sibutramina - principal · gerais que conhecemos hoje em dia só tiveram o estímulo de serem ......

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    SIBUTRAMINA 08Na dieta vale tudo?

    MORFINA 12A evoluo

    da anestesia nas cirurgias

    PROGESTERONA 18Como elas mudaram a taxa de

    natalidade no mundo

    CLONAZEPAM 22A revoluo dos antidepressivos

    Matrias

    BUPIVACANA 04A descoberta das anestesias locais

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    Bupivacana e a descoberta das anestesias locais

    A bupivacana uma das anestesias locais mais fortes. Entretanto, antes dela houveram muitas outras que carregam consigo uma grande histria.

    Imagine se voc, em pleno domingo en-quanto faz a janta, deixa escapulir a faca e sofre um corte profundo. Voc vai no hos-pital e no h anestesia ou algo para diminuir a sua dor. Ou se voc vai no dentista retirar um dente e tem que sentir a dor durante todo o processo. Bem doloroso, no?

    Hoje em dia a cincia gerou artifcios para que haja menor ou sequer nenhuma dor em suturaes, pontos e outras cirurgias meno-res como a extrao de um dente. So elas as anestesias locais. Elas foram muito importan-tes para a histria humana pois com elas um paciente de uma cirurgia menor nao teria que sentir a dor ou simplesmente desmaiar com uma anestesia maior.

    Sabe-se que h milhares de anos atrs eram realizadas cirurgias no Egito Antigo devido a comprovao de instrumentos cirrgicos ex-postos nos museus. Mas como a pessoa no morria de dor? Os Egpcios deviam conhecer tcnicas. Existem relatos que comprovem que

    na Grcia Antiga, Hipcrates utilizava um tipo de esponja com substncias retiradas de plantas. Em outras partes do mundo, como na China temos conhecimento de mtodos uti-lizados at hoje como a acupuntura e outras formas para tentar driblar a dor do paciente.

    A primeira substncia de anestesia local a ser usada em larga escala bem conhecida, mas no usada como anestsico mais por ser proibida. ela a cocana, uma substncia qui-micamente viciante com propriedades psico-trpicas. A folha de coca usada amplamente h sculos pelos nativos dos andes para evitar a fadiga, a fome e para elevar o nimo. Entre-tanto, a substncia s foi isolada em 1859 por Albert Niemann e s foi introduzida na medi-cina por Carl Koller anos depois. Entretanto, devido alta taxa de mortes devido ao abu-so da cocana houve uma procura por outras substncias anestsicas que se encaixassem no lugar da substncia.

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    A partir desse momento a pesquisa nesta rea cres-ceu e vrias outras substncias foram sintetizadas. Nesta procura foi descoberto que a cocana um s-ter derivado do cido benzico. Sabendo disso, os cientistas em 1890 sintetizaram a benzocana, outro ster derivado do mesmo cido, dentre outras subs-tncias menos usadas. Este ster foi usado bastante, mas por ser txico ao ser humano foi substitudo por outra substncia mais hidrossolvel, a procana, em 1905, derivada do cido para-aminobenzico.

    Essa por sua vez durou bastante na medicina mas em 1943 a atual mais usada substncia para aneste-sia local, a lidocana, foi sintetizada partir do cido dietil-aminoactico, substituindo a procana por no ter reaes alrgicas e iniciando a era dos anestsicos locais tipo amina.

    Basicamente uma substncia anestsica comum contm um grupo lipoflico, usualmente um radical

    MAS E COMO DE FATO ISSO MUDOU O MUNDO?

    De acordo com a SPA (Sociedade Portuguesa de Anestesiologia), todas as cirurgias gerais que conhecemos hoje em dia s tiveram o estmulo de serem realizadas a partir do estudo da anestesiologia, e logo aps outras especialidades puderam se

    aprofundar.

