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Mulheres poderosas, pioneiras, empreendedoras, autoconfiantes, referências em seus segmentos, que têm a sensibilidade e ao mesmo tempo a garra e a vontade de fazer acontecer e deixar seus nomes escritos na história. Nesta foto, parte das mulheres participantes do caderno ELAS 2020, que, juntamente com as demais que estão presentes neste caderno, darão uma dose extra de inspiração para a sua vida. @ofarroupilha também estamos nas mídias sociais SEXTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2020 Caderno Especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher ofarroupilha.com.br Este material faz parte da edição 2199 do Jornal O Farroupilha e não pode ser vendido separadamente #6 ELAS Sample output to test PDF Combine only

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Mulheres poderosas, pioneiras, empreendedoras, autocon� antes,

referências em seus segmentos, que têm a sensibilidade e ao mesmo tempo

a garra e a vontade de fazer acontecer e deixar seus nomes escritos na história.

Nesta foto, parte das mulheres participantes do caderno ELAS 2020, que, juntamente com as demais que estão presentes neste caderno, darão uma dose extra de inspiração para a sua vida.

@ofarroupilha

também estamosnas mídias sociaisSEXTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2020

Caderno Especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher ofarroupilha.com.br

Este material faz parte da edição 2199 do Jornal O Farroupilha e não pode ser vendido separadamente

#6

ELAS

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Tanto já se construiu, trilhou, evoluiu, no que diz respeito às mulheres e suas lutas. É incontestável que muitas vitórias foram conquistadas, vitórias es-sas que certamente enche de orgulho grande parte das mulheres.

Quando falamos sobre o papel da mulher no mercado de trabalho, por exemplo, não tem como não pensar no longo percurso de lutas para conse-guir o direito de se inserir, ser reconhecida e valo-rizada. Atualmente é raro encontrar um segmento onde não exista uma mulher marcando sua presen-ça. O mercado tem percebido que as mulheres são mais empáticas, comunicadoras e trabalham em equipe com mais facilidade, características muito adequadas para uma boa líder.

São extraordinárias na organização do tempo e dos trabalhos. Elas possuem a indiscutível capacidade de desempenhar várias atividades ao mesmo tempo, sem perder o controle das suas obrigações. É alta-mente desa� ador equilibrar tantas exigências, mas é compatível, sim, executar simultaneamente o papel de boa esposa, excelente pro� ssional e mãe presente e participativa. Basta competência, dedicação, sereni-dade, paciência e sensibilidade. Toda mulher precisa ter clareza de seu propósito de vida e permitir o equi-líbrio de papéis dentro e fora de casa. É importante construir um trabalho em torno da vida e não ter uma vida em torno de um trabalho. A recompensa vale a pena: realização pessoal e pro� ssional.

O per� l atual da mulher brasileira passou por diversas mudanças socioeconômicas nas últimas décadas. Hoje, a população feminina predomina no país, vive mais, engravida mais tarde, acumula mais anos de estudo, lidera as estatísticas de formação pro� ssional e tem sido cada vez mais a responsável pelo sustento no lar. Em três séculos, especialmen-te nos últimos 50 anos, obtivemos conquistas em variados espaços e segmentos. Com as revoluções culturais e a força do movimento feminista no sécu-lo XX, novas con� gurações sociais foram surgindo, enfraquecendo o modelo homem provedor e mu-lher cuidadora.

Para chegar aonde estamos, muito já foi feito! Mas tanto falta, está tão longe do ideal... os passos

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02 Editorial

Editora

CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Não temos um dia apenas, temos uma vida inteira e muitas conquistas a comemorar... mas também muitas batalhas a enfrentar

são tão lentos e o caminho ainda é longo. A igual-dade entre homens e mulheres tem avançado, mas lentamente... Recentemente um relatório das Na-ções Unidas (ONU) avaliou a equidade de gênero em 167 países destacou que, no ritmo atual, serão necessários 81 anos para se alcançar a paridade de gênero na economia e 50 anos para a igualdade na representação parlamentar.

Em meio a tantas exigências, preconceitos e acu-sações, que pode a mulher? Pode tudo, ora. E tudo signi� ca assumir-se como o que ela é e não o que os outros querem que ela seja. É importante que quem esteja ao seu lado lembre, diariamente, de lhe dizer o quanto ela é amada e de valorizá-la. A mulher per-feita é aquela que, nas suas tantas imperfeições, é única e insubstituível.

É tanta singularidade... mas há quem diga que celebrar o Dia Internacional da Mulher é uma forma de reforçar preconceitos. No Brasil, homenageamos também o índio e a consciência negra. Mas não há um dia da consciência branca! Essas comemora-ções parecem apontar, de fato, para homenagens a alguns grupos historicamente menosprezados e ex-plorados. A realidade, no entanto, é mais complexa e as homenagens, se consideradas com mais acui-dade, talvez não sejam desprezíveis.

O caminho trilhado merece ser valorado, a� nal, as batalhas foram árduas e houveram muitos êxi-tos. O Dia Internacional da Mulher não é apenas um dia simbólico ou um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres, mas diz respeito a um convite à re� exão referente a como a nossa sociedade trata as mulheres. É um dia para re� etir a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um mo-mento para combater o silenciamento que existe e que normaliza a desigualdade e as violências sofri-das pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.

As lutas continuarão! Nada nos para! O desejo é que as mulheres cresçam livres, saudáveis e felizes. Que seu viver seja leve! Que vivam seguras e pro-tegidas contra todo o tipo de violência. Que sejam

felizes. Que tenham boas escolas onde estudar e la-res amorosos para onde voltar. Que cresçam diaria-mente valorizadas e igualitariamente respeitadas por todos. Que sejam, a cada dia, profundamente amadas. Que lutem, se emocionem e vivam lumino-samente. Que ser mulher seja motivo de bela grati-dão. Que possam seguir, altivas, com o seu corpo, a sua beleza e, sobretudo, a sua inteligência e a sua criatividade. Que aceitem seus corpos e se cuidem por prazer, nunca por julgamento. Que diariamente aprendam o quanto o feminino é sagrado e forte. Que se tornem, por pura vocação, jovens mulheres admiráveis, mulheres adultas inspiradoras e sábias mulheres maduras. Que se apoiem, se respeitem e se admirem umas às outras. Que saibam de sua for-ça, especialmente quando estão juntas. E que inde-pendam de dias especiais para saberem quem são, onde estão e para onde desejam ir.

Boa leitura! Inspire-se com as histórias destas mulheres presentes nas próximas páginas.

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>>> Tu escolheste tua proissão ou a vida te presentou com ela?

A criatividade nasceu comigo. Lembro que na in-fância tinha facilidade para coisas relacionadas ao lado emocional e criativo, ou seja, o hemisfério direito de meu cérebro já indicava natural-mente a escolha de minha carreira profissional. Enten-der as emoções e desejos das pessoas e transformar isto em objetos que tradu-zissem estes sentimentos. Naturalmente o rio da vida colocou-me nesta corren-teza da "criação" e, mesmo não sabendo o que a neuro-ciência tenta explicar sobre criatividade, segui meu ins-tinto desde cedo. As aulas de artes e desenho na escola me fascinavam e cada vez mais impulsionavam minha paixão por criar. Com cer-teza a influência direta no seio de minha família, onde minha mãe atravessava noi-tes criando e costurando roupas, estimulou meus ins-tintos diretamente para este caminho, e, em um deter-minado momento de minha vida virou uma paixão. Daí para frente, vivo moda em tudo o que vejo...

>>> Quais os principais desaios enfrentados na gestão de uma empresa familiar?

Sinceramente temos um grande sincronismo na ges-tão e direcionamento estra-tégico de nossa empresa, todavia, reconhecemos que o mundo corporativo requer evolução contínua em pro-cessos, tecnologia e gestão de pessoas. Certamente a busca constante de apro-priar estas ferramentas e metodologias de gestão, nos desaiam a identiicar o que realmente é aplicável para nossa empresa. A diferença entre o veneno e o remédio é a dose...

>>> É possível separar negócios e família? Como?

Sempre vivemos tricô em nossas vidas, não tem como

Trama da vida Arquivo pessoal

separar a poesia do poeta... Ele vê poesia em cada ato, cada lugar, cada café e cada conversa... Assim somos nós, minha família transpira ma-lharia desde sempre, esta-mos entrelaçados da mesma forma que a trança de um io... Obviamente tentamos pontuar temas relevantes e oportunos e em momentos onde somente a família está presente. Respeitamos nos-sos amigos e nossos limites proissionais, equilíbrio é a palavra-chave.

03Sandra Anselmi

vemos exclusivamente para eles. Se tivesse que atribuir um adjetivo para nosso tra-balho eu diria paixão pelo que fazemos.

>>> Como é ser referência? Sinceramente não acho

que somos uma referência, o Brasil é ainda uma criança no que tange ao quesito moda. A Malharia Anselmi reconhe-ce que temos muito o que progredir nesta jornada da moda, desta forma reconhe-cemos que ainda temos mui-

CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

A diretora de criação da Anselmi, Sandra Anselmi, é pura arte, o que os olhos dela vêem, o coração transforma em poesia

to o que aprender e evoluir.

>>> Se tivesse que escolher um fashion spot no mundo, onde faria suas compras?

Nos países escandinavos.

>>> Claro que o inverno é im-prescindível para as vendas, mas particularmente, tu pre-feres qual estação? Por quê?

Adoro a primavera, os jar-dins e lores me encantam, as cores da natureza são fontes de inspiração.

>>> Além da primavera, em quem tu te inspiras?

Meus pais, eles são minha grande fonte de inspiração.

>>> O que tu gostas de fa-zer nas horas vagas?

Curtir minhas ilhas e meu marido, amigos, família, il-mes, ler e cuidar do jardim.

>>> Quais são teus próximos projetos?

Ter mais tempo para mi-nha família.

>>> Um destino que já foi e repetiria? Por quê?

Não citaria um destino, mas uma dádiva divina: A gravidez. Certamente foi um momento mágico em minha vida e aconselho as mulheres que tenham esta experiência.

>>> Já pensou em morar em outra cidade?

Não, amo Farroupilha e tenho muita gratidão e orgu-lho de ser farroupilhense.

>>> Conceito de elegância pra ti?

A elegância para mim está mais relacionada a gentileza e empatia. Ao longo dos anos aprendi que é mais impor-tante quem está vestindo do que o que está vestindo.

>>> Família é...? Meu porto seguro, lugar

onde meu barco encontra tudo que precisa...

>>> Em teu momento atual, se deina em três palavras:

Paz, gratidão e determi-nação.

>>> A Anselmi, é uma das malharias mais conceituadas aqui do Sul. A que tu atribuis este sucesso?

Acho que o sucesso é mensurado não pelo lugar que uma empresa ocupa, mas pelos obstáculos que ela transpõe... Nossa maior realização é saber que nos-sos clientes, verdadeira ra-zão pela qual uma empresa existe, reconhece todo nosso esforço prestigiando nos-sa marca e usando nossos produtos, os quais desenvol-

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04 Julia Tartarotti Mandelli CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

>>> Quem é a Júlia? Tenho 21 anos e sou isioterapeuta

atuante na área pélvica. Também sou estudante de Biomedicina e pós-gradu-anda, tenho uma vida bastante corrida mas, ao mesmo tempo, é muito satisfa-tório poder executar todas essas tare-fas. Não me contento com pouco, não gosto de calmaria, diria que gosto dessa correria.

>>> Quando e como surgiu o amor pela isioterapia?

A Fisioterapia que me encontrou, pois nunca havia cogitado fazer algum curso na área da saúde, até que ouvi comentários sobre o curso e resolvi en-tender mais. Por isso fui pesquisar sobre, e quando vi como essa proissão tem o poder de reabilitar e levar novamente qualidade de vida para as pessoas, não tive nenhuma dúvida do que queria. Sen-ti que eu realmente tinha sido chamada, que eu seria completamente realizada em ver a evolução dos pacientes. Então durante o curso, quando descobri todas as áreas que podemos atuar, o amor cresceu mais ainda.

>>> Em que momento decidiste que irias atuar com Fisioterapia pélvica?

Mais ou menos na metade da facul-dade. Dali em diante foquei todo o meu tempo extracurricular em cursos, con-gressos, pesquisa e formações na área, pois acho de extrema importância man-ter-se atualizada e levar o melhor trata-mento possível para meus pacientes.

>>> És formada em isioterapia e estás cursando biomedicina. De que forma acreditas que os conhecimentos agre-garão na vida dos teus pacientes?

Decidi cursar Biomedicina pois sou encantada por estudar bioquímica e isiologia, gosto de entender todos os processos do corpo humano e quis es-tudar mais a fundo o que vi no início do

curso de isioterapia. Na biomedicina, encontrei o amor pela pesquisa e mi-nha maior realização como acadêmica foi unir os dois, quando no trabalho de conclusão pude aplicar um tratamento isioterapêutico com fotobiomodulação para candidíase vulvovaginal. Quero seguir agregando esses conhecimentos em um mestrado e posteriormente um doutorado. É aí que agrega diretamente na vida dos meus pacientes: considero muito importante manter-me na pesqui-sa, pois assim uno a evidência cientíica com a prática clínica, sempre trazendo o que há de mais efetivo e avançado para meu consultório.

>>> Quais são os teus planos pessoais e proissionais a curto, médio e longo prazo?

A curto prazo é estabelecer meu con-sultório como referência em isioterapia pélvica uroginecológica na cidade, onde, além de tratar, tenho como grande obje-tivo educar muitas pessoas e fazer com que todos conheçam a atuação e benefí-cios da isioterapia pélvica. A médio pra-zo, penso em engatar o mestrado, além de dar cursos, pois gosto muito de ensi-nar e trocar experiências, seriam realiza-ções pessoais. Um dos planos também é ampliar o consultório, contando com mais proissionais da área e de outras também. Já a longo prazo, penso que gostaria de concluir o doutorado e viajar muito, além de poder realizar projetos voluntários na minha área, principal-mente aqui na cidade. Em todas essas fases, quero poder aproveitar todos os momentos com minha família e amigos, conhecer lugares novos e trazer qualida-de de vida para muitas pessoas.

>>> Estás abrindo teu consultório em Farroupilha. O que esperas dos teus próximos dias?

Primeiramente, quero que a cida-de e a região conheçam a isioterapia

Um início promissorJulia Tartarotti Mandelli acabou de se formar em Fisioterapia,

está estudando Biomedicina, fazendo pós-graduação e inaugurando em Farroupilha seu consultório de isioterapia pélvica

Fran Dal Monte/Studio Dal Monte

pélvica. Estarei de portas abertas para reabilitar e educar muitas pessoas, pois espero apresentar uma isioterapia pélvica além do tão comentado “pom-poarismo”. Estarei atendendo casos de incontinência urinária, urgência miccio-nal, menopausa, gestantes e pós-partos, amamentação, enurese noturna (o “xixi na cama” das crianças) e demais disfun-ções miccionais e coloproctológicas da

infância, pós-operatórios de câncer de mama incluindo linfedema, alívio de al-gias da endometriose e outros casos em uroginecológicos e coloproctológicos. Trarei também a aplicação dos resul-tados que tive em minha pesquisa com o tratamento com fotobiomodulação para candidíase vulvovaginal e mamária. Estou muito ansiosa para devolver quali-dade de vida para todos meus pacientes.

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Obras do destino >>> Como a arquitetura entrou na tua vida?

Desde criança eu gostava muito de desenhar, me identi-icava com arte e iz um curso de desenho técnico e caligraia por correspondência. Mas decidi que queria ser arquiteta quando vi pela primeira vez o projeto de uma casa, naquela época dese-nhado a nanquim. Eu tinha uns 13 anos e ainda lembro da sen-sação que senti e no que pensei: Eu quero aprender a fazer isso! Depois desse dia nunca mais cogitei fazer outra coisa, estava decidido, era o mandato do céu.

>>> Tu e tua sócia, Simone Fraga, se conheceram no vesti-bular. Como foi esta história?

