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FATEC – Faculdade de Teologia e Ciências - SEXOLOGIA 2

Sexologia Sexologia é a área do conhecimento que trata do comportamento sexual. É um fenômeno recente, com a atual abordagem datando do final do século XIX. Trata-se de uma área de atuação interdisciplinar, que abrange:

• algumas áreas da medicina (andrologia, ginecologia e a anatomia dos órgãos sexuais)

• psicologia, sociologia e antropologia do comportamento sexual • neurociências (o estudo da base da resposta sexual e a complexidade do

comportamento sexual) • psiquiatria (parafilias, assim como desordens que levam a inadequações) • a epidemiologia das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)

A sexologia também toca questões mais amplas, como o conceito de saúde sexual,[1] aborto, saúde pública, controle de natalidade, abuso sexual, entre outros.

Índice

• 1 Da Revolução Sexual aos dias de hoje[2] • 2 A Sexologia na Prática Clínica • 3 Disfunção, Desvio e Inadequação

o 3.1 Disfunção o 3.2 Desvio (Parafilia)

� 3.2.1 Classificação das parafilias o 3.3 Inadequação o 3.4 Outros distúrbios

• 4 Ver também • 5 Referências

Da Revolução Sexual aos dias de hoje[2]

Podemos atribuir a Freud a "descoberta da sexualidade": estudando queixas de suas pacientes histéricas, observou que a maioria delas apresentava evidentemente sua sexualidade comprometida. Aprofundando os estudos neste campo, um de seus discípulos dissidentes, Wilhelm Reich, conclui que a perturbação da genitalidade não seria um sintoma (como apontava a linha freudiana), mas o sintoma definidor das neuroses. Dava grande importância à livre expressão dos sentimentos sexuais nos relacionamentos, propondo como meta da terapia das perturbações psicológicas a libertação dos bloqueios do corpo.[3] Posteriores leituras de Reich nos anos 1960 deram força ao movimento hippie.

Alfred Kinsey, considerado o pai da sexologia, contribuiu para as pesquisas sobre a sexualidade humana com um conjunto de estudos que ficou conhecido como o Relatório Kinsey, trazendo ao meio acadêmico a insuspeitada diversidade do comportamento

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sexual da típica família branca de classe média dos anos 1950 (92% dos seus homens e 62% das suas mulheres se masturbava; 37% dos homens e 13% das mulheres já tinham tido uma relação homossexual que lhes tinha proporcionado um orgasmo.[4]

Masters e Johnson publicaram, na década de 1970, inovadores trabalhos descrevendo a resposta sexual humana[5] e doenças próprias da sexualidade.[6] Com os estudos de Helen Kaplan e cols., da Universidade de Cornell (EUA), surge uma visão muito clara e objetiva de uma nova psicoterapia do sexo (livros: A Nova Terapia do Sexo e O Desejo Sexual[7]).

Um dos resultados práticos destes estudos, que exemplifica esta nova abordagem sobre a sexualidade: a homossexualidade deixa de ser considerada uma doença pela Associação Americana de Psiquiatria (1973)[8] e OMS (1986).[9]

A Sexologia na Prática Clínica

O tratamento sexológico é todo o processo médico e/ou psicoterápico que tem como objetivo a correção dos distúrbios sexuais para propiciar adequação sexual.

O clínico, em sua prática diária, pode participar na prevenção e no tratamento dos transtornos sexuais. Entretanto, alguns requisitos são necessários:

1. Estar bem com sua sexualidade 2. Conhecer os dados sobre a resposta sexual normal 3. Dotar-se de um profundo respeito ético em relação à sexualidade do outro 4. Conhecer todos os recursos atuais nas áreas da propedêutica e da terapêutica em

sexologia.

*É também desejável empatia e motivação, como em toda abordagem psicológica.

E a terapia alicerça-se principalmente sobre:

1. Orientação, dirimindo mitos e tabus, bem como legitimando o prazer sexual 2. Reposição ou suplementação hormonal (estrogênios e androgênios) 3. Psicoterapia

O dizer de Balint quanto ao "médico como medicamento" nessa situação torna-se transparente. Em uma abordagem em que se pesquisa um transtorno sexual, o médico pode (e deve) atuar como facilitador de ajuda. Porém, muitas vezes com preconceitos, desconhecimento e necessidade de impor valores, acaba se comportando como agente destrutivo (iatrogênico).

Kaplan diz que "o uso das experiências sexuais estruturadas sistematicamente, integradas ao conjunto das sessões terapêuticas, é a principal inovação e a característica distinta da terapia do sexo". Sua psicoterapia sexual é uma forma de terapia breve, que geralmente tem a duração de dois a oito meses, com freqüência de uma sessão semanal do casal ou do indivíduo, e que trabalha fundamentalmente o comportamento sexual nos seus aspectos psicossociais, uma vez excluída a possibilidade do comprometimento orgânico na queixa sexual.[10]

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Disfunção, Desvio e Inadequação

O estudo da resposta sexual humana nos diz que todos os homens são: iguais, do ponto de vista biológico; parecidos, do ponto de vista sócio-cultural e diferentes, do ponto de vista psicológico. Por extensão, definimos os distúrbios do comportamento sexual segundo os aspectos biológico – disfunção, sociológico – desvio e psicológico – inadequação.

Disfunção

Um indivíduo funcional é capaz de levar ao fim a resposta sexual normal (Desejo Sexual > Excitação > Orgasmo > Relaxamento). O conceito de normalidade, no que tange à funcionalidade, se confunde com o conceito de índivíduo hígido.

A disfunção então ocorre:

Em alguma fase da resposta sexual:

• Apetência – inibição do desejo • Excitação – Disfunção Erétil (DE), lubrificação inadequada • Orgasmo – anorgasmias, distúrbios da ejaculação

Ou na forma de transtornos dolorosos:

• Vaginismo • Dispareunia

Desvio (Parafilia)

Parafilias - CID10 F65

O ambiente (grupos culturais, principais responsável por moldar nossa personalidade) nos dita certos padrões de comportamento, que serão aprendidos e/ou confrontados entre si e com o mundo individual ao longo de nossas vidas.

Podemos assumir duas posturas perante estes padrões:

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• Aceitação destes, assimilando-os e tornando se um reforço destes padrões culturais

• Comportamento Desviante, sua contestação

Classifica-se assim o desvio como sendo o "comportamento que foge a certo padrão cultural de uma sociedade em determinada época". As considerações com respeito ao que é considerado parafílico dependem das convenções sociais em um momento e lugar (o que é reprovado hoje torna-se modismo amanhã: homossexualidade, sexo oral, anal, masturbação…).

As parafilias podem ser consideradas inofensivas, salvo quando estão dirigidas a um objeto potencialmente perigoso, danoso para o sujeito ou para outros. São classificadas como distorções da preferência sexual na CID-10 (classe F65).[9]

Classificação das parafilias

• Desvios do objeto: necrofilia, fetichismo, maiseufilia, etc • Desvios de objetivo: exibicionismo, voyeurismo, etc

Sendo: Objeto sexual: qualquer ser (animado ou não) alvo da atração sexual Objetivo sexual: "a união sexual, ou atos que conduzam a esta união"[11]

Inadequação

A diferenciaçao entre adequação e inadequação segue critérios psicológicos. É um conceito relacionado ao equilíbrio interno de cada parceiro e de interações equilibradas entre eles:

• Um indivíduo Adequado não se queixa, está satisfeito. • Um indivíduo Inadequado não está bem consigo mesmo ou com seu parceiro.

Um casal pode ser considerado adequado mesmo portando disfunções (homem impotente e mulher vagínica) ou desvios (homem sádico e mulher masoquista).

Em nosso meio, a inibição do desejo é a mais comum queixa sexual feminina, e anorgasmia e dispareunia também muito freqüentes. Com relação aos homens, transtornos eretivos e ejaculação precoce são predominantes. Outra inadequação corrente é a relativa à freqüência das relações sexuais em um casal. Apesar de um ciclo da resposta sexual completo, há queixa pela desproporção entre o apetite sexual dos parceiros.

Outros distúrbios

• Transtorno de identidade sexual (transexualismo): a incompatibilidade entre anatomia genital e identidade sexual

Ocorrem tanto as formas transexual de homem a mulher quanto transexual de mulher a homem, apesar de o primeiro ser muito mais frequente (possui corpo masculino, mas percebe-se como feminino).

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É a indicação da cirurgia de mudança de sexo (Kaplan, 1985). Intervenção tecnicamente simples, mas complexa devido às questões emocionais, legais e sociais que envolve. Por ser uma mudança irreversível, deve ser muito bem avaliado e indicado: "é preciso que a parte estrutural da mente da pessoa peça isso e não por uma fantasia, uma necessidade de momento, ou por achar que uma cirurgia vai resolver uma tendência afetivo-sexual diferente[12]"

• Homossexualidade egodistônica

Há padrão de conduta homossexual, mas associado a descontentamento com essa realidade. O indivíduo possui um desejo homossexual que não quer e que causa mal-estar.

Ver também

• Guia da Sexualidade • Sexualidade Juvenil • Sexualidade por sexólogos • Parafilia • Tantra Yoga • GLASIER, A; GÜLMEZOGLU, A. M.; SCHMID, G.P.; MORENO , C.G.;

LOOK, P. F.A.V. - Sexual and Reproductive Health: a Matter of Life and Death. Switzerland, 2006

Referências

1. ↑ SUNDBY, J. - Young People's Sexual and Reproductive Health Rights. Oslo, 2006

2. ↑ ZINK, L. Sexualidade - de Reich ao Contemporâneo 3. ↑ REICH, W. - A Função do Orgasmo. São Paulo: Editora brasiliense, 12º ed,

1986. 4. ↑ KINSEY, A.S.; POMEROY, W.B.; MARTIN, C.R. - Sexual Behavior in the

Human Male. Filadélfia: Sauders, 1948. 5. ↑ Human Sexual Response, 1966 6. ↑ Human Sexual Inadequacy, 1970 7. ↑ KAPLAN, H.S. O desejo sexual. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,

1983. 8. ↑ AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. - Manual Diagnóstico e

Estatístico de Transtornos Mentais. 4.ed. Texto revisado. Porto Alegre: Artmed, 2002.

9. ↑ a b ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre:Artmed, 1993

10. ↑ KAPLAN, H.S. - Evaluación de los transtornos sexuales - aspectos médicos y psicológicos. Madrid: Editora Grijalbo, 1986.

11. ↑ Freud

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12. ↑ Talita Franco, uma das responsáveis por esse tipo de intervenção cirúrgica realizada desde 2002 no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/06/07/materia.2008-06-07.2412464504/view

• MENDONÇA, R.A. Sexo e outras interações sensuais. Vitória, 2008

Comportamento sexual humano O comportamento sexual humano é um conjunto complexo de atitudes e posicionamentos que variam com o passar das gerações. Atualmente, devido ao avanço das ciências em geral, especialmente com o avanço da medicina e da educação sexual nas escolas, tratada de forma científica, sem interferências de crenças ou religiões, está sendo mais esclarecido e orientado para o controle da natalidade, controle da gravidez precoce em adolescentes, planejamento familiar consciente e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

O ato sexual existe para conduzir os gametas masculinos, espermatozóides, ao encontro de gameta feminino - o óvulo. No entanto, o sexo é praticado também como ato de amor entre casais ao invés de ser puramente um ato reprodutivo, como ocorre entre os animais irracionais.

O planejamento familiar, como adotado em alguns países como a China, é importante posicionamento para o bem estar das famílias e para o bom desenvolvimento dos filhos. As grandes proles poderão ser acompanhadas de grandes problemas, seja no aspecto do orçamento econômico-financeiro das famílias seja no aspecto da educação dessas crianças. É muito mais saudável e recomendável ter poucos filhos bem criados do que ter uma grande prole sofrendo com miséria, desinformação e falta de educação, porque para educar bem também exige dispêndio de recursos financeiros e tempo disponível por parte dos genitores.

Pelo aspecto biológico, a reprodução consiste basicamente na inoculação do esperma no interior da vagina da parceira. Esse ato em si, sob condições normais, leva à fecundação do óvulo e a consequente gravidez da mulher.

Os métodos anticoncepcionais ou contraceptivos são diversos e devem ser conhecidos para que a pessoa possa optar por um ou dois que considere menos prejudicial à saúde e ou que a pessoa melhor se adapte. É uma questão de preferência pessoal. Sabemos que métodos antigos como a velha lavagem vaginal após o coito, não são confiáveis em termos de proteção anticoncepcional o que obriga a adoção de outro método cientificamente comprovado como seguro.

Métodos comprovadamente eficazes de contracepção:

• Condon ou Camisinha • Camisinha feminina • DIU (dispositivo intra-uterino) • Anticoncepcionais orais (pílula)

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• Anticoncepcionais medicamentosos não orais (Injeção, adesivo) • Ligadura de trompas (na mulher) • Vasectomia (no homem)

A principal diferença entre o comportamento sexual de animais irracionais e o dos humanos é o sentimento de amor. Não se encontra no reino animal outros seres cuja aproximação se dê pelo sentimento de amor, independente da atração sexual.Vergonha e culpa também são sentimentos exclusivos dos seres humanos, devido à posicionamentos culturais variantes, adotados hà séculos ou mesmo milênios de desenvolvimento cultural. Há milhares de anos os humanos praticavam o ato sexual sem discriminação ou medo. Entretanto, a evolução da socialização sucedeu-se de tal forma que, em alguns períodos, o comportamento e a liberdade sexual foram castigados e duramente reprimidos. Principalmente em relação às mulheres e aos homossexuais.

Durante o século XX, a liberdade sexual foi ampliada e revista sob novos conceitos. Tanto a homossexualidade quanto a sexualidade feminina passaram a ser mais respeitados pelas legislações dos países.

Ver também

• Sexo • Anticoncepcional

Links externos e leitura suplementar

• Francoeur, Robert T. and Rayond J. Noonan, (eds.) "Continuum Complete International Encyclopedia of Sexuality". Continuum, August 2003, ISBN 0-8264-1488-5

• Human Sexual Differentiation by P. C. Sizonenko • Human Sexuality Info by University of California Santa Barbara • Sex Segregation in the Workplace by Reskin, F. Barbara, National Academy

Press, Washiton, D.C. 1984 • New Scientist article on Sex chromosomes in the platypus • Francoeur, Robert T. (ed.), The International Encyclopedia of Sexuality [full

text] • Janssen, D. F., Growing Up Sexually. Volume I. World Reference Atlas [full

text]

Parafilia Uma parafilia (do grego παρά, para, "fora de",e φιλία, philia, "amor") é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que o desvio se dá não no ato, mas no objeto do desejo sexual, ou seja, no tipo de parceiro, como, por exemplo, a efebofilia.

Em determinadas situações, o comportamento sexual parafílico pode ser considerado perversão ou anormalidade.

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As parafilias podem ser consideradas inofensivas e, de acordo com algumas teorias psicológicas, são parte integral da psique normal — salvo quando estão dirigidas a um objeto potencialmente perigoso, danoso para o sujeito ou para outros (trazendo prejuízos para a saúde ou segurança, por exemplo), ou quando impedem o funcionamento sexual normal, sendo classificadas como distorções da preferência sexual na CID-10 na classe F65.[1]

As considerações com respeito ao comportamento considerado parafílico dependem em um grau muito elevado das convenções sociais reinantes em um momento e lugar determinados; certas práticas, como a homossexualidade ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a masturbação foram consideradas parafílicas em seu momento, embora agora sejam consideradas variações normais e aceitáveis do comportamento sexual.

Entretanto, há quem considere que o excesso na masturbação após a adolescência ou o fato de alguém preferir sempre esta prática do que o contato com outro indivíduo venha configurar-se uma parafilia.

Por outro lado, o próprio conceito de parafilia tende a ser revisto já que na atualidade a ciência tem ampliado cada vez mais as variações aceitáveis do comportamento sexual, mas sem que os valores novos tenham aprovado algumas condutas ainda que acompanhadas da cópula vaginal, como é o caso das relações sexuais com crianças.

Sendo assim, é impossível elaborar um catálogo definitivo das parafilias; as definições mais usuais listam comportamentos como o sadismo, o masoquismo, o exibicionismo, o voyeurismo ou o fetichismo.

Índice

• 1 Algumas parafilias • 2 Ver também • 3 Ligações externas • 4 Referência

Algumas parafilias

• Agalmatofilia: atração por estátuas. • Agorafilia: atração por copular em lugares abertos ou ao ar livre. • Agrofilia: excitação em fazer sexo no campo (mato). • Aiquemofilia : Prazer pelo uso de objetos pontudos e cortantes. • Amaurofilia: excitação da pessoa pelo parceiro que não é capaz de vê-la (não se

aplica a cegos). • Anemofilia: excitação sexual com vento ou sopro (corrente de ar) nos genitais

ou em outra zona erógena. • Apotemnofilia: desejo de se ver amputado. • Asfixiofilia (asfixia autoerótica): prazer pela redução de oxigênio.

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• ATM (ass to mouth): prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca da pessoa penetrada.

• BBW: atração por mulheres obesas • Bondage: prática onde a excitação vem de amarrar ou/e imobilizar o parceiro. • Bukkake: modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que "recebe" no

rosto a ejaculação de diversos homens. • Clismafilia: fetiche por observar ou sofrer a introdução de enemas. • Coprofagia: fetiche pela ingestão de fezes. • Coprofilia: fetiche pela manipulação de fezes, suas ou do parceiro. • Coreofilia: excitação sexual pela dança. • Crinofilia: excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais, etc). • Crematistofilia: excitação sexual ao dar dinheiro, ser roubado, chantageado ou

extorquido pelo parceiro. • Cronofilia: excitação erótica causada pela diferença entre a idade sexo-erótica e

a idade cronológica da pessoa, porém em concordância com a do parceiro. • Dendrofilia: atração por plantas. • Emetofilia: excitação obtida com o ato de vomitar ou com o vômito de outro. • Espectrofilia: prática medieval que consiste na excitação por fantasias com

fantasmas, espíritos ou deuses. • Exibicionismo: fetiche por exibir os órgãos genitais. • Fetiche por balões: excitação ao tocar balões de látex (usadas em festas). • Fisting: prazer com a a inserção da mão ou antebraço na vagina (brachio

vaginal) ou no ânus (brachio procticus). • Flatofilia: prazer erótico em escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios

e alheios. • Frotteurismo: prazer em friccionar os órgãos genitais no corpo de uma pessoa

vestida. • Gerontofilia: atração sexual de não-idosos por idosos. • Hebefilia (ver lolismo) • Hipofilia: desejo sexual por equinos. • Lactofilia: fetiche por observar ou sugar leite saindo dos seios • Lolismo: preferência sexual e erótica de homens maduros por meninas

adolescentes • Maieusofilia: ver pregnofilia • Masoquismo: prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente. • Menofilia: atração ou excitação por mulheres menstruadas. • Nanofilia: atração sexual por anões. • Necrofilia : atração por pessoas mortas • Nesofilia: atração pela cópula em ilhas, geralmente desertas. • Odaxelagnia: fetiche por mordidas. • Orquifilia: fetiche por testículos. • Partenofilia: fixação sexual por pessoas virgens. • Pedofilia: atração de adultos por crianças e pré-púberes • Pigofilia: excitação sexual por nádegas. • Pirofilia: prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se ou queimando objetos

com ele. • Podolatria: fetiche por pés. • Pogonofilia: fetiche por barba. • Pregnofilia ou maieusofilia: fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação

de partos.

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• Quirofilia: excitação sexual por mãos. • Sadismo: prazer erótico com o sofrimento alheio. • Sadomasoquismo: prazer por sofrer e, ao mesmo tempo, impingir dor a outrem. • Sarilofilia: fetiche por saliva ou suor. • Timofilia: excitação pelo contato com metais preciosos. • Trampling: fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro. • Tricofilia: fetiche por cabelos e pelos. • Urofilia: excitação ao urinar no parceiro ou receber dele o jato urinário,

ingerindo-o ou não. • Vorarefilia: atração por um ser vivo engolindo ou devorando outro. • Voyeurismo: prazer pela observação da intimidade de outras pessoas, que

podem ou não estar nuas ou praticando sexo. • Zoofilia: prazer em relação sexual com animais

Doença sexualmente transmissível

Doença sexualmente transmissível

Classificação e recursos externos

Cartaz norte-americano de propaganda direcionada aos soldados emarinheiros da II Guerra Mundial, alertando contra o risco das DST's.

CID-10 A64

CID-9 099.9

DiseasesDB 27130

MeSH D012749

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Doenças sexualmente transmissíveis ou Infecção sexualmente transmissível, conhecida popularmente por DST são patologias antigamente conhecidas como doenças venéreas. São doenças infecciosas que se transmitem essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contato sexual. O uso de preservativo (camisinha) tem sido considerado como a medida mais eficiente para prevenir a contaminação e impedir sua disseminação.[1]

Alguns grupos, principalmente os religiosos, afirmam que a castidade, a abstinência sexual e a fidelidade poderiam bastar para evitar a disseminação de tais doenças.[2][3]

Pesquisas afirmam que a contaminação de pessoas monogâmicas e não-fiéis portadoras de DST tem aumentado, em resultado da contaminação ocasional do companheiro(a), que pode contrair a doença em relações extra-conjugais. Todavia, as campanhas pelo uso do preservativo nem sempre conseguem reduzir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis.[4]

Índice

• 1 História • 2 Causa • 3 Prevenção

o 3.1 Camisinha o 3.2 Vacina o 3.3 Abstinência sexual

• 4 Tratamento • 5 Epidemiologia • 6 Ligações externas • 7 Referências

História

Nas primeiras civilizações havia o culto aos deuses e deusas da fertilidade, que eram consideradas como uma dádiva. O culto à essas deusas era feito principalmente a partir da prostituição. Uma das características presentes nessas sociedades era a promiscuidade, um dos motivos para o surgimentos dessas doenças, que mais tarde seriam conhecidas como doenças venéreas, em referência à Vênus, considerada a deusa do amor.[5]

A Gonorreia foi citada na bíblia, mas a causa da doença só foi conhecida no século XIX. Além disso, no Egito antigo tumbas apresentaram alguns registros sobre a Sífilis.[6]

Em 1494 houve um surto de sífilis na Europa. A doença se espalhou rapidamente pelo continente, matando mais de cinco milhões de pessoas.[7] Cada localidade que ela passava recebia um nome diferente. Contudo, em 1536 foi publicado um poema médico, em que um dos personagens da história havia contraído a doença. O nome do personagem era Sifilo.[8]

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FATEC – Faculdade de Teologia e Ciências - SEXOLOGIA 13

Antes de serem inventados os medicamentos, as doenças eram consideradas incuráveis, e o tratamento se limitava a diminuir os sintomas.[9] Todavia, no século XX surgiu os antibióticos, que se mostraram bastante eficientes.[6] Em 1980 a herpes genital e a AIDS na sociedade como doenças incuráveis. Essa, por sua vez se tornou uma pandemia.[9]

Causa

Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na contaminação por DST, gerando diferentes manifestações, como feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.[10]

Bactérias

• Cancro mole (Haemophilus ducreyi)[11] • Clamídia (Chlamydia trachomatis')[12] • Granuloma inguinal (Dovania granulamatis)[13] • Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae)[14] • Sífilis (Treponema pallidum)[15] • Vaginose Bacteriana (Gardnerella vaginalis)[16]

Micrografia mostrando o efeito citopático do vírus da Herpes. Exame de Papanicolau. Fungos

• Candidíase (Cândida albicans)[17]

Vírus

• Hepatite[18] • Herpes simples[19] • HIV ou Aids[20] • HPV[21] • Molusco contagioso[22]

Parasitas

• Piolho-da-púbis[23]

Protozoários

• Tricomoníase (Trichomonas vaginalis)[24]

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Prevenção

Camisinha

Um Preservativo.

O preservativo, mais conhecido como camisinha é um dos métodos mais seguros contra as DSTs.[25] Sua matéria prima é o latex.[26] Antes de chegar nas lojas, é submetido à vários testes de qualidade.[27] Apesar de ser o método mais eficiente contra a transmissão do vírus HIV (causador da epidemia da SIDA), o uso de preservativo não é aceito pela Igreja Católica Romana, pelas Igrejas Ortodoxas e pelos praticantes doHinduísmo. O principal argumento utilizado pelas religiões para sua recusa é que um comportamento sexual avesso à promiscuidade e à infidelidade conjugal bastaria para a protecção contra DSTs. [28]

Vacina

Alguns tipos de HPV,[21] a Hepatite A e B podem ser prevenidas através da vacina.[18]

Abstinência sexual

A abstinência sexual consiste em evitar relações sexuais de qualquer espécie.[29] Possui forte ligação com a religião.[30]

Tratamento

Algumas DST's são de fácil tratamento e de rápida resolução quando tratadas corretamente, contudo outras são de tratamento difícil ou permanecem latentes, apesar da falsa sensação de melhora. As mulheres representam um grupo que deve receber especial atenção, uma vez que em diferentes casos de DST os sintomas levam tempo para tornarem-se perceptíveis ou confundem-se com as reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher, em especial aquelas com vida sexual ativa, independente da idade, consultas periódicas ao serviço de saúde.[10]

Certas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves como infertilidade[31], infecções neonatais, malformações congênitas, aborto, câncer e a morte.[32] Num caso, a primeira recomendação é procurar um médico, que fará diagnóstico para que seja preparado um tratamento.[33] Também há o controle de cura, ou seja, uma reavaliação clínica. A automedicação é altamente perigosa, pois pode até fazer com que a doença seja camuflada.[34]

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Epidemiologia

Incidência de DST's (exceto AIDS) por idade a cada 100 mil habitantes em 2004.[35] ██ sem dados ██ < 60 ██ 60–120 ██ 120–180 ██ 180–240 ██ 240–300 ██ 300–360

██ 360–420 ██ 420–480 ██ 480–540 ██ 540–600 ██ 600–1000 ██ > 1000

As taxas de incidência de doenças sexualmente transmissíveis continuam a altos níveis em todo o mundo, apesar dos avanços de diagnosticação e tratamento. Em muitas culturas, especialmente para as mulheres houve a eliminação de restrições sexuais através da mudança na moral e o uso de contraceptivos, e tanto médicos e pacientes acabam tendo dificuldade em lidar de forma aberta e francamente com essas questões. Além disso, o desenvolvimento e a disseminação de bactérias resistentes aos antibióticos fazem que certas doenças sejam cada vez mais difíceis de serem curadas.[36]

Em 1996, a OMS estimou que mais de um milhão de pessoas estavam sendo infectadas diariamente, e cerca de 60% dessas infecções em jovens menores de 25 anos de idade, e cerca desses jovens 30% são menores de 20 anos. Entre as idades de 14 a 19 anos, as doenças ocorrem mais em mulheres em uma proporção quase dobrada. Estima-se que cerca de 340 milhões de novos casos de sífilis, gonorreia, clamídia, tricomoníase ocorreram em todo o planeta em 1999.[37]

A Aids é a maior causa da mortalidade na África Subsaariana, sendo que em cinco mortes uma é por causa da doença. Por causa da situação, o governo do Quênia pediu que a população deixasse de fazer sexo por dois anos.[38] No Brasil, desde o primeiro caso até junho de 2011 foram registrados mais de seisentos mil casos da doença. Entre 2000 e 2010, a incidência caiu na Região Sudeste, enquanto nas outras regiões aumentou. A mortalidade também diminuiu.[20] As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre são as que possuem o maior número dos portadores da doença. Em contrapartida, o país é um dos que mais se destacam no combate, além de ser o líder em distribuição gratuita do Coquetel anti-HIV.[39]

Ligações externas

• Biblioteca Virtual de Saúde (em português) • Portal da Saúde - Ministério da Saúde (em português)

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Saúde sexual A saúde sexual refere-se às áreas da medicina envolvidas com a reprodução humana e comportamento sexual, as doenças sexualmente transmissíveis, os métodos contraceptivos, anticoncepcionais, entre outros.