    Falaremos mais especifi camente de uma substncia no momento. A sintetizao da bupivacana (C18H28N2O), ou (RS)--1-butil-N-(2,6-dimetilfenil) Piperidin-2-car-boxamida, foi uma revoluo em questo de tempo de efeito dos anestsicos gerais. Foi introduzida na medicina em 1963, cerca de quatro vezes mais forte que o anestsico mais comum, a lidocana, e seu efeito dura cerca de trs vezes mais tempo. Uma vez sintetizada e inserida na medicina, a bupivacana permitiu que cirurgias maiores locais fossem permiti-

    das sem que um uso alto de outros anestsi-cos fossem necessrios. Ela alm de anest-sica tambm tem efeito analgsico em baixas quantidades.

    A bupivacana, entretanto tem seus proble-mas: ela apresenta alto risco para pacientes cardacos por poder causar colapso cardio-vascular e arritmia ventricular, prejudicando o sistema cardiovascular. A utilizao da bu-pivacana tem a necessidade de ser extrema-mente cuidadosa, pois as molculas dela tem que ser arranjadas de um modo espelhado.

    aromtico como benzeno, e um grupo hidroflico, ligados por uma cadeia de carbonos interme-diria que usualmente contm uma ligao ster ou amida. O grupo lipoflico serve para entrar na membrana da clula nervosa e o hidroflico para interagir ionicamente com os receptores da clula, incapacitando - os. O resultado uma falta de reao dos nervos da rea afetada.

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    Existem molculas anestsicas, como a bupi-vacana, que apresentam duas formas, uma sendo espelhada da outra. Apresentando essa caracterstica, as duas formas devem ser sin-tetizadas separadamente e misturadas em quantidades iguais, sendo a diferena dessa

    proporo que causa a potncia do anestsico. Essa prtica chamada de estereoisomeria e quando a proporo no for respeitada exis-tem complicaes de efeitos colaterais, sendo o principal uma dor lancinante, alm da falta de efeito anestsico.

    CAA PALAVRAS

    Anestsicos usualmente so acompanhados de vasoconstritores. No caso da bupivacana o vaso constritor o Hemitartarato de epinefri-na, mais conhecido como adrenalina. A bupi-vacana tambm usada em gestantes por fal-ta de evidncias de danos a fetos. Anestsicos locais geralmente so diludos em solues aquosas razoavelmente cidas, usualmente com o cido clordrico (HCl), que tambm produzido no nosso corpo. A proporo de HCl no Bupican, o remdio da bupivacana, de 5%.

    CURIOSIDADES QUMICAS

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    Sibutramina: na dieta vale tudo?

    A dimetil-1-[1-(4-clorofenil) ciclobu-til]-N,N,3-trimetilbutano-1-amina, conhecida popularmente como Sibu-tramina, um composto orgnico desenvolvi-do em 1980, com primeiro intuito de ser um antidepressivo. A sibutramina uma mol-cula muito usada em tratamentos para ema-grecer nos dias de hoje, depois da descoberta de que o uso do medicamento reduz o apetite. Com isso, comeou a ser comercializado com o nome de Meridia, virando o conhecido Re-ductil apenas em 1999.

    A Sibutramina fi cou conhecida por atuar diferentemente de outras molculas capazes de reduzir peso. Seu mecanismo de ao jus-tifi ca a incluso da sibutramina na categoria dos medicamentos inibidores seletivos da re-captao da serotonina e norepinefrina.

    Sendo atualmente tarja preto e vendido apenas com a apresentao da conhecida re-ceita azul, podemos encontrar no Brasil nas

    dosagens de 10 mg ou 15 mg. Em outubro de 2011 a Anvisa publicou em seu Dirio Ofi cial novas regras para o emagrecedor: as prescri-es devero ser tambm acompanhadas de um termo de responsabilidade entre o mdico e o paciente em trs vias, sendo uma para ser arquivada no pronturio do paciente, outra na farmcia que dispensar e outra com o pacien-te. Devido ao aumento do risco de acidentes cardiovasculares no Brasil, a EMEA (Agncia de Medicamentos Europia) recomendou a suspenso da venda de Sibutramina.