Ah, isso foi coisa do des-tino (risos). Me lembro muito bem desse dia. Eu vim do inte-rior pela primeira vez sozinha para Caxias. Quando cheguei no bloco que iria fazer a prova, nos conhecemos e fomos fazer nossas provas. Quando saiu a lista de aprovados, procurei o nome dela. Nos reencontramos nas aulas, alguns meses depois e nunca mais nos separamos, isso há 22 anos. As pessoas fa-lam que misturar amizade e so-ciedade não dá certo, mas acre-dito que quando os propósitos estão alinhados e se cultiva o diálogo e o respeito, pode dar, sim. Somos a prova!

>>> Resultado de uma evolu-ção tecnológica, o steel frame, muito utilizado no exterior, é hoje um sistema construtivo presente na vida de milhares de pessoas e que cada vez con-quista mais o mercado como uma grande solução para o futuro. Vocês são pioneiras na tecnologia aqui na Serra. Como vocês tiveram conhecimento

Foto: Gane Coloda

da tecnologia e de onde veio a iniciativa de começar a trabalhar com ela?

Desde a faculdade, gosta-mos muito do tema sustentabi-lidade na arquitetura e, apesar de não se conhecer tanto sobre o assunto na época, ele sempre despertava nossa curiosidade. Somos inquietas e inovadoras, isso está no nosso DNA. Inco-modadas com as obras nada sustentáveis, demoradas e com muito desperdícios de material e água, começamos a nos ques-tionar sobre como poderíamos melhorar isso. Encontramos um fornecedor de mão de obra e de Steel Frame aqui no RS e izemos a nossa primeira obra, a casa da minha sócia. Pesqui-samos fornecedores, irmamos parcerias e nos aventuramos. Era um trabalho de formiguinha, para cada interessado tínhamos que dar uma aula. Fizemos tam-bém muitas palestras em uni-versidades. Nos especializamos, izemos cursos e continuamos trabalhando. Hoje, são 10 anos de experiência, muito aprendiza-do e obras realizadas. Continu-amos aprendendo, estudando e inovando (em breve teremos novidades). Acreditamos que a construção seca, modular e industrializada deve ser a nova forma de construir se quisermos um planeta sustentável.

>>> Qual será o futuro da arquitetura diante de tanta evolução tecnológica?

Na minha visão, as cons-truções vão envolver cada vez mais rapidez, menos desperdí-cio, controle de resíduos e redu-ção do consumo de matérias--primas. Estaremos cada vez mais cientes do impacto de construir e buscando soluções mais sustentáveis, rápidas e

tecnológicas. Já no morar, virão com força total os conceitos de bioilia, onde as plantas fazem parte do ambiente para torná--lo mais agradável, a eiciência energética e o consumo cons-ciente. A energia será pratica-mente 100% gerada no local e as soluções que tornam a casa mais eiciente e confortável se-rão cada vez mais acessíveis e utilizadas em todas as obras.

>>> No projeto de vocês está incluído o Feng Shui. Como lidar com mais este desaio?

O Feng Shui entrou para a

Deise De Conto é arquiteta pioneira em steel frame na Serra Gaúcha e assina obras sustentáveis na região

05Deise De Conto CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Tuti em 2010 ensinando que tudo que a gente faz na "casa interna", relete na casa física. Com os ensinamentos do Feng Shui, passamos a olhar para a arquitetura sob outro ponto de vista. Ela deixou de ser tão téc-nica e passou a ser mais huma-na, cheia de vida e sentimento. A complexidade do projeto au-mentou, mas o que poderia ser um desaio passou a ser um cuidado com a vida dos nossos clientes. Tratamos cada pro-jeto como um “lugar” de viver momentos importantes com as pessoas mais especiais, onde

queremos nos sentir bem e po-demos ser quem somos, nos re-colher, conectar e ser feliz.

>>> Qual é a sensação de ver uma obra inalizada?

Ver o projeto que estava no papel ganhar forma é um dos grandes prazeres da nossa pro-issão, porém a entrega da obra é apenas mais uma fase. O que vem depois é o que considero mais gratiicante: ver nossos clientes aproveitando a casa, as soluções que propomos fun-cionando e o nosso projeto ga-nhando vida. É isso que enrique-ce nossos corações.

>>> Tu defendes que os arquitetos deveriam explorar mais a identidade brasileira, sem copiar tanto o design europeu e americano? Qual é a tua identidade?

Acho que temos que valori-zar o que é nosso sempre, mas quando falamos em Design, estamos falando internacional-mente. O mundo está conecta-do, temos acesso à tecnologias, tendências e práticas de arqui-tetura do mundo todo. Na arqui-tetura vemos proissionais que imprimem sua visão, seu gosto, em todas suas obras. Quem não reconhece as curvas de Oscar Niemeyer ou as linhas retas de Mies Van Der Rhoe? Esse tipo de arquitetura é importante para mostrar tendências, renovar ci-clos e marcar épocas. Respeito e admiro essa arquitetura, mas nossa forma de projetar é dife-rente. Acredito que identidade tem a ver com a pessoa, em como ela vai viver aquele espa-ço. Se ela gosta do design ame-ricano, europeu ou brasileiro, a casa deve representar isso. O design dos nossos projetos é a identidade dos nossos clientes.

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06 Katrine David CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Alma e intençãoO que te atraiu inicialmente para a especialidade de Odontologia?

Sempre fui fascinada pela Odon-tologia. Lembro que, desde criança, quando eu ia ao dentista, icava que-rendo ver e acompanhar tudo o que estava sendo feito. E cada vez que ia queria saber mais e mais. Não tenho nenhum dentista na família, mas des-de sempre sabia que seria essa minha proissão.

Como se deu teu interesse pela área estética?

Ao longo dos cinco anos de gradu-ação, o cirurgião-dentista estuda toda anatomia de cabeça e pescoço, então porque não aproveitar esse amplo co-nhecimento que temos? Agregar ain-da mais valor ao serviço que presto foi minha maior motivação quando iz meu primeiro curso de Harmonização Oro Facial. E aí foi amor à primeira vista. Cada vez fui me aprofundan-do mais na área, e hoje, é com o que mais trabalho. Foi um grande divisor de águas para mim, que além de reali-zar diversos procedimentos no consul-tório, também monitoro cursos onde divido o conhecimento com os colegas que estão iniciando nessa área.

Ao teu ver, quando o assunto é aplicação de botox e outros procedimentos estéticos, porque existe uma rixa entre proissionais de várias áreas? Quem está habilitado?

Acredito que essa rixa dentro da Harmonização Facial seja, em grande parte, devido à mercado. E em outra, a qual concordo, de que está bana-lizando demais. Acredito que todo proissional que trabalhe nessa área, tenha que ter uma boa base desde a graduação, sobre todas as estruturas com as quais se é trabalhada.

Como escolher o proissional adequado?

Temos que escolher o proissional que nos transmita coniança. Saber a formação dele, ver alguns trabalhos que ele já tenha realizado, e principal-

Foto: Felipe Pavan

mente saber se ele vai poder resolver qualquer intercorrência que venha a acontecer. Sabemos hoje que a Odon-tologia é a única proissão que não faz parte do Ato Médico: ou seja, é a única proissão que tem o direito e a autonomia de prescrever tudo o que julgar necessário para o tratamento e possíveis intercorrências de seus pa-cientes. Cirurgiões Dentistas, desde a graduação já dominam a anatomia de cabeça e pescoço, bem como técnicas anestésicas e inervações e musculatu-ras. Acredito que tudo isso sejam fato-res que trazem um grande diferencial

Cirurgiã dentista especialista em harmonização oro facial, Katrine David é realizada e acredita que bom senso é primordial quando trata-se de realce de beleza

po. Acredito que essa seja a alma e a intenção. Quando falamos em preen-chimento, a ideia ou o medo que mui-tos têm é de icar “tudo grande”. E não, harmonização é deixar harmôni-co. Não é dar volume no lábio, tirar a ruguinha ou empinar o nariz. É pegar a beleza que a pessoa sempre teve e realçar ainda mais.

Quais são teus hobbies e o que tu fazes no teu tempo livre?

Sempre que tenho um tempo livre, estou em busca de conhecimento. A área com a qual trabalho está cres-cendo muito rápido e demanda dedi-cação para conseguir acompanhar e estar por dentro de tudo que vem sur-gindo. Mas também sempre reservo um tempo para viajar, é uma das mi-nhas prioridades fora o trabalho. No dia a dia, praticar exercício, cuidar da minha alimentação, da minha saúde e principalmente da minha mente, atra-vés da meditação são coisas que não abro mão.

Como é ter noivo médico? Vocês discutem muito sobre assuntos de trabalho em casa?

Ter um noivo que também tra-balha com a saúde, ainda mais com uma profissão tão linda que é a Me-dicina, é muito agregador. Temos uma troca diária de conhecimento, discutimos casos, discutimos tera-pias, estudamos juntos. É um apoio muito grande que temos um do ou-tro. E agora com ele cursando Der-matologia, o serviço que oferece-mos no consultório será ainda mais completo para o paciente.

O que você teria feito se não tivesse se tornado uma dentista?

Não me imagino em outra prois-são que não seja Cirurgiã Dentista. Como desde adolescente eu já tinha essa ideia e, graças a Deus ela se concretizou, nunca parei pra pensar sobre. Somente agradecer cada vez mais por tanta realização que ela me traz diariamente.

para a construção da coniança e da escolha do proissional.

Vemos muitos exageros por aí, quando se trata de harmonização facial. Discernir qual é o momento de parar é papel do proissional ou do paciente?

A consciência de saber o momen-to de parar é um conjunto. Mas o bom senso do proissional deve pre-valecer. Falo e trabalho muito com a parte preventiva justamente por isso. Evitar grandes mudanças, apenas manter nossos traços por mais tem-

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>>> Quando tu identiicaste o teu amor pelas madeixas?

Quando eu estava quase concluindo a faculdade de Ad-ministração, em 2013, estava saturada da rotina da área ad-ministrativa e me sentia limita-da. Então resolvi fazer cursos na área da beleza, pois sempre tive amor por transformações e sempre tinha um olhar diferen-te para as pessoas. Na primeira semana de curso já consegui emprego em um salão concei-tuado. Dali em diante estou cada vez mais certa, que essa é a minha vida, deixar todas cheias de luz, seja nas madeixas ou no coração.

>>> Como te sentes atualmen-te, proissionalmente e pessoal-mente falando?

Me sinto cada vez mais rea-lizada proissionalmente e pes-soalmente e isso certamente se deve à minha linda proissão. É tão gratiicante poder imprimir a minha essência em cada re-sultado, é mais lindo ainda ver a aceitação de todos quanto a isso, conseguir transcender o que penso, conseguir passar um pouquinho disso a cada ser que cruza meu caminho, acredi-to que menos é mais, que a na-turalidade e autenticidade é o que há de mais belo, que toda a mulher tem um brilho e uma luz especial e que todas são muito lindas, mas na maioria das ve-zes a gente se cobra muito e não nos damos a liberdade de sermos imperfeitas e é aí que entram as minhas realizações, saber que eu consigo fazer uma arte e que essa arte faz com que a mulher resgate novamen-te a sua beleza.

>>> Tens algum propósito?Eu tenho um propósito e é

comigo mesma, de fazer tudo

com muita dedicação e amor, como forma de agradecimento a cada uma que escolhe estar na minha cadeira para trans-formar.

>>> Um proissional da tua área, tem que ter dom, voca-ção, talento ou na prática que se adquire conhecimento e se alcança o sucesso?

Acredito que o principal para um proissional se des-tacar é ter amor por transfor-mação e por pessoas, inquie-tude por conhecimento, estar diariamente aberto ao novo e conseguir identiicar o que mais lhe dá realização no dia a dia e a partir daí dedicação total na escolha, constância em cursos e práticas. Acredito que o suces-so está diretamente ligado ao grau de satisfação do serviço realizado, é ver a agenda cheia, é quando o mês ica com pou-cos dias para a demanda. Com dedicação tudo isso acontece com tanta naturalidade, que quando percebo, estou conse-quentemente vivendo um lindo sucesso!

>>> Quem é a tua inspiração?

A minha maior inspiração é o meu desaio pessoal de ser a cada dia melhor, de fazer um pouquinho mais sempre e de ter a convicção que tudo o que eu projeto eu faço acontecer...Mas falando em proissionais da área os meus dois preferidos são Anderson Couto e Jackson Nunes, entre muitos outros....

>>> Como tu te relacionas com as demais proissionais da Ingrid Casa de Beleza?

Tenho muita admiração por cada colega de trabalho e te-nho total consciência que tudo o que colho proissionalmente é uma junção de doação de cada

Liberdade de ser imperfeita

A bento-gonçalvense Carol Fagundes é hair stylist, apaixonada e grata

pela vida e acredita que naturalidade e autenticidade é o que há de mais belo,

mas às vezes precisa ser resgatado e é isso o que ela gosta de fazer

Ingrid Fagundes

uma que está ali, participando de forma ativa do meu dia a dia, tudo é coletivo. Sou muito grata por estar junto das pessoas que dividem o meu dia. Por ter esse laço de irmandade com a Ingrid, proprietária do salão, eu partici-pei e ajudei a projetar todo o sa-lão, desde a arquitetura até ao conceito do local, e ico muito feliz em ver todo o crescimento que estamos tendo!

>>> Teu maior desaio?

Meu maior desaio é não me acomodar com a mesmice é es-tar em busca constante por no-vas técnicas, novos produtos fa-cilitadores para o cotidiano de cada uma, é estar sempre em movimento para “sair sempre

fora da caixa”, minha dedicação diária é sempre por qualidade, saúde capilar e transcender a minha essência.

>>> Teu diferencial? Principalmente entender

que o que eu faço vai muito além de prestar um serviço...in-dependente qual for, penteado, corte, cor... O que eu faço é im-primir o que cada cliente quer...seja naturalidade, empodera-mento, aceitação, praticidade ou um grande acontecimento em uma data especial. É aten-der que cada uma tem a expec-tativa de mudança que quase sempre é muito mais do que só externa... É me dedicar ao má-ximo pra conseguir o resultado

Carol Fagundes CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

ideal para cada uma, é ter cons-ciência que eu iz parte de uma transformação e até mesmo de uma história, ter comprometi-mento e carinho por isso tudo!

>>> Consideras-te realizada?

Me considero feliz, me con-sidero grata por tudo o que tem acontecido, pela aceitação e procura cada vez mais cons-tante pelo meu trabalho. É lindo ver que toda a dedicação tem valido a pena, é lindo também eu ver a minha linha de cresci-mento, mas sou muito inquie-ta com tudo...então eu sempre quero saber mais ...ser mais...fazer mais, acredito que estou no caminho certo pra sempre deixar uma linda lembrança.

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08 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Sabrina Trevisan Campeol

Sucesso, um projeto de excelênciaMarta Galafassi é arquiteta há 27 anos, voluntária há anos em vários

projetos, e em 2020 recebe o Certiicado Mulher Referência 2020

>>> Como nasce um projeto ideal?Projeto ideal é aquele que surpreende,

que encanta, que concretiza, dá forma ao sonho.

>>> O que tu identiicas como determinante para o sucesso no teu trabalho?

Muito esforço, muita dedicação, mui-tas noites "em claro", muita informação para atingir o objetivo. Um projeto de ex-celência.

>>> O que consideras bom e mau gosto?

Como diz o ditado "Gosto não se dis-cute". O que importa é respeitar, em cada projeto, os anseios, a bagagem, a neces-sidade daquele que te procura. E realizar um trabalho que o faça feliz e realizado no investimento.

>>> Qual característica buscas em todos os projetos que fazes? É difícil renovar-se sempre?

Procuro a harmonia, o equilíbrio, a li-berdade. A renovação é uma constante

Marta Galafassi

na proissão da arquitetura. Inovação de materiais, tecnologias nas execuções, tendências ditadas pelas mudanças do modo de viver da sociedade. A arquitetu-ra é uma proissão de vida, viva, latente, apoiada na história (cultura) e com os olhos no futuro.