No âmbito da OMS definição da saúde como um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade, saúde reprodutiva e saúde sexual / higiene, aborda os processos reprodutivos, funções e sistema de todas as fases da vida. [1] A saúde reprodutiva, portanto, implica que pessoas são capazes de ter um responsável, gratificante e mais segura a vida sexual e que têm a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir se, quando e com que freqüência a fazê-lo . Implícito neste ponto está o direito de homens e mulheres para ser informado e ter acesso a seguros, eficazes, acessíveis e aceitáveis os métodos de regulação da fecundidade da sua escolha eo direito de acesso aos serviços de saúde adequados cuidados que permitam que as mulheres vão segurança através da gravidez e do parto e que proporcione aos casais as melhores possibilidades de ter um bebê saudável.

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Aborto de gravidez Nota: "Aborto" redireciona aqui. Esse artigo fala sobre o aborto durante a gravidez. Para outros significados, consulte Aborto (desambiguação).

Série de artigos sobre o

Tópicos principais

• Aborto • Aborto por país • Debate sobre o aborto

o Pró-escolha o Pró-vida

• Legislação sobre o aborto • Violência anti-aborto • História do aborto • Aborto nos meios de comunicação • Métodos abortivos

Um aborto ou interrupção da gravidez(ver terminologia) é a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada.[1] Isto pode ocorrer de forma espontânea ou artificial, provocando-se o fim da gestação, e consequentemente o fim da vida do feto, mediante técnicas médicas, cirúrgicas entre outras.

Após 180 dias (seis meses) de gestação, quando o feto já é considerado viável, o processo tem a designação médica de parto prematuro.[2] A terminologia "aborto", entretanto, pode continuar a ser utilizada em geral, quando refere-se à indução da morte do feto.

Há anos, o aborto vem sendo provocado por vários métodos diferentes e seus aspectos morais, éticos, legais e religiosos são objeto de intenso debate em diversas partes do mundo.

Índice

• 1 Terminologia • 2 Definições

o 2.1 Aborto induzido • 3 Efeitos do aborto induzido

o 3.1 Câncer da mama o 3.2 Dor do feto o 3.3 Síndrome pós-abortivo o 3.4 Mulheres grávidas vítimas de violência o 3.5 Consequências a longo prazo para a criança não desejada o 3.6 Consequências para a sociedade

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� 3.6.1 Consequências positivas � 3.6.2 Consequências negativas

• 4 Procedimentos empregados para o aborto induzido o 4.1 Nos três primeiros meses da gestação o 4.2 Após os três primeiros meses da gestação o 4.3 Aborto por ECI

• 5 Legislação • 6 Meios de comunicação • 7 Referências • 8 Ver também • 9 Bibliografia

Terminologia

A palavra aborto tem sua origem num barco etimológica no latim abortacus, derivado de aboriri ("perecer"), composto de ab ("distanciamento", "a partir de") e oriri ("nascer").

Definições

Os seguintes termos são usados para definir os diversos tipos de aborto a partir da óptica médica:

• Aborto espontâneo: aborto devido a uma ocorrência acidental ou natural. A maioria dos abortamentos espontâneos são causados por uma incorreta replicação dos cromossomos e por fatores ambientais. Também por ser denominado aborto involuntário ou casual.

• Aborto induzido: aborto causado por uma ação humana deliberada. Também é denominado aborto voluntário ou procurado, ou ainda, interrupção voluntária da gravidez. O aborto induzido possui as seguintes subcategorias:

o Aborto terapêutico � aborto provocado para salvar a vida da gestante[3] � para preservar a saúde física ou mental da mulher[3] � para dar fim à gestação que resultaria numa criança com

problemas congênitos que seriam fatais ou associados com enfermidades graves[3]

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� para reduzir seletivamente o número de fetos para diminuir a possibilidade de riscos associados a gravidezes múltiplas.[3]

o Aborto eletivo: aborto provocado por qualquer outra motivação.[3]

Quanto ao tempo de duração da gestação

• Aborto subclínico: abortamento que acontece antes de quatro semanas de gestação

• Aborto precoce: entre quatro e doze semanas • Aborto tardio: após doze semanas

Aborto induzido

O aborto induzido, também denominado aborto provocado ou interrupção voluntária da gravidez, ocorre pela ingestão de medicamentos ou por métodos mecânicos. A ética deste tipo de abortamento é fortemente contestada em muitos países do mundo mas é reconhecida como uma prática legal em outros locais do mundo, sendo inclusive suportada pelo sistema público de saúde. Os dois polos desta discussão passam por definir quando o feto ou embrião se torna humano ou vivo (se na concepção, no nascimento ou em um ponto intermediário) e na primazia do direito da mulher grávida sobre o direito do feto ou embrião.

Efeitos do aborto induzido

Existe controvérsia na comunidade médica e científica sobre os efeitos do aborto. As interrupções de gravidez feitas por médicos competentes são normalmente consideradas seguras para as mulheres, dependendo do tipo de cirurgia realizado.[4][5] Entretanto, um argumento contrário ao aborto seria de que, para o feto, o aborto obviamente nunca seria "seguro", uma vez que provoca sua morte sem direito de defesa.[6][7]

Os métodos não médicos (uso de certas drogas, ervas, ou a inserção de objectos não cirúrgicos no útero) são potencialmente perigosos para a mulher, conduzindo a um elevado risco de infecção permanente ou mesmo à morte, quando comparado com os abortos feitos por pessoal médico qualificado. Segundo a ONU, pelo menos 70 mil mulheres perdem a vida anualmente em consequência de aborto realizado em condições precárias,[8] não há, no entanto, estatísticas confiáveis sobre o número total de abortos induzidos realizados no mundo nos países e/ou situações em que é criminalizado.

Existem, com variado grau de probabilidade, possíveis efeitos negativos associados à prática abortiva, nomeadamente a hipótese de ligação ao câncer de mama, a dor fetal, o síndroma pós-abortivo. Possíveis efeitos positivos incluem redução de riscos para a mãe e para o desenvolvimento da criança não desejada.

Câncer da mama

Há uma hipótese de relação causal entre o aborto induzido e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

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A teoria é que no início da gravidez, o nível de estrogénio aumenta, levando ao crescimento das células mamárias necessário à futura fase de lactação. A hipótese de relação positiva entre câncer de mama e aborto sustenta que se a gravidez é interrompida antes da completa diferenciação celular, então existirão relativamente mais células indiferenciadas vulneráveis à contracção da doença.

Esta hipótese, não é bem aceita pelo consenso científico de estudos de associações e entidades ligadas ao câncer,[9][10][11] mas tem alguns defensores como o dr. Joel Brind.[12]

Dor do feto

A existência ou ausência de sensações fetais durante o processo de abortamento é hoje matéria de interesse médico, ético e político. Diversas provas entram em conflito, existindo algumas opiniões defendendo que o feto é capaz de sentir dor a partir da sétima semana[13] enquanto outros sustentam que os requisitos neuro-anatómicos para tal só existirão a partir do segundo ou mesmo do terceiro trimestre da gestação.[14]

Os receptores da dor surgem na pele na sétima semana de gestação. O hipotálamo, parte do cérebro receptora dos sinais do sistema nervoso e que liga ao córtex cerebral, forma-se à quinta semana. Todavia, outras estruturas anatómicas envolvidas no processo de sensação da dor ainda não estão presentes nesta fase do desenvolvimento. As ligações entre o tálamo e o córtex cerebral formam-se por volta da 23ª semana.[15] Existe também a possibilidade de que o feto não disponha da capacidade de sentir dor, ligada ao desenvolvimento mental que só ocorre após o nascimento.[16]

Novos estudos do Hospital Chelsea, realizados pela Dra. Vivette Glover em Londres sugerem que a dor fetal pode estar presente a partir da décima semana de vida do feto. O que justificaria, segundo os proponentes do aborto, o uso de anestésicos para diminuir o provável sofrimento do feto.[17]

Síndrome pós-abortivo

A síndroma pós-abortivo seria uma série de reações psicológicas apresentadas ao longo da vida por mulheres após terem cometido um aborto. Há vários relatos de problemas mentais relacionados direta ou indiretamente ao aborto; uma descrição clássica pode ser encontrada na obra "Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana", de Sigmund Freud.[18] No livro "Além do princípio de prazer", Freud salienta: "Fica-se também estupefato com os resultados inesperados que se podem seguir a um aborto artificial, à morte de um filho não nascido, decidido sem remorso e sem hesitação."[19]

Há médicos portugueses, porém, que questionam a existência do síndroma;[20] não existe nenhum estudo português publicamente divulgado sobre o assunto. Entretanto nos Estados Unidos, Reino Unido e mesmo no Brasil, essa possibilidade já é bastante discutida, com resultados contrastantes.[21][22]

O síndroma pós-abortivo (PAS), conhecido também como síndroma pós-traumático pós-abortivo ou por síndroma do trauma abortivo, é um termo que designa um conjunto de características psicopatológicas que alguns médicos dizem ocorrer nas mulheres após um aborto provocado.[23] Alguns estudos, no entanto, concluem que alguns destes

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sintomas são consequência da proibição legal e/ou moral do aborto e não do ato em si. [carece de fontes?]

Entretanto, tal síndrome teria sido catalogada em inúmeras pesquisas, entre elas a do dr. Vincent Rue que no estudo da Desordem Ansiosa Pós-Traumática (DAPT), presente em ex-combatentes do Vietnã, que teria sua correspondente na síndrome pós-aborto (SPA). Algumas estatísticas de organizações pró-vida argumentam que há um aumento de 9% para 59% nos índices de distúrbios psicológicos em mulheres que se submetem ao aborto.[24]

Outro estudo, do Royal College of Psychiatrists, a associação dos psiquiatras britânicos e irlandeses, considerou que o aborto induzido pode trazer distúrbios clínicos severos para a mulher, e que essa informação deve ser passada para a mesma, antes da opção pelo aborto. Esse estudo foi repassado à população pelo Jornal Britânico Sunday Times.[25]

Mulheres grávidas vítimas de violência

Embora existam notícias[26] indicando que muitas mulheres grávidas morrem em consequência de atos violentos, aparentemente[27] não há dados conclusivos que cruzem esta informação com o risco de morte geral das mulheres não-grávidas em situações semelhantes.

Consequências a longo prazo para a criança não desejada

Muitos membros de grupos pró-escolha[28] consideram haver um risco maior de crianças não desejadas (crianças que nasceram apenas porque a interrupção voluntária da gravidez não era uma opção, quer por questões legais, quer por pressão social) terem um nível de felicidade inferior às outras crianças incluindo problemas que se mantêm mesmo quando adultas, entre estes problemas incluem-se:

• doença e morte prematura[29] • pobreza • problemas de desenvolvimento[29] • abandono escolar[30] • delinquência juvenil[31] • abuso de menores • instabilidade familiar e divórcio[32] • necessidade de apoio psiquiátrico[32] • falta de auto estima[33]

Uma opinião contrária, entretanto, apresentada por grupos pró-vida, seria que, mesmo que sejam encontradas correlações estatísticas entre gravidez indesejáveis e situações consideradas psicologicamente ruins para as crianças nascidas, esta situação não pode ser comparada com a de crianças abortadas, visto que estas não estão vivas. Uma "situação de vida" não seria passível de comparação com uma "situação de morte", visto a inverificabilidade desta enquanto situação possivelmente existente (a chamada "vida após a morte") pelos métodos científicos disponíveis. Como não se pode estipular se uma situação ruim de vida, por pior que fosse, seria pior que a morte, o aborto, no caso,

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não poderia ser apresentado como solução, visto que não dá a capacidade de escolha ao envolvido, enquanto ainda é um feto.[34][35][36]

Consequências para a sociedade

Consequências positivas

Em um estudo polêmico de Steven Levitt da Universidade de Chicago e John Donohue da Universidade Yale associa a legalização do aborto com a baixa da taxa de criminalidade na cidade de Nova Iorque e através dos Estados Unidos. Tal estudo apresenta, com base em dados de diversas cidades norte-americanas e com significância estatística, o possível efeito da redução dos índices de criminalidade onde o aborto é legal. Ainda segundo os autores, estudos no Canadá e na Austrália apontariam na mesma direção.

O recurso a abortos ilegais, segundo os defensores da legalização, aumentaria a mortalidade maternal. Tanto a mortalidade quanto outros problemas de saúde seriam evitados, segundo seus defensores, quando há acesso a métodos seguros de aborto. Segundo o Instituto Guttmacher, o aborto induzido ou interrupção voluntária da gravidez tem um risco de morte para a mulher entre 0,2 a 1,2 em cada 100 mil procedimentos com cobertura legal realizados em países desenvolvidos. Este valor é mais de dez vezes inferior ao risco de morte da mulher no caso de continuar a gravidez. Pelo contrário em países em desenvolvimento em que o aborto é criminalizado as taxas são centenas de vezes mais altas atingindo 330 mortes por cada 100 mil procedimentos.[37] Para o Ministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão, defensor da legalização do aborto, a descriminalização do aborto deveria ser tratada como problema de saúde pública.[38]

Consequências negativas

Como consequências negativas da legalização do aborto na sociedade, apontam-se, entre outras: a banalização de sua prática, a disseminação da eugenia, a submissão a interesses mercadológicos de grupos médicos e empresas farmacológicas, a diminuição da população, o controle demográfico internacional, a desvalorização generalizada da vida, o aumento de casos de síndromes pós-aborto, e, indiretamente, o aumento do número de casos de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).[39][40][41]

Procedimentos empregados para o aborto induzido

Nos três primeiros meses da gestação

O aborto químico, também conhecido como aborto médico ou aborto não cirúrgico é aplicável apenas no primeiro trimestre da gravidez e equivale a dez por cento de todas as interrupções voluntárias da gravidez nos Estados Unidos e na Europa. Consiste na administração de fármacos que provocam a interrupção da gravidez e a expulsão do embrião. Nos casos de falha do aborto químico é necessária aspiração do útero para completar a interrupção da gravidez cirurgicamente.

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No procedimento de aspiração uterina o médico introduz uma cureta no útero da gestante para remover o feto. No caso de gestação até seis semanas a aspiração é manual utilizando uma cânula flexível e não é necessário dilatação cervical, sendo utilizado para resolver situações como gravidez ectópica e molar quando apoiado em exames de ultrassons. No caso de gestações mais avançadas até doze semanas é utilizado um aparelho de vácuo eléctrico e os conteúdos do útero (incluindo o feto) são sugados pelo equipamento. Em ambos os casos são procedimentos não-cirúrgicos, realizado em cerca de dez minutos, com baixo risco para a mulher (meio por cento de casos de infecção) e muito eficazes.

No caso de não ser possível a aspiração, recorre-se à curetagem. Neste caso o médico, após alargar a entrada do útero da paciente, introduz dentro dela a chamada cureta, que é um instrumento cirúrgico cortante, em forma de colher. Servindo-se da cureta, o médico retira todo o conteúdo do útero.

Após os três primeiros meses da gestação

O procedimento de curetagem é aplicável ainda no começo do segundo trimestre, mas se não for possível terá de recorrer-se a métodos como a dilatação e evacuação. Neste procedimento o médico promove primeiro a dilatação cervical (um dia antes). Na intervenção que é feita sob anestesia é inserido um aparelho cirúrgico na vagina para cortar o feto em pedaços, e retirá-los um a um de dentro do útero. No final é feita a aspiração. O feto é remontado no exterior para garantir que não há nenhum pedaço no interior do útero que poderia levar a infecção séria. Em raríssimas situações (0.17% das IVGs realizadas nos Estados Unidos em 2000) o feto é removido intacto.

Outra alternativa é forçar prematuramente o trabalho de parto.

Aborto por ECI

Esse tipo de aborto, por esvaziamento craniano intrauterino (ECI), também conhecido como aborto com "nascimento parcial", é uma técnica utilizada para provocar o aborto quando a gravidez está em estágio avançado, entre 20 e 26 semanas (cinco meses a seis meses e meio).[42] Guiado por ultrassom, o médico segura a perna do feto com um fórceps, puxa-o para o canal vaginal, e então retira o feto do útero, com exceção da cabeça. Faz então uma incisão na nuca, inserindo depois um catéter para sugar o cérebro do feto e então o retira por inteiro do corpo da mãe. Em alguns países, essa prática é proibida em todos os casos, sendo considerada homicídio e punida severamente.[43][44] Esta técnica tem sido alvo de intensas polêmicas nos Estados Unidos. Em 2003, sua prática foi proibida em todo o país, gerando revoltas de movimentos pró-aborto.[45]

Legislação

Dependendo do ordenamento jurídico vigente, o aborto do nascituro considera-se uma conduta penalizada ou despenalizada, atendendo a circunstâncias específicas.

As situações possíveis vão desde o aborto considerado como um crime contra a vida humana, ao apoio estatal para realização do acto pedido da grávida.

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Meios de comunicação

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31. ↑ David, H.P., Dytrych, Z.,Matejcek, Z., and Schüller, V. (Eds.)(1988). Born unwanted: Developmental effects of denied abortion. New York: Springer; Prague: Avicenum, 1988; Mexico City: EDAMEX, 1991.

32. ↑ a b Kubicka, L., Matejcek, Z., David, H.P., Dytrych, Z., Miller, W.B., and Roth, Z. (1995). Children from unwanted pregnancies in Prague, Czech Republic revisited at age Thirty. Acta Psychiatrica Scandinavica, 91, 361-369.

33. ↑ Kubicka, L., Roth, Z., Dytrych, Z., Matejcek, Z., and David, H.P. (2002). The menthael alth of adults born from unwanted pregnancies, their siblings, and matched controls; A 35-year follow-up study from Prague, Czech Republic. Journal of Nervous and Mental Disease, 190, 653-552.

34. ↑ VIVO PELA VIDA (site). "Aborto: FAQ". http://vivopelavida.com.br/aborto-faq/

35. ↑ PATTO, Pero Vaz. "Pela Vida, contra o aborto: Respostas e argumentos". http://www.federacao-vida.com.pt/vida/Artigos/artigos/respostaseargumentos.htm

36. ↑ PATTO, Pero Vaz. "Pelo Não: Respostas e argumentos" http://www.abortonao.net/argumentario.html

37. ↑ Abortion and maternal mortality in the developing world. F Okonofua - J Obstet Gynaecol Can,2006 Nov;28(11):974-9.

38. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar) (em português). 39. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar) (em português). 40. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar) (em português). 41. ↑ Título ainda não informado (favor adicionar). 42. ↑ O que é o aborto por nascimento parcial. Departamento de DST, Aids e

Hepatites Virais. 43. ↑ Partial Birth Abortion (em inglês). 44. ↑ Como funciona o aborto por nascimento parcial (em inglês). 45. ↑ Críticos entram na Justiça contra proibição de aborto nos EUA.

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Resposta sexual humana

Na resposta sexual humana, segundo o modelo multifásico de Masters e Johnson[1] e Helen Kaplan, temos que “cada componente é anatomicamente distinto, e cada componente, se inibido, provoca síndromes clínicas distintas”. Divide-se nos seguintes estágios:

Desejo > Excitação > Orgasmo > Resolução [1]

Índice

• 1 Resposta sexual feminina o 1.1 Fase do desejo o 1.2 Fase de excitação (lubrificação-tumescência) o 1.3 Fase orgásmica o 1.4 Fase de resolução

• 2 Resposta sexual masculina • 3 Referências

Resposta sexual feminina

Fase do desejo

É, em essência, uma experiência subjetiva. A mulher tem como incitadores de desejos seus sentidos e o pensamento. A idéia do ato sexual se faz presente, e há a mudança da percepção de estímulos que antes poderiam ser indiferentes ou mesmo dolorosos para uma experiência prazerosa que a faz avançar pelas fases subsequentes. Fisiologia pouco compreendida, mas sabe-se que sua base está nos hormônios andrógenos[2].

Fase de excitação (lubrificação-tumescência)

Ocorre aqui a resposta fisiologica do corpo: tensão muscular, vaso-congestão da genitália, lubrificação vaginal, ligeiro aumento do clitóris, elevação do útero > expansão da vagina (efeito barraca).

Fase orgásmica

Contrações reflexas ritmadas da musculatura peri-vaginal e perineal (8 décimos de segundo, 3 a 12 contrações).

“A circulação se acelera, os olhos violentamente injetados tornam-se esgazeados, a respiração ofegante e entrecortada em alguns sujeitos, é retida em outros; os centros nervosos congestionados só comunicam sensações e volições confusas, a motilidade e a sensibilidade demonstram inexprimível desordem”[3].

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Fase de resolução

Relaxamento e regressão das alterações.

O clitóris geralmente retorna a sua posição normal em cerca de 10 segundos e a plataforma orgásmica sofra uma rápida detumescência. Podem transcorrer 10 a 15 minutos até que a vagina retorne a seu estado prévio (não-estimulado) e para que o útero atinja sua posição basal. Os pequenos lábios perdem sua coloração arroxeada logo após o orgasmo[4].

Resposta sexual masculina

Semelhante à feminina em seu início. No entanto, nos homens o estímulo visual é de maior importância para iniciar e manter o desejo sexual.

A excitação é marcada pela ereção. Duas alterações são as mais importantes: congestão vascular no aparelho genital e extragenital, e a contração involuntária de fibras musculares.

Tal reação não se limita à genitália: a pele torna-se ruborizada, os mamilos se eriçam e aumentam a sensibilidade. Há aumento da pressão sangüínea, freqüência cardíaca e respiratória. Há miotonia nos órgãos próximos (reto, uretra e bexiga).

Culmina com o orgasmo, marcado pela expulsão do semen.

Diferentemente do que ocorre na mulher, após o orgasmo, o homem apresenta um período refratário até que possa iniciar nova atividade sexual.

Referências

1. ↑ a b Human Sexual Response, 1966 2. ↑ SHERWIN, B.M. - Woman Androgen enhances sexual motivation in females.

A perspective cross over study of sex steroid administration in surgical menopause. Psych Med, 1997.

3. ↑ Felix Roubard, 1855 4. ↑ LOPES, G.P., TORRES, L.O. - Patologia e terapia sexual. Rio de Janeiro:

Medsi Editora, 1995.

• MENDONÇA, R.A. Sexo e outras interações sensuais. Vitória, 2008

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Homossexualidade Homossexualidade, também chamada de homossexualismo[nota 1] (do grego antigo ὁµός (homos), igual + latim sexus = sexo), refere-se ao atributo, característica ou qualidade de um ser, humano ou não, que sente atração física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo"; o termo também se refere a indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base nessas atrações, manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma orientação sexual."[1][2]

A homossexualidade é uma das três principais categorias de orientação sexual, juntamente com a bissexualidade e a heterossexualidade, sendo também encontrada em muitas espécies animais.[3][4] A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão;[5] na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população,[6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] enquanto outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual.[17]

Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira de melhorar a sociedade;[18] quando condenados, eram considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em alguns casos, proibidos por lei. Desde meados do século XX a homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na maioria do mundo ocidental.[19] Entretanto, o estatuto jurídico das relações homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte.

As principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença, distúrbio ou perversão. Desde 1973 a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade uma doença.[20] No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade.[21] No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças (sigla CID).[21][20] Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.[21]

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Índice

• 1 Etimologia e uso o 1.1 Outros termos

• 2 História o 2.1 África o 2.2 Américas o 2.3 Ásia

� 2.3.1 Extremo Oriente � 2.3.2 Oriente Médio, Ásia Meridional e Central

o 2.4 Europa o 2.5 Pacífico sul

• 3 Sexualidade e identidade de gênero o 3.1 Etiologia

� 3.1.1 Terapia de reorientação sexual o 3.2 Processo de identidade sexual: "sair do armário" o 3.3 Identidade de gênero o 3.4 Construto social o 3.5 Relações e romance homossexuais

• 4 Práticas homossexuais o 4.1 Homossexuais homens o 4.2 Homossexuais mulheres

• 5 Demografia • 6 Homossexualidade e ciência

o 6.1 Biogenética o 6.2 Psicologia

� 6.2.1 Psicobiologia o 6.3 Críticas às ciências passadas

• 7 Direito, política, sociedade e sociologia o 7.1 Legalidade o 7.2 Antropologia o 7.3 Ativismo político o 7.4 Relacionamentos o 7.5 Parentalidade o 7.6 Serviço militar o 7.7 Religião o 7.8 Nas artes o 7.9 Heterossexismo e homofobia o 7.10 Violência contra pessoas LGBT

• 8 Em animais • 9 Ver também • 10 Notas • 11 Referências

o 11.1 Bibliografia o 11.2 Livros o 11.3 Artigos de jornais o 11.4 Artigos online

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• 12 Ligações externas

Etimologia e uso

Zéfiro e Jacinto representados em pintura vermelha ática em uma cerâmica da Tarquínia, 480 a.C. (Museu de Belas Artes de Boston).

A palavra homossexual é um híbrido do grego e do latim com o primeiro elemento derivado do grego homos, 'mesmo' (não relacionado com o latim homo, 'homem', como em Homo sapiens), conotando portanto, atos sexuais e afetivos entre membros do mesmo sexo, incluindo o lesbianismo.[22] A palavra gay geralmente se refere à homossexualidade masculina, mas pode ser usada em um sentido mais amplo para se referir a todas as pessoas LGBT. No contexto da sexualidade, lésbica só se refere à homossexualidade feminina. A palavra "lésbica" é derivada do nome da ilha grega de Lesbos, onde a poetisa Safo escreveu amplamente sobre o seu relacionamento emocional com mulheres jovens.[23][24] O adjetivo homossexual descreve comportamento, relacionamento, pessoas, orientação etc. A forma adjetiva significa literalmente "mesmo sexo", sendo um híbrido formado a partir de Grego homo- (uma forma de homos "mesmo"), e "sexual" do latim medieval sexualis (do latim clássico sexus).

