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MAR/ABR/MAI – 009 | | 1 Alcoa Um empreendimento no coração da Amazônia Turismo O que é que a Bahia tem Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas Shopping Panamby Jaraguá Shopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá

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MAR/ABR/MAI – �009 | | 1

AlcoaUm empreendimento no coração da Amazônia

TurismoO que é que a Bahia tem

Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas

Shopping Panamby JaraguáShopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas

Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá

� | | MAR/ABR/MAI – �009

MAR/ABR/MAI – �009 | | �

Orestes QuérciaPresidente da Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.

Sob nova direçãoA mais recente novidade do Centro Empresarial de São Paulo fica por

conta da nova administração do Shopping Panamby Jaraguá, que passa

a estar sob responsabilidade da Lumine – Soluções em Shopping Centers,

empresa de consultoria, administração, planejamento e desenvolvimento

de shoppings centers.

Em seu currículo está a administração de empreendimentos em impor-

tantes cidades, particularmente no Estado de São Paulo, do interior e capi-

tal como o Shopping Jardim Sul, o Boulevard Tatuapé e o D&D – Decoração

e Design Center. Novas ações serão desenvolvidas pela nova administrado-

ra do Shopping Panamby Jaraguá no sentido de atender as necessidades

de consumidores, atrair o público em potencial da região e aumentar as

vendas para os lojistas.

Os detalhes estão na presente edição, que também apresenta uma

reportagem sobre o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, que

substituirá os livros fiscais em papel por dados digitais. Considerada uma

grande mudança contábil em operação, através do uso da tecnologia da

informação para eliminar erros de escrituração, reduzir custos e facilitar a

fiscalização, a medida está orientada para as empresas sujeitas à tributa-

ção do Imposto de Renda com Base no Lucro Real, enquadradas no Acom-

panhamento Tributário Diferenciado, estimadas em aproximadamente 11

mil empresas.

Falando em grandes modificações, a descoberta de uma das maiores

reservas de bauxita do mundo, em Juriti, município localizado na margem

de direita do Amazonas provocou uma significativa alteração em termos de

desenvolvimento da região. A responsável pela exploração do minério é a

Alcoa. Nessa edição, você vai conhecer as ações da empresa para esclarecer

a população local, evitar danos ao meio ambiente e desenvolver esforços

conjuntos pelo desenvolvimento sustentável do município.

Nova também é a legislação sobre a contratação de estagiários, que a

princípio gerou dúvidas entre as empresas e foi responsável por uma redu-

ção significativa em termos de contratos desse tipo. Prova da importância

da comunicação no meio empresarial, uma cartilha de esclarecimento por

parte do Ministério do Trabalho ajudou as empresas a conhecer os detalhes

da nova lei, que trouxe mais segurança aos estagiários. Como se sabe, o

estágio representa uma fonte de renovação e de formação de profissionais

qualificados de que tanto o nosso mercado de trabalho necessita.

Espero que o leitor goste destes e de outros artigos que terão a opor-

tunidade de ler a seguir. Boa leitura.

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CARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTAS

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NOTAS |

Apoio a projeto socialA Associação Santa Cecília, próxima

ao Centro Empresarial, procura parceiros

para o financiamento do projeto “Conec-

tando Sonhos: informática e cidadania

em busca de uma sociedade inclusiva”.

O projeto consiste em um centro de

tecnologia que oferecerá cursos de infor-

mática e acesso livre à internet para os

moradores do Jardim São Luís.

A organização já conta com o apoio

do Instituto Alcoa. Conheça a proposta e

veja no que você ou sua empresa podem

colaborar.

email: [email protected]

CáritasA Cáritas Diocesana de Campo Limpo

– Subcúria M´Boi Mirim (Telecentro e Coo-

pergaia) agradece ao Centro Empresarial

de São Paulo as doações recebidas e a

intermediação, junto à Alcoa, para o envio

de mais de quinhentos coletores (lixeiras)

para material reciclável.

Irmã Gleide Mello

Em julho, a Monday Academia inaugura unidade no Centro Empresarial. O novo espaço terá 1400

m� e capacidade para atender até 1�00 clientes. O diferencial da unidade encontra-se em uma sala

para atividades cardiovasculares distribuída em um anfiteatro. A arquitetura da unidade foi desenvol-

vida para trazer um ambiente acolhedor e confortável.

A Procter & Gamble foi

a primeira empresa a insta-

lar no país uma sala de tele-

presença. A nova tecnologia

foi instalada na sede da

empresa, na área chama-

da “Meeting Rooms”, no �o

andar do Bloco E, do Centro

Empresarial de São Paulo.

O sistema da telepre-

sença faz uma combinação entre os recursos mais

modernos da tecnologia da informação e a cenogra-

fia. Por meio de uma conexão de internet de alta

capacidade são transmitidas imagens e som de duas

salas com iluminação, paredes, carpetes e móveis

exatamente iguais. Desse modo, os interlocutores

que estão em locais distintos podem se ver em telas

grandes de alta definição, em tamanho real. O siste-

ma Dolby �.1 faz com que o som assuma a direção

de onde foi emitido, reforçando a impressão de que

todos os participantes estão no mesmo lugar.

A telepresença é uma evolução da videocon-

ferência convencional, que oferece qualidade mais

baixa de áudio e vídeo e é mais sujeita a atrasos

de transmissão, além de não ter preocupações

Procter & Gamble é pioneira em salas de telepresença

cenográficas. A telepresença, ao contrário, tem per-

feição de som e imagem, contato e apresentação

de documentos. Segundo Gustavo Bueno, a utili-

zação dessa nova tecnologia é simples e permite

o aumento da produtividade. “O contato entre as

pessoas é ‘quase’ que de presença real. Há rapidez

na utilização do recurso, que não requer nenhum

treinamento ou trabalho... é só sentar-se e come-

çar a reunião”, diz ele, ressaltando que isto implica

redução de custos para a empresa.

A sala de telepresença é utilizada para reu-

niões entre membros de equipes da P&G espa-

lhadas ao redor do mundo. O sistema reduz a

necessidade de viagens de seus funcionários,

reduzindo custos.

Foto: Divulgação

Foto: Fernando Siqueira

Cartas para a redação da revista Centro

Empresarial SP News podem ser enviadas

para: [email protected]

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AlcoaUm empreendimento no coração da Amazônia

TurismoO que é que a Bahia tem

Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas

Shopping Panamby JaraguáShopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas

Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá

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A consultoria inglesa SustainAbility apontou

a Bunge com uma das 10 melhores empresas

em sustentabilidade no Brasil. A indicação é re-

sultado da avaliação de especialistas que pes-

quisaram as melhores práticas de relatórios de

sustentabilidade no pais.

A Bunge foi a única empresa do setor de ali-

mentos, agronegócio e mineração a figurar na lista

apresentada pela SustainAbility e pela Fundação

Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável

(FBDS), responsável pela pesquisa no Brasil. A lista

também inclui empresas como Natura, Banco Real,

Suzano, Sabesp e Banco Itaú.

O trabalho de seleção das melhores empresas

em sustentabilidade é realizado em nível mundial

pelo programa Global Reporters, desenvolvido por

meio de uma parceria entre a SustainAbility e o Pro-

grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA).

“Ficamos muito felizes pela indicação, pois se

trata de uma pesquisa totalmente isenta, realiza-

da com base nos relatórios publicados pelas em-

presas”, explica o gerente de Marketing Corporativo

& Sustentabilidade da Bunge, Michel Santos.

Nove pontos foram analisados nos relatórios

de sustentabilidade das empresas brasileiras:

identificação e priorização de questões; valores,

princípios e políticas para desenvolvimento sus-

tentável; responsabilidades e estruturas de gover-

nança; procedimentos gerenciais; engajamento de

stakeholders; medição de desempenho de desen-

volvimento sustentável; estabelecimento de me-

tas; verificação externa; e padrões para relatório.

”A Bunge recebeu as melhores notas nos que-

sitos materialidade (síntese de assuntos) e engaja-

mento de stakeholders, além de ter obtido desta-

que em gestão, envolvimento com políticas públicas,

acessibilidade e verificação”, frisa Michel Santos.

Transparência e compromisso Desde �00�, a Bunge publica relatórios so-

bre o desempenho de suas operações nas áreas

econômica, social e ambiental e seu compromisso

com o desenvolvimento sustentável. A empresa

desenvolve no Brasil uma política de sustentabi-

lidade bastante ampla, focada na integração dos

negócios. Um diferencial da empresa é justamente

o fato de possuir uma política descrita. “O primeiro

item dessa política é exatamente associar todos

os objetivos e negócios à questão da responsabi-

lidade socioambiental. Não existe nenhuma ope-

ração e nenhum novo negócio que não passem

por uma análise do método de sustentabilidade”,

explica o gerente de Marketing Corporativo & Sus-

tentabilidade da Bunge.

Um aspecto muito importante da pesquisa

realizada pela SustainAbility e FBDS, segundo Mi-

chel Santos, é que, além de destacar as práticas

corretas das empresas, também aponta onde se

deve e é possível melhorar. “Isso é um feedback

muito construtivo. Pois sempre é possível fazer

melhor”, avalia o executivo.

Entre as Top 10 em sustentabilidade

Michel Santos, gerente de Marketing Corporativo & Sustentabilidade da Bunge

Bunge é a única do setor de alimentos a integrar a lista da consultoria inglesa

“Com a obtenção das certificações ISO

14001:�004 e OHSAS, a MHA Engenharia

amplia a sua capacidade de atender os re-

quisitos exigidos pelo mercado.” Com essas

palavras, o presidente da empresa, Salim

Lamha Neto, expressou a sua satisfação ao

receber oficialmente as certificações emitidas

pela Fundação Vanzolini e IQNET – The Inter-

national Certification Network.

O evento de entrega das certificações, que

aconteceu no dia � de março, no Centro Empre-

sarial de São Paulo, contou com a presença do

diretor de certificação da Fundação Vanzolini,

José Joaquim do Amaral Ferreira, que ressaltou

que a MHA, ao buscar essas certificações, de-

monstra aos seus clientes e colaboradores que

trabalha com qualidade e respeito ao meio

ambiente e aos seus funcionários.

“Grandes empresas de engenharia no

Brasil também têm as mesmas certificações da

MHA, o que confirma a preocupação das mais

expressivas organizações do mercado em man-

ter sempre a mais alta qualidade de seus servi-

ços”, afirma o diretor da Fundação Vanzolini.

Com as novas conquistas e a manuten-

ção da certificação ISO 9001 desde 1999, a

MHA integra agora um seleto grupo de em-

presas detentoras de três importantes certifi-

cações de gestão. No Brasil, o IQNET emitiu

os três certificados – ISO 9001, ISO 14001 e

OHSAS 18001 – para apenas um seleto grupo

de empresas de engenharia.

MHA Engenharia recebecertificações ambientais

Foto: Divulgação

Foto: Paulo Bareta

NOTAS |

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SUMÁRIOPR

OFS

SÕES

SUST

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BILI

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EIRA

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SERV

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Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.

PRESIDENTE: Orestes Quércia DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvino José de Oliveira e Sidnei Bertazzoli CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO

NEWS: MARÇO/ABRIL/MAIO-�009 EDIÇÃO, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Diferencial Assessoria & Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL:

Lucimar Franceschini (MTb. 889/�/1�7 DF) EDITOR CHEFE: Silvano Tarantelli (MTb 14.49�) REDAÇÃO: Fernando Caldas COLABORADORES: Rita

Gallo, David Brandão e Roberto Shinyashiki COMERCIALIZAÇÃO: Mart Bureau e Editora Tel.: �81�-��66 ramal: �7 FOTOS: Paulo Bareta e Márcia

D’Ambrósio IMPRESSÃO: GT Editora e Gráfica Ltda. CONDOMÍNIO CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO: Av. Maria Coelho Aguiar, �1� Bloco B AS-

SESSORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Patrícia De La Sala Tel.: (11) �741-668� /Fax: (11) �741-�1��. CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO NEWS

é uma publicação do Centro Empresarial de São Paulo, com distribuição gratuita interna e via postal para executivos, clientes, fornecedores e

formadores de opinião. Todos os textos são de responsabilidade do Centro Empresarial, sendo que os assinados são de responsabilidade de

seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação

sem autorização prévia. Envie sua opinião, crítica ou sugestão para a redação: [email protected]

EXPEDIENTE

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O� EDITORIAL | 10 ECONOMIA | �6 OPINIÃO | �0 CULTURA

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PROFISSÕES |

Em momentos de crise, como o atual, um

dos primeiros movimentos das empresas para

diminuir custos é a demissão de funcionários.