    Apesar disso, o medicamento continua a ser vendido, porm com algumas orientaes da Anvisa sobre 37 notifi caes ocorridas em 2009 e a possibilidade de ocorrncia de au-mento de presso arterial e arritmias carda-cas, que j constam como adversas na bula do medicamento, alm de diabetes mellitus tipo 2 - sobrepeso ou obesidade - outro fator de ris-co para problemas cardiovasculares.

    Nos dias de hoje

    A molcula faz parte das muitas vendidas pela indstria farmacutica como solues para emagrecer. E realmente - ou pode ser - mas a real importncia, e o impacto que ela trouxe sade, no foi pelo seu propsito ini-cial. Atualmente, podemos ver que esses re-mdios so muitos indicados em casos extre-mos, mas tambm nem todos os seus usurios se aplicam a esse perfi l.

    A cultura da magreza e do corpo ideal faz com que as pessoas fi quem cada vez mais condicionadas a no estarem satisfeitas com seus prprios corpos, fazendo tanto modifi -caes estticas de nvel mais elevado, como cirurgias, at uma enxurrada de dicas e livros sobre dietas mirabolantes. Ser que funcio-nam? Ser que fcil assim emagrecer?

    Nos dias de hoje

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    COMO A SIBUTRAMINA AGE NO CORPO?

    Por ser uma amina (composto derivado da am-nia), ela impede a recaptao de serotonina, no-repinefrina e dopamina (neurotransmissores responsveis por maior parte das emoes). Re-sultando no aumento da saciedade, reduzindo, dessa forma, a vontade de comer e ajudando na preveno da reduo do gasto energtico que acompanha a perda de peso. Recomenda-se que a administrao do medicamento seja acompa-nhada de dieta e exerccios fsicos.

    QUAIS SO OS EFEITOS COLATERAIS?O uso regular da sibutramina pode causar insnia ou sonolncia, priso de ventre, nu-sea, boca seca, aumento da presso arterial, aumento da frequncia cardaca e dores de cabea. Curiosa sobre os efeitos, nossa equipe conversou com duas pessoas que utilizaram a substncia e que nos contam sobre suas ex-perincias: o estudante Pablo, de 19 anos, e a professora de dana Beatriz, 52. O estudante conta que tomou o remdio de forma regular por pouco mais de um ms.

    Minha experincia com o remdio foi ruim Quando tomava regularmente no podia atrasar ou perder o dia para tomar, se no comeava a me sentir mal de diversas formas. No comeo chegou a me dar um cer-to alvio e at chegou a ajudar, mas aps um tempo comeou a fazer mais mal do que bem, ento parei de tom-lo. J utilizei algumas ve-zes, porm de forma fi xa apenas em dois per-odos, um sobre prescrio mdica e outro sem prescrio. Em ambos obtive a mesma experi-ncia. [...] Tinham dias que eu me sentia mais triste e abalado por no conseguir atingir re-sultados. Alm do que j cheguei a passar mal utilizando esse remdio, algumas vezes me fazia sentir moleza e sono. J cheguei a passar mal, mas foi em um dia que misturei esse re-

    mdio com outros pois estava com uma virose e acho que no era recomendvel., relata ele.J Beatriz nos conta que usou o remdio duas vezes em ocasies diferentes. A primeira vez deu tudo certo, emagreci bastante e no sen-ti muitos efeitos colaterais. Da segunda vez no me senti bem, fi quei com alteraes de humor (um nervosismo constante), estressa-da, com muita insnia e tinha a sensao de que meu metabolismo estava muito acelera-do, tive medo de passar mal. A primeira vez usei por aproximadamente um ms. A segun-da vez usei por alguns dias e parei, pois me senti muito mal. Os outros efeitos que senti foram estresse, medo e angstia, declara adanarina.

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    CURIOSIDADES

    Alm da Sibutramina, existem ou-tras molculas que so usadas para emagrecer, como a d-fenfl uramina e a d-anfetamina. As anfetaminas so drogas sintticas, fabricadas em laboratrio. No so, portan-to, produtos naturais. As mesmas, diferente da Sibutramina, so dro-gas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto , fa-zem o crebro trabalhar mais de-pressa, deixando as pessoas mais acesas, ligadas, com menos sono. So conhecidas como bolinha por pessoas que costumam fazer re-gimes de emagrecimento sem o acompanhamento mdico, ou por estudantes que passam noites in-teiras estudando e as usam para se manterem acordados. Tambm chamada de rebite principalmente entre os motoristas que precisam dirigir durante vrias horas seguidas sem descanso, a fi m de cumprir prazos pr-determinados.