Alguns especialistas recomendam evitar completamente o uso do termo homossexual devido a sua história clínica e porque a palavra se refere apenas a um tipo de comportamento sexual (em oposição aos sentimentos românticos) e, portanto, tem uma conotação negativa.[25] Há uma visão que afirma que o problema não seria o termo homossexualidade, antes a palavra homossexualismo. Especialistas em literatura psiquiátrica concordam em posicionar o surgimento do termo homossexualismo no século XIX, por volta da década de 1860 ou 1870, criado pelo discurso médico para identificar o sujeito homossexual.[26][27] Uma vez que o sufixo "ismo" é utilizado para referenciar posições filosóficas, ideológicas e/ou científicas,[28] diversos psicólogos e outros afirmam que sua utilização é errônea e usada no passado como forma de associá-la a distúrbio mental ou doença.[29][30][31][32] Em alguns léxicos, o homossexualismo aparece definido por prática de atos homossexuais, enquanto o termo homossexualidade é aplicado à atracção sentimental e sexual. Também por isso, muitas pessoas consideram que o termo homossexualismo tem um significado pejorativo,[33] e isto tem

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levado a que o termo seja hoje em dia mais utilizado por pessoas que têm uma visão negativa da homossexualidade.[34] No entanto, a adoção de ambas as formas tem sido vasta em qualquer campo. O termo "homossexualismo" é utilizado com frequência, por exemplo, tanto coloquialmente como em obras acadêmicas e dicionários renomados do português brasileiro, como sinônimo de "homossexualidade", sem que seja feita qualquer distinção entre as duas palavras,[35] enquanto que em outros documentos evita-se o "ismo" e sua carga patológica e adota-se o "dade" que significa modo de ser.[36][37] Há ainda acadêmicos que, adotando a proposta de Jurandir Freire Costa, evitam ambos os termos e preferem homoafetividade em virtude de um caratér "pejorativo" em que as outras duas palavras seriam utilizadas (este termo foi criado originariamente pelo psicanalista alemão Ferenczi, em 1911, com o assentimento de Freud).[38]

Primeira menção do termo homossexual, 1869, escrito por Karl Maria Kertbeny.

A primeira aparição conhecida do termo homossexual na impressão foi encontrada em um panfleto de 1869, publicado anonimamente, pelo romancista alemão nascido na Áustria, Karl-Maria Kertbeny,[39] argumentando contra uma lei anti-sodomia prussiana.[40][41] Em 1879, Gustav Jager usou os termos de Kertbeny em seu livro "Descoberta da Alma" (1880).[41] Em 1886, Richard von Krafft-Ebing usou os termos homossexual e heterossexual, em seu livro "Psychopathia Sexualis", provavelmente emprestando-os de Jager. O livro de Krafft-Ebing era tão popular entre leigos e médicos que os termos "heterossexual" e "homossexual" se tornaram os mais aceitos para designar orientação sexual.[41][42] Como tal, o uso atual do termo tem suas raízes na abrangente tradição do século XIX da taxonomia da personalidade. Estes continuam a influenciar o desenvolvimento do conceito moderno de orientação sexual, sendo associados ao amor romântico e à identidade, além do seu significado original, que era exclusivamente sexual.[43][44]

Outros termos

Embora os primeiros autores também tenham usado o adjetivo homossexual para se referir a qualquer contexto homo, ie., do mesmo sexo (como um conversatório ou escola exclusiva para meninas), hoje o termo é usado exclusivamente em referência à atração sexual, atividade e orientação. O termo homossocial agora é usado para descrever contextos do mesmo sexo que não são especificamente sexuais.[45] Há também uma palavra referindo-se ao amor pelo mesmo sexo, homofilia.[46] Outros termos incluem o "homens que fazem sexo com homens" ou HSH (usado na comunidade médica quando debatem, especificamente, a atividade homossexual entre homens), "homoerotismo" (referindo-se às obras de arte), "heteroflexível/bi-curioso" (referindo-se a uma pessoa que se identifica como heterossexual, mas, ocasionalmente, sente ou mostra interesse em atividade sexual com alguém do mesmo sexo) e "metrossexual" (referindo-se um homem não-gay vaidoso e com gostos do estereótipo gay em comida, moda e design).[47][48][49]

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Entre os termos pejorativos e ofensivos da Língua Portuguesa temos bicha (criado nos anos 1930[50]), viado, boiola, marica, paneleiro, sapatão, entre outros.[51][52] Tal como acontece em insultos étnicos e raciais, no entanto, o mau uso desses termos pode ainda ser altamente ofensivo e a gama de utilização aceitável depende do contexto e da pessoa que está falando (grupos homossexuais muitas vezes o usam positivamente).[51] Por outro lado, gay, uma palavra originalmente abraçada por homens e mulheres homossexuais como uma expressão positiva, afirmativa (como na liberação gay e nos direitos gay), é muitas vezes usado de modo pejorativo.[51][53]

Embora gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido por vezes contestado em razão do desejo de individuação de outros grupos de variação sexual, que reivindicam identidade autônoma, independente, própria.[53] Especialistas têm escrito que isto é característico, não apenas de grupos de tal interesse, mas de qualquer outro grupo humano.[54][55]

História

Khnumhotep e Niankhkhnum; especula-se que eles representam a primeira união homossexual registrada da história.

Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram.

Em uma compilação detalhada de materiais históricos e etnográficos de culturas pré-industriais, "forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42 culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70 etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e 41% a relataram como presente ou como não incomum".[56]

Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença cristã.[57]

Muitas figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano,[58] tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. Uma linha comum de argumento construcionista é que ninguém na antiguidade ou na Idade Média experimentou a homossexualidade como um modo de sexualidade exclusivo ou

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permanente. John Boswell tem combatido este argumento, citando antigos escritos do grego Platão, que descrevem os indivíduos exibindo homossexualidade exclusiva.[59]

África

Embora muitas vezes ignorada ou suprimida pelos exploradores europeus e colonialistas, a expressão homossexual na África nativa também esteve presente e tomou uma variedade de formas. Os antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe relataram que mulheres do Lesoto envolviam-se em relações de "longo prazo e eróticas" chamadas motsoalle.[60] E. E. Evans-Pritchard, também registrou que guerreiros Zandes no norte do Congo rotineiramente assumiam jovens amantes do sexo masculino entre as idades de doze e vinte anos, que ajudavam com as tarefas domésticas e praticavam sexo intercrural com seus maridos mais velhos. A prática já havia morrido no início do século XX, depois de os europeus conquistarem o controle de países Africanos, mas foi relatada para Evans-Pritchard pelos anciões, com quem ele falou.[61]

O primeiro registro de um casal homossexual na história é geralmente considerado o de Khnumhotep e Niankhkhnum, um casal egípcio do sexo masculino, que viveu por volta de 2 400 a.C. O par é retratado durante um beijo, a mais íntima pose na arte egípcia, rodeado pelo que parecem ser os seus herdeiros.[62]

Américas

Dança da Berdache Dança cerimonial da Nação Sac e Fox para celebrar os Dois-espíritos. George Catlin (1796–1872); Smithsonian Institution.

Dois homens japoneses conversam; desenho de Kitagawa Utamaro, 1788.

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Uma mulher espionando um casal de homens amantes. China, dinastia Qing.

Entre os povos indígenas das Américas antes da colonização europeia, uma forma comum de homossexualidade é centrada em torno da figura dos Dois-espíritos. Normalmente, este indivíduo é reconhecido cedo na vida, dada a escolha pelos pais a seguir o caminho e, se a criança aceitar o papel, é criada de forma adequada, para aprender os costumes do gênero que escolheu. Dois-espíritos eram, geralmente, xamãs reverenciados como tendo poderes além daqueles dos xamãs comuns. Sua vida sexual era com os membros comuns de mesmo sexo da tribo.[63][64]

Homossexuais e transgêneros também eram comuns entre outras civilizações pré-conquista na América Latina, como os astecas, maias, quíchuas, moches, zapotecas e os tupinambás, no Brasil.[65][66]

Os conquistadores europeus ficaram horrorizados ao descobrir que a sodomia era abertamente praticada entre os povos nativos. Os europeus tentaram acabar com as berdaches (como os espanhóis chamavam a prática dos Dois-espíritos) através de penalidades severas, como a execução pública, onde a pessoa era queimada e rasgada em pedaços por cães.[67]

Ásia

Extremo Oriente

A homossexualidade na China, conhecida como os prazeres do pêssego picado, a manga cortada, ou o costume do sul, é relatada desde aproximadamente 600 a.C.[68] Estes termos eufemísticos foram utilizados para descrever comportamentos e não identidades (recentemente, alguns jovens chineses tendem a usar o termo "brokeback", 断背 (duanbei), para se referir aos homossexuais, a partir do sucesso do filme do diretor Ang Lee, Brokeback Mountain).[69]

Oriente Médio, Ásia Meridional e Central

Entre as muitas culturas do Oriente Médio muçulmano igualitárias ou estruturadas na idade, as práticas homossexuais eram, e continuam a ser, difundidas e veladas. Nos últimos anos, as relações igualitárias, inspiradas no padrão ocidental, têm-se tornado mais frequentes, embora elas continuem a ser raras. Relações sexuais entre indivíduos

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do mesmo sexo são oficialmente punidas com a pena de morte em vários países muçulmanos: Arábia Saudita, Irã, Mauritânia, Nigéria, Sudão e Iêmen.[70]

Alguns estudiosos afirmam que existem exemplos de amor homossexual na literatura antiga, como na Epopeia de Gilgamesh da Mesopotâmia, bem como na história bíblica de Davi e Jonas. Na Epopeia de Gilgamesh, a relação entre o protagonista Gilgamesh e o personagem Enkidu, foi vista por alguns como homossexual em sua natureza.[71][72][73][74] Do mesmo modo, o amor de Davi por Jonas é "maior do que o amor das mulheres."[75]

Há um punhado de relatos de viajantes árabes na Europa até ao início do século XIX. Dois desses viajantes, Rifa'ah al-Tahtawi e Muhammad al-Saffar, manifestaram surpresa ao ver as poesias de amor francesas, por vezes mal traduzidas, entre um jovem rapaz, referindo-se a uma jovem mulher, para manter as suas normas sociais e morais.[76]

Hoje, os governos no Oriente Médio, muitas vezes ignoram, negam a existência de, ou criminalizam a homossexualidade. A homossexualidade é ilegal em quase todos os países muçulmanos.[77] O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante o seu discurso em 2007 na Universidade de Colúmbia, afirmou que não havia homossexuais no Irã. A maioria dos homossexuais que vivem neste país mantém a sua orientação sexual em segredo por medo de sanções ou rejeição do governo às suas famílias.[78]

O Código de Manu, a obra fundamental do direito hindu, menciona um "terceiro sexo", cujos membros podem exercer expressões de gênero não-tradicionais e atividades homossexuais.[79]

Europa

Pintura de Safo, poetiza da Grécia antiga; o fato de ter nascido em Lesbos abriu a possibilidade da criação do termo "lésbica" no século XIX; seus versos de amor também são muitas vezes endereços a outras mulheres. Cópia romana de original grego, século V a.C.

Os documentos mais antigos do Ocidente (sob a forma de obras literárias, objetos de arte e materiais mitográficos) sobre as relações de mesmo sexo são derivados da Grécia antiga. A pederastia na Grécia Antiga era largamente utilizada como meio pedagógico; sabe-se que Platão, em seus primeiros escritos, elogiou os seus benefícios,[80] embora em suas obras tardias tenha proposto sua proibição.[81]

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Em O Banquete, Platão equivale a aceitação da homossexualidade com a democracia, e sua supressão com o despotismo, dizendo que a homossexualidade "é vergonhosa para os bárbaros por causa de seus governos despóticos, assim como a filosofia e o atletismo o são, uma vez que aparentemente não é o melhor interesse dos governantes como de ter grandes ideias amizades engendradas em seus súditos, ou poderosos sindicatos ou física, em que o amor é particularmente adequado para produzir."[59] Aristóteles, em sua obra Política, indeferiu as ideias de Platão sobre a abolição da homossexualidade (2,4); ele explica que os bárbaros, assim como os celtas, concederam isso como uma honra especial (2.6.6), enquanto os cretenses a utilizavam para regular a população (2.7.5).[59]

Homem romano penetrando um jovem, possivelmente escravo, primeira metade do século I. Encontrado próximo de Jerusalém.

Homem e jovem gregos praticam sexo intercrural. Grécia antiga, 550-525 a.C.

Na arte, é conhecida ainda hoje a poetisa Safo, importante figura que escreveu versos endereçados a outras mulheres e que, por nascer em Lesbos, logo ficou associada às lésbicas, terminologia que ficou muito famosa no século XIX.[82][83] Os narradores de muitos dos seus poemas falam de paixão e amor (por vezes correspondido, outras vezes não) para várias fêmeas, mas as descrições de atos físicos e/ou sexuais entre mulheres nos seus versos são poucas e sujeitas a debate.[84][85] De qualquer forma, hoje em dia sabe-se que a deusa Afrodite, nos poemas de Safo, é tida como a patrona das lésbicas.[86]

A partir da segunda metade do século XIII, a morte era a punição mais comum para a homossexualidade masculina na maior parte da Europa.[87] Com o Renascimento, cidades ricas no norte da Itália, em particular Florença e Veneza, eram conhecidas pela sua prática generalizada do amor entre pessoas do mesmo sexo, praticado por uma parte considerável da população masculina e construído ao longo do padrão clássico estético da Grécia e Roma.[88][89]

Pacífico sul

Em muitas sociedades da Melanésia, especialmente em Papua-Nova Guiné, as relações do mesmo sexo eram parte integrante da cultura até meados do século passado. Em muitas culturas tradicionais da Melanésia um menino na pré-puberdade formaria um casal com um adolescente mais velho, que se tornaria seu mentor e que iria "inseminá-lo" (oral, anal, ou topicamente, dependendo da tribo) ao longo de vários anos para que o mais jovem também atingisse a puberdade. Muitas sociedades da Melanésia, no entanto, tornaram-se hostis para com as relações entre pessoas do mesmo sexo desde a introdução do cristianismo pelos missionários europeus.[90]

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Sexualidade e identidade de gênero

Etiologia

A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais, em 2006, declararam:

Atualmente, não há consenso científico sobre os fatores específicos que levam um indivíduo a tornar-se heterossexual, homossexual ou bissexual, incluindo possíveis efeitos biológicos, psicológicos ou sociais da orientação sexual dos pais. No entanto, as evidências disponíveis indicam que a grande maioria das lésbicas e adultos homossexuais foram criados por pais heterossexuais e que a grande maioria das crianças criadas por pais gays e lésbicas crescem como heterossexuais.

— [91]

O Royal College of Psychiatrists, em 2007, afirmou:

Apesar de quase um século de especulação psicanalítica e psicológica, não há nenhuma evidência substantiva para apoiar a sugestão de que a natureza da criação dos filhos ou que as primeiras experiências da infância desempenham qualquer papel na formação da orientação fundamental de uma pessoa heterossexual ou homossexual. Parece que a orientação sexual é de natureza biológica, determinada por uma complexa interação de fatores genéticos e do ambiente uterino precoce. A orientação sexual não é, portanto, uma escolha.

— [92]

A Academia Americana de Pediatria afirmou, em Pediatria, em 2004:

A orientação sexual, provavelmente não é determinada por apenas um fator, mas por uma combinação de influências genéticas, hormonais e ambientais. Nas últimas décadas, as teorias baseadas no fator biológico têm sido favorecidas por especialistas. Ainda continua havendo controvérsia e incerteza quanto à gênese da diversidade das orientações sexuais humanas, não há nenhuma evidência científica de que pais anormais, abuso sexual ou qualquer outro evento adverso da vida influenciem a orientação sexual. O conhecimento atual sugere que a orientação sexual normalmente é estabelecida durante a infância.

— [93][92][94]

A Associação Americana de Psicologia afirma que "há provavelmente muitas razões para a formação da orientação sexual de uma pessoa e as razões podem ser diferentes para pessoas diferentes" e diz que a orientação sexual da maioria das pessoas é determinada em uma idade precoce.[1] A pesquisa sobre como a orientação sexual em homens pode ser determinada por fatores genéticos ou outros fatores pré-natais desempenha um papel no debate político e social sobre a homossexualidade e também levanta temores sobre impressão genética e testes pré-natais.[95]

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O professor Michael King afirma: "A conclusão dos cientistas que pesquisaram as origens e a estabilidade da orientação sexual é que essa é uma característica humana que se forma no início da vida e é resistente a mudanças. Evidências científicas sobre as origens da homossexualidade são consideradas relevantes para o debate teológico e social porque prejudicam as afirmações de que a orientação sexual é uma escolha."[96]

"Bissexualidade inata" (ou predisposição para a bissexualidade) é um termo introduzido por Sigmund Freud, baseado no trabalho de seu colega Wilhelm Fliess, que expõe que todos os seres humanos nascem bissexuais, mas através do desenvolvimento psicológico, que inclui tanto fatores externos quanto internos tornam-se monossexuais, enquanto a bissexualidade permanece em estado latente.[97]

Os autores de um estudo de 2008 afirmaram que "não há evidências consideráveis de que a orientação sexual humana seja geneticamente influenciada, de modo que não se sabe como a homossexualidade, que tende a diminuir o sucesso reprodutivo, é mantida na população em uma frequência relativamente alta". Supõe-se que "enquanto os genes que predispõem à homossexualidade reduzem o sucesso reprodutivo dos homossexuais, podem conferir alguma vantagem em heterossexuais que sejam seus portadores". Seus resultados sugeriram que "os genes que predispõem à homossexualidade podem conferir uma vantagem de acasalamento em heterossexuais, o que poderia ajudar a explicar a evolução e manutenção da homossexualidade na população".[98] Um estudo de 2009 sugeriu também um aumento significativo da fecundidade nas fêmeas aparentadas com as pessoas homossexuais a partir da linha materna (mas não naquelas aparentadas a partir da linha paterna).[99]

Garcia-Falgueras e Swaab afirmaram no resumo de seu estudo de 2010: "O cérebro fetal desenvolve-se durante o período intra-uterino na direção masculina por meio de uma ação direta da testosterona sobre as células nervosas em desenvolvimento ou na direção feminina por meio da ausência desta onda de hormônio. Desta forma, nossa identidade de gênero (a convicção de pertencer ao sexo masculino ou feminino) e a orientação sexual são programadas ou organizadas em nossas estruturas cerebrais quando estamos ainda no útero. Não há nenhuma indicação de que o ambiente social após o nascimento tenha algum efeito sobre a identidade de gênero ou sobre a orientação sexual".[100]

Terapia de reorientação sexual

Não existe qualquer estudo com rigor científico para concluir se as chamadas terapias de reorientação sexual funcionam para mudar a orientação sexual de uma pessoa. Essas "terapias" têm sido controversas devido às tensões entre as organizações com base religiosa que as realizam e as organizações profissionais, científicas e de direitos LGB. O consenso de longa data das ciências comportamentais e sociais e das profissões de saúde e saúde mental é de que a homossexualidade, por si só, é uma variação normal e positiva da sexualidade humana.[101] A Associação Americana de Psicologia, afirma que a maioria das pessoas "têm pouco ou nenhum senso de escolha sobre sua orientação sexual".[102] Alguns indivíduos e grupos têm promovido a ideia de que a homossexualidade é um sintoma de defeitos espirituais, de desenvolvimento ou de falhas morais e têm argumentado que os esforços para mudar a orientação sexual, incluindo a psicoterapia e os esforços religiosos, poderiam alterar os sentimentos e comportamentos homossexuais. Muitos desses indivíduos e grupos estão incorporados dentro de um contexto mais amplo de movimentos políticos religiosos conservadores

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que apoiam a estigmatização da homossexualidade por motivos políticos ou religiosos.[101]

Nenhuma organização de profissionais de saúde mental apoia esforços para mudar a orientação sexual e praticamente todas elas adotaram declarações políticas advertindo profissionais e o público sobre os tratamentos que se propõem a mudar a orientação sexual. Estas incluem a Associação Americana de Psiquiatria, Associação Americana de Psicologia, Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais dos Estados Unidos, Associação Americana de Aconselhamento, o Royal College of Psychiatrists,[103] Sociedade Australiana de Psicologia[104] e o Conselho Federal de Psicologia do Brasil.[21] A Associação Americana de Psicologia e o Royal College of Psychiatrists expressaram que as posições defendidas por grupos como o NARTH não são apoiadas pela ciência e criam um ambiente no qual o preconceito e a discriminação podem florescer.[103][105]

A Associação Americana de Psicologia "incentiva os profissionais de saúde mental a evitarem desvirtuar a eficácia dos esforços de mudança de orientação sexual promovendo ou prometendo mudar a orientação sexual ao prestarem assistência aos indivíduos angustiados por conta própria ou por outras pessoas quanto a sua orientação sexual e conclui que os benefícios relatados pelos participantes nos esforços de mudança de orientação sexual podem ser obtidos através de abordagens que não tentam mudar a orientação sexual".[106]

Processo de identidade sexual: "sair do armário"

Muitas pessoas que se sentem atraídas por membros do seu próprio sexo experimentam um processo chamado de "saída do armário" em algum momento de suas vidas. É a prática de revelar publicamente a orientação sexual de uma pessoa "enrustida".[107] Nos mais jovens, é mais comum ela ser noticiada aos familiares e/ou amigos e também acontece celebridades e pessoas públicas revelarem-se publicamente sobre suas orientações sexuais.[108][109]

Geralmente, a "saída do armário" é descrita em três fases: a primeira, é a fase de "conhecer a si mesmo", em que a pessoa está aberta e decidida a vivenciar relações com pessoas do mesmo sexo (chamada de "saída/decisão interior"); a segunda envolve a decisão própria de se revelar para os outros, como para a família, amigos e/ou colegas, etc.; a terceira fase refere-se a realmente se envolver com uma pessoa do mesmo sexo e muitas vezes viver abertamente como uma pessoa LGBT.[110]

Identidade de gênero

Os primeiros autores que escreviam sobre homossexualidade geralmente entendiam que ela era intrinsecamente ligada ao próprio sexo do sujeito. Por exemplo, pensava-se que uma pessoa com um típico corpo feminino atraída por pessoas do mesmo sexo e corpo feminino, teriam atributos masculinos, e vice-versa.[111][112] Esse entendimento foi compartilhado pela maioria dos teóricos importantes da homossexualidade a partir de fins do século XIX até inícios do século XX, como Karl Heinrich Ulrichs, Richard von Krafft-Ebing, Magnus Hirschfeld, Havelock Ellis, Carl Jung e Sigmund Freud.[111][112] No entanto, esse entendimento da homossexualidade como inversão sexual foi contestado no momento, e durante a segunda metade do século XX, a identidade sexual

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passou a ser cada vez mais visto como um fenômeno distinto de orientação sexual.[113][114]

Indivíduos transgênero e cisgéneros podem ser atraídos por homens, mulheres ou ambos, embora a prevalência de diferentes orientações sexuais é bastante diferente nas duas populações (ver mulher transexual). Um indivíduo homossexual, heterossexual ou bissexual pode ser masculino, feminino ou andrógino, e, além disso, muitos membros e simpatizantes das comunidades gays e lésbicas vêem agora o "sexo-conformes heterossexual" e "género não conformes homossexual" como os estereótipos negativos. No entanto, estudos realizados por J. Michael Bailey e K.J. Zucker revelaram que a maioria dos relatórios gays e lésbicos em gênero reportam um "não-gênero" durante seus anos de infância.[115] Richard C. Friedman, em seu Homossexualidade Masculina publicado em 1990, escrito a partir de uma perspectiva psicanalítica, argumenta que o desejo sexual começa mais tarde do que os escritos de Sigmund Freud indica, não na infância, mas entre as idades de 5 e 10 anos e não é focado numa figura da mãe, mas dos pares.[116] Como consequência, raciocina, os homossexuais não são anormais, uma vez que nunca foram sexualmente atraídos por suas mães.[117]

Construto social

Nas culturas ocidentais em geral, o termo homossexual é usado para abranger toda uma postura, atitude e identidade social. Em outras culturas, rótulos homossexualidade e heterossexuais não enfatizam uma identidade social como um todo ou indicam afiliação da comunidade com base na orientação sexual.[118] Na verdade, certos estudiosos, como David Green, têm afirmado que a homossexualidade é uma construção social moderna ocidental, e como tal não poderia ser utilizada no contexto de sociedades não-ocidentais a sexualidade do macho-macho, nem no Ocidente pré-moderno.[119]

Relações e romance homossexuais

Pessoas com orientação homossexual podem expressar a sua sexualidade, ternura e afetividade de diversas maneiras, e podem ou não expressar isso em seus comportamentos sexuais.[1] Alguns têm relações sexuais predominantemente com pessoas de sua própria identidade de gênero, outro sexo, relacionamentos bissexuais e podem até ser celibatários.[1] Pesquisas recentes indicam que muitas lésbicas e gays desejam, e conseguem, comprometidos e duradouros relacionamentos: dados indicam que entre 40% e 60% de gays e entre 45% e 80% de lésbicas estão atualmente envolvidos em um relacionamento romântico.[120] Os dados da pesquisa também indicam que entre 18% e 28% dos casais gays e entre 8% e 21% dos casais lésbicos nos Estados Unidos viveram juntos dez anos ou mais.[120] Os estudos expuseram que casais de pessoas do mesmo sexo e casais de sexos opostos podem ser equivalentes em termos de satisfação e comprometimento nos relacionamentos amorosos,[121][122] que a idade e o sexo são mais confiáveis do que a orientação sexual como um preditor de satisfação e compromisso de um relacionamento romântico,[122] e que as expectativas e/ou idealizações acerca dos relacionamentos românticos são comparáveis e muito semelhantes entre pessoas heterossexuais e homossexuais.[123]

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Práticas homossexuais

Homossexuais homens

Sexólogos têm escrito que, ao contrário do que se pensa, a forma mais comum de um homem homossexual levar outro ao orgasmo não é através do sexo anal, mas principalmente da felação e da masturbação (e há desacordo entre os pesquisadores quanto a qual das duas primeiras teria maior incidência).[124] Pesquisadores também atestam que um dos atos mais comuns do sexo homossexual seria o de esfregar os órgãos genitais entre as coxas do outro (coito interfemoral) ou de encontro a outras partes (frictação ou fricção, embora muitos autores reservem esse termo às práticas homossexuais entre mulheres).[124] Ainda assim, o sexo anal ainda é dos mais praticados pelos homossexuais homens.[125]