É neste momento delicado que todo cuidado é

pouco para manter dentro das organizações os

seus principais talentos. “Atualmente, vivemos

um momento de crise financeira e uma das

principais medidas das empresas é a redução da

mão-obra, contenção de gastos ou cancelamento

de projetos em gestão de pessoas. Estas postu-

ras podem ser muito contraprodutivas no médio

prazo”, afirma o professor dos cursos de gradua-

ção e mestrado em Administração do Centro Uni-

versitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana),

André Ofenhejm Mascarenhas. Segundo ele, na

retomada da economia, as empresas que alme-

jam continuar a crescer vão precisar investir na

mão-de-obra especializada.

Os verdadeiros talentos presentes no mundo

corporativo são os indivíduos que têm competên-

cia para aprender. “São pessoas abertas para a

aprendizagem e que se desenvolvem a partir

dela”, diz Mascarenhas. “Enxergamos o talento

quando ele está na hora certa e no lugar certo,

onde não há, principalmente, um chefe que to-

lha o seu desenvolvimento”, explica o professor.

O professor da FEI reconhece uma tendên-

cia entre as empresas brasileiras de valorização

do ser humano no ambiente de trabalho. En-

tretanto, em muitas companhias isso acontece

somente em palavras, o que gera frustração e

desmotivação. “Muitas pessoas têm a visão de

que o departamento de RH é burocrático e isso

precisa ser mudado. De fato, mudar este cenário

depende de os profissionais de RH dominarem

conhecimento especializado, bem fundamenta-

do nas ciências do comportamento, mas aplicado

à gestão”, diz ele.

Mas para reter os talentos é necessário que

o ambiente profissional seja estimulante, com

bens materiais e não-materiais. “Estamos viven-

do um momento novo no mercado de trabalho,

onde a estabilidade não existe mais”, diz Mas-

carenhas. Para ele, atualmente os funcionários

sabem que o emprego não será para o resto

da vida e as empresas reconhecem que não

poderão manter um empregado durante toda a

sua carreira na organização. “Esta situação faz

com que não haja mais fidelidade por parte dos

funcionários, exigindo que as companhias atuem

em um mercado de trabalho muito mais comple-

xo”, ressalta o professor.

Hoje os profissionais se preparam para aten-

der todos os requisitos do mercado, com cursos em

todos os níveis, tendo com isso a possibilidade de

manter a sua mobilidade. “Há algum tempo, ingres-

sar em uma multinacional significava que o destino

já estava traçado até a aposentadoria, mas esta não

é mais a nossa realidade”, explica Mascarenhas.

Para o professor da FEI, estamos no mo-

mento das carreiras sem fronteiras. “O objetivo

do profissional hoje é o mercado, o setor do

qual ele faz parte ou até de outro segmento.”

Ele acrescenta ainda que “o mais importante é

“Enxergamos o talento quando ele está na hora certa e no lugar certo,

onde não há, principalmen-te, um chefe que tolha o

seu desenvolvimento”

André Ofenhejm Mascarenhas, professor de Administração do

Centro Universitário da FEI

Carreiras sem fronteirasCarreiras sem fronteiras

Profissionais procuram possibilidades múltiplas de desenvolvimento para atender o mercado

André Ofenhejm Mascarenhas, professor de Administração do Centro Universitário da FEI

Por Rita GalloFotos: Paulo Bareta

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| PROFISSÕESque ele está ‘dentro do jogo’ na sua área de

atuação, isto é, ele pode ser um profissional

de vendas de TI (tecnologia da informação) ou

da área automobilística, mas sempre com exce-

lência.”

Os profissionais encontram possibilidades

múltiplas de desenvolvimento no mercado,

por isso a evasão de talentos é quase inevitá-

vel se o funcionário não estiver se realizando

no ambiente profissional. “Em momento de

crise, as condições de emprego ficam mais

difíceis, mas é fundamental que as empresas

tenham consciência que elas irão sobreviver

à crise e precisarão da melhor mão-de-obra

para continuar a crescer”, aponta André Mas-

carenhas.

No mundo“Nos últimos anos, exigências curriculares e

a valorização crescente do conhecimento agre-

garam mais virtudes aos executivos brasileiros,

como educação continuada, pós-gradução, MBAs

e poliglotismo. Em paralelo, celulares e notebooks

os mantêm permanentemente online com a

empresa e o mundo”, conta Arthur Vasconcellos,

sócio da CT-Partners na América Latina, empresa

norte-americana especializada no recrutamento

de executivos de alto nível. “Todos esses im-

portantes e desejáveis avanços, contudo, não

podem extinguir as virtudes culturais de nossos

gestores, em especial numa conjuntura sensível

como a presente, quando o Brasil e o mundo se

defrontam com uma das mais corrosivas crises

da história do capitalismo”, diz Vasconcellos.

Para o executivo, desde setembro, quando

houve o pedido de concordata do banco Lehman

Brothers e o início da crise mundial, o mercado

de contratação mudou. “Até aquele momento, a

dificuldade para reter talentos era enorme, prin-

cipalmente os profissionais na faixa dos �0 anos,

que mudavam de emprego a cada ano”, afirma

Vasconcellos.

“Neste momento de crise, já existe uma refle-

xão sobre os profissionais brasileiros, nos últimos

anos”, afirma o executivo. Segundo ele, pesqui-

sas indicam que numerosos gerentes e diretores,

em função de sua faixa etária, jamais haviam

enfrentado uma turbulência como a atual. Esta-

vam acostumados a administrar a prosperidade;

agora, terão de gerir a escassez. “Este é o exato

momento de resgatar a criatividade, a ousadia

responsável e a infinita capacidade de encontrar

soluções para o aparentemente impossível”, acre-

dita Vasconcellos.

Para o executivo, é fundamental exercitar as

virtudes brasileiras gerenciais, logísticas, operacio-

nais e de governança corporativa e enfrentar a

presente crise com a mesma capacidade criativa,

coragem e competência que sempre caracteriza-

ram nossos executivos nos mais duros embates.

“As empresas são instituições feitas à imagem

e semelhança de seus dirigentes, profissionais e

colaboradores”, explica Vasconcellos. Ele acrescen-

ta ainda que “as companhias serão capazes de

superar as adversidades conjunturais à medida

que seus recursos humanos tiverem, em paralelo

ao conhecimento, muita disposição, criatividade,

serenidade e visão estratégica”.

Vasconcellos conta que, neste momento críti-

co, multinacionais européias e fundos de “private

equity” (capital de risco) batem à porta de sua

empresa em busca de profissionais brasileiros,

sem idade determinada, que saibam enfrentar

a crise e tenham disposição para trabalhar em

outros países. “O profissional brasileiro é flexível e

pode trabalhar em qualquer local do mundo”, diz

o executivo. Mas ele afirma, também, que, “por

outro lado, muitos executivos brasileiros que até

agora viviam na Europa e Estados Unidos estão

querendo voltar ao País”.

Para Arthur Vasconcelos, da CT- Partners, este é o

exato momento de resga-tar a criatividade, a ousadia responsável e a capacidade

de encontrar soluções

Profissionais procuram possibilidades múltiplas de desenvolvimento para atender o mercado

Arthur Vasconcellos, sócio da CT-Partners na América Latina

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Cautela ajuda a diminuir o risco do aplicador, porém, pode “cegar” o investidor e impedir que ele aproveite boas opor-tunidades de negócios, diz Cláudio José Carvajal Júnior

ECONOMIA |

Em 1� de setembro de �008, o mundo

mudou. Um grande banco norte-americano (o

Lehman Brothers) pediu concordata e se ins-

talou no mundo o pânico financeiro. Enquanto

as grandes economias mundiais caíam como

em um castelo de cartas, a população brasi-

leira acompanhava de perto a crise para saber

quando ela chegaria ao país. E crescia a incer-

teza em relação às alternativas para escolher

o melhor investimento pessoal nesse cenário

conturbado.

Para chegar à aplicação mais adequada

nesse momento de crise, foi necessário acom-

panhar os desdobramentos da turbulência. Não

demorou muito para que grandes empresas

globais, com operações no Brasil, começassem

a demitir e companhias nacionais, com fortes

operações exportadoras, a fazer cortes ou a dar

férias coletivas.

Diferente do que vem acontecendo em

economias mais desenvolvidas, as instituições

financeiras brasileiras estão protegidas contra

os solavancos da economia mundial, mas a cri-

se é geral e os investimentos pessoais ficam no

olho do furacão. Toda a expansão da economia

brasileira nos últimos anos estava ligada a esse

fenômeno mundial do dinheiro barato, crédito

maior, venda de automóvel, venda de TV de

tela plana, aumento do emprego. “Mas agora

há uma freada para arrumação, e muita gen-

te já está sofrendo”, avalia o especialista em

economia internacional, professor da Faculdade

de Economia e Administração da Universidade

de São Paulo (FEA-USP) e pesquisador da Fun-

dação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE),

Simão Davi Silber. Segundo ele, a cautela deve

prevalecer durante todo o ano de �009 e deve-

se evitar dívidas. “Vai ser um ano ruim para nós

também”, avalia o economista.

Os cuidados com osinvestimentos pessoaisEspecialistas explicam como chegar à aplicação mais adequada neste momento de crise

Para o coordenador dos cursos de Adminis-

tração da Faculdade Módulo e MBA Executivo

Internacional pela Universidade da Califórnia,

Cláudio José Carvajal Júnior, as crises econômi-

cas são fenômenos que se repetem ao longo

da história. “Com elas, podemos observar que

todas têm início, meio e fim”, afirma ele.

Para Carvajal, é nesta época de crise que

devemos rever os nossos investimentos pes-

soais. “É importante saber que a crise passa,

mas não sabemos quando ela acabará. As

grandes questões são como enfrentar os pe-

ríodos de oscilações, quais os melhores investi-

mentos para �009 e, principalmente, se é pos-

sível financiar os meus projetos ou é se melhor

esperar a crise passar”, afirma.

O primeiro passo é aumentar a cautela so-

bre os investimentos, ajudando a minimizar os

riscos das aplicações. Carvajal explica que, para

o investidor individual que não quer se arriscar

e prefere proteger seu capital das oscilações, os

fundos de renda fixa passam a ser uma opção

ainda mais atraente. Para quem pretende inves-

tir mais de �0 mil reais, existem opções de CDB

(Certificados de Depósito Bancário) com rentabi-

lidade interessante. Já para quem pode investir

uma quantia maior, os fundos de Depósito In-

terfinanceiro (DI) apresentam baixo risco e, se os

juros continuarem elevados. poderão trazer uma

rentabilidade diferenciada.

“Há ainda a opção de investir em títulos do

Tesouro Direto, que são títulos do governo, via

computador”, diz o professor. Ele acredita que

esta é “uma boa opção para quem não tem mui-

to dinheiro para investir, pois tem apresentado

uma rentabilidade diferenciada para o investi-

dor”. Outra boa opção, segundo ele, é investir em

fundos de previdência privada, “que devem pro-

teger o investidor das oscilações do mercado e

manter uma boa performance no longo prazo”.

Segundo Carvajal, a aversão ao risco que

a grande maioria dos investidores sente é um

fator que aumenta a cautela e ajuda a diminuir

o risco do aplicador, porém, ao mesmo tempo,

pode “cegar” o investidor e impedir que ele

aproveite boas oportunidades de negócios.

Uma questão que também aflige os in-

vestidores é a aplicação na Bolsa de Valores.

Para Carvajal, como as ações das empresas es-

tão desvalorizadas agora por causa da crise, é

possível que o investidor tenha um excelente

retorno comprando papéis agora e vendendo

quando a crise econômica passar. “É preciso es-

tar disposto a arriscar e não precisar do dinhei-

ro para quitar alguma compra, nos próximos

dois anos, pelo menos”, explica.