    Duas anfetaminas conhecidas so a metanfetamina e metilenodiximetanfetamina (MDMA), tambm conhecida pelo nome de xtase. Ambas so drogas usadas com fi m re-creativo. J a fenfl uramina age um inibidor de apetite e usado para tratamento de curto prazo da obesidade.

    Apesar de no ter quaisquer sinais desses problemas no incio, seu uso pode causar vl-vula cardaca gravssima e problemas pulmonares. Devido a estes efeitos colaterais graves, a substncia foi retirada do mercado em setembro de 1997.

    O diagnstico mdico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertenso de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016, conforme a Vigitel. A prevalncia da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso tambm subiu de 42,6% para 53,8% no perodo. Sendo assim, a sociedade segue adoecendo, e nosso de-ver, enquanto cidados e membros da classe cientfi ca, ajudar o povo a enxergar um fi nal feliz.

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    Morfina e a evoluo da anestesia

    At meados de 1800 as cirurgias eram horrivelmente dolorosas e arrisca-das. Por causa da ausncia da anes-tesia e de assepsia cerca de 80% dos pacientes morriam durante qualquer tipo de procedi-mento cirrgico. Os cirurgies da poca nor-malmente eram frios e faziam as operaes nos pacientes no se preocupando com a dor sentida no momento. At o incio do sculo XIX j existiam em diversas regies do mun-do diferentes maneiras de se tentar aliviar o excesso de dor nos pacientes durante esse tipo de procedimento, como sujeit-los a comas al-colicos, usar tcnicas de acupuntura, plantas medicinais e at hipnose. Foi ento que em 1805 uma potente molcula com alto poder anestsico descoberta mudando para sem-pre a histria da medicina.

    Na imagem ao lado possvel ver algumas das ferramentas utilizadas pelos cirurgies de antigamente, certamente desconfortveis quando o paciente pode senti-las sem nada para amenizar a dor.

    A morfina um potente anestsico desco-berto na Alemanhaem 1805 pelo assistente de farmcia Freidrich Sertner. , assim como outras substncias derivadas do pio, um opi-ide alcalide extrado da Papoula Dormidei-ra (Papaver somniferum L.), uma planta utili-zada desde o sculo IV A.C. pelo homem para fins medicinais.

    Seu nome foi dado por Sertner para fazer apologia ao deus grego Morpheus, deus dos sonhos, por conta da sonolncia que ela cau-sava aps ser ingerida.

    Cirurgia de amputao da perna na Frana em 1800. Como o paciente estava consciente na hora sentin-do dor precisou de mais de uma pessoa para segura-lo.

    Deus Morpheus da mitologia grega

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    Papoula Dormideira de uma plantao em Portugal

    A morfi na foi amplamente usa-da, depois do invento da agu-lha hipodrmica, durante a guerra civil americana (1861 a 1865) como analgsico durante intervenes cirrgicas, deixando muitos soldados dependentes dela. Porm durante essa poca perceberam que essa droga era mais viciante do que o pio, e comeou a haver o vcio. Em 1914 foi estabelecida uma lei nos Estados Unidos que tornou ilegal o uso da morfi na e outras drogas como a herona e cocana. Atualmente, a Lei Federal Americana libera a morfi -na somente para uso mdico

    A morfi na tem sido muito empre-gada na medicina para o alvio de dor crnica, como cncer e queimaduras, e dor aguda, como dores relacionadas a cirurgias, osso quebrado e ferimentos. Segundo o relato de pacientes a dor que numa escala de 0 a 10 atinge seu mximo nvel pode chegar a 0 com o uso da morfi na, muito mais efi ciente do que qualquer outra droga. Isso ocor-re porque ela interfere na transmisso dos sinais eltricos do sistema nervoso que percebemos como dor. Mas como qualquer outra droga ela possui efeitos colaterais, como depresso pulmonar e causa muita dependncia fsica e psico-lgica se for mal administrado, causa uma sensao de prazer.

