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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de IdososPs-graduao em Segurana e Higiene do Trabalho

Cristina Isabel Rodrigues de SousaOrientador: Prof. Manuel Monteiro

Universidade da Madeira 2008

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de 3 Idade

Curso de Formao para Tcnico Superior de Segurana e Higiene do Trabalho homologado pela Direco Regional de Trabalho Curso de Ps-Graduao em Segurana e Higiene do Trabalho aprovado pelo Senado da Universidade da Madeira

Apoio financeiro de:

REGIO AUTNOMA DA MADEIRA

REPBLICA PORTUGUESA

UNIO EUROPEIA FSE

Cristina Sousa

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de 3 Idade

Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada

Cristina Sousa

iii

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de 3 Idade

Agradecimentos

Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos aos que estiveram presentes na minha vida neste passado ano, perodo de alguns sacrifcios mas tambm de muita alegria.

Aos Professores pelos conhecimentos e experincia transmitidos ao longo do curso e durante a elaborao do Trabalho Final, em especial ao Prof. Dr. Jos Carlos Marques, pelo apoio e permanente disponibilidade para os seus alunos; Aos meus colegas que se tornaram meus amigos e com quem pude sempre contar.

Direco e trabalhadores do Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada que me receberam carinhosamente e prontamente colaboraram no que lhes foi pedido; minha famlia, pelo apoio permanente e sem a qual no teria sido possvel realizar a Ps-Graduao.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de 3 Idade

Abreviaturas e Smbolos Utilizados

I.P.S.S. Instituio Particular de Solidariedade Social C.S.P.B.J. Centro Social e Paroquial do Bom Jesus H.S.T. Higiene e Segurana do Trabalho S.H.S.T. Segurana Higiene e Sade do Trabalho C.R.S.S. Centro Regional de Segurana Social S.R.E. Secretaria Regional da Educao

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de 3 Idade

ndice1 22.1 2.2

INTRODUO ............................................................................................ 1 OBJECTIVOS.............................................................................................. 3Objectivos Gerais ..........................................................................................................................3 Objectivos Especficos...................................................................................................................3

33.1 3.2 3.3

APRESENTAO DA INSTITUIO......................................................... 4Breve Historial...............................................................................................................................4 Caracterizao da Instituio.......................................................................................................4 Mquinas e Equipamentos de Trabalho......................................................................................9

4 55.1 5.2 5.3

METODOLOGIA........................................................................................ 17 IDENTIFICAO DOS RISCOS PROFISSIONAIS .................................. 18Riscos Especficos ........................................................................................................................18 Anlise de Dados..........................................................................................................................25 Tabelas de Anlise Matrizes Compostas ................................................................................28

6 7 8

CONCLUSES ......................................................................................... 30 RECOMENDAES DE MEDIDAS DE SEGURANA............................ 31 BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 33

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

1 IntroduoOs Lares de Idosos constituem uma resposta s necessidades crescentes criadas pelas alteraes sociais e laborais que a sociedade actual atravessa. Na ausncia da famlia so as redes secundrias (as Instituies) que prestam apoio aos idosos da comunidade em que se insere. Este apoio traduz-se na promoo da sade fsica e mental dos utentes a par da existncia de uma rede de afectos e ligaes emocionais indispensvel ao bem-estar dos Idosos. Com base no Despacho Normativo n 12/98 considera-se lar de idosos o estabelecimento em que sejam desenvolvidas actividades de apoio social a pessoas idosas atravs do alojamento colectivo, de utilizao temporria ou permanente, fornecimento de alimentao, cuidados de sade, higiene e conforto, fomentando o convvio e propiciando a animao social e a ocupao dos tempos livres dos utentes. O Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada, I.P.S.S., enfrenta desafios financeiros que so de alguma forma esbatidos pelo apoio dado pela Secretaria Regional dos Assuntos Sociais mediante a realizao de acordos de cooperao entre as partes. Apesar da reconhecida luta das Instituies Particulares de Solidariedade Social (IPSS) contra a escassez de meios financeiros, as exigncias legais no plano da S.H.S.T. contriburam para a tomada de conscincia do imperativo de desenvolver uma poltica de gesto neste mbito.

A realidade da solidariedade social, nomeadamente no que toca a Lares de Idosos, numa perspectiva de Segurana e Higiene do Trabalho, uma realidade ainda pouco documentada em Portugal, havendo pouca bibliografia ou informaes gerais disponveis sobre o tema. A realizao deste trabalho teve como ponto de partida a Legislao de enquadramento da Segurana e Sade do Trabalho, onde se inclui o Cdigo de Trabalho e o DL n. 441/91 de 14 de Novembro, que estabelecem a aco a ser desenvolvida pelas entidades patronais, nomeadamente a obrigatoriedade das Cristina Sousa 1

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos entidades empregadoras organizarem os servios de Segurana Higiene e Sade do Trabalho e consequente preveno de riscos profissionais e promoo e vigilncia da sade dos trabalhadores. Esta obrigao confere avaliao de riscos um papel central nas abordagens preventivas uma vez que o conhecimento da existncia de risco, e da sua natureza, fornece informaes fundamentais para o planeamento de intervenes preventivas adequadas.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

2 Objectivos2.1 Objectivos Gerais-Este trabalho tem como principal objectivo a obteno do Certificado de Obteno Profissional, nvel 5, com base no Decreto-Lei n. 110/2000, de 30 de Junho que faz depender a homologao de tcnicos superiores de SHST da elaborao de um projecto em contexto laboral real.

