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AlcoaUm empreendimento no coração da Amazônia
TurismoO que é que a Bahia tem
Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas
Shopping Panamby JaraguáShopping Panamby Jaraguá Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas
Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá
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Orestes QuérciaPresidente da Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.
Sob nova direçãoA mais recente novidade do Centro Empresarial de São Paulo fica por
conta da nova administração do Shopping Panamby Jaraguá, que passa
a estar sob responsabilidade da Lumine – Soluções em Shopping Centers,
empresa de consultoria, administração, planejamento e desenvolvimento
de shoppings centers.
Em seu currículo está a administração de empreendimentos em impor-
tantes cidades, particularmente no Estado de São Paulo, do interior e capi-
tal como o Shopping Jardim Sul, o Boulevard Tatuapé e o D&D – Decoração
e Design Center. Novas ações serão desenvolvidas pela nova administrado-
ra do Shopping Panamby Jaraguá no sentido de atender as necessidades
de consumidores, atrair o público em potencial da região e aumentar as
vendas para os lojistas.
Os detalhes estão na presente edição, que também apresenta uma
reportagem sobre o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, que
substituirá os livros fiscais em papel por dados digitais. Considerada uma
grande mudança contábil em operação, através do uso da tecnologia da
informação para eliminar erros de escrituração, reduzir custos e facilitar a
fiscalização, a medida está orientada para as empresas sujeitas à tributa-
ção do Imposto de Renda com Base no Lucro Real, enquadradas no Acom-
panhamento Tributário Diferenciado, estimadas em aproximadamente 11
mil empresas.
Falando em grandes modificações, a descoberta de uma das maiores
reservas de bauxita do mundo, em Juriti, município localizado na margem
de direita do Amazonas provocou uma significativa alteração em termos de
desenvolvimento da região. A responsável pela exploração do minério é a
Alcoa. Nessa edição, você vai conhecer as ações da empresa para esclarecer
a população local, evitar danos ao meio ambiente e desenvolver esforços
conjuntos pelo desenvolvimento sustentável do município.
Nova também é a legislação sobre a contratação de estagiários, que a
princípio gerou dúvidas entre as empresas e foi responsável por uma redu-
ção significativa em termos de contratos desse tipo. Prova da importância
da comunicação no meio empresarial, uma cartilha de esclarecimento por
parte do Ministério do Trabalho ajudou as empresas a conhecer os detalhes
da nova lei, que trouxe mais segurança aos estagiários. Como se sabe, o
estágio representa uma fonte de renovação e de formação de profissionais
qualificados de que tanto o nosso mercado de trabalho necessita.
Espero que o leitor goste destes e de outros artigos que terão a opor-
tunidade de ler a seguir. Boa leitura.
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CARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTASCARTAS
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NOTAS |
Apoio a projeto socialA Associação Santa Cecília, próxima
ao Centro Empresarial, procura parceiros
para o financiamento do projeto “Conec-
tando Sonhos: informática e cidadania
em busca de uma sociedade inclusiva”.
O projeto consiste em um centro de
tecnologia que oferecerá cursos de infor-
mática e acesso livre à internet para os
moradores do Jardim São Luís.
A organização já conta com o apoio
do Instituto Alcoa. Conheça a proposta e
veja no que você ou sua empresa podem
colaborar.
email: [email protected]
CáritasA Cáritas Diocesana de Campo Limpo
– Subcúria M´Boi Mirim (Telecentro e Coo-
pergaia) agradece ao Centro Empresarial
de São Paulo as doações recebidas e a
intermediação, junto à Alcoa, para o envio
de mais de quinhentos coletores (lixeiras)
para material reciclável.
Irmã Gleide Mello
Em julho, a Monday Academia inaugura unidade no Centro Empresarial. O novo espaço terá 1400
m� e capacidade para atender até 1�00 clientes. O diferencial da unidade encontra-se em uma sala
para atividades cardiovasculares distribuída em um anfiteatro. A arquitetura da unidade foi desenvol-
vida para trazer um ambiente acolhedor e confortável.
A Procter & Gamble foi
a primeira empresa a insta-
lar no país uma sala de tele-
presença. A nova tecnologia
foi instalada na sede da
empresa, na área chama-
da “Meeting Rooms”, no �o
andar do Bloco E, do Centro
Empresarial de São Paulo.
O sistema da telepre-
sença faz uma combinação entre os recursos mais
modernos da tecnologia da informação e a cenogra-
fia. Por meio de uma conexão de internet de alta
capacidade são transmitidas imagens e som de duas
salas com iluminação, paredes, carpetes e móveis
exatamente iguais. Desse modo, os interlocutores
que estão em locais distintos podem se ver em telas
grandes de alta definição, em tamanho real. O siste-
ma Dolby �.1 faz com que o som assuma a direção
de onde foi emitido, reforçando a impressão de que
todos os participantes estão no mesmo lugar.
A telepresença é uma evolução da videocon-
ferência convencional, que oferece qualidade mais
baixa de áudio e vídeo e é mais sujeita a atrasos
de transmissão, além de não ter preocupações
Procter & Gamble é pioneira em salas de telepresença
cenográficas. A telepresença, ao contrário, tem per-
feição de som e imagem, contato e apresentação
de documentos. Segundo Gustavo Bueno, a utili-
zação dessa nova tecnologia é simples e permite
o aumento da produtividade. “O contato entre as
pessoas é ‘quase’ que de presença real. Há rapidez
na utilização do recurso, que não requer nenhum
treinamento ou trabalho... é só sentar-se e come-
çar a reunião”, diz ele, ressaltando que isto implica
redução de custos para a empresa.
A sala de telepresença é utilizada para reu-
niões entre membros de equipes da P&G espa-
lhadas ao redor do mundo. O sistema reduz a
necessidade de viagens de seus funcionários,
reduzindo custos.
Foto: Divulgação
Foto: Fernando Siqueira
Cartas para a redação da revista Centro
Empresarial SP News podem ser enviadas
para: [email protected]
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AlcoaUm empreendimento no coração da Amazônia
TurismoO que é que a Bahia tem
Os planos da nova administração para manter clientes, atrair novos consumidores e aumentar vendas
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Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá
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A consultoria inglesa SustainAbility apontou
a Bunge com uma das 10 melhores empresas
em sustentabilidade no Brasil. A indicação é re-
sultado da avaliação de especialistas que pes-
quisaram as melhores práticas de relatórios de
sustentabilidade no pais.
A Bunge foi a única empresa do setor de ali-
mentos, agronegócio e mineração a figurar na lista
apresentada pela SustainAbility e pela Fundação
Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
(FBDS), responsável pela pesquisa no Brasil. A lista
também inclui empresas como Natura, Banco Real,
Suzano, Sabesp e Banco Itaú.
O trabalho de seleção das melhores empresas
em sustentabilidade é realizado em nível mundial
pelo programa Global Reporters, desenvolvido por
meio de uma parceria entre a SustainAbility e o Pro-
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA).
“Ficamos muito felizes pela indicação, pois se
trata de uma pesquisa totalmente isenta, realiza-
da com base nos relatórios publicados pelas em-
presas”, explica o gerente de Marketing Corporativo
& Sustentabilidade da Bunge, Michel Santos.
Nove pontos foram analisados nos relatórios
de sustentabilidade das empresas brasileiras:
identificação e priorização de questões; valores,
princípios e políticas para desenvolvimento sus-
tentável; responsabilidades e estruturas de gover-
nança; procedimentos gerenciais; engajamento de
stakeholders; medição de desempenho de desen-
volvimento sustentável; estabelecimento de me-
tas; verificação externa; e padrões para relatório.
”A Bunge recebeu as melhores notas nos que-
sitos materialidade (síntese de assuntos) e engaja-
mento de stakeholders, além de ter obtido desta-
que em gestão, envolvimento com políticas públicas,
acessibilidade e verificação”, frisa Michel Santos.
Transparência e compromisso Desde �00�, a Bunge publica relatórios so-
bre o desempenho de suas operações nas áreas
econômica, social e ambiental e seu compromisso
com o desenvolvimento sustentável. A empresa
desenvolve no Brasil uma política de sustentabi-
lidade bastante ampla, focada na integração dos
negócios. Um diferencial da empresa é justamente
o fato de possuir uma política descrita. “O primeiro
item dessa política é exatamente associar todos
os objetivos e negócios à questão da responsabi-
lidade socioambiental. Não existe nenhuma ope-
ração e nenhum novo negócio que não passem
por uma análise do método de sustentabilidade”,
explica o gerente de Marketing Corporativo & Sus-
tentabilidade da Bunge.
Um aspecto muito importante da pesquisa
realizada pela SustainAbility e FBDS, segundo Mi-
chel Santos, é que, além de destacar as práticas
corretas das empresas, também aponta onde se
deve e é possível melhorar. “Isso é um feedback
muito construtivo. Pois sempre é possível fazer
melhor”, avalia o executivo.
Entre as Top 10 em sustentabilidade
Michel Santos, gerente de Marketing Corporativo & Sustentabilidade da Bunge
Bunge é a única do setor de alimentos a integrar a lista da consultoria inglesa
“Com a obtenção das certificações ISO
14001:�004 e OHSAS, a MHA Engenharia
amplia a sua capacidade de atender os re-
quisitos exigidos pelo mercado.” Com essas
palavras, o presidente da empresa, Salim
Lamha Neto, expressou a sua satisfação ao
receber oficialmente as certificações emitidas
pela Fundação Vanzolini e IQNET – The Inter-
national Certification Network.
O evento de entrega das certificações, que
aconteceu no dia � de março, no Centro Empre-
sarial de São Paulo, contou com a presença do
diretor de certificação da Fundação Vanzolini,
José Joaquim do Amaral Ferreira, que ressaltou
que a MHA, ao buscar essas certificações, de-
monstra aos seus clientes e colaboradores que
trabalha com qualidade e respeito ao meio
ambiente e aos seus funcionários.
“Grandes empresas de engenharia no
Brasil também têm as mesmas certificações da
MHA, o que confirma a preocupação das mais
expressivas organizações do mercado em man-
ter sempre a mais alta qualidade de seus servi-
ços”, afirma o diretor da Fundação Vanzolini.
Com as novas conquistas e a manuten-
ção da certificação ISO 9001 desde 1999, a
MHA integra agora um seleto grupo de em-
presas detentoras de três importantes certifi-
cações de gestão. No Brasil, o IQNET emitiu
os três certificados – ISO 9001, ISO 14001 e
OHSAS 18001 – para apenas um seleto grupo
de empresas de engenharia.
MHA Engenharia recebecertificações ambientais
Foto: Divulgação
Foto: Paulo Bareta
NOTAS |
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SUMÁRIOPR
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Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.
PRESIDENTE: Orestes Quércia DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvino José de Oliveira e Sidnei Bertazzoli CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO
NEWS: MARÇO/ABRIL/MAIO-�009 EDIÇÃO, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Diferencial Assessoria & Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Lucimar Franceschini (MTb. 889/�/1�7 DF) EDITOR CHEFE: Silvano Tarantelli (MTb 14.49�) REDAÇÃO: Fernando Caldas COLABORADORES: Rita
Gallo, David Brandão e Roberto Shinyashiki COMERCIALIZAÇÃO: Mart Bureau e Editora Tel.: �81�-��66 ramal: �7 FOTOS: Paulo Bareta e Márcia
D’Ambrósio IMPRESSÃO: GT Editora e Gráfica Ltda. CONDOMÍNIO CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO: Av. Maria Coelho Aguiar, �1� Bloco B AS-
SESSORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Patrícia De La Sala Tel.: (11) �741-668� /Fax: (11) �741-�1��. CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO NEWS
é uma publicação do Centro Empresarial de São Paulo, com distribuição gratuita interna e via postal para executivos, clientes, fornecedores e
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seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação
sem autorização prévia. Envie sua opinião, crítica ou sugestão para a redação: [email protected]
EXPEDIENTE
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O� EDITORIAL | 10 ECONOMIA | �6 OPINIÃO | �0 CULTURA
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PROFISSÕES |
Em momentos de crise, como o atual, um
dos primeiros movimentos das empresas para
diminuir custos é a demissão de funcionários.
