

familiar longe do meio social e de qualquer perspectiva de crescimento intelectual

O CONADE7 ndash Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiecircncia foi estabelecido no ano de 1999 sob a Lei nordm 78531989 e eacute o oacutergatildeo superior de

6 CF Constituiccedilatildeo Federal

7 CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiecircncia

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

10

deliberaccedilatildeo coletiva com a atribuiccedilatildeo principal a garantir a implementaccedilatildeo da Politica

Nacional de Integraccedilatildeo da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Responsaacutevel por acompanhar

planejar e avaliar a execuccedilatildeo das politicas setoriais agrave PCD o CONADE tambeacutem tem a

finalidade de zelar pela efetivaccedilatildeo do sistema descentralizado e participativo de defesa dos

direitos da PCD de propor a elaboraccedilatildeo de estudos e pesquisas a fim de incentivar

campanhas de prevenccedilatildeo e a promoccedilatildeo dos direitos das PCD da mesma forma eacute responsaacutevel

por aprovar o plano de accedilatildeo anual da CORDE (BRASIL 2012 p19)

Outra conquista legal e que veio tutelar a PCD foi agrave implantaccedilatildeo legal e afetiva do

sistema de cotas que assegura a reserva obrigatoacuteria de vagas nas empresas para as PCD

expressa no artigo 93 da Lei nordm 821391 a saber

Art 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estaacute obrigada a preencher

de 2 (dois por cento) a 5 (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiaacuterios

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiecircncia habilitadas na seguinte proporccedilatildeo I - ateacute 200 empregados2 II - de 201 a 500 3 III - de 501 a 10004 IV - de 1001 em diante 5

Com muito ainda a ser feito pelas PCD no ano de 2000 a Lei Federal nordm 10048 e

a Lei nordm 10098 avanccedilaram mais em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo da acessibilidade para pessoas com

deficiecircncia e mobilidade reduzida Segundo Avanccedilos das poliacuteticas puacuteblicas para as pessoas

com deficiecircncia (2012) ldquoA primeira aborda o atendimento prioritaacuterio e a acessibilidade nos

meios de transportes e estabelece penalidade em caso de seu descumprimento A outra

subdividiu o assunto em acessibilidade ao meio fiacutesico aos meios de transporte na

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo e em ajudas teacutecnicasrdquo O Decreto nordm 5296 de 2004 regulamentou

ambas as leis e ampliou seu tema e espaccedilos mobiliaacuterios e equipamentos urbanos edificaccedilotildees

serviccedilos de transporte e dispositivos sistemas e meios de comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo

Para o beneficio dos deficientes auditivos no ano de 2002 foi editada a Lei nordm

10436 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e em 2005 outro avanccedilo foi

a ediccedilatildeo da Lei nordm 11126 que promove o direito agrave pessoa com deficiecircncia visual de ingressar

e permanecer em ambiente de uso coletivo acompanhado de catildeo-guia A concessatildeo de pensatildeo

especial agraves pessoas atingidas pela hanseniacutease que foram submetidas a isolamento e internaccedilatildeo

compulsoacuterios foi estabelecida pela Lei nordm 11520 de 18 de setembro de 2007 (BRASIL 2012

p20)

33 A Evoluccedilatildeo da Nomenclatura e a Conquista da ldquoPessoa com Deficiecircnciardquo

Uma terminologia fala por si soacute e em sua maioria eacute responsaacutevel pela visatildeo que se

teraacute sobre aquele determinado assunto Entre as diversas Leis que rodeiam e amparam as

PCD algo que modificou completamente a visatildeo da sociedade sobre elas foi agrave mudanccedila da

nomenclatura

Em suas primeiras versotildees os deficientes eram tratados como invaacutelidos inuacuteteis

para exercer qualquer tipo de atividade Logo apoacutes vieram os termos ldquodefeituosos deficientes

e excepcionaisrdquo eram considerados assim os indiviacuteduos com deformidade fiacutesica pessoas com

qualquer tipo de deficiecircncia e os indiviacuteduos com deficiecircncia mental respectivamente Com o

crescimento e a visibilidade dos grupos termos como ldquopessoas deficientes pessoas com

necessidades especiais e pessoas especiaisrdquo pela primeira vez foram tratados pelo termo

ldquopessoasrdquo que logo apoacutes veio com o emprego da palavra deficiente que entrou em cena como

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

11

ldquoadjetivordquo a fim de caracterizar e amenizar o termo foram criadas as nomenclaturas com o

emprego da palavra ldquoportadora de necessidade especialrdquo e ldquoespecialrdquo um tipo de eufemismo

que promovia desconforto em muitas das PCD

SASSAKI (2003) nos afirma que o termo de maior aceitaccedilatildeo tem sido a ldquopessoa

com deficiecircnciardquo que busca destacar a pessoa em primeiro lugar e natildeo sua limitaccedilatildeo

A grande responsaacutevel por essa conquista foi a Convenccedilatildeo sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiecircncia da ONU aprovada em julho de 2008 pelo Decreto Legislativo nordm186

e promulgada pelo Decreto nordm 6949 de 25 de agosto de 2009 com equivalecircncia de emenda

constitucional um marco para o movimento das pessoas com deficiecircncia

Pessoas com deficiecircncia satildeo aquelas que tecircm impedimentos de longo prazo de

natureza fiacutesica mental intelectual ou sensorial os quais em interaccedilatildeo com diversas

barreiras podem obstruir sua participaccedilatildeo plena e efetiva na sociedade em

igualdades de condiccedilotildees com as demais pessoas (Convenccedilatildeo sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia ONU)

34 Ergonomia e o ambiente de trabalho para PCD

Todo homem eacute dotado de restriccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais ou mentais e

para todo tipo de limitaccedilatildeo fazem-se necessaacuterias adaptaccedilotildees As PCD como qualquer outro

cidadatildeo vecircm atraveacutes do tempo conquistando seu espaccedilo no mercado de trabalho fato que

poderia estar sendo em maior escala se natildeo fosse agrave resistecircncia de muitas organizaccedilotildees em

modificar e adaptar seus layouts para receber essas pessoas

Durante muito tempo as PCD foram excluiacutedas do meio social como seres

totalmente incapazes de desenvolver qualquer tipo de atividade Apoacutes muitos anos de luta e a

passagem pela Revoluccedilatildeo Industrial e outras conquistas apenas na metade do seacuteculo XX com

o surgimento do movimento dos portadores de deficiecircncia fiacutesica desenvolveu-se a percepccedilatildeo

da necessidade de criaccedilatildeo de utensiacutelios e espaccedilos que proporcionassem melhores condiccedilotildees de

locomoccedilatildeo entre as PCD locais adequados agrave variabilidade antropomeacutetrica estudados atraveacutes

da Ergonomia criando soluccedilotildees para os espaccedilos e os equipamentos utilizados (FERREIRA et

all 2005 p 2)

Com a criaccedilatildeo de aparelhos e utensiacutelios adaptados agraves necessidades de PCD

tornou-se viaacutevel a presenccedila delas em locais jamais imaginados por elas como no mercado de

trabalho com a aplicaccedilatildeo de estudos na aacuterea jaacute eacute possiacutevel obter ambientes totalmente

adaptados para receber qualquer tipo de deficiecircncia e tudo isso atraveacutes da ergonomia que

busca proporcionar adaptaccedilatildeo necessaacuteria a quem precisa natildeo apenas a deficiente mas a

qualquer outro tipo de limitaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de futuras lesotildees causadas por atividades