2.2 Objectivos Especficos-Sensibilizar o C.S.P.B.J. de Ponta Delgada para a importncia de uma correcta gesto de SHST. -Dotar o C.S.P.B.J. de Ponta Delgada de um instrumento de trabalho que permita iniciar o processo de Controlo de Riscos na Instituio. -Informar e sensibilizar os trabalhadores para os riscos associados aos respectivos postos de trabalho e funes. -Fomentar a participao e envolvimento dos trabalhadores no mbito de S.H.T.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

3 Apresentao da Instituio

3.1 Breve HistorialO Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada) foi reconhecido como pessoa colectiva de utilidade pblica, IPSS desde 1 de Fevereiro de 1996, conforme consta na declarao da pgina 8 do Jornal Oficial da Regio Autnoma da Madeira, II Srie, nmero 121, datado de 27 de Junho de 1996. A valncia Lar de Idosos, visada neste trabalho, iniciou a sua actividade a 24 de Julho de 2000.

3.2 Caracterizao da Instituio3.2.1 Localizao GeogrficaO C.S.P. do Bom Jesus situa-se na orla martima da costa norte da Ilha da Madeira, no concelho de So Vicente e Freguesia de Ponta Delgada. (mapa em anexoI)

ER 220

ER 101

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

3.2.2 Estrutura Orgnica e FuncionalO Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada uma Instituio Particular de Solidariedade Social e como tal depende hierarquicamente da Diocese do Funchal. A referida Diocese nomeia, regra geral, com uma frequncia de trs em trs anos membros que iro fazer parte da Direco e do Conselho Fiscal. Assim, o Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada tem uma Direco composta pelos seguintes elementos: Presidente; Vice-Presidente; Secretrio; Tesoureiro e Vogal. O Conselho Fiscal constitudo por: Presidente; Secretrio e Tesoureiro. No Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada, os funcionrios regem-se pelas orientaes emanadas pelo Director de Servios, enquanto superior hierrquico. Por seu turno, este orienta a sua prtica profissional tendo em conta as deliberaes dos membros da Direco do Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada. (organograma em anexo II) O Centro Social e Paroquial do Bom Jesus de Ponta Delgada integra diferentes valncias: Lar de Idosos, Residncia para Idosos, Centro de Dia, Creche e Servios de Ajuda Domiciliria (lavandaria). O Lar de Idosos tem presentemente capacidade para 28 Idosos.

3.2.3 Caracterizao dos Recursos Humanos do Sector3.2.3.1 Nmero de trabalhadoresSo 22 colaboradores que trabalham no Lar de Idosos. No entanto esto tambm parcialmente afectos a outras valncias. Como informao adicional, uma vez que no sero considerados na anlise de riscos profissionais, refiro a existncia de 4 trabalhadores em regime de prestao de servios: Nutricionista; mdico; enfermeira e motorista. Presentemente esto tambm a trabalhar junto dos idosos, na ocupao de tempos livres, dois professores destacados pela S.R.E.

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3.2.3.2 Distribuio por Grupos Etrios

Escales Etarios Trabalhadores56-60 0% 61-65 51-55 5% 9% 46-50 14%

25-30 23%

41-45 18%

36-40 0%

31-35 31%

Observamos que os trabalhadores com idades compreendidas entre 31 e 35 anos representam o maior grupo etrio na Instituio. Estas trabalhadoras foram, maioritariamente, recrutadas para a abertura do Lar de Idosos ao abrigo de um protocolo com a Secretaria de Recursos Humanos com intuito de promover o emprego de indivduos que haviam terminado o ensino complementar nesta freguesia rural da RAM

3.2.3.3 Distribuio por Sexo Distribuio por sexo

Masculino 9%

Feminino 91%

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos Os trabalhadores de sexo feminino esto em clara maioria no universo total. Tal devese existncia das tradicionalmente chamadas profisses femininas de apoio aos utentes.

3.2.3.4 Distribuio por AntiguidadeAntiguidade

> 8 anos 14%

at 1 ano 1 a 3 anos 9% 9%

6 a 8 anos 45%

4 a 6 anos 23%

Os trabalhadores representados nos 45% do total com 6 a 8 anos de antiguidade iniciaram funes na altura da abertura do Lar de Idosos.

3.2.3.5 Distribuio por Categorias ProfissionaisCate gorias Profissionais

Auxiliar de Ser vios Ger ais Dir ect or a de Ser vios Escr it ur r io Ajudant e de Cozinha Cozinheir a Lavadeir a Ajudant e de Aco Dir ect a Mot or ist a de Ligeir os 0

3 1 2 1 2 2 11 12 4 6 8 10 12

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

Verificamos que os 22 trabalhadores se dividem por 8 categorias profissionais.. so elas: Directora de servios; Escriturrios; Ajudantes de Aco Directa; Auxiliares de Servios Gerais, Cozinheiras, Ajudantes de Cozinha, Lavadeiras e Motorista de Ligeiros. Representam a maior percentagem dos profissionais, com 10 elementos, as ajudantes de aco directa.

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3.3 Mquinas e Equipamentos de TrabalhoUm Lar de Idosos obriga existncia de variados departamentos equipados com respectivos equipamentos de trabalho. A Identificao das mquinas e equipamentos da Instituio em listagem seguidamente apresentada foi condicionada pela falta de documentao respeitante aos mesmos. A utilizao das mquinas enquanto equipamentos de trabalho obriga-se a regras reguladoras de segurana institudas na Directiva Equipamentos de Trabalho (Directiva 89/665/CEE de 30 de Novembro e pela Directiva 2001/45/CE), transposta para a legislao nacional atravs do DL 50/2005, de 25 de Fevereiro.

As mquinas devero apresentar a marcao CE como garantia de que os requisitos de segurana da Directiva Mquinas so cumpridos. Tal no se verifica na totalidade das mquinas identificadas, como se comprova na listagem seguinte. O conceito de equipamento de trabalho mais vasto do que o conceito de mquina, porque engloba qualquer mquina, aparelho, ferramenta ou instalao utilizada no trabalho. O empregador dever identificar os perigos associados aos equipamentos mesmo que apresentem a marca CE e avaliar os riscos relacionados com a sua utilizao.