Na terminologia de práticas homossexuais masculinas, também são comuns os termos ativo e passivo—o primeiro correspondente ao homem que realiza a penetração e o segundo correspondente ao homem que é penetrado.[124] No início dos estudos de sexologia, ambos os termos deram margem a muitas confusões entre autores; porque passou-se em princípio a chamar-se ativo o homem que faria o "papel" de homem numa relação homossexual, enquanto passivo seria aquele que faria o papel de "mulher"; embora essa associação se preserve na mentalidade popular, não é mais usada na psicologia e os estudiosos modernos entendem que, em âmbito de complexidade, muitas vezes um parceiro homossexual pode desempenhar sexualmente ambos os "papéis", sendo ativo e passivo, e que numa relação sexual que se estende a nível amoroso e afetivo, muitas vezes o passivo também pode dominar e liderar o outro como qualquer outra relação humana.[126] Em estudos da década de 1980 constatou-se que haveria mais ativos que passivos.[127]

A alta sensibilidade naturalmente erótica no ânus de qualquer ser humano faz com que os sexólogos afirmem que não há dados que justifiquem que os homossexuais obtêm mais prazer sexual que os heterossexuais, embora certos heterossexuais rejeitem o sexo anal por razões de estética (associação a fezes).[127] Heterossexuais homens, escrevem os sexólogos, muitas vezes não permitem que suas parceiras sexuais mulheres estimulem ou mesmo penetrem seu ânus porque isso lhes conferiria uma "feminilidade" ou conotação homossexual, embora os autores confirmem em pesquisas que os passivos homossexuais nem sempre são afeminados.[127] De fato, sexólogos têm escrito que tais noções são estereótipos ligados ao machismo que incide nas relações heterossexuais; e que muitas vezes o passivo "pode ser o mais 'másculo' dos dois, em aparência física, maneiras e personalidade."[128]

Dados de pesquisa indicam que pelo menos metade dos homossexuais desempenha usualmente os dois papéis durante um encontro e, ao todo, cerca de três dentre cada quatro homossexuais têm experiência tanto do papel passivo quanto do ativo.[128] Entre outras práticas homossexuais está a anilíngua e a cunilíngua, também praticadas por heterossexuais, além de todas as outras costumeiramente conhecidas; e o fistfucking que, embora seja mais raro, e muitas vezes seja associado a pessoas que aderem ao sadomasoquismo, quase não é encontrado entre os heterossexuais.[128] Além disso, os homossexuais apresentam características em relação ao sexo muito semelhantes às dos heterossexuais: têm fetiches, muitas vezes falam durante os atos sexuais, podem praticar ou não sexo grupal (por vezes somente com mais um homossexual, a fim de realizarem

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penetração dupla em um passivo como acontece em práticas heterossexuais, com a diferença de que neste caso os dois pênis penetram no ânus),[129] e também podem ter fantasias românticas e/ou sexuais com celebridades ou conhecidos íntimos ou não.[129]

Homossexuais mulheres

Os estudiosos têm notado que o lesbianismo em seu aspecto físico provoca as mais extremadas reações: enquanto que moralmente é por vezes reprovado, a maioria dos homens heterossexuais possuem uma espécie de fascínio por duas mulheres que se beijem e/ou tenham relações sexuais.[130] Alguns sexólogos escrevem que, por outro lado, existe um segundo tipo de homens que, feridos por seu "orgulho masculino", desprezariam as mulheres que dispensassem o pênis numa relação sexual; de fato, numa relação sexual entre duas lésbicas, o erotismo feminino e as características físicas da parceira parecem vir em primeiro lugar.[130]

Não se sabe qual é a prática sexual preferida das mulheres, mas pesquisas afirmam que talvez possa ser o de papel passivo na cunilíngua, e isso estaria associado à estimulação do ponto G e/ou do clítoris.[130] Por conta disso, muitas vezes o "69 lésbico" seria dispensado para que apenas uma das parceiras receba estimulação na vulva pelos lábios e língua da outra.[130]

Outro termo muito usado quando se escreve sobre práticas homossexuais femininas é o tribadismo, em que duas parceiras pratiquem uma fricção, ou seja, um encontro entre as vulvas de ambas.[130] Diversos sexólogos têm escrito que, ao contrário do que se pensa, o prazer sexual não deriva somente das vaginas de ambas as parceiras, mas principalmente pelo encontro entre suas coxas.[130] As práticas homossexuais entre mulheres também incluem penetração, mas com menor frequência;[131] no entanto, quando praticada, é mais comum que a estimulação do órgão genital da parceira seja realizada manualmente ou, em outros casos, com um dildo (pênis artificial), embora esse seja mais raro.[131]

Certos estudiosos também pretendem pesquisar se o interesse lésbico por imitações de pênis não significaria uma frustração da falta de um pênis real; alguns afirmam que não se pode generalizar acerca de todos os casos de lésbicas, enquanto outros afirmam que as que utilizam pênis artificiais não possuem interesses sexuais ou mesmo afetivos por homens.[132] Pesquisas revelam que a utilização de pênis artificiais seria, para as lésbicas, uma tentativa da busca de "algo mais" assim como acontece com parceiros heterossexuais que buscam outras formas de "enriquecer" suas práticas de sexo.[132] Outras práticas sexuais entre lésbicas, e que são menos comuns, incluem o fistfucking, o sexo anal, que é tido como secundário numa relação lésbica, muitas vezes realizado manualmente ou com dildos;[132] e práticas sadomasoquistas que, embora muito raras, podem incluir o uso de chicotes e flagelação como entre os heterossexuais sadomasoquistas.[133] Outro assunto de interesse entre estudiosos e sexólogos é saber se as lésbicas possuem atração sexual por mamilos tanto quanto os homens heterossexuais, e a maior parte dos autores escrevem que o interesse é relativo mas semelhante.[133]

Demografia

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XIII Parada do orgulho LGBT de São Paulo, em 2009, em frente à Fiesp.

Bandeira arco-íris no bairro Castro em São Francisco, Estados Unidos, famoso pela predominância de moradores homossexuais. A bandeira, um símbolo do movimento LGBT, foi criada na cidade.

Dados confiáveis quanto ao tamanho da população de homossexuais são informações valiosas para a política pública.[134] Por exemplo, a demografia ajudaria no cálculo dos custos e benefícios das prestações de parceria doméstica, o impacto da legalização da adoção por homossexuais e o impacto da política Don't Ask, Don't Tell das Forças Armadas dos Estados Unidos.[134] Além disso, o conhecimento do "tamanho da população homossexual é uma promessa para ajudar os cientistas sociais compreenderem uma ampla gama de questões importantes, questões sobre a natureza geral das escolhas do mercado de trabalho, a acumulação de capital humano, a especialização dentro das famílias, discriminação e as decisões sobre a localização geográfica."[134]

Medir a prevalência da homossexualidade pode apresentar dificuldades.[5] A pesquisa deve medir algumas características que podem ou não ser a definição de orientação sexual. A classe das pessoas com desejos pelo mesmo sexo pode ser maior do que a classe de pessoas que colocam esses desejos em prática, que por sua vez pode ser maior do que a classe de pessoas que se auto-identificam como gay/lésbica/bissexual.[134]

Em 1948 e 1953 Alfred Kinsey relatou que cerca de 46% dos indivíduos do sexo masculino tinha "reagido" sexualmente a pessoas de ambos os sexos ao longo de sua vida adulta e que 37% deles tinham tido pelo menos uma experiência homossexual.[135] A metodologia de Kinsey foi criticada.[136][137] Um estudo mais recente tentou eliminar o viés de amostragem, mas mesmo assim chegou a conclusões semelhantes.[138]

As estimativas da ocorrência da homossexualidade exclusiva variam de um a vinte por cento da população, normalmente concluindo que há um pouco mais de homossexuais masculinos do que femininos.[6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][139][140][141]

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Estimativas da frequência de atividade sexual também podem variar de um país para outro. Um estudo de 1992 relatou que 6,1% dos homens no Reino Unido já teve uma experiência homossexual, enquanto na França o número foi de 4,1%.[142] Segundo uma pesquisa realizada em 2003, 12% dos noruegueses já tinham feito sexo homossexual.[15] Na Nova Zelândia, um estudo de 2006 sugeriu que 20% da população anônima relatou alguns sentimentos homossexuais, sendo que alguns deles se identificam como homossexuais. A percentagem de pessoas que se identificaram como homossexuais foi de 2-3%.[17] De acordo com uma sondagem de 2008, enquanto apenas 6% dos britânicos definem sua orientação sexual como homossexuais ou bissexuais, mais que o dobro (13%) dos britânicos já tiveram alguma forma de contato sexual com alguém do mesmo sexo.[16] Nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa realizada para as eleições presidenciais de 2008, 4% do eleitorado autoidentificava-se como gay, lésbica ou bissexual, a mesma percentagem de 2004.[143]

Em pesquisa realizada no Brasil em 2008 os dados indicam que 10% dos homens e 5,2% das mulheres com idade entre 15 e 64 anos já tiveram uma relação homossexual na vida, totalizando uma média geral de 7,6%.[144] No mesmo estudo, entre a população mais jovem, com idade entre 15 e 24 anos a média encontrada foi de 8,7% enquanto entre a população mais idosa, com idade de 50 a 64 anos, a média obtida foi de 5,6%.[145] Apesar desse item específico da pesquisa ser bastante genérico, questionando apenas se o entrevistado teve ao menos uma "Relação sexual com pessoa do mesmo sexo na vida", o contraste entre as médias obtidas por faixa etária mostram que os brasileiros estão a relacionar-se mais de forma homossexual e criando novos grupos LGBT do que no passado.[146]

Homossexualidade e ciência

Biogenética

O neurobiólogo Roger Gorski, da Universidade da Califórnia, EUA, fez experiências em laboratórios com ratos cujas fêmeas prenhas receberam testosterona - o hormônio sexual masculino - ainda em fase intra-uterina. Observou que, desde a primeira fase da vida, os filhotes do sexo feminino mostravam comportamentos masculinos, como gostos, brincadeiras mais agressivas além de sentirem-se mais atraídas por fêmeas.[147] O estudo, contudo, não foi conclusivo pois os filhotes do sexo masculino cujas fêmeas progenitoras receberam hormônios femininos (estradiol e progesterona) não desenvolveram significativas características femininas.[148]

No ramo da ciência da genética vários estudos têm sido realizados no sentido de investigar origens hereditárias para a homossexualidade. Um dos estudos mais conhecidos nesse sentido tenta estabelecer uma correlação entre a homossexualidade masculina com o gene Xq28.[149] É efetivamente uma tese que coloca a homossexualidade não como uma opção ou estilo de vida, mas sim como resultado de uma variação genética. Considere-se, contudo, que existem estudos que contradizem a influência do gene Xq28 para explicar a homossexualidade.[150] Num novo estudo conduzido pela KAIST foi possível criar artificialmente o comportamento homossexual em ratas fêmeas através de uma manipulação genética. Nesse estudo alguns genes relacionados ao equilíbrio do hormônio estrogênio foram intencionalmente suprimidos verificando-se uma preferência homossexual estatisticamente relevante em relação a um grupo de controle, lançando novas dúvidas de que o comportamento homossexual em

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mamíferos possa ter um fator genético.[151][152] A tese de que a homossexualidade pode ter origens genéticas tem sido usada bem como recusada tanto por aqueles que consideram a homossexualidade como algo negativo como os que consideram algo a defender.[153]

Psicologia

A psicologia foi uma das primeiras disciplinas a estudar a orientação homossexual como um fenômeno discreto.[154][155] As primeiras tentativas de classificar a homossexualidade como uma doença foram feitas pelo movimento sexólogo europeu no final do século XIX.[156][157] Em 1886 o notável sexólogo Richard von Krafft-Ebing listou a homossexualidade junto com 200 outros estudos de casos de práticas sexuais desviantes em sua obra definitiva, Psychopathia Sexualis. Krafft-Ebing propôs que a homossexualidade era causada por uma "inversão [durante o nascimento] congênita" ou uma "inversão adquirida".[158][159][160] Nas duas últimas décadas do século XIX, uma visão diferente começou a predominar nos círculos médicos e psiquiátricos, a julgar o comportamento, como indicativo de um tipo de pessoa com uma definida e relativamente estável na orientação sexual. No final do século XIX e início do século XX, os modelos patológicos da homossexualidade eram padrão.[161][162]

A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais declararam:

Em 1952, quando a Associação Americana de Psiquiatria publicou o seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a homossexualidade foi incluída como uma desordem. Quase imediatamente, no entanto, que a classificação começou a ser submetida ao escrutínio crítico em matéria de pesquisa financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental. Esse estudo e a pesquisa subsequente falharam em conseguir apresentar qualquer base empírica ou científica para considerar a homossexualidade como um distúrbio ou anormalidade, ao invés de uma orientação sexual normal e saudável. Como resultado dessa pesquisa acumulada, os profissionais em medicina, saúde mental e em ciências comportamentais e sociais chegaram à conclusão de que era incorreto classificar a homossexualidade como uma desordem mental e que a classificação DSM refletia pressupostos não testados com base em normas sociais prevalentes e impressões clínicas a partir de amostras representativas compostas por pacientes que procuram tratamento e por indivíduos cujo comportamento trouxe para o sistema de justiça criminal.

Em reconhecimento da evidência científica,[163] a Associação Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do DSM em 1973, afirmando que "a homossexualidade em si não implica qualquer prejuízo no julgamento, estabilidade, confiabilidade ou capacidades gerais sociais e vocacionais." Depois de uma profunda revisão de dados científicos, a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição em 1975, e exortou todos os profissionais de saúde mental "para assumir a liderança em eliminar o estigma de doença mental que há muito tem sido associado com orientações homossexuais." A Associação Nacional dos Trabalhadores

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Sociais adotou uma política similar.

Assim sendo, os profissionais e pesquisadores de saúde mental há muito reconheceram que ser homossexual não constitui obstáculo inerente à liderança de uma feliz, saudável e produtiva vida, e que a grande maioria dos gays e lésbicas funcionam bem em toda a gama de instituições sociais e relações interpessoais.[91]

A Organização Mundial da Saúde, desde 1990, retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (sigla CID).[21]

A pesquisa e a literatura clínica demonstram que atração sexual e romântica pelo mesmo sexo, são sentimentos e comportamentos normais e variações positivas da sexualidade humana. O consenso de longa data das ciências comportamentais e sociais e dos profissionais de saúde e saúde mental é que a homossexualidade, por si só, é uma variação normal e positiva da orientação sexual humana.[164] A homossexualidade era listada na CID-9 (1977) da Organização Mundial de Saúde como um doença mental, mas foi retirada no CID-10, aprovada pela Quadragésima Terceira Assembléia Mundial da Saúde em 17 de maio de 1990.[165][166] Tal como o DSM-II, a CID-10 adicionou a orientação sexual egodistônica na lista, o que se refere a pessoas que querem mudar suas identidades de gênero ou orientações sexuais por causa de um distúrbio psicológico ou comportamental (F66.1). A Sociedade Chinesa de Psiquiatria retirou a homossexualidade da Classificação Chinesa de Transtornos Mentais em 2001, após cinco anos de estudo pela associação.[167] De acordo com o Royal College of Psychiatrists "Esta história lamentável demonstra como a marginalização de um grupo de pessoas que têm um traços de personalidade em particular (neste caso a homossexualidade) pode levar a prática médica nociva e uma base para a discriminação na sociedade.[92] Existe agora um grande corpo de evidências de pesquisa que indica que ser gay, lésbica ou bissexual é compatível com a saúde mental normal e ao ajustamento social. No entanto, as experiências de discriminação na sociedade e uma possível rejeição por amigos, familiares e outros, tais como empregadores, significa que algumas pessoas LGB têm uma experiência maior que a esperada na prevalência de problemas de saúde mental e de uso indevido de substâncias. Embora tenha havido reclamações por grupos políticos conservadores nos Estados Unidos que esta maior prevalência de problemas de saúde mental é a confirmação de que a homossexualidade é um transtorno mental em si, não há qualquer evidência para fundamentar tal afirmação."[168] No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade.[21]

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A maioria dos gays, lésbicas, bissexuais e pessoas que procuram a psicoterapia fazem-no pelas mesmas razões que as pessoas heterossexuais (estresse, dificuldades de relacionamento, dificuldade de adaptação às novas situações sociais ou de trabalho, etc); sua orientação sexual pode ter uma importância primária, acidental ou não ter importância às suas questões e tratamento. Seja qual for o problema, ainda há um alto risco de viés antigay na psicoterapia com clientes gays, lésbicas e bissexuais.[169] A pesquisa psicológica neste domínio tem sido relevante para a luta contra atitudes e ações prejudiciais ("homofóbicas") e o movimento pelos direitos LGBT em geral.[170]

A aplicação adequada de psicoterapia afirmativa baseia-se nos seguintes fatos científicos:[164]

• Atração sexual pelo mesmo sexo, comportamentos e orientações por si só são normais e positivas variantes da sexualidade humana, em outras palavras, não são indicadores de transtornos mentais ou de desenvolvimento.

• A homossexualidade e a bissexualidade são estigmatizadas, e este estigma pode ter uma variedade de consequências negativas (por exemplo, estresse) ao longo do ciclo de vida (D'Augelli & Patterson, 1995; DiPlacido, 1998; Herek e granadas, 2007; Meyer, 1995, 2003).

• Atração sexual pelo mesmo sexo e comportamento pode ocorrer no contexto de uma variedade de orientações sexuais e identidades (Diamond, 2006; Hoburg et al., 2004; Rust, 1996; Savin-Williams, 2005).

• Homens gays, lésbicas e indivíduos bissexuais podem viver uma vida satisfatória, bem como um relacionamento afetivo e famílias estáveis, que são equivalentes aos relacionamentos heterossexuais em aspectos essenciais (APA, 2005c; Kurdek, 2001, 2003, 2004; Fingerhut & Peplau, 2007 ),.

• Não há estudos empíricos ou pesquisas que suportem teorias que atribuem a orientação sexual a disfunção familiar ou traumas (Bell et al., 1981; Bene, 1965; Freund & Blanchard, 1983; Freund & Pinkava, 1961; Hooker , 1969; McCord et al., 1962; Peters & DK Cantrell, 1991 Siegelman;, 1974, 1981; Townes et al., 1976).

Psicobiologia

Nos anos 2000, as pesquisas da neurociência demonstraram que os seres humanos estimulam suas zonas erógenas porque esta provoca recompensas no cérebro.[171] Essas recompensas, em particular o orgasmo, são observadas no nível da consciência como sensações de prazer erótico e satisfação. Em suma, o ser humano busca as atividades sexuais porque elas fornecem prazeres eróticos intensos. Entre os seres humanos (assim como entre os chimpanzés, orangotangos e golfinhos), o comportamento sexual não é mais um comportamento de reprodução, mas se tornou um comportamento erótico. Durante a evolução, a importância e influência dos hormônios e dos feromônios sobre o comportamento sexual diminuiu. Entre os mamíferos menos complexos, são os feromônios que estão na origem da heterossexualidade. Em contraste, a importância das recompensas se tornou maior. Nos seres humanos, o objetivo do comportamento sexual não é mais o coito vaginal e sim a busca de prazeres eróticos, obtidos pela estimulação do corpo e das zonas erógenas, pouco importa o sexo do parceiro.

Por todos esses motivos, biologicamente a sexualidade humana seria um tanto bissexual. No entanto a influência do contexto cultural e das experiências pessoais é

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maior no desenvolvimento da orientação sexual. A homossexualidade, a heterossexualidade e a bissexualidade são possibilidades "biologicamente normais" do desenvolvimento. A maior influência do contexto cultural é bem evidenciada pela sociedade grega da Antiguidade, em que a mulher tinha uma posição social inferior à do homem. O amor mais desejável, o "amor celeste", era homossexual. A heterossexualidade era desvalorizada, e as esposas serviam como progenitoras de uma descendência legítima e guardiãs fiéis do lar. Em contraste, o heterossexismo e a homofobia nas sociedades ocidentais são provavelmente o fator da origem da preponderância atual do comportamento heterossexual. Malgrado a pressão cultural, algumas pessoas prefeririam as atividades homossexuais. Outras evidências apontam que, em certos casos, a preferência sexual pela homossexualidade proviria de circunstâncias particulares, como experiências positivas que se teria vivido com pessoas do mesmo sexo.[172][173][174]

Críticas às ciências passadas

Há diversas críticas às tentativas de explicações científicas para a homossexualidade, principalmente porque a maioria delas começa a ser desenvolvida ainda no século XIX, quando se procuravam comprovações científicas para afirmar que determinadas características humanas tornariam um indivíduo superior a outro.[175][176] E buscar interpretar a complexidade do comportamento humano com base no estudo do comportamento animal — dizem os críticos — não tem sentido (Veja-se darwinismo social).[177]

Quanto às pesquisas neuro-bioquímicas, os seus críticos indicam que "existe o risco de alguns pesquisadores estarem, na verdade, procurando uma forma de 'curar' tal comportamento, seja mapear o que gera o desejo homossexual, para depois convertê-lo em desejo heterossexual". Nesse contexto um dos exemplos marcantes foi a teoria desenvolvida por Magnus Hirschfeld a respeito da homossexualidade. Hirschfeld defendia a teoria de que a homossexualidade era nata e não modificável, explicada por diferenças de natureza hormonal. A teoria de Hirschfeld, que foi um grande ativista, buscando veementemente a derrubada do Parágrafo 175 na Alemanha pré segunda guerra foi polemizada por Freud em seu livro Three Essays on the Theory of Sexuality (1905). A Terapia de Choques Elétricos foi aplicada por Ugo Cerletti a partir de 1938 para várias finalidades, incluído a tentativa de cura para a homossexualidade[178] utilizando o pressuposto de que se a homossexualidade tem explicações neuro-bioquímicas, então ela é curável. Na mesma linha, a lobotomia, desenvolvida por António Egas Moniz em 1935, também foi aplicada como tratamento da homossexualidade até 1979 na Alemanha.[179] No domínio das explicações psicológicas, há a constatação de que não é porque alguns fatos se mostraram verdadeiros para alguns indivíduos, eles o serão para todos os casos, ou seja, com tais construções de pensamento ocorre a prática de generalização indevida e precipitada, bem como adoção de procedimentos errados, inadequados e contraproducentes. Ainda dentro das explicações psicológicas, estudos iniciados por Harry Benjamin mostraram ao longo de décadas de estudos que o tratamento psiquiátrico é ineficaz para tratar ("curar") a transexualidade, por exemplo, servindo apenas como terapia de apoio.[180]

Uma crítica em relação a essas tentativas de explicação é o seu foco em explicar a homossexualidade e pouco se preocuparem em explicar a orientação sexual em geral, e a heterossexualidade em particular.[181][182]

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Direito, política, sociedade e sociologia

Legalidade

Direitos dos homossexuais pelo mundo:. Legal: ██ Casamento do mesmo sexo ██ União civil (ou coabitação não registrada) ██ Licenças de união internacionais reconhecidas ██ Não há uniões do mesmo sexo

Ilegal: ██ Penalidade mínima ██ Grande penalidade ██ Prisão perpétua ██ Pena de morte

A maioria das nações não impedem o sexo consensual entre pessoas não relacionadas acima da idade de consentimento local. Alguns países também reconhecem direitos, proteções e privilégios iguais para as estruturas da família de casais de mesmo sexo, inclusive o casamento. Alguns países delegam que todos os indivíduos limitem-se a relações heterossexuais, isto é, em algumas jurisdições, a atividade homossexual é ilegal. Infratores podem enfrentar a pena de morte em algumas áreas fundamentalistas muçulmanas, como o Irã e partes da Nigéria.[183][184] Há, no entanto, muitas vezes, diferenças significativas entre a política oficial e aplicação no mundo real.

Embora os atos homossexuais tenham sido descriminalizados na maior parte do mundo ocidental, como a Polônia em 1932, Dinamarca em 1933, na Suécia em 1944, e no Reino Unido em 1967, foi apenas em meados dos anos 1970 que a comunidade gay começou a alcançar direitos civis limitados em alguns países desenvolvidos. Um ponto de virada foi alcançado em 1973 quando a Associação Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, negando assim a definição prévia da homossexualidade como um transtorno mental clínico. Em 1977, Quebec tornou-se a primeira jurisdição estadual do mundo a proibir a discriminação em razão da orientação sexual. Durante os anos 1980 e 1990, os países mais desenvolvidos promulgaram leis que descriminalizaram a conduta homossexual e proibiram a discriminação contra gays e lésbicas no emprego, habitação e serviços. Entretanto, atualmente muitos países do Oriente Médio e da África, bem como vários países da Ásia, do Caribe e do Pacífico Sul ainda proíbem a homossexualidade. Em seis países, o comportamento homossexual é punido com prisão perpétua, em outros dez, com a pena de morte.[185]

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Em 2 de julho de 2009, a homossexualidade foi descriminalizada na Índia por uma decisão do Tribunal Superior do país.[186] No Brasil, em 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, por unanimidade, a união estável entre casais homossexuais. Desta forma, os mesmos direitos concedidos a casais heterossexuais também são válidos para as uniões homoafetivas, como pensões, heranças, aposentadorias e inclusão em planos de saúde.[187][188]

Antropologia

"Um preconceito comum a toda sociedade é a ideia de que os padrões de comportamento adotados correspondem a leis naturais." —Aldo Pereira.[189]

Estudos de antropologia têm constatado que muitos povos adotam hoje a homossexualidade como parte da formação juvenil. Numa famosa compilação efetuada em 1952, por exemplo, os pesquisadores Clellan S. Ford e Frank A. Beach apuraram que a homossexualidade era tida como aceitável e normal em 49 das 76 sociedades sobre as quais havia dados antropológicos a respeito.[189] Inclusive, em algumas delas, todos os homens a praticavam em alguma fase de sua vida.[189] Em algumas tribos da Nova Guiné (kerski, kiwai, kukukuku, marind-anim e outras) as primeiras experiências sexuais dos rapazes eram com homens mais velhos.[189] Tipicamente, o homem só adquiriria status para casar com uma mulher após na puberdade praticar coito anal passivo e mais tarde iniciar um rapaz mais novo.[189] E, ainda assim, mesmo depois de casados, muitos dos homens podiam continuar a ter relações homossexuais paralelas.[190] Por outro lado, a homossexualidade exclusiva, tanto em relação a homens e lésbicas, era desconhecida e incompreensível nessas sociedades.[190]

Além disso, existem formas institucionalizadas de homossexualidade entre diversos índios da América do Norte, em tribos africanas, da Oceania e da Sibéria.[190] Na tribo sudanesa dos bobo-nienequés, viúvas estéreis podiam comprar uma noiva e desposá-la na forma tradicional.[190] O status da noiva, por sua vez, até então inferior nessas tribos, melhorava consideravelmente com o papel de "marido" e mais ainda quando a "esposa" engravidava por meio de um amante do sexo masculino que todos fingiam ignorar.[190] Além disso, muitos povos indígenas norte-americanos permitiam que certos homossexuais exclusivos assumissem o papel de bardoche (nas tribos da nação sioux) ou alyha (tribos mojaves), e estes homossexuais usavam trajes femininos, assumiam tarefas e status de mulher e tinham permissão de conviver com um "marido", além de praticarem coito anal passivo.[190] Muitos antropólogos afirmam que a homossexualidade, no entanto, não seria amplamente comum e aceitável somente em tribos "selvagens" e prova disso é sua aceitação e expansão durante a civilizada Grécia antiga.[190]

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Ativismo político

Protestos à favor dos direitos dos homossexuais em Nova Iorque, em 1976.