A funccedilatildeo da Ergonomia eacute de buscar adaptar o trabalho ao homem sendo seu alvo o

desenvolvimento de bases cientiacuteficas para a adequaccedilatildeo das condiccedilotildees de trabalho agraves

capacidades e limitaccedilotildees da pessoa que trabalha Dentre os profissionais que

possuem conhecimentos da Ergonomia aplicada aos deficientes pode-se citar o

terapeuta ocupacional que se preocupa com a forccedila a autonomia e o controle geral

do corpo bem como a mobilidade e a possibilidade de locomoccedilatildeo do paciente

proporcionando a reintegraccedilatildeo do deficiente fiacutesico agrave sociedade (FERREIRA et all

2005 p 8)

O avanccedilo das condiccedilotildees de trabalho tem proporcionado a muitas pessoas entre

elas as PCD a possiblidade de atuar de forma digna no mercado de trabalho Gratificante

seria se conseguiacutessemos a inclusatildeo em forma de absoluta igualdade e mesmo ainda natildeo

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

12

sendo uma realidade precisa haacute formas e accedilotildees para tornar isso viaacutevel Em seu texto Ferreira

et all (2005) nos apresenta a inserccedilatildeo competitiva que eacute aquela que a PCD fiacutesica ingressa no

mercado de trabalho em condiccedilotildees de quase absoluta igualdade como qualquer outro

trabalhador no que concerne agrave execuccedilatildeo do seu trabalho necessitando tatildeo somente de apoios

instrumentais que supram suas restriccedilotildees fiacutesicas ou sensoriais (FERREIRA et all 2005 p2)

Por tanto a ergonomia veio para proporcionar a inclusatildeo de todo o indiviacuteduo que

necessite de adaptaccedilatildeo especial e esta de forma eficiente promovendo a inserccedilatildeo de PCD no

ambiente empresarial e em outros setores da sociedade tornando-os capazes de desenvolver

atividades independente de suas limitaccedilotildees Ainda eacute necessaacuteria a exploraccedilatildeo dessa aacuterea no

ambiente empresarial e que as empresas comecem a se encaixar nos padrotildees necessaacuterios para

a inclusatildeo

35 A Inclusatildeo da Pessoa com Deficiecircncia no Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho constitui-se pela formaccedilatildeo de grupos empresariais que

atuam em determinadas aacutereas e promovem emprego que proporciona a oportunidade de

trabalho digno agraves pessoas O objetivo dos trabalhadores eacute cumprir com suas funccedilotildees e receber

a remuneraccedilatildeo para poder desfrutar de uma vida digna jaacute o objetivo das instituiccedilotildees eacute a

busca pelo lucro e sucesso no mercado

Com a globalizaccedilatildeo e a entrada da era sustentaacutevel muitas mudanccedilas vecircm

acontecendo no ambiente empresarial A preocupaccedilatildeo com o meio ambiente a preservaccedilatildeo e

a criaccedilatildeo de meacutetodos secundaacuterios de produccedilatildeo eacute uma realidade atual das empresas Para todas

as novas funccedilotildees que as empresas tecircm estabelecido precisou haver e tecircm ocorrido mudanccedilas

sejam elas adaptaccedilotildees em planos de negoacutecio ou no quesito layout

Outra mudanccedila que vem buscando espaccedilo entre os milhares de novos

acontecimentos que surgem todos os dias no mundo empresarial eacute a busca pela inserccedilatildeo de

PCD no mercado Sabemos que para haver inclusatildeo eacute necessaacuterio ocorrer mudanccedilas as

adaptaccedilotildees necessaacuterias para receber essas pessoas vatildeo muito aleacutem de um simples plano de

negoacutecio adaptado ou uma nova poliacutetica na aacuterea de recursos humanos para incluir PCD o

processo de mudanccedilas ocorre desde o psicoloacutegico e o social ateacute o material

A mudanccedila eacute capaz de envolver todas as aacutereas de uma organizaccedilatildeo tanto no

aspecto fiacutesico como humano ldquolidar com mudanccedilas sempre envolveu comportamento atitudes

e sentimentos a organizaccedilatildeo natildeo deve abster-se desse fato ao abordar a inserccedilatildeo do portador

de deficiecircncia fiacutesicardquo (Rodrigues et all 2008 p10)

Para muitos a inclusatildeo de PCD eacute um acontecimento quase que impossiacutevel pois as

necessidades de adaptaccedilotildees para recebecirc-las de forma digna requer riqueza em detalhes e

mudanccedilas muitas vezes draacutesticas Chiavenato em suas diversas obras sempre apontou a

necessidade de adaptaccedilatildeo das organizaccedilotildees a mudanccedilas existentes no cotidiano no ambiente

empresarial Em uma de suas obras ele nos afirma

Mudanccedila eacute a transiccedilatildeo de uma situaccedilatildeo para outra diferente ou passagem de um

estado para outro diferente Mudanccedila implica ruptura transformaccedilatildeo perturbaccedilatildeo

interrupccedilatildeo O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinacircmico em constante

mudanccedila e que exige das organizaccedilotildees uma elevada capacidade de adaptaccedilatildeo como

condiccedilatildeo baacutesica de sobrevivecircncia Adaptaccedilatildeo renovaccedilatildeo e revitalizaccedilatildeo significam

mudanccedila (CHIAVENATO 2000 p291)

Qualquer que seja a decisatildeo tomada em meio ao ambiente empresarial sabe-se

desde as primeiras teorias organizacionais da necessidade de um planejamento bem

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

13

elaborado Quando se analisa o ramo de atuaccedilatildeo e que grau de deficiecircncia se estaacute apto a

atender pode-se proporcionar a essas pessoas formas de trabalho que as valorize e lhes

transmita dignidade

Segundo Rodrigues (2008 p 10)

A mudanccedila planejada da organizaccedilatildeo seja da sua cultura seja da sua dinacircmica ou

seja da sua estrutura organizacional parte de uma visatildeo macroscoacutepica e sistecircmica

da organizaccedilatildeo empresarial para melhorar a eficiecircncia e a eficaacutecia da empresa por

meio de intervenccedilotildees construtivas na estrutura e nos processos organizacionais

Portanto eacute imprescindiacutevel antes de qualquer atitude que as organizaccedilotildees

comecem a pensar na inclusatildeo e se prepararem para entrar nessa nova realidade A

necessidade de mudanccedila vai surgir em todos os aspectos organizacionais e com ela a

inserccedilatildeo de PCD em todas as esferas da sociedade

4 A pessoa com deficiecircncia no mercado de trabalho formal a realidade do cotidiano

em uma empresa picoense

Em um paiacutes com 245 milhotildees de PCD natural seria a presenccedila dessas pessoas em

todas as esferas sociais transitando sem nenhum transtorno em vias puacuteblicas e recebendo

tratamento igualitaacuterio aos das outras pessoas Infelizmente a realidade do Brasil eacute totalmente

diferente do que deveria ser com frac14 da populaccedilatildeo necessitando de recursos para a inclusatildeo eacute

rara a imagem de PCD em locais puacuteblicos como escolas instituiccedilotildees de trabalho privadas ou

puacuteblicas ou ateacute mesmo transitando nas ruas e o motivo disso eacute o resultado do descaso dos

nossos governantes com esse grupo

A inclusatildeo comeccedila pela acessibilidade Como colocar nossas PCDrsquos nas ruas se

natildeo haacute os miacutenimos recursos necessaacuterios para isso Rampas de acesso equipamentos que

proporcionam atividades independentes da limitaccedilatildeo que essa pessoa possua ou ateacute mesmo a

conscientizaccedilatildeo de todas as pessoas envolvidas nesse aspecto social

Na cidade de Picos segundo o IBGE (2010) 2428 da populaccedilatildeo eacute

diagnosticada com algum tipo de deficiecircncia Para a realidade de ter um quarto de sua