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3.3.1 Listagem de equipamentoMARCAO CE

N

EQUIPAMENTO

MODELO

QUANTIDADE

IMAGEM

1

Computador

Slim Asus

CE

1

2

Computador

HP Vectra VL420DT

CE

2

3

Fax

Okifax 4100

CE

1

4

Dobra Papel

Ideal 8304

CE

1

5

Impressora

HP 1220C

CE

1

Konica 6 Fotocopiadora Minolta DI 1611 CE 1

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7

Elevador

NME940

1

Grua 8 ( levanta doentes da cama) Reliant 250 CE 1

9

Televiso

Grundig

CE

1

10

Televiso

Philips

CE

2

11

Sistema udio

Pionner

CE

1

12

Rdio

Worten

CE

1

13

Desumidificador

Whirlpool 480

1

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14

Exaustor

Sola e Palau RMB 1.5

1

15

Panela

Silko

1

16

Fogo

Silko

1

17

Fogo

Bertos G4F5D8

1

18

Estufa

Silko

1

19

Grelhador

Silko

1

20

Estufa

Silko

1

21

Mquina Lavar Loia

Beletrobar

CE

1

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22

Balco Frigorifico

Dincopa

1

23

Arca Frigorfica

Edesa

CE

2

24

Armrio Frigorfico

Aguedapam

2

25

Micro-Ondas

Ariston

CE

1

26

Moinho de Carne

Fama FTS117

1

27

Robot de Cozinha

Krups Depose

CE

1

28

Mquina de Secar Roupa

IPSO DR30

CE

1

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13

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29

Mquina de Secar Roupa

Primus DA13E

CE

1

30

Mquina de Lavar Roupa

IPSO HF95

CE

1

31

Mquina de Lavar Roupa

Primus 16

CE

1

32

Vaporeta

Fibir

1

33

Mquina de Costura

Singer 1014

CE

1

Black & 34 Cortador de Relva Decker 38cm GR380 1200W CE 1

35

Caldeira

Vaillant

CE

1

I Mercedes36 Veculo Benz Sprinter Cristina Sousa 14 1

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos 313CDI

3.3.2 Equipamento / TrabalhadorEquipamento Cozinheiras / Escriturrios Ajudante de Lavadeiras Auxiliares Aj. Aco Motorista 15 Directora Servios

1

Computador Computador Fax Dobra Papel Impressora Fotocopiadora Elevador Grua Televiso Televiso Sistema udio Rdio Desumidificador Exaustor Panela Fogo Fogo Estufa Grelhador Estufa Mquina Lavar Loia

X

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

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Cozinha

Directa

Gerais

N

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos 22 23 24 25 26 27 28 Balco Frigorifico Arca Frigorfica Armrio Frigorfico Micro-Ondas Moinho de Carne Robot de Cozinha Mquina de Secar Roupa Mquina de Secar Roupa Mquina de Lavar Roupa Mquina de Lavar Roupa Vaporeta Mquina de Costura Cortador de Relva Caldeira Veculo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

29

30

31 32 33 34 35 36

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4 MetodologiaO levantamento dos riscos profissionais existentes foi feito atravs da observao directa, recurso a questionrios aplicados aos trabalhadores, medio dos nveis de rudo, luminosidade e ambiente trmico e ainda foi feita uma anlise dos riscos existentes atravs do Mtodo das Matrizes Compostas.

A opo pela utilizao deste mtodo deve-se ao facto de permitir uma anlise generalista dos riscos existentes nos diversos postos de trabalho. (Ser elaborada posteriormente, a pedido da Instituio, uma anlise de riscos com recurso a mtodos de anlise mais especficos) O mtodo das matrizes permite o tratamento de dados e a apresentao de resultantes medidas preventivas/correctivas, listagens de situaes perigosas por grau de risco, permitindo tambm o estabelecimento de prioridades de actuao.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

5 Identificao dos Riscos ProfissionaisA Identificao dos riscos existentes consiste na previso da ocorrncia dos mesmos, a sua dimenso, consequncias esperadas e respectivo controlo. Os resultados permitem planear e implementar medidas de reduo de riscos.

5.1 Riscos Especficos5.1.1 Riscos Fsicos5.1.1.1 Riscos Associados ao RudoNo foram detectados na Instituio zonas onde o rudo pudesse constituir um risco a considerar nesta anlise. As medies foram realizadas nos cinco principais locais de trabalho Cozinha; Lavandaria, Sala de Convvio, Escritrio e Quarto de dormir . Os valores apresentados correspondem rudo instantneo:

Cozinha Lavandaria Sala de Convvio Escritrio Quarto de Dormir 59,6 db 60,9 db 61,6 db 60,6 db 58,1 db

A sala de Convvio foi o local onde se verificou que o nvel de rudo era mais elevado, o que se deve essencialmente ao funcionamento de uma TV, destinada a um grupo numeroso de utentes. No entanto, e tal como nos restantes locais considerados, os nveis de rudo detectados no so significativos para uma anlise de riscos uma vez que, segundo o D.L. 182/2006 de 6 de Setembro, no so atingidos os limites mximos legais. Importa ressalvar que a medio oficial do rudo dever ser realizada por tcnicos credenciados para o efeito

5.1.1.2 Uso de EquipamentoVerificamos na listagem de equipamentos previamente apresentada que o maior nmero de equipamentos da Instituio encontra-se na Cozinha e Lavandaria.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos Os riscos associados ao uso de equipamento resultam essencialmente da falta de informao e formao para o manuseamento das mquinas. Assim sendo os riscos mais comuns so os riscos de choque, de corte, de esmagamento e queimadura. Foi determinado como risco inerente reparao de alguns equipamentos o recurso a trabalhadores no qualificados para o efeito. Os trabalhadores revelam em alguns casos desconhecimento sobre o equipamento que utilizam e essencialmente demonstram falta de conscincia dos riscos existentes. Identifica-se assim uma necessidade urgente de informao sobre as funes dos equipamentos manuseados, sensibilizao sobre os riscos da mesma e, por ltimo, a formao sobre a correcta utilizao dos equipamentos como medida fundamental para a reduo dos riscos existentes.