É neste momento delicado que todo cuidado é
pouco para manter dentro das organizações os
seus principais talentos. “Atualmente, vivemos
um momento de crise financeira e uma das
principais medidas das empresas é a redução da
mão-obra, contenção de gastos ou cancelamento
de projetos em gestão de pessoas. Estas postu-
ras podem ser muito contraprodutivas no médio
prazo”, afirma o professor dos cursos de gradua-
ção e mestrado em Administração do Centro Uni-
versitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana),
André Ofenhejm Mascarenhas. Segundo ele, na
retomada da economia, as empresas que alme-
jam continuar a crescer vão precisar investir na
mão-de-obra especializada.
Os verdadeiros talentos presentes no mundo
corporativo são os indivíduos que têm competên-
cia para aprender. “São pessoas abertas para a
aprendizagem e que se desenvolvem a partir
dela”, diz Mascarenhas. “Enxergamos o talento
quando ele está na hora certa e no lugar certo,
onde não há, principalmente, um chefe que to-
lha o seu desenvolvimento”, explica o professor.
O professor da FEI reconhece uma tendên-
cia entre as empresas brasileiras de valorização
do ser humano no ambiente de trabalho. En-
tretanto, em muitas companhias isso acontece
somente em palavras, o que gera frustração e
desmotivação. “Muitas pessoas têm a visão de
que o departamento de RH é burocrático e isso
precisa ser mudado. De fato, mudar este cenário
depende de os profissionais de RH dominarem
conhecimento especializado, bem fundamenta-
do nas ciências do comportamento, mas aplicado
à gestão”, diz ele.
Mas para reter os talentos é necessário que
o ambiente profissional seja estimulante, com
bens materiais e não-materiais. “Estamos viven-
do um momento novo no mercado de trabalho,
onde a estabilidade não existe mais”, diz Mas-
carenhas. Para ele, atualmente os funcionários
sabem que o emprego não será para o resto
da vida e as empresas reconhecem que não
poderão manter um empregado durante toda a
sua carreira na organização. “Esta situação faz
com que não haja mais fidelidade por parte dos
funcionários, exigindo que as companhias atuem
em um mercado de trabalho muito mais comple-
xo”, ressalta o professor.
Hoje os profissionais se preparam para aten-
der todos os requisitos do mercado, com cursos em
todos os níveis, tendo com isso a possibilidade de
manter a sua mobilidade. “Há algum tempo, ingres-
sar em uma multinacional significava que o destino
já estava traçado até a aposentadoria, mas esta não
é mais a nossa realidade”, explica Mascarenhas.
Para o professor da FEI, estamos no mo-
mento das carreiras sem fronteiras. “O objetivo
do profissional hoje é o mercado, o setor do
qual ele faz parte ou até de outro segmento.”
Ele acrescenta ainda que “o mais importante é
“Enxergamos o talento quando ele está na hora certa e no lugar certo,
onde não há, principalmen-te, um chefe que tolha o
seu desenvolvimento”
André Ofenhejm Mascarenhas, professor de Administração do
Centro Universitário da FEI
Carreiras sem fronteirasCarreiras sem fronteiras
Profissionais procuram possibilidades múltiplas de desenvolvimento para atender o mercado
André Ofenhejm Mascarenhas, professor de Administração do Centro Universitário da FEI
Por Rita GalloFotos: Paulo Bareta
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| PROFISSÕESque ele está ‘dentro do jogo’ na sua área de
atuação, isto é, ele pode ser um profissional
de vendas de TI (tecnologia da informação) ou
da área automobilística, mas sempre com exce-
lência.”
Os profissionais encontram possibilidades
múltiplas de desenvolvimento no mercado,
por isso a evasão de talentos é quase inevitá-
vel se o funcionário não estiver se realizando
no ambiente profissional. “Em momento de
crise, as condições de emprego ficam mais
difíceis, mas é fundamental que as empresas
tenham consciência que elas irão sobreviver
à crise e precisarão da melhor mão-de-obra
para continuar a crescer”, aponta André Mas-
carenhas.
No mundo“Nos últimos anos, exigências curriculares e
a valorização crescente do conhecimento agre-
garam mais virtudes aos executivos brasileiros,
como educação continuada, pós-gradução, MBAs
e poliglotismo. Em paralelo, celulares e notebooks
os mantêm permanentemente online com a
empresa e o mundo”, conta Arthur Vasconcellos,
sócio da CT-Partners na América Latina, empresa
norte-americana especializada no recrutamento
de executivos de alto nível. “Todos esses im-
portantes e desejáveis avanços, contudo, não
podem extinguir as virtudes culturais de nossos
gestores, em especial numa conjuntura sensível
como a presente, quando o Brasil e o mundo se
defrontam com uma das mais corrosivas crises
da história do capitalismo”, diz Vasconcellos.
Para o executivo, desde setembro, quando
houve o pedido de concordata do banco Lehman
Brothers e o início da crise mundial, o mercado
de contratação mudou. “Até aquele momento, a
dificuldade para reter talentos era enorme, prin-
cipalmente os profissionais na faixa dos �0 anos,
que mudavam de emprego a cada ano”, afirma
Vasconcellos.
“Neste momento de crise, já existe uma refle-
xão sobre os profissionais brasileiros, nos últimos
anos”, afirma o executivo. Segundo ele, pesqui-
sas indicam que numerosos gerentes e diretores,
em função de sua faixa etária, jamais haviam
enfrentado uma turbulência como a atual. Esta-
vam acostumados a administrar a prosperidade;
agora, terão de gerir a escassez. “Este é o exato
momento de resgatar a criatividade, a ousadia
responsável e a infinita capacidade de encontrar
soluções para o aparentemente impossível”, acre-
dita Vasconcellos.
Para o executivo, é fundamental exercitar as
virtudes brasileiras gerenciais, logísticas, operacio-
nais e de governança corporativa e enfrentar a
presente crise com a mesma capacidade criativa,
coragem e competência que sempre caracteriza-
ram nossos executivos nos mais duros embates.
“As empresas são instituições feitas à imagem
e semelhança de seus dirigentes, profissionais e
colaboradores”, explica Vasconcellos. Ele acrescen-
ta ainda que “as companhias serão capazes de
superar as adversidades conjunturais à medida
que seus recursos humanos tiverem, em paralelo
ao conhecimento, muita disposição, criatividade,
serenidade e visão estratégica”.
Vasconcellos conta que, neste momento críti-
co, multinacionais européias e fundos de “private
equity” (capital de risco) batem à porta de sua
empresa em busca de profissionais brasileiros,
sem idade determinada, que saibam enfrentar
a crise e tenham disposição para trabalhar em
outros países. “O profissional brasileiro é flexível e
pode trabalhar em qualquer local do mundo”, diz
o executivo. Mas ele afirma, também, que, “por
outro lado, muitos executivos brasileiros que até
agora viviam na Europa e Estados Unidos estão
querendo voltar ao País”.
Para Arthur Vasconcelos, da CT- Partners, este é o
exato momento de resga-tar a criatividade, a ousadia responsável e a capacidade
de encontrar soluções
Profissionais procuram possibilidades múltiplas de desenvolvimento para atender o mercado
Arthur Vasconcellos, sócio da CT-Partners na América Latina
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Cautela ajuda a diminuir o risco do aplicador, porém, pode “cegar” o investidor e impedir que ele aproveite boas opor-tunidades de negócios, diz Cláudio José Carvajal Júnior
ECONOMIA |
Em 1� de setembro de �008, o mundo
mudou. Um grande banco norte-americano (o
Lehman Brothers) pediu concordata e se ins-
talou no mundo o pânico financeiro. Enquanto
as grandes economias mundiais caíam como
em um castelo de cartas, a população brasi-
leira acompanhava de perto a crise para saber
quando ela chegaria ao país. E crescia a incer-
teza em relação às alternativas para escolher
o melhor investimento pessoal nesse cenário
conturbado.
Para chegar à aplicação mais adequada
nesse momento de crise, foi necessário acom-
panhar os desdobramentos da turbulência. Não
demorou muito para que grandes empresas
globais, com operações no Brasil, começassem
a demitir e companhias nacionais, com fortes
operações exportadoras, a fazer cortes ou a dar
férias coletivas.
Diferente do que vem acontecendo em
economias mais desenvolvidas, as instituições
financeiras brasileiras estão protegidas contra
os solavancos da economia mundial, mas a cri-
se é geral e os investimentos pessoais ficam no
olho do furacão. Toda a expansão da economia
brasileira nos últimos anos estava ligada a esse
fenômeno mundial do dinheiro barato, crédito
maior, venda de automóvel, venda de TV de
tela plana, aumento do emprego. “Mas agora
há uma freada para arrumação, e muita gen-
te já está sofrendo”, avalia o especialista em
economia internacional, professor da Faculdade
de Economia e Administração da Universidade
de São Paulo (FEA-USP) e pesquisador da Fun-
dação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE),
Simão Davi Silber. Segundo ele, a cautela deve
prevalecer durante todo o ano de �009 e deve-
se evitar dívidas. “Vai ser um ano ruim para nós
também”, avalia o economista.
Os cuidados com osinvestimentos pessoaisEspecialistas explicam como chegar à aplicação mais adequada neste momento de crise
Para o coordenador dos cursos de Adminis-
tração da Faculdade Módulo e MBA Executivo
Internacional pela Universidade da Califórnia,
Cláudio José Carvajal Júnior, as crises econômi-
cas são fenômenos que se repetem ao longo
da história. “Com elas, podemos observar que
todas têm início, meio e fim”, afirma ele.
Para Carvajal, é nesta época de crise que
devemos rever os nossos investimentos pes-
soais. “É importante saber que a crise passa,
mas não sabemos quando ela acabará. As
grandes questões são como enfrentar os pe-
ríodos de oscilações, quais os melhores investi-
mentos para �009 e, principalmente, se é pos-
sível financiar os meus projetos ou é se melhor
esperar a crise passar”, afirma.
O primeiro passo é aumentar a cautela so-
bre os investimentos, ajudando a minimizar os
riscos das aplicações. Carvajal explica que, para
o investidor individual que não quer se arriscar
e prefere proteger seu capital das oscilações, os
fundos de renda fixa passam a ser uma opção
ainda mais atraente. Para quem pretende inves-
tir mais de �0 mil reais, existem opções de CDB
(Certificados de Depósito Bancário) com rentabi-
lidade interessante. Já para quem pode investir
uma quantia maior, os fundos de Depósito In-
terfinanceiro (DI) apresentam baixo risco e, se os
juros continuarem elevados. poderão trazer uma
rentabilidade diferenciada.
“Há ainda a opção de investir em títulos do
Tesouro Direto, que são títulos do governo, via
computador”, diz o professor. Ele acredita que
esta é “uma boa opção para quem não tem mui-
to dinheiro para investir, pois tem apresentado
uma rentabilidade diferenciada para o investi-
dor”. Outra boa opção, segundo ele, é investir em
fundos de previdência privada, “que devem pro-
teger o investidor das oscilações do mercado e
manter uma boa performance no longo prazo”.
Segundo Carvajal, a aversão ao risco que
a grande maioria dos investidores sente é um
fator que aumenta a cautela e ajuda a diminuir
o risco do aplicador, porém, ao mesmo tempo,
pode “cegar” o investidor e impedir que ele
aproveite boas oportunidades de negócios.
Uma questão que também aflige os in-
vestidores é a aplicação na Bolsa de Valores.
Para Carvajal, como as ações das empresas es-
tão desvalorizadas agora por causa da crise, é
possível que o investidor tenha um excelente
retorno comprando papéis agora e vendendo
quando a crise econômica passar. “É preciso es-
tar disposto a arriscar e não precisar do dinhei-
ro para quitar alguma compra, nos próximos
dois anos, pelo menos”, explica.
Por Rita Gallo
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CARREIRAS |
A nova lei do estágio, que passou a vigorar
em setembro de �008, teve um grande impacto
inicial, associado ao agravamento da crise global:
afetou negativamente a contratação de estu-
dantes pelas empresas. Segundo a Associação
Brasileira de Estágios (Abres), em setembro de
�008, havia 1,1 milhão de estudantes estagiando
no país. Em janeiro, o número despencou para
900 mil, uma redução de 18%. “Muitas empresas
e escolas ficaram apreensivas com as novas re-
gras (veja quadro nesta página)”, explica o presi-
dente da Abres, Seme Arone Júnior.