populaccedilatildeo com necessidades de adaptaccedilatildeo de espaccedilo a cidade de Picos estaacute totalmente fora

dos padrotildees exigidos para receber e proporcionar uma vida digna agravequeles que necessitam de

acessibilidade

Eacute notoacuterio o descaso com as PCD em Picos pois a cidade praticamente natildeo conta

com qualquer tipo de meio de acessibilidade para essas pessoas e os que poucos que existem

ou estatildeo fora dos padrotildees exigidos ou estatildeo interditados por veiacuteculos que satildeo estacionados em

locais proibidos e pena alguma sofrem por essa infraccedilatildeo de lei

Com um mercado composto por praticamente micro e pequenas empresas foram

detectadas apenas 2 empresas que trabalham com o sistema de cotas A fim de obter um

trabalho centralizado em diagnosticar problemas especiacuteficos optou-se por pesquisar apenas

uma que dispotildee do maior nuacutemero de PCD o Armazeacutem Paraiacuteba

Logo no iniacutecio da pesquisa foi possiacutevel diagnosticar o primeiro problema

enfrentado que eacute a natildeo aceitaccedilatildeo por parte da proacutepria PCD a respeito da sua limitaccedilatildeo Ao

iniciar a aplicaccedilatildeo das entrevistas natildeo foi permitido o contato com dois colaboradores que se

sentem constrangidos em falar sobre suas deficiecircncias Eacute lamentaacutevel perceber que existem

pessoas que sentem preconceito por elas mesmas quando natildeo haacute aceitaccedilatildeo natildeo haacute

possibilidade de melhorias para essa pessoa porque ela nunca estaraacute aberta a receber ajuda e

com isso seraacute destinada a continuar sendo apenas uma pessoa invisiacutevel na sociedade

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

14

Quando perguntadas sobre as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporcionava

suas falas foram bem parecidas e sugestivas a creditar-se que natildeo sofriam de grandes

limitaccedilotildees

PCD 01

Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes

limitaccedilotildees que me impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema

na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas uma deformidade simples muitas

pessoas demonstram preconceito

PCD 03

Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com

puacuteblico por ter a audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna

difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter em lugares onde eu tenha contato

soacute com os amigos de trabalho

Tabela 1 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As falas das PCD 01 e 03 informam um dado importante sobre como elas se

veem para a PCD 01 a esteacutetica se torna para ela um elemento impedidor de contato com o

puacuteblico embora se analise como capaz para o exerciacutecio de suas funccedilotildees uma vez que a

deficiecircncia natildeo a impede de trabalhar Jaacute a PCD 03 declara algo serio sobre sua autoanalise

enquanto sujeito prefere se isolar de todos mantendo-se restrita a apenas suas funccedilotildees

laborais

Devido a pouca oferta de trabalho para PCDrsquos eacute natural a existecircncia de diversas

pessoas que nunca atuaram formalmente no mercado de trabalho No mercado de Picos

apenas duas empresas contam com a poliacutetica de cotas e haacute uma grande rotatividade dessas

para se cumprir a meta que a Lei exige Devido isso eacute notoacuteria a existecircncia do preconceito

empresarial diante dessas pessoas que soacute satildeo inseridas nas empresas para o cumprimento de

metas e natildeo pela sua capacidade de atuaccedilatildeo Prova disso eacute a afirmaccedilatildeo das 3 (trecircs) PCD que

se encontram na mesma situaccedilatildeo empregatiacutecia

PCD 01

Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa

vaga atraveacutes de curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a

minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de poder trabalhar

PCD 02

Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu

atraveacutes de uma amiga que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como

havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata assumi e estou ateacute hoje

PCD 03

Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de

emprego fiz um curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa

vaga Eu me capacitei para trabalhar com informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo

desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de desenvolver

atividades nessa aacuterea

Tabela 2 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando perguntados sobre como se deu o ingresso no mercado de trabalho pelas

respostas das PCDrsquos 0102 e 03 percebe-se que se satildeo fosse a forccedila impositiva do sistema de

cotas elas natildeo estariam trabalhando

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

15

Mas haacute dados que chamam a atenccedilatildeo nas trecircs falas o fato de natildeo terem recebido

nenhum tipo de treinamento para serem inseridas na empresa (PCD 01) o apenas ser

recrutado por natildeo haver outras PCD que podem concorrer agrave vaga (PCD 02) e estar exercendo

uma funccedilatildeo fora de uma aacuterea de qualificaccedilatildeo (PCD 03)

Como jaacute citado anteriormente a realidade do mercado de trabalho em Picos ainda

eacute algo lamentaacutevel principalmente para as PCDrsquos prova disso eacute a condiccedilatildeo em que se inserem

os entrevistados onde 100 da amostra estaacute pela primeira vez ocupando uma vaga no

mercado de trabalho em nunca ter atuado em funccedilatildeo alguma anteriormente

Sabe-se que todos satildeo iniciantes no mercado e apenas a PCD 03 possui um curso

baacutesico na aacuterea de informaacutetica Quando interrogados sobre que tipo de treinamento receberam

para exercer suas funccedilotildees todos foram enfaacuteticos em afirmar que mesmo sendo sua primeira

experiecircncia nenhum recebeu treinamento especiacutefico para exercer sua devida funccedilatildeo para a

qual foram contratados

PCD 01

Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da

empresa mesmo sem nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de

treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e quando sentia alguma

dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

PCD 03

Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico

na aacuterea Em oito anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi

minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda dos colegas que me auxiliaram no

comeccedilo

Tabela 3 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Os depoimentos acima das PCD 01 e PCD 03 reforccedilam o informado

anteriormente a total falta de zelo da empresa em treinar as PCD contratadas para exercerem

suas atividades tento elas que se socorrerem dos colegas de trabalho para aprenderem o que

devem fazer n labor diaacuterio

Ativos no mercado atualmente os entrevistados nunca passaram pela experiecircncia

de uma demissatildeo de empregos anteriores pois todos estatildeo em sua primeira experiecircncia

empregatiacutecia e se mostraram dispostos a permanecer no emprego atual por um longo periacuteodo

de tempo

A integralizaccedilatildeo de PCD natildeo eacute uma tarefa faacutecil entre as diversas barreiras

existentes uma que se pode citar como a mais difiacutecil de haver uma reversatildeo eacute o preconceito a

si proacuteprio Tentar mudar o conceito das pessoas sobre si mesmas eacute um fator a ser construiacutedo

agora tentar se aceitar eacute algo que exige muito exerciacutecio de cidadania que deve comeccedilar

internamente

Ao analisar o resultado da amostra coletada identificou-se contradiccedilotildees onde

palavras que transmitem autoconfianccedila e integraccedilatildeo agrave sociedade na realidade escondem um

medo de socializaccedilatildeo e auto aceitaccedilatildeo de si mesmo para estar em meio a outras pessoas isso

pode ser identificado na resposta principalmente das PCD 01 e 02 a 03 se mostrou com mais

confianccedila

PCD 01

Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho

eles sempre estatildeo dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles

para comigo soacute que mesmo sendo amiga de todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo

seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico de trabalho

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

16

PCD 02

Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso

de algo posso pedir a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado

ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio evito ficar no meio de muita gente

natildeo gosto

PCD 03

Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minhas

dificuldades e eu sei que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados

a se comunicar comigo tendo que falar um pouco mais alto para que eu entenda

melhor

Tabela 4 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Estar em meio a pessoas natildeo eacute um aspecto confortaacutevel para muita gente e PCDrsquos

tendem a se sentirem inferiores e evitam circular por muitos lugares se limitando a suas casas

e famiacutelias O preconceito eacute um viacuterus que estaacute presente em todas as esferas da sociedade e que

estaacute disposto a atingir seu alvo a qualquer custo

Os entrevistados continuaram se contradizendo assim como quando perguntados

como era a relaccedilatildeo entre eles e sua equipe de trabalho e eles responderam que era boa mas

preferiam ficar isolados da mesma forma aconteceu quando perguntados sobre sua atuaccedilatildeo na

sociedade eles continuaram afirmando que natildeo sofriam preconceito soacute que continuam

preferindo se manter longe de tudo e todos

PCD 02

Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada

soacute que natildeo gosto muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me

enganarem costumo natildeo andar muito em outros lugares fico de casa para o trabalho