5.1.1.3 Ambiente TrmicoO CSPBJ de Ponta Delgada no utiliza sistemas de ar condicionado, sendo o arejamento dos espaos conseguido atravs da circulao natural de ar entre janelas. Apesar desse objectivo ser cumprido, os trabalhadores apontaram nas respostas ao questionrio aplicado (anexo V ) a existncia de correntes de ar, prejudiciais sua sade e bem-estar. Efectivamente verificamos que a abertura das janelas para arejamento tinha como consequncia a permanente corrente de ar entre os quartos dos utentes e os demais locais das instalaes contribuindo para o arrefecimento excessivo e mudanas de temperatura constantes entre espaos de trabalho. A Cozinha apresenta um ambiente trmico relativamente elevado mas no poder ser considerado um risco para o trabalhador uma vez que a temperatura mais alta atingida somente no perodo de cozedura dos alimentos, no representando valores nocivos para os trabalhadores. Na lavandaria funcionam quase em permanncia duas mquinas de lavar e duas mquinas de secar em simultneo com a utilizao do ferro de engomar, o que representa o aquecimento do ambiente trmico deste local. No entanto as medies efectuadas permitem afirmar que no representa um risco profissional com gravidade para as lavadeiras. Os resultados obtidos com a medio do ambiente trmico so os que seguem:

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

Cozinha Lavandaria Sala de Convvio Escritrio Quarto de Dormir Temp. - C R.H. - % 22,6 52,3 22, 5 54,4 21,3 55,7 20,4 52,2 20,2 51,3

5.1.1.4 Riscos associados IluminaoApesar das instalaes do CSPBJ beneficiarem de uma boa exposio solar, os trabalhadores recorrem ao uso de luz artificial durante o horrio de trabalho. As tarefas, em regra, no exigem iluminao especfica por no inclurem trabalhos de detalhe ou preciso. As excepes sero os cuidados de sade ou de higiene que possam necessitar de um foco de iluminao. Para o efeito a Instituio dispes de um candeeiro mvel que permite a iluminao adequada no local desejado. O candeeiro igualmente utilizado no perodo nocturno nos cuidados de um utente de forma a no incomodando os restantes. As medies foram efectuadas pelas 15 horas, nos locais de trabalho com recurso a luz artificial. Os valores apresentados so uma mdia dos resultados das medies efectuadas em diferentes pontos do espao considerado:

Cozinha Lavandaria Sala de Convvio Escritrio Quarto de Dormir Lux 148 298 178 242 178

5.1.2 Riscos QumicosOs riscos qumicos identificados associam-se s substncias qumicas dos detergentes utilizados em trs departamentos: Limpeza, Cozinha e Lavandaria. Apesar de um nmero elevados de detergentes, destinados limpeza das instalaes, terem sido substitudos por um menor nmero de produtos mais polivalentes e adequados aos materiais existente, denotou-se falta de conhecimento por falta das trabalhadoras sobre os seus componentes e possveis riscos associados sua utilizao, nomeadamente sobre a mistura de produtos e o uso de quantidades inadequadas (concentrado / diludo). No foi detectado qualquer procedimento para o manuseamento dos detergentes nem para a utilizao de EPI`s, ficando este ao critrio das trabalhadoras.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos As trabalhadoras responsveis pela limpeza dos quartos, wcs e espaos comuns, assim como as trabalhadoras responsveis pela limpeza da cozinha utilizam luvas de borracha, evitando o contacto directo com os produtos. No entanto, nem sempre o calado usado adequado, permitindo o contacto do detergente com a pele. O armazenamento dos detergentes da cozinha e limpeza em geral feito de forma adequada em locais destinados ao efeito, sem contacto com outros materiais. Pelo contrrio, a lavandaria exibiu desadequao do espao destinado ao armazenamento dos produtos qumicos existentes e uma notria falta de organizao facilitadora de trocas involuntrias e manuseamento incorrecto dos produtos. So utilizadas luvas de borracha, mscaras de papel e aventais como equipamento de proteco individual. Conclui-se, pela anlise das fichas de segurana dos produtos (anexo VI) que a Lixvia a que representa maior risco para os profissionais, no devendo ser misturada com quaisquer outros produtos e obrigatoriamente manipulada com precauo.

5.1.3 Riscos Elctricos e de IncndioTodos os departamentos e profissionais lidam com equipamento elctrico e consequentemente correm riscos associados sua utilizao. Para alm disso, todos os locais de trabalho recorrem utilizao de extenses elctricas, frequentemente sobrecarregadas e colocadas em locais desadequados, tais como perto de pontos de gua ou em zonas de passagem. O recurso a extenses reflecte a desadequao do nmero de tomadas elctricas existentes no local de trabalho. Os quadros elctricos apresentaram-se de fcil acesso, sem qualquer informao junto dos disjuntores.

5.1.4 Riscos BiolgicosOs riscos biolgicos existentes num Lar de Idosos so os caractersticos de uma instituio que presta uma srie de servios aos utentes, nomeadamente cuidados de sade aos seus residentes No entanto, o internamento implica a existncia de comprovativo que o candidato no portador de doenas infecto-contagiosas. De igual forma, implica, a aprovao do mdico da Instituio que confere a situao clnica do indivduo. Assim sendo, as Cristina Sousa 21