Muitas questões surgiram a partir do lança-
mento da lei, o que exigiu a criação da Cartilha
do Estágio pelo Ministério do Trabalho e Empre-
go (MTE), que explica as principais mudanças na
contratação de estudantes. “ É importante ressal-
tar que, com a nova lei, foi possível criar um ins-
trumento jurídico para dar mais força ao estágio,
• A carga horária de trabalho do estagiário será de, no máximo, 6
horas diárias e �0 horas semanais
• O estágio poderá ser realizado por até dois anos, exceto quando se
tratar de estagiário portador de deficiência. Nesse caso, não há tempo
máximo.
• Haverá direito a férias remuneradas
• Será oferecido auxílio-transporte
• Os empregadores terão que garantir que as férias ocorram preferen-
cialmente quando o aluno estiver em recesso escolar. Os estagiários
que não completarem um ano na vaga passam a ter direito a férias
proporcionais (remuneração idem)
• Profissionais liberais de nível superior, como advogados, engenheiros
e arquitetos podem contratar estagiários
• O número de estagiários permitido deve ser proporcional ao qua-
dro de pessoal. Se a empresa tiver de um a cinco funcionários, pode-
rá contratar um estagiário. Se tiver mais de �� funcionários, poderá
criar o equivalente a �0% do total do quadro de pessoal de vagas de
estágio
• A atividade de estagiário não pode garantir vínculo empregatício.
Mas a nova lei criou uma possibilidade de o vínculo ser exigido para
todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária, no caso de
descumprimento pela empresa das novas regras
• Indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou ex-
periência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso
do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários si-
multaneamente
• As instituições que reincidirem nas irregularidades também ficarão
impedidas de receber estagiários por dois anos
Regras para empresas e alunos estabelecidas pela nova lei do estágio(Lei Federal 11.788, de �� de setembro de �008)
Novas regras para os estágios
Seme Arone Júnior, presidente da Abres
Por Rita Gallo e Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta
MAR/ABR/MAI – �009 | | 1�
segurança às empresas e benefícios fiscais para
quem contrata estagiários, além de um maior
envolvimento das instituições de ensino”, explica
o presidente da Abres.
Arone diz ainda que a publicação da cartilha
facilitou a compreensão da nova lei e as oportu-
nidades de estágio já voltam a dar sinais de cres-
cimento, mesmo com a crise, atingindo alguns
setores do mercado brasileiro. “Infelizmente, após
a publicação da lei, �00 mil vagas se perderam
e muitos estagiários foram dispensados. Agora,
a realidade deve ser outra, pois há mais clareza
e não mais achismos sobre a lei”, explica o presi-
dente da entidade.
Para Arone, em um primeiro momento, a nova
lei trouxe muitas interpretações e dúvidas, o que
impactou os resultados de contratações de novos
estagiários desde a mudança da legislação. “Não
apenas a lei, mas também a quebra do Banco
Lehman Brothers nos Estados Unidos, também em
setembro de �008, que iniciou uma grave crise em
todo o mundo, afetando o ingresso de estudantes
nas empresas”, afirma o presidente da Abres.
Para a Mercer, empresa especializada na con-
tratação de recursos humanos, as empresas estão
se adaptando a esta nova regulamentação. Para
William Bull, um dos responsáveis pela pesquisa
produzida pela Mercer denominada “Impacto da
Nova Lei para Programas de Estágio”, a lei causou,
inicialmente, muita discussão em função da falta
de clareza e divergentes interpretações em alguns
itens. Mas, “agora que o governo publicou uma
cartilha explicativa, cremos que as organizações
rapidamente absorvam as novas regras”, diz Bull.
E acrescenta: “ A pesquisa realizada pela Mercer
sobre os impactos da nova legislação também
contribuiu para que houvesse mais informações e
referências sobre o tema.”
A pesquisa da consultoria Mercer mostrou
que, de um universo de ��4 empresas, ��%
delas consideravam que o impacto da nova lei
seria negativo. Entre os principais argumentos
estavam o do aumento de custos – seja pela
concessão de benefícios, seja pela necessidade
de aumentar o número de estagiários devido à
redução da carga horária permitida. O estudan-
te, afirmaram as empresas ouvidas pelo estudo,
poderá perder atividades importantes e ser pre-
judicado, pois receberá bolsa-auxílio menor. A
pesquisa foi realizada no mês de dezembro, três
meses depois da promulgação da nova lei.
“A empresa boa para se fazer estágio é
aquela que possibilita ao estagiário o conhe-
cimento amplo de seus processos e rotinas.
Aquela que enxerga o estagiário não como
simples mão-de-obra, mas como alguém que
está ali para aprender e contribuir.
A nova legislação trouxe um pensamen-
to muito importante: o estágio é uma forma
de educação e não uma forma de contratar
mão-de-obra. Isso ficou muito claro na regula-
mentação do estágio. Num primeiro momen-
to, as empresas sofreram um impacto. Mas
acho que depois de toda a discussão feita,
de todos os questionamentos sobre o papel
dos estágios nas empresas, todos vão obter
um ganho.”
Marcelo Souza, da Soulan Recur-sos Humanos
“Muitas coisas que foram regulamentadas já
vinham sendo praticadas de maneira informal.
Mas realmente, a lei implica uma mudança de
cultura. Até para os estagiários que estavam acos-
tumados às regras antigas, terão de se adaptar à
nova realidade e mudar suas rotinas.”
Gislene Barreto, gerente de Re-cusrsos Humanos da Walars IT Business
“Certamente, o estágio vai se tornar mais
caro para as empresas. Por outro lado, acho que
a lei foi feliz quando apertou o cerco no sentido
de as empresas utilizarem os estagiários em fun-
ções nas quais estejam se graduando.”
Alexandre Barreto, gerente adminis-trativo e financeiro da Walar
“Já vinha estagiando quando a lei passou
a vigorar,. Não senti muito as mudanças, pois
não houve redução da bolsa-auxílio. Mas acre-
dito que os novos estagiários vão sentir mais.
Ouço muitos comentários de que a redução da
jornada de trabalho e os dias de descanso re-
munerado vão desestimular as empresas.
O estágio é muito importante. Mesmo que
exista todo o aparato necessário para a forma-
ção acadêmica, nada substitui o convívio que
se tem dentro de uma empresa. Somente a
experiência nos faz entender as diretrizes e as
hierarquias que existem nas empresas e tor-
na possível aplicar o conhecimento teórico que
aprendemos na faculdade. “
Adonias Viana, �0 anos, aluno do �o ano do curso Sistemas de Informa-ção na FIAP e estagiário da Walar
| CARREIRAS
14 | | MAR/ABR/MAI – �009
CARREIRAS |
A Boehringer Ingelheim foi selecionada entre as
melhores empresas para estagiar pelo CIEE, o Ibo-
pe Inteligência e a Associação Brasileira de Recursos
Humanos (ABRH-SP). O prêmio identifica as �0 me-
lhores práticas de estágio do Estado de São Paulo e
destaca as organizações que propiciam as melhores
condições para a capacitação prática de estudantes.
A pesquisa considerou a descrição dos programas de
estágio, valor da bolsa e benefícios.
A empresa farmacêutica contrata cerca de 70
estagiários, distribuídos entre a fábrica e o escritório
no Centro Empresarial de São Paulo. Praticamente,
todas as áreas da companhia contam com esta-
giários: Finanças, Informática, Recursos Humanos,
Marketing, área medicocientífica, que absorve estu-
dantes de farmácia
Segundo a gerente de Recursos Humanos, Fer-
nanda Coutinho, os estagiários recebem bolsa-auxí-
lio, com valores diferenciados entre o início e o fim do
estágio, assistência médica igual a dos funcionários,
assistência odontológica, vale-refeição, vale-transpor-
te, além das férias remuneradas.
A companhia desenvolve o programa denomi-
nado Geração BI, que tem duração de dois anos.
“Então, o ideal é que os estagiários contratados es-
tejam cursando o penúltimo ano da faculdade”, diz
Fernanda. Ao longo do período de estágio, eles rece-
bem treinamento adequado à formação acadIemica
de cada um e precisam concluir dois projetos.
O treinamento inclui cultura da empresa, gestão
de projetos, técnicas de apresentação e uma série
de conteúdos específicos da cada área.
No primeiro ano, há um projeto multideparta-
mental. Por exemplo, o lançamento de um produto
ou qualquer tema que envolva todas as áreas da
formação. No segundo ano, eles devem fazer um
projeto de responsabilidade social. E no final, esse
Boehringer Ingelheim: uma das melhores empresas para estagiarprojeto deve ser apresentado à diretoria.
Fernanda Coutinho explica que o programa de
formação sempre é acompanhado por uma pessoa
de recursos humanos e por um exponsor, responsá-
vel para dar suporte aos grupos de estagiários nos
projetos.
Na seleção de estagiários, diz a gerente de RH,
são importantes a boa formação, bom desempenho
no histórico escolar e domínio do inglês. As carac-
terísticas comportamentais também precisam estar
alinhadas à cultura da empresa: “gosto pelo trabalho
em equipe, ter energia e paixão pelo que faz, inte-
resse pelo aprendizado.”
O programa Geração BI é estratégico para em-
presa. Ele tem tanto o objetivo de formar e dar opor-
tunidade para futuros profissionais, quanto o de ali-
mentar os quadros da corporação. “Nós trabalhamos
para que o quadro integral das posições juniores
seja completado pelos estagiários que preparamos.
Em �008, ��% das posições juniores do Centro Em-
presarial e da fábrica foram preenchidas por nossos
estagiários”, afirma Fernanda.
A gerente de RH avalia positivamente a nova
legislação de estágios: “Somos muito a favor da
nova lei. A formação deve ser o principal objetivo
do estágio. Se o estagiário não tiver tempo para se
dedicar à faculdade, ele não fará um bom curso e,
consequentemente, não terá uma formação básica.
sólida. E nesse aspecto a lei é muito mais incisiva”.
Mas é importante ressaltar que boa parte
das empresas que participaram da pesquisa da
Mercer entendeu que a nova lei favorecerá o
amadurecimento dos programas de estágio. Uma
fatia de �9% das empresas que responderam
à pesquisa entendeu que o impacto da nova
lei será positivo, pois, com a redução da carga
horária, a formação educacional será valorizada,
com maior disponibilidade para o estudo. A nova
lei exigirá também maior organização e compro-
metimento com o programa, principalmente por
parte dos supervisores para cumprirem as avalia-
ções e relatórios obrigatórios. As empresas men-
cionaram a desvinculação entre cargo efetivo e
cargo de estagiário, em função da carga horária
e, para algumas empresas, a nova lei não implica
mudanças significativas, e sim reforça os princí-
pios das políticas existentes. “É bom lembrar que
muitas organizações estruturam os seus progra-
mas de estágio como uma fonte importante de
identificação e desenvolvimento de potenciais
profissionais”, diz William Bull.
Para o executivo da Mercer, a nova lei exigi-
rá maior organização e comprometimento com
o programa de estágio, principalmente por parte
dos supervisores para cumprirem as avaliações e
relatórios obrigatórios. “Neste sentido, cremos que
a legislação acarreta um avanço na medida em
que promove uma saudável discussão sobre a real
função dos programas de estágio”, diz Bull.
As empresas ouvidas são dos mais varia-
dos setores – bancos, indústria automobilística,
química, alimentação, comunicação, entre ou-
tras. “Há que se pensar nas estratégias de capi-
tal humano das empresas quando o assunto é
programa de estágio. Muitas empresas sabem
que estruturar este programa significa contar
com uma importante fonte de identificação e
desenvolvimento de potenciais profissionais”,
explica Ana Paula Henriques, consultora sênior
de capital humano da Mercer e uma das co-
ordenadoras da pesquisa. “Oferecer um pacote
atraente e disputar os melhores, inclusive na
fase de estágio, tornará a empresa competitiva
agora e no futuro”, finaliza.
Dados recentes do censo do Inep/MEC �007
apontam que no Brasil existem 8.�64.816 matri-
culados no ensino médio e 4.880.�81 no nível su-
perior. Somente 9% dos jovens entre 18 e �4 anos
ingressaram em uma faculdade. Mas desses 1�,1
milhões, somente 6,8% conseguem um estágio.