Por Rita Gallo

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CARREIRAS |

A nova lei do estágio, que passou a vigorar

em setembro de �008, teve um grande impacto

inicial, associado ao agravamento da crise global:

afetou negativamente a contratação de estu-

dantes pelas empresas. Segundo a Associação

Brasileira de Estágios (Abres), em setembro de

�008, havia 1,1 milhão de estudantes estagiando

no país. Em janeiro, o número despencou para

900 mil, uma redução de 18%. “Muitas empresas

e escolas ficaram apreensivas com as novas re-

gras (veja quadro nesta página)”, explica o presi-

dente da Abres, Seme Arone Júnior.

Muitas questões surgiram a partir do lança-

mento da lei, o que exigiu a criação da Cartilha

do Estágio pelo Ministério do Trabalho e Empre-

go (MTE), que explica as principais mudanças na

contratação de estudantes. “ É importante ressal-

tar que, com a nova lei, foi possível criar um ins-

trumento jurídico para dar mais força ao estágio,

• A carga horária de trabalho do estagiário será de, no máximo, 6

horas diárias e �0 horas semanais

• O estágio poderá ser realizado por até dois anos, exceto quando se

tratar de estagiário portador de deficiência. Nesse caso, não há tempo

máximo.

• Haverá direito a férias remuneradas

• Será oferecido auxílio-transporte

• Os empregadores terão que garantir que as férias ocorram preferen-

cialmente quando o aluno estiver em recesso escolar. Os estagiários

que não completarem um ano na vaga passam a ter direito a férias

proporcionais (remuneração idem)

• Profissionais liberais de nível superior, como advogados, engenheiros

e arquitetos podem contratar estagiários

• O número de estagiários permitido deve ser proporcional ao qua-

dro de pessoal. Se a empresa tiver de um a cinco funcionários, pode-

rá contratar um estagiário. Se tiver mais de �� funcionários, poderá

criar o equivalente a �0% do total do quadro de pessoal de vagas de

estágio

• A atividade de estagiário não pode garantir vínculo empregatício.

Mas a nova lei criou uma possibilidade de o vínculo ser exigido para

todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária, no caso de

descumprimento pela empresa das novas regras

• Indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou ex-

periência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso

do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários si-

multaneamente

• As instituições que reincidirem nas irregularidades também ficarão

impedidas de receber estagiários por dois anos

Regras para empresas e alunos estabelecidas pela nova lei do estágio(Lei Federal 11.788, de �� de setembro de �008)

Novas regras para os estágios

Seme Arone Júnior, presidente da Abres

Por Rita Gallo e Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta

MAR/ABR/MAI – �009 | | 1�

segurança às empresas e benefícios fiscais para

quem contrata estagiários, além de um maior

envolvimento das instituições de ensino”, explica

o presidente da Abres.

Arone diz ainda que a publicação da cartilha

facilitou a compreensão da nova lei e as oportu-

nidades de estágio já voltam a dar sinais de cres-

cimento, mesmo com a crise, atingindo alguns

setores do mercado brasileiro. “Infelizmente, após

a publicação da lei, �00 mil vagas se perderam

e muitos estagiários foram dispensados. Agora,

a realidade deve ser outra, pois há mais clareza

e não mais achismos sobre a lei”, explica o presi-

dente da entidade.

Para Arone, em um primeiro momento, a nova

lei trouxe muitas interpretações e dúvidas, o que

impactou os resultados de contratações de novos

estagiários desde a mudança da legislação. “Não

apenas a lei, mas também a quebra do Banco

Lehman Brothers nos Estados Unidos, também em

setembro de �008, que iniciou uma grave crise em

todo o mundo, afetando o ingresso de estudantes

nas empresas”, afirma o presidente da Abres.

Para a Mercer, empresa especializada na con-

tratação de recursos humanos, as empresas estão

se adaptando a esta nova regulamentação. Para

William Bull, um dos responsáveis pela pesquisa

produzida pela Mercer denominada “Impacto da

Nova Lei para Programas de Estágio”, a lei causou,

inicialmente, muita discussão em função da falta

de clareza e divergentes interpretações em alguns

itens. Mas, “agora que o governo publicou uma

cartilha explicativa, cremos que as organizações

rapidamente absorvam as novas regras”, diz Bull.

E acrescenta: “ A pesquisa realizada pela Mercer

sobre os impactos da nova legislação também

contribuiu para que houvesse mais informações e

referências sobre o tema.”

A pesquisa da consultoria Mercer mostrou

que, de um universo de ��4 empresas, ��%

delas consideravam que o impacto da nova lei

seria negativo. Entre os principais argumentos

estavam o do aumento de custos – seja pela

concessão de benefícios, seja pela necessidade

de aumentar o número de estagiários devido à

redução da carga horária permitida. O estudan-

te, afirmaram as empresas ouvidas pelo estudo,

poderá perder atividades importantes e ser pre-

judicado, pois receberá bolsa-auxílio menor. A

pesquisa foi realizada no mês de dezembro, três

meses depois da promulgação da nova lei.

“A empresa boa para se fazer estágio é

aquela que possibilita ao estagiário o conhe-

cimento amplo de seus processos e rotinas.

Aquela que enxerga o estagiário não como

simples mão-de-obra, mas como alguém que

está ali para aprender e contribuir.

A nova legislação trouxe um pensamen-

to muito importante: o estágio é uma forma

de educação e não uma forma de contratar

mão-de-obra. Isso ficou muito claro na regula-

mentação do estágio. Num primeiro momen-

to, as empresas sofreram um impacto. Mas

acho que depois de toda a discussão feita,

de todos os questionamentos sobre o papel

dos estágios nas empresas, todos vão obter

um ganho.”

Marcelo Souza, da Soulan Recur-sos Humanos

“Muitas coisas que foram regulamentadas já

vinham sendo praticadas de maneira informal.

Mas realmente, a lei implica uma mudança de

cultura. Até para os estagiários que estavam acos-

tumados às regras antigas, terão de se adaptar à

nova realidade e mudar suas rotinas.”

Gislene Barreto, gerente de Re-cusrsos Humanos da Walars IT Business

“Certamente, o estágio vai se tornar mais

caro para as empresas. Por outro lado, acho que

a lei foi feliz quando apertou o cerco no sentido

de as empresas utilizarem os estagiários em fun-

ções nas quais estejam se graduando.”

Alexandre Barreto, gerente adminis-trativo e financeiro da Walar

“Já vinha estagiando quando a lei passou

a vigorar,. Não senti muito as mudanças, pois

não houve redução da bolsa-auxílio. Mas acre-

dito que os novos estagiários vão sentir mais.

Ouço muitos comentários de que a redução da

jornada de trabalho e os dias de descanso re-

munerado vão desestimular as empresas.

O estágio é muito importante. Mesmo que

exista todo o aparato necessário para a forma-

ção acadêmica, nada substitui o convívio que

se tem dentro de uma empresa. Somente a

experiência nos faz entender as diretrizes e as

hierarquias que existem nas empresas e tor-

na possível aplicar o conhecimento teórico que

aprendemos na faculdade. “

Adonias Viana, �0 anos, aluno do �o ano do curso Sistemas de Informa-ção na FIAP e estagiário da Walar

| CARREIRAS

14 | | MAR/ABR/MAI – �009

CARREIRAS |

A Boehringer Ingelheim foi selecionada entre as

melhores empresas para estagiar pelo CIEE, o Ibo-

pe Inteligência e a Associação Brasileira de Recursos

Humanos (ABRH-SP). O prêmio identifica as �0 me-

lhores práticas de estágio do Estado de São Paulo e

destaca as organizações que propiciam as melhores

condições para a capacitação prática de estudantes.

A pesquisa considerou a descrição dos programas de

estágio, valor da bolsa e benefícios.

A empresa farmacêutica contrata cerca de 70

estagiários, distribuídos entre a fábrica e o escritório

no Centro Empresarial de São Paulo. Praticamente,

todas as áreas da companhia contam com esta-

giários: Finanças, Informática, Recursos Humanos,

Marketing, área medicocientífica, que absorve estu-

dantes de farmácia

Segundo a gerente de Recursos Humanos, Fer-

nanda Coutinho, os estagiários recebem bolsa-auxí-

lio, com valores diferenciados entre o início e o fim do

estágio, assistência médica igual a dos funcionários,

assistência odontológica, vale-refeição, vale-transpor-

te, além das férias remuneradas.

A companhia desenvolve o programa denomi-

nado Geração BI, que tem duração de dois anos.

“Então, o ideal é que os estagiários contratados es-

tejam cursando o penúltimo ano da faculdade”, diz

Fernanda. Ao longo do período de estágio, eles rece-

bem treinamento adequado à formação acadIemica

de cada um e precisam concluir dois projetos.

O treinamento inclui cultura da empresa, gestão

de projetos, técnicas de apresentação e uma série

de conteúdos específicos da cada área.

No primeiro ano, há um projeto multideparta-

mental. Por exemplo, o lançamento de um produto

ou qualquer tema que envolva todas as áreas da

formação. No segundo ano, eles devem fazer um

projeto de responsabilidade social. E no final, esse

Boehringer Ingelheim: uma das melhores empresas para estagiarprojeto deve ser apresentado à diretoria.

Fernanda Coutinho explica que o programa de

formação sempre é acompanhado por uma pessoa

de recursos humanos e por um exponsor, responsá-

vel para dar suporte aos grupos de estagiários nos

projetos.

Na seleção de estagiários, diz a gerente de RH,

são importantes a boa formação, bom desempenho

no histórico escolar e domínio do inglês. As carac-

terísticas comportamentais também precisam estar

alinhadas à cultura da empresa: “gosto pelo trabalho

em equipe, ter energia e paixão pelo que faz, inte-

resse pelo aprendizado.”

O programa Geração BI é estratégico para em-

presa. Ele tem tanto o objetivo de formar e dar opor-

tunidade para futuros profissionais, quanto o de ali-

mentar os quadros da corporação. “Nós trabalhamos

para que o quadro integral das posições juniores

seja completado pelos estagiários que preparamos.

Em �008, ��% das posições juniores do Centro Em-

presarial e da fábrica foram preenchidas por nossos

estagiários”, afirma Fernanda.

A gerente de RH avalia positivamente a nova

legislação de estágios: “Somos muito a favor da

nova lei. A formação deve ser o principal objetivo

do estágio. Se o estagiário não tiver tempo para se

dedicar à faculdade, ele não fará um bom curso e,

consequentemente, não terá uma formação básica.

sólida. E nesse aspecto a lei é muito mais incisiva”.

Mas é importante ressaltar que boa parte

das empresas que participaram da pesquisa da

Mercer entendeu que a nova lei favorecerá o

amadurecimento dos programas de estágio. Uma

fatia de �9% das empresas que responderam

à pesquisa entendeu que o impacto da nova

lei será positivo, pois, com a redução da carga

horária, a formação educacional será valorizada,

com maior disponibilidade para o estudo. A nova

lei exigirá também maior organização e compro-

metimento com o programa, principalmente por

parte dos supervisores para cumprirem as avalia-

ções e relatórios obrigatórios. As empresas men-

cionaram a desvinculação entre cargo efetivo e

cargo de estagiário, em função da carga horária

e, para algumas empresas, a nova lei não implica

mudanças significativas, e sim reforça os princí-

pios das políticas existentes. “É bom lembrar que

muitas organizações estruturam os seus progra-

mas de estágio como uma fonte importante de

identificação e desenvolvimento de potenciais

profissionais”, diz William Bull.

Para o executivo da Mercer, a nova lei exigi-

rá maior organização e comprometimento com

o programa de estágio, principalmente por parte

dos supervisores para cumprirem as avaliações e

relatórios obrigatórios. “Neste sentido, cremos que

a legislação acarreta um avanço na medida em

que promove uma saudável discussão sobre a real

função dos programas de estágio”, diz Bull.

As empresas ouvidas são dos mais varia-

dos setores – bancos, indústria automobilística,

química, alimentação, comunicação, entre ou-

tras. “Há que se pensar nas estratégias de capi-

tal humano das empresas quando o assunto é

programa de estágio. Muitas empresas sabem

que estruturar este programa significa contar

com uma importante fonte de identificação e

desenvolvimento de potenciais profissionais”,

explica Ana Paula Henriques, consultora sênior

de capital humano da Mercer e uma das co-

ordenadoras da pesquisa. “Oferecer um pacote

atraente e disputar os melhores, inclusive na

fase de estágio, tornará a empresa competitiva

agora e no futuro”, finaliza.