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos doenas mais comuns entre os doentes no so infecto-contagiosas, diminuindo grandemente o risco de contaminao dos trabalhadores. Uma das tarefas das Ajudantes de Aco Directa a colaborao nos cuidados de sade que no requerem conhecimentos especficos, nomeadamente na aplicao de cremes medicinais, aplicao de pensos e desinfeco de pequenas feridas. A contaminao que da pode advir representa um risco diminuto, exigindo relativas precaues e uso de equipamento de proteco individual adequado luvas e mscaras. A prestao de cuidados de higiene e conforto aos utentes implica em muitos casos a tarefa de mudar fraldas aos doentes. Esta tarefa implica procedimentos de segurana tais como a utilizao de luvas e adequada tcnica de forma a minimizar a contaminao microbiolgica. Outros trabalhadores com possibilidade de contaminao biolgica so as auxiliares de servios gerais e as lavadeiras. As primeiras garantem a muda de roupa da cama duas vezes por semana (diria no caso de utentes acamados). Recolhem as roupas pessoais dos utentes e encaminham-nas lavandaria em sacos plsticos fechados. O tratamento de roupas na lavandaria inclui a recepo das roupas de cama e roupas pessoais dos utentes, a sua seleco, lavagem em mquinas de caractersticas industriais a temperaturas adequadas, o engomar das peas e organizao para a devoluo aos quartos. Durante este processo as lavadeiras utilizam mscaras e luvas de borracha de forma a minimizar odores e contaminao. As instalaes no foram construdas para o fim que presentemente cumprem o que, condiciona negativamente a organizao geral dos equipamentos, detergentes, roupas e demais objectos existentes. A circulao de ar neste espao garantida pela abertura de pequenas janelas existentes junto ao tecto no permitindo uma adequada renovao do ar. Ainda na lavandaria comprovamos que as trabalhadoras usufruem do seu intervalo no espao fsico da lavandaria onde lancham sem qualquer precauo para evitar contgios. Os Riscos Biolgicos no representam uma grande percentagem dos riscos detectados nesta Instituio e apesar de exigirem melhorias e implementao de procedimentos no exigem alteraes urgentes.

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Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos

5.1.5 Riscos ErgonmicosO levantamento de cargas com esforo, a movimentao manual, as posturas de trabalho penosas frequente no tratamento dirio dos utentes, essencialmente junto das Ajudantes de Aco Directa. No entanto ocorrem tambm no desempenho de outras tarefas tais como: a movimentao de roupas, de mercadorias, de materiais, no empurrar de carrinhos, camas, contentores de lixo assim como na execuo de servios de limpeza. A preveno destes problemas obriga a que, mediante avaliao das actividades, se tenha em ateno a exigncia de que actividades implicam movimentaes manuais e posturas penosas. Os riscos ergonmicos so os mais frequentes num lar de Idosos e os que afectam com diferente gravidade a totalidade dos trabalhadores, desde os de apoio directo aos utentes, aos que realizam trabalhos administrativos, trabalhadores da cozinha, de limpeza e motorista., As respostas obtidas no questionrio aplicado comprovam que alguns trabalhadores reconhecem a existncia de perigos ergonmicos no desempenhar das suas funes. Apesar disso afirmam no saber quais os comportamentos / posturas adequadas a determinadas situaes de trabalho. Perante esta realidade torna-se imperativa a realizao de aces de formao sobre movimentao manual de cargas e posturas inadequadas com intuito de minimizar ou eliminar os riscos ergonmicos identificados; a utilizao de equipamento regulvel ou de auxlio tcnico e a reorganizao de alguns locais de trabalho.

5.1.6 Riscos PsicossociaisOs riscos profissionais desta natureza relacionam-se com o papel social do trabalhador na Instituio, com as suas relaes inter-pessoais no trabalho, horrios de trabalho, stress laboral, exigncias profissionais, falta de orientao por parte das chefias, injustias organizacionais, violncia por parte dos utentes e trabalho de equipa ineficiente. Entre os factores adicionais de stress podero incluir-se a confrontao com a dor e morte de utentes, a falta de autonomia e a monotonia de certas tarefas e ainda em alguns casos, o trabalho isolado e a falta de apoio e Feed-back por parte das chefias. Cristina Sousa 23

Metodologia de Segurana a adoptar pelos trabalhadores de um Lar de Idosos Em conversas informais tidas com as trabalhadoras, foi possvel recolher algumas informaes adicionais s obtidas nas respostas ao questionrio aplicado. Foi revelado por algumas trabalhadoras alguma insatisfao pela falta de reconhecimento do seu esforo profissional resultante tambm de falta de comunicao com as chefias. Foi tambm apontado como elemento negativo a necessidade de trabalho nocturno e por turnos. Efectivamente, o trabalho por turnos e o trabalho nocturno pode causar uma srie de problemas de sade e aumentar o stress no trabalho uma vez que destabiliza a rotina de vida do trabalhador, influenciando a sua vida familiar e bem-estar geral. Da serem recomendadas determinadas medidas, algumas das quais presentes no Cdigo do Trabalho: a organizao de turnos que permita a mudana de turno gradual de manh, tarde e depois noite; a existncia de tempos livres que permitam ao trabalhador recuperar horas de sono; pausas para descanso durante o turno; comunicao com antecedncia dos horrios estabelecidos e reduo ao mnimo de alteraes de turno. Outro elemento significativo na existncia de situaes de stress relaciona-se com o apoio dirio de utentes que apresentam fragilidades, que necessitam de cuidados especficos, que so indivduos muitas vezes dependentes fsica e emocionalmente dos que trabalham no Lar. O contacto com a dor, com a doena e com a morte revelase frequentemente motivo de stress profissional exigindo ateno por parte dos responsveis da Instituio na promoo de aces de formao e sensibilizao para a utilizao de instrumentos de defesa. .Um aspecto analisado na Instituio foi o da violncia. Ainda que no generalizada, a violncia existe e traduz-se em comportamentos de abuso verbal ou fsico, ameaas e insultos por parte dos utentes. Tal explica-se essencialmente pela debilidade emocional e pela existncia de patologias associadas velhice, nomeadamente a senilidade. No entanto, as trabalhadoras de apoio, mais afectadas por esta situao, revelam capacidades de lidar adequadamente sem que sejam prejudicadas pela mesma. Os riscos psicossociais podem afectar a sade fsica e mental do trabalhador. Note-se que o stress ao longo de um determinado perodo de tempo pode contribuir para doenas psiquitricas, nomeadamente depresses. Em regra estes riscos so menosprezados pelos prprios trabalhadores e pelos superiores hierrquicos, exigindo medidas de aco de forma a minimizar os seus efeitos. Cristina Sousa 24