PCD 03

Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha

deficiecircncia Por causa da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por

certos transtornos

Tabela 5 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Entre uma resposta e outra eles confirmam que nunca passaram por preconceito

mas tambeacutem deixam transparecer que evitam circular por certos locais com medo de que isso

ocorra A contradiccedilatildeo ocorreu novamente quando foi perguntado sobre quais dificuldades que

enfrentaram ao entrar no mercado de trabalho e todos corroboraram que natildeo encontraram

nenhum tipo de dificuldade

Mas como natildeo sofreram nenhuma dificuldade se nunca tinham exercido nenhuma

funccedilatildeo antes natildeo tinham cursos profissionalizantes e natildeo receberam nenhum tipo de

treinamento ao entrarem na empresa E de forma espantosa todos reafirmaram que nunca

sofreram dificuldades no mercado de trabalho

PCD 01

Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma

dificuldade e me adaptei raacutepido a tudo e a todos

PCD 02

Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho

sempre fui bem auxiliada por todos

PCD 03

Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou haacute oito anos e

nunca fui tratado diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

Tabela 6 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

17

A amostra utilizada para compor essa pesquisa foi selecionada pelo gestor e era de

caracteriacutesticas parecidas entre si Os 3 (trecircs) entrevistados tecircm em meacutedia 27 anos tem

deficiecircncia de grau leve e cursaram ateacute o ensino meacutedio Quando perguntados se tinham

pretensatildeo em desenvolver outra atividade ou se profissionalizar todos expuseram seu desejo

de voltar agraves salas de aula e adquirirem conhecimento em aacutereas diferentes As PCDrsquos 02 e 03

demostraram uma consciecircncia de busca pela melhoria da vida das PCDrsquos na sua resposta

PCD 01

Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder

ajudar as pessoas que precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me

especializar nela

PCD 02

Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar

melhorias para muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito

a iniciar meu curso

PCD 03

Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um

administrador de empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho

digno

Tabela 7 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O querer estudar como demonstrado pelas PCDrsquos 0102 e 03 demonstra que

querem se qualificar mais para o mercado de trabalho Mas algo que desperta atenccedilatildeo nesse

querer poderem ajudar outras PCDrsquos a tambeacutem terem espaccedilo no campo de trabalho

Como toda e qualquer pessoa as PCDrsquos tecircm sonhos de crescimento pessoal e

profissional para a realizaccedilatildeo de um sonho sabe-se que eacute necessaacuterio um processo de

amadurecimento e capacitaccedilatildeo com elas natildeo pode ser diferente Ao expor seus desejos em se

profissionalizar eles tambeacutem demostraram o medo de viver a experiecircncia de se descobrir

todos os dias com pessoas novas e novas tarefas a quebra dos paradigmas da sociedade em

torno deles eacute apenas um dos passos para a inclusatildeo

A necessidade de auto aceitaccedilatildeo e crer em si mesmo eacute o primeiro passo para o

sucesso deles muitos natildeo satildeo conhecedores ou natildeo satildeo estimulados a participar de diversos

programas de capacitaccedilatildeo que o governo oferece atualmente entrar em um ambiente novo

com pessoas novas que compartilham os mesmo objetivos eacute uma experiecircncia magniacutefica que

proporciona agraves PCD a certeza de que a sociedade natildeo eacute tatildeo normal como parece e ser

diferente sim que eacute normal

Quando perguntadas o que pode ser feito para proporcionar uma maior inserccedilatildeo

de pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho todas demonstraram a preocupaccedilatildeo com

o preconceito e a baixa escolaridade entre eles

PCD 01

O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a

gente trabalhar melhor Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um

emprego

PCD 02

Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc

natildeo tivesse nenhuma limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos

derem equipamentos e espaccedilos adaptados para isso

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

18

PCD 03

Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma

multa precisamos ser vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos

cargos e funccedilotildees que buscamos

Tabela 8 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

As PCD 01 02 e 03 demonstraram visatildeo bastante critica sobre o grupo humano

do qual fazem parte e sobre como verdadeiramente querem ser vistas e tratadas Trecircs criacuteticas

contundentes satildeo por elas apontadas e retratam claramente como satildeo recebidas pelo governo

empresa e sociedade a saber a) necessidade de politicas de qualificaccedilatildeo da PCD para o

trabalho formal e assim poderem estar preparadas para serem inseridas b) politicas

empresariais de adaptaccedilatildeo ergonocircmica do espaccedilo da empresa para receber a PCD e suas

limitaccedilotildees de mobilidade c) serem vistas como profissionais e natildeo como nuacutemeros que

resolveram o problema da empresa quanto ajuste a lei de cotas

Apoacutes entrevistar as PCD e a fim de um embasamento completo no estudo de caso

entrevistou-se o gestor do empreendimento estudado De forma consciente e educada ele

expocircs suas ideias sobre o tema debatido e sua preocupaccedilatildeo com a preservaccedilatildeo da integridade

de seus colaboradores

Quando perguntado sobre a situaccedilatildeo da sua empresa e se ela estava dentro dos

padrotildees exigidos para adotar a Lei de cotas ele nos informou as condiccedilotildees da empresa e que

ela cumpria com as suas obrigaccedilotildees com a Lei de cotas

Gestor

A nossa empresa conta com um nuacutemero de superior cem colaboradores e

participamos da Lei que exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais

PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria nos exigido procuramos dar a

oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

Tabela 9 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Sabe-se que natildeo basta abrir as portas para as PCDrsquos A inclusatildeo dessas pessoas

depende de uma preparaccedilatildeo fiacutesica e psicoloacutegica de todos aqueles que vatildeo estar ligados

diretamente a elas para que sejam recebidos de forma digna Ele expocircs a situaccedilatildeo da empresa

nesse sentido onde natildeo haacute layout e equipamentos adaptados para PCD como mostra figuras

em anexo O layout natildeo eacute adaptado e faltam equipamentos especiacuteficos para os diversos tipos

de deficiecircncia o espaccedilo fiacutesico da loja eacute incapaz de oferecer movimentaccedilatildeo a um cadeirante

Gestor

Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo

possuiacutemos ainda nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas

como as rampas de acesso e banheiro adaptado Estaacute nos nossos planos futuros

estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos especiacuteficos para receber

outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

Tabela 10 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Infelizmente a realidade do Brasil em torno das PCD eacute lamentaacutevel no ambiente

coorporativo pode-se notar que natildeo eacute bem-vindo uma pessoa que foge dos padrotildees e que

possui alguma limitaccedilatildeo especial Ao olhar para nosso ambiente poliacutetico tambeacutem nota-se essa

falha em termos de inclusatildeo dessas pessoas e tudo isso se daacute pelo fato de ser um paiacutes natildeo

estruturado para recebecirc-los

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

19

Ao interrogaacute-lo sobre como se daacute a contrataccedilatildeo dessas pessoas infelizmente a

resposta foi a esperada mas natildeo a desejada

Gestor

A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do

mercado como contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos

enquadramos na Lei de Cotas que nos obriga a inserir uma porcentagem de vagas no

nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei e ateacute oferecemos

algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado

especial

Tabela 11 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

A realidade das empresas brasileiras diante da necessidade de inclusatildeo eacute um fator

alarmante Com uma cultura onde se contrata apenas por obrigaccedilatildeo a seleccedilatildeo ainda eacute mais

humilhante ao ponto das empresas selecionar somente aqueles que a deficiecircncia natildeo lhe

obrigue a dispor de equipamentos e espaccedilo adaptado Se natildeo a mudanccedila natildeo a inclusatildeo