Dados recentes do censo do Inep/MEC �007

apontam que no Brasil existem 8.�64.816 matri-

culados no ensino médio e 4.880.�81 no nível su-

perior. Somente 9% dos jovens entre 18 e �4 anos

ingressaram em uma faculdade. Mas desses 1�,1

milhões, somente 6,8% conseguem um estágio.

Empresarial14 | | MAR/ABR/MAI – �009

Fernanda Coutinho, gerente de RH da Boehringer Ingelheim

MAR/ABR/MAI – �009 | | 1�

A felicidade dos clientes é sua grande aliada no sucesso dos negócios

ATITUDE |

POR ROBERTO SHINYASHIKI

Pense bem. Todas as empresas vendem

mais ou menos os mesmos produtos e os mes-

mos serviços. Os médicos receitam os mesmos

remédios, os restaurantes oferecem a mesma pi-

canha maturada e creme de papaia com licor de

cassis na sobremesa. O que faz o cliente decidir

entre eles? Respondo num segundo: a capacida-

de de fazê-lo feliz.

Quando decidimos onde passar as férias,

na maioria das vezes meus filhos pedem para

ir a um hotel-fazenda no interior de São Paulo.

Não é sofisticado nem bonito. Poderíamos ir a

outro hotel ou à praia. Ao falar em férias, porém,

a turma prefere ir para lá. Meus filhos adoram

o hotel. Sentem-se felizes lá. Eu e minha espo-

sa também. Os funcionários nos chamam pelo

nome, procuram facilitar nossa diversão, nosso

conforto. Nos arredores, há um hotel cinco-estre-

las com instalações luxuosíssimas. É mais barato,

mas está sempre meio vazio. Pior: os olhos dos

clientes não brilham quando falam do hotel.

Quando um pediatra é um sucesso, pode

ter certeza de que ele faz as pessoas sentir-se

felizes. É competente como médico e como ser

humano. Atende as crianças de um jeito especial

e ajuda os pais a estar seguros de que os pimpo-

lhos ficam em boas mãos. Os olhos desses pais

brilham ao falar do médico. E é esse brilho que

leva os outros a procurá-lo.

Conheço médicos e dentistas que se preocu-

pam em telefonar para os clientes no dia seguin-

te à consulta para saber como estão passando,

se os remédios deram certo. Esses, com certeza,

terão sempre clientes fiéis, porque é muito bom

saber que o profissional se preocupa conosco.

Sei, por exemplo, que algumas equipes

médicas do Hospital das Clínicas de São Paulo

passam telegramas para os clientes quando eles

não aparecem nas consultas. Imagine um hospi-

tal público fazer isso! O paciente volta, com certe-

za, porque sente que o médico está preocupado

com ele, que é importante.

Talvez você seja um psicólogo e seu consul-

tório esteja vazio. Você, que é uma pessoa muito

legal e conhece muito bem a teoria do atendi-

mento psicológico, está sem clientes. O que será

que está faltando? Que o cliente sinta cumplici-

dade entre vocês, perceba que você realmente

se importa com ele. Isso fará brilhar os olhos dele

ao falar de você com os outros.

Profissionais que não se envolvem acabam

atuando como se quisessem apenas o dinheiro

da consulta e nada mais. Com qual deles você

ficaria? Qual deles faria brilhar seus olhos?

O que cria o sucesso não é o produto ou ser-

viço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando

falam da empresa ou do profissional.

Será que os olhos de seus clientes brilham

quando falam de você?

Será que os olhos de seus clientes brilham

quando saem de sua loja?

O brilho do olhar é um sinal definitivo de

que vocês estão jogando no mesmo time.

Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestran-

te e autor de 14 títulos, entre eles: Sempre em

Frente, Os Segredos dos Campeões, Tudo ou

Nada, Heróis de Verdade, Amar Pode Dar Certo,

O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial (www.

clubedoscampeoes.com.br)

O que cria o sucesso não é o produto ou serviço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando falam da

empresa ou do profissional.

16 | | MAR/ABR/MAI – �009

Shopping Panamby Jaraguá tem nova administraçãoAs ideias dos novos administradores para incrementar os resultados dos lojistas

Por Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta

SERVIÇOS |

MAR/ABR/MAI – �009 | | 17

| SERVIÇOS O Centro Empresarial de São Paulo destaca-

se por ser um empreendimento corporativo que

possui seu próprio shopping. Espaço comum a to-

dos os blocos do complexo, o Shopping Panamby

Jaraguá oferece às empresas e ao público em ge-

ral uma grande variedade de lojas e de serviços.

A grande novidade deste ano é que o Shop-

ping Panamby Jaraguá está sob a administração

da Lumine – Soluções em Shopping Centers, em-

presa de consultoria, administração, planejamen-

to e desenvolvimento de shopping centers.

Com longa experiência em consultoria e

gestão em toda a cadeia da indústria de shop-

ping centers, a Lumine conta com profissionais

especializados nas áreas de gestão, engenharia,

arquitetura, comercial, recursos humanos, marke-

ting, tecnologia da informação, análise financeira

e controladoria.

Com passagens por diversos empreendimen-

tos em todo o Brasil, a Lumine marca presença

particularmente no Estado de São Paulo, em im-

portantes cidades do interior e na capital, onde

administra, entre outros, o Shoping Jardim Sul,

o Boulevard Tatuapé e um dos mais charmosos

centros de decoração e design da América Lati-

na, o D& D – Decoração e Design Center.

A nova administradora do Shopping Panam-

by Jaraguá desenvolve, implementa e acom-

panha os orçamentos de geração de caixa dos

empreendimentos, os planos e calendários de

marketing, bem como as rotinas, os planos e os

cronogramas de operação, explica o diretor da

Lumine Marcelo Nabih Sallum.

EstratégiasO Panamby Jaraguá é um shopping cen-

ter de uso misto que combina fatores como a

otimização de espaço, conveniência e conforto

para os usuários, redução de deslocamentos ur-

banos e sinergias no processo construtivo. Esse

conceito foi implementado de forma pioneira,

maximizando o aproveitamento dos fluxos in-

ternos e gerando valorização recíproca para to-

dos usuários.

A nova administração já traçou um plano

estratégico, que visa fidelizar o público fixo

através de ações inovadoras. “Implantar novas

operações que venham agregar ao mix do sho-

pping, atendendo as necessidades dos consu-

midores do Centro Empresarial, com vistas a in-

Shopping Panamby Jaraguá tem nova administração

crementar e otimizar os resultados dos lojistas,

são alguns dos objetivos desse plano”, segundo

Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping

Panamby Jaraguá.

Público diferenciadoNo Centro Empresarial de São Paulo há uma

população fixa de aproximadamente 1� mil pes-

soas, além de um público circulante de cerca de

� mil pessoas/dia. Esse é um público fixo de con-

sumidores com bom poder aquisitivo, pois é for-

mado por funcionários, pela alta gerência e por

diretores de mais de �0 empresas que operam

no complexo empresarial.

Para esse público, estuda-se detalhadamente o

mix do shopping: cerca de 70 lojas, �0 restaurantes,

cafeterias e nove agências bancárias. O fluxo do

estacionamento é de cerca de 1� mil veículos/mês.

Franciscão destaca ainda o desenvolvimento

de ações de merchandising, exposições culturais e

lançamentos de produtos. No que diz respeito à

comunicação visual, o público pode aguardar al-

gumas novidades. Outros aspectos que merecerão

atenção especial da nova administração são o pai-

sagismo no mall e a sonorização ambiente.

Segundo o gerente do shopping, além da

dedicação e do cuidado com os detalhes nas ta-

refas operacionais do dia-a-dia, a interação com a

comunidade será objeto de permanente atenção

da nova administração.

Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá

18 | | MAR/ABR/MAI – �009

Juruti está situada na margem direita do

rio Amazonas, no extremo Oeste do Estado do

Pará. Como na maioria das cidades ribeirinhas da

região amazônica, o foco da economia local sem-

pre esteve voltado para atividades tradicionais,

como o cultivo da mandioca, a pesca, a pecuária

e demais tipos de extrativismo.

Fatos recentes, entretanto, modificaram radi-

calmente este quadro. A descoberta de uma das

maiores reservas de bauxita do mundo (cerca de

700 milhões de toneladas métricas) em solo juru-

tiense transformou as perspectivas de sua popula-

ção, estimada em �8 mil habitantes pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desafio da comunicaçãoO projeto da Alcoa, maior produtora mundial

de alumínio, para operar a mina de Juruti teve ori-

gem em �000, quando começaram a ser feitos os

primeiros estudos de impacto ambiental. Em agos-

to de �00�, foram concedidas pelas autoridades

estaduais as licenças de instalação. E, em junho de

�006, tiveram início as atividades de construção

do empreendimento, que engloba a infraestrutura

para a lavra e beneficiamento do minério de bau-

xita, um terminal portuário e uma ferrovia.

Para implantar empreendimento desse porte

em uma região de difícil acesso, com forte incidên-

cia de chuva e restrições impostas pela legislação

ambiental, foi preciso mobilizar a comunidade local,

esclarecer aspectos do projeto e realizar entendi-

mentos para promover esforços conjuntos em prol

do desenvolvimento sustentável do município.

Várias reuniões preliminares e audiências

públicas foram realizadas com lideranças comu-

nitárias, instituições públicas e privadas e outras

partes interessadas. A Alcoa não só participou de

audiências públicas em Juruti, Belém e Santarém,

reunindo quase oito mil pessoas, como promoveu

dezenas de reuniões com grupos menores, man-

tendo permanente diálogo com representantes de

mais de cem comunidades de Juruti.

Por meio dessas audiências, a empresa le-

vou informações sobre o empreendimento para

os moradores, que assim puderam tirar suas

dúvidas e apresentar sugestões ao projeto. De

acordo com a companhia, a comunicação e o diá-

logo fazem parte da sustentabilidade. “Sempre

tratamos nossas informações, nossas notícias,

como tema de interesse público. Temos a obriga-

ção de dialogar com o morador jurutiense, pois

acreditamos na licença social que é conquistada

diariamente pelo nosso trabalho.”

A Alcoa comprometeu-se a utilizar ao menos

70% da mão-de-obra da região. Além disso, os

investimentos da companhia representam uma

forte alavanca para os empreendores locais. Es-

tima-se uma movimentação de cerca de R$ 1,7

bilhão na contratação de serviços e de fornece-

dores para a construção da unidade de Juruti.

As resistências iniciais de setores da comuni-

dade local ao projeto da mina de bauxita foram

gradualmente superadas em razão do reconheci-

mento dos benefícios do empreendimento para o

conjunto do município. Geração de empregos e au-

mento das oportunidades de trabalho para a po-

pulação local; capacitação dos empresários e dos

trabalhadores locais; melhoria da infraestrutura

urbana (asfalto, iluminação etc.) e dos serviços pú-

blicos de educação, saúde e segurança são alguns

benefícios da presença da Alcoa no município.

Pesquisa de opinião pública realizada pelo

IBOPE- Instituto Brasileiro de Opiniões e Pesquisa

em Juruti, de 19 de Janeiro a 1o de Fevereiro de

�008, demonstra que atualmente a quase totalida-

de (89%) da população do município encara de for-

ma positiva a instalação da mina de bauxita pela

Alcoa. A maioria absoluta (�4%) é expressamente

favorável à iniciativa e outros ��% a aceitam e não

manifestam restrições ao empreendimento.

SUSTENTABILIDADE |

Instalações da Alcoa em Juruti

PortoUm terminal portuário com capacidade para aco-

modar navios de 7� mil toneladas, localizado a dois

quilômetros do centro da município e à margem do

rio Amazonas.

BeneficiamentoAs instalações industriais da área de beneficiamento

de bauxita estão situadas a cerca de 60 quilômetros

da cidade, erguidas nas proximidades do platô Capi-

ranga, a primeira área a ser minerada.

Ferrovia e rodoviaA ferrovia com aproximadamente �0 quilômetros de

extensão operará com 40 vagões, cada um com ca-

pacidade de 80 toneladas. Para a Rodovia Estadual

PA ��7 são previstas melhorias como asfalto e ciclo-

vias, nos trechos que atravessam áreas habitadas.