>>> Qual teu melhor projeto? Assim como uma mãe não escolhe

um ilho, mas sim, tem amor por todos eles, assim é na arquitetura. Cada projeto está "graitado" no meu coração. E como é gratiicante ver o tempo passar e con-irmar que iz a coisa certa, com muita dedicação, muita inspiração e muito cari-nho por cada projeto.

>>> Podes falar dos teus trabalhos voluntários?

O voluntariado é contagiante... e cres-cente! Nos anos 80, atuava na Associa-ção de Bairro onde vivia e onde moro até hoje, o Bairro Medianeira. Desde 2006 atuando no Núcleo da Mulher Empre-endedora da CICS, Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agronegócios de Farroupilha; Conselheira no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, da Pre-feitura de Farroupilha, durante 6 anos; desde 2018 no Íntegra Farroupilha, um grupo de pessoas que pensam ações para o desenvolvimento de Farroupilha. Acredito que por ter estudado na Faculda-de de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, devo devol-ver para a sociedade, dando respostas através destas ações que são voluntárias, mas muito gratiicantes para mim.

>>> Vais receber um título, de Certiicado Mulher Referência 2020. Como recebes esta honraria?

É uma grande surpresa. Nem em so-nho esta grande honra havia passado pela minha cabeça. Muita gratidão às valorosas mulheres que integram o Con-selho dos Direitos da Mulher, CONDIM, de Farroupilha, por me presentearem com esta deferência.

Patrícia Lemos

09 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Uma mulher administradora, feminina e mãe

Sabrina Trevisan Campeol auxilia o marido, proprietário de uma chapeação, vive bem arrumada e tem uma paixão imensurável pelo filho

>>> Como é teu dia a dia?De manhã, sem abrir mão disto, ico

com o meu ilho Arthur, há quase seis anos e, no que depender de mim, até quando ele quiser e precisar estarei aqui. Também cuido dos afazeres de casa e me conside-ro muito ágil, faço mil coisas ao mesmo tempo. À tarde trabalho com o meu ma-rido, desempenho a parte burocrática da Chapeação e Pintura Campeol. À noite, volto a ser mãe e esposa. Hoje, com o Ar-thur maior, não abro mão de, uma vez por semana, fazer um happy hour com minhas amigas. Desopilar faz bem.

>>> Se pudesse trabalhar em outra área, qual seria?

Sou formada em Administração de Empresas, mas me fascina a moda, a bele-za feminina, todas as fases de uma mulher e seus mistérios. Somos mulheres, mães, esposas, amigas, donas de casa e, o mais incrível, somos realizadas, felizes e mara-vilhosas, cada uma da sua maneira e cada vez mais buscando nosso espaço em dife-rentes segmentos.

>>> O que signiica sucesso pra ti?Evoluir como ser humano, ser uma pes-

soa melhor, me doar de alguma forma a alguém, poder contribuir na vida das pes-soas. Sucesso para mim é estar há 21 anos junto com a mesma pessoa, sabendo ouvir um ao outro, sabendo amar e ser amado, saber quando calar e quando gritar. Um desaio diário, sem dúvidas um relaciona-mento de sucesso. Sucesso pra mim é ver o Arthur crescer sendo um ser humaninho do bem, uma criança dócil e amigável, um futuro adolescente responsável.

>>> Vives bem arrumada e maquiada. Como encontra tempo na tua rotina para os cuidados consigo mesma?

Eu sou muito prática. Pode ser que quem me vê acha que ico horas me ar-rumando, mas em no máximo meia hora estou pronta.

>>> Já sofreste algum tipo de assédio?Nunca, nem no meu ambiente de tra-

balho e nem fora dele. Isso se dá pela pos-tura que adquirimos.

>>> Tu achas que se uma mulher está vestida com roupas curtas, ela está “pedindo” pra ser assediada?

Não, em momento algum. Indepen-dente do que se veste, independente de cargo, devemos nos posicionar e buscar nosso espaço.

>>> Qual a importância tem a autoestima pra ti?

Estar bem vestida, para mim, signiica nada. O valor do ser humano está no ca-

ráter, na sua essência e no seu coração. Doar-se a quem precisa, seja com horas de conversa ou com um simples bom dia. Mas gosto de estar bem comigo mesma e, para mim, colocar um salto ou um acessó-rio é tão natural como escovar os dentes. E eu não poderia ser diferente do que mos-tro. Minha mãe, uma jovem de 76 anos, é extremamente vaidosa, então nasci, cresci e permaneço com esta referência. E amo me sentir feminina.

>>> Como vês a maternidade?O Arthur foi muito pensado e desejado.

Eis que ele nasce de 31 semanas, 1.825kg, vinte e quatro dias intermináveis na UTI, sem saber se iria poder levá-lo pra casa. Vi e vivi tanta coisa nestes dias, tanta garra, tanto desespero e tantas mães sem chão. Mas Deus é tão bom e ele quer nos mos-trar o real sentido da vida, o que realmen-te importa e o que realmente tem valor. Sou muito grata pela minha história com o Arthur, sei que fui escolhida para esta jornada. E que bom que vencemos e que bom saber que tantas outras mães e pais vencem com seus ilhos.

>>> O que mais admira nas pessoas?O que mais admiro no ser humano

é sua educação. Olhar a todos indepen-tende de classe social, vestimenta, raça ou cor. Admiro pessoas do bem, pessoas lindas por dentro, pessoas transparentes, aquelas que não fazem mal ao próximo, pessoas positivas que, assim como eu, vi-bram pelo sucesso e realização do outro.

>>> Acredita que todo mundo tenha um objetivo na terra?

Sim, com certeza e que bom. Meu propó-sito de vida é ser feliz, ser inspiração de amor. É ver meu maior presente, que é o Arthur, meu anjo aqui na terra, ser um ser humano amoroso, que saiba dividir o que tem, que saiba olhar as pessoas sem distinção.

Arquivo Pessoal

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>>> Qual é a tua área de atuação?Gosto de várias áreas, mas tenho gran-

de amor pela Psicologia Hospitalar, área a qual iz minha primeira especialização. Adoro o atendimento clínico, já são quase cinco anos de consultório particular. Estou inalizando mais uma especialização em Neuropsicologia, que é outra área que ga-nhou meu apreço, além da especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, que hoje é minha linha de trabalho e que decidi me aprofundar. Atualmente atendo crianças, adultos, oriento pais, faço ava-liação psicológica, atendimento online e domiciliar. Além do atendimento clínico no meu consultório particular, trabalho há quase dois anos no CAPS I, que tem sido uma escola para mim.

>>> Quais são as principais vantagens, alegrias e satisfações no seu trabalho?

Meu trabalho é uma das melhores partes da minha vida. A Psicologia me en-sinou muito, pessoal e proissionalmente. Me sinto realizada em contribuir com a vida das pessoas e participar da constru-ção da caminhada de cada uma delas. Ver meus pacientes seguindo suas vidas, suas histórias de uma forma mais funcio-nal, leve e equilibrada, faz toda e qualquer diiculdade valer a pena.

>>> Como tu estás te sentindo neste momento, sendo mãe, esposa, filha, profissional e estando grávida novamente?Eu sou uma mulher como tantas outras que têm inúmeros papeis a desempenhar no dia a dia. Mas quando olho para minha vida, meus ilhos, meu marido e minha família, sinto uma alegria imensa em sa-ber que estou caminhando, construindo e aprendendo. Todos os problemas que já passei na minha vida me izeram che-gar até aqui e ser a pessoa que sou hoje.

Foto: Ana Paula Bet

Ambição pessoal

Kelly Vetorazzi Borges é psicóloga e neuropsicóloga apaixonada pelo trabalho, o qual é trampolim

para a realização de seus mais lindos planos pessoais

Nada nunca foi fácil e nada veio de “mão beijada”. Sempre teve esforço dos meus pais para me dar estudo, teve a doença do meu pai no meio disso e depois a mor-te dele, eu sou ilha única e perder ele foi muito difícil. Eu nunca parei de estudar, sempre quis ter uma família e hoje vejo que mesmo com todas diiculdades eu consegui tudo que quis, me sinto extre-mamente grata e realizada. Com certeza estou em um dos melhores momentos da minha vida.

>>> Tu faz terapia? Não tem como não fazer. Proissio-

nais da área da saúde e, em especial, psi-cólogos lidam diariamente com a dor do outro, se você não estiver curado, você não vai ajudar ninguém. Antes de sermos psicólogos somos seres humanos, que erram, que sofrem, que têm problema como qualquer pessoa. Se ter o conheci-mento que a psicologia nos dá resolvesse todos os problemas, todas as pessoas po-deriam estudar psicologia e seus proble-mas estariam resolvidos, mas não funcio-na assim. Não tratamos o que se toca, e sim, o que se sente. Isso é extremamente delicado, uma má conduta pode ser de-sastrosa na vida de alguém.

>>> Como imaginas a tua vida, daqui pra frente?

Sempre fui muito sonhadora, “caí do cavalo” algumas vezes, mas não me vejo sendo diferente. Não tenho grandes ambições materiais, mas pessoais, sim. Minha busca é por estar em paz, feliz e saudável para estar presente na vida dos meus ilhos. Então meus planos são de seguir sonhando e trabalhando para que isso se torne realidade. Não pretendo pa-rar de me especializar porque o conheci-mento é nossa maior riqueza. Quero con-

tinuar buscando o meu desenvolvimento pessoal, ser sempre uma pessoa melhor para servir de exemplo aos meus ilhos, ser uma boa esposa e ilha. Seguir na Psicologia até que seja possível e ajudar cada vez mais as pessoas que me procu-ram. A vida é boa, só desejo que ela siga seu curso.

>>> Se tivesses que dar um conselho sobre vida, qual seria?

Tenha calma e faça terapia. Calma, porque com a cabeça no turbilhão a gen-te não pensa direito. Calma para tudo. Para a vida, para os problemas, para as alegrias, para os pensamentos, para as nossas conclusões. Nosso cérebro é ma-ravilhoso, mas também pode ser nosso pior inimigo. Sofremos por coisas que nem aconteceram, às vezes nem vão acontecer, imaginamos coisas e acredi-tamos naquilo, interpretamos situações de forma equivocada, queremos tudo para ontem e estamos sempre corren-do. Calma desacelera, estar caminhando, ao meu ver, é mais importante do que chegar. E terapia porque sempre temos questões, algo que nos aconteceu e, se

não tivermos, sempre podemos melho-rar. A psicoterapia não serve somente quando o barco está afundando, serve também para nos ensinar a navegar me-lhor. Recebo diariamente adultos extre-mamente fragilizados, que muitas vezes saíram de uma internação por tentativa de suicídio. No Brasil uma pessoa se mata a cada 45 minutos, no mundo é uma pessoa a cada 45 segundos. Isso é um número assustador, triste, preocupante e que poderia ser evitado se as pessoas dessem importância para as dores emo-cionais. Recebo pessoas com depressão que nem conseguem sair de casa. Atendo pessoas que estão em sofrimento mental, que reproduzem o mal que lhe izeram, lá atrás, quando eram crianças. Abusos psi-cológicos, sexuais, negligência, violência doméstica, relacionamentos abusivos, casamentos de fachada, etc, causam feridas na vida da gente e a gente vive sangrando e isso nunca acaba. Busque ajuda, a psicologia é linda, existem vários proissionais competentes e preparados para te ouvir e te ajudar. Em um mundo de Instagram e Facebook, chique mesmo é compartilhar saúde mental.

10 Kelly Vetorazzi Borges CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Cheirinho de lembrança boaCarolina Paese é empresária de aromas e dentro de cada frasco que produz insere poçõezinhas que despertam sensações, aloram sentimentos e trazem lembranças

Com o que tu trabalhavas anteriormente?

Sempre trabalhei com vendas e gerenciamento de loja.

Como decidiste ir para o ramo dos aromas e como foi esta transição?

Sempre fui muito apaixonada por perfumes e aromas pelo fato das inú-meras sensações e lembranças que nos proporcionam. Trabalhei como representante de uma marca de aro-mas isso fez com que meu desejo de empreender saísse apenas da ponta do lápis. Então iz um curso de especi-icação e logo surgiu a Passion Home, que está há um ano e oito meses no mercado.

Qual a quantidade de aromas que tu produzes hoje?

Hoje a Passion Home produz cerca de 1.500 frascos mensalmente, entre difusores, home spray e água de len-çol, além de sachês aromáticos.

Quantas cidades tua marca abrange?Atingimos em maior potencial a

nossa região, Farroupilha, Bento Gon-çalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Flores da Cunha, além de São Paulo capital, a grande Florianópolis e Bal-neário Camboriú.

Onde podem ser encontrados os aromas?

Em lojas autorizadas na região e revendedoras exclusivas da marca.

Fran Dal Monte/Studio Dal Monte

Qual o aroma preferido dos teus clientes?

São vários, mas os principais são: Baby Bê, Cereja e Avelã, Perfume das Fadas, Daslu Vanilla, Comfort Home e Trous.

Se tu fosses um aroma, qual seria? Por quê, o que ele tem a ver contigo?

Daslu Vanilla, porque ele é baseado na minha história de vida e nas minhas melhores lembranças, onde ele traz consigo nas suas principais notas Flor

de Lótus e Orquídea Branca, traz tam-bém um aroma com personalidade for-te, empoderado e marcante.

Tens alguma história inesquecível e emocionante relacionada a algum aroma?

Logo que começamos a desenvolver os aromas no qual iríamos trabalhar, eu estava reunida com a minha irmã caçula e meu sobrinho Bernardo e eu sempre quis fazer um aroma exclusivo com o cheirinho dele, até para termos as melhores emoções e lembranças da infância dele. Então izemos alguns aromas e levamos ele para escolher, ele fazia não para quase todas, até que a última essência ele gostou e então a de-nominamos como Baby Bê.

Qual o principal desaio de uma empresária que atua na tua área?

Hoje um dos maiores desaios no meu segmento é encontrar um produto de qualidade e manter a mesma, um aten-dimento diferenciado ao cliente, (hoje atendemos a domicílio, desenvolvemos a identidade olfativa de empresas e tra-balhamos com 15 aromas exclusivos). Estamos sempre buscando as novidades no mercado, desenvolvemos aromas que deinem a personalidades das pessoas.

O que te motiva?O que sempre me motivou foi a mi-

nha fé e a minha família, que é onde mais busco motivação diária, dentro de todas essas particularidades e a corre-ria do cotidiano, percebo sempre quan-do atendo um cliente a necessidade e a emoção que causam o aroma, prin-cipalmente o bem-estar e a inluência que ele tem em nossa vida, pois através do nosso olfato o nosso corpo automa-ticamente manda mensagem para uma parte do nosso sistema nervoso, o qual é responsável pelas nossas emoções, e então o nosso cérebro começa sentir o aroma e reage a tal ação, assim como muda o nosso humor e nosso estado de espírito. Como pode um determinado aroma despertar tantas memórias?

O que tens a falar sobre feminismo?“Você tem que agir como se fos-

se possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo. – Angela Davis”. Todos de-veríamos ter os mesmos deveres, direi-to e respeito, as mulheres estão cada vez mais tendo seu espaço por mérito delas mesmas.

Carolina Paese CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020 11

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12 Viviane Dossin CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Levando qualidade de vida, bem-estar e alento a quem precisa

>>> Como foi a tua escolha pela Fisioterapia?

Eu sempre gostei da área da saúde e de ajudar as pessoas, então escolhi a Fisiote-rapia por estes motivos e pela ampla área de atuação que esta profissão oferece.

>>> Há quanto tempo tu atuas e qual o maior desaio?

Atuo desde 2006 e hoje o meu maior desaio é fazer com que as pes-soas entendam que isioterapia, em alguns casos, é um processo lento, mas que dá excelentes resultados.

>>> Dentro da tua área de atuação, o que tu mais gostas de fazer?

Eu gosto muito de todas as áreas da isioterapia, mas a que mais apre-cio é a área da estética, tanto que iz vários cursos e duas pós-graduações nesta área, mas acredito que não de-vemos esquecer as outras áreas.

>>> Quais pós izestes?Fisioterapia Dermatofuncional e

também Cosmetologia e Estética Prá-tica Avançada.