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5.2 Anlise de Dados5.2.1 Mtodo das Matrizes CompostasA anlise de riscos a um posto de trabalho um passo fundamental para o conhecimento desse mesmo posto de trabalho, bem como uma ferramenta imprescindvel para o aumento do respectivo nvel de segurana. O mtodo das matrizes permite o tratamento de dados, nomeadamente a elaborao de listagens com medidas preventivas/correctivas, listagens de situaes perigosas por grau de risco, permitindo tambm o estabelecimento de prioridades de actuao. O mtodo das matrizes compostas considera o uso de quatro variveis: F= Frequncia S= Severidade dos Danos PCS= Procedimentos e condies de segurana adoptados VP= Nmero de pessoas afectadas

Sendo a varivel Grau de risco (GR) determinado pelo produto das variveis acima referidas. GR = F * S * PCS * VP

As tabelas seguintes apresentam as escalas e respectivos descritores para cada uma das variveis referidas: Escala de Frequncia (F) Mtodo de Matriz Composta Frequncia (F) 1 2 3 4 5 Frequente Provvel Ocasional Remoto Improvvel

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Escala de Severidade (S) Mtodo de Matriz Composta Severidade (S) 1 Catastrfico Morte, leso com incapacidade permanente, perda do sistema ou danos ambientais muito graves. Danos 2 Crtico graves, leses com incapacidade temporria ou

permanente mas de pequenas percentagens ou perda parcial do sistema ou danos ambientais graves.

3

Marginal

Leses menores com ou sem incapacidade temporria mas com pouca gravidade, danos no sistema ou ambiente pouco graves. Leses pequenas sem qualquer tipo de incapacidade, danos no sistema ou ambiente insignificantes ou desprezveis. Sem leses corporais ou danos para o sistema.

4 5

Negligencivel Insignificantes

Escala de Procedimentos e condies de Segurana (PCS) Mtodo Matriz Composta Procedimentos e Condies de Segurana (PCS) 1 2 3 4 5 No existem ou no so conhecidas Srias deficincias Algumas deficincias no procedimentos e falta de implementao de outros Suficientes mas melhorveis Suficientes e bem implementadas

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Escala de Nmero de Pessoas Afectadas (VP) Mtodo de Matriz Composta Nmero de Pessoas Afectadas (VP) 1 2 3 4 5 51 31-50 11-30 4-10 1-3

Indce de Risco e Prioridade de Interveno segundo a Magnitude do risco obtida Mtodo da Matriz Composta Grau de Risco =1 1 Situao Urgente 1-16 2 Situao crtica 16-81 3 Situao aceitvel 81-256 4 Situao bastante aceitvel 256-625 5 Situao ptima No requer alteraes. Podero ser realizadas pequenas aces de melhoria. Requer algumas alteraes. Situao drstica, requerendo alteraes urgentes e obrigatrias. Requer alteraes urgentes. ndice de Risco Prioridades de Interveno

O Grau de risco pode variar entre 1 (muito mau) e 625 (muito bom) e as prioridades de interveno so determinadas entre a situao urgente e a situao ptima.

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5.3 Tabelas de Anlise Matrizes Compostas

Departamento / Categoria Profissional

Tarefa / Situao Levantar utente da cama Dar banho ao utente Vestir Utente Mudar fraldas Utilizar a Grua (Levantamento de utentes) Movimentar acamado Dar refeies Auxiliar a movimentao Administrar medicao Acompanhamento emocional do utente Prestar cuidados de sade Trabalho por turnos Trabalho nocturno

Perigos

Risco

Tipo de Risco Ergonmico Ergonmico Ergonmico Qumico Ergonmico Biolgico Elctrico Ergonmico Ergonmico Fsico Fsico Qumico Psicossocial

F

S PCS VP GR

Mdia

Posturas inadequadas Posturas inadequadas Posturas inadequadas Utilizao de Luvas Posturas inadequadas Contaminao Utilizao do equipamento Posturas inadequadas Posturas inadequadas Queda em altura Queda ao mesmo nvel Contacto com substncias qumicas Doena do utente Morte do utente Violncia verbal Contaminao Desconcentrao Cansao Desconcentrao Cansao

Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Alergia Leses Msculo-esquelticas Doena Choque elctrico, Morte Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Leses graves Leses Msculo-esquelticas Intoxicao Stress / Depresso

1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1

3 3 3 4 3 5 1 2 3 2 3 4 3 3 3 2 2 2 2 2

3 3 3 4 3 3 3 4 4 4 3 3 3 3 3 4 4 4 4 3

4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

36 36 36 64 36 60 48 32 48 32 36 48 36 72 72 32 32 32 32 24

36 36 36 53

48 32 48 32 48 60

APOIO DIRECTO Ajudantes de Aco Directa

Doena Acidente Stress / Depresso Acidente Stress / Depresso

Biolgico Fsico Psicossocial Fsico Psicossocial

32 32 28

Mdia ParcialDepartamento / Categoria Profissional Tipo de Risco Ergonmico Fsico Biolgico Ergonmico Fsico Ergonmico Fsico Qumico Ergonmico Ergonmico Biolgico Ergonmico

43

Tarefa / Situao Fazer cama / mudar roupa de cama Limpar W.Cs

Perigos

Risco

F

S PCS VP GR

Mdia

Posturas Inadequadas Quedas ao mesmo nvel Contaminao Posturas Inadequadas Quedas em altura Posturas Inadequadas Quedas ao mesmo nvel Contaminao Posturas Inadequadas Posturas inadequadas Contaminao Posturas inadequadas

Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Doena Leses Msculo-esquelticas Morte Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Intoxicao Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Doena Leses Msculo-esquelticas

1 1 1 1 3 3 1 1 3 1 1 1

3 3 2 2 1 2 3 4 2 3 3 2

3 3 3 4 1 2 3 3 2 4 3 4

4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

36 36 24 32 12 48 36 48 48 48 36 36

36 31

LIMPEZA Auxiliar Lavar janelas de Servios Gerais Lavar cho Recolha de Roupa Suja Recolha de Lixo