Um pacto no coração da AmazôniaAlcoa e comunidade de Juruti (PA) firmam compromisso em favor do desenvolvimento sustentável

Instalações da Alcoa na área de beneficiamento de bauxita

MAR/ABR/MAI – �009 | | 19

Relacionamento com a comunidadeO reconhecimento da população baseia-se

em diversas ações de relacionamento com a co-

munidade implementadas pela companhia para

envolver os agentes nas ações dos Planos de

Controle Ambiental (PCAs), da Agenda Positiva e

das próprias obras da Mina de Juruti.

A Alcoa está envolvida em �� programas

que integram os Planos de Controle Ambiental

(PCAs), abrangendo ações de monitoramentos do

clima, ar, ruídos, águas, conservação da flora e

fauna, produção de mudas, educação ambiental,

atendimento medicosanitário e educacional, se-

gurança pública, valorização e resgate da cultura

local e apoio à elaboração do Plano Diretor do

Município de Juruti, entre outras.

A Agenda Positiva – ações complementa-

res voluntárias da Companhia que beneficiam

diretamente a comunidade local – atende aos

principais anseios manifestados pelos próprios

jurutienses e assegura melhorias nas áreas de

saúde, educação, cultura, meio ambiente, infra-

estrutura urbana e rural, segurança, justiça e

assistência social.

Todas as iniciativas são implementadas

mediante parcerias com o poder público, orga-

nizações não-governamentais e a própria comu-

nidade. Parcerias institucionais que garantem o

desenvolvimento de projetos estratégicos como

a criação do Conselho Juruti Sustentável.

Participação comunitáriaEm agosto de �008, foi criado o Conselho

Juruti Sustentável (Conjus), órgão consultivo e

observador do conjunto de atividades promo-

vidas pelo poder público, movimentos sociais e

empresas para o desenvolvimento sustentável

do município. O colegiado do Conselho é forma-

do por representantes de três empresas, três

representantes do poder público e nove da so-

ciedade civil, além de dois suplentes para cada

representante.

No Conjus, oito câmaras técnicas captam e

debatem as demandas sociais para subsidiar o

conselho nas áreas de Saúde; Educação; Meio

Ambiente; Segurança; Infraestrutura e Sanea-

mento; Cultura e Turismo; Desenvolvimento Ru-

ral, Economia e Trabalho; e Cidadania, Criança e

Adolescentes.

Atualmente está em discussão a criação,

dentro do Conjus, de uma rede de bases comu-

nitárias, que será o braço forte do Conselho nas

demandas das comunidades rurais. Moradores de

várias comunidades rurais de Juruti manifestam

sua vontade de participar das discussões sobre

o futuro do município. A idéia da rede é que as

comunidades estejam organizadas em pólos, com

representantes eleitos pelos próprios moradores.

O principal desafio desses mecanismos de

participação é o engajamento das comunidades,

do poder público e das instituições nas discus-

sões em favor do desenvolvimento sustentável.

“Desenvolver um empreendimento de mine-

ração de bauxita na região amazônica seguindo

os mais elevados padrões de saúde, segurança

e meio ambiente e, acima de tudo, buscando

um novo paradigma de relacionamento com a

comunidade, tendo como base a sustentabilida-

de, foi o desafio que a Alcoa assumiu no municí-

pio de Juruti, Oeste do Estado do Pará”, sustenta

a direção da companhia.

Programas de controle ambientalA Alcoa atua em �� programas dos Planos

de Controle Ambiental (PCAs), disponibilizando

recursos da ordem de R$ �0 milhões. Várias

ações de caráter compensatório foram apre-

sentadas e discutidas junto às instituições, lide-

ranças e comunidades. Dessa maneira, diversas

comunidades rurais de Juruti estão participando

há cerca de um ano e três meses do programa

de criação de peixes em tanques-rede, batiza-

do de “Gaiolas Flutuantes”, mantido pela Alcoa

como forma de garantir o consumo e a comer-

cialização, gerando emprego e fonte de renda.

Em outras comunidades rurais os moradores

foram capacitados e trabalham no programa de

agricultura familiar para a produção de horti-

frutis, tanto para a subsistência quanto para a

comercialização.

Outra iniciativa de caráter compensatório é

a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs),

que consiste em aplicar, junto aos moradores,

técnicas sustentáveis sobre o uso e manejo da

terra, onde plantas de ciclo longo (árvores frutí-

feras e de madeira de lei, arbustos, pupunha e

outros) são plantadas junto com o cultivo agríco-

la de ciclo anual, como feijão, milho, arroz, man-

dioca, melancia e hortaliças, entre outros.

Um pacto no coração da AmazôniaAlcoa e comunidade de Juruti (PA) firmam compromisso em favor do desenvolvimento sustentável

O Programa de Valorização e Revitalização do Patrimônio Cultural resgata antigas tradições e apoia o desenvolvimento econômico das comunidades engajadas.

Instalações da Alcoa na área de beneficiamento de bauxita

Por meio do projeto Gaiolas Flutuantes, comunidades ribeirinhas garantem a segurança alimentar e incremento na renda familiar: alguns produtores já comercializam os peixes

�0 | | MAR/ABR/MAI – �009

Patrimônio culturalOutro trabalho importante desenvolvido junto

às comunidades tradicionais é o programa de va-

lorização e revitalização do patrimônio cultural, com

foco no artesanato. O objetivo é capacitar os arte-

sãos para o desenvolvimento de peças de cerâmica

e bijuterias com a utilização de recursos ambientais,

inclusive com a inclusão de jovens no trabalho. Pro-

gramas de coleta de frutos e sementes, de viveiros

e de criação de animais silvestres em cativeiro tam-

bém são oferecidos aos moradores.

Ainda, por meio do Programa de Desenvolvi-

mento Comunitário Solidário de Juruti – denomina-

do Pajiroba – o Instituto de Cidadania Empresarial

(ICE), em parceria com o Instituto Camargo Corrêa e a

Alcoa vêm incentivando a produção rural, bem como

a artesanal, em dez comunidades, capacitando cerca

de 100 famílias. A iniciativa visa estimular a cadeia

produtiva da mandioca, a diversificação de culturas,

a atividade artesanal e a formação da governança

local.

Diferentes populações antigas moraram em

Juruti. A descoberta foi possível por meio dos estu-

dos realizados a partir de �00� pela Alcoa. Foram

encontrados 8� sítios arqueológicos com a presença

de vestígios de antigos objetos, como fragmentos

de cerâmica e de pedra datados de cerca de dois

mil anos antes de Cristo. Os resgates e análises do

material encontrado ocorreram entre �006 e �007

durante salvamento dos sítios Terra Preta 1 e Terra

Preta �, região onde foi instalado o Porto da Alcoa

Mina de Juruti.

Por meio desse trabalho, a Scientia Consul-

toria, empresa que executa os Planos de Controle

Ambiental (PCAs) da Alcoa nas áreas de Prospecção

e Resgate Arqueológico, e Educação Patrimonial,

identificou um grupo ceramista antigo na região

chamado de Pocó, que está relacionado à região

tapajônica, extremamente importante pelo fato de

ser pouco conhecido na arqueologia. Trata-se de um

volume grande de material, aproximadamente 100

mil fragmentos cerâmicos em áreas escavadas.

A população local está sendo preparada para

lidar com a preservação do patrimônio cultural. Edu-

cadores da rede pública do município, artesãos e

oleiros participaram de cursos de Educação Patrimo-

nial. A idéia é que eles atuem como multiplicadores

do conhecimento sobre os sítios arqueológicos pre-

sentes na região de Juruti.

Responsabilidade socioambientalPesquisadores do Museu Paraense Emílio Goel-

di realizam o trabalho de monitoramento da fauna

e da flora no município, por conta dos Planos de

Controle Ambiental (PCAs). Esse trabalho avalia as

reais interferências do empreendimento da Alcoa

na região e o que pode ser feito para que sejam

minimizadas. A idéia é que se torne um projeto

modelo, um padrão de trabalho na Amazônia. O

salvamento de fauna e flora realizado pelos pes-

quisadores do museu vai possibilitar estudos apro-

fundados sobre os animais e plantas de Juruti.

Tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia

fazem parte do trabalho de manejo e conservação

desenvolvido com a participação voluntária de co-

munidades rurais de Juruti. A iniciativa e mais três

outros projetos ambientais compõem o Programa

de Manejo Integrado de Quelônios, uma parceria

da Alcoa com o Instituto Chico Mendes de Conserva-

ção da Biodiversidade (ICMBio) e Associação Brasilei-

ra para Conservação das Tartarugas (Pró-Tartaruga).

Em �008, o projeto fez o manejo de mais de 7.700

filhotes de quelônios, devolvendo-os às águas de

rios e lagos da região de Juruti.

A Alcoa atua no incentivo à manutenção de

unidades de conservação da região por meio do

Programa de Apoio à Conservação da Biodiversida-

de da Amazônia. O programa tem a duração de

cinco anos e receberá R$ � milhões das instituições

parceiras: Alcoa, Fundação Alcoa e a organização

ambientalista Conservação internacional (CI-Brasil).

Nesse período, o investimento será de R$ 400 mil

mensais, metade pela Fundação Alcoa e metade

pela CI-Brasil. A idéia é que, até �01�, seja criado

um fundo no valor estimado de R$ 60 milhões para

proteger as unidades de conservação da região.

Além disso, a Alcoa formalizou termo de

compromisso, até então inédito no Pará, e está

repassando, em parcelas, R$ �� milhões ao SNUC

- Sistema Nacional de Unidades de Conservação da

Natureza. Criado pelo Conselho Nacional de Meio

Ambiente (Conama), o SNUC faz parte da mais re-

cente metodologia de compensação ambiental que

repassa recursos para manutenção de unidades de

conservação em todo o Brasil.

SUSTENTABILIDADE |

Em parceria com as comunidades ribeirinhas, o Projeto Quelônios da Amazônia promo-ve a conservação e manejo de tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia

MAR/ABR/MAI – �009 | | �1

Por Rita Gallo

Uma grande mudança contábil, que vai usar

a tecnologia da informação para eliminar erros de

escrituração, vai ganhar força e abrangência até o

final desde primeiro semestre: o SPED – Sistema

Público de Escrituração Digital será implantado em

um maior número de empresas. O sistema prevê a

substituição da emissão de livros contábeis em pa-

pel por dados digitais.

O SPED será adotado obrigatoriamente por em-

presas sujeitas à tributação do Imposto de Renda

com base no Lucro Real e que estiverem enquadra-

das no Acompanhamento Econômico-Tributário Di-

ferenciado. Estas empresas deverão entregar a ECD

(Escrituração Contábil Digital) em junho, referente ao

ano calendário de �008.

“Aproximadamente 11 mil empresas se enqua-

dram nessas exigências, principalmente aquelas que

faturaram, em �006, acima de R$ 60 milhões, um

dos requisitos para estarem no acompanhamento

econômico-tributário diferenciado”, lembra Mariana

Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan.

O SPED foi criado em �007 para possibilitar a

atuação integrada dos fiscos federal e estadual a

partir de um sistema eletrônico unificado, em substi-

tuição aos registros de papel.

A unificação da forma de apresentação de

informações pelas empresas e o compartilhamen-

to eram uma meta antiga dos governos federal e

estadual. Mas para que fossem aceitas pelos contri-

buintes sem maiores problemas jurídicos, foi aprova-

da a Emenda Constitucional no 4�, que permitiu a

nova sistemática de prestação de dados tributários

pelas empresas. “Quatro anos depois foi instituído o

SPED, por meio do Decreto no 6.0��, que absorveu

os livros contábeis e fiscais, a nota fiscal eletrônica

e conhecimento de transporte eletrônico”, recorda a

especialista da BDO Trevisan.

Ela afirma que o SPED vai facilitar ao máximo

a fiscalização e racionalizar as inúmeras obriga-

ções acessórias que são preparadas e enviadas

pelos contribuintes, além e tornar mais rápida a

identificação de ilícitos tributários.

O programa se divide em três grandes gru-

pos: SPED contábil, ou Escrituração Contábil Di-

gital; SPED fiscal, ou Escrituração Fiscal Digital, e

Nota Fiscal Eletrônica.