Empresarial14 | | MAR/ABR/MAI – �009
Fernanda Coutinho, gerente de RH da Boehringer Ingelheim
MAR/ABR/MAI – �009 | | 1�
A felicidade dos clientes é sua grande aliada no sucesso dos negócios
ATITUDE |
POR ROBERTO SHINYASHIKI
“
”
Pense bem. Todas as empresas vendem
mais ou menos os mesmos produtos e os mes-
mos serviços. Os médicos receitam os mesmos
remédios, os restaurantes oferecem a mesma pi-
canha maturada e creme de papaia com licor de
cassis na sobremesa. O que faz o cliente decidir
entre eles? Respondo num segundo: a capacida-
de de fazê-lo feliz.
Quando decidimos onde passar as férias,
na maioria das vezes meus filhos pedem para
ir a um hotel-fazenda no interior de São Paulo.
Não é sofisticado nem bonito. Poderíamos ir a
outro hotel ou à praia. Ao falar em férias, porém,
a turma prefere ir para lá. Meus filhos adoram
o hotel. Sentem-se felizes lá. Eu e minha espo-
sa também. Os funcionários nos chamam pelo
nome, procuram facilitar nossa diversão, nosso
conforto. Nos arredores, há um hotel cinco-estre-
las com instalações luxuosíssimas. É mais barato,
mas está sempre meio vazio. Pior: os olhos dos
clientes não brilham quando falam do hotel.
Quando um pediatra é um sucesso, pode
ter certeza de que ele faz as pessoas sentir-se
felizes. É competente como médico e como ser
humano. Atende as crianças de um jeito especial
e ajuda os pais a estar seguros de que os pimpo-
lhos ficam em boas mãos. Os olhos desses pais
brilham ao falar do médico. E é esse brilho que
leva os outros a procurá-lo.
Conheço médicos e dentistas que se preocu-
pam em telefonar para os clientes no dia seguin-
te à consulta para saber como estão passando,
se os remédios deram certo. Esses, com certeza,
terão sempre clientes fiéis, porque é muito bom
saber que o profissional se preocupa conosco.
Sei, por exemplo, que algumas equipes
médicas do Hospital das Clínicas de São Paulo
passam telegramas para os clientes quando eles
não aparecem nas consultas. Imagine um hospi-
tal público fazer isso! O paciente volta, com certe-
za, porque sente que o médico está preocupado
com ele, que é importante.
Talvez você seja um psicólogo e seu consul-
tório esteja vazio. Você, que é uma pessoa muito
legal e conhece muito bem a teoria do atendi-
mento psicológico, está sem clientes. O que será
que está faltando? Que o cliente sinta cumplici-
dade entre vocês, perceba que você realmente
se importa com ele. Isso fará brilhar os olhos dele
ao falar de você com os outros.
Profissionais que não se envolvem acabam
atuando como se quisessem apenas o dinheiro
da consulta e nada mais. Com qual deles você
ficaria? Qual deles faria brilhar seus olhos?
O que cria o sucesso não é o produto ou ser-
viço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando
falam da empresa ou do profissional.
Será que os olhos de seus clientes brilham
quando falam de você?
Será que os olhos de seus clientes brilham
quando saem de sua loja?
O brilho do olhar é um sinal definitivo de
que vocês estão jogando no mesmo time.
Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestran-
te e autor de 14 títulos, entre eles: Sempre em
Frente, Os Segredos dos Campeões, Tudo ou
Nada, Heróis de Verdade, Amar Pode Dar Certo,
O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial (www.
clubedoscampeoes.com.br)
O que cria o sucesso não é o produto ou serviço, e sim o brilho nos olhos dos clientes quando falam da
empresa ou do profissional.
16 | | MAR/ABR/MAI – �009
Shopping Panamby Jaraguá tem nova administraçãoAs ideias dos novos administradores para incrementar os resultados dos lojistas
Por Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta
SERVIÇOS |
MAR/ABR/MAI – �009 | | 17
| SERVIÇOS O Centro Empresarial de São Paulo destaca-
se por ser um empreendimento corporativo que
possui seu próprio shopping. Espaço comum a to-
dos os blocos do complexo, o Shopping Panamby
Jaraguá oferece às empresas e ao público em ge-
ral uma grande variedade de lojas e de serviços.
A grande novidade deste ano é que o Shop-
ping Panamby Jaraguá está sob a administração
da Lumine – Soluções em Shopping Centers, em-
presa de consultoria, administração, planejamen-
to e desenvolvimento de shopping centers.
Com longa experiência em consultoria e
gestão em toda a cadeia da indústria de shop-
ping centers, a Lumine conta com profissionais
especializados nas áreas de gestão, engenharia,
arquitetura, comercial, recursos humanos, marke-
ting, tecnologia da informação, análise financeira
e controladoria.
Com passagens por diversos empreendimen-
tos em todo o Brasil, a Lumine marca presença
particularmente no Estado de São Paulo, em im-
portantes cidades do interior e na capital, onde
administra, entre outros, o Shoping Jardim Sul,
o Boulevard Tatuapé e um dos mais charmosos
centros de decoração e design da América Lati-
na, o D& D – Decoração e Design Center.
A nova administradora do Shopping Panam-
by Jaraguá desenvolve, implementa e acom-
panha os orçamentos de geração de caixa dos
empreendimentos, os planos e calendários de
marketing, bem como as rotinas, os planos e os
cronogramas de operação, explica o diretor da
Lumine Marcelo Nabih Sallum.
EstratégiasO Panamby Jaraguá é um shopping cen-
ter de uso misto que combina fatores como a
otimização de espaço, conveniência e conforto
para os usuários, redução de deslocamentos ur-
banos e sinergias no processo construtivo. Esse
conceito foi implementado de forma pioneira,
maximizando o aproveitamento dos fluxos in-
ternos e gerando valorização recíproca para to-
dos usuários.
A nova administração já traçou um plano
estratégico, que visa fidelizar o público fixo
através de ações inovadoras. “Implantar novas
operações que venham agregar ao mix do sho-
pping, atendendo as necessidades dos consu-
midores do Centro Empresarial, com vistas a in-
Shopping Panamby Jaraguá tem nova administração
crementar e otimizar os resultados dos lojistas,
são alguns dos objetivos desse plano”, segundo
Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping
Panamby Jaraguá.
Público diferenciadoNo Centro Empresarial de São Paulo há uma
população fixa de aproximadamente 1� mil pes-
soas, além de um público circulante de cerca de
� mil pessoas/dia. Esse é um público fixo de con-
sumidores com bom poder aquisitivo, pois é for-
mado por funcionários, pela alta gerência e por
diretores de mais de �0 empresas que operam
no complexo empresarial.
Para esse público, estuda-se detalhadamente o
mix do shopping: cerca de 70 lojas, �0 restaurantes,
cafeterias e nove agências bancárias. O fluxo do
estacionamento é de cerca de 1� mil veículos/mês.
Franciscão destaca ainda o desenvolvimento
de ações de merchandising, exposições culturais e
lançamentos de produtos. No que diz respeito à
comunicação visual, o público pode aguardar al-
gumas novidades. Outros aspectos que merecerão
atenção especial da nova administração são o pai-
sagismo no mall e a sonorização ambiente.
Segundo o gerente do shopping, além da
dedicação e do cuidado com os detalhes nas ta-
refas operacionais do dia-a-dia, a interação com a
comunidade será objeto de permanente atenção
da nova administração.
Wilson Franciscão, gerente geral do Shopping Panamby Jaraguá
18 | | MAR/ABR/MAI – �009
Juruti está situada na margem direita do
rio Amazonas, no extremo Oeste do Estado do
Pará. Como na maioria das cidades ribeirinhas da
região amazônica, o foco da economia local sem-
pre esteve voltado para atividades tradicionais,
como o cultivo da mandioca, a pesca, a pecuária
e demais tipos de extrativismo.
Fatos recentes, entretanto, modificaram radi-
calmente este quadro. A descoberta de uma das
maiores reservas de bauxita do mundo (cerca de
700 milhões de toneladas métricas) em solo juru-
tiense transformou as perspectivas de sua popula-
ção, estimada em �8 mil habitantes pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desafio da comunicaçãoO projeto da Alcoa, maior produtora mundial
de alumínio, para operar a mina de Juruti teve ori-
gem em �000, quando começaram a ser feitos os
primeiros estudos de impacto ambiental. Em agos-
to de �00�, foram concedidas pelas autoridades
estaduais as licenças de instalação. E, em junho de
�006, tiveram início as atividades de construção
do empreendimento, que engloba a infraestrutura
para a lavra e beneficiamento do minério de bau-
xita, um terminal portuário e uma ferrovia.
Para implantar empreendimento desse porte
em uma região de difícil acesso, com forte incidên-
cia de chuva e restrições impostas pela legislação
ambiental, foi preciso mobilizar a comunidade local,
esclarecer aspectos do projeto e realizar entendi-
mentos para promover esforços conjuntos em prol
do desenvolvimento sustentável do município.
Várias reuniões preliminares e audiências
públicas foram realizadas com lideranças comu-
nitárias, instituições públicas e privadas e outras
partes interessadas. A Alcoa não só participou de
audiências públicas em Juruti, Belém e Santarém,
reunindo quase oito mil pessoas, como promoveu
dezenas de reuniões com grupos menores, man-
tendo permanente diálogo com representantes de
mais de cem comunidades de Juruti.
Por meio dessas audiências, a empresa le-
vou informações sobre o empreendimento para
os moradores, que assim puderam tirar suas
dúvidas e apresentar sugestões ao projeto. De
acordo com a companhia, a comunicação e o diá-
logo fazem parte da sustentabilidade. “Sempre
tratamos nossas informações, nossas notícias,
como tema de interesse público. Temos a obriga-
ção de dialogar com o morador jurutiense, pois
acreditamos na licença social que é conquistada
diariamente pelo nosso trabalho.”
A Alcoa comprometeu-se a utilizar ao menos
70% da mão-de-obra da região. Além disso, os
investimentos da companhia representam uma
forte alavanca para os empreendores locais. Es-
tima-se uma movimentação de cerca de R$ 1,7
bilhão na contratação de serviços e de fornece-
dores para a construção da unidade de Juruti.
As resistências iniciais de setores da comuni-
dade local ao projeto da mina de bauxita foram
gradualmente superadas em razão do reconheci-
mento dos benefícios do empreendimento para o
conjunto do município. Geração de empregos e au-
mento das oportunidades de trabalho para a po-
pulação local; capacitação dos empresários e dos
trabalhadores locais; melhoria da infraestrutura
urbana (asfalto, iluminação etc.) e dos serviços pú-
blicos de educação, saúde e segurança são alguns
benefícios da presença da Alcoa no município.
Pesquisa de opinião pública realizada pelo
IBOPE- Instituto Brasileiro de Opiniões e Pesquisa
em Juruti, de 19 de Janeiro a 1o de Fevereiro de
�008, demonstra que atualmente a quase totalida-
de (89%) da população do município encara de for-
ma positiva a instalação da mina de bauxita pela
Alcoa. A maioria absoluta (�4%) é expressamente
favorável à iniciativa e outros ��% a aceitam e não
manifestam restrições ao empreendimento.
SUSTENTABILIDADE |
Instalações da Alcoa em Juruti
PortoUm terminal portuário com capacidade para aco-
modar navios de 7� mil toneladas, localizado a dois
quilômetros do centro da município e à margem do
rio Amazonas.
BeneficiamentoAs instalações industriais da área de beneficiamento
de bauxita estão situadas a cerca de 60 quilômetros
da cidade, erguidas nas proximidades do platô Capi-
ranga, a primeira área a ser minerada.
Ferrovia e rodoviaA ferrovia com aproximadamente �0 quilômetros de
extensão operará com 40 vagões, cada um com ca-
pacidade de 80 toneladas. Para a Rodovia Estadual
PA ��7 são previstas melhorias como asfalto e ciclo-
vias, nos trechos que atravessam áreas habitadas.