Inclusatildeo eacute o ato de se dispor a oferecer melhorias de vida para aqueles que de alguma forma

satildeo injusticcedilados pela sociedade

Com uma realidade em que as empresas natildeo aceitam PCD com certos tipos de

limitaccedilatildeo para natildeo ter que modificar sua estrutura e lhe gerar ocircnus percebeu-se a necessidade

da aplicaccedilatildeo das Leis de amparo a essas pessoas

Empresa que natildeo quer modificar um layout para adaptar as atividades agraves

necessidades de PCD mostra que natildeo deseja a presenccedila delas como colaboradores e sim para

evitar puniccedilotildees e como procuram manter uma rotatividade para cumprir nuacutemeros e com isso

natildeo se preocupam com a capacitaccedilatildeo dessas pessoas isso foi confirmado pelo gestor

entrevistado

Gestor

Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que

capacite esse pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de

forma praacutetica onde ao assumir sua funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as

atividades realizadas Por esse motivo optamos por PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo

tatildeo dependentes das outras pessoas

Tabela 12 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Quando natildeo se haacute conscientizaccedilatildeo dos gestores o restante da equipe tende a

imitar seus superiores Para muitos preconceito eacute apenas distratar ou agredir uma pessoa

segundo o dicionaacuterio Aureacutelio (2008) ldquoPreconceito eacute qualquer forma de pensamento na qual a

pessoa chega a conclusotildees que entram em conflito com os fatos por tecirc-los prejulgadosrdquo A

sociedade em sua maioria tende a prejulgar as PCD como incapazes de exercerem

atividades e isso os limitam a desenvolver seu potencial

Eacute natural encontrar PCD exercendo funccedilotildees que lhe exijam pouco esforccedilo ou agraves

vezes nenhum e que seus colegas de funccedilatildeo jaacute satildeo treinados para os ldquoprotegerrdquo em qualquer

circunstacircncia eou cumprir seu papel na organizaccedilatildeo Na empresa analisada isso natildeo difere da

realidade quando o gestor afirma

Gestor

A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em

nosso meio Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos

colaboradores tambeacutem trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas

vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem preconceito

Tabela 13 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

20

Com a falsa ilusatildeo de inclusatildeo muitos gestores acreditam que apenas oferecendo

uma vaga para PCD e proporcionar a elas equipamentos de trabalho jaacute eacute suficiente para

conseguir geri-las Com a mudanccedila do ambiente empresarial a necessidade de capacitaccedilatildeo

especiacutefica em todas as aacutereas se tornou algo imprescindiacutevel e natildeo se encontra fora dessa

realidade a necessidade de pessoas qualificadas para gerir PCD e atraveacutes disso nota-se a

falha das empresas em natildeo explorar esse novo nicho de mercado

Quando perguntado se ele se sentia preparado para lidar com essas pessoas e

acompanhar o crescimento delas no ambiente de trabalho formal ele afirmou que sim soacute que

sem nenhuma preparaccedilatildeo especiacutefica para isso

Gestor

Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado

para gerir PCD sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e

transparecer aos outros colaboradores a necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute

tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil pois acredito que

por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

Tabela 14 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

Que as empresas brasileiras ainda natildeo estatildeo preparadas para receber PCD eacute um

fato mas as empresas tambeacutem encontram diversos impasses na hora da contrataccedilatildeo que entre

eles estaacute a falta da escolaridade baacutesica e a existecircncia dos benefiacutecios para as PCD que satildeo

administrados de forma errocircnea

A partir do momento que o beneficio eacute suspenso definitivamente por ser inclusa

no mercado de trabalho as PCD limitam em natildeo aceitar um trabalho formal com medo de natildeo

se adaptar ou ser substituiacuteda em um curto espaccedilo de tempo por empresas que querem apenas

cumprir metas e ficar sem seu beneficio

Na empresa analisada existe uma vaga para PCD em aberto e o gestor expocircs sua

dificuldade em encontrar pessoas que queiram atuar no mercado e ele identifica como a

grande barreira a maacute aplicaccedilatildeo dos benefiacutecios para essas pessoas

Gestor

Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior

dificuldade eacute conseguir candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores

barreiras a falta de escolaridade e o medo das PCD de natildeo se adaptar ao cargo e

perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas ativas no

mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo

para essa Lei que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em

algum momento no mercado de trabalho

Tabela 15 Entrevista concedida agraves pesquisadoras

O medo de atuar no mercado de trabalho por parte das PCD eacute devido ao processo de

suspensatildeo do beneficio que natildeo se enquadra em nenhuma Lei existente mas vem sendo um

assunto de debate entre muitos juristas que buscam requerer o direito das PCD de ingressar no

mercado de trabalho A Lei 821399 rege os benefiacutecios pagos pela Previdecircncia Social e

encontra-se em um estado de incompatibilidade um exemplo quando no Art 42 da Lei a

invalidez eacute definida como o estado insusceptiacutevel de reabilitaccedilatildeo para o exerciacutecio de atividade

que lhe garanta a subsistecircncia indo em contradiccedilatildeo com a realidade

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

21

Segundo a Dr Maria Gurgel (2010 p1)

O Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho eacute favoraacutevel ao decreto presidencial que estabelece

que a pessoa que estava ganhando o benefiacutecio e comeccedilou a trabalhar perde o direito

ao BPC mas se perder o emprego tem direito a receber o benefiacutecio novamente

Salientou tambeacutem que esse decreto nunca foi posto em praacutetica (SENADO 2010)

Diante da situaccedilatildeo ela expos condiccedilotildees de melhorias que poderiam ser feitas para

garantir o direito ao beneficio a qualquer tempo e garantir o recebimento do mesmo mesmo

estando atuando no emprego formal neste caso o emprego seria considerado um estagio de

reabilitaccedilatildeo da PCD no mercado A suspensatildeo do beneficio tem sido uma das barreiras que

impossibilitam a inserccedilatildeo das PCD no mercado de trabalho tendo em vista a inseguranccedila que

o mesmo oferece agraves PCDrsquos

Com a anaacutelise dos dados colhidos na empresa em estudo diagnosticou-se fatores

importantes para serem debatidos e expostos a fim de proporcionar melhorias para esse grupo

de pessoas que natildeo encontram no ambiente empresarial um lugar digno de sua presenccedila