>>> Qual é a tua melhor lembrança?Sem dúvida a minha formatura, o

auge de uma caminhada na qual tive apoio total da minha família, tanto em momentos bons quanto ruins. Eles nunca me deixaram desistir do meu sonho e sempre entenderam a minha

ausência, me apoiando mas minhas escolhas até hoje.

>>> Teve momentos que tu pensaste em desistir? Por quê?

Muitas vezes, pela distância, por estar longe da família, amigos e dos meus animais de estimação...

>>> Aonde tu izeste tua faculdade?Na Ulbra, em Canoas. E morava em

Porto Alegre.

>>> E tu vinha pra cá a cada quanto tempo?

Aos inais de semana, mas parecia uma eternidade.

Viviane Dossin atua há 14 anos com isioterapia, em Farroupilha e no interior da cidade. Ela é responsável pelo bem estar físico e emocional de muitos pacientes, principalmente idosos e pessoas com diiculdade de locomoção

Foto: Arquivo Pessoal

>>> Algum caso que te marcou?Quando fazia estágio no Hospital

Cristo Redentor, em Porto Alegre, eu chegava na UTI e conversava com os meus pacientes antes de iniciar meus atendimentos. Um deles estava em coma e com febre. Tempos depois, quando ele saiu do coma, ele lembrou que eu conversava com ele e que eu secava o suor dele com uma gaze.

>>> Como é o teu dia a dia hoje?Meu dia a dia é bem corrido, acor-

do cedo e já inicio os meus atendimen-tos na cidade e interior, costumo dor-mir tarde.

>>> O que tu gostas de fazer nas horas vagas?

Gosto de ler, ouvir uma boa música e relaxar.

>>> Qual o sentimento de ver um paciente curado após teus cuidados?

É muito gratiicante ver um pacien-te cuidado por mim curado, não tem preço, me sinto com dever cumprido.

>>> Quais são teus planos futuros? Quero seguir estudando, porque

nunca sabemos o suiciente, precisa-mos nos atualizar sempre. Quero con-tinuar também atendendo aos meus pacientes no conforto dos seus lares, tanto na área residencial como na ru-ral, como sempre iz. Muitas pessoas não sabem da existência da isiotera-pia domiciliar, que beneicia muitos, como idosos com diiculdade de loco-moção, cadeirantes, pessoas que por algum motivo não conseguem sair de suas casas para realizar o tratamento isioterapêutico.

>>> Coisas que precisamos mudar no mundo?

Precisamos saber nos colocar no lugar dos outros, ter respeito pelas pessoas, pelos animais, pelo meio am-biente, devemos ser solidários e ser-mos, acima de tudo, humanos.

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e começar a SoülK. No início foi bem difícil, estava sozinha e não tinha mui-ta experiência nas outras áreas, sem-pre iquei apenas no desenvolvimento e criação. Foi então que meu pai en-cerrou sua participação na empresa em que era sócio e juntou-se a mim, aí sim começamos um trabalho mais concreto. Estamos sempre trocan-do ideias e pensando juntos, aprendi tudo que sei com ele e com certeza te-nho muito o que aprender ainda.

>>> Quais teus planos futuros? O que almejas?

Quero que a SoülK conquiste seu espaço no mercado, nosso produto tem concorrentes fortes, porém eu acredito que cada um pode atender uma demanda que o outro não alcan-ça, e vice- versa. Os produtos sempre terão a visão de quem o desenvolveu, pode ser parecido, mas nunca será igual, e assim vamos conquistando o público que gostará do nosso produ-to e também atender às necessidades desse público.

>>> E a vida pessoal, como anda?Estou curtindo minha vida de re-

cém-casada, já que casei dia 15 de fevereiro. No momento minhas aten-ções icam para a minha família e para a empresa.

>>> Qual é teu maior sonho? Meu maior sonho é ter uma família

feliz e ver a empresa crescer junto das pessoas que acreditaram nela desde o início.

>>> Três coisas que precisamos mudar no mundo?

A educação, não falo só da educa-ção nas escolas, mas a educação de casa, o respeito com o próximo, fala--se muito, mas faz-se pouco, e união, estamos todos muito individualistas, temos que pensar mais nos outros e não só em nós mesmos.

Intuição inspiradoraRafaella De Cesero comanda, ao lado do pai, a SoülK, uma jovem empresa de calçados e

acessórios de plástico e, quando o assunto é inspiração, conia muito em sua intuição

>>> És uma jovem empresária. Conte como funciona o teu trabalho. Vendes apenas online?

A marca possui dois anos apenas, ainda estamos engatinhando. No iní-cio começamos com terceirização dos produtos e vendas online, porém, há seis meses decidimos produzir, então montamos a fábrica e mudamos as vendas para atacado. Mantivemos a loja online para os clientes poderem visualizar os produtos, porém nosso foco é lojista. Vendemos para todo o Brasil e estamos iniciando um traba-lho com exportação também.

>>> Como é ser uma empresária do ramo da moda?

É muito difícil, você tem que estar em constante atualização, o merca-do da moda é muito dinâmico, em um dia você está por dentro e no outro já não está mais. O trabalho tem que ser sempre pensado muito à frente, nem sempre você acerta o timing das cole-ções, mas acho que isso tende a mu-dar, já que hoje as pessoas estão con-sumindo com mais consciência. Isso é muito bom para toda a rede, compras mais conscientes ajudam a deixar a fábrica mais enxuta e organizada, que é o nosso objetivo, ter uma empresa sustentável em todas as áreas.

>>> Quais as tuas inspirações?Eu sempre fui muito visual, adoro

observar tudo ao meu redor, se gos-to de algo, fotografo, um dia pode ser útil para alguma construção, ao mes-mo tempo que também acompanho a moda de um modo geral, não somente para calçados e bolsas. Acredito que minha intuição é o que me inspira.

>>> Como foi tua caminhada até chegar onde está?

Trabalhei desde cedo na empresa do meu pai, Gilmar De Cesero, foram 10 anos trabalhando lá. Sempre quis ter marca própria, por isso, decidi sair

Foto: Fran Dal Monte

Rafaella De Cesero CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020 13

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>>> Poderias falar um pouco sobre o que tu achas da arquitetura brasileira e da formação do arquiteto no Brasil?

A arquitetura brasileira é muito rica, temos influências de muitas culturas e muitos estilos, além disso, tivemos arquitetos que deixaram um legado artístico impressio-nante. Meu único lamento é a falta de conservação desse patrimônio cultural. A for-mação do arquiteto no Brasil é muito ampla. Aprendemos a trabalhar com materiais e técnicas construtivas di-versas; microclimas, relevos e solos variados; culturas e poder aquisitivo diferentes e preferências muito contras-tantes. Temos conhecimento para nos adaptar e fazer um ótimo trabalho com todas essas variantes, o que nos dá vantagens expressivas.

>>> Como é o teu processo criativo?

Analiso as necessidades do cliente, ouvindo seus de-sejos, problemas e expecta-tivas. Realizo reunião com as pessoas envolvidas para ampliar as possibilidades. Busco inspiração através de pesquisa, viagens e projetos referenciais. Transformo as ideias em desenho de pro-jeto e afinamos os resulta-dos até chegar no resultado final. Em todo processo de criação sempre levo em con-sideração a satisfação do cliente e a viabilidade finan-ceira.

>>> Como funciona teu trabalho?

A minha empresa, a Ferro-nato Arquitetura, presta con-

Projetando sonhossultoria e desenvolve projeto, dependendo da necessidade do cliente. Eu e minha sócia, Juliane Ferronato, temos am-bas MBA em Marketing e ex-periência proissional em pro-jetos de varejo e arquitetura de interiores. Desenvolvemos projetos e assessoria para em-presas nesses quesitos, aju-dando a desenvolver layout, planejando expansão, melho-rias e reformas, deinição de estratégias de marketing em-presarial, estandes de feiras, etc. Trabalhamos também para empresas de construção civil, desenvolvendo projetos de ediicações, apartamentos decorados, centrais de ven-das e áreas comuns. Atende-mos também particulares, em projetos de interiores e deco-ração. Grande parte de nosso trabalho é prestando serviço para empresas, principalmen-te de Caxias do Sul, Bom Prin-cipio e São Leopoldo.

>>> A sustentabilidade é uma preocupação tua?

Sim, tanto na fase de pro-jeto quanto na execução. No projeto aproveito os re-cursos naturais como o sol, a chuva, o vento e o relevo, sempre que possível, geran-do consequentemente eco-nomia de energia elétrica, gás e água. Na construção, além da compra consciente, dando preferência a empre-sas que prezam pela sus-tentabilidade, também faço levantamento, paginação e detalhamento de forma a evitar resíduo e retrabalho.

>>> O que é um projeto surpreendente?

É um projeto que foge do padrão. E se fugir do padrão

Respeitando gostos e amores, Liziane Ferronato é arquiteta responsável

pela criação de lares e empresas, locais onde famílias e pessoas passam boa parte de suas

vidas depositando energia e esperança

14 Liziane Ferronato

Gustavo Weirich

CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

e ainda assim atender as ne-cessidades de maneira efi-caz, é incrível.

>>> Qual projeto é a tua “menina dos olhos”?

Sempre é o mais atual. Gosto de toda minha produ-ção, mas tenho um carinho especial pelo que estou tra-balhando no momento.

>>> Tu gostas de ficar em casa?

Muito. Adoro jardinagem, culinária, receber amigos, pintura, leitura e bricolagens diversas.

>>> Ao teu ver, como uma casa se transforma em um lar?

A casa deve adquirir iden-tidade. Cada pessoa sabe os elementos que a deixam feliz e confortável: objetos queri-dos, pets, plantas, pessoas, aromas. Basta juntar todos e ali será um lar. Podemos ajudar, como profissionais, a deixar essa distribuição mais harmônica, respeitando os gostos e amores do cliente.

>>> Qual a melhor lembrança da tua memória?

Meu casamento. Foi real-mente mágico.

>>> Quem é tua referência feminina e por quê?

Todas mulheres que me cercam são uma referên-cia para mim. Cada qual com seu talento, sua força e capacidade de superar as dificuldades. Tenho muito orgulho da minha mãe, das mulheres da minha família e das minhas amigas queridas. Sou cercada de mulheres ad-miráveis!

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Como se deu tua vinda à Farroupilha?Nasci em Taipei, em 2001 vim estu-

dar faculdade de Medicina aqui no Bra-sil porque queria novos desaios e expe-riência diferente. Durante a faculdade vim passear na Serra Gaúcha e iquei apaixonada, na época falei para meu esposo Cassiano Goulart que, depois da nossa formatura, eu gostaria mui-to de vir morar nesta região. Quando nos formamos mandamos currículos e Farroupilha nos deu esta oportunidade maravilhosa.

Como tu e teu esposo se conheceram? Qual a proissão dele?

Na faculdade, ele é oftalmologista, trabalha comigo na clínica.

O restante da tua família icou em Taiwan?

Sim, quem veio foi apenas minha irmã, minha mãe e eu. Meu pai icou lá e faleceu há cinco anos.

Quando e como despertou o seu interesse pela Acupuntura?

Minha família possui médicos acupun-turistas, meu avô, meu pai, minha irmã mais velha. Eu e a minha irmã mais nova fomos inspiradas pelo meu pai, ele sem-pre atuou com muito amor à proissão.

Qual é a maior busca dos seus pacientes?

Eu trabalho com alívio da dor, não gosto de ver pessoas sofrendo, então decidi seguir essa especialidade para procurar aliviar os sofrimentos do pa-ciente o máximo que posso. A dor tem componente emocional e físico, a acu-puntura consegue trabalhar muito no alívio de ambos.

A Medicina Chinesa entende que existe uma relação entre as emoções e os diferentes órgãos do nosso corpo. É verdade, por exemplo, que a raiva afeta o fígado e vice-versa? Como tu explicas essa relação da emoção com os diferentes órgãos?

Na Medicina Tradicional Chinesa

existem patógenos que podem levar à doença. Fatores externos, como ven-to frio e úmido, fatores internos, como emoções e desequilíbrio emocional. O Qi é a energia vital que faz com que todos os seres humanos vivam e se co-nectem com o universo. Esse conceito é muito utilizado na prática da acupuntu-ra, pois, o corpo humano possui linhas de energia por onde luem o Qi. Quan-do uma pessoa ica doente, signiica que existe um problema nessas linhas e a acupuntura serve para desobstruir o canal de energia. As sete emoções es-tão classiicadas nos fatores internos. Cada uma dessas emoções correspon-de a um órgão especíico e pode afetar o funcionamento humano de maneiras diferentes. As emoções são essenciais para o funcionamento humano sau-dável e só se tornam potencialmente patogênicas quando em excesso ou no caso de ausência completa. As sete emoções são: raiva (fígado), alegria (coração), preocupação (baço), pensa-mento obsessivo (baço), tristeza (pul-mão), medo (rim) e choque/pavor (co-ração/rim). Cada órgão corresponde a uma emoção e o desequilíbrio dessa

emoção pode afetar a função do ór-gão. Usando o exemplo da raiva que afeta o fígado e resulta em estagnação do Qi do fígado. A raiva provoca calor e o calor aumenta, causando dores de cabeça, enxaqueca e tontura. A estag-nação do Qi do fígado também pode dar origem a menstruação dolorosa e irregular, já que o fígado governa para suavizar o luxo de sangue na Medici-na Tradicional Chinesa. Esses sintomas são frequentemente simultâneos.

Um conceito muito interessante da ilosoia chinesa é o de ser “Imortal”. Poderia falar sobre o que é ser “Imor-tal” de acordo com a ilosoia chinesa?

A ilosoia chinesa que fala sobre imortalidade pertence ao taoísmo. A deinição do conceito de Tao é compli-cada para quem não está familiarizado com a doutrina, mas pode ser resumida como o princípio criativo do universo, no qual todas as coisas estão unidas e conectadas. A imortalidade para os ta-oístas não signiica que o indivíduo viva para sempre e sim que, através da sua vida, a pessoa se aproxime cada vez

De Taiwan para FarroupilhaA clínica geral e acupunturista Chen Ju Lin é natural de Taiwan desejou morar na Serra Gaúcha após um passeio pela região.

Hoje ela fala português luente, formou família, é médica atuante e sócia de uma loja no Shopping Iguatemi Caxias

mais da natureza, de modo que a mor-te seja apenas mais uma etapa da vida para que, inalmente, a pessoa esteja em plena comunhão com o universo.

Qual é a tua deinição de saúde e que conselhos gerais poderia nos dar?

Saúde para Medicina Tradicional Chinesa é equilíbrio e harmonia na energia vital (Qi) de nosso corpo. Quan-do a circulação dessa energia é inter-rompida pela obstrução desses canais, ocorre a enfermidade. Segundo a Medi-cina Tradicional Chinesa, as principais causas desse bloqueio são hábitos co-muns ao homem moderno: estresse, se-dentarismo, má alimentação, sentimen-tos negativos (angústia, medo, tristeza) e variações do clima. Se conseguimos controlar esses hábitos prejudiciais, conseguiremos manter o equilíbrio e harmonia, conseguindo a saúde e lon-gevidade.

Além de clínica geral e acupunturista, em 2019 você inaugurou, com outros sócios, a Miniso, uma loja de produtos chineses, no Shopping Iguatemi Caxias. Como é ser empreendedora?

Ser empreendedora requer bas-tante conhecimento e é necessário ter peril, está sendo um desaio muito le-gal, uma experiência diferente, gosto de novos desaios e aprender coisas novas, sem contar que sou apaixonada pelos produtos da Miniso, especialmente pelo design.

Como divides o teu dia a dia?Desempenho vários papeis como

proissional, ilha, esposa, mãe, estu-dante, além disso gosto muito de ler e viajar.

A que tu tens mais gratidão na vida?Minha maior gratidão na vida é mi-

nha família, começando com meus pais que me criaram com muito amor e cari-nho, me ensinaram valores na vida, meu marido Cassiano que me apoia em todos os momentos, minhas lindas ilhas Liz e Alice e o Gabriel que está a caminho.