Um pacto no coração da AmazôniaAlcoa e comunidade de Juruti (PA) firmam compromisso em favor do desenvolvimento sustentável
Instalações da Alcoa na área de beneficiamento de bauxita
MAR/ABR/MAI – �009 | | 19
Relacionamento com a comunidadeO reconhecimento da população baseia-se
em diversas ações de relacionamento com a co-
munidade implementadas pela companhia para
envolver os agentes nas ações dos Planos de
Controle Ambiental (PCAs), da Agenda Positiva e
das próprias obras da Mina de Juruti.
A Alcoa está envolvida em �� programas
que integram os Planos de Controle Ambiental
(PCAs), abrangendo ações de monitoramentos do
clima, ar, ruídos, águas, conservação da flora e
fauna, produção de mudas, educação ambiental,
atendimento medicosanitário e educacional, se-
gurança pública, valorização e resgate da cultura
local e apoio à elaboração do Plano Diretor do
Município de Juruti, entre outras.
A Agenda Positiva – ações complementa-
res voluntárias da Companhia que beneficiam
diretamente a comunidade local – atende aos
principais anseios manifestados pelos próprios
jurutienses e assegura melhorias nas áreas de
saúde, educação, cultura, meio ambiente, infra-
estrutura urbana e rural, segurança, justiça e
assistência social.
Todas as iniciativas são implementadas
mediante parcerias com o poder público, orga-
nizações não-governamentais e a própria comu-
nidade. Parcerias institucionais que garantem o
desenvolvimento de projetos estratégicos como
a criação do Conselho Juruti Sustentável.
Participação comunitáriaEm agosto de �008, foi criado o Conselho
Juruti Sustentável (Conjus), órgão consultivo e
observador do conjunto de atividades promo-
vidas pelo poder público, movimentos sociais e
empresas para o desenvolvimento sustentável
do município. O colegiado do Conselho é forma-
do por representantes de três empresas, três
representantes do poder público e nove da so-
ciedade civil, além de dois suplentes para cada
representante.
No Conjus, oito câmaras técnicas captam e
debatem as demandas sociais para subsidiar o
conselho nas áreas de Saúde; Educação; Meio
Ambiente; Segurança; Infraestrutura e Sanea-
mento; Cultura e Turismo; Desenvolvimento Ru-
ral, Economia e Trabalho; e Cidadania, Criança e
Adolescentes.
Atualmente está em discussão a criação,
dentro do Conjus, de uma rede de bases comu-
nitárias, que será o braço forte do Conselho nas
demandas das comunidades rurais. Moradores de
várias comunidades rurais de Juruti manifestam
sua vontade de participar das discussões sobre
o futuro do município. A idéia da rede é que as
comunidades estejam organizadas em pólos, com
representantes eleitos pelos próprios moradores.
O principal desafio desses mecanismos de
participação é o engajamento das comunidades,
do poder público e das instituições nas discus-
sões em favor do desenvolvimento sustentável.
“Desenvolver um empreendimento de mine-
ração de bauxita na região amazônica seguindo
os mais elevados padrões de saúde, segurança
e meio ambiente e, acima de tudo, buscando
um novo paradigma de relacionamento com a
comunidade, tendo como base a sustentabilida-
de, foi o desafio que a Alcoa assumiu no municí-
pio de Juruti, Oeste do Estado do Pará”, sustenta
a direção da companhia.
Programas de controle ambientalA Alcoa atua em �� programas dos Planos
de Controle Ambiental (PCAs), disponibilizando
recursos da ordem de R$ �0 milhões. Várias
ações de caráter compensatório foram apre-
sentadas e discutidas junto às instituições, lide-
ranças e comunidades. Dessa maneira, diversas
comunidades rurais de Juruti estão participando
há cerca de um ano e três meses do programa
de criação de peixes em tanques-rede, batiza-
do de “Gaiolas Flutuantes”, mantido pela Alcoa
como forma de garantir o consumo e a comer-
cialização, gerando emprego e fonte de renda.
Em outras comunidades rurais os moradores
foram capacitados e trabalham no programa de
agricultura familiar para a produção de horti-
frutis, tanto para a subsistência quanto para a
comercialização.
Outra iniciativa de caráter compensatório é
a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs),
que consiste em aplicar, junto aos moradores,
técnicas sustentáveis sobre o uso e manejo da
terra, onde plantas de ciclo longo (árvores frutí-
feras e de madeira de lei, arbustos, pupunha e
outros) são plantadas junto com o cultivo agríco-
la de ciclo anual, como feijão, milho, arroz, man-
dioca, melancia e hortaliças, entre outros.
Um pacto no coração da AmazôniaAlcoa e comunidade de Juruti (PA) firmam compromisso em favor do desenvolvimento sustentável
O Programa de Valorização e Revitalização do Patrimônio Cultural resgata antigas tradições e apoia o desenvolvimento econômico das comunidades engajadas.
Instalações da Alcoa na área de beneficiamento de bauxita
Por meio do projeto Gaiolas Flutuantes, comunidades ribeirinhas garantem a segurança alimentar e incremento na renda familiar: alguns produtores já comercializam os peixes
�0 | | MAR/ABR/MAI – �009
Patrimônio culturalOutro trabalho importante desenvolvido junto
às comunidades tradicionais é o programa de va-
lorização e revitalização do patrimônio cultural, com
foco no artesanato. O objetivo é capacitar os arte-
sãos para o desenvolvimento de peças de cerâmica
e bijuterias com a utilização de recursos ambientais,
inclusive com a inclusão de jovens no trabalho. Pro-
gramas de coleta de frutos e sementes, de viveiros
e de criação de animais silvestres em cativeiro tam-
bém são oferecidos aos moradores.
Ainda, por meio do Programa de Desenvolvi-
mento Comunitário Solidário de Juruti – denomina-
do Pajiroba – o Instituto de Cidadania Empresarial
(ICE), em parceria com o Instituto Camargo Corrêa e a
Alcoa vêm incentivando a produção rural, bem como
a artesanal, em dez comunidades, capacitando cerca
de 100 famílias. A iniciativa visa estimular a cadeia
produtiva da mandioca, a diversificação de culturas,
a atividade artesanal e a formação da governança
local.
Diferentes populações antigas moraram em
Juruti. A descoberta foi possível por meio dos estu-
dos realizados a partir de �00� pela Alcoa. Foram
encontrados 8� sítios arqueológicos com a presença
de vestígios de antigos objetos, como fragmentos
de cerâmica e de pedra datados de cerca de dois
mil anos antes de Cristo. Os resgates e análises do
material encontrado ocorreram entre �006 e �007
durante salvamento dos sítios Terra Preta 1 e Terra
Preta �, região onde foi instalado o Porto da Alcoa
Mina de Juruti.
Por meio desse trabalho, a Scientia Consul-
toria, empresa que executa os Planos de Controle
Ambiental (PCAs) da Alcoa nas áreas de Prospecção
e Resgate Arqueológico, e Educação Patrimonial,
identificou um grupo ceramista antigo na região
chamado de Pocó, que está relacionado à região
tapajônica, extremamente importante pelo fato de
ser pouco conhecido na arqueologia. Trata-se de um
volume grande de material, aproximadamente 100
mil fragmentos cerâmicos em áreas escavadas.
A população local está sendo preparada para
lidar com a preservação do patrimônio cultural. Edu-
cadores da rede pública do município, artesãos e
oleiros participaram de cursos de Educação Patrimo-
nial. A idéia é que eles atuem como multiplicadores
do conhecimento sobre os sítios arqueológicos pre-
sentes na região de Juruti.
Responsabilidade socioambientalPesquisadores do Museu Paraense Emílio Goel-
di realizam o trabalho de monitoramento da fauna
e da flora no município, por conta dos Planos de
Controle Ambiental (PCAs). Esse trabalho avalia as
reais interferências do empreendimento da Alcoa
na região e o que pode ser feito para que sejam
minimizadas. A idéia é que se torne um projeto
modelo, um padrão de trabalho na Amazônia. O
salvamento de fauna e flora realizado pelos pes-
quisadores do museu vai possibilitar estudos apro-
fundados sobre os animais e plantas de Juruti.
Tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia
fazem parte do trabalho de manejo e conservação
desenvolvido com a participação voluntária de co-
munidades rurais de Juruti. A iniciativa e mais três
outros projetos ambientais compõem o Programa
de Manejo Integrado de Quelônios, uma parceria
da Alcoa com o Instituto Chico Mendes de Conserva-
ção da Biodiversidade (ICMBio) e Associação Brasilei-
ra para Conservação das Tartarugas (Pró-Tartaruga).
Em �008, o projeto fez o manejo de mais de 7.700
filhotes de quelônios, devolvendo-os às águas de
rios e lagos da região de Juruti.
A Alcoa atua no incentivo à manutenção de
unidades de conservação da região por meio do
Programa de Apoio à Conservação da Biodiversida-
de da Amazônia. O programa tem a duração de
cinco anos e receberá R$ � milhões das instituições
parceiras: Alcoa, Fundação Alcoa e a organização
ambientalista Conservação internacional (CI-Brasil).
Nesse período, o investimento será de R$ 400 mil
mensais, metade pela Fundação Alcoa e metade
pela CI-Brasil. A idéia é que, até �01�, seja criado
um fundo no valor estimado de R$ 60 milhões para
proteger as unidades de conservação da região.
Além disso, a Alcoa formalizou termo de
compromisso, até então inédito no Pará, e está
repassando, em parcelas, R$ �� milhões ao SNUC
- Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza. Criado pelo Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama), o SNUC faz parte da mais re-
cente metodologia de compensação ambiental que
repassa recursos para manutenção de unidades de
conservação em todo o Brasil.
SUSTENTABILIDADE |
Em parceria com as comunidades ribeirinhas, o Projeto Quelônios da Amazônia promo-ve a conservação e manejo de tracajás, pitiús, iaçás e tartarugas-da-amazônia
MAR/ABR/MAI – �009 | | �1
Por Rita Gallo
Uma grande mudança contábil, que vai usar
a tecnologia da informação para eliminar erros de
escrituração, vai ganhar força e abrangência até o
final desde primeiro semestre: o SPED – Sistema
Público de Escrituração Digital será implantado em
um maior número de empresas. O sistema prevê a
substituição da emissão de livros contábeis em pa-
pel por dados digitais.
O SPED será adotado obrigatoriamente por em-
presas sujeitas à tributação do Imposto de Renda
com base no Lucro Real e que estiverem enquadra-
das no Acompanhamento Econômico-Tributário Di-
ferenciado. Estas empresas deverão entregar a ECD
(Escrituração Contábil Digital) em junho, referente ao
ano calendário de �008.
“Aproximadamente 11 mil empresas se enqua-
dram nessas exigências, principalmente aquelas que
faturaram, em �006, acima de R$ 60 milhões, um
dos requisitos para estarem no acompanhamento
econômico-tributário diferenciado”, lembra Mariana
Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan.
O SPED foi criado em �007 para possibilitar a
atuação integrada dos fiscos federal e estadual a
partir de um sistema eletrônico unificado, em substi-
tuição aos registros de papel.
A unificação da forma de apresentação de
informações pelas empresas e o compartilhamen-
to eram uma meta antiga dos governos federal e
estadual. Mas para que fossem aceitas pelos contri-
buintes sem maiores problemas jurídicos, foi aprova-
da a Emenda Constitucional no 4�, que permitiu a
nova sistemática de prestação de dados tributários
pelas empresas. “Quatro anos depois foi instituído o
SPED, por meio do Decreto no 6.0��, que absorveu
os livros contábeis e fiscais, a nota fiscal eletrônica
e conhecimento de transporte eletrônico”, recorda a
especialista da BDO Trevisan.
Ela afirma que o SPED vai facilitar ao máximo
a fiscalização e racionalizar as inúmeras obriga-
ções acessórias que são preparadas e enviadas
pelos contribuintes, além e tornar mais rápida a
identificação de ilícitos tributários.
O programa se divide em três grandes gru-
pos: SPED contábil, ou Escrituração Contábil Di-
gital; SPED fiscal, ou Escrituração Fiscal Digital, e
Nota Fiscal Eletrônica.
No lugar dos livros fiscaisMariana Carissio lembra que o SPED Contábil vai
substituir a emissão de livros contábeis (Diário e Ra-
zão) . O SPED contábil deve ser assinado digitalmen-
te pelo empresário ou representante legal da so-
ciedade empresária e pelo contabilista responsável
pela escrituração. A entrega do arquivo referente ao
SPED contábil será anual, devendo ser transmitido
à Receita Federal até o último dia útil do ano sub-
seqüente. “Haverá multa de R$ �.000 por mês ou
fração pela falta de entrega”, recorda a especialista.