Desde 1960, muitas pessoas LGBT no Ocidente, particularmente aquelas em áreas metropolitanas, desenvolveram a chamada "cultura gay". Essa cultura é exemplificada pelo movimento do orgulho gay, com desfiles anuais e exibições de bandeiras arco-íris.[191][192] No entanto, nem todas as pessoas LGBT optam por participar da "cultura gay", sendo que muitos homens e mulheres gays se recusam a fazê-lo. Para alguns, esse tipo de movimento perpetua estereótipos gays. Para outros, a cultura gay representa a heterofobia e é desprezada por alargar o fosso entre pessoas gays e não-gays.[193]

Com a eclosão da AIDS no início dos anos 1980, muitos grupos e entidades LGBT organizaram campanhas para promover esforços na educação sobre a AIDS, prevenção, pesquisa, apoio a pacientes e extensão à comunidade, bem como para exigir no apoio do governo para esses programas.[194]

O número desconcertante de mortos no início da epidemia de AIDS pareceu retardar o progresso do movimento dos direitos dos homossexuais, mas com o tempo algumas partes da comunidade LGBT foram reanimadas com o serviço da comunidade e a ação política e desafiaram a comunidade heterossexual para responder com compaixão. Filmes de grandes estúdios estadunidenses que, a partir deste período, dramatizaram a resposta de indivíduos e de comunidades para a crise da AIDS incluem uma An Early Frost (1985), Longtime Companion (1990) e Filadélfia (1993).[194]

Protesto à favor dos direitos LGBT em frente ao Congresso Nacional do Brasil.

Vários políticos declaradamente gays têm conquistado cargos de governo, mesmo em países que tinham leis contra a sodomia em seu passado recente. Exemplos incluem Guido Westerwelle, Vice-Chanceler da Alemanha, Peter Mandelson, membro do Partido Trabalhista britânico e Per-Kristian Foss, ex-ministro norueguês das finanças.[195] Muitos outros políticos e ativistas são ou foram declaradamente

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homossexuais, entre os quais se destacam Clodovil Hernandes (deputado federal, o primeiro gay declarado no Congresso Nacional do Brasil),[196] Glen Murray (ex-prefeito de Winnipeg, pioneiro em cidades com mais de 500 mil habitantes),[197] Jean Wyllys (deputado federal pelo PSOL, com mandato a partir de fevereiro de 2011),[198] Klaus Wowereit (ex-prefeito de Berlim),[199] Ole von Beust (prefeito de Hamburgo),[200] Bertrand Delanoë (prefeito de Paris),[201][202] Jerónimo Saavedra (prefeito de Las Palmas de Gran Canaria e ex-governador das Ilhas Canárias),[203] e Jóhanna Sigurðardóttir (primeira-ministra da Islândia, primeira chefe de governo abertamente homossexual desde o fim da antiguidade).[204][205][206] Existe também o célebre caso de Harvey Milk, pioneiro na luta pelo reconhecimento dos direitos civis dos homossexuais nos Estados Unidos,[207] cuja história foi retratada no filme Milk (2008), de Gus Van Sant.

Entretanto, os movimentos LGBT sofrem oposição de uma variedade de indivíduos e organizações civis. Alguns conservadores sociais acreditam que todas as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo minam a família tradicional e que as crianças devem ser criadas em lares com pai e mãe.[208][209] Alguns críticos têm a preocupação de que o aprofundamento dos direitos dos homossexuais pode entrar em conflito com a liberdade de expressão individual,[210][211][212][213][214] a liberdade religiosa no local de trabalho,[215][216] a capacidade de liderar igrejas,[217] organizações de caridade[218][219] e outras organizações religiosas,[220] de acordo com o próprio ponto de vista religioso e que a aceitação das relações homossexuais por organizações religiosas pode ser forçada através de ameaças de retirada do estatuto de isenção fiscal de igrejas cujas opiniões não se alinham com as do governo.[221][222][223][224]

Relacionamentos

Em 2006 a Associação Americana de Psicologia, Associação Americana de Psiquiatria e a Associação Nacional de Assistentes Sociais afirmou, em um amicus curiae apresentado à Suprema Corte do Estado da Califórnia: "Gays e lésbicas formam relacionamentos estáveis e comprometidos que são equivalentes aos relacionamentos heterossexuais em aspectos essenciais. A instituição do casamento oferece benefícios sociais, psicológicos e de saúde que são negados aos casais do mesmo sexo. Ao negar a casais do mesmo sexo o direito de casar, o Estado reforça e perpetua o estigma historicamente ligado ao homossexualismo. A homossexualidade continua a ser estigmatizada e esse estigma tem consequências negativas. A proibição do casamento para casais do mesmo sexo na Califórnia reflete e reforça o estigma". Eles concluíram: "Não há base científica para a distinção entre casais do mesmo sexo e casais heterossexuais no que diz respeito aos direitos legais, obrigações, vantagens e encargos conferidos pelo casamento civil."[91]

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Parentalidade

Estatuto jurídico da adoção por casais do mesmo sexo em todo o mundo. ██ Adoção por homossexuais é legal ██ Adoção de enteados ██ Sem dados/Ambíguo ou ilegal

Embora às vezes seja afirmado em debates políticos que casais heterossexuais são pais inerentemente melhores do que casais do mesmo sexo, ou que os filhos de pais homossexuais fiquem piores do que crianças criadas por pais heterossexuais, estas afirmações não encontram qualquer suporte na literatura de pesquisa científica.[91][225][226][227] Na verdade, a promoção deste conceito, e as leis e políticas públicas que encarnam, são claramente contraproducentes para o bem-estar das crianças.[226] O gênero do pai ou da mãe não é um fator de ajuste para uma criança. A orientação sexual de um indivíduo não determina se essa pessoa será, ou não, um bom pai. Crianças criadas por pais gays ou lésbicas são, normalmente, tão saudáveis, bem sucedidas e bem ajustadas quanto crianças criadas por pais heterossexuais. A pesquisa que corrobora essa conclusão é aceita inclusive além de qualquer debate sério no campo da psicologia do desenvolvimento.[228]

Declarações das principais associações de especialistas nesta área refletem o consenso profissional de que crianças criadas por pais gays ou lésbicas não diferem, em aspectos importantes, de crianças criadas por pais heterossexuais. Não existe qualquer pesquisa credível empírica que sugira o contrário.[91] Se os pais gays, lésbicas ou bissexuais fossem inerentemente menos capazes de criar uma criança do que pais heterossexuais, seus filhos iriam evidenciar problemas, independentemente do tipo de amostra, e este padrão, claramente, não tem sido observado. Tendo em conta as falhas consistentes esta literatura de pesquisa para refutar a hipótese nula, o ónus da prova empírica é sobre aqueles que argumentam que os filhos de pais de minoria sexual se saem pior do que os filhos de pais heterossexuais.[229]

Serviço militar

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██ Homossexuais são aceitos nas forças armadas ██ Banido do serviço militar/homossexualidade ilegal em geral. ██ Sem dados.

As políticas e atitudes em relação à gays e lésbicas militares variam muito ao redor do mundo. Alguns países permitem que pessoas gays, lésbicas e bissexuais sirvam abertamente e lhes concedem os mesmos direitos e privilégios que os seus colegas heterossexuais. Muitos países nem proíbem nem apóiam que pessoas LGBT sirvam às forças armadas.[230]

Na maioria das forças militares ocidentais foram removidas as políticas de exclusão de membros de minorias sexuais. Dos 26 países que participam da OTAN, mais de 20 permitem que pessoas abertamente gays, lésbicas e bissexuais sirvam. Dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dois (Reino Unido e França[230]) aceitam pessoas LGB nas forças armadas. Os outros três, geralmente, não: a China proíbe gays e lésbicas abertamente, a Rússia exclui todos os gays e lésbicas em tempo de paz, mas permite que alguns gays sirvam em tempos de guerra[231] e os Estados Unidos (ver Don't Ask, Don't Tell) tecnicamente permite que pessoas gays e lésbicas sirvam, mas apenas em segredo e celibato.[232] Em 22 de dezembro de 2010, no entanto, Obama assinou uma lei de revogação da política de Don't ask, don't tell.[233][234] Israel é o único país do Oriente Médio que permite que pessoas abertamente LGB sirvam nas forças armadas.[235]

Países como a Alemanha não possuem legislação impeditiva, mas requerem avaliação médica para aferir se a orientação sexual do recruta poderá interferir no seu desempenho militar.[236] A Bélgica, o Canadá, a Dinamarca, a Espanha, a França, a Holanda (desde os anos 70), e a Noruega, de uma forma ou de outra, não permitem a discriminação e aceitam homossexuais.[236] Na Grécia atual, o militar homossexual é automaticamente desligado das Forças Armadas se sua sexualidade tornar-se pública, enquanto que na Hungria a recomendação é não aceitar a homossexualidade e na Itália é considerada inadequada ao serviço militar.[236] Em Luxemburgo, por sua vez, os homossexuais não são permitidos nas Forças Armadas.[236] Na Turquia, ela é explicitamente proibida, na Polônia é considerada uma desordem de personalidade.[236] Em Portugal, geralmente os homossexuais são considerados como tendo perfil psicofísico inadequado ao serviço militar, enquanto que no Reino Unido ela é incompatível, embora a opção sexual é assunto privado.[236] A República Tcheca, por sua vez, não possui oficialmente nenhuma política de discriminação.[236] Na América Latina, nos últimos 30 anos têm acontecido debates políticos e civis sobre o tema, a fim de se chegar a acordos, sobretudo no Chile,

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na Bolívia e na Argentina. No Brasil, os homossexuais são aceitos nas forças armadas, mas não raro se queixam de preconceitos entre seus próprios colegas de corporação.[237]

Segundo a Associação Americana de Psicologia, não existe qualquer evidência empírica de que a orientação sexual seja pertinente a qualquer aspecto da eficácia militar, incluindo a coesão da unidade, moral, recrutamento e retenção.[238] A orientação sexual é irrelevante para a coesão de tarefa, o único tipo de coesão que prevê criticamente prontidão militar da equipe e sucesso.[239]

Religião

Nem todas as religiões reprovam explicitamente a homossexualidade; algumas meramente omitem considerações a respeito.[240] Ao longo da história, o amor e o sexo entre homossexuais (especialmente homens) eram tolerados e também instituídos em rituais religiosos da Babilônia e Canaã, além de serem enaltecidos na religião da Grécia antiga;[240] historiadores confirmam que há indícios de que os exércitos de Tebas e de Esparta possuíam unidades formadas por pares de amantes homossexuais, que às vezes oficiavam sacrifícios a Eros, deus do amor, antes de se engajarem em combate.[241] Além disso, a mitologia grega é rica fonte de histórias de amor e sexo entre figuras do mesmo sexo. Os antigos judeus, no entanto, perseguiam homossexuais e com a expansão do Cristianismo, continuaram outras perseguições a práticas homossexuais.[242] Quando o cristianismo se oficializou no Império Romano com a ascensão de Constantino, historiadores escrevem que a homossexualidade era uma ameaça institucional; uma das razões dessas perseguições antigas seria o da condição de sobrevivência e expansão por meio da defesa da procriação através da família.[243] A posição oficial da Igreja quanto a homossexualidade racionalizou-se com os escritos de Santo Agostinho, para quem os órgãos reprodutivos tinham a finalidade natural de procriação e em nenhuma hipótese poderiam ser usadas para outra forma de prazer, sendo a homossexualidade, segundo ele, uma perversão da mesma categoria que seria a masturbação, o coito anal, o coito oral e a zoofilia.[244] A homossexualidade continua a ser reprovada pela maior parte das tradições cristãs pelo mundo.[244]

Embora a relação entre a homossexualidade e a religião possa variar muito através da época e do lugar, dentro e entre diferentes religiões e seitas e sobre as diferentes formas de homossexualidade e bissexualidade, as atuais lideranças e doutrinas das três grandes religiões de tradição judaica, em geral, veem a homossexualidade de forma negativa. Isto pode variar do desencorajamento silencioso da atividade homossexual, até a proibição expressa de práticas sexuais entre adeptos do mesmo sexo e uma forte oposição a aceitação social da homossexualidade. Algumas ensinam que a orientação homossexual é um pecado em si,[245] enquanto outros afirmam que apenas o ato sexual é um pecado. Algumas religiões afirmam que a homossexualidade pode ser superada através da fé e da prática religiosa.[246]

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Algumas igrejas, como a Associação Unitária Universalista, são defensoras dos direitos dos homossexuais.

Por outro lado, existem vozes dentro de muitas religiões que veem a homossexualidade de forma mais positiva, liberal e algumas confissões religiosas abençoam uniões do mesmo sexo. Alguns veem o amor e a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo como sagrada e que mitologias sobre o amor homossexual podem ser encontradas ao redor do mundo.[247][248][249] Independentemente da sua posição sobre a homossexualidade, muitas pessoas de fé, olham para os textos sagrados e para a tradição como guias sobre este tema. No entanto, a autoridade de várias tradições ou passagens das escrituras sagradas e da exatidão das traduções e interpretações são avidamente disputadas.[246]

Outras religiões, particulamente orientais, não discutem a sexualidade em geral, e isso inclui a homossexualidade; focam-se em outros assuntos que lhe são mais importantes e sagrados, como o budismo (que possui uma grande comunidade gay)[250] e o Confucionismo,[251][252][253] embora isso dependa das tradições de cada uma e o Budismo em particular ensine a não viver nenhum tipo de prática mundana.[254] Religiões antigas como o Hinduísmo tem várias tradições que se posicionam de diversas formas sobre a homossexualidade; de forma geral os hindus consideram-na uma das diversas formas do amor, embora o Código de Manu contenha em certas passagens afirmações de que é um crime punível.[255][256] O Espiritismo, por sua vez, mostrando influência de outras tradições religiosas, crê que o espírito humano não tem sexo e que um mesmo espírito pode em outras reencarnações habitar o corpo ora de um homem ora de uma mulher, embora também frise que a homossexualidade é uma escolha entre tantas as outras do livre arbítrio e que os homossexuais podem deixar de sê-los.[257][258] Novos movimentos neopagãos como a Wicca aceitam a homossexualidade e embora algumas de suas figuras históricas, como Gerald Gardner, terem sido contra suas práticas,[259] outras não menos famosas como Alex Sanders e Eddie Buczynski eram abertamente homossexuais ou bissexuais.[260][261]

Nas artes

São Sebastião, por Carlo Saraceni (c1610-15). A imagem de Sebastião espetado por arcos tem sido descrita como homoerótica.[262]

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A terminologia inglesa tem consagrado termos como gay studies, lesbian studies e queer theory, que pretendem estudar as correlações entre a homossexualidade e produções artísticas da pintura, literatura e afins, estendendo o seu campo de análise a outras formas de expressão artística como a sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a medicina, o direito, a filosofia, etc.[263] Outros termos, como "homocultura" e "homoerotismo", também foram criados e são usados em campos acadêmicos.[264] Em questão artístico-estética, temos a frase de Thomas Mann no ensaio "Über die Ehe" ("Do Casamento") de 1925, onde ele afirma que o homorotismo é estético, enquanto a heterossexualidade é prosaica.[265]

Na literatura, destaca-se Oscar Wilde, condenado à prisão com trabalhos forçados acusado de sodomia depois de seu relacionamento com o Lord Alfred Douglas (com cerca de 20 anos), e que em seu tribunal disse viver "o amor que não ousa dizer o nome"; perguntado no tribunal que amor era este, respondeu:

"O amor que não ousa dizer seu nome é o grande afeto de um homem mais velho por um jovem como aconteceu entre David e Jônatas, e aquele de que Platão fez a base de toda a sua filosofia, é aquele amor que se encontra nos sonetos de Michelangelo e de Shakespeare. É aquela profunda afeição que é tão pura quanto perfeita. Ele inspira e perpassa grandes obras de arte, como as de Shakespeare e Michelangelo [...] Neste nosso século é mal-compreendido, tão mal-compreendido que é descrito como o amor que não ousa dizer seu nome, e, por causa disso, estou aqui onde estou. Ele é belo, é refinado, é a mais nobre forma de afeto. Nele, nada há de anti-natural. É intelectual e sempre existiu entre um homem mais velho e um rapaz, quando o mais velho tem o intelecto e o mais jovem tem toda a alegria, esperança e charme da vida diante de si. Assim deveria ser, mas o mundo não compreende. O mundo zomba dele e algumas vezes põe por ele alguém no pelourinho."[34]

Henri Toulouse-Lautrec (1864-1901): As Duas Amantes, c.1894-5.

Os acadêmicos também têm estudado obras mais antigas; como a dos poetas latinos Catulo, Tibulo, e Propércio, que escreviam versos sobre as experiências pessoais homossexuais que tinham,[266] e as canções da poetiza Safo da Grécia antiga, muitas vezes endereçadas à outras mulheres.[267] Na literatura brasileira, destaca-se a obra Bom Crioulo (1895), de Adolfo Caminha, considerado "primeiro romance homossexual na história da literatura ocidental",[34] como também escritos homoeróticos de Raul Pompéia, Álvares de Azevedo, Olavo Bilac, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, João Silvério Trevisan, Lygia Fagundes Telles, etc.[34] No poema "Rapto", Drummond denomina a homossexualidade "outra forma de amar no acerbo amor".[34] Machado de Assis—mostrando inovação e

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audácia no cenário literário de seu tempo—escreveu contos como "D. Benedita" de Papéis Avulsos e "Pílades e Orestes", em que existe uma temática lésbica e gay, respectivamente.[268][269] Além disso, alguns consideram que o Bentinho do romance Dom Casmurro (1899) era apaixonado por seu amigo Escobar, e não (ou também por) Capitu.[270][271] Na literatura portuguesa, temos os nomes de Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Antônio Botto (que morou e faleceu no Rio de Janeiro) e Al Berto; Pessoa, por exemplo, sob o heterônimo de Álvaro de Campos, escrevia: "Eu, que tenho o piscar de olhos do moço do frete" ("Poema em linha reta").[34] Em outras literaturas, destacam-se os sonetos de Shakespeare, Walt Whitman, Christopher Marlowe, Virginia Woolf, Arthur Rimbaud, Marcel Proust, André Gide, Michel Foucault, Roland Barthes e outros.[34]

Nas artes visuais, destacam-se a arte da Grécia antiga, onde vemos uma preferição pelo corpo masculino nu,[272] os renascentistas Leonardo da Vinci e Michelangelo,[34][273] e artistas do Maneirismo e Barroco dos séculos 16 e 17, como Agnolo Bronzino, Carlo Saraceni e Caravaggio, cujas obras foram severamente criticadas pela Igreja Católica,[274] além do século XIX pintores como Thomas Eakins, Eugène Jansson, Henry Scott Tuke, Aubrey Beardsley e Magnus Enckell terem retomado histórias homoeróticas da mitologia grega como a de Narciso, Jacinto, Ganímedes e outros.[272] Na modernidade, artistas como Paul Cadmus e Gilbert & George, além de fotógrafos como Wilhelm von Gloeden, David Hockney, Will McBride, Robert Mapplethorpe, Pierre et Gilles, Bernard Faucon e Anthony Goicolea, também contribuíram muito para a arte homoerótica.

Heterossexismo e homofobia

Em muitas culturas, as pessoas homossexuais são frequentemente passíveis de preconceito e discriminação. Como membros de muitos outros grupos minoritários que são objetos de preconceito, elas também estão sujeitas a estereótipos, o que acrescenta à marginalização. O preconceito, discriminação e os estereótipos são as prováveis formas de homofobia e heterossexismo, que são as atitudes negativas, preconceitos e discriminações em favor de relacionamentos e da sexualidade entre pessoas de sexo oposto. O heterossexismo pode incluir a presunção de que toda pessoa é heterossexual ou que os relacionamentos e atrações entre pessoas de sexo oposto seja a norma e, portanto, superior. A homofobia é o medo, aversão ou discriminação contra homossexuais. Ela se manifesta de formas diferentes e um número de diferentes tipos de comportamentos homofóbicos têm sido registrados, dentre os quais são internalizados a homofobia, a homofobia social, a homofobia emocional, homofobia racional e outros.[275] Outro comportamento semelhante é a lesbofobia (cujo principal alvo são as lésbicas) e a bifobia (contra pessoas bissexuais). Quando tais atitudes se manifestam como crimes muitas vezes são chamadas de crimes de ódio e ataques contra homossexuais.[276][277]

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Protesto contra a homofobia em 2009 em São Paulo.

Existem vários estereótipos negativos que caracterizam as pessoas LGB como menos estáveis romanticamente, mais promíscuas e mais propensas a abusar sexualmente de crianças, mas não há qualquer base científica para tais afirmações. Os gays e as lésbicas formam um relacionamento estável e comprometido que são equivalentes aos relacionamentos heterossexuais em aspectos essenciais.[91] A orientação sexual não afeta a probabilidade de que essas pessoas vão abusar de crianças.[278][279] Afirmações de que há provas científicas que apoiam uma associação entre homossexualidade e pedofilia são baseadas em mau uso desses termos e em uma deturpação da prova real.[278]

Muitas pessoas homossexuais escondem seus sentimentos e atividades por medo de reprovação ou de violência por parte da sociedade; a expressão mais comum usada para pessoas nesta situação é "no armário". Já quando pessoas homossexuais ou bissexuais resolvem divulgar sua orientação sexual para seus amigos e familiares, a expressão mais comum é "sair do armário". Os esforços para a emancipação da homossexualidade, como ela é compreendida atualmente, começaram na década de 1860, porém desde meados da década de 1950 tem havido uma tendência de aceleração no sentido de uma maior visibilidade, aceitação e criação de direitos civis para os gays, lésbicas e bissexuais. No entanto, o heterossexismo e a homofobia ainda persistem na sociedade, o que torna difícil para as pessoas, e principalmente para os jovens homossexuais, se sociabilizarem com os outros, podendo resultar, em alguns casos, no suicídio.[280] Atualmente os adjetivos mais comuns em uso são "gay",[281] para os homens homossexuais, e "lésbica",[282] para as mulheres homossexuais, embora alguns prefiram outros termos ou nenhum.

Violência contra pessoas LGBT

Nos Estados Unidos, o FBI informou que 17,6% dos crimes de ódio relatados à polícia em 2008, basearam-se em vista a orientação sexual. 57,5% destes ataques foram contra homens gays.[283] O assassinato, em 1998, de Matthew Shepard, um estudante gay, é um dos incidentes mais notórios dos Estados Unidos.[284]

Em 2009, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), 198 pessoas foram mortas por motivos homofóbicos no Brasil.[285] Em 2010, jovens homossexuais foram agredidos na Avenida Paulista, em São Paulo.[286]

Em animais

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Roy e Silo são dois pinguins-de-barbicha machos do Zoológico do Central Parque em Nova Iorque, semelhantes aos da fotografia, famosos por sua relação homossexual.

O comportamento homossexual em animais refere-se à evidência documentada de homossexuais, bissexuais e transgêneros no comportamento dos animais não-humanos. Tais comportamentos incluem sexo, namoro, afetividade, união monógama e parentalidade. O comportamento homossexual ou bissexual é difundido no reino animal: a pesquisa de 1999 feita pelo pesquisador Bruce Bagemihl mostra que o comportamento homossexual foi observado em cerca de 1500 espécies, variando de primatas para vermes intestinais e é bem documentada em 500 deles.[3][4]

Machos de pato-real se relacionando, em Mallard, 2008.

O comportamento animal sexual toma muitas formas diferentes, mesmo dentro da mesma espécie. As motivações e implicações para estes comportamentos têm ainda de ser totalmente compreendidas, uma vez que a maioria das espécies ainda não foram totalmente estudadas.[287] Pesquisas atuais indicam que várias formas de comportamento sexual homossexual são encontradas em todo o reino animal.[288] Uma nova análise de pesquisas existentes, feita em 2009, mostrou que o comportamento homossexual é um fenômeno quase universal no reino animal, comum em várias espécies.[289]

O comportamento homossexual em animais é visto tanto como um argumento a favor como contra a aceitação da homossexualidade em seres humanos e tem sido usado, principalmente, contra a alegação de que é um peccatum contra naturam ('pecado contra a natureza").[290] Por exemplo, a homossexualidade nos animais foi citada em uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no caso Lawrence v. Texas, que derrubou as leis de sodomia de 14 estados do país.[291]

A possibilidade da sexualidade animal ter implicações lógicas, éticas ou morais na sexualidade humana, também é uma fonte de debates.[292][293][294] Alguns pesquisadores interpretam o comportamento homossexual em animais (e em seres humanos também) como mecanismo de seleção evolutiva para conter o aumento excessivo de populações.[295] Um estudo publicado pelo periódico Trends in Ecology and Evolution

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concluiu a importância do comportamento homossexual para a evolução de muitas espécies animais, como entre as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí, que se unem a outras fêmeas para criar os filhotes, especialmente na escassez de machos, tendo mais sucesso que as fêmeas solteiras. O estudo conclui que a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes maneiras ao longo da evolução.[296]

Notas

1. ↑ Embora o termo 'homossexualismo', definido pelo Dicionário da Porto Editora como "prática de atos sexuais" (ver verbete online), conste de obras antigas do português europeu, não é utilizado atualmente nesta variante do idioma. Já no português brasileiro o termo costuma ser utilizado com alguma frequência, embora existam autores e grupos que manifestaram sua oposição à utilização do termo (ver seção #Etimologia e uso).