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    Efeitos clinicamente teis:

    Analgesia central com supresso da dor.

    Sedao na anestesia. Alivia dores extremas.

    EFEITOS

    CURIOSIDADESNo sculo XIX comearam pesquisas por uma nova droga que deveria ter os efeitos anest-sicos da morfina, mas que no causasse uma dependncia to intensa. A partir disso surgi-ram a herona e a metadona. Mas a herona, desenvolvida em 1874 pelo qumico ingls Al-der Wright, tinha efeitos ainda mais pesados do que a morfina e logo causou uma sria de-pendncia em seus usurios. J a metadona, criada em 1937 durante a Alemanha nazista, tem um efeito que dura mais do que a morfi-na, mas no causa prazer.

    A principal diferena da morfina para as drogas alucingenas, como herona, crack, maconha, lsd, que no altera a conscincia do usurio, mas mesmo assim necessita de bastante cautela em sua administrao para evitar dependncia.

    Segundo o Journal of Pain Research o Brasil um dos pases que menos receita a morfina e outros opiides no mundo. De acor-do com Gomes do Amaral, um especialista na rea, pases menos desenvolvidos tende a usar menos opiides devido a um nmero in-ferior de receitas e tambm devido ao sistema de sade menos acessvel em relao a pases desenvolvidos.

    A Coca-Cola foi pensada pelo farmacuti-co John S Pemberton, com o objetivo de curar o vcio de morfina que se instalara na Guerra Civil Americana. john estava viciado em mor-fina, devido a m utilizao durante a guerra, e buscava algo que reduzisse a dependncia

    em morfina e tivesse efeitos similares de al-vio e bem estar. Em 1869, o farmacutico in-ventou a French Wine Coca que continha lcool e cocana.

    A estrutura qumica da morfina foi elucida-da em 1923 por Robert Robinson e colabora-dores. Sua sntese foi descrita em 1952, cento e quarenta e oito anos aps seu isolamento por Squin.

    Efeitos a curto prazo:

    Sonolncia Respirao reduzida Priso de ventre Inconscincia Nusea

    Efeito a longo prazo:

    Dependncia fsica/psi-colgica se usada de for-ma indevida.

    Alder Wright, criador da herona e um frasco da poca em que no se conheciam os graves efeitos da droga.

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    PERIGOS E DEPENDNCIA

    Apesar de ser considerada um forte anest-sico, a morfi na provoca tolerancia, fenmeno que se d pela necessidade de utilizar doses cada vez maiores para se obter o mesmo ba-rato. A tolerncia pode provocar dependn-cia fsica, responsvel pelas severas crises de abstinncia. Tendo em mente os perigos de seu uso, a OMS (Organizao Mundial da Sade) recomenda seu uso somente em casos muito especfi cos.

    Depoimento de um ex-usurio de uma subs-tncia com caractersticas similares morfi na:

    Um amigo meu me ofereceu oxicodona. Co-mecei com tabletes de 40 mg, ento, dois meses depois passei para 60 mg. Neste ponto eu estava realmente dependente e comecei a mastig-los para ter efeito mais rpido e no fi car enjoado. Tinha que tomar um ao levantar de manh, se-no fi cava doente. Tinha que tomar outro antes do meio-dia. Ento mais uns dois de tarde e no comeo da noite. Eu sabia que tinha fi cado de-pendente porque eu precisava deles para o corpo poder funcionar. Eu me sentia muito mal sem eles. No fi cava s mal fi sicamente, alm disso, sem eles eu no conseguia lidar com as pessoas ou com a vida. Ento cheguei s 80 mg e o meu mundo desabou. Comecei a roubar de todos que conhecia para conseguir uma dose...

    Charleen

    O desenvolvimento de tolerncia a opiides um processo muito rpido, fazendo com que o usurio sempre aumentar a dosagem para se obter resultados similares aos anteriores, podendo ocorrer sndromes de abstinncia aps poucos dias de uso constante.