As mudanças incluem também o SPED Fiscal,
ou Escrituração Fiscal Digital (EFD), com a finalidade de
substituir os livros fiscais e as obrigações acessórias
que hoje são entregues em papel ou em meio mag-
nético. “Mesmo sendo em meio magnético, não havia
uma ferramenta para consolidar as informações de
maneira uniforme que atendesse a todos os Estados
e municípios”, afirma a diretora da BDO Trevisan.
A EFD foi instituída por Convênio ICMS e será
utilizada por quase todos Estados, com exceção de
Pernambuco e do Distrito Federal. Essa ferramenta
deverá beneficiar os contribuintes, segundo Mariana
Carissio, porque deve haver desoneração nas tarefas
de elaborar e manter em papel das informações a
serem apresentadas ao Fisco.
Desde janeiro deste ano as empresas sujeitas
a tributação do ICMS e do IPI estão obrigadas a se
adequar ao SPED Fiscal. No entanto, explica Carissio,
“no primeiro momento, as �� secretarias estaduais
da Fazenda restringiram, por meio de Protocolo
Confaz, a obrigatoriedade para os contribuintes que
estiverem listados no anexo do protocolo”.
A periodicidade de entrega da EFD é mensal.
Entretanto, as informações referentes aos meses de
janeiro a abril de �009 deverão ser entregues no úl-
timo dia útil de maio deste ano. Não há penalidade
expressa para a falta de entrega. Mas o Fisco poderá
impedir a emissão de notas fiscais para a circulação
de mercadoria. “A expectativa é que em �010 todos
os contribuintes do ICMS e IPI sejam obrigados a en-
tregar a EFD”, prevê Mariana Carissio.
A Nota Fiscal EletrônicaA Nota Fiscal eletrônica (NF-e), que também faz
parte do conjunto de mudanças contábeis, já vem
sendo implantada conforme as necessidades das
secretarias estaduais (São Paulo, por exemplo, ado-
tou há tempos essa inovação). Segundo explica a
especialista, “trata-se de um documento mercantil
emitido e armazenado eletronicamente, de existên-
cia apenas digital, cuja validade jurídica é garantida
pela assinatura digital do emitente, antes da ocor-
rência do fato gerador do ICMS/IPI”.
Após a autorização da emissão da NF-e, deverá
ser impresso o Danfe – Documento Auxiliar da Nota
Fiscal Eletrônica, para acompanhar a mercadoria. O
documento deve ter a chave de segurança, que é
garantia da validade da operação.
Em abril de �008, a Nota Fiscal Eletrônica foi
adotada apenas pelos fabricantes, distribuidores e
atacadistas de cigarros e de combustíveis líquidos.
Em dezembro do mesmo ano, diversos ramos de
atividade iniciaram a utilização da NF-e. O Estado
de São Paulo publicou Portaria CAT 16�/08, em
�0/1�/�008, em que identifica outros ramos de ati-
vidade que adotarão a NF-e com início em abril e
setembro de �009.
Sistema vai agilizar escrituração fiscalSPED possibilita a atuação integrada dos fiscos federal e estadual a partir de um sistema eletrônico unificado
Mariana Carissio, diretora da Tributos da BDO Trevisan
| SISTEMAS
�� | | MAR/ABR/MAI – �009
QUALIDADE DE VIDA |
Dentes limpos, dentes saudáveis“A saúde começa na boca e, por isso, é fun-
damental que cada um de nós conheça bem
seus próprios dentes”, afirma o diretor técnico da
Imbra, Gustavo Issas. Segundo ele, é fundamen-
tal que, após cada escovação, as pessoas olhem
seus dentes no espelho para verificar se eles
estão limpos. “É importante também que o fio
dental seja passado bem devagar, para retirar
todas as impurezas dos dentes”, dis Issas.
Outra dica importante é escovar os dentes
pelo menos uma vez por dia, sem pasta dental
ou enxaguatório, pois assim é possível identificar
os locais onde há sangramento. “Não existe nada
melhor para a limpeza dos dentes que a remo-
ção mecânica dos resíduos, inclusive da língua”,
diz o diretor técnico da Imbra.
Hoje, no Brasil, há mais consciência da neces-
sidade de prevenção contra as cáries, o que inclui
ações públicas como, por exemplo, a fluoretação da
água e as campanhas de conscientização de cami-
nhoneiros em postos de gasolinas nas estradas.
“A prevenção na odontologia é importante,
principalmente na fase adulta”, explica Issas. Se-
gundo ele além das crianças e dos adultos, é
necessário cuidar da saúde bucal dos idosos, que
muitas vezes sofrem calados com próteses mal
ajustadas e afecções nas gengivas, o que causa
problemas de mastigação e fala.
O retorno periódico ao dentista é parte funda-
mental da manutenção da saúde bucal em todas
as idades, o que deve ser a cada seis meses.
A Imbra é uma rede de clínicas odontoló-
gicas especializada em tratamentos de saúde
bucal. Foi criada em março de �006 e, atual-
mente, possui �7 mil clientes, mas já atendeu
mais de 100 mil pessoas, com tratamentos como:
implantes odontológicos, implantes zigomáticos,
periodontia, endodontia, dentística (clareamentos
e restaurações estéticas), próteses e enxertos. A
empresa conta com 4 mil funcionários, sendo
7�% desse total na Área de Operações e mil de-
les são dentistas, que trabalham em �� clínicas,
em nove estados brasileiros.
Seja feliz também naqueles diasCom o objetivo de falar com o público in-
fanto-juvenil, a jornalista Chantal Brissac acaba
de elaborar o livro “Seja Feliz Também Naqueles
Dias”, que aborda vários aspectos da vida das
meninas de 10 a 1� anos. A iniciativa é da Proc-
ter & Gamble, para a sua marca de absorventes
Always. “A idéia é abordar a felicidade sob vários
aspectos da vida da pré-adolescente e da ado-
lescente”, explica Chantal.
Em sete capítulos, o guia aborda aspectos da
vida das meninas, tais como autoconhecimento,
amizades, autoestima e atividades físicas e se
propõe a dar dicas para as garotas entenderem
melhor o que acontece com o corpo e a mente
nesta fase de intensas transformações. “Assun-
tos comuns a esta geração, como TPM, internet
e bullying, entre outros, aparecem nos capítulos
respaldados por opiniões de especialistas de vá-
rias áreas”, conta a jornalista.
“A marca participa do universo feminino em
sua intimidade. E nós queremos, cada vez mais,
criar um relacionamento com a nossa consumi-
dora. Always quer ser uma amiga dela. Com o
livro, ela passa a ter um companheiro de cabe-
ceira”, diz Juliana Azevedo, diretora de Marke-
ting da P&G Beauty. O livro, diz ela, tem uma
linguagem leve e adequada a esse público e
traz uma mensagem positiva e animadora: sim,
é possível ser feliz não apenas naqueles dias,
mas em todos os dias de sua vida. Sem propor
fórmulas prontas, a obra convida a jovem leitora
a se conhecer mais, a se cuidar, a gostar de si
mesma e a exercer sua criatividade de maneira
plena.
Saúde em gotasPor Rita Gallo
MAR/ABR/MAI – �009 | | ��
A culpa também é da picanhaA picanha e, principalmente, a camada bran-
ca de gordura que a envolve contêm um tipo de
gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia
longa, encontrados principalmente em carnes
vermelhas – que pode ser um dos causadores
da obesidade. Segundo pesquisas realizadas
com ratos, essas moléculas provocam uma infla-
mação no hipotálamo, na base do cérebro, que
leva à destruição dos neurônios que controlam o
apetite e a queima de calorias.
“Há a possibilidade de que tenhamos encon-
trado uma explicação para a dificuldade que as
pessoas obesas têm de controlarem a sua fome
e perderem peso, mesmo que adotem dietas se-
veras para emagrecer”, diz o pesquisador da Uni-
versidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lício
Velloso, que coordenou esse estudo, publicado
em janeiro no Journal of Neuroscience. Os estu-
dos já realizados pela equipe de Velloso e de ou-
tros grupos já haviam mostrado que a obesidade
era uma doença que começava no cérebro ou
nos músculos, induzida por dietas com excesso
de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gera-
va resistência ao hormônio insulina, que carrega
a glicose para as células, onde é transformada
em energia, e induz ao consumo contínuo de
alimentos.
Apoio contra o fumoO serviço de psicologia do Hospital do Coração
(HCor) realizou um estudo no final do ano pas-
sado e identificou os fatores mais frequentes da
recaída no tratamento de fumantes. Durante a
pesquisa foram avaliados 61 pacientes fumantes
e o resultado apontou que os motivos mais fre-
qüentes para a recaída são estresse (6�%) e an-
siedade (19%). Dentro deste contexto, �6% são do
sexo feminino, principalmente por conta da dupla
jornada (lar e trabalho), e 44%, do sexo masculino,
sendo que 77% dos pacientes participantes ma-
nifestaram grande satisfação com o tratamento
– mais especificamente com o apoio psicológico.
Segundo Silvia Cury Ismael, responsável pelo
serviço de psicologia, durante a pesquisa foi detec-
tado que o fumante não pode ser tratado apenas
com medicação. “Conseguimos verificar que o apoio
psicológico é fundamental ao paciente fumante. A
conclusão do estudo apresenta um aumento de
�0% no sucesso do tratamento em relação ao uso
de medicamentos – isto mostra que o fumante
não pode ser apenas tratado do ponto de vista
físico, mas também do psicológico”, esclarece.
De acordo com Silvia Cury, além do cigarro
ser considerado uma droga, ele provoca de-
pendência e causa graves transtornos à saúde:
“Quando uma pessoa traga a fumaça de um
cigarro ela está inalando mais de 4.700 subs-
tâncias tóxicas”.
O fumo acelera a frequência cardíaca e con-
tribui para o surgimento de doenças cardiovas-
culares – 4�% dos infartos agudos do miocárdio
em pessoas abaixo de 6� anos são causados
por tabagismo. A nicotina também estimula a
produção de ácido clorídrico, além de causar azia
– o que pode levar a uma úlcera e até câncer de
estômago. Segundo a psicóloga, não é apenas
o pulmão que o tabaco pode prejudicar, pois o
malefício do cigarro se estende por todo o corpo.
“O cigarro pode causar câncer na boca, faringe,
esôfago, pâncreas, rim, bexiga, e colo de útero. O
monóxido de carbono dificulta a oxigenação do
sangue e causa doenças como a arteriosclerose.
Já o cigarro contém pelo menos 60 cancerígenos
conhecidos”, esclarece a psicóloga.
Alegria vem do berçoUm estudo realizado pela Universidade de
Essex, no Reino Unido, indica que ver o mundo
com otimismo ou pessimismo pode depender da
versão que uma pessoa possui de um gene en-
volvido no transporte de um neurotransmissor, a
serotonina, que influencia o humor. Os portado-
res da versão longa do gene �-HTTLPR tendem
a enxergar os aspectos mais positivos da vida e
a minimizar os negativos. Quem tem a versão
curta tende a reagir de maneira contrária. Os psi-
cólogos envolvidos no estudo acreditam que os
resultados podem ajudar no desenvolvimento de
novos tratamentos para ansiedade e depressão.
Alimento certo é saúde na certaA jornalista Yara Rocca lançou no mercado
o livro “Alimento certo é saúde”, um guia para
quem busca informações sobre alimentação
saudável.
O livro conta a história da autora, as suas
dietas e tratamentos inadequados pelos quais
passou, os diagnósticos médicos e como ela
recuperou sua saúde pela alimentação e mu-
dança em seu estilo de vida. “O meu principal
objetivo com o livro é levar às pessoas as me-
lhores informações sobre os alimentos, des-
de as compras certas, que tipo de alimentos
consumir, os métodos de preparo, a rotula-
gem dos mesmos e conceitos de alimenta-
ção”, afirma Yara.
A autora apresenta também os bene-
fícios dos alimentos funcionais e orgânicos,
com receitas do chef Renato Caleffi e da
nutricionista Cinthya Maggi, e dicas do endo-
crinologista Marcos Biancalana. O livro tem o
apoio da multinacional Bayer.