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orientação sexual." (p. 33) Also: "…a prevalência da homossexualidade masculina (em especial atração pelo mesmo sexo), varia ao longo do tempo e através das sociedades (e, portanto, é um "movimento alvo"), em parte por causa de dois efeitos: (1) variações na taxa de fertilidade ou o tamanho da família; e (2) o efeito da ordem de nascimento fraternal. Assim, mesmo se medido com precisão de um país ao mesmo tempo, a taxa de homossexualidade masculina está sujeita a alterações e não é generalizável ao longo do tempo ou através de sociedades." (p. 33)

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Disfunção erétil A disfunção erétil (AO 1945: eréctil) é a incapacidade de manter o pênis ereto para uma satisfatória relação sexual). A partir do final da década de 1990, o surgimento de novos medicamentos para tratar essa disfunção (bem como as intensas campanhas publicitárias que os acompanharam) aumentou a atenção sobre o tema.

O termo impotência sexual ou o termo latino impotentia coeundi descrevia simplesmente a inabilidade para inserir o pênis na vagina. Este termo, está em desuso, sendo substituído por disfunção erétil.

Índice

• 1 Causas da Disfunção Erétil o 1.1 Causas Físicas o 1.2 Fatores Relacionados com o Estilo de Vida o 1.3 Tratamentos o 1.4 Psicologia

• 2 Referência Externa • 3 Referências

Causas da Disfunção Erétil

A disfunção erétil pode ter origem em diversos fatores, sejam eles físicos ou psicológicos. Muitas vezes é uma combinação de ambos.

Causas Físicas

• Cirurgia: Intervenções cirúrgicas do intestino grosso, do reto ou da próstata e tratamentos de radioterapia na área pélvica podem danificar os nervos e os vasos sanguíneos e causar problemas de disfunção erétil (hello).

• Problemas Vasculares: A arteriosclerose (endurecimento das artérias), derrame cerebral, fumo, hipertensão, problemas cardíacos e colesterol elevado são fatores que afetam a entrada e a saída do fluxo de sangue do pênis. A doença vascular é geralmente a causa mais comum da disfunção erétil.

• Doenças Nervosas: Os problemas neurológicos incluem: lesão da medula espinhal, esclerose múltipla e degeneração dos nervos, derivados do diabetes ou do excesso de álcool.

• Diabetes: O diabetes pode causar lesão dos nervos (neuropatia) e dos vasos sanguíneos (arteriosclerose) que levam o fluxo sanguíneo ao pênis. Dois em cada três homens com diabetes podem sofrer de disfunção erétil.

• Doenças Crônicas: Ao ser diagnosticada uma doença crônica o seu médico pode esclarecer se esse problema pode afetar a saúde sexual.

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• Problemas Hormonais: Baixos níveis de hormônio podem causar disfunção erétil.

• Efeitos Secundários dos Medicamentos: Existe uma vasta gama de medicamentos que podem originar problemas de disfunção erétil. O médico pode esclarecer sobre os possíveis efeitos secundários da medicação prescrita e quais as possíveis alternativas. Um dos exemplos são os remédios contra a queda de cabelo.

Fatores Relacionados com o Estilo de Vida

• Álcool:O consumo de bebidas alcoólicas pode reduzir imediatamente a capacidade de manter uma ereção satisfatória. A longo prazo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar desequilíbrios hormonais constantemente.

• Fumo: O uso abundante e/ou por um grande período de cigarros, charutos, etc., pode levar o usuário à disfunção erétil. Segundo o Dr. Carlos Manuel de Carvalho (Vida Integral, maio de 1992, pág. 18), com base em publicações internacionais, o fumo é a principal causa de disfunção erétil. Isso ocorre pela diminuição da pressão sangüínea na região peniana.

Tratamentos

O tratamento para disfunção erétil é individualizado de acordo com a causa apresentada pelo indivíduo - se de origem psicológica ou resultante de uma disfunção orgânica. Entre as opções disponíveis temos:

• Medicamentos Orais: Os inibidores da fosfodiesterase 5 (PDE5) são uma classe de medicamentos orais (ex.: Viagra®, Cialis®). Apresentam-se como terapêuticos de primeira linha e uma possibilidade relativamente nova para o tratamento da disfunção erétil.

• Aconselhamento Sexual / Terapia Sexual: Consultas com um psicólogo ou psiquiatra podem ajudar a identificar, a compreender e a lidar com os problemas sexuais, bem como aprender a controlar as situações de estresse durante o ato sexual, a aumentar os estímulos e focar a atenção no prazer e na intimidade do casal.

• Autoinjeção Peniana: Medicamento que ao ser injetado pelo doente na parte lateral do pênis, antes da atividade sexual, vai aumentar o fluxo sanguíneo no membro e permitir sua ereção.

• Terapia Intra-uretral: Cápsula de um medicamento que ao ser inserida na uretra aumenta o fluxo sanguíneo.

• Prótese Peniana: A colocação de prótese peniana é sugerida ao doente quando nenhum dos outros tratamentos foi bem sucedido. É mais indicada para disfunção erétil de fundo orgânico, como diabetes, quando medicamentos orais ou injetáveis não são eficazes. A prótese peniana é um dispositivo inserido no

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pênis através de cirurgia. Estas próteses são constituídas de dois cilindros sintéticos que são colocados dentro dos tubos naturais que o pênis tem e que são conhecidos como corpos cavernosos de tal forma a ocupar 70% do espaço nestes corpos. Resta portanto, às mesmas artérias, que antes precisavam encher de sangue todo o cilindro cavernoso, o trabalho de preencher tão somente 30% do mesmo, tornando a ereção facilitada.

Psicologia

O objetivo da psicologia é ajudar o paciente a lidar com a frustração e encontrar as causas psicológicas da disfunção erétil.

Referência Externa

• Portal da Sexualidade

Referências

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Orgasmo O orgasmo é a conclusão do ciclo de resposta sexual que corresponde ao momento de maior prazer sexual. Pode ser experimentado por ambos os sexos, dura apenas poucos segundos e é sentido durante o ato sexual ou a masturbação. O orgasmo pode ser detectado com a ejaculação na maioria das espécies de mamíferos masculinos. Por outro lado, na espécie humana, o orgasmo masculino, por exemplo, nem sempre está acompanhado de ejaculação, podendo ocorrer o orgasmo sem ejaculação, como podemos observar nos cânones taoistas na China (In Chang, 1979 [1].

O orgasmo é uma das fases da resposta sexual, como descrita por Masters e Johnson. Caracteriza-se por intenso prazer físico mediado pelo sistema nervoso autônomo[2], acompanhado por ciclos de rápidas contrações musculares nos músculos pélvicos, que rodeiam os órgãos sexuais e o ânus, sendo frequentemente associados a outras acções involuntárias, como espasmos musculares em outras partes do corpo e uma sensação geral de euforia. Sua ausência é denominada anorgasmia. Além desta definição, temos o orgasmo como um potente estado alterado de consciência e ainda temos o para-orgasmo como sendo "o estado existencial de autorealização e prazer de viver intraduzível em palavras e geralmente vivenciado a partir de curtos momentos, ou momentos de pico.

No sentido estrito, apresenta-se como um pico rápido de excitação seguido ou não de ejaculação e com rápida queda na sensação de prazer. Uma vez que os órgãos sexuais têm a mesma origem embriológica em ambos os sexos, a sensação é equivalente para homens e mulheres, podendo haver um período refratário à estimulação direta após o orgasmo. Nas mulheres, as contrações musculares causam expulsão de líquido através da vagina, caracterizando a ejaculação feminina. É um período de grande relaxamento e queda da pressão arterial, devido à liberação da prolactina.[3] Há também redução temporária das atividades do córtex cerebral.[4] No sentido amplo, o orgasmo, pelo menos na espécie humana, traduz a capacidade de amar, de entrega ao amor e ao prazer, sendo uma atitude de cunho não neurótico que, temporariamente, anula os sintomas básicos da neurose a partir da liberação da energia ou orgônio sexual ou libido (Reich, W. A Função do Orgasmo).

Índice

• 1 Conseguir orgasmo o 1.1 Orgasmos múltiplos o 1.2 Orgasmo espontâneo o 1.3 Orgasmo vaginal o 1.4 Orgasmo anal o 1.5 Orgasmo mamário o 1.6 Orgasmo seco o 1.7 Orgasmo simultâneo

• 2 Função evolutiva dos orgasmos • 3 Dia do Orgasmo • 4 Referências • 5 Ver também

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• 6 Ligações externas

Conseguir orgasmo

O orgasmo é atingido após a estimulação direta ou indireta do pênis ou do clitóris. Esta estimulação pode ser causada pela atividade sexual, masturbação, sexo oral, sexo não penetrativo, vibrador, ou por eletroestimulação. Qualquer estimulação sexual do pênis ou clitóris pode eventualmente resultar em um orgasmo, mas este também pode ser atingido pela estimulação de outras zonas erógenas, na ausência de estimulação física, pode-se chegar ao orgasmo através de estimulação psicológica (como na polução noturna).

Orgasmos múltiplos

Orgasmos múltiplos ocorrem em alguns casos em que a mulher não tem um período refratário, ou ele é muito curto e experimenta-se um segundo orgasmo logo após o primeiro; algumas mulheres podem até ter uma sequência de orgasmos consecutivos. Para algumas mulheres, o clitóris e os mamilos ficam muito sensíveis após o clímax, ocasionando que estimulações adicionais possam ser dolorosas. Inspirações profundas, respiração rápida e continuação da estimulação podem ajudar a diminuir esta excitação.[5].[6]

Muitos homens que começaram a se masturbar ou tiveram atividade sexual antes da puberdade relatam terem sido capazes de ter múltiplos orgasmos sem ejacular. Jovens crianças do sexo masculino são capazes de ter múltiplos orgasmos devido à falta de período refratário. Um estudo sugere que o orgasmo antes da puberdade dos homens é similar ao orgasmo feminino, podendo refletir alterações hormonais durante a puberdade com influência sobre as características do orgasmo masculino. [7]

Orgasmo espontâneo

O orgasmo pode ser espontâneo, parecendo que ocorrem sem haver prévia estimulação direta. Os primeiros relatos deste tipo de orgasmo provêm de pessoas que tiveram lesões da medula espinal (SCI). Embora a SCI muitas vezes leve à perda de certas sensações e a alterações da auto-percepção, uma pessoa com esta perturbação pode não estar privada de sexualidade, como estimulações sexuais e desejos eróticos.

Também se discute que algumas determinadas drogas antidepressoras podem provocar o orgasmo espontâneo como um efeito colateral.[8]

Orgasmo vaginal

O "teoria dos dois orgasmos" (a crença de que no sexo feminino há um orgasmo vaginal e um orgasmo clitoriano), foi criticada por feministas, como Ellen Ross e Rayna Rapp como uma "clara percepção masculina do corpo feminino".[9] O conceito de orgasmo de natureza vaginal foi postulada pela primeira vez por Sigmund Freud. Em 1905, Freud

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argumentou que o orgasmo clitoriano era um fenômeno que ocorria em adolescentes, e após atingir a puberdade a resposta adequada das mulheres maduras mudava para o orgasmo vaginal. Embora Freud não tenha fornecido quaisquer provas para esta suposição básica, as consequências dessa teoria foram muito elaboradas, em parte porque muitas mulheres se sentiram inadequadas quando elas não conseguiam atingir orgasmo através da relação vaginal que envolveu pouca ou nenhuma estimulação clitoriana.

Em 1966, Masters e Johnson publicaram um trabalho de investigação sobre as fases de estimulação sexual. Seu trabalho incluiu homens e mulheres, e ao contrário de Alfred Kinsey anteriormente (em 1948 e 1953), havia tentado determinar as fases fisiológicas que ocorriam antes e depois do orgasmo.[10] Masters e Johnson corroboraram a ideia de que o orgasmo vaginal e clitoriano correspondem ao mesmo processo e argumentaram que a estimulação clitoriana é a principal fonte dos orgasmos.

Anatomicamente o pênis e o clitóris têm prolongamentos internos, [11] dificultando a distinção entre o orgasmo clitoriano e vaginal.

A urologista australiana Helen O'Connell, utilizando técnicas de ressonância magnética, notou que existe uma relação entre o crus clitoris (crura, pernas ou raízes do clitóris) e o tecido eréctil do bulbo clitoriano. [12] Ela afirma que esta relação de interligação é a explicação fisiológica para o Ponto G e a experiência do orgasmo vaginal, tendo em vista que há a estimulação das partes internas do clitóris durante a penetração da vagina.[13]

Orgasmo anal

O orgasmo anal é um orgasmo originário da estimulação anal, como a de um dedo inserido, o pênis ou um brinquedo erótico. É ocasionado pela estimulação direta das terminações que inervam o esfíncter, em especial o nervo pudendo, entre outros quatro nervos da região pélvica envolvidos no orgasmo, tanto masculino como feminino.

Orgasmo mamário

Um orgasmo mamário é um orgasmo a partir da estimulação das mamas.[14] Nem todas as mulheres são sensíveis à estimulação dos seios, no entanto, algumas mulheres afirmam que a estimulação da área da mama durante o ato sexual e as preliminares, ou apenas o simples fato de terem seus seios acariciados, pode levar ao orgasmo. De acordo com um estudo que questionou 213 mulheres, 29% delas tiveram a experiência de terem um orgasmo de mama uma vez ou mais vezes [15], enquanto outro estudo afirmou que apenas 1% de todas as mulheres teve a experiência de terem um orgasmo mamário [16].

Crê-se que um orgasmo ocorra, em parte, por causa do hormônio oxitocina, que é produzida no organismo durante a excitação e estimulação da mama.[17]

Orgasmo seco

É possível atingir o orgasmo sem a ejaculação (orgasmo seco) ou ejacular sem atingir orgasmo. Alguns homens têm relatado ter múltiplos orgasmos consecutivos,

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particularmente sem ejaculação. Os homens que experimentam orgasmos secos muitas vezes podem ter múltiplos orgasmos, com a necessidade de um período de repouso, o período refratário, reduzido.[18] Alguns homens são capazes de se masturbar por horas, e, em um momento, atingir orgasmo várias vezes.[18]

O orgasmo seco também pode acontecer em pessoas que se submeteram a cirurgias oncológicas, principalmente no cólon ou reto, no qual foi aplicado sessões de radioterapia e quimioterapia, lesando órgãos que contribuem para a produção do sêmen.

Orgasmo simultâneo

O orgasmo simultâneo (também designado por orgasmo mútuo) é um clímax alcançado pelos parceiros sexuais, ao mesmo tempo, durante o ato sexual.

Função evolutiva dos orgasmos

Em 1967, Desmond Morris sugeriu, em seu primeiro livro de ciência popular O macaco nu (The Naked Ape) que o orgasmo feminino evoluiu para encorajar a fêmea a manter uma intimidade física com seu parceiro e ajudar a reforçar a ligação do casal. Morris sugeriu que a relativa dificuldade em se alcançar o orgasmo feminino, em comparação com o orgasmo no sexo masculino, poderia ter uma função favorável por direcionar a fêmea a selecionar companheiro que tenham qualidades como paciência, atenção, imaginação, inteligência, em oposição às qualidades tais como tamanho e agressão, que tem relação com a selecção de companheiros em outros primatas. Essas qualidades vantajosas foram-se tornando acentuadas dentro da espécie humana.

Morris também propôs que o orgasmo poderia facilitar a concepção, uma vez que esgotaria a mulher e assim ela se manteria com o corpo na horizontal, impedindo assim que o esperma escorresse para fora do trato genital. Esta possibilidade, algumas vezes chamado de "Hipótese Poleax" ou "Hipótese do nocaute", atualmente é considerada altamente duvidosa.

Outras teorias são baseadas na ideia de que o orgasmo feminino poderia aumentar a fertilidade. Por exemplo, a redução de 30% no tamanho da vagina durante o orgasmo poderia ajudar aumentando a pressão sobre o pênis (semelhante ao efeito da contração do músculo pubococcígeo), o que promoveria o aumento da estimulação sobre o macho. Os biólogos também sugeriram que o orgasmo feminino pode ter um ação de "sucção", semelhante ao movimento peristáltico, favorecendo a retenção dos espermatozóides e aumentando as chances da concepção.[19] Também o fato de que a mulher tende a atingir orgasmo com maior facilidade quando estão ovulando sugere que ele está vinculado ao aumento da fertilidade.[20]

Outros biólogos supõem que o orgasmo seria apenas para motivar o sexo, o que aumentaria a taxa de reprodução.

Visto que o orgasmo de um macho tipicamente tende a chegar mais depressa do que o das fêmeas, isso poderia, potencialmente, encorajar a fêmea a ter vontade de se envolver em atividades sexuais com mais frequência, aumentando assim a probabilidade de concepção.

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Dia do Orgasmo

O Dia Mundial do Orgasmo foi informalmente criado na Inglaterra no dia 31/07 por redes de sex shops. Estas realizaram pesquisas que revelaram que 80% das mulheres inglesas não atingem o clímax em suas relações. Em termos de insatisfação sexual, os brasileiros não ficam longe. Um estudo conduzido pelo Projeto de Sexualidade da USP (ProSex) detectou que 50% das brasileiras têm problemas relacionados à falta de orgasmo. Cerca de 12 milhões de homens sofreriam de alguma disfunção sexual [21].

Referências

1. ↑ e outros 2. ↑ http://www.christianitytoday.com/mp/2001/004/3.36.html 3. ↑ Exton, MS; et al.. (April 2001). "Coitus-induced orgasm stimulates

prolactin secretion in healthy subjects". Psychoneuroendocrinology 26 (3): 287 – 94.

4. ↑ Georgiadis J, Kortekaas R, Kuipers R, Nieuwenburg A, Pruim J, Reinders A, Holstege G. (2006). "Regional cerebral blood flow changes associated with clitorally induced orgasm in healthy women". Eur J Neurosci 24 (11): 3305-16. PMID 17156391.

5. ↑ DODSON, Betty. Sex for One. [S.l.: s.n.], 1999-10-01. ISBN 3-442-16253-X

6. ↑ Material do portal www.publisaude.com.br 7. ↑ Byerly, Paul & Lori. How to make sex better for him (em english).

Página visitada em 2006-11-2. "Boys who discover masturbation before puberty can't ejaculate, but they can have orgasms. They can also have multiple orgasms like women can, but then lose this ability when puberty adds ejaculation to their orgasms."

8. ↑ The core of female orgasm. Human Sexuality - Orgasm. Sex Terms. 9. ↑ Ellen Ross, Rayna Rapp Sex and Society: A Research Note from Social

History and Anthropology Comparative Studies in Society and History, Vol. 23, No. 1 (Jan., 1981), pp. 51-72

10. ↑ Masters and Johnson. The Discovery Channel. Página visitada em 2006-05-28.

11. ↑ O'Connell HE, Sanjeevan KV, Hutson JM. Anatomy of the Clitoris J Urol. 2005 Oct;174 (4 Pt 1):1189-95; Time for rethink on the clitoris at BBC News site.

12. ↑ O'Connell, Helen, Anatomy of the Clitoris, J Urol. 2005 Oct;174(4 Pt 1):1189-95, PMID 16145367

13. ↑ Mascall, Sharon, “Time for Rethink on the Clitoris”, BBC News. 2006 June |url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/5013866.stm

14. ↑ MSN Lifestyle - "Touch Her Here". 15. ↑ Men's Health - Treat her to a "Nipple Orgasm". 16. ↑ Sexuality Education - The Female Orgasm. 17. ↑ The Journal of Sexual Medicine. 18. ↑ a b Janssen, D.F.. Growing Up Sexually -- The Sexual Curriculum. [S.l.:

s.n.], October 2002. 19. ↑ The Orgasm Wars. Yahoo! Health (1996-01-01). Página visitada em

2006-05-28.

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20. ↑ Adam, David. "Female orgasm all in the genes", The Guardian, 2005-06-08. Página visitada em 2006-05-28.

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Vaginismo Vaginismo é a contração involuntária dos músculos próximos à vagina, dificultando ou até impedindo a penetração pelo pênis na relação sexual.

Caracteriza-se por originar um círculo vicioso:

ansiedade → tensão → dor → tensão → dor → ...

Tem diagnóstico essencialmente clínico, durante exame em ambulatório ginecológico, sendo observada importante contração reflexa da musculatura peri-vaginal à introdução do dedo ou espéculo, impedindo seu avanço[1][2].

O tratamento consagrado atualmente é o preconizado por Kaplan, técnica de pleasuring. Consiste na dessensibilização da tensão, através da terapia em conjunto do casal: lições de casa, gradativa intimidade sexual. Atinge-se próximo de 100% de cura. A Fisioterapia também contribui ajudando na maioria dos casos.

Referências

1. ↑ KAPLAN, H.S. - Evaluación de los transtornos sexuales - aspectos médicos y psicológicos. Madrid: Editora Grijalbo, 1986.

2. ↑ MENDONÇA, R.A. Sexo e outras interações sensuais. Vitória, 2008

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Dispareunia A dor durante a relação sexual, chamada de dispareunia em terminologia médica, é uma queixa comum entre as mulheres que procuram atendimento ginecológico. Muitas mulheres relatam dor ocasional com o coito, mas algumas mulheres têm dores com cada episódio de relações sexuais. Embora possa levar várias visitas a um ginecologista, a causa da dispareunia pode geralmente ser identificada e tratada. Esta é uma condição médica comum que afecta cerca de um quinto das mulheres em algum ponto das suas vidas.

Existem três tipos principais de relações sexuais dolorosas. Talvez o menos comum seja a dor que só ocorre após a relação sexual ou orgasmo. Isto pode ser devido a contracções uterinas devidas ao orgasmo. As mulheres com este problema podem obter algum alívio tomando medicamentos como o ibuprofeno antes da relação sexual, o que pode bloquear a dor das contracções uterinas. Outra fonte deste tipo de dor é uma alergia ao sémen, o que é bastante incomum. Depois de o seu parceiro ejacular pode haver uma sensação de ardor intenso e vermelhidão no redor da vagina e vulva (lábios exteriores da vagina). Uma terceira causa da dor após a relação sexual é uma infecção vaginal, como uma infecção por fungos, que pode causar uma sensação de ardor na vagina, devido à irritação.

Dor imediatamente após a penetração ou ao tocar os lábios da vagina pode ser causada por uma variedade de problemas médicos. Por exemplo, infecções por herpes causam bolhas, as quais são muito sensíveis ao toque. A raspagem ou um pequeno corte na entrada da vagina pode causar dor. Algumas mulheres têm um hímen que não rompe completamente após as suas primeiras tentativas de relação sexual, o que pode causar uma sensação de dor intensa com a penetração. Algumas infecções, tais como infecções fúngicas ou vaginose bacteriana, criam irritação do tecido vulvar ou vaginal, levando a dor imediata com o sexo. E, condições dermatológicas, como a hiperplasia escamosa ou líquen escleroso podem causar danos à pele vulvar, tornando-a sensível ao toque. Lubrificação inadequada também pode causar dor. O diagnóstico destas condições requer um exame ginecológico completo, e, em alguns casos, uma pequena biópsia da pele com anestesia local no consultório. Outro problema que pode causar dor à do pénis é o vaginismo, onde a contracção dos músculos vaginais, involuntariamente, faz com que a penetração seja extremamente dolorosa ou impossível. Isto pode ser devido a uma resposta subconsciente de antecipação da dor, quando o organismo se tenta proteger da dor pelo "fechamento" da vagina, ou pode ser devido a dor psicológica, em mulheres que têm uma história de abuso ou que estão com medo de violência na actividade sexual. Como acontece com qualquer condição com uma componente potencialmente psicológica, há controvérsias sobre este transtorno. O tratamento para estas condições pode ser feito com antibióticos, no caso de infecção; cremes esteróides, caso o problema seja dermatológico; uma pequena cirurgia, para remover um hímen parcialmente intacto; ou aconselhamento aliado a dilatadores dilatadores vaginais, em caso de vaginismo. A falta de lubrificação pode ser tratada com lubrificantes à base de água (o uso de vaselina ´´e desaconselhável, pois a substância pode ser prejudicial para os tecidos vaginais, além de favorecer o rompimento do preservativo).

Provavelmente, o tipo mais comum de dor com a relação é a dispareunia de "penetração profunda", onde a penetração do pénis causa dor. Isto é comum durante relações sexuais

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apaixonadamente intensas, e a dor pode desaparecer temporariamente e em seguida retornar, dependendo da posição mantida durante a relação sexual. Muitas condições podem causar este tipo de dor, incluindo um prolapso uterino (quando o colo do útero e o próprio órgão estão a "deslizar" para fora da vagina devido ao relaxamento dos tecidos que os seguram), "bexiga caída" devido ao parto, presença de tecido cicatrizado em torno do útero ou dos ovários (chamados de aderências), um cisto do ovário (embora esta seja uma causa incomum de tal dor), grandes miomas uterinos (tumores não cancerígenos do útero), e endometriose, uma condição em que minúsculos implantes de sangue do útero aderem aos órgãos femininos, causando dor. Em mulheres que sofrem de síndrome do intestino irritável, as relações sexuais podem fazer o útero chocar-se com os intestinos, causando dor. Estudos médicos têm mostrado que muitas mulheres com esta doença são relutantes em envolver-se em relações sexuais devido ao medo da dor ou da liberação acidental de gases ou fezes durante a relação sexual. Algumas destas causas de dispareunia de "penetração profunda" são difíceis de diagnosticar, e exigem múltiplos exames ambulatoriais, podendo incluir a laparoscopialaparoscópica, uma cirurgia ambulatorial onde um tubo iluminado é introduzido no umbigo; nestes casos, para visualizar directamente os órgãos da pélvis feminina, permitindo o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios que provocam a dor. O tratamento destas condições pode exigir vários medicamentos ou mesmo cirurgia, e exige o contributo de um profissional de saúde experiente com estes tipos de problemas.

Em resumo, há uma série de condições que podem causar coitos dolorosos, sendo que na maioria dos casos há uma causa física inicial. Portanto, as mulheres que têm relações sexuais dolorosas regularmente devem procurar os cuidados de um ginecologista, sexólogo ou outro prestador de cuidados de saúde femininos com experiência em relações sexuais dolorosas. Com uma minuciosa análise, pelo médico, das condições da paciente, pode ser providenciado tratamento que conduzirá a uma vida sexual mais saudável e prazerosa.

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Identidade sexual A identidade sexual (ver Escala de Orientação Sexual de Harry Benjamin) indica a percepção individual sobre o gênero (e.g. masculino e feminino) que uma pessoa percebe para si mesma. Assim como o termo sexo pode assumir várias interpretações costuma-se separar orientação sexual do conceito de identidade sexual. O termo identidade de gênero aproxima-se da identidade sexual mas também mantém diferenças conceituais significativas.