    Informaes nerds

    Frmula: C17H19NO3.IUPAC: (5,6)-7,8-didehydro- 4,5-epoxy--17-methylmorphinan-3,6-diol.Na molcula de MORFINA, salienta-se:Policiclo com 5 anis, sendo um aromtico e dois heterocclicos. Os anis so chama-dos de:

    Benzeno; Ciclohexano; Ciclohexeno; Piperidina; Tetrahidrofurano.

    Tambm apresenta duas hidroxilas: uma fenlica e uma alcolica.Possui massa molar 285,4 g/mol.Tempo de meia-vida: 2-3 horas.Aspecto: slido branco, cristalino.Ponto de fuso: 255C.

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    A Progesterona

    A progesterona um hormnio esteroi-de produzido nas clulas do corpo lteo ovariano da mulher. Est inti-mamente relacionado menstruao e gra-videz, visto que os nveis do mesmo no san-gue se elevam durante o perodo de ovulao e diminuem quando o vulo no fecundado.

    Essa alterao nos nveis de produo de progesterona se deve ao fato de que sua fun-o preparar o corpo da mulher para uma possvel gravidez, ou seja, estimular tanto a produo de leite quanto a membrana muco-sa do tero. O trabalho feito pela progestero-na no organismo feminino to importante que, na dcada de 60, foi criada a progeste-rona sinttica, que nada mais do que um hormnio produzido pelo homem que imita a ao dessa molcula no corpo. Em conjunto com o outro principal hormnio feminino, o estrognio, ela constitui a base da maioria das chamadas plulas anticoncepcionais.

    Estes hormnios, quando ingeridos con-tinuamente, agem no corpo de modo que a glndula pituitria, glndula responsvel pela produo de hormnios, seja suprimida ocasionando em uma interrupo do processo chamado ovulao, a liberao de vulos no ovrio. A progesterona age, tambm, mudan-do a estrutura do endomtrio, o revestimento interno uterino, alm de impedir o esperma de alcanar o vulo, impossibilitando, assim, uma possvel gestao.

    No h dvidas sobre a relevncia em esca-la global da criao e difuso da plula como mtodo contraceptivo. Clinicamente falando, esta apresenta vrios benefcios como regula-o do ciclo menstrual, reduo da acne e da chamada sndrome do ovrio policstico, as-sim como as to odiadas clicas menstruais. Alm disso, por diminuir a quantidade de sangue liberado na menstruao, o seu uso di-minui o risco de anemia por perda de sangue. Tambm pode reduzir as chances de cncer de endomtrio e de ovrio.

    Os benefcios mdicos no so novida-de, mas o que no se fala muito sobre so as mudanas histricas, culturais e econmicas ocasionadas pelo surgimento da plula. Esta pode ser considerada responsvel por uma revoluo sexual e pela emancipao femini-na, no que diz respeito ao poder de escolha. A ideia da existncia de um mtodo contracep-tivo hormonal causou controvrsia entre as feministas. Muitas duvidavam da segurana da mesma, e muitas estavam simplesmente gratas pelo fato de ,agora, as mulheres terem controle de sua prpria fertilidade.

    Com o tempo, a composio da plula foi adaptando-se s necessidades e dificuldades enfrentada por suas clientes, e, hoje em dia, temos acesso miniplula, que no contm o estrognio sinttico, responsvel por grande parte dos efeitos colaterais provocados, mas apenas a progesterona.

    57 anos depois da aprovao deste mto-do contraceptivo, estima-se que 100 milhes de mulheres faam uso do mesmo. Tendo isto em vista, possvel notar a importncia dos estudos sobre o esteroide progesterona e seus impactos na vida diria de grande parte das mulheres ao redor de todo o mundo.

    Quimicamente falando...

    A progesterona um hormnio sexual femini-no da classe dos esteroides. Esses compostos so lipdios que apresentam em comum uma estrutura bsica de um hidrocarboneto com 17 tomos de carbono, formando quatro ciclos.