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A anaacutelise do ambiente empresarial de Picos proporcionou uma visatildeo holiacutestica da

situaccedilatildeo desfavoraacutevel para a inclusatildeo das PCDrsquos o que torna incapacitante para qualquer

pessoa que possua algum tipo de limitaccedilatildeo atuar em meio a nossa realidade obrigando-as a se

manterem fora da sociedade e de qualquer conviacutevio social

Considerando as condiccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo de PCD e a realidade existente

na empresa pesquisada eacute notoacuteria a falta de interesse por parte da administraccedilatildeo em tornaacute-la

em um ambiente propicio a receber pessoas com todos os tipos de deficiecircncia

Seguindo o modelo de diversas outras a empresa se manteacutem irredutiacutevel em adaptar

seu layout agraves necessidades das PCD mantendo uma poliacutetica de contrataccedilatildeo que gira em torno

da busca de isenccedilotildees e evita puniccedilotildees

A adequaccedilatildeo do ambiente empresarial e a formaccedilatildeo de profissionais aptos a receberem

e conviverem com PCD deve ser uma medida a ser tomada urgentemente pelas empresas

locais a fim de proporcionar os direitos existentes a essas pessoas e com isso transformar

nossa cidade em um ambiente de igualdade entre todos independentemente de qual seja sua

condiccedilatildeo fiacutesica

Por tanto os futuros administradores e formadores de opiniatildeo devem ter em mente a

necessidade de busca por melhorias para a inserccedilatildeo das PCDrsquos no mercado de trabalho e

estarem prontos a promoverem a mudanccedila e a transformaccedilatildeo dos ambientes a fim de

proporcionar a inclusatildeo sem barreiras

REFEREcircNCIAS

AUREacuteLIO Dicionaacuterio do Aureacutelio 2008 ndash 2013 lthttpwwwdicionariodoaureliocomgt

Acesso em 03 set 2013

BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos Moccedilos Ed Popular Anotada por Adriano da Gama Kury ndash 5

ed ndash Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Casa de Rui Barbosa 1997Disponiacutevel em

22

lthttpwwwcasaruibarbosagovbrdadosDOCartigosrui_barbosaFCRB_RuiBarbosa_Orac

ao_aos_mocosPdfgt Acesso em 03 set 2013

BRASIL Avanccedilo das Politicas Publicas para as Pessoas com Deficiecircncia ndash Uma Analise a

Partir das Conferencias Nacionais 1ordm ed Brasiacutelia 2012

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Lei nordm 1009800 (Estabelece normas gerais e

criteacuterios baacutesicos para promoccedilatildeo da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou

com mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias) Disponiacutevel em

lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl10098htmgt Acesso em 13 ago 2013

BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Parecer CNBCEB nordm 172001 (Das Diretrizes

Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica) Disponiacutevel em

lthttpportalmecgovbrseesparquivospdfdiretrizespdfgt Acesso em 13 ago 2013

BRASIL Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Lei nordm 821391 (Regulamenta as cotas para

contrataccedilatildeo de PcD por empresas privadas) Disponiacutevel em

lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl8213conshtmgt Acesso em 13 ago 2013

BRASIL Ministeacuterio Puacuteblico Lei nordm 785389 (Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com

deficiecircncias e daacute outras providecircncias) Disponiacutevel em

lthttpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl7853htmgt Acesso em 13 ago 2013

BRASIL Lei 785389 (Dispotildees sobre as PCD sua integraccedilatildeo social sobre a coordenadoria

Nacional para Integraccedilatildeo da PCD - CORDE) Disponiacutevel em

lthttpwwwpgespgovbrcentrodeestudosbibliotecavirtualvolume20ideflei7853htmgt

Acesso em 13 ago 2013

CHIAVENATO Idalberto Introduccedilatildeo agrave Teoria Geral da Administraccedilatildeo 2 ed Rio de

Janeiro Campus 2000

FERREIRA E DVORECKY G MELNICK VLS Analise Ergonocircmica no Ambiente

de Trabalho de Deficientes Fiacutesicos Universidade Estadual de Ponta GrossaParanaacute

2005Disponiacutevel em lthttpwwwuepgbrdengeeng_seg_2004TCCTCC2013pdfgt

Acesso em 04 set 2013

FIGUEIRA Emilio Caminhando em Silecircncio Uma Introduccedilatildeo agrave Trajetoacuteria das Pessoas

com Deficiecircncia na Histoacute

ria do Brasil Satildeo Paulo Giz Editorial 2008

GIL Antocircnio Carlos Gil Como Elaborar um Projeto de Pesquisa Satildeo Paulo Atlas 2010

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010

Amostra de Pessoas com Deficiecircncia Picos-PI Censo demograacutefico 2010 Disponiacutevel em

lthttpibgegovbrcidadesatxtrastemasphpcodmun=220800ampidtema=92ampsearch=piaui|pic

os|censo-demografico-2010-resultados-da-amostra-pessoas-com-deficienciagt Acesso em 06

ago 2013

23

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Deficientes Assembleia Geral da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas 09 dez 1975Disponiacutevel

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lthttpwwwaedbbrsegetartigos08456_inclusao20e20ambiente20organizacionalpdfgt

Acesso em 07 ago 2013

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de-2010AP20100428_1_Reuniao_CASDEF_BPCpdfgt Acesso em 15 set 2013

UNESCO Declaraccedilatildeo Universal Dos Direitos Humanos - Adotada e proclamada pela

resoluccedilatildeo 217 A (III) da Assembleia Geral das Naccedilotildees Unidas em 10 de dezembro de 1948

lthttpunesdocunescoorgimages0013001394139423porpdfgt Acesso em 07 ago 2013

VERGARA Silvia Relatoacuterios de Pesquisa em Administraccedilatildeo 8 ed Satildeo Paulo Atlas

2007

APEcircNDICE A ndash Roteiro de Entrevista aplicado agraves PCDrsquos 1 2 e 3

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Tipo de deficiecircncia

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO A ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 1

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 01

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 26 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Desvio na Coluna

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes limitaccedilotildees que me

impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas

uma deformidade simples muitas pessoas demonstram preconceito

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa vaga atraveacutes de

curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de

poder trabalhar

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da empresa mesmo sem

nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e

quando sentia alguma dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esta eacute a primeira vez que estou em um trabalho nunca passei por uma demissatildeo

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho eles sempre estatildeo

dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles para comigo soacute que mesmo sendo amiga de

todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico

de trabalho

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma dificuldade e me adaptei

raacutepido a tudo e a todos

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminada acho que sou aceita e sempre faccedilo o que posso natildeo me impedem de nada

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder ajudar as pessoas que

precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me especializar nela

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a gente trabalhar melhor

Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um emprego

ANEXO B ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 2

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 02

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R O problema na minha audiccedilatildeo me deixa insegura como natildeo consigo escutar direito as outras pessoas

evito me comunicar para natildeo sofrer transtornos ou ser enganada por pessoas maacutes

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu atraveacutes de uma amiga

que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata

assumi e estou ateacute hoje

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Natildeo passei por nenhuma capacitaccedilatildeo quando vim trabalhar aqui apenas orientaccedilotildees de como exercer as

atividades cotidianas

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esse eacute meu primeiro emprego

6 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R R Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho sempre fui bem

auxiliada por todos

7 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso de algo posso pedir

a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio

evito ficar no meio de muita gente natildeo gosto

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar

alguma atividade por esse motivo

R Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada soacute que natildeo gosto

muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me enganarem costumo natildeo andar muito em

outros lugares fico de casa para o trabalho

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar melhorias para

muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito a iniciar meu curso

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc natildeo tivesse nenhuma

limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos derem equipamentos e espaccedilos adaptados para

isso

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

ANEXO A ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 1

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 01

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 26 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Desvio na Coluna