Relação entre Identidade sexual e orientação sexual

A identidade sexual pode ser exclusivamente masculina ou feminina. Também pode manifestar uma mistura entre a masculinidade e feminidade, admitindo várias categorias entre homossexualidade com inversão sexual de papéis de gênero, travestibilidade e transexualidade. A identidade sexual difere em conceitos da orientação sexual pois a identidade sexual fundamenta-se na percepção individual sobre o próprio sexo, masculino ou feminino percebido para si, manifestado no papel de gênero assumido nas relações sexuais e a orientação sexual fundamenta-se na atração sexual por outras pessoas. Difere também da identidade de gênero no sentido em que a identidade de gênero está mais correlacionada com a maneira de se vestir e de se apresentar na sociedade enquanto a identidade sexual correlaciona-se mas diretamente com o papel de gênero sexual. Algumas vezes considera-se que um transexual do biotipo masculino, cuja orientação sexual é somente por homens e que se relacione sexualmente apenas no papel feminino, possa ser considerado heterossexual. Nos casos mais comuns, homens e mulheres identificam-se no biotipo sexual natural, sem manifestar desejos pela transgenereidade.

Identidade sexual como transtorno de identidade

Enquanto a orientação sexual não-heterossexual foi removida da lista de doenças mentais nos EUA em 1973; e do CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) editado pela OMS Organização Mundial da Saude em 1993. Os transtornos de identidade de gênero que englobam travestis e transexuais permanecem classificadas na CID-10 considerando que, nesses casos, terapias hormonais e/ou cirurgia de redesignação de sexo são, algumas vezes, indicadas pela medicina.

Ver também

• Sexo • Sexualidade • Orientação Sexual

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Transexualidade

Transexualidade é a condição considerada pela OMS como um tipo de transtorno de identidade de gênero,[1] mas pode ser considerada apenas um extremo do espectro de transtorno de identidade de gênero.[2] Refere-se à condição do indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente a designado no nascimento, tendo o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto. Usualmente o homens e a mulheres transexuais apresentam uma sensação de desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico, desejam fazer uma transição de seu sexo de nascimento para o sexo oposto (sexo-alvo) com alguma ajuda médica (terapia de reatribuição de gênero) para seu corpo. A explicação estereotipada é de "uma mulher presa em um corpo masculino" ou vice-versa, ainda que muitos membros da comunidade transexual, assim como pessoas de fora da comunidade, rejeitem esta formulação.

Na França, deixou de ser considerada como transtorno mental em 2010 e foi o primeiro país a tomar esta decisão.[3]

Índice

• 1 Definições • 2 Terminologia • 3 Aspectos históricos • 4 Aspectos mitológicos • 5 Nome social e outras questões na escola • 6 Elementos transculturais • 7 Evolução da visão científica • 8 A questão transexual no Brasil • 9 Causas e Tratamento • 10 Outras questões relevantes • 11 Termos relacionados • 12 Ver também • 13 Notas e referências • 14 Ligações externas

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Definições

Os requisitos mínimos para que uma pessoa seja considerada transexual estão sempre em debate e evolução.

Mas para ser considerado transexual o indivíduo não deve ser um sintoma de outro transtorno mental, tal como esquizofrenia, nem estar associada a qualquer anormalidade intersexual, genética ou do cromossomo sexual[1] e a persistência do transtorno durante um longo período de tempo, que a OMS quantifica como no mínimo de 2 anos.[1] Alguns consideram que as mudanças provocadas por tratamento hormonal, sem alterações cirúrgicas, são suficientes para qualificar o uso do termo transexual. Outros, especialmente agentes de saúde, acreditam que existe um conjunto de procedimentos, que engloba psicoterapia, hormonioterapia e cirurgia devem ser seguidos de acordo cada caso e não de forma padronizada para todos. O público em geral muitas vezes define “um/uma transexual” como alguém que fez ou planeja fazer uma cirurgia de “mudança de sexo”. Uma definição mais simples, utilizada por alguns autores, considera como transexual alguém que se identifica no sexo oposto.[4] O termo corrente em uso para definir mudanças das características sexuais é Cirurgia de Reatribuição Sexual - CRS (Sex Reassignment Surgery - SRS, em inglês), um termo que reflete a idéia de que as pessoas transexuais não estão “mudando de sexo”, mas corrigindo seus corpos. Entretanto, tem sido comumente aceito que o desejo de pertencer ao sexo oposto, ou a afirmação de que determinada pessoa é do sexo oposto ao sexo designado no nascimento, já é condição suficiente para alguém ser transexual. Em contraste, algumas pessoas transgêneras muitas vezes não se identificam como sendo ou querendo pertencer ao sexo oposto, mas como sendo ou querendo ser do gênero oposto.

Transexualidade (também conhecida como transexualismo, ou neurodiscordância de gênero) é um termo entre os comportamentos ou estados que abrigam o termo transgênero. Transgênero é considerado um termo guarda-chuva para pessoas que fogem dos papéis sociais de gênero. Entretanto muitas pessoas da comunidade transexual não se identificam como transgênero. Alguns vêem transgênero como descaracterização e não reconhecimento de suas identidades porque, para estes, o termo significa uma "quebra de papéis sociais de gênero" quando de fato vêem a si mesmos como pertencendo a um papel de gênero diferente do que lhes foi designado no nascimento.

Pessoas transexuais são muitas vezes definidas como pertencentes à comunidade GLBTT ou Queer e alguns se identificam dentro da comunidade; outros não, ou preferem não usar o termo. Deve ser ressaltado que a transexualidade não está associada ou é dependente da orientação sexual. mulheres e homens transexuais exibem uma gama de orientações sexuais da mesma forma que os cissexuais (não-transexuais). Eles sempre usam termos para sua orientação sexual que estejam relacionados com o gênero final. Por exemplo, alguém designado como do gênero masculino no nascimento, mas que se identifica a si como uma mulher, e que é atraída tão somente por homens, irá identificar-se como heterossexual, não como gay; da mesma forma, alguém que foi designado como do sexo feminino no nascimento, se identifica como homem e prefere parceiros homens e irá se identificar como gay, não como heterossexual.

Em outra abordagem, velhos textos médicos descrevem, com freqüência, a transexualidade como uma variante da orientação sexual em relação ao sexo designado

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e não como uma variante do gênero ou da identidade, em outras palavras, referem-se a uma transexual MtF (de Homem para Mulher, do inglês Male-to-Female) que é atraída por homens como "um homossexual transexual masculino". Atualmente considera-se os termos MtF e FtM como cientificamente inacurados e clinicamente insensíveis. Hoje tais pessoas seriam chamadas, e provavelmente se identificam, como uma mulher trans-heterossexual (para MtF) e vice-versa para FtM.

Um certo número de pessoas de fora da comunidade transexual mantém o uso de termos em referência a pessoas transexuais associado com seu sexo de nascimento (por exemplo, chamando uma mulher transexual como "ele"). Esse uso é considerado no mínimo uma insensibilidade. Travestis, que sequer almejam uma cirurgia de reatribuição de sexo, preferem ser chamadas como "elas" no convívio social.

Transexualidade não deve ser confundida com crossdressing ou com o comportamento drag queen, que podem ser descritos como transgêneros, mas não transexuais, também, o fetichismo do travestismo normalmente não tem quase nada, ou nada, a ver com transexualidade, pois não apresenta o desejo real pela mudança de sexo. Nessa mesma linha também é necessário separar o fetichismo da travestibilidade das travestis que se identificam, de forma contumaz, no sexo oposto do nascimento.

Terminologia

O gênero dos termos usados para descrever pessoas transexuais sempre se refere ao gênero-alvo. Por exemplo, um homem transexual é alguém que foi identificado como fêmea no nascimento em virtude de seus genitais, mas identifica-se como um homem que está em transição para um papel social de gênero masculino e um corpo reatribuído como masculino (um termo alternativo usado em inglês é transexual FfM - female-to-male transsexual - ou homem transexual).

Todos os que pesquisam o assunto precisam estar atentos para o fato de que alguns textos médicos antigos fazem referência ao sexo original da pessoa, em vez de ao sexo-alvo; em outras palavras, referindo-se a uma transexual MtF (Masculino para Feminino) como "um transexual masculino". Essa forma está fortemente em desuso e é considerada inadequada e ofensiva.

A utilização de "transexual" como substantivo, em vez de adjectivo (homem transexual, mulher transexual, pessoa transexual), também é considerada desumanizadora, e está a cair em desuso.

Certas pessoas preferem o termo transexuado sobre transexual, pois consideram que a palavra "sexual" encontrada em transexual é um erro. Outra justificativa feita para tal preferência é que sentem que esta está mais próxima do termo intersexo. Muitos grupos transexuais abriram espaço para intersexos porque sentem que ambos os grupos possuem muito em comum. Por algumas definições é possível ser tanto intersexuado como transexuado. Outras tentativas de evitar interpretações errôneas do sufixo -sexual têm tornado aceitável o uso de "transgênero".

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Aspectos históricos

Não existem referências disponíveis a respeito de homens vivendo como mulheres ou mulheres vivendo como homens antes do Império Romano.[2]

Filo, filósofo judeu helenizado do século I d.C. e morador em Alexandria, segundo Hyde (1994)[5] e GREEN (1998),[6] descreve homens que se travestem e vivem como mulheres, chegando até a se emascular e retirar o pênis. Seriam os chamados eunucos, termo que deriva da expressão grega para guardião ou zelador do leito. Aqueles que guardavam, sem riscos, os leitos das mulheres de seus senhores.[7]

GREEN (1998)[6] cita as descrições e poemas feitos pelos romanos Manilus e Juvenal acerca desses indivíduos que viviam e se comportavam como mulheres e tinham vergonha e ódio de serem vistos como homens. Esses eunucos, em Roma, tinham os testículos extirpados, mas muitas vezes mantinham seus pênis, o que lhes possibilitava ereções. Alguns, todavia, tinham os testículos e pênis removidos.

Nero por ter remorsos de matar a esposa grávida transformou Sporus, um escravo, em mulher e se casou com este.

Vários imperadores romanos são descritos por se travestirem (transexuais, travestis e transgêneros) ou apresentarem características afeminadas. Contudo, dois casos merecem destaque. O primeiro diz respeito a Nero que após chutar sua esposa grávida, Poppaea, até a morte, arrependeu-se e, tomado de remorsos, buscou alguém parecido com ela. Encontrou em um escravo, Sporus, essa semelhança. Nero então ordenou a seus cirurgiões que o transformassem em mulher. Após a cirurgia os dois se casaram formalmente – inclusive com direito a véu de noiva e enxoval – e Sporus viveu como mulher a partir de então.[6][8]

Já o imperador romano Heliogábalo casou-se formalmente com um poderoso escravo, adotou o papel de esposa e oferecia metade de seu império ao médico que o equipasse com uma genitália feminina.[6]

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A Papisa Joana que supostamente foi o Papa João VIII.

No século IX, lenda ou não, teria existido o Papa João VIII nomeado em 855 sucessor do Papa Leão IV. Na verdade, seria uma mulher travestida de homem que teria engravidado e morrido ao dar à luz um bebê.[6] Segundo NEW e KITZINGER (1993),[9] a Papisa Joana teria nascido mulher com o possível nome de Giliberta, e adotou o nome masculino de “John Anglicus” e foi papa por 2 anos, 7 meses e 4 dias. As autoras especulam que o Papa João VIII poderia ter realmente sido uma mulher com deficiência de 21 – hidroxilase, ou seja, uma pseudohermafrodita feminina. De qualquer maneira, a história alcançou nossos dias e transformou-se em filme de Michael Anderson chamado “Pope Joan”, com Liv Ullmann no papel principal.

Há referências até no meio médico de que nessa época da História existiam pessoas de um gênero que se passavam e viviam como se pertencendo ao gênero que não o de seu nascimento. A maior autoridade em ginecologia medieval e do renascimento teria sido Trotula, mulher formada na Escola de Medicina de Salerno que teria escrito por volta de 1150 d.C. os mais populares tratados de cosmetologia e saúde de mulheres. Na realidade, Trotula teria sido um homem que se travestia de mulher para tratar de mulheres. Essa seria sua única opção, pois era então proibido um homem cuidar de uma mulher no papel de médico.[9]

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o Rei Henrique III de França se apresentou aos deputados travestido.

Já na Renascença, o Rei Henrique III de França, “Sa Majeste” – que significa Sua Majestade, mas no feminino – queria ser considerado mulher, tendo se apresentado aos deputados travestido, usando um longo colar de pérolas e um vestido curto.[6]

Durante o século XVII, na França, o abade de Choisy, também conhecido como François Timoleon, após ter sido criado como menina por sua mãe, deixou um vívido relato de seu desejo de ser e de se vestir como mulher.[6]

Um dos mais famosos personagens de “cross-gender” é o Chevalier d’Eon, que deu origem ao epônimo “eonismo” para significar o fenômeno do travestismo em linhas gerais. Ele era o rival de Madame de Pompadour como amante de Luis XV. Quando o rei descobriu seu erro de avaliação, nomeou-o embaixador. Quando Luis XV faleceu, ele viveu permanentemente como mulher. Passou seus últimos anos na Inglaterra e viveu 49 anos como homem e 34 como mulher.[6]

Em Versalhes, em 1858, Mlle. Jenny Savalette de Lange revelou, ao morrer, se tratar de um homem. Passou toda a vida como mulher, tendo se relacionado com seis homens; tinha certidão de nascimento falsa e recebia do rei uma pensão e moradia em Versalhes.[6]

Não apenas na França esse fenômeno se manifestava. Nos Estados Unidos da América do Norte, é famoso Lorde Cornbury, primeiro governador colonial de Nova York, que chegou ao Novo Mundo vestido como mulher e despachava assim em seu escritório. Cem anos depois, durante a Guerra de Secessão, Mary Walker foi a primeira mulher a ser comissionada como cirurgiã do exército e a ser autorizada pelo Congresso a se vestir com roupas de homens.[6]

Aspectos mitológicos

Na mitologia greco-romana, segundo GREEN (1998),[6] encontra-se referência a Vênus Castina, a qual, para GREGERSEN (1983, p. 71)[8] seria a “deusa que se preocupa e

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simpatiza com os anseios de almas femininas presas em corpos masculinos”. Uma das várias denominações e especificações da deusa do amor, mais conhecida entre os gregos por Afrodite.

Outras referências mitológicas são encontradas em indivíduos cuja mudança de sexo não se dá por desejo, mas, sim, por punição divina. GREEN (1998)[6] cita o mito do adivinho Tirésias de Tebas, que, ao ascender ao monte Citerão, encontra duas cobras copulando. Ao separá-las e matar a fêmea, ele é punido pelos deuses, sendo transformado em mulher. Sete anos depois, ao se adaptar a essa condição e forma femininas, Tirésias sobe o mesmo monte. Ao se deparar com a mesma cena de duas cobras copulando, mata o macho e, com isso, consegue ser novamente transformado em homem pelos deuses. Por ter experimentado tanto o prazer sexual feminino quanto o masculino, Tirésias é escolhido como juiz em uma disputa entre Zeus e Hera com relação a esse tema. Ao afirmar no veredito que o prazer da mulher era superior ao do homem, na proporção de nove a um, a deusa o cega, pois apesar de aparentemente dar a vitória às mulheres, sua conclusão privilegiava os homens, na medida em que o prazer feminino dependeria do desempenho masculino.[10] Zeus, condoído, dá-lhe o dom da adivinhação como forma de “ver o futuro”. Tal dom desempenhará papel especial em outros mitos como, por exemplo, o de Édipo.

O deus Átis, seus sacerdotes eram obrigados a se castrar em sua deferência.

Já no reino da Frígia (atualmente região da Turquia), os sacerdotes do deus Átis - filho e amante de Cibele, a mãe Terra - eram obrigados a se castrar em deferência a Átis, que se emasculou sob um pinheiro por conta desse amor proibido, mas realizado. Esses sacerdotes não só se castravam, mas também podiam retirar toda a genitália externa masculina. Viviam e se vestiam como mulheres comuns. O culto foi levado a Roma após as Guerras Púnicas travadas contra Cartago nos séculos III e II a.C., onde, apesar de proibido, era valorizado. Para homenagear esse amor entre mãe e filho, os iniciados no culto de Cibele dançavam em frenesi no Dia do Sangue. Os sacerdotes do culto atravessavam as ruas de Roma, extirpavam seus testículos com uma faca de pedra consagrada e depois jogavam as partes ensangüentadas na casa de um romano fora de

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suspeita. Os moradores afortunados dessa casa deveriam dar roupas de mulher ao sacerdote, que as vestiria até o final de sua vida. Conhecidos como galli, esses eunucos vestidos de mulher tomavam conta do templo de Cibele, que permaneceu até o século IV d.C. no sítio romano hoje ocupado pela basílica de São Pedro.[7]

Deus Hermafrodita que possuía mamas e pênis.

Os gregos possuíam ainda um deus chamado Hermafrodita, que era o patrono da união sexual. Filho de Hermes e Afrodite, possuía mamas e pênis. Conforme estátuas e representações no Museu do Louvre e outros museus, ele lembra muito os atuais travestis ou transexuais, tanto em forma física como em postura: masculina e feminina ao mesmo tempo.

Outra referência mitológica remete a uma tribo de Cítios - povo da Antiguidade - os Enarees, que foram punidos por Afrodite por terem saqueado seu templo mais antigo, em Ascelon. Foram transformados em mulheres assim como toda a sua descendência. Hipócrates, todavia, via a feminilização dos Enarees como resultado de intensas e constantes cavalgadas que afetariam sua masculinidade por alguma forma de lesão física.[6][9][11]

BRANDÃO (1997)[10] relata que o travestismo e a androgenia estão intimamente relacionados ao casamento do herói grego. São vários os heróis que mudam de sexo: Ceneu, Ífis, Leucipo eram mulheres que foram transformadas em homens na época do casamento; Himeneu, Cécrops, Átamas, por sua vez, eram homens e se transformaram em mulheres também na época do casamento. O autor sugere que o casamento do herói seria uma forma de restituição de um equilíbrio perdido; retoma o mito andrógino narrado por Platão, por meio de Aristófanes, no livro “O Banquete”, no qual todo ser humano era composto de duas partes, ou homem ou mulher, que teriam sido separadas por decisão divina. Dessa forma, desde então todos buscam a metade perdida (homem ou mulher), a “alma gêmea”.

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O Malleus Maleficarum onde se relatam-se casos e tratamentos de bruxarias e possessões demoníacas, que dizia que um homem nunca poderia ser transformado maleficamente em mulher, mas uma mulher poderia ser transformada em homem.

Não apenas na mitologia greco-romana a mudança de gênero encontra-se presente. No livro hindu Mahabharata, é descrita a história de um rei que se transformou em mulher após se banhar em um rio mágico. Teve centenas de filhos e quando foi-lhe oferecida a oportunidade de ser novamente transformado em homem, recusou, pois dizia a quem quisesse ouvir que o prazer da mulher é muito maior do que o do homem. Ao contrário do mito grego de Tirésias, sua recusa foi aceita e ele viveu como mulher.[6]

Na Europa Ocidental, em plena Idade Média, bruxas e demônios dominavam o cenário religioso e cotidiano. Em 1486, dois monges dominicanos, Heinrich Kramer e Jacobus Sprenger, publicam o Malleus Maleficarum, livro depois adotado pela Inquisição no qual relatam-se casos e tratamentos de bruxarias e possessões demoníacas.[6][12] Interessante nessa obra, um homem nunca poderia ser transformado maleficamente em mulher, mas uma mulher poderia, sim, ser transformada em homem. Isso aconteceria pelo fato da natureza, na visão corrente à época, evoluir da mulher para o homem, sendo a mulher um homem pouco desenvolvido.[13]

Nome social e outras questões na escola

Nome social é o nome pelo qual pessoas com transtorno de identidade de gênero preferem ser chamadas cotidianamente, em contraste com o nome oficialmente registrado que não reflete sua identidade de gênero.[14][15] Transexuais com menos de 18 anos podem alterar o nome social nas chamadas e quaisquer coisas que utilizem seu nome de nascença na escola, desde que tenham a autorização dos pais. Também possuem o direito de usar a fila do gênero-alvo, bem como o banheiro, se assim desejarem.

No Brasil, a Universidade Federal do Amapá foi pioneira na adoção do nome social para seus alunos. Há iniciativas no mesmo sentido em andamento em outros estados,

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notavelmente Minas Gerais,[16] Amazonas,[17] Piauí,[18][19] Pará, Goiás e Paraná,[20] segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Essa decisão foi tomada por escolas que evitam quaisquer tipos de preconceito e que prezam pela integridade de seus alunos.

Elementos transculturais

Relatos etnográficos do mundo todo revelam fenômenos de mudança de gênero em muitas culturas e povos.[2]

Várias tribos de índios norte-americanos têm relatos ou entendimentos míticos ou culturais de mudança de gênero.[5][6]

Os mais famosos são os Yuman, que acreditam numa “mudança de espírito” após determinados sonhos que aconteceriam na puberdade. Nesses sonhos, jovens homens sonhariam que seriam mulheres e passariam a adotar a postura e os trejeitos femininos, sendo chamados de elxa. O contraponto feminino também ocorre e é chamado de kwe’rhame. Eles são aceitos pela tribo e passam a desempenhar os papéis do gênero atribuído e não mais os do gênero de nascimento. Entre os Yuman da Sierra Estrella acredita-se que a montanha tenha o poder de transformar o sexo dos meninos que desde cedo mostrariam essa mudança. Seriam os Berdache, homens que vivem como mulheres e são aceitos como tal. O contrário, mulheres que vivem como homens, também existe e é aceito.[6][21] Isto revela uma aprovação social que permite a mudança de gênero.[22]

O termo berdache foi primeiramente utilizado pelos exploradores franceses da América para descrever os indígenas norte-americanos homossexuais passivos, isto é, aqueles nativos que mantinham relações sexuais com outros do mesmo sexo e eram penetrados por esses. Isto gerou a confusão e sinonímia entre homossexualidade e travestismo com o fenômeno de mudança de gênero. Aliás, a palavra berdache deriva do francês “bardash” que, por sua vez, é derivado do termo italiano “ berdascia”, com origem no árabe “bardaji”, variação do persa “barah”, que significa escravo, michê ou prostituto.[22]

Outras tribos são descritas como os Cocopa, os Mojave, Navajo, Jukis e Pueblo, tendo e aceitando os mesmos comportamentos.[6] Há registros de "invertidos sexuais" também nas tribos Tupinambás. Os "invertidos sexuais" dessas tribos, algumas vezes referenciados como homossexuais sem necessariamente serem considerados como transexuais, eram chamados de "tibira" (para o sexo masculino) e "çacoaimbeguira" (para o sexo feminino) com origem na língua Tupi.[23]

Os Mojave

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Os Mojave

O mesmo fenômeno se repete entre outros povos, desde tribos siberianas, africanas, brasileiras, da Patagônia e, inclusive, da Oceania.[6]

Entre os indianos da cidade de Varanasi, ao norte da Índia, rituais de castração ou de se vestir como mulher é aceito e explicado culturalmente, como entre os hijras e os jankhas.[24]

Segundo MONEY (1988),[25] os hijras podem ser considerados tanto indivíduos pertencentes a uma casta quanto a um culto. Possuem uma deusa própria, Bahuchara Mata e pela medicina ocidental podem ser considerados transexuais masculinos.

Evolução da visão científica

Os primeiros trabalhos sobre sexualidade surgiram no século XIX, nos países de língua alemã. A homossexualidade foi um dos primeiros fenômenos com os quais os pioneiros em sexologia tentaram a formulação de teorias de entendimento e explicação, mais sob uma perspectiva médica do que moral.[26]

Carl Heinrich Ulrichs, nascido em 1862 e falecido em 1895, era um advogado e homossexual que propôs a teoria de que o homossexual não seria nem criminoso nem insano, mas uma “alma feminina num corpo masculino”, resultado de um erro na diferenciação embrionária.[26][27]

Richard Von Krafft-Ebing, nascido em 1840 e falecido em 1902, influenciado por Ulrichs, publicou em 1886 Psychopathia Sexualis e marca o início de um estudo médico organizado a respeito da sexualidade humana. Antes dele outros autores já haviam se manifestado em relação ao tema (H.J. Löwenstein em 1823, Joseph Häussler em 1826 e Heinrich Kaan em 1844), mas este livro-texto tornou-se um marco na história da assim chamada Sexologia.[26][28]

No capítulo 4 do livro, intitulado “Patologia geral: neurológica e psicológica”, o autor apresenta um “esquema das neuroses sexuais”:

Periféricas:

1. Sensorias: 1. anestesia; 2. hiperestesia; 3. neuralgia.

2. Secretórias:

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1. aspermia; 2. polispermia.

3. Motoras: 1. poluções (espasmos); 2. espermatorréia (paralisia).

Neuroses Espinais:

1. Afecções do centro de ereção: 1. irritação; 2. paralisias; 3. inibição; 4. fraqueza irritável.

2. Afecções do centro ejaculatório: 1. ejaculação precoce anormal; 2. ejaculação retardada anormal.

3. Neuroses cerebrais: 1. paradoxia; 2. anestesia; 3. hiperestesia; 4. parestesia: sadismo, masoquismo, fetichismo e sexualidade antipática.

Toda esta divisão representa uma forma de pensar relacionada aos conceitos e padrões alemães da época em relação à sexualidade e à medicina em linhas gerais.

Cabe maior detalhamento ao item sexualidade antipática dentro dessa classificação, pelo significado e pela importância no estudo de transtornos de identidade de gênero.

VON KRAFFT-EBING (1999, p. 58)[11] define sexualidade antipática como:

a total falta de sentimento sexual pelo sexo oposto. Concentrase toda a sexualidade em seu próprio sexo. Só as propriedades físicas e psíquicas de pessoas do mesmo sexo produzem efeito afrodisíaco e despertam desejo de união sexual. Isto é uma anomalia puramente psíquica, na qual o instinto sexual não corresponde de nenhuma maneira às características sexuais primárias e secundárias. Em detrimento da diferenciação sexual total e do desenvolvimento e atividade normal das glândulas sexuais, o homem é dirigido sexualmente a outro homem, por que conscientemente ou qualquer que seja o motivo ele tem instintos de fêmea.

Essa entidade clínica teria variados graus de desenvolvimento e “afetaria pessoas sem doenças mentais”.[11]

Pesando as influências dos fatores biológicos associados aos fatores educacionais e ambientais, VON KRAFFT-EBING (1999)[11] propõe que características psicossexuais da personalidade se desenvolvem e se tornam imutáveis. Essas características, se não sofrem influências adversas, tornam-se tão harmoniosas e completamente relacionadas com o sexo do indivíduo que mesmo a perda de órgãos, senilidade ou a menopausa não podem alterá-las.

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Pode-se entender que as características psicossexuais, das quais fala Von Krafft-Ebing, podem ter conexão com o conceito moderno de identidade sexual.