No lugar dos livros fiscaisMariana Carissio lembra que o SPED Contábil vai

substituir a emissão de livros contábeis (Diário e Ra-

zão) . O SPED contábil deve ser assinado digitalmen-

te pelo empresário ou representante legal da so-

ciedade empresária e pelo contabilista responsável

pela escrituração. A entrega do arquivo referente ao

SPED contábil será anual, devendo ser transmitido

à Receita Federal até o último dia útil do ano sub-

seqüente. “Haverá multa de R$ �.000 por mês ou

fração pela falta de entrega”, recorda a especialista.

As mudanças incluem também o SPED Fiscal,

ou Escrituração Fiscal Digital (EFD), com a finalidade de

substituir os livros fiscais e as obrigações acessórias

que hoje são entregues em papel ou em meio mag-

nético. “Mesmo sendo em meio magnético, não havia

uma ferramenta para consolidar as informações de

maneira uniforme que atendesse a todos os Estados

e municípios”, afirma a diretora da BDO Trevisan.

A EFD foi instituída por Convênio ICMS e será

utilizada por quase todos Estados, com exceção de

Pernambuco e do Distrito Federal. Essa ferramenta

deverá beneficiar os contribuintes, segundo Mariana

Carissio, porque deve haver desoneração nas tarefas

de elaborar e manter em papel das informações a

serem apresentadas ao Fisco.

Desde janeiro deste ano as empresas sujeitas

a tributação do ICMS e do IPI estão obrigadas a se

adequar ao SPED Fiscal. No entanto, explica Carissio,

“no primeiro momento, as �� secretarias estaduais

da Fazenda restringiram, por meio de Protocolo

Confaz, a obrigatoriedade para os contribuintes que

estiverem listados no anexo do protocolo”.

A periodicidade de entrega da EFD é mensal.

Entretanto, as informações referentes aos meses de

janeiro a abril de �009 deverão ser entregues no úl-

timo dia útil de maio deste ano. Não há penalidade

expressa para a falta de entrega. Mas o Fisco poderá

impedir a emissão de notas fiscais para a circulação

de mercadoria. “A expectativa é que em �010 todos

os contribuintes do ICMS e IPI sejam obrigados a en-

tregar a EFD”, prevê Mariana Carissio.

A Nota Fiscal EletrônicaA Nota Fiscal eletrônica (NF-e), que também faz

parte do conjunto de mudanças contábeis, já vem

sendo implantada conforme as necessidades das

secretarias estaduais (São Paulo, por exemplo, ado-

tou há tempos essa inovação). Segundo explica a

especialista, “trata-se de um documento mercantil

emitido e armazenado eletronicamente, de existên-

cia apenas digital, cuja validade jurídica é garantida

pela assinatura digital do emitente, antes da ocor-

rência do fato gerador do ICMS/IPI”.

Após a autorização da emissão da NF-e, deverá

ser impresso o Danfe – Documento Auxiliar da Nota

Fiscal Eletrônica, para acompanhar a mercadoria. O

documento deve ter a chave de segurança, que é

garantia da validade da operação.

Em abril de �008, a Nota Fiscal Eletrônica foi

adotada apenas pelos fabricantes, distribuidores e

atacadistas de cigarros e de combustíveis líquidos.

Em dezembro do mesmo ano, diversos ramos de

atividade iniciaram a utilização da NF-e. O Estado

de São Paulo publicou Portaria CAT 16�/08, em

�0/1�/�008, em que identifica outros ramos de ati-

vidade que adotarão a NF-e com início em abril e

setembro de �009.

Sistema vai agilizar escrituração fiscalSPED possibilita a atuação integrada dos fiscos federal e estadual a partir de um sistema eletrônico unificado

Mariana Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan

| SISTEMAS

�� | | MAR/ABR/MAI – �009

QUALIDADE DE VIDA |

Dentes limpos, dentes saudáveis“A saúde começa na boca e, por isso, é fun-

damental que cada um de nós conheça bem

seus próprios dentes”, afirma o diretor técnico da

Imbra, Gustavo Issas. Segundo ele, é fundamen-

tal que, após cada escovação, as pessoas olhem

seus dentes no espelho para verificar se eles

estão limpos. “É importante também que o fio

dental seja passado bem devagar, para retirar

todas as impurezas dos dentes”, dis Issas.

Outra dica importante é escovar os dentes

pelo menos uma vez por dia, sem pasta dental

ou enxaguatório, pois assim é possível identificar

os locais onde há sangramento. “Não existe nada

melhor para a limpeza dos dentes que a remo-

ção mecânica dos resíduos, inclusive da língua”,

diz o diretor técnico da Imbra.

Hoje, no Brasil, há mais consciência da neces-

sidade de prevenção contra as cáries, o que inclui

ações públicas como, por exemplo, a fluoretação da

água e as campanhas de conscientização de cami-

nhoneiros em postos de gasolinas nas estradas.

“A prevenção na odontologia é importante,

principalmente na fase adulta”, explica Issas. Se-

gundo ele além das crianças e dos adultos, é

necessário cuidar da saúde bucal dos idosos, que

muitas vezes sofrem calados com próteses mal

ajustadas e afecções nas gengivas, o que causa

problemas de mastigação e fala.

O retorno periódico ao dentista é parte funda-

mental da manutenção da saúde bucal em todas

as idades, o que deve ser a cada seis meses.

A Imbra é uma rede de clínicas odontoló-

gicas especializada em tratamentos de saúde

bucal. Foi criada em março de �006 e, atual-

mente, possui �7 mil clientes, mas já atendeu

mais de 100 mil pessoas, com tratamentos como:

implantes odontológicos, implantes zigomáticos,

periodontia, endodontia, dentística (clareamentos

e restaurações estéticas), próteses e enxertos. A

empresa conta com 4 mil funcionários, sendo

7�% desse total na Área de Operações e mil de-

les são dentistas, que trabalham em �� clínicas,

em nove estados brasileiros.

Seja feliz também naqueles diasCom o objetivo de falar com o público in-

fanto-juvenil, a jornalista Chantal Brissac acaba

de elaborar o livro “Seja Feliz Também Naqueles

Dias”, que aborda vários aspectos da vida das

meninas de 10 a 1� anos. A iniciativa é da Proc-

ter & Gamble, para a sua marca de absorventes

Always. “A idéia é abordar a felicidade sob vários

aspectos da vida da pré-adolescente e da ado-

lescente”, explica Chantal.

Em sete capítulos, o guia aborda aspectos da

vida das meninas, tais como autoconhecimento,

amizades, autoestima e atividades físicas e se

propõe a dar dicas para as garotas entenderem

melhor o que acontece com o corpo e a mente

nesta fase de intensas transformações. “Assun-

tos comuns a esta geração, como TPM, internet

e bullying, entre outros, aparecem nos capítulos

respaldados por opiniões de especialistas de vá-

rias áreas”, conta a jornalista.

“A marca participa do universo feminino em

sua intimidade. E nós queremos, cada vez mais,

criar um relacionamento com a nossa consumi-

dora. Always quer ser uma amiga dela. Com o

livro, ela passa a ter um companheiro de cabe-

ceira”, diz Juliana Azevedo, diretora de Marke-

ting da P&G Beauty. O livro, diz ela, tem uma

linguagem leve e adequada a esse público e

traz uma mensagem positiva e animadora: sim,

é possível ser feliz não apenas naqueles dias,

mas em todos os dias de sua vida. Sem propor

fórmulas prontas, a obra convida a jovem leitora

a se conhecer mais, a se cuidar, a gostar de si

mesma e a exercer sua criatividade de maneira

plena.

Saúde em gotasPor Rita Gallo

MAR/ABR/MAI – �009 | | ��

A culpa também é da picanhaA picanha e, principalmente, a camada bran-

ca de gordura que a envolve contêm um tipo de

gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia

longa, encontrados principalmente em carnes

vermelhas – que pode ser um dos causadores

da obesidade. Segundo pesquisas realizadas

com ratos, essas moléculas provocam uma infla-

mação no hipotálamo, na base do cérebro, que

leva à destruição dos neurônios que controlam o

apetite e a queima de calorias.

“Há a possibilidade de que tenhamos encon-

trado uma explicação para a dificuldade que as

pessoas obesas têm de controlarem a sua fome

e perderem peso, mesmo que adotem dietas se-

veras para emagrecer”, diz o pesquisador da Uni-

versidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lício

Velloso, que coordenou esse estudo, publicado

em janeiro no Journal of Neuroscience. Os estu-

dos já realizados pela equipe de Velloso e de ou-

tros grupos já haviam mostrado que a obesidade

era uma doença que começava no cérebro ou

nos músculos, induzida por dietas com excesso

de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gera-

va resistência ao hormônio insulina, que carrega

a glicose para as células, onde é transformada

em energia, e induz ao consumo contínuo de

alimentos.

Apoio contra o fumoO serviço de psicologia do Hospital do Coração

(HCor) realizou um estudo no final do ano pas-

sado e identificou os fatores mais frequentes da

recaída no tratamento de fumantes. Durante a

pesquisa foram avaliados 61 pacientes fumantes

e o resultado apontou que os motivos mais fre-

qüentes para a recaída são estresse (6�%) e an-

siedade (19%). Dentro deste contexto, �6% são do

sexo feminino, principalmente por conta da dupla

jornada (lar e trabalho), e 44%, do sexo masculino,

sendo que 77% dos pacientes participantes ma-

nifestaram grande satisfação com o tratamento

– mais especificamente com o apoio psicológico.

Segundo Silvia Cury Ismael, responsável pelo

serviço de psicologia, durante a pesquisa foi detec-

tado que o fumante não pode ser tratado apenas

com medicação. “Conseguimos verificar que o apoio

psicológico é fundamental ao paciente fumante. A

conclusão do estudo apresenta um aumento de

�0% no sucesso do tratamento em relação ao uso

de medicamentos – isto mostra que o fumante

não pode ser apenas tratado do ponto de vista

físico, mas também do psicológico”, esclarece.

De acordo com Silvia Cury, além do cigarro

ser considerado uma droga, ele provoca de-

pendência e causa graves transtornos à saúde:

“Quando uma pessoa traga a fumaça de um

cigarro ela está inalando mais de 4.700 subs-

tâncias tóxicas”.

O fumo acelera a frequência cardíaca e con-

tribui para o surgimento de doenças cardiovas-

culares – 4�% dos infartos agudos do miocárdio

em pessoas abaixo de 6� anos são causados

por tabagismo. A nicotina também estimula a

produção de ácido clorídrico, além de causar azia

– o que pode levar a uma úlcera e até câncer de

estômago. Segundo a psicóloga, não é apenas

o pulmão que o tabaco pode prejudicar, pois o

malefício do cigarro se estende por todo o corpo.

“O cigarro pode causar câncer na boca, faringe,

esôfago, pâncreas, rim, bexiga, e colo de útero. O

monóxido de carbono dificulta a oxigenação do

sangue e causa doenças como a arteriosclerose.

Já o cigarro contém pelo menos 60 cancerígenos

conhecidos”, esclarece a psicóloga.

Alegria vem do berçoUm estudo realizado pela Universidade de

Essex, no Reino Unido, indica que ver o mundo

com otimismo ou pessimismo pode depender da

versão que uma pessoa possui de um gene en-

volvido no transporte de um neurotransmissor, a

serotonina, que influencia o humor. Os portado-

res da versão longa do gene �-HTTLPR tendem

a enxergar os aspectos mais positivos da vida e

a minimizar os negativos. Quem tem a versão

curta tende a reagir de maneira contrária. Os psi-

cólogos envolvidos no estudo acreditam que os

resultados podem ajudar no desenvolvimento de

novos tratamentos para ansiedade e depressão.

Alimento certo é saúde na certaA jornalista Yara Rocca lançou no mercado

o livro “Alimento certo é saúde”, um guia para

quem busca informações sobre alimentação

saudável.

O livro conta a história da autora, as suas

dietas e tratamentos inadequados pelos quais

passou, os diagnósticos médicos e como ela

recuperou sua saúde pela alimentação e mu-

dança em seu estilo de vida. “O meu principal

objetivo com o livro é levar às pessoas as me-

lhores informações sobre os alimentos, des-

de as compras certas, que tipo de alimentos

consumir, os métodos de preparo, a rotula-

gem dos mesmos e conceitos de alimenta-

ção”, afirma Yara.