Huei Ju Lin

Chen Ju Lin CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020 15

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16 Marília Fornari CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Tatiane de Moraes

Humildade, determinação e gratidão >>> Quem é a Marília Fornari?

Ser manicure desde os 13 anos me proporcionou contato com muitas pessoas incríveis, conheci histórias emocionan-tes e tive ensinamentos valio-sos que contribuíram muito para me tornar a mulher que sou hoje. Minha mãe sempre diz que, se pudesse, iria à casa de cada cliente agradecer aos conselhos que me foram dados. Aos 27 anos me deino como sonhadora obstinada, tudo o que sonho, busco e concreti-zo. Trabalho muito, amo o que faço e atendo clientes das 7h da manhã às 22h. Penso que enquanto não tenho ilhos pos-so abusar da carga horária e, se bobear, ainda vou à academia.

>>> Em que momento decidiste fazer faculdade?

Em paralelo com o trabalho de manicure, trabalhei na área contábil de uma grande empre-sa, onde aprendi muito e levo os ensinamentos pra minha vida. Mas não estava realizada. Saí do emprego e aumentei minha cartela de clientes de manicure e pedicure à domicílio. Foram dois anos andando de moto de casa em casa, enquanto cursava o Técnico de Podologia na UCS em Caxias do Sul, até que me formei, em dezembro de 2018.

>>> Tu tens teu próprio negócio? Como é ser empreendedora em 2020?

Confesso que quando imagi-nei ter meu próprio negócio achei que seria mais fácil, entendi por-quê muitos proissionais icam na informalidade. Desde a inaugura-ção da minha clínica, em março

Marília Fornari começou sua carreira como manicure e hoje é dona de uma clínica de podologia, caminho que trilhou com muita humildade e gratidão

de 2019, a intenção era tratar da saúde dos pés como um todo, então iniciamos com foco em fornecimento de serviços relacio-nados à podologia e revenda de produtos que complementariam os tratamentos. Nossa ideia foi muito bem aceita e, hoje, nossa agenda está atribulada, enten-demos que para crescer basta se empenhar e trabalhar. Pro-curamos investir também em marketing, principalmente em redes sociais, percebemos que hoje qualquer marca que queira se tornar conhecida precisa estar na tela dos celulares, então man-temos nossos pacientes e pro-váveis pacientes bem informa-dos em relação a tratamentos e produtos, sempre com clareza e honestidade.

>>> Por que achas que as pessoas ainda confundem muito pedicure e podólogo?

Quando decidi fazer podo-logia, com poucos meses de es-tudo, eu já dizia que teria meu próprio consultório. Me formei no inal de 2018 e em 16 de março de 2019 inaugurei a Clí-nica de Podologia Central dos Pés, um lugar com foco total na saúde dos pés. Com poucos pacientes no consultório, segui atendendo minhas clientes à domicílio, quando chovia pare-cia que iria entregar pizza e não fazer unhas decoradas. Na clí-nica consigo mostrar que a po-dologia trata da saúde dos pés, normalmente a estrutura do consultório por si só já diz muito sobre o trabalho que é realiza-do ali e depois o atendimento soluciona qualquer dúvida que ainda possa existir.

>>> O que tu esperas do mer-cado nos próximos dois anos?

Planejamos a clínica para nos tornar referência de podo-logia na região. Dia 16 de março comemoramos o primeiro ano de existência da Central dos Pés e este ano nos trouxe inúmeros aprendizados e certezas de que estamos no caminho cer-to. Nossa agenda é um termô-metro, hoje 85% dos pacientes vêm até a clínica por indicação, o que demonstra a satisfação e a coniança em nosso traba-lho. Para os próximos dois anos estamos planejando ampliar nossa linha de produtos, bus-car especializações e cursos, aprender técnicas novas, ad-quirir equipamentos modernos para ampliar nossos protoco-los de atendimento, e acima de tudo, continuar com nosso nível de atendimento e proissiona-lismo, pois os resultados estão sendo ótimos e queremos que sejam cada vez melhores.

>>> Algum caso especial proissional que possas contar?

Neste ano tive muitos casos marcantes e especiais, mui-tas pessoas importantes que passaram pelas minhas mãos e contaram suas histórias en-quanto eu cuidava dos seus pés. Ver que meu trabalho mudou e continua mudando a qualidade de vida das pessoas é o com-bustível que me faz acordar to-dos os dias e trabalhar feliz.

>>> O que tens a falar sobre o feminismo?

Fui criada em uma família na qual as mulheres sempre fo-ram muito fortes e guerreiras.

Minha mãe, meu maior exem-plo, após perdermos meu pai, criou eu e minha irmã sozinha. Talvez por isso eu tenha criado uma visão distorcida do femi-nismo, uma ideia de que não precisamos de homens ao nos-so lado para conquistar nossos objetivos. Depois que conheci o Daniel, meu futuro esposo, eu percebi que posso continuar sendo o que sou, mesmo com ele ao meu lado. Ele sabe quan-do preciso de um abraço forte que me faça sentir protegida e isso é maravilhoso. Acredito que podemos, sim, ser feminis-tas, querer buscar nosso espa-ço, mas quando temos alguém do nosso lado é muito mais fácil, torna tudo muito melhor.

>>> Como está tua vida neste momento, com casamento marcado, trabalho em plena ascensão?

Minha vida está um tanto quanto agitada, mas gosto dis-so. O casamento foi muito bem pensado, estruturado, tudo está

se alinhando para que seja um evento maravilhoso, simples e delicado. E quanto ao trabalho, me sinto grata por poder con-tar com meu noivo, minha mãe, meu irmão, minha sogra e mi-nha cunhada.

>>> Teve algum momento de diiculdade na tua vida? Que lição tiraste?

A perda do meu pai foi muito dolorosa, mesmo tão pequena, na época com seis anos, criei um sentimento de revolta e mágoa muito grande, não era justo o que havia acontecido. No entanto o momento mais difícil foi quando tive que aprender a transformar todos esses sentimentos em saudade e não deixar que conti-nuassem interferindo na minha vida. Depois que consegui tra-balhar isso em mim comecei a demonstrar mais meus senti-mentos, dizer “eu te amo” com muito mais frequência, pois as pessoas que amamos precisam saber o quão são importantes para nós, aqui e agora.

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Viviane Bufon

Epidemia de amor >>> Como se deu a escolha da tua proissão? Foi acontecendo ou já foi tudo planejando desde antes da faculdade?

A escolha da minha atividade prois-sional aconteceu ainda quando eu esta-va no colégio, pois notava uma habili-dade maior em conteúdos relacionados a biologia humana. Além disso, sempre entendi que a medicina pode ser uma maneira de ajudar as pessoas de for-ma contínua e transformadora. Adoro fazer o bem! Adoro ver as pessoas se recuperando de situações que as fragi-lizam e icando mais fortes.

>>> Quais são os teus locais de trabalho?

Executo minhas atividades laborais como médica no meu consultório priva-do em Farroupilha, onde comemoro em 2020 o primeiro ano de atividades, e em hospitais de Caxias do Sul. Também tenho o privilégio de ser professora na minha área. Isso é muito gratiicante.

>>> Como é ser infectologista em Farroupilha?

Trabalhar em Farroupilha é um pra-zer. Sempre fui muito bem acolhida como proissional nessa cidade. Recebo pacientes de vários municípios. Traba-lhamos voltados para o atendimento individualizado e acadêmico. O retorno é sempre muito bom!

>>> Segundo a OMS, a vacinação é responsável por evitar a morte de 3 milhões de pessoas todos os anos: apesar disso, ainda existe resistência à imunização. Qual a tua opinião sobre isso?

A imunização é uma forma inteligen-te e segura para prevenção de doenças.

A caxiense Viviane Bufon é professora e infectologista, proissional essencial para a prática médica e saúde pública, que auxilia no combate à disseminação de patógenos. Mas tem um vírus que ela adoraria espalhar por aí

17 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Cada vez mais está sendo incorporada nos cuidados das famílias. Com a mu-dança de cultura do cuidado à saúde, a prevenção com a aplicação das vacinas também está sendo mais aceita.

>>> Em tempos de Coronavírus, como estamos vivendo agora, ou epidemias, em geral, infectologistas ganham ainda mais notoriedade. Qual o principal papel dos infectologistas neste momento?

O Coronavírus, assim como outras doenças que tivemos e que ameaçam grandes grupos de pessoas ao mes-mo tempo, podem ter o olhar e ação do Infectologista não apenas no aten-dimento ao paciente, mas também na elaboração de estratégias para conter a manutenção de novos casos.

>>> Se pudesses criar um vírus, qual seria?

O vírus da compaixão. Porque preci-samos olhar o próximo de forma aco-lhedora e sensível.

>>> O que é melhor fazer depois de largar o jaleco na cadeira?

O melhor a fazer é sem dúvida ver o meu ilho! É o que faço diariamente com todo o meu amor.

>>> Melhor programa para fazer em família?

Todos os programas em família são bem aproveitados. A nossa força vem da família. Portanto, mesmo um pro-grama mais simples, como ver um ilme na sala de casa, é um grande evento. Melhor ainda com a presença de crian-ças. O meu ilho Francisco é o nosso amor. Ilumina e acalenta os nossos dias.

>>> O que tens a falar sobre empoderamento feminino?

As mulheres estão cada vez mais ocupando lugares de destaque no tra-balho e nas suas casas. Elas são líderes organizadas e determinadas. Apoio o empoderamento de todas as mulhe-res. O importante é que a mulher hoje

faz o que gosta e o que escolhe. Essa conquista feminina é libertadora. Eu admiro as mulheres e, principalmen-te, as mulheres que são mães, pois se transformam para preparar e cuidar de outras vidas e mesmo assim continuam lindas e mais fortes. Faço a minha reve-rência às mulheres!

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Muito além de um canudo >>> Quando izeste o vestibular, tu estavas certa que queria isioterapia ou ainda tinhas dúvida?

Tive dúvidas. Cursei al-guns semestres de Direito, mas acabei optando pela Fi-sioterapia e posso dizer que desde o primeiro semestre tive certeza que seguiria nes-ta proissão. Pude perceber o quanto faz diferença nos dedicarmos por algo que re-almente gostamos.

>>> Há algum proissional em quem tu te espelhas?Meus pais sempre foram meus exemplos de proissio-nais e me repassaram valores os quais prezo muito, como empatia, responsabilidade e dedicação. Posso dizer que se hoje me tornei uma boa proissional, foi graças a tudo que aprendi com eles. No proissional, meu maior foco e demanda hoje é o Pilates e alguns proissionais que me identiico e sigo como exem-plos são Jay Grimes, Kathi Ross-Nash, Rodrigo Nanô e Inelia Garcia.

>>> O que a isioterapia representa para ti?

Vai muito além dos obje-tivos especíicos, representa um cuidado muito grande com o ser humano. Além de todo estudo existe uma von-tade enorme de ajudar o pró-ximo, de proporcionar qua-lidade de vida e bem-estar aos que coniam em meu tra-balho. Trabalho com muito amor e dedicação para levar os melhores tratamentos aos

Cristian Guzzo

meus pacientes e meu me-lhor feedback é ver a felicida-de deles gradativamente, em cada parte da reabilitação.

>>> Quais são tuas áreas de atuação e quais técnicas aplicas?

Sou Fisioterapeuta, ins-trutora de Pilates Clássico e trabalho com terapias ma-nuais (dry needling, liberação miofascial e ventosaterapia). Fico extremante feliz com a quantidade de pessoas pro-curando melhorar sua qua-lidade de vida com o pilates, atividade que tem crescido tanto nos últimos anos. So-bre as terapias manuais, o dry needling é uma técnica de agulhamento a seco, in-vasiva, onde inserimos uma agulha ina em pontos de gatilhos musculares, visan-do relaxamento muscular e consequentemente redu-ção de dores. Já a liberação miofascial é uma técnica não invasiva, podendo ser manu-al ou instrumental, onde são aplicados movimentos espe-cíicos objetivando melhorar a movimentação entre os músculos e a fáscia, visan-do a diminuição de dores musculares, favorecendo a movimentação articular, am-plitudes de movimento e me-lhorando a performance do músculo. A ventosaterapia é uma técnica milenar chine-sa onde são criados vácuos por sucção da pele visando uma melhora na circulação sanguínea e na oxigenação dos tecidos, promovendo re-dução nas dores e tensões

musculares, no sistema cir-culatório e nas aderências cicatriciais.

>>> Se pudesse dar um conselho às pessoas sobre saúde, o que dirias?

Mantenham-se ativos. É ex-tremamente importante práti-cas regulares de atividades fí-sicas e estudos comprovam os inúmeros benefícios que estas

práticas trazem para nossas vidas, servindo como forma preventiva para inúmeras pa-tologias. A prevenção é e sem-pre será o melhor tratamento.

>>> Adoraria ter mais tempo para...

Eu gostaria de administrar melhor meu tempo e conseguir aproveitar os momentos da melhor forma possível, coisas

Ana Caroline Hintz é Fisioterapeuta, instrutora de Pilates, sócia-proprietáriada Estarbene e acredita que os cuidados que têm com os seus pacientes são valores e princípios herdados de sua família

18 Ana Caroline Hintz CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

simples como tomar café da manhã, ler um livro ou até mes-mo almoçar com a minha famí-lia. Percebo que muitas vezes meu dia a dia é tão corrido que faço algumas atividades sem aproveitá-las como deveria. Entendo que meu momento proissional exija uma dedica-ção e demanda maior de tem-po, mas tenho certeza que os resultados serão positivos.

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Aliando sonhosPatrícia Portolan trabalha

na área de gastronomia e,

em breve, inaugura um

restaurante no centro

de Farroupilha, ao lado

da sua família

>>> Há quanto tempo tu trabalhavas com restaurante?

A gastronomia faz parte da minha vida toda. Quando eu era criança, minha mãe fazia doces por encomenda, meu pai, desde de sempre agricultor e um excelente assador. Em 1995 eles montaram um restauran-te no porão de casa, localizado em Nova Milano e meu irmão e eu ajudávamos. Anos depois, recebemos o convite para abrir um restaurante de bufet, em um shopping atacadista, e lá fomos nós. E agora, novos de-saios nos esperam.

>>> De quem foi a ideia de abrir um novo negócio?

Nós decidimos sair da zona de conforto e ir em busca de novos desaios. Todos tínha-mos a ideia de que precisáva-mos mudar, sendo assim, co-mecei a pensar e desenvolver um novo conceito.

>>> Qual será o diferencial do Ristoria?

Serão muitos! Sou da opi-nião de que temos que vir para somar, trazer novidades e fazer algo diferente do que já é feito. Acredito que nosso principal diferencial, na parte de restau-rante, será o horário de atendi-mento, das 10h às 20h, com op-ção de refeição até às 19h30. Outro grande diferencial será a nossa Vitrine de Saladas, para bons apreciadores, vegetaria-nos e veganos! E também tere-mos nosso espaço de doceria, que trará as delícias caseiras lá do porão de casa, direto de 1995 para 2020.

>>> O que signiica o nome?Ristoria surgiu da junção

de Ristorante com Pasticceria, que nada mais é, que restau-

rante e doceria em Italiano, nossa base culinária. Minha mãe, Ângela, conhecida pelos seus doces, sempre teve o so-nho de ter uma doceria, então, neste novo projeto, este espaço será uma de nossas novidades e a realização de um sonho.

>>> Como é trabalhar ao lado da família?

Família é tudo, e a minha, é a melhor do mundo todo. Sou muito grata por ter tido a co-ragem de aceitar as mudan-ças e o desaio de gerenciar o restaurante. Isso me trouxe experiência, sabedoria e a cer-teza de que nunca paramos de aprender, de errar e de acertar! Sim, a gente se desentende às vezes, mas logo tudo ica bem, a gente se abraça e segue de mãos dadas.

>>> A que tu tens mais gratidão na vida?

À vida mesmo! Sou mui-to grata por poder viver, se-jam momentos bons ou ruins. Aprendemos e crescemos com tudo nessa vida. É só aceitar os desaios que a vida te dá, ter coragem para encará-los e coniar que se você faz o bem, só tem o bem para receber.