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    A testosterona, principal hormnio sexual masculino, um esteroide assim como o es-tradiol, principal hormnio sexual feminino que liberado pela placenta no caso de gravi-dez ou pelas glndulas suprarrenais e tambm pelos ovrios. O estradiol um tipo de es-trognio que est envolvido na menstruao. Durante ela haver a formao do ovcito e a produo dos hormnios ovarianos estrgeno, que atua no surgimento de caracteres se-xuais secundrios, e progesterona, ambos preparam o tero para uma possvel gravidez.

    A progesterona apresenta os seguintes dados: Frmula mnima: C21H30O2 Frmula molecular: C21H30O2 Composio centesimal: Massa Molecular = 314 Massa total de carbono = 252 Massa total de hidrognio = 30 Massa total de oxignio = 32 Carbono = 80,25% Hidrognio = 9,55% Oxig-nio = 10,2% Composio centesimal C-80,25% H-9,55% O-10,2%

    Voc sabia?

    1. Conforme a mulher envelhece, diminui os nveis de progesterona e estrognio, gerando em pro-cesso gradativo a menopausa. Quando esses nveis di-minuem, no afetam somente no ciclo menstrual mas tambm contribuem para o envelhecimento, j que menos colgeno significa menos elasticidade na pele, contribuindo para o enrugamento desta. Baixos nveis de progesterona tambm diminuem a capacidade do corpo de criar novas clulas sseas o que aumenta um risco na mulher de desenvolver a osteoporose.

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    2. Mdicos pesquisadores esto trabalhando para substituir a progesterona em homens e mulhe-res a fim de reduzir a probabilidade de contrair alguns tipos de cnceres

    3. Progesterona um termo geral utilizado para uma substncia. 4. O termo progestina muitas vezes utilizado para se referir progesterona produzida em labora-trios para o uso em contraceptivos orais e teraputicos de substituio hormonal.

    5. A progesterona tambm melho-ra o sono, funciona como anti-depressivo e acaba com a sensao de fadiga.Sua falta causa sensao de inchao fsico, cistos na mama, alteraes de humor como irritabili-dade e nervosismo.

    6. essencial porque age em todo o estado fsico e emocional da mulher ao passo de auxiliar na pre-parao do tero e das glndulas mamrias durante a gestao. Ela fornece alvio para os sintomas de calo-res e suores, por isso quando muitas mulheres esto na menopausa e tm baixa produo desse hormnio, elas sentem muito calor e produzem suor numa quantidade acima do normal.

    7. A produo diria de progestero-na numa mulher de 4 mg na fase folicular e de 30 mg na fase lutenica. uma diferena relevante a ponto de per-mitir o uso dos nveis de progesterona na segunda metade do ciclo como evidncia de ovulao.

    8. Insuficincia Lutenica: quando a mulher gera um teor inferior a 5 ng/ml a cada ciclo entre o 21 e 23 dia. Associando-se assim, distrbios mens-truais (hemorragia funcional uterina), in-fertilidade (abortamentos em repeties) devido ao baixo teor de progesterona no ciclo menstrual.

    9. Depresso ps parto: Muitas mulheres sofrem dessa doena, onde a suspenso momentnea da produo de progesterona gera mudanas no comportamento da mulheres, semelhantes s da TPM. Nesse caso a terapia a base de progesterona para balancear a quantidade de hormnio no corpo feminino muito eficaz, trazendo de volta o nimo e melhorando a depresso ps parto.

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    ClonazepamClassifi cado como: Benzodiazepnico

    Clssico.Meia-vida de eliminao: 33 a 40 ho-

    ras.Massa Molar: 315,715g/mol

    Nome IUPAC: 5-(2-clorofenil)-1,3-dii-dro-7-nitro-2H-1,4-benzodiazepina-2-o-

    naPossuem estrutura molecular simples.Um dos primeiros a ser sintestizados

    em laboratrio.

    O QUE ?

    ORIGEM

    O Clonazepam um remdio que per-tence classe dos benzodiazepnicos, medicamentos que causam inibio leve do sistema nervoso, com consequente ao anticonvulsivante, sedativa leve, rela-xante muscular e tranquilizante. indicado em casos de distrbios epilticos, transtornos como de ansiedade, humor, bipolaridade, de-presso e algumas sndromes.