30

44

42 36

Mdia ParcialDepartamento / Categoria Profissional Tipo de Risco Ergonmico Ergonmico Fsico Fsico Fsico Ergonmico Elctrico Ergonmico

36

Tarefa / Situao

Perigos Posturas Inadequadas Movimentos repetitivos Cansao visual Contacto com equipamento elctrico Contacto com equipamento elctrico Postura Inadequada Contacto com equipamento elctrico Postura Inadequada

Risco Leses Msculo-esquelticas L.E.R. Doena oftalmolgica Choque elctrico Choque elctrico Leses Msculo-esquelticas Choque elctrico Leses Msculo-esquelticas

F 1 1 1 1 1 2 2 1

S PCS VP GR 3 3 3 1 3 4 3 4 3 3 3 4 4 4 4 3 5 5 5 5 5 5 5 5 45 45 45 20 60 160 120 60

Mdia

Trabalhar com PC ADMINISTRATIVO Directora / Imprimir documentos Escriturrios Fazer fotocpias Atender chamadas telefnicas

39

60 140 60

Mdia Parcial

75

Departamento /

Tarefa / Situao

Perigos

Risco

Tipo de

F

S PCS VP GR

Mdia

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Categoria Profissional Descascar e/ou cortar alimentos Cozinhar alimentos (cozer, fritar ou assar) Pancada e/ou corte Leses Msculo-esquelticas Queimadura Doena Leses Msculo-esquelticas Leses Leses LER Leses Msculo-esquelticas Queimadura Leses Leses Msculo-esquelticas Queimadura Doena Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Leses Msculo-esquelticas Intoxicao Leses Msculo-esquelticas Acidente Stress / Depresso

Risco

Fsico Fsico Fsico Ergonmico Fsico Fsico Ergonmico Ergonmico Fsico Fsico Ergonmico Fsico Fsico Fsico Ergonmico Fsico Ergonmico Qumico Fsico Fsico Psicossocial

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

3 2 3 3 4 5 3 3 2 3 3 3 3 3 3 4 3 3 3 2 2

4 4 4 4 4 4 4 3 3 4 4 4 4 3 3 4 4 4 4 5 5

5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 4

60 40 60 60 80 100 60 45 30 60 60 60 60 45 45 80 60 60 60 40 40

60

COZINHA Cozinheiras / Ajudantes de cozinha / Auxiliares de Servios Gerais

Projeco de substncias quentes Variaes Trmicas Posturas Inadequadas Preparar refeitrio para Quedas ao mesmo nvel refeies Choque contra mobilirio ou objectos Posturas Inadequadas Distribuir refeies em Manuseamento de cargas doses individuais Projeco de substncias quentes Queda ao mesmo nvel Posturas Inadequadas Colocar e retirar loia na mquina de lavar Variaes trmicas Arrumar alimentos e materiais em prateleiras Limpar as instalaes da cozinha Trabalho por turnos Queda de Objectos Posturas Inadequadas Quedas ao mesmo nvel Postura Inadequada Contacto com detergentes Queda ao mesmo nvel Desconcentrao Cansao

72

60 45 60 60 60 45 45 80 60 60 60 40

Mdia ParcialDepartamento / Categoria Profissional Tarefa / Situao Perigos Risco Leses Msculo-esquelticas Morte Leses Msculo-esquelticas Intoxicao Leses Msculo-esquelticas Leses Variadas Tipo de Risco Fsico Fsico Ergonmico Qumico Ergonmico Fsico F 2 1 2 2 2 3 S PCS VP GR 2 1 3 4 4 1 5 5 1 4 4 1 5 5 5 5 5 5 100 25 30 160 160 15

58Mdia

Conduzir veculo TRANSPORTE Motorista Carga, transporte e descarga de mercadorias Limpeza do veculo Tarefas polivalentes

Acidente de viao Posturas Inadequadas Contacto com detergentes Posturas Inadequadas Desconhecimento dos riscos possveis

63 30 160 15

Mdia ParcialDepartamento / Categoria Profissional Tarefa / Situao Perigos Postura Inadequada Contaminao Postura Inadequada Contacto com detergentes e amaciadores Contacto com electricidade Postura Inadequada Contacto com electricidade Postura Inadequada Movimentos Repetitivos Contacto com superfcie quente Contacto com electricidade Postura Inadequada Contacto com electricidade Utilizao de mquina Contacto com superfcie quente Contacto com electricidade Postura Inadequada Utilizao de mquina Iluminao Inadequada Risco Leses lombares Doena Leses lombares Alergias Choque elctrico Leses lombares Choque elctrico Leses Lombares L.E.R. Queimadura Choque elctrico Leses lombares Choque elctrico Entalamento Queimadura Choque elctrico Leses lombares Entalamento Leses oculares Tipo de Risco Ergonmico Biolgico Ergonmico Qumico Elctrico Ergonmico Elctrico Ergonmico Ergonmico Fsico Elctrico Ergonmico Elctrico Fsico Fsico Elctrico Ergonmico Fsico Fsico F 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 3 S PCS VP GR 2 3 2 3 2 2 2 2 2 3 3 2 3 2 2 3 3 3 3 3 2 3 2 3 3 3 4 4 4 3 3 4 1 3 4 3 3 2 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 30 30 30 30 30 30 30 40 40 60 45 90 180 30 90 180 135 135 90

67Mdia

Selecionar de roupa Colocar roupa na mquina de lavar Colocar roupa na mquina de secar LAVANDARIA Lavadeiras Engomar (uso de ferro de engomar)

30

30

30

46

Engomar (uso da calamandra)