>>> Como tu te vê daqui a 5 anos? E daqui a 10?

Não sou de planejar a lon-go prazo, não. Eu vivo um dia de cada vez, planejo o que está por vir, mas não penso no que será daqui 5 ou 10 anos. Gosto de pensar que faço o meu me-lhor todos os dias e assim co-lherei os frutos no tempo certo.

>>> Ser feminina é...Simplesmente ser você

mesma! Manter sua essência é o que te faz especial e única.

Arquivo Pessoal

Patrícia Portolan 19 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Rotinas bem deinidas>>> Como é teu cotidiano, pessoal e profissionalmente falando?

Procuro estabelecer bem uma ro-tina na vida profissional e pessoal. É fundamental dormir bem durante a noite. Reservo a parte das manhãs para mim, onde pratico algumas ati-vidades físicas. Além disso, divido o meu dia entre o trabalho e o pessoal, onde à tarde me dedico à empresa e no final do dia retomo as minhas atividades. Nos finais de semana, reservo um dia para estar com mi-nhas filhas e no outro para estar com toda a família, sair para passe-ar, conhecer lugares e restaurantes diferentes.

>>> O que gostaria de ser se tu não fosse o que és?

Gostaria de salvar vidas! Ajudar as pessoas, admiro muito quem se dedica a ajudar o próximo todos os dias. Além disso, penso muito no em-preendedorismo, começar algo novo e buscar soluções inovadoras.

>>> Como cuidas da tua saúde?Faço pilates há mais de 11 anos e

hidroginástica há 18 anos. Além dis-so, também jogo vôlei, danço e às vezes dou uma corridinha. Meus há-bitos alimentares deixam um pouco a desejar, adoro doces e não costu-mo comer muitas verduras e frutas.

>>> Como é ter filhas adolescentes?É uma bela experiência! Um gran-de aprendizado, ainda mais sendo gêmeas, acabam revelando per-sonalidades bem diferentes uma da outra. Às vezes não é fácil lidar com algumas decisões, mas procu-ro sempre tentar entendê-las, me identifico bastante com elas, so-mos muito amigas. Felizmente, foi criado um bom elo de comunicação desde a infância. Me orgulho muito

da Maria Eduarda e da Ana Laura, sempre terão o meu amor e meu apoio incondicional, principalmente agora entrando nessa nova fase da vida, entrando na faculdade.

>>> Tens algum hobby?Escutar música, assistir séries e

filmes, estar com a família e os ami-gos e praticar esportes radicais.

>>> Algum arrependimento?Só do que eu deixei de fazer. To-

dos os dias vivemos experiências di-ferentes e sempre aprendemos algo novo. Erros todos nós cometemos, é humano e faz parte da nossa evolu-ção. Por isso, é preciso se perdoar e perdoar quem está a nossa volta.

>>> O que te dá gás no teu dia a dia?

Acordar todos os dias! Poder agradecer o que se tem e, por mais que seja difícil, superar todos os obs-táculos que a vida nos apresenta. E vender muito gás (risos).

>>> E o que te deixa para baixo?As injustiças, as críticas negati-

vas, ofensas e tudo o que pode ma-goar as pessoas.

>>> Lugar de mulher é...Onde ela quiser!

>>> O que tens a falar sobre aborto?

Na minha opinião, o aborto é um assunto delicado que precisa ser tra-tado com cautela. Não podemos ti-rar a liberdade da mulher de tomar decisões sobre a sua vida, principal-mente aquelas em situações mais desfavoráveis, porém não podemos ser negligentes e superficiais quan-do se trata de uma futura vida, de um futuro ser humano.

20 Daniela Nazario

Daniela Nazario é empresária, tem ilhas gêmeas entrando na faculdade e uma agenda de compromissos pessoais e proissionais que ela administra com muita disciplina

CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

Arquivo Pessoal

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Educando e empreendendo Terezinha Aguiar

remete ao feminino, uso muito das rendas, fendas e cores para dar um ar único a cada peça. Outra peça chave de cada coleção é a criação de peças coringas que possam ir tanto aos looks do dia a dia como a um happy hour, mudando apenas o calçado ou os aces-sórios. Praticidade é a palavra-chave.

>>> Privilégios que tu amas no teu trabalho?No que se trata sobre educação o maior privi-

légio é poder plantar sementinhas do bem a todos alunos que passam por mim, ensinar nas atitudes diárias que é possível transformar com a educação. E voltada ao mundo da moda é poder criar peças únicas, que possam passar uma verdade no corpo de cada mulher que vista podendo se sentir única e especial, sem contar na satisfação em passar pe-las ruas e ver minhas clientes desilando os mode-los que eu pensei com tanto carinho, isso não tem preço.

>>> O que tu fazes para recarregar as baterias?Com uma rotina corrida, recarrego minhas ener-

gias estando perto daqueles que me querem bem, minha família, amor e amigos. Gosto de passear, sair para degustar uma boa comida e até mesmo ir para algumas festas. Mas amo muito o que faço, tanto na área da educação quanto da moda me re-alizo, então meu trabalho acaba sendo algo leve. Estou sempre motivada.

>>> Do que/quem sentes falta? No momento estou tão realizada em todos os

setores da minha vida que não sinto falta de algo, agradeço muito a Deus por ter feito cada passo dar certo. Quero buscar melhorar cada vez mais, tornar meus sonhos em realidade. A correria diária e even-tuais problemas são compensados com o sorriso dos meus pequenos, a satisfação das minhas clien-tes e a convivência com aqueles que amo.

>>> Quem é a mulher que mudou a tua vida?Sem sombra de dúvidas a mulher que me inspi-

rou e me inspira até hoje é a minha mãe, Terezinha, parece clichê mas não é, quem a conhece sabe do tamanho do seu coração, que acaba sendo maior que ela mesmo, é ela que me ensina todos os dias a não desistir, que quando temos um objetivo é só ter fé e paciência que ele irá se efetivar e, por im, me ensinou que tudo tem solução, é só respirar, se acalmar que tudo se ajeita. É dela, hoje professora aposentada, que herdei o dom da educação e que até hoje se renova, buscando sempre melhorar e nunca vê maldade nas coisas, é ela que me ensina a ser melhor a cada dia, a dar um passo por vez, mas sempre caminhando em direção ao sucesso. Se eu conseguir ser um pouquinho do que ela é já serei uma pessoa melhor.

>>> Como concilia teus trabalhos com vida pessoal?

Trabalho no município de Farroupilha há três anos, leciono na educação Infantil da Escola San-ta Cruz e trabalho com o Projeto Crescer da Escola Oscar Bertholdo, onde atendo crianças especiais e auxilio no reforço de conteúdos de alunos com dii-culdades. Anteriormente trabalhei no ICAA. Traba-lho 40 horas semanais nas escolas e nos intervalos alio entregas e atendimentos às clientes, restando os inais de semana para dar aquela atenção à fa-mília e namorado, o qual estão sempre dispostos a ajudar nessa rotina corrida.

>>> Ao teu ver, como está a educação hoje em dia? A educação atualmente passa por um momento

difícil, de desvalorização proissional, tanto de salá-rios, quanto de respeito à classe que tanto faz pela comunidade. O que entristece é que todos podem falar de educação, opinar, fazer leis, sem ao menos conhecer a realidade. Porém estou em uma reali-dade diferente, a educação de nosso município está em um âmbito acima, vejo proissionais engajados em fazer a diferença e famílias preocupadas em passar valores às crianças, valorizando o proissio-nal em sala de aula. Visto isso, são bons resultados das escolas em que trabalho, levando o nome de Farroupilha em destaque nacional, é motivo de or-gulho e de querer buscar melhorar cada vez mais.

>>> Quais são as principais diiculdades encontra-das na tua experiência proissional?

Acredito que a principal diiculdade na educação é fazer com que todos percebam que sem ela nada somos, que ela faz parte de uma boa formação e isso não depende só do proissional da escola, mas sim das famílias e comunidade que avaliem e façam com que seus pequenos façam a diferença num fu-turo muito próximo.

>>> Como é o trabalho da Femiê? Além de com-prar peças tu também produzes?

A Femiê surgiu da ideia de levar moda com uma modelagem que valorize as mulheres, sejam elas altas, baixas, gordinhas ou magrinhas. A principal queixa que ouvia das mulheres era que estavam cansadas de tamanhos únicos ou de peças que vão valorizassem seu corpo. Então, juntamente com a minha sogra, Neusa Maria, que já tinha confecção, iniciei com a ideia de fazermos modelos próprios que tivessem opções de tamanhos e cores. Desta forma, consigo agradar a todas minhas clientes, que se sentem valorizadas em estar usando algo

Com uma atribulada agenda, Fernanda Aguiar é pedagoga, psicopedagoga especialista em Educação Infantil e empreendedora na área da moda, dona da marca Femiê

21Fernanda Aguiar CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

que gostem e que se sintam bem. Além de produção própria, trabalho com marcas da região, com peças de moda no geral e jeans.

>>> Em quem tu te inspira para criar?Minha inspiração vem de criar peças confortáveis,

sempre com um toque bem Femiê, como o nome já

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>>> Trabalhaste por mais de 20 anos com moda. Não te sentias realizada? Em que momento deci-diste que era a hora de trocar de rumo? Como foi este processo?

Sim, trabalhei com moda por

A virada

de chaveDepois de muitos anos trabalhando com moda, Denise Mainardi decidiu ouvir seus sentimentos

mais profundos e trocou de carreira e hoje ela é psicoterapeuta reencarnacionista

se tratavam os sentimentos que não me deixavam confortável e que teria que fazer mudanças. Busquei o au-toconhecimento através de leituras, cursos e vivências e não tinha ideia da proporção que isso tomaria, nem mesmo que seria parte de tudo que eu escolheria viver. Hoje respeito e honro o que vivi, pois compreendo que era o que eu precisava naquele período para meu desenvolvimento profissional e pessoal. Meus apren-dizados e experiências contribuíram para eu me tornar quem sou, me sinto muito grata por isso.

>>> Conte como é teu trabalho hoje?

Minha base de trabalho é a psico-terapia reencarnacionista (método abpr). É uma metodologia que con-siste em ajudar pessoas a encontrar a personalidade congênita (padrão comportamental repetitivo), atra-vés da investigação do inconsciente (ética, sob o comando do mundo es-piritual) que acessamos durante o tratamento, podendo assim encon-trar uma proposta de reforma ínti-ma e mudança de raciocínio. Desta forma, é possível ter um melhor en-tendimento das nossas propostas pré-reencarnatórias, possibilitando um maior aproveitamento da atual encarnação. Além disso, podemos melhorar muito ou curar fobias, transtorno do pânico, depressões severas, medos, inseguranças, etc. Também eliminamos sentimentos profundos de solidão, de abando-no e tristezas sem causa aparente, entre outros. Os atendimentos são feitos de consultas, reconsultas e investigação do inconsciente.

>>> O que tu mais gostas na tua profissão?

Eu amo meu trabalho, o que mais gosto é aprender com as experiên-cias das pessoas, percebo que há uma troca, pois me faz refletir tam-bém sobre minhas próprias experi-ências. Ver mudanças de atitudes, mudanças de padrões e as trans-formações acontecendo de dentro para fora, o carinho e a confiança me fazem acreditar nas mudanças que fiz e na escolha de minha pro-fissão. Sei que é isso que irei fazer a maior parte de minha vida e isso me

deixa totalmente tranquila, porque me sinto satisfeita de estar onde estou e fazendo o que faço.

>>> Não gostas muito de te expor e já perdestes oportunidades de divulgar teu trabalho por causa dis-to. Como está sendo superar isto e participar deste caderno? Por que escolheste o caderno ELAS para esta superação?

Me expor tem sido algo que es-tou trabalhando na minha proposta de reforma íntima. O caderno ELAS é minha oportunidade de vencer esse desafio. É imprescindível su-perar nossos próprios limites, caso contrário, podemos perder oportu-nidades e termos outros obstáculos.

>>> Vais ficar um longo período na Tailândia em breve. O que pensas que esta experiência irá lhe proporcionar? Como imaginas voltar desta viagem?

É uma oportunidade que surgiu com uma turma de estudos aqui do Rio Grande do Sul. Será uma via-gem com o objetivo de trazer novas ferramentas de trabalho, como Tok Sem, Thai Herbal, entre outros. Irei participar de um seminário de ana-tomia da Universidade de Medicina de Chang Mai, curso ministrado por médicos com certificado internacio-nal, além de palestras, meditações e instruções com monges tibetanos. Com certeza voltarei com muitas novidades, aprendizados e vivên-cias transformadoras.

>>> Como é ser mãe de três filhos?Como consegues ter tempo pra ti como mulher?

É muito bom ser mãe, amo meus filhos. Casa, trabalho, estudos e fi-lhos, conciliar isto é um desafio, mas tudo é uma questão de saber admi-nistrar o tempo. Quando estou com eles tento curtir e aproveitar ao má-ximo, estou nesses momentos por inteira. Não se trata de quantidade e, sim, a qualidade do tempo em que estamos juntos. Essa é a mesma ati-tude que tomo em relação ao tem-po de me cuidar. Viver sem pressa e entender que tudo tem seu tempo ajudam ter uma vida mais saudável e feliz.

muitos anos, mesmo com a entrega profunda e sendo sempre muito res-ponsável com o que eu estava rea-lizando e podendo ainda expressar toda a minha criatividade. Demorei muito tempo para perceber do que

22 Denise Mainardi

Cassiane Frozi

CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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23Fran Dal Monte CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

>>> Qual era seu trabalho antes de ser fotógrafa?

Mais de 10 anos de experiência em sala de aula no ensino de alemão, inglês e espanhol como língua estrangeira. Quase três anos de residência no exterior entre Alemanha e Estados Unidos, trabalhan-do e estudando Marketing Internacional, pela Cedar Crest College, Pensilvânia, Es-tados Unidos. Mais de sete anos de expe-riência trabalhando na indústria do turis-mo, na organização de viagens a lazer e corporativas, guia de turismo internacio-nal em feiras, eventos e viagens de incen-tivo, acompanhamento de grupos, etc.

>>> Que tipo de foto mais gostas de fazer?

Absolutamente amo quando fotogra-fo todos os diferentes estágios de uma fa-mília em crescimento. Tenho a sorte de ter clientes que me fazem a fotógrafa oicial da família. É tão incrível observar uma fa-mília crescer por meio dos ensaios de ges-tante e newborn, crescimento dos bebês e os respectivos ensaios de família. À medi-da que seus ilhos crescem, tenho a opor-tunidade de construir uma linda amizade. Eu amo crianças, amo estar ao seu redor, adoro as coisas divertidas que dizem e fa-zem. Amo a abundância de energia que eles têm e há momentos em que gostaria de ter apenas um grama disso.

>>> Qual o melhor feedback que algum cliente já te deu?

Todo feedback vindo de meus clientes é importante, sendo ele positivo ou nega-tivo. Como mulher e mãe, os feedbacks emocionados de clientes que realizaram o sonho de exercer a maternidade e/ou pa-ternidade por meio da adoção, após longa espera na ila ou após um longo período de tratamentos exaustivos, são os que mais me emocionam e pelos quais sinto--me imensamente grata por fazer o que faço todos os dias, capturar as memórias especiais e inestimáveis para meus clien-tes e esperando que estes apreciem essas

Fran Dal Monte abandonou uma carreira para iniciar outra pela qual se apaixonou. Ao lado do marido, ela fotografa pessoas e eventos

imagens para toda a vida.

>>> Quando fotografas uma pessoa, gostas que ela seja livre para escolher suas poses ou prefere dirigí-la?