�4 | | MAR/ABR/MAI – �009
EMPRESAS |
A crise financeira internacional atinge a econo-
mia real gerando reflexos negativos na produção,
no comércio e no emprego e difundindo incertezas
que abalam todos os setores econômicos.
Há, entretanto, quem nesse cenário sombrio
aviste novas perspectivas e oportunidades. Este
é o caso de empresas de Tecnologia da Informa-
ção que desenvolvem soluções para a melhoria
de produtividade de outras companhias.
Ao mesmo tempo em que o mercado e os
profissionais de TI devem dar atenção às oscila-
ções da economia, não podem perder de vista as
oportunidades de crescimento que os momentos
de dificuldade proporcionam para esse setor.
As maiores empresas de tecnologia da in-
formação do país não falam em demissões. Ao
contrário, Em todo o país, o setor de tecnologia
da informação deve abrir 40 mil novas vagas, no
decorrer deste ano.
A Associação Brasileira de Empresas de Tec-
nologia da Informação e Comunicação (Brasscom)
e a Agência Brasileira de Promoção de Exporta-
ções e Investimentos (Apex) já anunciaram inves-
timentos de R$ 14 milhões em TI no país com o
objetivo de fortalecer a imagem do Brasil como
exportador de serviços neste setor.
Estrela própriaPara algumas empresas de TI os efeitos da crise
financeira têm passado ao largo. “É impressionan-
te, mas temos recebido muitas visitas de clientes”,
constata Francisco Lara, CEO da Softtek na América
do Sul e Caribe. “Acho que a nossa indústria de tec-
nologia da informação é de certa forma beneficiada.
Ela tem uma estrela, porque, com crise ou sem crise,
as organizações sempre necessitam de projetos que
gerem valor agregado”, completa.
O executivo mexicano atenta para as diferen-
ças existentes entre as duas modalidades bási-
cas em que se dividem os serviços de tecnologia
de informação: o outsourcing e a consultoria.
Oportunidades na criseEmpresas de tecnologia da informação procuram soluções para administrar a crise
O primeiro é encarado pelas empresas como
uma forma de otimizar custos, elevar produtivida-
de e fazer mais com menos. Por isso, a demanda
de outsourcing deve manter-se e crescer mundial-
mente. Já no que diz respeito às consultorias, per-
cebe-se que alguns clientes entraram no clima de
pânico coletivo gerado pelas incertezas com rela-
ção ao futuro. “O fato é que muitas empresas ten-
dem a assumir postura mais conservadora diante
de um quadro de crise e a postergar projetos que
estavam em fase de iniciação ou mesmo que já
estavam autorizados”, diz Lara.
Diferenciais competitivosA Softtek, segundo Francisco Lara, tem feito
um trabalho de apoiar seus clientes a encontrar
idéias e soluções criativas para enfrentar a atual
conjuntura. Ao mesmo tempo, tem encarado o
momento como uma oportunidade para investir
e criar diferenciais competitivos de modo que,
no momento em que a crise for superada, seus
clientes assumam a ponta e posicionem-se como
líderes em seus ramos de negócios.
A empresa tem trabalhado com seus clientes
em vários cenários. Primeiro, priorizando projetos
capazes de gerar maior otimização de custos e
melhorias na produtividade e que gerem maior
valor agregado no curto e médio prazos.
O segundo campo de atuação dirige-se a
viabilização financeira dos projetos. Pelo fato de
a Softtek ser uma empresa mundial, tem acesso
a linhas de crédito e muito com que contribuir no
fluxo de caixa e para o pagamento dos projetos
dos seus clientes. “Procuramos encontrar uma
forma conjunta de tornar financeiramente viá-
veis os projetos, seja através de financiamento
próprio, seja através de um banco com o qual
temos relacionamento”, explica Francisco Lara.
Há ainda um terceiro cenário a ser vislumbra-
do que diz respeito àquelas áreas de oportunida-
de que eram projetadas mais para o final do ano
e trazê-las ao valor presente para que, com base
nisso, possamos ajudar nossos clientes a ganhar
competitividade no mercado.
“É hora de ir ao mercado, conversar estabele-
cer alianças e estratégias Somente sairá da crise
quem for criativo. Os que entrarem em pânico
não conseguirão sair”, adverte Lara
Foco nos investimentos Arrojo e solidez são as palavras-chave uti-
lizadas por Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da
Walar IT Business, para definir o espírito que
deve reinar num contexto de crise. Segundo
ele, as empresas de TI têm de oferecer algo
que o mercado queira ou precise comprar.
“Uma das ações da Walar para manter
sua inserção no mercado foi posicionar-se
de forma sólida na implementação do SPED
Por Fernando CaldasFotos: Paulo Bareta
Francisco Lara, CEO da Softtek na América do Sul e Caribe
fiscal e contábil. Hoje, o governo utiliza lar-
gamente a tecnologia da informação. Exem-
plo disso é o Sistema Público de Escrituração
Digital, os chamados SPED fiscal e contábil e
a nota fiscal eletrônica. Tratam-se de proces-
sos que, com ou sem crise, obrigam todas as
empresas a inserir tecnologia de informação
em suas operações.”
Watanabi diz que a célula da empresa
voltada à implantação, consultoria e sanea-
mento fiscal preparatório para a implantação
do SPED é a que mais cresce neste momen-
to. Mas, além disso, ela também vem abrindo
novas perspectivas de negócios.
“Através dela descobrimos novas oportu-
nidades para outras de nossas células. Mui-
tas empresas que contratam nossos serviços
acabam descobrindo que têm uma série de
deficiências em seus sistemas e em seus
aplicativos. Muitos desses sistemas de escri-
turação fiscal são formas de enviar dados.
Mas se eles forem de má qualidade e as
informações estiverem erradas, as empresas
podem recolher errado e ser autuadas pelo
fisco”, ele explica.
Há 14 anos, a Walar oferece serviços em
plataformas Oracle, Microsoft e SAP, gerencia-
mento de projetos, treinamento e soluções
customizadas de tecnologia. Segundo Wata-
nabi Lara, nunca a empresa investiu tanto em
pesquisa e desenvolvimento como agora.
“Acreditamos que este é um momento em
que temos de ter produtos eficazes e baratos para
poder vender. Não adianta ter projetos caros e tra-
dicionais. É preciso agregar, criar novas formas e
usar a criatividade”, diz o CEO da Walar.
Watanabi pondera que seus clientes passa-
ram a utilizar mais critérios para aprovar projetos,
mas que não deixaram de investir. “Em função
dos clientes, estamos contratando pessoal. A nos-
sa expectativa é continuar crescendo. Estamos atu-
ando num mercado em que a demanda continua
aquecida. Precisamos reinventar, pesquisar novas
ferramentas e processos mais competitivos, mais
baratos e com mais eficácia e mostrar aos nossos
clientes formas de eles reduzirem custos.” Essa á
receita da Walar para passar pela crise.
| | EMPRESAS
Luis Carlos Watanabi Lara, CEO da Walar IT Business
�6 | | MAR/ABR/MAI – �009
OPINIÃO |
Mine Misawa faz parte de um seleto grupo
de pessoas que guarda na memória detalhes da
origem e da história do Centro Empresarial de São
Paulo. Ela começou a trabalhar no Grupo Bunge em
�/4/1974, na rua Boa Vista, 16�. Em outubro de 197�,
foi transferida para a empresa do grupo que era res-
ponsável pela construção do Centro Empresarial de
São Paulo. Mine relata algumas lembranças dessa
rara experiência, que foi assistir à origem e acompa-
nhar o desenvolvimento de um projeto arquitetôni-
co original e grandioso:
“Quando vim para cá, há �4 anos, ficamos ins-
talados num barracão de madeira, sem forro, um
pouco mais adiante de onde está instalado hoje o
posto de gasolina.
A obra estava começando. Eles haviam retirado a
terra que formava um morro, onde hoje é o jardim, e
haviam escavado até o nível menos 11,90m, onde são
as docas. Quando começaram a construir os blocos,
foram levantadas primeiramente as torres de susten-
tação das lajes, todas de uma só vez. As pessoas
que passavam e viam as torres telefonavam pergun-
tando se eram torres para extração de petróleo.
Eu trabalhava das 8h�0 à meia-noite, todos os
dias, de �a a 6a feira. Aos sábado, até as 18 horas. E,
se fosse necessário, também aos domingos e feria-
dos. Isso porque, após as concorrências de materiais
aprovadas, eu tinha que preparar de 40 a 60 cartas
por noite, escritas em máquina elétrica, para depois
tirar cópias xerox e enviá-las aos departamentos so-
licitantes, para a construtora, para a contabilidade,
para o departamento de recebimento dos materiais
e outra para o meu arquivo.
Tive que aprender muitas coisas, inclusive a
fazer cópias heliográficas e fazer as dobraduras na
medida correta. As reuniões dos engenheiros e ge-
rências eram feitas à noite. E, após ser tudo aprova-
do e concluído, solicitavam-me cópias das plantas,
que são muito diferentes de xerox.
O Centro Empresarial de São Paulo foi constru-
ído em tempo recorde. O projeto foi originado em
1974. A obra ficou pronta em janeiro de 1977, pois
havia � mil funcionários trabalhando em � turnos,
�4 horas por dia.
O projeto foi feito com muito cuidado, pensando
em todos os detalhes. Por exemplo: o carpete origi-
nal foi testado e aprovado nos EUA, para certificar
se eram de fato anti-chamas. Os biombos também
eram revestidos do mesmo material, foram confec-
cionados em gesso, revestidos com lâminas de alu-
mínio e forrados com o mesmo carpete.
No teto, foram colocados placas de lã de vidro,
com vários furos, para que o som não se propagas-
se. Cada funcionário tinha a sua sala, com um espa-
ço de 1�m�, muito confortável. Numa área total de
�.�00m� por andar, não se ouvia barulho algum,
nem mesmo o colega do lado falar ao telefone. Era
um silêncio total.
Foi necessário montar um restaurante para
atender a todos. Então foi feito uma joint venture
com a rede de hotéis da Marriott, dos EUA., para tra-
zer a tecnologia de restaurantes self-service para o
Brasil. Eram 4 mil refeições/dia. Localizava no térreo,
ao lado da Praça Central, no quadrilátero delimitado
entre os restaurantes Sante, Philadelphia, Daisssuki
e Joe the Chicken.
Eu me orgulho muito de ter participado da cons-
trução deste monumental empreendimento, pois fiz
parte dessa história, como muitos outros que aqui
ainda trabalham. Cada um na sua função, e eu
na minha: a de ter feito as cartas dos pedidos de
materiais, que até hoje estão aqui, e também dos
equipamentos que foram importados, muitos dos
quais ainda funcionando perfeitamente.
O Centro Empresarial de São Paulo era, e para
mim continua sendo, um projeto imponente. Rece-
bia visitas de estrangeiros, muitos deles chegando
ao conjunto de helicóptero. E todos eles diziam não
conhecer um conjunto de prédios tão completo. Acre-
dito que, ainda hoje, deva haver no mundo poucos
empreendimentos desta magnitude e qualidade.
Houve muitas mudanças de lá para cá. Na área
do nível do Jardim, as sementes plantadas cresce-
ram, formando um belo jardim. A parte de telefo-
nia evoluiu muito, embora na época já exibisse um
porte e uma sofisticação única no Brasil. Não havia,
naquele tempo (início de 1977), computador, somen-
te máquina elétrica e eletrônica.
Vale a pena trabalhar aqui, pois temos tranqui-
lidade, segurança, muitas facilidades e bons serviços.
Tudo num lugar só, o que é muito importante nos
dias de hoje.”
Porque gosto do Centro Empresarial de São Paulo
Mine Misawa
Foto: Márcia D`Ambrósio
MAR/ABR/MAI – �009 | | �7
| TURISMO
Por Davi Brandão
Fotos: Isabel Frontana e Davi Brandão
Nos últimos dias a cidade de Salvador chamou
a atenção do mundo. O motivo, a agitação dos
trios elétricos que agitaram os foliões no período
carnavalesco. Mas a capital da Bahia oferece muito
mais que Carnaval, sendo destaque no país como
uma das cidades que guardam a história do Brasil.