A autora apresenta também os bene-

fícios dos alimentos funcionais e orgânicos,

com receitas do chef Renato Caleffi e da

nutricionista Cinthya Maggi, e dicas do endo-

crinologista Marcos Biancalana. O livro tem o

apoio da multinacional Bayer.

�4 | | MAR/ABR/MAI – �009

EMPRESAS |

A crise financeira internacional atinge a econo-

mia real gerando reflexos negativos na produção,

no comércio e no emprego e difundindo incertezas

que abalam todos os setores econômicos.

Há, entretanto, quem nesse cenário sombrio

aviste novas perspectivas e oportunidades. Este

é o caso de empresas de Tecnologia da Informa-

ção que desenvolvem soluções para a melhoria

de produtividade de outras companhias.

Ao mesmo tempo em que o mercado e os

profissionais de TI devem dar atenção às oscila-

ções da economia, não podem perder de vista as

oportunidades de crescimento que os momentos

de dificuldade proporcionam para esse setor.

As maiores empresas de tecnologia da in-

formação do país não falam em demissões. Ao

contrário, Em todo o país, o setor de tecnologia

da informação deve abrir 40 mil novas vagas, no

decorrer deste ano.

A Associação Brasileira de Empresas de Tec-

nologia da Informação e Comunicação (Brasscom)

e a Agência Brasileira de Promoção de Exporta-

ções e Investimentos (Apex) já anunciaram inves-

timentos de R$ 14 milhões em TI no país com o

objetivo de fortalecer a imagem do Brasil como

exportador de serviços neste setor.

Estrela própriaPara algumas empresas de TI os efeitos da crise

financeira têm passado ao largo. “É impressionan-

te, mas temos recebido muitas visitas de clientes”,

constata Francisco Lara, CEO da Softtek na América

do Sul e Caribe. “Acho que a nossa indústria de tec-

nologia da informação é de certa forma beneficiada.

Ela tem uma estrela, porque, com crise ou sem crise,

as organizações sempre necessitam de projetos que

gerem valor agregado”, completa.

O executivo mexicano atenta para as diferen-

ças existentes entre as duas modalidades bási-

cas em que se dividem os serviços de tecnologia

de informação: o outsourcing e a consultoria.

Oportunidades na criseEmpresas de tecnologia da informação procuram soluções para administrar a crise

O primeiro é encarado pelas empresas como

uma forma de otimizar custos, elevar produtivida-

de e fazer mais com menos. Por isso, a demanda

de outsourcing deve manter-se e crescer mundial-

mente. Já no que diz respeito às consultorias, per-

cebe-se que alguns clientes entraram no clima de

pânico coletivo gerado pelas incertezas com rela-

ção ao futuro. “O fato é que muitas empresas ten-

dem a assumir postura mais conservadora diante

de um quadro de crise e a postergar projetos que

estavam em fase de iniciação ou mesmo que já

estavam autorizados”, diz Lara.

Diferenciais competitivosA Softtek, segundo Francisco Lara, tem feito

um trabalho de apoiar seus clientes a encontrar

idéias e soluções criativas para enfrentar a atual

conjuntura. Ao mesmo tempo, tem encarado o

momento como uma oportunidade para investir

e criar diferenciais competitivos de modo que,

no momento em que a crise for superada, seus

clientes assumam a ponta e posicionem-se como

líderes em seus ramos de negócios.

A empresa tem trabalhado com seus clientes

em vários cenários. Primeiro, priorizando projetos

capazes de gerar maior otimização de custos e

melhorias na produtividade e que gerem maior

valor agregado no curto e médio prazos.

O segundo campo de atuação dirige-se a

viabilização financeira dos projetos. Pelo fato de

a Softtek ser uma empresa mundial, tem acesso

a linhas de crédito e muito com que contribuir no

fluxo de caixa e para o pagamento dos projetos

dos seus clientes. “Procuramos encontrar uma

forma conjunta de tornar financeiramente viá-

veis os projetos, seja através de financiamento

próprio, seja através de um banco com o qual

temos relacionamento”, explica Francisco Lara.

Há ainda um terceiro cenário a ser vislumbra-

do que diz respeito àquelas áreas de oportunida-

de que eram projetadas mais para o final do ano

e trazê-las ao valor presente para que, com base

nisso, possamos ajudar nossos clientes a ganhar

competitividade no mercado.

“É hora de ir ao mercado, conversar estabele-

cer alianças e estratégias Somente sairá da crise

quem for criativo. Os que entrarem em pânico

não conseguirão sair”, adverte Lara

Foco nos investimentos Arrojo e solidez são as palavras-chave uti-

lizadas por Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da

Walar IT Business, para definir o espírito que

deve reinar num contexto de crise. Segundo

ele, as empresas de TI têm de oferecer algo

que o mercado queira ou precise comprar.

“Uma das ações da Walar para manter

sua inserção no mercado foi posicionar-se

de forma sólida na implementação do SPED

Por Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta

Francisco Lara, CEO da Softtek na América do Sul e Caribe

fiscal e contábil. Hoje, o governo utiliza lar-

gamente a tecnologia da informação. Exem-

plo disso é o Sistema Público de Escrituração

Digital, os chamados SPED fiscal e contábil e

a nota fiscal eletrônica. Tratam-se de proces-

sos que, com ou sem crise, obrigam todas as

empresas a inserir tecnologia de informação

em suas operações.”

Watanabi diz que a célula da empresa

voltada à implantação, consultoria e sanea-

mento fiscal preparatório para a implantação

do SPED é a que mais cresce neste momen-

to. Mas, além disso, ela também vem abrindo

novas perspectivas de negócios.

“Através dela descobrimos novas oportu-

nidades para outras de nossas células. Mui-

tas empresas que contratam nossos serviços

acabam descobrindo que têm uma série de

deficiências em seus sistemas e em seus

aplicativos. Muitos desses sistemas de escri-

turação fiscal são formas de enviar dados.

Mas se eles forem de má qualidade e as

informações estiverem erradas, as empresas

podem recolher errado e ser autuadas pelo

fisco”, ele explica.

Há 14 anos, a Walar oferece serviços em

plataformas Oracle, Microsoft e SAP, gerencia-

mento de projetos, treinamento e soluções

customizadas de tecnologia. Segundo Wata-

nabi Lara, nunca a empresa investiu tanto em

pesquisa e desenvolvimento como agora.

“Acreditamos que este é um momento em

que temos de ter produtos eficazes e baratos para

poder vender. Não adianta ter projetos caros e tra-

dicionais. É preciso agregar, criar novas formas e

usar a criatividade”, diz o CEO da Walar.

Watanabi pondera que seus clientes passa-

ram a utilizar mais critérios para aprovar projetos,

mas que não deixaram de investir. “Em função

dos clientes, estamos contratando pessoal. A nos-

sa expectativa é continuar crescendo. Estamos atu-

ando num mercado em que a demanda continua

aquecida. Precisamos reinventar, pesquisar novas

ferramentas e processos mais competitivos, mais

baratos e com mais eficácia e mostrar aos nossos

clientes formas de eles reduzirem custos.” Essa á

receita da Walar para passar pela crise.

| | EMPRESAS

Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da Walar IT Business

�6 | | MAR/ABR/MAI – �009

OPINIÃO |

Mine Misawa faz parte de um seleto grupo

de pessoas que guarda na memória detalhes da

origem e da história do Centro Empresarial de São

Paulo. Ela começou a trabalhar no Grupo Bunge em

�/4/1974, na rua Boa Vista, 16�. Em outubro de 197�,

foi transferida para a empresa do grupo que era res-

ponsável pela construção do Centro Empresarial de

São Paulo. Mine relata algumas lembranças dessa

rara experiência, que foi assistir à origem e acompa-

nhar o desenvolvimento de um projeto arquitetôni-

co original e grandioso:

“Quando vim para cá, há �4 anos, ficamos ins-

talados num barracão de madeira, sem forro, um

pouco mais adiante de onde está instalado hoje o

posto de gasolina.

A obra estava começando. Eles haviam retirado a

terra que formava um morro, onde hoje é o jardim, e

haviam escavado até o nível menos 11,90m, onde são

as docas. Quando começaram a construir os blocos,

foram levantadas primeiramente as torres de susten-

tação das lajes, todas de uma só vez. As pessoas

que passavam e viam as torres telefonavam pergun-

tando se eram torres para extração de petróleo.

Eu trabalhava das 8h�0 à meia-noite, todos os

dias, de �a a 6a feira. Aos sábado, até as 18 horas. E,

se fosse necessário, também aos domingos e feria-

dos. Isso porque, após as concorrências de materiais

aprovadas, eu tinha que preparar de 40 a 60 cartas

por noite, escritas em máquina elétrica, para depois

tirar cópias xerox e enviá-las aos departamentos so-

licitantes, para a construtora, para a contabilidade,

para o departamento de recebimento dos materiais

e outra para o meu arquivo.

Tive que aprender muitas coisas, inclusive a

fazer cópias heliográficas e fazer as dobraduras na

medida correta. As reuniões dos engenheiros e ge-

rências eram feitas à noite. E, após ser tudo aprova-

do e concluído, solicitavam-me cópias das plantas,

que são muito diferentes de xerox.

O Centro Empresarial de São Paulo foi constru-

ído em tempo recorde. O projeto foi originado em

1974. A obra ficou pronta em janeiro de 1977, pois

havia � mil funcionários trabalhando em � turnos,

�4 horas por dia.

O projeto foi feito com muito cuidado, pensando

em todos os detalhes. Por exemplo: o carpete origi-

nal foi testado e aprovado nos EUA, para certificar

se eram de fato anti-chamas. Os biombos também

eram revestidos do mesmo material, foram confec-

cionados em gesso, revestidos com lâminas de alu-

mínio e forrados com o mesmo carpete.

No teto, foram colocados placas de lã de vidro,

com vários furos, para que o som não se propagas-

se. Cada funcionário tinha a sua sala, com um espa-

ço de 1�m�, muito confortável. Numa área total de

�.�00m� por andar, não se ouvia barulho algum,

nem mesmo o colega do lado falar ao telefone. Era

um silêncio total.

Foi necessário montar um restaurante para

atender a todos. Então foi feito uma joint venture

com a rede de hotéis da Marriott, dos EUA., para tra-

zer a tecnologia de restaurantes self-service para o

Brasil. Eram 4 mil refeições/dia. Localizava no térreo,

ao lado da Praça Central, no quadrilátero delimitado

entre os restaurantes Sante, Philadelphia, Daisssuki

e Joe the Chicken.

Eu me orgulho muito de ter participado da cons-

trução deste monumental empreendimento, pois fiz

parte dessa história, como muitos outros que aqui

ainda trabalham. Cada um na sua função, e eu

na minha: a de ter feito as cartas dos pedidos de

materiais, que até hoje estão aqui, e também dos

equipamentos que foram importados, muitos dos

quais ainda funcionando perfeitamente.

O Centro Empresarial de São Paulo era, e para

mim continua sendo, um projeto imponente. Rece-

bia visitas de estrangeiros, muitos deles chegando

ao conjunto de helicóptero. E todos eles diziam não

conhecer um conjunto de prédios tão completo. Acre-

dito que, ainda hoje, deva haver no mundo poucos

empreendimentos desta magnitude e qualidade.

Houve muitas mudanças de lá para cá. Na área

do nível do Jardim, as sementes plantadas cresce-

ram, formando um belo jardim. A parte de telefo-

nia evoluiu muito, embora na época já exibisse um

porte e uma sofisticação única no Brasil. Não havia,

naquele tempo (início de 1977), computador, somen-

te máquina elétrica e eletrônica.

Vale a pena trabalhar aqui, pois temos tranqui-

lidade, segurança, muitas facilidades e bons serviços.

Tudo num lugar só, o que é muito importante nos

dias de hoje.”

Porque gosto do Centro Empresarial de São Paulo

Mine Misawa

Foto: Márcia D`Ambrósio

MAR/ABR/MAI – �009 | | �7

| TURISMO

Por Davi Brandão

Fotos: Isabel Frontana e Davi Brandão

Nos últimos dias a cidade de Salvador chamou

a atenção do mundo. O motivo, a agitação dos

trios elétricos que agitaram os foliões no período

carnavalesco. Mas a capital da Bahia oferece muito

mais que Carnaval, sendo destaque no país como

uma das cidades que guardam a história do Brasil.