Em eventos como casamentos, por exemplo, gosto de não interferir na cena quando estou fotografando para que eu eternize um momento único, espontâneo. Porém, em se tratando de ensaios de fa-mília, newborn, etc, o fato é que trabalho com ensaios fotográicos de quem não exerce a proissão de modelo proissio-nal ou não se sente à vontade em frente a uma câmera. Por isso, gosto de tenden-ciar os movimentos e as poses para que os momentos tornem-se bastante descon-traídos e divertidos e que resulte em uma vivência ímpar para os participantes, com imagens incríveis. A regra é sempre sur-preender e superar as expectativas. Com este intuito, frequento o maior congresso de fotograia de casamento do mundo, o Wedding & Portrait Photographer Inter-national, em Las Vegas, e tenho a oportu-nidade de trabalhar no congresso com os renomados fotógrafos australianos Ryan Schembri, Rocco Ancora e Kelly Brown e os americanos Roberto Valenzuela e Lind-say Adler, proissionais que me ensinaram grande parte do que sei hoje em relação à direção de cena, posicionar, tendenciar e, ao mesmo tempo, deixar transparecer naturalidade nas imagens.

>>> Como é trabalhar com o marido? Vocês têm o mesmo peril ou se comple-mentam?

Abandonei minha antiga carreira, a qual também amava, em virtude da fa-mília. O Julio César Dal Monte, meu es-poso, me oportunizou transformar um hobby em proissão. Para mim, o grande privilégio de trabalharmos juntos é o de acompanhar de perto o crescimento das nossas ilhas, pois podemos conciliar com o trabalho. Eu possuo um peril competiti-vo e comunicador, sempre entusiasmada com novos projetos e novidades, corro

riscos, sou dotada de grande paciência, muito otimismo e relaciono-me com faci-lidade. O Júlio César é o planejador, não age sem calcular os riscos, gosta de roti-na de trabalho e equilíbrio. Costuma ser corajoso em suas posturas e ao defender seus pontos de vista. De certa forma, por termos peris completamente diferentes, nos complementamos no trabalho. Po-rém, também é motivo de conlitos. Ai-nal, o casamento é um empreendimento e o amor é uma decisão. Quando o casal trabalha no mesmo local, é como se dois empreendimentos estivessem caminhan-do simultaneamente. É preciso muita sa-bedoria, jogo de cintura e muita paciência mesmo. Lutamos para manter o equi-líbrio com o objetivo de nos tornarmos mais fortes e unidos como casal. A dica de ouro é não misturar trabalho e vida pessoal. Isso nem sempre é possível con-

seguir, mas tentar é sempre válido. Mu-lheres magoam-se e levam para o lado pessoal e maridos não aceitam ordens.

>>> Como é ter duas meninas em casa?É a chave para ter uma família feliz.

A maravilha de ter duas ilhas é que elas sempre terão uma a outra, nunca se sen-tirão sós, dividirão alegrias, tristezas, pro-blemas, brinquedos, maquiagem, roupas, sapatos, sempre unidas (assim espero). Quando engravidei, pensava que iria divi-dir o amor por duas mas, muito pelo con-trário, vi meu coração dobrar de tama-nho. Ser mãe de duas é dormir exausta e ver a sua casa como se tivesse passado um furacão, acordar de bochechas baba-das por ganhar muitos beijos, é saber que tem que dar colo para duas ao mesmo tempo, é se sentir plena e realizada por ter um amor deitado em cada lado.

Empreendendo juntos na assinatura de memórias eternas

Studio Dal Monte

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A melhor retribuição >>> Como é o teu dia a dia?

Meu dia a dia é, de maneira geral, agitado, pois estou constantemente rodeada por novos desaios, sempre em busca de aprimorar a minha vida proissional e pessoal. Apesar da ro-tina inquieta, nos momentos de lazer, gosto de icar com a minha família, praticar exercícios físicos ou até mes-mo, brincar com meus pets.

>>> Como te sentes sendo respon-sável pela saúde de muitas pessoas?

Atuar na área da medicina sig-niica cuidar do elemento essencial da vida, dessa forma, ser médica representa uma carga enorme de responsabilidade. Este ato de cuidar da saúde de uma população me pro-porciona sentimentos de honra e fe-licidade, pois, além de aplicar a área a qual tenho paixão, a acupuntura, ocorre também retribuições dos pa-cientes em formas de sorrisos após as consultas e não há preço que con-siga pagar essa satisfação.

>>> Quando despertou o teu inte-resse pela Acupuntura?

O meu interesse pela acupuntura se deu durante a minha carreira pro-issional como médica no posto de saúde. Nesse período, por experiên-cia de trabalho, percebi os inúmeros benefícios que a acupuntura pode nos trazer, visto que, inúmeros trata-mentos podem ser realizados sem o uso de remédios. Por exemplo, aten-do comumente pacientes com dores crônicas, que, com o auxílio da acu-puntura, reduziram o uso de medica-ções.

Huei Ju Lin é médica acupunturista apaixonada pela sua proissão e sente-se plenamente realizada com o sorriso de seus pacientes, prova de satisfação pelo seu trabalho

>>> Um conselho preventivo para manter-se saudável?

O conselho de todos os especia-listas para manter um estilo de vida saudável é a existência de uma die-ta equilibrada, além da prática de exercícios físicos diariamente. No entanto, a minha sugestão é ser sem-pre feliz, se amar, amar os outros e aproveitar com intensidade cada coi-sa que a vida nos traz. Nesse sentido, a acupuntura nos fornece esse equi-líbrio do corpo e da mente, fato que me faz amar cada vez mais a minha área de atuação.

>>> Qual foi o maior obstáculo que superaste em tua vida?

Sem dúvidas, existiram diversos obstáculos no caminho da minha vida pessoal e proissional. Entretanto, a perda de entes queridos foi uma das coisas mais árduas que enfrentei.

>>> O que tu gostarias que todas as mulheres soubessem no presente e no futuro?

Gostaria de dizer para todas as mulheres do mundo que elas são ca-pazes de realizar qualquer coisa que desejam. Assim, por mais diicultosos e numerosos desaios que virão, que-ro incentivá-las a nunca desistir de suas lutas, pois ao inal, todas serão recompensadas por aquilo que sem-pre almejaram.

>>> Que frase tu mais utilizas?"Viva cada dia com intensidade".

Gosto muito dessa frase, pois nos traz uma relexão sobre como estamos le-vando a nossa trajetória de vida.

Arquivo Pessoal

24 Huei Ju Lin CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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que eu amava usar. Tinha 22 anos e um capital reduzido que meu pai, Dorval, me deu para in-vestir em uma sala bem pequena. Tive que procurar fornecedores aleatoriamente, com o mínimo conhecimento de onde encontrá--los. Mas tinha uma certeza, que queria vender somente produtos exclusivos e que fossem objetos de desejos pelas mulheres que entrassem na Estilo G. Passados quatro meses, convenci meu pai a me dar uma sala maior e mais dinheiro para colocar novos pro-dutos e mais opções. Deu certo, mas eu seguia prestando contas para ele e ele veri� cando se o negócio era viável. Com o passar dos anos o mercado foi modi� -cando, as redes sociais começa-ram a trazer mais novidades, ten-dências e in� uenciar o gosto das clientes. Surgiram as blogueiras e as in� uencers e já não bastava mais vender apenas o objeto de desejo. Os fornecedores preci-saram se atualizar, o mercado e os produtos também. Hoje, a informação é muito maior e mui-to mais rápida que há 13 anos. A moda muda a todo instante e temos que ter novidades diaria-mente para atender um público cada vez mais exigente. Com tudo isso, modi� quei a compra, nos especializamos em redes so-ciais e começamos a chegar a vá-rios lugares do país com a venda à distância. Fidelizamos clientes que estão longe, mas que tam-bém desejam nossos produtos. A mudança foi grande, mas nos adaptamos a ela e aqui estamos, brindando 14 anos em outubro.

>>> Administras a loja e tam-bém a empresa familiar Bristot, uma distribuidora de carnes que atende todo o país. Como é lidar com ramos tão distintos?

Na Distribuidora tenho meu pai à frente do negócio. É uma empresa que em 2020 comple-

Rosa e glamourosaGiovana Bristot é uma empresária organizadíssima

que possui uma loja de acessórios e administra também a distribuidora de carnes do pai

ta 52 anos. Cresci dentro dela e fui aprendendo diariamente com meu pai. Quando desejei abrir a loja, � zemos um acordo. Ele me daria o dinheiro para abrir, porém eu deveria continu-ar trabalhando ao lado dele. E deu certo! Para a Estilo G, levei a experiência da administra-ção e da negociação e tive que aprender com o tempo sobre o negócio. Sou formada em admi-nistração com pós-graduação em Marketing e isso também me ajudou a lidar com ramos tão distintos. A distribuidora tem o “feeling”, o conhecimento e a experiência dele. Meu pai co-nhece detalhadamente o ramo da carne e eu estou ao lado dele, aprendendo todos os dias.

>>> Como é trabalhar em empresa familiar?

Somos apenas meu pai, mi-nha mãe, meu irmão e eu e te-mos três empresas. Cada um tem as suas funções. Eu e meu pai geralmente tomamos as decisões em conjunto. Trabalho todo o dia ao lado dele e nossa relação é muito tranquila. Ele sabe muito e está sempre liga-do no mercado. Eu sou muito curiosa e tenho muita vontade de aprender diariamente, en-tão, nossa dupla deu certo. Eu e ele somos muito parecidos em gênio e personalidade e nossa convivência é muito boa.

>>> O Sebrae aponta que das micro e pequenas empresas nacionais,85% são familiares. Mas um estudo da Fundação Getúlio Vargas traz o dado mais preocupante: cerca de 70% não chega à segunda geração. Gostarias que teus � lhos dessem continuidade à Distribuidora de Carnes?

Essa informação está liga-da ao velho ditado: “Pai Rico, Filho Nobre e Neto Pobre.” É a

Arquivo Pessoal

famosa regra das gerações. E realmente temos vários exem-plos disto no mercado. Porém, na minha opinião, nem sempre é má gestão ou falta de conhe-cimento no mercado e, sim, por-que o mercado mudou muito e temos muitas opções de novas pro� ssões. Nem sempre as ge-rações seguintes querem se dedicar à pro� ssão dos pais ou avós. Sobre meus � lhos darem continuidade ou não à distribui-dora, eu vou deixar eles toma-rem suas próprias decisões.

>>> Como conciliar esta agen-da pro� ssional atribulada com maternidade e demais compro-missos que tens?

Meu dia é supercorrido. Acordo às 5h e tento deixar mi-nha agenda bem organizada para dar tempo de realizar to-das as minhas tarefas e cumprir todos os meus compromissos. Sou bem organizada e não gos-to de deixar nada para depois.

>>> O que mais gostas de fazer nas horas vagas?

Gosto de passear com meus � lhos e me dedicar 100% a eles. Nos � nais de semana sempre � zemos programas em família. Gosto de conhecer novos luga-res, ir ao shopping. No inverno gosto muito de passar o � m de semana em Gramado e no ve-rão vamos muito à praia.

>>> Um sonho? Um só? Tenho tantos que

nem sei qual citar.

>>> Como descreverias a fase atual que estás vivendo?

Bem tranquila. Tenho uma família maravilhosa. Minha vida está organizada, mas tenho mui-tos projetos para “tirar do papel” e colocar em prática. Acredito que tudo tem o tempo certo. E no tem-po certo, as coisas se realizam.

>>> És empresária, proprie-tária da loja de acessórios e roupas Estilo G há 13 anos. Qual a diferença entre admi-nistrar quando tu começaste e nos dias de hoje?

São tempos bem diferentes. Quando abri a estilo G, eu tinha experiência nenhuma. Sonhava em ter uma loja linda, rosa, e que reunisse todos os produtos que eu gostava. Queria vender tudo

25Giovana Bristot CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Vestida para arrasar Melhora ou busca de autoconhecimentoCom muito bom gosto, Marlene Bortolosso

é estilista responsável por vestir pessoas nos dias mais especiais de suas vidas e para 2020 pretende empreender criando

uma coleção de alfaiataria e de vestidos com a sua marca

Andressa Piana é psicóloga e auxilia seus pacientes no processo evolutivo

>>> Como foi a sua trajetória proissional?

Sempre gostei de todos os tipos de arte. Acredito que a moda despertou em mim um lado que, por um longo tem-po, icou adormecido, pois me formei em Biologia e, por um bom tempo, fui professora. Quatro anos após a minha formatura iniciei, por convite de uma amiga, cursos de modelagem. Entrei no curso de moda da Universidade de Ca-xias do Sul e a partir daí decidi trabalhar com vestidos sob medida, por terem um signiicado especial na vida das pessoas. Hoje crio vestidos sob medida para noi-vas, madrinhas, daminhas, formandas e looks para festas em geral.

>>> Como se dá o processo de criação de um vestido?

A criação de um vestido sob medida passa por vários processos. Começa com a procura de referências e inspirações. Deinindo o modelo eu indico os tecidos que vão proporcionar melhor caimento do vestido no corpo. Com a ideia deini-da, tecidos, pedrarias e rendas escolhi-dos, vejo as medidas, faço a modelagem, corto a peça e marco a primeira prova para fazer os ajustes seguida por nova prova com o vestido pré-pronto, depois com pedrarias e rendas, fechando com a prova da peça pronta. A prova com o sapato e a lingerie que serão usados também é importante para visualizar o resultado inal.

>>> Geralmente as clientes já vem com uma ideia pronta ou tem muita interferência tua?

Eu sempre tento olhar a mulher

>>> Ao teu ver, ser psicóloga hoje é diferente de antigamente? Por quê?

Hoje em dia acredito que o nosso acesso ao saber está mais fácil. As cren-ças quanto à resistência de ir ao psicó-logo, devido a um certo preconceito cul-tural, estão diminuindo. As pessoas mais jovens procuram acompanhamento psi-cológico em busca do seu bem-estar. A psicoterapia pode nos ajudar a resolver problemas do passado, melhorar o nosso presente e mudar nosso futuro.

>>> Qual o teu sentimento pela Psicologia? Um sentimento de gratidão e cres-

cimento pessoal, dever cumprido, pois a maioria das pessoas que procura por um atendimento está movida por uma necessidade de melhora ou obtenção de autoconhecimento, promovidos por mo-mentos de instabilidade e, assim, é traba-lhado o seu comportamento e o porquê de se sentir assim, havendo um mútuo aprendizado e transformação.

>>> Te divides entre Farroupilha e Caxias. Como é teu cotidiano?

Gosto dos meus dias, uns mais cal-

Marlene Bortolosso Andressa Piana

como um todo, respeitando as suas pre-ferências, a sua personalidade e o seu tipo físico. Juntas decidimos o que será melhor para ela e para a ocasião.

>>> O que faz uma mulher ser elegante?Ser elegante é muito mais do que

a roupa que você veste. Ser elegante é como você se comunica, como você se relaciona, como você anda. É dizer “Bom dia”. É ser natural.

>>> Quais as vantagens de fazer um vestido e não comprar pronto?

Exclusividade, personalização, aten-dimento, sob medida. A vantagem de o vestido ser sob medida é o fato de que mudanças podem ser feitas ao longo do processo de confecção. Os ajustes são feitos no corpo da pessoa, nas medidas dela. As medidas são sempre diferentes de uma pessoa para a outra.

>>> Qual o tempo necessário para produzir um vestido sob medida?

O ideal é um ano antes para as noi-vas mas recebo noivas, madrinhas, for-mandas mais próximo da data. Às vezes até quinze dias antes.

>>> Como te imaginas daqui a 10 anos?Imagino já para este ano criar uma

coleção de alfaiataria com a minha mar-ca e uma coleção de vestidos pré-pron-tos, além de seguir com os vestidos sob medida. Daqui a dez anos não sei, preiro planejar anualmente.

>>> Qual o teu objetivo mais poderoso? Sempre me desaiar realizando o so-

nho das mulheres de se sentirem únicas.

mos, outros mais agitados, com deman-das que me instigam a aprender mais e com oportunidade de seguir novos desa-ios. Trabalho com crianças com o diag-nóstico de transtorno do espectro autis-ta (TEA), o qual é muito gratiicante. Há uma interação com o paciente e sua fa-mília, estimulando-o a se integrar melhor com o meio em que está inserido e com as pessoas, promovendo o desenvolvi-mento da criança. Também trabalho com a promoção de saúde, um trabalho pre-ventivo de saúde pública. E com a prática clínica através da TCC, Terapia Cognitivo Comportamental, atuo com acompanha-mento psicoterapêutico. Sempre com o objetivo de promover a saúde mental, fornecer orientações e auxiliar na busca e recuperação da qualidade de vida.