Diversos são os pontos que encantam aos mais
diferentes olhares, como a beleza de suas praias;
a conservação de seus casarões e logradouros; as
sofisticadas marinas, seus luxuosos hotéis, sua far-
ta gastronomia, e muito mais.
Primeira capital do Brasil, a cidade de Salva-
dor, um dos principais destinos turísticos do país,
se revela como um oásis cultural. Ao contrário
do imaginado, não apenas o Pelourinho compõe,
este verdadeiro “caldeirão”, de cultura, tendo em
seu mapa turístico outros pontos que merecem
ser visitados, não somente pelos turistas, como
também pelos próprios habitantes da cidade.
Fundada por Thomé de Souza, no início do
Porque gosto do Centro Empresarial de São Paulo
O que a Bahia tem?Os encantos da terra de Jorge Amado, um dos destinos turísticos mais visitados por brasileiros e estrangeiros
século XVI, a cidade que conta a história do país,
tem seu centro histórico tombado pela Unesco,
sendo Patrimônio da Humanidade. Adentrar a
esta viagem no tempo é ter a obrigatoriedade
de passar pelas suas três principais áreas: a
Praça Municipal ao Largo de São Francisco, Pe-
lourinho e Largo do Carmo, além do Largo de
Santo Antônio. Entre os seus atrativos principais,
merecem destaque as praças Municipal e da Sé,
o Elevador Lacerda, a Câmara Municipal, o Paço
Municipal, o Palácio Rio Branco, a Santa Casa e
Igreja da Misericórdia, o Palácio Arquiepiscopado,
a Catedral Basílica, o Terreiro de Jesus, o Largo
do Cruzeiro de São Francisco, o Pelourinho com
suas igrejas, lojas, bares e restaurantes, além das
encantadoras praças – Largo Pedro Arcanjo, Lar-
go Tereza Batista, Largo Quincas Berro D’Água,
Praça do Reggae, Rosa Oxalá, entre outras – e
por fim, o Largo do Carmo onde estão o Forte
de Santo Antônio e o grande conjunto religioso
formado pela Igreja e Convento de Nossa Senho-
ra do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira do
Carmo.
Mine Misawa
Foto: Márcia D`Ambrósio
Empresarial�8 | | MAR/ABR/MAI – �009
TURISMO | C
Muito além do Pelô...Nas adjacências do Pelourinho existem mui-
ta diversão e paisagens que encantam os visi-
tantes. Construído sobre um banco de areia, a
cerca de �00 metros da praia, e local oferece
uma vista privilegiada a cartões postais da cida-
de, como o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo
e a fascinante Baía de Todos os Santos, onde
se encontra o belo Forte São Marcelo –um dos 11
existentes na capital baiana.
Datado de meados do século XVII, a cons-
trução foi erguida como precaução, no caso de
invasões, e durante séculos serviu como prisão,
abrigando personagens como Bento Gonçalves.
Reaberto para visitação, em �006, atualmente
abriga um museu, onde são rememoradas as
histórias do local e, também, o aconchegante
Buccanerros Restaurantes, que oferece os sabo-
res das cozinhas contemporânea e baiana.
Baía de Todos os SantosUm visual cinematográfico. Assim pode
ser resumido ou explicado o primeiro olhar da
Bahia de Todos os Santos, que abre caminho
para a visitação de diversas ilhas como Itapa-
rica, Maragogipe, São Félix, SantoAmaro, Can-
deias, entre outros belos sítios.
Para tanto o meio de transporte mais ade-
quado são as lanchas ou escunas. Dentre as
paradas esta a envolvente Ilha do Frade. Um
lugar “quase deserto”, onde as águas cristalinas
de temperatura agradável enlouquecem qual-
quer visitante.
Do alto das montanhas a vista que envol-
ve uma imensidão azul de água, é verdadeira-
mente, de se ‘tirar o chapéu’. A beira-mar, uma
excelente opção é curtir as maravilhas do local
ao lado de uma cerveja gelada, ou de uma re-
frescante água de coco, e ainda, se deliciar com
as porções de frutos do mar servidas pelas pou-
cas barracas de petiscos existentes na ilha, e é
claro, observar a beleza dos turistas, a grande
maioria vinda do continente europeu.
Após um banho nas águas do Frade,
duas horas de passeio pela Baía de Todos os
Santos, é chegada a hora de aportar na tam-
bém paradisíaca Ilha de Maragogipe, que no
ponto de encontro do rio Paraguaçu como rio
Guaí, formando uma extensa lagoa de água
salgada, que se revela convidativa para se
refrescar.
Elevador Lacerda
Ladeira do Pelourinho
Vista Mercado Modelo e Baia de todos os Santos
TURISMO |
MAR/ABR/MAI – �009 | | �9
Não rebelde, a água se mantém com uma
temperatura agradável, e o banhista pode se
manter tranqüilo, pois a água não passa dos jo-
elhos. Detalhe: sempre límpida.
No simpático vilarejo de Paraguaçu, perten-
cente a Maragogipe, não se enxerga uma paisa-
gem urbana, pois poucos casarões de veraneio
compõem o lugar, adornado pelo belo cenário
de paisagens naturais. Também destaque da re-
gião são os diversos manguezais que compõem
a paisagem do local, talvez por isso a excelente
opção gastronômica oferecida pelos simplórios
estabelecimentos do local.
Diversidade gastronômica Uma mesa farta. Essa é a mesa apresenta-
da pela cozinha baiana, que, diga-se de passa-
gem, vai muito além do acarajé, do vatapá e do
tradicional azeite de dendê. Aos aficionados no
mundo gourmand ir ao solo baiano, em especial,
à capital do estado, é essencial visitar o Mercado
Modelo, onde estão dispostos uma diversidade
de produtos para aqueles que se dizem alqui-
mistas da cozinha.
Do tradicional azeite de dendê, as carnes e
manteigas de garrafa, o espaço se tornou refe-
rência na cidade, além de também oferecer um
restaurante no andar superior, onde os petiscos
de frutos do mar são convidativos. Mas como
dito anteriormente, nem somente de acarajé
vivem os baianos. Localizado na Praça José de
Alencar, no Largo do Pelourinho,o restaurante
Escola do Senac é uma excelente parada. No
local é possível se deliciar com um farto bufê,
que contempla diversos tipos de moquecas,
arroz, carnes, peixes, acarajé, vatapá,entre ou-
tros pratos, além de uma convidativa mesa de
sobremesas. Os pratos são preparados pelos
alunos da escola, comandados pela maestria
de um excelente chef de cozinha.
Localizado na Marina Bahia, o Soho Res-
taurante, se destaca como um dos pontos mais
elegantes da cidade e coloca como um excelente
espaço aos aficionados pela cozinha nipônica.
Lugar de gente bonita e sofisticada, a casa apre-
senta um menu onde os sushis e sashimis são
as principais vedetes, porém também surpreen-
de com uma sessão de grelhados.
Situado no Forte São Marcelo, o Buccaneros
Restaurante, inaugurado em dezembro de �006,
se revela como uma excelente opção àqueles
que buscam romantismo. Um espaço intimista,
onde é possível saborear os pratos da cozinha
contemporânea acoplados com os aromas e sa-
bores da Terra de Jorge Amado.
Também em território baiano, destaque para
a cozinha do Restaurante do Convento do Carmo
Hotel, que encanta pela bela decoração e pela
boa mesa, que sugere elaborações que aliam
tradicionais pratos da cozinha lusitana aos tem-
peros e ingredientes da cozinha baiana.
Inaugurado na Bahia em 199�, o Ristoran-
te Alfredodi Roma, logo se tornou sucesso.No
menu que serve os sabores da cozinha do “País
da Bota”, destaque para as massas e risotos,que
caem bem com um bom vinho tinto.
Recomendações importantesPara aqueles que pisarem em solo baiano é
importante prestar a atenção em algumas dicas.
Além de peças confortáveis na bagagem, em vir-
tude do calor intenso, as malas também devem
abrir espaço para os protetores solares.
Também aconselhado pelos guias turísticos,
é não dar muita atenção aos camelôs, diga-se
de passagem existente aos montes. Artesanato,
fitas do Bonfim, colares, entre outros produtos,
fazem parte do leque de produtos oferecidos pe-
los mesmos, mas é aconselhado que as compras
sejam feitas nas lojas espalhadas pelo comércio
do local. No mais, a capital da Bahia, assim como
pode ser visto oferece muitos atrativos a serem
aproveitados. Um bom passeio e lembre-se: “Sor-
ria quando estiver na Bahia”.
Ladeira do Pelourinho
Forte São Marcelo
Ilha dos Frades
| TURISMO
�0 | | MAR/ABR/MAI – �009
A bióloga Assucena Tupiassú lançou em ou-
tubro de �008 o seu livro Da Planta ao Jardim,
publicado pela editora Nobel. Em dezembro, ela
apresentou a obra ao público do Centro Empre-
sarial de São Paulo, onde é conhecida por seu
trabalho de consultoria em paisagismo.
O trabalho da autora reflete um profundo
respeito pela diversidade da natureza, intrínseca
nas características peculaires de cada ser vivo.
Ela apresenta a jardinagem como uma arte feita
com capricho e amor, como uma herança precio-
sa passada de pais para filhos.
Assucena ensina como identificar as diversas
espécies de plantas e suas variedades e os cuida-
dos para mantê-las viçosas. Ricamente ilustrado
com fotos da autora, explica desde a anatomia
das plantas até como projetar e orçar jardins.
Elaborado com base nos cursos de jardinagem
ministrados pela autora, o livro é um guia para
a prática da arte da jardinagem. Com linguagem
simples e acessível, coloca ao alcance de todos
os leitores conhecimentos técnicos fundamentais
para a criação e manutenção de jardins.
Os capítulos estão organizados praticamente
como um curso de jardinagem. Detalha, passo-
a-passo, desde os cuidados preliminares com a
terra e as plantas até a concepção de projetos
de jardins e manutenção de árvores. O leitor en-
contra explicações sobre o solo, as ferramentas
necessárias para a jardinagem, plantas invaso-
ras, arbustos, trepadeiras, hortas, árvores, pragas
de jardins e outros assuntos importantes para a
beleza e manutenção dos jardins.
Os desafios da autoraGraduada em Biologia pela Universidade
Mackenzie, com especialização em Saúde Pública
pela Universidade de São Paulo e em Controle
Ambiental pela Universidade de São Paulo, a
autora também incursiona pela fotografia e pro-
jetos de cunho social.
Pela Prefeitura Municipal de São Paulo, As-
sucena ministra aulas de jardinagem e paisa-
gismo no Parque do ibirapuera e faz projetos
para áreas públicas. À frente do Projeto Crer-Ser
“Germinando a cidadania”, ela realiza cursos de
profissionalização em jardinagem para jovens
em vulnerabilidade social de 1� a �1 anos, con-
tribuindo deste modo para a inclusão social e a
proteção ao meio ambiente.
Assucena é consultora em paisagismo para
o Centro Empresarial de São Paulo e para o São
Paulo Golf Club. Seu trabalho de consultoria con-
ta com uma equipe de duas arquitetas paisa-
gistas, uma especialista em paisagismo e uma
especialista em arranjos florais.
Além de desenvolver uma série de projetos
de educação ambiental, a bióloga gosta de abra-
çar novos desafios. Em �008, ela passou a dar
aulas de jardinagem para pessoas com deficiên-
cia visual, alguns com 0% de visão.
Depois de ter escrito duas apostilas de jardi-
nagem, ela decidiu publicar o livro “Da Planta ao
Jardim”, lançado em outubro de �008 e hoje na
lista dos mais vendidos da Editora Nobel.
Até o fim de �009, Assucena vai assinar
mais quatro publicações: duas também sobre
jardinagem, uma sobre paisagismo e outra sobre
plantas medicinais.
A arte da jardinagem porAssucena TupiassúA arte da jardinagem porAssucena Tupiassú
CULTURA |
Livro “Da Planta ao Jardim”, de Assucena Tupiassú, está na lista dos mais vendidos da Editora Nobel
EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 EmpresarialMAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1 MAR/ABR/MAI – �009 | | �1
Livro “Da Planta ao Jardim”, de Assucena Tupiassú, está na lista dos mais vendidos da Editora Nobel