Diversos são os pontos que encantam aos mais

diferentes olhares, como a beleza de suas praias;

a conservação de seus casarões e logradouros; as

sofisticadas marinas, seus luxuosos hotéis, sua far-

ta gastronomia, e muito mais.

Primeira capital do Brasil, a cidade de Salva-

dor, um dos principais destinos turísticos do país,

se revela como um oásis cultural. Ao contrário

do imaginado, não apenas o Pelourinho compõe,

este verdadeiro “caldeirão”, de cultura, tendo em

seu mapa turístico outros pontos que merecem

ser visitados, não somente pelos turistas, como

também pelos próprios habitantes da cidade.

Fundada por Thomé de Souza, no início do

Porque gosto do Centro Empresarial de São Paulo

O que a Bahia tem?Os encantos da terra de Jorge Amado, um dos destinos turísticos mais visitados por brasileiros e estrangeiros

século XVI, a cidade que conta a história do país,

tem seu centro histórico tombado pela Unesco,

sendo Patrimônio da Humanidade. Adentrar a

esta viagem no tempo é ter a obrigatoriedade

de passar pelas suas três principais áreas: a

Praça Municipal ao Largo de São Francisco, Pe-

lourinho e Largo do Carmo, além do Largo de

Santo Antônio. Entre os seus atrativos principais,

merecem destaque as praças Municipal e da Sé,

o Elevador Lacerda, a Câmara Municipal, o Paço

Municipal, o Palácio Rio Branco, a Santa Casa e

Igreja da Misericórdia, o Palácio Arquiepiscopado,

a Catedral Basílica, o Terreiro de Jesus, o Largo

do Cruzeiro de São Francisco, o Pelourinho com

suas igrejas, lojas, bares e restaurantes, além das

encantadoras praças – Largo Pedro Arcanjo, Lar-

go Tereza Batista, Largo Quincas Berro D’Água,

Praça do Reggae, Rosa Oxalá, entre outras – e

por fim, o Largo do Carmo onde estão o Forte

de Santo Antônio e o grande conjunto religioso

formado pela Igreja e Convento de Nossa Senho-

ra do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira do

Carmo.

Mine Misawa

Foto: Márcia D`Ambrósio

Empresarial�8 | | MAR/ABR/MAI – �009

TURISMO | C

Muito além do Pelô...Nas adjacências do Pelourinho existem mui-

ta diversão e paisagens que encantam os visi-

tantes. Construído sobre um banco de areia, a

cerca de �00 metros da praia, e local oferece

uma vista privilegiada a cartões postais da cida-

de, como o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo

e a fascinante Baía de Todos os Santos, onde

se encontra o belo Forte São Marcelo –um dos 11

existentes na capital baiana.

Datado de meados do século XVII, a cons-

trução foi erguida como precaução, no caso de

invasões, e durante séculos serviu como prisão,

abrigando personagens como Bento Gonçalves.

Reaberto para visitação, em �006, atualmente

abriga um museu, onde são rememoradas as

histórias do local e, também, o aconchegante

Buccanerros Restaurantes, que oferece os sabo-

res das cozinhas contemporânea e baiana.

Baía de Todos os SantosUm visual cinematográfico. Assim pode

ser resumido ou explicado o primeiro olhar da

Bahia de Todos os Santos, que abre caminho

para a visitação de diversas ilhas como Itapa-

rica, Maragogipe, São Félix, SantoAmaro, Can-

deias, entre outros belos sítios.

Para tanto o meio de transporte mais ade-

quado são as lanchas ou escunas. Dentre as

paradas esta a envolvente Ilha do Frade. Um

lugar “quase deserto”, onde as águas cristalinas

de temperatura agradável enlouquecem qual-

quer visitante.

Do alto das montanhas a vista que envol-

ve uma imensidão azul de água, é verdadeira-

mente, de se ‘tirar o chapéu’. A beira-mar, uma

excelente opção é curtir as maravilhas do local

ao lado de uma cerveja gelada, ou de uma re-

frescante água de coco, e ainda, se deliciar com

as porções de frutos do mar servidas pelas pou-

cas barracas de petiscos existentes na ilha, e é

claro, observar a beleza dos turistas, a grande

maioria vinda do continente europeu.

Após um banho nas águas do Frade,

duas horas de passeio pela Baía de Todos os

Santos, é chegada a hora de aportar na tam-

bém paradisíaca Ilha de Maragogipe, que no

ponto de encontro do rio Paraguaçu como rio

Guaí, formando uma extensa lagoa de água

salgada, que se revela convidativa para se

refrescar.

Elevador Lacerda

Ladeira do Pelourinho

Vista Mercado Modelo e Baia de todos os Santos

TURISMO |

MAR/ABR/MAI – �009 | | �9

Não rebelde, a água se mantém com uma

temperatura agradável, e o banhista pode se

manter tranqüilo, pois a água não passa dos jo-

elhos. Detalhe: sempre límpida.

No simpático vilarejo de Paraguaçu, perten-

cente a Maragogipe, não se enxerga uma paisa-

gem urbana, pois poucos casarões de veraneio

compõem o lugar, adornado pelo belo cenário

de paisagens naturais. Também destaque da re-

gião são os diversos manguezais que compõem

a paisagem do local, talvez por isso a excelente

opção gastronômica oferecida pelos simplórios

estabelecimentos do local.

Diversidade gastronômica Uma mesa farta. Essa é a mesa apresenta-

da pela cozinha baiana, que, diga-se de passa-

gem, vai muito além do acarajé, do vatapá e do

tradicional azeite de dendê. Aos aficionados no

mundo gourmand ir ao solo baiano, em especial,

à capital do estado, é essencial visitar o Mercado

Modelo, onde estão dispostos uma diversidade

de produtos para aqueles que se dizem alqui-

mistas da cozinha.

Do tradicional azeite de dendê, as carnes e

manteigas de garrafa, o espaço se tornou refe-

rência na cidade, além de também oferecer um

restaurante no andar superior, onde os petiscos

de frutos do mar são convidativos. Mas como

dito anteriormente, nem somente de acarajé

vivem os baianos. Localizado na Praça José de

Alencar, no Largo do Pelourinho,o restaurante

Escola do Senac é uma excelente parada. No

local é possível se deliciar com um farto bufê,

que contempla diversos tipos de moquecas,

arroz, carnes, peixes, acarajé, vatapá,entre ou-

tros pratos, além de uma convidativa mesa de

sobremesas. Os pratos são preparados pelos

alunos da escola, comandados pela maestria

de um excelente chef de cozinha.

Localizado na Marina Bahia, o Soho Res-

taurante, se destaca como um dos pontos mais

elegantes da cidade e coloca como um excelente

espaço aos aficionados pela cozinha nipônica.

Lugar de gente bonita e sofisticada, a casa apre-

senta um menu onde os sushis e sashimis são

as principais vedetes, porém também surpreen-

de com uma sessão de grelhados.

Situado no Forte São Marcelo, o Buccaneros

Restaurante, inaugurado em dezembro de �006,

se revela como uma excelente opção àqueles

que buscam romantismo. Um espaço intimista,

onde é possível saborear os pratos da cozinha

contemporânea acoplados com os aromas e sa-

bores da Terra de Jorge Amado.

Também em território baiano, destaque para

a cozinha do Restaurante do Convento do Carmo

Hotel, que encanta pela bela decoração e pela

boa mesa, que sugere elaborações que aliam

tradicionais pratos da cozinha lusitana aos tem-

peros e ingredientes da cozinha baiana.

Inaugurado na Bahia em 199�, o Ristoran-

te Alfredodi Roma, logo se tornou sucesso.No

menu que serve os sabores da cozinha do “País

da Bota”, destaque para as massas e risotos,que

caem bem com um bom vinho tinto.

Recomendações importantesPara aqueles que pisarem em solo baiano é

importante prestar a atenção em algumas dicas.

Além de peças confortáveis na bagagem, em vir-

tude do calor intenso, as malas também devem

abrir espaço para os protetores solares.

Também aconselhado pelos guias turísticos,

é não dar muita atenção aos camelôs, diga-se

de passagem existente aos montes. Artesanato,

fitas do Bonfim, colares, entre outros produtos,

fazem parte do leque de produtos oferecidos pe-

los mesmos, mas é aconselhado que as compras

sejam feitas nas lojas espalhadas pelo comércio

do local. No mais, a capital da Bahia, assim como

pode ser visto oferece muitos atrativos a serem

aproveitados. Um bom passeio e lembre-se: “Sor-

ria quando estiver na Bahia”.

Ladeira do Pelourinho

Forte São Marcelo

Ilha dos Frades

| TURISMO

�0 | | MAR/ABR/MAI – �009

A bióloga Assucena Tupiassú lançou em ou-

tubro de �008 o seu livro Da Planta ao Jardim,

publicado pela editora Nobel. Em dezembro, ela

apresentou a obra ao público do Centro Empre-

sarial de São Paulo, onde é conhecida por seu

trabalho de consultoria em paisagismo.

O trabalho da autora reflete um profundo

respeito pela diversidade da natureza, intrínseca

nas características peculaires de cada ser vivo.

Ela apresenta a jardinagem como uma arte feita

com capricho e amor, como uma herança precio-

sa passada de pais para filhos.

Assucena ensina como identificar as diversas

espécies de plantas e suas variedades e os cuida-

dos para mantê-las viçosas. Ricamente ilustrado

com fotos da autora, explica desde a anatomia

das plantas até como projetar e orçar jardins.

Elaborado com base nos cursos de jardinagem

ministrados pela autora, o livro é um guia para

a prática da arte da jardinagem. Com linguagem

simples e acessível, coloca ao alcance de todos

os leitores conhecimentos técnicos fundamentais

para a criação e manutenção de jardins.

Os capítulos estão organizados praticamente

como um curso de jardinagem. Detalha, passo-

a-passo, desde os cuidados preliminares com a

terra e as plantas até a concepção de projetos

de jardins e manutenção de árvores. O leitor en-

contra explicações sobre o solo, as ferramentas

necessárias para a jardinagem, plantas invaso-

ras, arbustos, trepadeiras, hortas, árvores, pragas

de jardins e outros assuntos importantes para a

beleza e manutenção dos jardins.

Os desafios da autoraGraduada em Biologia pela Universidade

Mackenzie, com especialização em Saúde Pública

pela Universidade de São Paulo e em Controle

Ambiental pela Universidade de São Paulo, a

autora também incursiona pela fotografia e pro-

jetos de cunho social.

Pela Prefeitura Municipal de São Paulo, As-

sucena ministra aulas de jardinagem e paisa-

gismo no Parque do ibirapuera e faz projetos

para áreas públicas. À frente do Projeto Crer-Ser

“Germinando a cidadania”, ela realiza cursos de

profissionalização em jardinagem para jovens

em vulnerabilidade social de 1� a �1 anos, con-

tribuindo deste modo para a inclusão social e a

proteção ao meio ambiente.

Assucena é consultora em paisagismo para

o Centro Empresarial de São Paulo e para o São

Paulo Golf Club. Seu trabalho de consultoria con-

ta com uma equipe de duas arquitetas paisa-

gistas, uma especialista em paisagismo e uma

especialista em arranjos florais.

Além de desenvolver uma série de projetos

de educação ambiental, a bióloga gosta de abra-

çar novos desafios. Em �008, ela passou a dar

aulas de jardinagem para pessoas com deficiên-

cia visual, alguns com 0% de visão.

Depois de ter escrito duas apostilas de jardi-

nagem, ela decidiu publicar o livro “Da Planta ao

Jardim”, lançado em outubro de �008 e hoje na

lista dos mais vendidos da Editora Nobel.

Até o fim de �009, Assucena vai assinar

mais quatro publicações: duas também sobre

jardinagem, uma sobre paisagismo e outra sobre

plantas medicinais.

A arte da jardinagem porAssucena TupiassúA arte da jardinagem porAssucena Tupiassú

CULTURA |

Livro “Da Planta ao Jardim”, de Assucena Tupiassú, está na lista dos mais vendidos da Editora Nobel

EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1

Livro “Da Planta ao Jardim”, de Assucena Tupiassú, está na lista dos mais vendidos da Editora Nobel

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