>>> Tu achas suiciente o conhecimento recebido na tua graduação? A prática é muito diferente?

A prática do dia a dia nos desaia a bus-car respostas, aí entra a teoria novamente. A área da saúde, como outras, nos permi-te estar sempre em movimento, adquirin-do conhecimentos e formas de pensar. A graduação traz um conhecimento gene-ralista, por isso a importância continuar os estudos. Atualmente faço pós-graduação em terapia cognitivo comportamental e formação em análise do comportamento aplicada ao autismo (ABA).

>>> Como te sentes, sendo responsável por conduzir o desenvolvimento de autistas?

É um trabalho que objetiva trazer a es-tas crianças formas de tratamento que se adequem às suas especiicidades emocio-nais e físicas, um trabalho muito importan-te no diagnóstico do TEA, pois possibilita ajudar a lidar e gerenciar os desaios as-sociados ao autismo. Formar vínculo com uma criança autista é a inter-relação mais gratiicante que existe. Observar seus ga-nhos diários é ter a certeza que o atendi-mento está dando resultados.

Arquivo PessoalFoto Itália

26 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Conhecimento globalizado

Além de ministrar cursos mundo afora, a cirurgiã-dentista Ariádene Pértile Rosa atua

em Caxias do Sul, onde tem sua clínica, Rosa Odontologia, e um centro próprio de pesquisas

>>> Conte um pouco sobre tua trajetória proissional. Graduei-me em Odontologia na PUCRS, em 2002. De lá para cá não

parei de estudar e pesquisar assuntos relacionados à proissão. Fiz pós--graduação em Implantodontia e depois veio o convite para cursar o mestrado na área, em Bauru, São Paulo. Paralelamente a isso, eu e meu esposo e sócio, José Carlos, fundamos um centro de atendimento odon-tológico e também de ensino e pesquisa em Odontologia, em Caxias do Sul. Estamos trabalhando nesse projeto há quase 20 anos. Logo veio o doutorado, realizado em São Paulo, na cidade de Campinas, e os projetos de pesquisa cientíica, desenvolvidos no Brasil e no exterior. Hoje, inte-gramos uma comunidade muito grande de proissionais e Universidades ao redor do mundo, que estuda e aprimora técnicas que desenvolvemos aqui na Serra Gaúcha. Então, além de atuar como dentista, também co-ordeno um centro próprio de pesquisas relacionadas à área e ministro cursos em diversas partes do Brasil e do mundo, junto com nossa equipe.

>>> Como te sentes quando estás trabalhando? A satisfação é tremenda. Saber que podemos, por meio de nosso es-

forço pro-issional, promover saúde e bem-estar às pessoas e também deixar um legado cientíico que ajudará milhares de proissionais ao re-dor do mundo, é muito além de qualquer expectativa que eu possuía na época que escolhi minha proissão.

>>> É possível mensurar o poder de um sorriso?

Difícil mensurar... o sorriso acalenta, abre caminhos, mostra nossa es-sência. É um instrumento de socialização, de inclusão, de manifestação dos sentimentos mais profundos e verdadeiros. Considero um privilégio muito grande trabalhar com algo que possui tanto impacto da vida das pessoas.

>>> Como está sendo conciliar vida proissional com maternidade?Desaiador. Principalmente porque amo as duas coisas. Adiei por um

longo período essa grande experiência de vida, que é ser mãe, justamen-te pelo amor à proissão. E claro, tive que diminuir o ritmo, para poder me dedicar tanto quanto eu puder à minha ilha. Ela já está ambientada à clínica também, desde bebezinha já ia comigo ao trabalho. Tem três anos e costuma dizer “Mamãe, quando eu crescer, vou trabalhar com você na clínica.” Muito fofa! Quando viajo, sempre a levo junto.

>>> Que tipo de livros tu mais gostas de ler?Leitura é uma paixão, desde pequena. Leio muito, assuntos variados.

Gosto de romances, mas preiro os livros de ilosoia e os biográicos.

>>> O que tu mais admiras em alguém?A sinceridade, a compaixão e a empatia.

>>> Qual tu consideras o mais gostoso dos sentimentos?Hoje, sem dúvida, o maternal.

>>> Qual é a melhor época da vida?A época que estou vivendo, claro. Quando vivemos intensamente

cada mo-mento, sem deixar nada para trás, sem arrependimentos e sem criar expectati-vas intangíveis para o futuro, atingimos uma serenidade que nos permite curtir o momento atual. Acho essa a maior de minhas conquistas: viver o presente.

27Ariádene Pértile Rosa CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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Técnica relativamente novaMorgana Fetter preconiza a realização de exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico a im de uma melhor qualidade de vida

>>> O que tu gostarias que as pessoas soubessem em relação ao teu trabalho?

Gostaria de explicar um pouqui-nho o que é a isioterapia pélvica, uma técnica relativamente nova, com mais ou menos 10 anos, pois é uma área recente e muitos ainda não co-nhecem ou não sabem realmente como funciona, o que trata e quem pode se beneiciar. Atuo na preven-ção e reabilitação, de forma conser-vadora, de diferentes disfunções da região pélvica (bacia), mais especii-cadamente do assoalho pélvico (mús-culos, fáscias, ligamentos) e também com órgãos desta região: bexiga, úte-ro e intestino. Meu trabalho compre-ende disfunções como incontinência urinária/fecal, constipação, prolap-sos genitais, dor na relação, acompa-nhamento na gestação e pós-parto, dor relacionada a endometriose, pré e pós de cirurgia de próstata, dor pélvica crônica, entre outras. É um método não invasivo de tratamento, pouco dispendioso (comparando seu

Morgana Fetter

Inácio Bondan e Vanessa Milesi

28 CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHERJORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

custo x benefício) pois não possui efeitos colaterais (o que pode acon-tecer com o uso de remédios e rea-lização de cirurgias). Pode ser feito por mulheres e homens em qualquer faixa etária.

>>> O que de melhor a isioterapia pélvica pode proporcionar às pessoas?

Qualidade de vida, sem dúvidas, pois do que adianta a expectativa de vida aumentar se não a acompanhar-mos com saúde e bem-estar, não é mesmo? E isso a isioterapia oferece como consequência do tratamento das disfunções citadas acima, pois restabelecemos disfunções, devol-vendo a função isiológica a qual o corpo necessita. Muito melhor seria trabalhar na prevenção, que é nosso papel e fazemos isso, porém, poucos nos procuram nesse quesito, geral-mente só quando algo patológico já está estabelecido. E assim como as mulheres vão ao ginecologista todo ano fazer seu preventivo, deveriam

passar pela isioterapia pélvica ao menos uma vez, para fazer seu pre-ventivo do assoalho pélvico, pois a nossa anatomia por si só já contribui para termos alterações ao longo da vida.

>>> A que ou a quem tem maior gratidão?

A tantos! A Deus, por todo ama-nhecer me conceder um novo dia. À minha família, pois sem eles nem existiria. E ao meu namorado, o qual me apoia e dá forças no dia a dia.

>>> És apegada a alguma fé ou crença?

Creio em um Deus único e na reen-carnação como processo de cresci-mento espiritual. Também sou devo-ta de Nossa Senhora de Caravaggio, inclusive o Santuário é meu ponto de refúgio em dias difíceis.

>>> Tem algo que tu já deixaste de fazer por ser mulher?

Gostaria de dizer que não, mas

creio que toda mulher já deixou de fazer algo.

Citando coisas simples do cotidia-no, como o fato de não sair caminhar tarde da noite na rua, por estar so-zinha e ser mulher. Ou ainda quan-do criança ter que icar com as per-nas cruzadas, pois menina de perna aberta é feio (e hoje sei que cruzar as pernas não é nada saudável para o assoalho pélvico). Mas em um con-texto maior hoje a mulher já tem seu espaço consolidado, então não deixo de fazer nada que desejo, seja no tra-balho ou vida pessoal.

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Rejuvenescendo naturalmente>>> Podes falar um pouco sobre teu trabalho?

Sou fonoaudióloga, formada pela Universidade Fe-deral de Santa Maria(UFSM), atuando na área desde 1991. Fiz especialização na área de Audiologia pelo CE-FAC no ano de 1997, tendo trabalhado com avaliação da audição de crianças e adultos desde então, realizan-do testes audiológicos no meu consultório. Também fui professora da faculdade de Fonoaudiologia do Instituto Americano de Porto Alegre (IMEC). Com o passar dos anos, senti a necessidade de investir em outras áreas da Fonoaudiologia e a que mais me atraiu e despertou o interesse, foi a de Estética Facial, por se tratar de uma área relativamente nova e também porque gostaria de prevenir e retardar o meu envelhecimento de forma mais natural. Resolvi unir o útil ao agradável, tratando os pacientes e utilizando o método em benefício próprio. Sendo assim, no ano de 2014, concluí a minha formação no Curso de Aperfeiçoamento em Motricidade Orofacial com enfoque em Fonoaudiologia e Estética da Face, Mé-todo MZ, com a Magda Zorzella Franco, em São Paulo.

>>> Porque optar por melhorar a aparência da fase de forma natural e não por meio de procedimentos como botox, por exemplo?

A Fono e Estética da Face é indicada para quem quer melhorar a aparência por meio de um trabalho natural. Trata-se de uma área dentro da Motricidade Orofacial, que objetiva, com o reequilíbrio dos músculos da face e das funções isiológicas do nosso organismo, de masti-gação, deglutição, respiração, fala e expressão facial, a suavização de rugas de expressão. Não existem restri-ções, qualquer pessoa pode fazer, independente da ida-de, pois se trata de um trabalho indolor e não invasivo de rejuvenescimento, onde a própria pessoa é agente do processo. Existem pessoas que não querem ou não podem fazer procedimentos estéticos como o botox ou preenchimentos faciais, então acabam optando somen-te pela Fono e Estética, mas existem aquelas que unem a Fono e Estética e os procedimentos realizados pelo dermatologista. Não há impedimento de unir as duas especialidades, pelo contrário, uma acaba beneician-do a outra. Por exemplo, a Fono e Estética, ensinando a pessoa a reequilibrar a mastigação, leva ao rejuvenes-cimento da face como consequência, potencializando o tratamento realizado pelo dermatologista.

>>> Qual a área que mais gostas dentro da fonoaudiologia?

Desde a época da faculdade, sempre gostei da Au-

Magali Dill Volkweis é fonoaudióloga especialista em estética facial

29Magali Dill Volkweis CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

diologia Clínica, trabalhando nessa área praticamente desde a minha formatura até hoje. Fico encantada ao ver como a Fonoaudiologia pode contribuir para o reju-venescimento da face, apenas observando a isiologia natural do nosso corpo.

>>> O que gostarias que as pessoas soubessem sobre teu trabalho?

A Fonoaudiologia é linda, é muito mais do que fala e voz, como a maioria das pessoas pensa, é uma ciência e ao mesmo tempo uma arte, a arte da comunicação e da linguagem. Tem uma frase de Jean Dominique Bauby, que foi editor chefe da Revista Elle em Paris, após ter AVE e precisar de um tratamento fonoaudiológico que diz “ Fonoaudiologia é uma arte que merece ser mais amplamente conhecida. Você não pode imaginar as acrobacias que sua língua executa para produzir todos os sons da linguagem” . Também amo esta: “ Fonoaudi-ólogos não treinam as orelhas. Treinam o cérebro para interpretar o que as orelhas recebem de informação” . Doreen Pollack, 1970.

>>> O que o “olhar feminino” pode trazer de contribuição para a Fonoaudiologia?

Nós, mulheres, temos uma sensibilidade maior, um dom de nos colocarmos mais facilmente no lugar do ou-tro, empatia e ternura diante das circunstâncias e das diiculdades dos nossos pacientes. Acredito que por essa paciência e pela nossa maneira de encararmos o mundo é que dá para airmar por que a maioria dos fonoaudió-logos são mulheres.

>>> O poder da mulher está crescendo a cada dia. Como isso interfere nas relações sociais e de trabalho?

O papel da mulher tem mudado muito no decorrer dos anos. Temos tido muitas conquistas e muitos direi-tos foram alcançados no nosso ambiente de trabalho e na sociedade, mas não podemos nos esquecer do nosso lado sensível e forte e da nossa feminilidade. Não podemos pensar que estamos para competir com os homens, mas sim em contribuirmos e somarmos, sem medirmos forças, pois somos diferentes mas não menos competentes, trabalhando em parceria e juntos sermos agentes de mudanças signiicativas e satisfatórias, me-lhorando o mundo em que vivemos. Somos ilhas, irmãs, amigas, namoradas, esposas, donas de casa, proissio-nais e mães. A lista é grande, há quem diga, como conse-guem? Mas damos conta do recado, ainal, somos mu-lheres e isso é um privilégio!

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Sonhos

concretizados Com 24 anos de experiência no comércio local, Rosane Vieira da Silva

é empresária, esposa, mãe, avó e uma pessoa feliz e realizada

Michele Heinen

30 Rosane Vieira da Silva CADERNO ESPECIAL ELAS #6 · DIA INTERNACIONAL DA MULHER

JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

>>> Antes de ser empresária, com que trabalhavas?

Ministrava curso na área de culiná-ria, era vendedora de literatura e fazia vitrines.

>>> Tu e teu esposo abriram o primeiro 1,99 da cidade. Quanto anos faz? De quem foi a ideia?

A ideia veio de nós dois, conhece-mos uma loja deste estilo e como nós já éramos ligados ao comércio, vimos que poderíamos fazer um bom trabalho em Farroupilha nesse modelo de negócio. Em 2020 completa 24 anos da inaugu-ração da nossa primeira loja.

>>> Como era ser empresária naquela época e como é ser hoje? Qual a principal diferença?

Diiculdades sempre existiram, mas hoje é bem mais difícil ser empresá-ria. Burocracia maior, carga tributária maior, concorrência maior.

>>> De uma loja pequenina, vocês cres-ceram e hoje administram três grandes lojas. Como aconteceu este crescimen-to? A que tu atribuis este sucesso?

A comunidade de Farroupilha e re-gião sempre nos prestigiaram. Sempre com muita fé e oração procurei manter a nossa clientela oferecendo produtos que a população se interessa, campa-nhas com ótimos produtos e preços jus-tos. Família unida (minhas ilhas desde pequenas sempre ajudavam) aliada à equipe, sempre comprometida com nos-so trabalho.

>>> Como lidas com a autoestima?

Creio que todas as mulheres têm

seus momentos de altos e baixos. Mas tenho certeza que há, dentro de cada mulher, uma ânsia de permanecer na “arena “ lutando, conquistando espa-ço. Isso impulsiona e, para isso, acon-tecer não podemos nos dar ao luxo de permitir o desânimo nos abater. A au-toestima é muito importante, diria até fundamental.

>>> O que gostas de fazer nas horas vagas?

Estar com minha família, minhas ne-tas que são minhas preciosas.

>>> Qual livro não pode faltar na sua biblioteca particular?

A Bíblia. Amo!

>>> Quem é tua referência feminina e por quê?

Minha mãe, porque batalhou desde cedo na vida para sobreviver. Mesmo assim me amou, me ensinou valores, dignidade e honestidade. E criei minhas ilhas com os mesmos cuidados e valo-res com que fui criada. Além delas, Lui-za Trajano, Ana Paula do vôlei, Renata Barreto, Mariana Brito e Renata Vichi, todas sem “mimimi”.

>>> Como é ser mãe? E ser avó?

A maternidade é dom de Deus, eu sou muito grata pelos três preciosos presentes que Deus me deu, minhas três ilhas, amo sem moderação e ser avó é descobrir um amor tão intenso dentro de nós que nem imaginávamos existir. É incrível ver aquele ser maravilhoso que Deus deu para um ilho, uma ilha, te oferecer um amor inocente, genuíno, puro. Amo ser avó.

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JORNAL O FARROUPILHA, 13 DE MARÇO DE 2020

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