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Como minha deficiecircncia eacute leve tenho um desvio de coluna natildeo tenho grandes limitaccedilotildees que me

impedem de exercer minhas funccedilotildees Encontro o maior problema na questatildeo da aparecircncia mesmo sendo apenas

uma deformidade simples muitas pessoas demonstram preconceito

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Eacute a primeira vez que trabalho em um emprego de carteira assinada consegui essa vaga atraveacutes de

curriacuteculo e mesmo sem ter recebido um treinamento para aprender a minha funccedilatildeo atual tenho gostado muito de

poder trabalhar

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Fui contratada para exercer a mesma funccedilatildeo de outra PCD que estava saindo da empresa mesmo sem

nunca ter trabalhado antes natildeo recebi nenhum tipo de treinamento apenas me foi passado o que deveria fazer e

quando sentia alguma dificuldade ou surgia duvidas eu pesquisava e pedia ajuda aos colegas de trabalho

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esta eacute a primeira vez que estou em um trabalho nunca passei por uma demissatildeo

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Desde o comeccedilo consegui criar uma relaccedilatildeo de amizade com os colegas de trabalho eles sempre estatildeo

dispostos a me ajudar quando preciso Natildeo sinto preconceito deles para comigo soacute que mesmo sendo amiga de

todos prefiro natildeo ter que ficar onde natildeo seja meu setor me sinto mais confortaacutevel onde eacute meu lugar especiacutefico

de trabalho

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Minha entrada no mercado de trabalho foi tranquila natildeo passei por nenhuma dificuldade e me adaptei

raacutepido a tudo e a todos

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminada acho que sou aceita e sempre faccedilo o que posso natildeo me impedem de nada

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder ajudar as pessoas que

precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me especializar nela

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a gente trabalhar melhor

Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um emprego

ANEXO B ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 2

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 02

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R O problema na minha audiccedilatildeo me deixa insegura como natildeo consigo escutar direito as outras pessoas

evito me comunicar para natildeo sofrer transtornos ou ser enganada por pessoas maacutes

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu atraveacutes de uma amiga

que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata

assumi e estou ateacute hoje

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Natildeo passei por nenhuma capacitaccedilatildeo quando vim trabalhar aqui apenas orientaccedilotildees de como exercer as

atividades cotidianas

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esse eacute meu primeiro emprego

6 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R R Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho sempre fui bem

auxiliada por todos

7 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso de algo posso pedir

a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio

evito ficar no meio de muita gente natildeo gosto

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar

alguma atividade por esse motivo

R Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada soacute que natildeo gosto

muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me enganarem costumo natildeo andar muito em

outros lugares fico de casa para o trabalho

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar melhorias para

muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito a iniciar meu curso

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc natildeo tivesse nenhuma

limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos derem equipamentos e espaccedilos adaptados para

isso

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminada acho que sou aceita e sempre faccedilo o que posso natildeo me impedem de nada

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Pretendo cursar algo na aacuterea da sauacutede enfermagem provavelmente Quero poder ajudar as pessoas que

precisam de cuidados meacutedicos Eu gosto dessa aacuterea e quero me especializar nela

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R O governo podia criar uns cursos profissionalizantes especiacuteficos para PCD para a gente trabalhar melhor

Natildeo ter nenhuma profissatildeo dificulta que a gente consiga um emprego

ANEXO B ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 2

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 02

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R O problema na minha audiccedilatildeo me deixa insegura como natildeo consigo escutar direito as outras pessoas

evito me comunicar para natildeo sofrer transtornos ou ser enganada por pessoas maacutes

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu atraveacutes de uma amiga

que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata

assumi e estou ateacute hoje

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Natildeo passei por nenhuma capacitaccedilatildeo quando vim trabalhar aqui apenas orientaccedilotildees de como exercer as

atividades cotidianas

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esse eacute meu primeiro emprego

6 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R R Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho sempre fui bem

auxiliada por todos

7 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso de algo posso pedir

a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio

evito ficar no meio de muita gente natildeo gosto

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar

alguma atividade por esse motivo

R Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada soacute que natildeo gosto

muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me enganarem costumo natildeo andar muito em

outros lugares fico de casa para o trabalho

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar melhorias para

muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito a iniciar meu curso

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc natildeo tivesse nenhuma

limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos derem equipamentos e espaccedilos adaptados para

isso

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

ANEXO B ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 2

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 02

12 Sexo Masc ( ) Fem (X) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R O problema na minha audiccedilatildeo me deixa insegura como natildeo consigo escutar direito as outras pessoas

evito me comunicar para natildeo sofrer transtornos ou ser enganada por pessoas maacutes

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Nunca tinha trabalhado antes minha primeira oportunidade de emprego surgiu atraveacutes de uma amiga

que jaacute trabalhava no Armazeacutem Paraiacuteba e me indicou Como havia uma vaga para PCD e eu era a uacutenica candidata

assumi e estou ateacute hoje

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Natildeo passei por nenhuma capacitaccedilatildeo quando vim trabalhar aqui apenas orientaccedilotildees de como exercer as

atividades cotidianas

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Esse eacute meu primeiro emprego

6 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R R Desde que assumi minha funccedilatildeo nunca senti nenhum dificuldade em meu trabalho sempre fui bem

auxiliada por todos

7 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Minha relaccedilatildeo com a equipe de trabalho eacute boa nos respeitamos e sempre que preciso de algo posso pedir

a eles Mas prefiro fazer meus afazeres em um lugar reservado ter contato com os outros soacute quando necessaacuterio

evito ficar no meio de muita gente natildeo gosto

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar

alguma atividade por esse motivo

R Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada soacute que natildeo gosto

muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me enganarem costumo natildeo andar muito em

outros lugares fico de casa para o trabalho

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar melhorias para

muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito a iniciar meu curso

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc natildeo tivesse nenhuma

limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos derem equipamentos e espaccedilos adaptados para

isso

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

R Nunca senti que as pessoas tivessem preconceito contra mim sempre fui respeitada soacute que natildeo gosto

muito de sair Por natildeo escutar direito tenho medo de pessoas me enganarem costumo natildeo andar muito em

outros lugares fico de casa para o trabalho

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Quero fazer um curso de LIBRAS e ser inteacuterprete com isso sei que vou proporcionar melhorias para

muitas pessoas e principalmente para mim Natildeo quero demorar muito a iniciar meu curso

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Adaptar as empresas seria o primeiro passo eacute ruim ter que trabalhar como se vocecirc natildeo tivesse nenhuma

limitaccedilatildeo Natildeo podemos desenvolver nossas funccedilotildees se natildeo nos derem equipamentos e espaccedilos adaptados para

isso

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

ANEXO C ndash Roteiro de Entrevista respondido pela PCD 3

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms Cristiane

Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em Administraccedilatildeo

da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome PCD 03

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 27 Anos

13 Tipo de deficiecircncia Deficiecircncia Auditiva

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Quais as limitaccedilotildees que sua deficiecircncia lhe proporciona