    O remdio tem sua prescrio restrita (tarja preta), devido a possvel causa de dependn-cia, que comparado com outras substancias que causam dependncia e abstinncia como cocana, tendo-se transformado, em pases onde h um uso generalizado, num problema de sade pblica.

    Algumas celebridades tiveram sua morte envolvidas com coquetis de drogas conten-do benzos, como por exemplo: Elvis Pres-ley (diazepam, codena, morfi na e petidina), o cantor Michael Jackson (propofol, diazepam, lorazepam e midazolam), o ator Heath Ledger que fez o papel de coringa do fi lme Batman (oxicodona, hidrocodona, diazepam, temaze-pam, alprazolam e doxilamina).

    Assim como todo remdio, o Clonazepam tem contraindicaes, no deve ser tomado em casos de alergia aos benzodiazepnicos ou

    qualquer componente da formula, pacientes com doenas graves nos pulmes e fgado, ou glaucoma agudo de ngulo fechado, pois po-de-se acabar gerando resultados negativos.

    O clonazepam foi um dos primeiros Benzo-diazepinos (BZDs) sintetizados em labora-trio, durante a dcada de 60, integrando a chamada revoluo dos Benzodiazepinos. Tal denominao refere-se aos grandes avan-os obtidos no tratamento de transtornos de ansiedade a partir do desenvolvimento desse novo grupo de frmacos.

    O qumico LeoSternbach considerado um

    dos maiores inventores do sculo XX

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    COMO AGE NO ORGANISMO

    Sendo um tipo de ansioltico benzoadiazepni-co (substncia que diminui a ansiedade) o Clo-nazepam, na psiquiatria, indicado para casos de trantornos de ansiedade e insnia e tambm muito empregado como anticonvulsivante.

    O Clonazepam atua por meio do seu efeito no receptor de cido gama-aminobutrico (GABA) , abundante em todo o sistema nervoso central (SNC). O GABA o principal neurotransmis-sor inibitrio do SNC do mamferos, logo ao fazer efeito o Clonazepam potencializa a ao do GABA no crebro e assim exerce suas pro-priedades farmacolgicas: ansioltica, hipnti-

    ca, anticonvulsivante e relaxamento muscular. A eliminao do Clonazepam no organismo ocorre por biotransformao, com a elimina-o subsequente de metabolites na urina e bile. A biotransformao ocorre, principalmente pela reduo do grupo 7-nitro para o deriva-do 4-amino. Os principais metabolites so o 7-amino-clonazepam e o produto pode ser ace-tilado para formar 7-acetamido-clonazepam ou glucuronizado. O 7-acetamido-clonazepam e o 7-amino-clonazepam podem ser adicionalmen-te oxidados e conjugados.

    ALERTALevando em conta que o Clonazepam causa de-presso do sistema nervoso central, durante o tratamento o paciente deve tomar cuidado ao realizar tarefas perigosas que exijam agilidade mental, como operar mquinas ou dirigir ve-culos. O uso de outras substancias que tambm deprimem o sistema nervoso centrar, como l-cool e outras drogas tambm deve, ser evitados.

    Por trazer uma sensao de alivio, paz, feli-cidade e relaxamento o Clonazepam tem sido bastante utilizado de forma indiscriminada por toda uma gerao, mas poucos sabem os seus efeitos a longo prazo, j que existe um risco sig-nificativo de dependncia e os prejuzos aconte-cem de forma lenta.

    O QUE NOS TROUXE DE BOM?Por ser um remdio que trata a ansiedade, crises epilticas, e distrbios psicolgicos o Clonaze-pam, ao longo do tempo, vem ajudando pesso-as com tais problemas a superar, ou conviver com obstculos da vida. Apesar dos benefcios, temos que tomar cui-dado com a automedicao no s do Clona-zepam, mas de todos os remdios de tarja pre-ta, que podem causar dependncia e sequelas, como lentido e falhas no sistema nervoso.Propaganda de um remdio antidepressivo.

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