98

Costurar

135

Mdia Parcial

61

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Concluses

Podemos concluir, com base na anlise realizada e perante os ndices de riscos resultantes, que as situaes so consideradas, na sua maioria, aceitveis. Isto significa que a maior parte dos riscos detectados poder ser minimizado ou eliminado mediante algumas alteraes. Estas alteraes podero passar por implementao ou alterao de procedimentos j existentes, aquisio de material ou instrumentos de trabalho mais adequados, planeamento e execuo de aces de formao entre outras medidas. Nenhuma situao ou tarefa foi considerada como requerendo alteraes urgentes ou obrigatrias mas, de igual forma no foram detectadas tarefas que representassem uma situao ptima, no requerendo alteraes. A situao considerada crtica corresponde a um risco fsico que advm de tarefas no adequadas funo do trabalhador e potencial desconhecimento dos riscos envolvidos. Os riscos ergonmicos foram identificados com maior regularidade. Todas as categorias profissionais incluem tarefas ou situaes laborais onde foram detectados perigos associados aos riscos ergonmicos. As posturas incorrectas adoptadas e o levantamento manual de cargas inerente aos cuidados prestados aos utentes so os principais causadores de leses msculo-esquelticas dos trabalhadores. A anlise de riscos feita segundo o mtodo das matrizes compostas indica que o conjunto de funes que apresenta maior grau de risco o realizado pelas ajudantes de aco directa. Apesar de requererem somente algumas alteraes, esta anlise permite uma chamada de ateno para os, muitas vezes negligenciados, riscos psicossociais. Esta categoria de risco tradicionalmente menosprezada por entidades empregadoras e prprios trabalhadores. Importa referir que o bem-estar psquico e social importante para o desempenho de qualquer trabalhador e, fundamental para os profissionais neste sector de actividade, de prestao de servios a utentes em situao de carncia.

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7 Recomendaes de Medidas de SeguranaMedidas de Segurana recomendadas Tipo de Riscos Entidade Patronal Promover aco de Formao sobre movimentao manual de cargas e posturas Ergonmico adequadas Executar uma avaliao em termos de Ergonomia dos locais de trabalho. Promover aces de formao sobre como lidar com a morte; doena e dor. Promover aces de formao sobre como lidar com o stress, Psicossociais/ organizacionais fadiga, etc. Realizar reunies peridicas com Trabalhadores Criao de manual de Acolhimento Promover actividades de Lazer em grupo Proteco dos vidros da rea Iluminao; Uso de Equipamento de recepo Aquisio de Candeeiro para Lavandaria. Biolgicos Melhoria das condies de organizao na lavandaria Estipular refeitrio como nico local, nas instalaes, onde Cristina Sousa Utilizao de Iluminao adequada s tarefas de pormenor Manter limpa e organizada o espao de Lavandaria Utilizao do refeitrio para a realizao das refeies 31 Trabalhadores Frequentar Aco de Formao e aplicar conhecimentos adquiridos. Adoptar posturas de ergonmicas correctas. Frequentar Aco de Formao e aplicar conhecimentos adquiridos Frequentar Aco de Formao e aplicar conhecimentos adquiridos Comunicar informaes relevantes para o bom funcionamento da Instituio Cumprimento das regras internas Participar nas actividades propostas

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podem ser realizadas refeies Disponibilizar EPIs e incentivar o seu uso Executar peridicos, legislao questo. Formao para a utilizao da Se no tiver formao, no grua deve manobra-la Formao para o equipamento Correcta utilizao e ateno da cozinha, tal como fornos, para os riscos existentes. etc. Verificar se todas as tomadas Qualquer anomalia detectada, elctricas protegidas Fsicos de encontram-se comunic-la ao responsvel da possveis segurana. exames com So obrigados a usar e a conservar os EPIs destinados. mdicos Exame de cariz obrigatrio. base na das

aptido

pessoas para o trabalho em

contactos directos Introduo no quadro elctrico Qualquer anomalia detectada, de disjuntores o diferenciais, comunic-la ao responsvel da elctrico segurana. de Colocao de sinaltica em evitar contacto

indirecto e directo Disponibilizar sinaltica

informao e alerta a perigo de momentos de lavagem do cho queda Cuidados redobrados nas passagens dessas zonas

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8 Bibliografia1. Cabral, F. & Roxo, M. (Janeiro 2006). Segurana e Sade do Trabalho. Legislao Anotada. (4 edio): Almedina. 2. Cabral, F. (Maio 2007). Legislao da Segurana e Sade do Trabalho: Textos de apoio ao curso de Segurana, Higiene e Sade do Trabalho do Mdulo de Legislao, Universidade da Madeira: Unpublished. 3. Martins, A. (2004). Manual do Mdulo Segurana do Trabalho. Textos de apoio ao curso de Segurana, Higiene e Sade do Trabalho do Mdulo de Segurana do Trabalho, Universidade da Madeira: Unpublished. 4. Carvalho, F (2007). Avaliao de Risco, Estudo Comparativo entre Diferentes Mtodos de Avaliao de Riscos, em situao real de trabalho: Dissertao de Mestrado da Especialidade de Ergonomia na Segurana no Trabalho, Universidade Tcnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana: Unpublished. 5. Cabral, F. & Veiga, R. (Junho 2007). Higiene, Segurana e Sade do Trabalho (26 edio): Verlag Dashofer. 6. Miguel, A. (Novembro 2000). Manual de Higiene e Segurana do Trabalho (9 edio): Porto Editora. 7. Nunes, F. (Maio 2006). Segurana e Higiene do Trabalho, Manual Tcnico (1 edio): Cooptcnica Gustave Eiffel. 8. Trabalho, GT (Abril 2005). Segurana de Mquinas e Equipamentos de Trabalho. Inspeco-geral do Trabalho. Retirado da World Wide Web: http://www.igt.gov.pt/DownLoads/content/SegurancaDeEquipamentos2005.pdf 9. Humanos, S. (Novembro 2007). Legislao sobre Higiene, Segurana e Sade no Trabalho. Retirado da World Wide Web: http://www.srrhrecursoshumanos.pt/fich_drt/fic_legis.htm.

Cristina Sousa

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