R Minha deficiecircncia me limita a algumas funccedilotildees que exigem o contato direto com puacuteblico por ter a

audiccedilatildeo comprometida agrave comunicaccedilatildeo com as pessoas se torna difiacutecil e para evitar problemas prefiro me manter

em lugares onde eu tenha contato soacute com os amigos de trabalho

3 Vocecirc jaacute atuouou atua no mercado de trabalho Como se deu essa conquista

R Estou no Paraiacuteba haacute oito anos e foi meu primeiro emprego mesmo sem previsatildeo de emprego fiz um

curso na aacuterea de informaacutetica que foi o que fez eu conquistar essa vaga Eu me capacitei para trabalhar com

informaacutetica hoje natildeo exerccedilo a funccedilatildeo desejada por conta da minha deficiecircncia que natildeo me impede de

desenvolver atividades nessa aacuterea

4 Houve alguma capacitaccedilatildeo especial para que vocecirc fosse inserida no mercado de

trabalho A empresa investiu em vocecirc ou vocecirc teve que buscar isso sozinha

R Quando eu entrei aqui imaginei que ia pra informaacutetica porque tinha um curso baacutesico na aacuterea Em oito

anos que trabalho nunca recebi nenhum treinamento e aprendi minhas funccedilotildees atraveacutes do cotidiano e da ajuda

dos colegas que me auxiliaram no comeccedilo

5 Quais as causas que levaram sua demissatildeo dos empregos anteriores

R Nunca fui demitido esse e meu primeiro emprego

6 Como eacutefoi sua relaccedilatildeo pessoal com sua equipe de trabalho

R Meu relacionamento com meus amigos de setor eacute muito bom eles entendem minha dificuldades e eu sei

que posso contar com eles quando preciso Jaacute estatildeo acostumados a se comunicar comigo tendo que falar um

pouco mais alto para que eu entenda melhor

7 Como se deu sua entrada no mercado e trabalho e vocecirc sentiu algum tipo de

preconceito por parte da equipe no comeccedilo

R Tentei me capacitar antes e deu certo consegui uma vaga que jaacute estou a oito anos e nunca fui tratado

diferente por ter deficiecircncia me dei muito bem

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

8 Vocecirc jaacute se sentiu vitima de discriminaccedilatildeo por ser deficiente Jaacute foi proibido de

realizar alguma atividade por esse motivo

R Nunca fui discriminado as pessoas sempre me respeitaram e entenderam minha deficiecircncia Por causa

da minha audiccedilatildeo evito sair de casa para natildeo ter que passar por certos transtornos

9 Pretende se profissionalizar Em qual aacuterea

R Gosto de administraccedilatildeo quero me formar nessa aacuterea Quem sabe um dia serei um administrador de

empresas e poderei ajudar outras PCD a conseguir um trabalho digno

10 Para vocecirc o que pode ser alterado para proporcionar uma maior inserccedilatildeo de pessoas

com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Eacute preciso que as empresas natildeo nos veja apenas como um nuacutemero que evita uma multa precisamos ser

vistos como pessoas capazes de produzir e ser dignos dos cargos e funccedilotildees que buscamos

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio aplicado ao Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

PERGUNTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome

12 Sexo Masc ( ) Fem ( ) 121 Idade

13 Cargo na Empresa

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

ANEXO D ndash Questionaacuterio respondido pelo Gestor do Armazeacutem Paraiacuteba

RESPOSTAS

Os dados seratildeo utilizados para a elaboraccedilatildeo de Artigo Acadecircmico orientado pela Profordf Ms

Cristiane Feitosa Pinheiro no IX periacuteodo de Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

RESPONSAacuteVEIS Camilla Soares Jorzielda Sousa graduandas do curso de Bacharelado em

Administraccedilatildeo da UFPI ndash Campus Picos

1 Perfil do Entrevistado

11 Nome GESTOR

12 Sexo Masc (X) Fem ( ) 121 Idade 34

13 Cargo na Empresa Sub Gerente

14 Grau de InstruccedilatildeoQualificaccedilatildeo Ensino Meacutedio

2 Sua empresa estaacute dentro dos padrotildees exigidos para contratar pessoas com deficiecircncia

fiacutesica

R A nossa empresa conta com um nuacutemero superior de cem colaboradores e participamos da Lei que

exige as cotas para PCD e inclusive contamos com mais PCD no nosso quadro de funcionaacuterios do que seria

nos exigido procuramos dar a oportunidade a essas pessoas de atuar no mercado de trabalho formal

3 Vocecirc considera sua empresa apta a receber esses trabalhadores O Layout e

maquinaacuterios satildeo adaptados para essa nova realidade

R Nossa empresa jaacute tem um longo histoacuterico com a contrataccedilatildeo de PCD mas natildeo possuiacutemos ainda

nenhum tipo de adaptaccedilatildeo especial para eles a natildeo ser as exigidas como as rampas de acesso e banheiro

adaptado Estaacute nos nossos planos futuros estruturar nossa loja com layout adaptado e equipamentos

especiacuteficos para receber outros tipos de deficiecircncia como cadeirantes e ateacute deficientes visuais

4 A contrataccedilatildeo de pessoas com deficiecircncia em sua empresa se daacute por iniciativa

proacutepria ajudando a mudar a realidade da nossa sociedade Ou a contrataccedilatildeo acontece

apenas por obrigaccedilatildeo no cumprimento da lei que ampara esse grupo

R A nossa empresa faz parte de um grande grupo que atua em diversos segmentos do mercado como

contamos com uma demanda muito grande de colaboradores nos enquadramos na Lei de Cotas que nos

obriga a inserir uma porcentagem de vagas no nosso quadro de funcionaacuterios para PCD Cumprimos essa Lei

e ateacute oferecemos algumas vagas a mais desde que a deficiecircncia da pessoa natildeo nos gere necessidade de

adaptaccedilotildees preferimos PCD que tenha deficiecircncia leve e natildeo necessite de um cuidado especial

5 Qual o tipo de capacitaccedilatildeo sua empresa proporciona a seus trabalhadores com

deficiecircncia

R Como a rotatividade das PCD eacute grande e natildeo tem nenhum oacutergatildeo especifico que capacite esse

pessoal noacutes natildeo temos como treinaacute-los O treinamento acontece de forma praacutetica onde ao assumir sua

funccedilatildeo seus colegas de setor vatildeo lhe passando as atividades realizadas Por esse motivo optamos por

PCDrsquos leves pois elas natildeo satildeo tatildeo dependentes das outras pessoas

6 Sua equipe estaacute preparada para receber pessoas com deficiecircncia Qual a

conscientizaccedilatildeo trabalhada para inserir novos colaboradores na sua empresa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

R A nossa equipe de trabalho eacute consciente da necessidade de inclusatildeo das PCD em nosso meio

Procuramos apoiar e oferecer todo tipo de assistecircncia necessaacuteria e nossos colaboradores tambeacutem

trabalhamos com eles a necessidade da inclusatildeo e suas vantagens e com isso transformaacute-los em pessoas sem

preconceito

7 Vocecirc se sente preparado para gerir uma empresa com a presenccedila de pessoas com

deficiecircncia Como vocecirc se prepara para enfrentar a crescente entrada desse grupo nas

empresas e combater a discriminaccedilatildeo em torno dos mesmos

R Com todos os anos de experiecircncia na aacuterea de administraccedilatildeo eu me sinto capacitado para gerir PCD

sei tambeacutem que preciso me adaptar agraves necessidades delas e transparecer aos outros colaboradores a

necessidade de inclusatildeo sem preconceito Jaacute tive a oportunidade de liderar algumas e natildeo eacute uma tarefa difiacutecil

pois acredito que por suas limitaccedilotildees sempre procuram se superar e cumprir com suas metas

8 Em seu ponto de vista qual o maior problema enfrentado pelas empresas para inserir

as pessoas com deficiecircncia no mercado de trabalho

R Na nossa empresa sempre haacute o surgimento de vagas para PCD e nossa maior dificuldade eacute conseguir

candidatos aptos ao cargo Jaacute identificamos como as maiores barreiras a falta de escolaridade e o medo das

PCD de natildeo se adaptar ao cargo e perder seu beneficio devido seu registro no cadastro nacional de pessoas

ativas no mercado de trabalho Acho necessaacuterio que seja feita urgente uma melhor adaptaccedilatildeo para essa Lei

que isenta completamente a PCD do seu beneficio caso seja inserida em algum momento no mercado de

trabalho

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

APEcircNDICE C ndash Fotos do Layout Atual do Armazeacutem Paraiacuteba

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa

FONTE Acervo Proprio das Pesquisadoras Camilla Soares e Jorzielda Sousa