Esse mesmo autor postula que se o desenvolvimento dessas características for alterado, a personalidade psicossexual poderá ter uma constituição anormal. Concebe-se uma alteração funcional e anatômica, apesar de ser ela desconhecida.

Essa sexualidade invertida aparece espontaneamente, sem causas externas, com o desenvolvimento da vida sexual, como manifestação individual de uma forma de vida sexual anormal e tem a força de um fenômeno congênito; ou se desenvolve como uma sexualidade que no início era normal, mas que, como o resultado de influências danosas, se comporta como anomalia adquirida (VON KRAFFT-EBING, 1999, p.288).[11]

Ele ainda descreve os graus de manifestação da assim chamada sexualidade antipática, de sentimentos e instintos homossexuais, passando por alterações da “personalidade psíquica”, com a correspondente “inversão sexual” até a busca de transformação corporal para o sexo desejado. Essa distinção por graus é dissecada em casos clínicos descritos e discutidos na obra Psychopathia Sexualis.

É interessante notar que a homossexualidade e as questões de identidade sexual estavam colocadas juntas, mas diferenciadas por graus de comprometimento da personalidade.

Já em pleno século XX, Magnus Hirschfeld (nascido em 1868 e falecido em 1935, sob o regime nazista), médico, judeu-alemão e homossexual assumido, publica em 1910 o livro Die Transvestiten em alemão, traduzido para o inglês como Transvestites e sem tradução para o português.

Hirschfeld funda em Berlim o primeiro instituto devotado à pesquisa e ao estudo da sexualidade, fechado com a ascensão de Hitler, que também queimou publicamente sua biblioteca.[29]

Antes dele, Carl von Westphal, professor de Psiquiatria em Berlim, publicou a história de uma mulher e de um homem que se vestiam em gêneros trocados desde a infância. Ele chamou o fenômeno de “sentimentos sexuais contrários”. Todavia, foi Hirschfeld quem publicou extenso trabalho médico com descrição de casos clínicos e cunhou o termo “travestis” para descrever as pessoas que sentem necessidade de vestir roupas do sexo oposto.[30]

No livro, Hirschfeld utiliza os termos pederastia, uranismo e homossexualismo como sinônimos. Na virada do século XIX para o século XX, os três termos referiam-se ao mesmo fenômeno. Porém, existe uma grande distinção. Pederastia é descrita como o amor de um homem adulto por um pré-púbere do sexo masculino. Karl Heinrich Ulrichs cunhou o termo uranismo e Karoly Maria Benkert inventou o termo homossexual em 1869, segundo Michael Lombardi-Nash, tradutor para o inglês do livro de Hirschfeld, em 1991.

Não obstante a confusão de termos, Hirschfeld é um dos pioneiros no uso do termo transexual. Ele se refere a um de seus pacientes como sendo transexual psíquico.[31][32]

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Platão, em livro O Banquete, de origem do termo uranismo.

Uma pausa porém se faz necessária para a origem do termo uranismo. Segundo VON KRAFFT-EBING (1999),[11] a origem da expressão encontra-se em Platão, no livro “O Banquete”, no discurso de Pausânias, contado por Aristodemo. No discurso a respeito do Amor (ou Eros), comenta-se que sem Amor não existe Afrodite. E como são duas Afrodites as existentes, seriam dois os Amores correspondentes.

Uma, a mais velha sem dúvida, não tem mãe e é filha de Urano, e a ela chamamos de Urânia, a Celestial; a mais nova, filha de Zeus e de Dione, chamamo-la de Pandêmia, a Popular. É forçoso então que também o Amor, coadjuvante de uma se chame corretamente Pandêmio, o Popular, e o outro Urânio, o Celestial. (PLATÃO, 1997, p. 107).[33]

Seria o Amor Urânio o dedicado aos homens jovens e não às mulheres. Daí a origem do termo uranismo adotado por Ulrichs para designar o desejo de um homem por outro.

Já MONEY (1988)[25] refere que a origem do termo uranismo está no livro Argonauticus de Karl Heinrich Ulrichs, publicado em Leipzig em 1869. Emprestando de Platão, que no livro Symposium fala de Urânia, filha de Urano, concebida sem uma mãe, Ulrichs cunha o termo uranismo e o aplica àqueles homens que, como as mulheres, sentem repulsa pelas mulheres e atração pelos homens porque têm, na verdade, mente feminina em corpo masculino.

Ainda em seu livro, HIRSCHFELD (1991)[31] relaciona vários casos de homens e mulheres que se travestem e discute as variações e motivações desses casos, identificando 10 variedades de travestismo que foram relacionadas com padrões de comportamentos atuais por DOCTER (1990):[29]

1. Travesti completo: traveste-se e deseja a cirurgia de reatribuição sexual. Corresponderia à denominação atual de transexualismo;

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2. Travesti parcial: Sente-se satisfeito com o travestismo e não deseja a cirurgia. Encaixa-se na denominação de travesti;

3. Travesti constante: A descrição de Hirschfeld é similar à denominação de transgênero;

4. Travesti periódico: Encaixa-se na atual denominação de travesti. Aspectos fetichistas são reconhecíveis e a periodicidade é utilizada na diferenciação com o transexualismo;

5. Travesti no nome: A adoção de um nome feminino faz parte da evolução do travestismo e acontece após anos da prática de se vestir com as roupas do gênero oposto. Essa é uma categoria que não se faz necessária;

6. Travesti narcísico: características de personalidade narcísica são comuns entre os travestis, mas é desnecessário subtipo específico;

7. Travesti homossexual: Esta categoria de Hirschfeld pode ser enquadrada dentro do transexualismo. Travestis homossexuais e não transexuais são comuns, mas formam uma população pouco estudada pela ciência;

8. Travesti bissexual: Assim como a categoria anterior, os chamados travestis bissexuais são pouco estudados. Deve haver parte considerável de bissexuais entre os chamados travestis heterossexuais;

9. Travesti metatrópico: Seriam aqueles que buscam o amor em uma mulher masculinizada. Não se configura como classificação útil;

10. Travesti autônomo-sexual: Inclui aqueles indivíduos cuja vida sexual é isolada e centrada na própria imagem, “a linda mulher no espelho”. Apesar de ser característica comum, não se sustenta como categoria específica.

Outros autores também no estudo da sexualidade humana, publicam trabalhos e se interessam por esse aspecto. O inglês Henry Havelock Ellis, nascido em 1859 e falecido em 1939, tem sido descrito como um dos primeiros e maiores incentivadores de todas as práticas sexuais. Ele decidiu cedo na vida devotar-se aos estudos da sexualidade, para evitar, às futuras gerações, os problemas e perplexidades que a ignorância lhe havia causado.[26]

Em 1936, Havelock Ellis cunha os termos “inversão sexoestética” e “eonismo” (em homenagem ao já descrito Chevalier d’Eon) para descrever o fenômeno do travestismo[34]

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O pintor Einar Wegener retirou os testículos e o pênis e passou a ser chamar de Lili Elbe.

É da década de 20 que surgem os primeiros relatos de cirurgia para mudança de sexo. Os primórdios da cirurgia se situam no tratamento para pseudo-hermafroditas e hermafroditas verdadeiros com as chamadas cirurgias de adequação sexual. Experiências com o que atualmente chamam de transexualismo foram feitas na Alemanha, como a do pintor Einar Wegener que em 1923, aos 40 anos, retirou os testículos e o pênis. Posteriormente adotou nacionalidade dinamarquesa e se tornou Lili Elbe.[29] E é também na Dinamarca que se registraram cirurgias bem sucedidas como a de Robert Cowell, aviador da Segunda Guerra Mundial, que se tornou Roberta Cowell, mas sem notoriedade e divulgação.[32]

Alfred Kinsey, nascido em 1894 e falecido em 1956, biólogo que se tornou sexologista, inicia em 1938 um amplo estudo que documenta “quem faz o quê, onde e com quem”, em termos sexuais. Em relação à homossexualidade, revela ao público que 4% da população masculina era exclusivamente homossexual; 37% dos homens adultos haviam experimentado o orgasmo em uma experiência homossexual na adolescência e 50% já havia respondido a estímulos homoeróticos. Além disso, afirma que a prática do comportamento homossexual é amplamente difundida na sociedade, que torna impossível restringi-la a uma minoria desviante. Ele cria a famosa Escala Kinsey que avalia as pessoas numa progressão homossexual-heterossexual de sete pontos, de zero (completamente heterossexual) até seis (completamente homossexual), retirando a homossexualidade da anormalidade e colocando-a num “continuum” de comportamentos sexuais aceitos.[26]

Em 1949, David O. Cauldwell utiliza o termo “psicopatia transexual”, mais tarde referido como “transexualismo”, para descrever o mais extremo exemplo de desconforto de gênero de uma garota que queria ser homem.[8][32][35][36]

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Mas é em 1952, com a divulgação em um jornal norte-americano da história de Christine Jorgensen, nascida George Jorgensen, que as questões de identidade sexual ganham conhecimento público.

George Jorgensen Jr nasceu no “Memorial Day” de 1926 em Manhattan. Filho de descendentes de escandinavos, era um garoto quieto, tranqüilo e com maneiras femininas, que aos 19 anos, em outubro de 1945, ingressou nas Forças Armadas Americanas, sendo dispensado com honra 6 meses depois por uma pneumonia. Durante seu período nas Forças Armadas, percebeu que sentia atração pelos colegas e não por mulheres. E o mais relevante, seu interesse não era de um homossexual por um homem, mas sim de uma mulher por um homem.

Nessa época tornou-se fotógrafo e sonhava em trabalhar em Hollywood. Inteirou-se sobre as recentes experiências com hormônios femininos feitas na Dinamarca e em pouco tempo se encontrava em Copenhague frente ao endocrinologista, Dr. Christian Hamburger, solicitando ajuda. Graças ao Ato Dinamarquês de Esterilização e Castração de 1935 (que permitia a castração quando a sexualidade do paciente induzia-o a cometer crimes ou quando envolvia distúrbios mentais com acentuada gravidade), Jorgensen conseguiu não só utilizar hormônios mas também realizar duas cirurgias em dois tempos distintos. A primeira retirou seus testículos e a segunda, em 1952, seu pênis. Ninguém na época pensou na construção de uma vagina. Desde sua primeira cirurgia e concomitante uso de hormônios, ele começou a se vestir como mulher, utilizar nome feminino e viver como se fosse uma mulher.

Em dezembro de 1952, ao regressar aos Estados Unidos, foi primeira página de vários jornais norte-americanos: “Ex-GI becomes blonde Beauty” (“New York Daily News”, 1º de dezembro de 1952) e “Dear Mum and Dad, son wrote, I’ve now become your daughter” (“The Daily Mirror”, 2 de dezembro de 1952). Em 1967 escreveu sua biografia. Nunca se casou nem teve amantes. Virou tema de filme em 1985, “What Sex Am I?”. Foi perseguida por pregadores religiosos, políticos e moralistas em geral. Bebeu muito e morreu em 1989.[32][37]

É, no entanto, na década de 1960 que as questões ligadas ao transexualismo saem da mídia e ganham o terreno da medicina, com a participação do Dr. Harry Benjamin.

Segundo PERSON (1999, p. 361),[26] “Harry Benjamin descobriu a síndrome que nós chamamos de transexualismo, nomeou-a, ajudou a projetar o tratamento e mergulhou intensamente em seu estudo e manejo”.

Aos quase 70 anos recebeu de seu amigo Alfred Kinsey um paciente que dizia ser uma mulher presa em corpo de homem. Diferente de todos os outros pacientes que já havia visto – homossexuais “crossdressers” chamados de “drag queens” ou heterossexuais “cross-dressers” chamados de travestis –, que se identificavam como homens, este se identificava como mulher e vivia como mulher. Ele não era delirante nem tinha qualquer psicopatologia psicótica. Ao saber do caso Jorgensen, fez uma correlação que se tornou prática e famosa no seguimento de transexuais.[26]

A história desse pesquisador é interessante.

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Harry Benjamin nasceu em Berlim em 1884, filho de um judeu alemão e de uma luterana anti-semita e anti-católica.

Após ter-se formado em medicina, interessou-se pelo trabalho com tuberculose e foi por meio desse interesse que em 1913 chegou aos Estados Unidos a convite de um banqueiro novaiorquino, acompanhando seu mestre F.F. Friedmann, que teria cura e vacina fabulosas para a tuberculose. Após ser descoberta como fraude, Benjamin rompeu com Friedmann que negouse a pagar sua passagem de volta para a Alemanha.

Em Nova York começou a trabalhar no campo da Endocrinologia. Existe um acontecimento interessante que correlaciona Benjamin a Freud. Eles teriam se encontrado entre 1928 e 1930. Após uma conversa, em clima pouco amigável, Freud teria feito um comentário de que Benjamin seria um homossexual latente por causa de uma impotência psicogênica que o acometia em relação à esposa. Depois disso, Benjamin, que já não via a Psicanálise com bons olhos, passou a considerá-la como não-científica.[26][38]

Seu trabalho com transexuais culminou com a publicação em 1966 do livro “The Transsexual Phenomenon”, no qual expõe suas idéias a respeito dessa “síndrome”. O livro foi considerado pornográfico, quando de seu lançamento.[26]

Segundo MONEY (1988),[25] foi Harry Benjamin quem tornou o termo popular e acrescentou um segundo “s” ao termo inglês, transexual, já existente.

Benjamin estabeleceu uma escala de orientação sexual chamada “Harry Benjamin Sex Orientation Scale (S.O.S.), Sex and Gender Disorientation and Indecision (Males)” - Escala Harry Benjamin de Orientação Sexual, Desorientação e Indecisão de Sexo e Gênero (Homens) - baseada em sua percepção desses indivíduos, na qual descreve tipos, diferenciando travestismo de transexualismo.

Esta tipologia serve como guia diagnóstico, muito parecida com as classificações propostas por Krafft-Ebing, Hirschfeld e Ellis, mas não serve como definição diagnóstica.

Avanços importantes são a exclusão da homossexualidade e a diferenciação entre travestismo e transexualismo.[39]

Essa classificação de 1966 encontra-se hoje disponível e acessível à população via internet em vários “sites” relacionados a transexualismo e ao autor (www.overtherainbow.org.com; www.twentyclub.org; www.genderpsychology.org; www.translife.net; www.symposion.com).

Desorientação e indecisão de sexo e gênero (homens) de Harry Benjamin, 1966[39]

Tipo I Pseudo travesti

Tipo II Travesti fetichista

Tipo III Travesti verdadeiro

Tipo IV Transexual não cirúrgico

Tipo V Transexual de intensidade moderada

Tipo VI Transexual de alta intensidade

Sentimento Masculino Masculino Masculino, Incerto Feminino, Feminino,

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quanto ao Gênero

mas sem convicção.

entre travesti e transexual. Pode rejeitar seu gênero.

preso em um corpo masculino.

inversão “psicossexual”.

Hábitos de se vestir e vida social

Vida masculina normal. Pode apresentar pequeno desejo de se vestir. Não é verdadeiramente transexual.

Vive como homem. Veste-se periodicamente ou em parte do tempo. Vestese com roupas masculinas.

Veste-se constantemente ou com a freqüência possível. Pode viver e ser aceito como mulher. Pode se vestir com roupas masculinas.

Veste-se sempre que possível com insuficiente alívio do desconforto de gênero. Pode viver como homem ou mulher.

Vive e trabalha como mulher, se possível. Alívio insuficiente em se vestir.

Usualmente vive e trabalha como mulher. Sem nenhum alívio com o vestir. Desconforto de gênero intenso.

objeto de escolha sexual e vida sexual

Usualmente heterossexual. Raramente bissexual. Masturba-se com fetiches. Apresenta sentimentos de culpa. Penaliza-se e relaxa.

Usualmente heterossexual. Pode ser bi ou homossexual. Principalmente durante a masturbação tem fantasias de se vestir e de mudança de sexo.

Heterossexual, exceto quando vestido. Vestir dá satisfação sexual e alívio ao desconforto de gênero. Comum a punição e o relaxamento.

Baixa libido. Geralmente assexual ou auto-erótico. Pode ser bissexual.

Baixa libido. Assexual, auto-erótico ou homossexualidade passiva. Pode ter sido casado e ter filhos.

Desejos intensos de se relacionar com homens normais no papel de mulher, se jovem. Com o tempo, baixa libido. Identificação heterossexual, bissexual ou lésbica. Pode ter sido casado e ter filhos.

Operação de conversão

Na realidade não considera.

Pode considerar somente em

Rejeita, mas a idéia é atraente.

Atraente, mas não solicitada.

Solicitada.

Urgentemente solicitada e

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fantasia. Rejeita-a

usualmente conseguida.

Hormonioterapia/ Estrogenoterapia

Não considera; não indicada

Raramente interessado. Pode ajudar a reduzir a libido.

Atrativa como experiência. Pode ser útil como diagnóstico.

Necessária para conforto e balanço emocional.

Necessária como substituta ou como preliminar para a cirurgia de conversão sexual.

Necessária como alívio parcial.

Psicoterapia

Paciente não deseja. Desnecessária

Pode ser bem sucedida em circunstância social favorável.

Vale como tentativa, mas sem sucesso de cura.

Só como apoio. Muitas vezes recusada e sem sucesso.

Rejeitada. Menos ainda como cura. Orientação psicológica permissiva.

Orientação psicológica ou psicoterapia só como alívio sintomático.

Observações

Somente interesse esporádico em se vestir. Raramente tem nome feminino quando vestido.

Pode ser confundida com dupla personalidade masculina e feminina, com nomes masculinos e femininos.

Pode assumir dupla personalidade. Inclinase para o transexualismo.

Vida social dependente das circunstâncias. Freqüentemente identifica-se como transgênero.

Cirurgia desejada, esperada e buscada com esforço até conseguir.

Despreza seus órgãos sexuais masculinos. Perigo extremo de auto-mutilação ou até mesmo suicídio se a cirurgia de conversão não é conseguida.

Tipo 0: Orientação e identificação sexuais sem problemas: heterossexual, homossexual ou bissexual. As idéias de “vestir” ou “mudar de sexo” são estranhas e desprazerosas. Inclui a maioria das pessoas.

Como explicitado nos vários tipos que descreve, Benjamin acreditava que o transexualismo seria só masculino. O transexualismo feminino seguiria outro desenvolvimento pelas suas características e freqüência na população.[26][37] Ele acreditava em uma base biológica explicativa para ambos, mas misturada a fatores ambientais não explicitados.[26][37]

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Harry Benjamin trabalhou durante anos com transexuais. Atendeu milhares deles e morreu, em 1986, aos 102 anos de idade.[26]

Após Benjamin, a medicina dos Estados Unidos iniciou um processo de incorporação desse novo diagnóstico e o tratamento proposto pelo autor. O Johns Hopkins Hospital estabeleceu um Comitê Clínico de Identidade de Gênero e em 1960 o hospital realizou uma mamoplastia redutora bilateral em uma mulher que expressou o desejo de ser homem. Para participar desse mesmo processo, The Erikson Educational Foundation foi fundada no final da década de 60 com o intuito de disseminar o conhecimento e fomentar pesquisas nessa área, além de estimular a criação de clínicas de gênero.[40]

Outro autor importante é John Money. Nascido em 1921 na Nova Zelândia, mudou-se aos 26 anos para os Estados Unidos.[25] Fez doutorado em psicologia na Universidade de Harvard com o tema de intersexo e depois foi para o Johns Hopkins Hospital, onde fez carreira meteórica como pesquisador e especialista em sexualidade.[41]

Em 1955, Money fez uma importante diferenciação entre sexo biológico e gênero a partir de seus primeiros estudos com intersexos.[26]

Provocador teórico desde os anos 60, Money estabeleceu uma teoria psicossocial de gênero e identidade, na qual toda criança deve ter sua identidade de gênero fixada muito cedo em sua vida.[42] Fundador da Clínica de Identidade de Gênero do Johns Hopkins Hospital, Money foi o reponsável por várias cirurgias de reatribuição sexual realizadas com transexuais nas décadas de 1960 e 1970.

Money e seus associados demonstraram que o primeiro e crucial passo na diferenciação do gênero de uma criança é sua auto denominação como masculina ou feminina de acordo com o sexo atribuído e determinado. Na mesma época estabeleceram que a diferenciação de gênero, usualmente irreversível após os 18 meses de vida, está completa por volta dos 4,5 anos de idade.[26][43]

John Money escreve em 1973, com Anke Ehrhardt, sua colaboradora em muitos trabalhos, um livro que se torna peça fundamental no estudo de gênero, especialmente para os casos de intersexo e transexualismo. Trata-se de Man and woman, boy and girl. Nele, o autor explicita suas idéias a respeito da definição da identidade de gênero.

Além da seqüência de diferenciação de gênero, os autores definem dois conceitos importantes para o entendimento do transexualismo e do interssexo, que já eram conhecidos desde os anos 60. São eles:

Identidade de gênero: a identidade, harmonia e persistência da individualidade de alguém como masculina (homem), feminina (mulher) ou ambivalente, em maior ou menor grau, especialmente como ela é experimentada com sua própria consciência e comportamento; identidade de gênero é a experiência privada do papel de gênero e papel de gênero é a expressão pública da identidade de gênero. Papel de gênero: tudo o que uma pessoa diz e faz para indicar aos outros ou a si mesmo seu grau de masculinidade, feminilidade ou ambivalência; isso inclui, mas não se restringe, ao desejo e resposta sexual; papel de gênero é a expressão

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pública da identidade de gênero e identidade de gênero é a experiência privada do papel de gênero (MONEY, EHRHARDT, 1996, p. 4).

Robert Stoller, psicanalista importante no estudo do transexualismo, na década de 60 separa sexo de gênero, atribuindo a sexo uma definição biológica e a gênero, uma definição sócio-psicológica.[26]

Essa separação entre o biológico e o psicológico torna-se realidade com a visão do sexo como quatro formas físico-psicológicas distintas, mas relacionadas, tanto na visão de Money quanto na de Stoller:[26]

1. sexo biológico definido por seis características anatômicas e fisiológicas: cromossomos, gônadas, genitália interna, genitália externa, hormônios e caracteres sexuais secundários;

2. gênero, composto pela identidade de gênero, ou núcleo da identidade de gênero (noção de ser “macho” ou “fêmea”, homem ou mulher) e pelo papel de gênero ou papel de identidade de gênero (noção de ser masculino ou feminino) e comportamento ligado ao papel de gênero;

3. comportamento sexual, declarado e fantasiado, expresso em ambos pela escolha do objeto e natureza da atividade;

4. reprodução, capacidade biológica relacionada com a propagação da espécie.

No início dos anos 70, o transexualismo foi aceito oficialmente como síndrome e foram desenvolvidas extensas pesquisas, publicações e programas de tratamento. Em 1973, o termo disforia de gênero foi criado, incluindo genericamente aqueles indivíduos que sofrem de algum tipo de desconforto de gênero.[35][44][45]

Em 1977, sexologistas ligados à questão de gênero formaram a Harry Benjamin International Gender Dysphoria Association e desenvolveram código e estatuto de tratamento padrão.[40]

Finalmente, o termo “transtorno de identidade de gênero” tem sido usado para descrever os indivíduos com disforia de gênero desde 1980, com a publicação do DSM-III (“Diagnostic and Statistical Manual”, 3rd edition) pela American Psychiatric Association. O uso do termo transexualismo e transtorno de identidade de gênero, presente no DSM-III e na revisão de 1987 (DSM-III-R), legitimou um lugar para esses transtornos no universo psiquiátrico e médico. Para o DSM-IV, em 1994, um grupo liderado por Susan Bradley melhorou os critérios e a descrição desses transtornos, retirando os termos disforia de gênero, transexualismo e transgênero.[35][46][47][48] Este mesmo direcionamento se mantém no DSM-IV-TR.[49]

A Classificação Internacional de Doenças, 10ª versão (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (OMS), Capítulo V, Transtornos Mentais e do Comportamento, inclui nos chamados Transtornos de Identidade Sexual o transexualismo, o travestismo de duplo papel e os transtornos de identidade sexual na infância, além dos genéricos, outros transtornos de identidade sexual e transtorno de identidade sexual não especificados.[1] Na classificação da travestibilidade e transexualidade pela CID-10 cabem alguns esclarecimentos: caso a travestibilidade e transexualidade não fossem amparadas pela CID-10, tratamentos hormonais, cirurgias plásticas, estéticas, e de

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reatribuição de sexo dificilmente poderiam ser realizadas com amparo de médicos credenciados.

A questão transexual no Brasil

No Brasil, é uma constante histórica o entendimento de que todo comportamento sexual entre pessoas do mesmo sexo biológico seja expressão de homossexualidade. Mesmo o travestismo, com ou sem atividade sexual, encontra-se incluído nessa maneira de entender tais comportamentos[2][50][51].

Além de ter, desde o descobrimento, o estigma de paraíso sexual, o Brasil carrega ainda como aspecto cultural o fato de ser comum no carnaval o fenômeno de travestismo, o que gera a impressão de que a homossexualidade, o travestismo e o transexualismo são aceitos e disseminados no país.[51]

Segundo GREEN (2000, p. 23):[51]

Para muitos observadores estrangeiros, de Buenos Aires a São Francisco e Paris, essas imagens variadas dos homossexuais brasileiros, extrovertidos e licenciosos, que expressam a sensualidade, a sexualidade ou a atitude camp durante o carnaval, acabaram sendo confundidas com uma suposta tolerância da homossexualidade e da bissexualidade nesse país. A permissividade aberta do carnaval, assim diz o estereótipo, simboliza um regime sexual e social que aceita a ambigüidade sexual sem restrições, incluindo a sexualidade do homem em relação ao homem.

Contribui para isso a realidade de que no país não existem leis anti-homossexuais na Constituição nem Código Penal. Esse fato, contudo, não impede a ocorrência de repressão policial e atitudes discriminatórias no dia-a-dia.[50] Além do quê, pela herança cultural católica e latina, é considerado homossexual o homem que apresenta trejeitos femininos, ou seja, é afeminado. Portanto, a dificuldade em se definir transexualismo como outra variável de comportamento humano ainda é difícil e a confusão com travestis permanece.[51] O autor exemplifica essa confusão permanente ao relatar o caso de um homossexual:

Nascidos com genitais masculinos mas sexualmente atraídos por outros homens, alguns pensavam que sua essência, alma, espírito, ou pensamento eram, na verdade, femininos, e estavam encarcerados erroneamente num corpo masculino. Nem sua provável formação católica, ou meio social em que foi criado no Brasil rural, nem o aconselhamento médico ofereceram a Marina um modelo alternativo para construir sua identidade sexual e social. Seu desejo de servir, de assumir o papel tradicional da mulher num relacionamento, parecia-lhe a única opção disponível (GREEN, 2000, p. 136-137).[51]

Para COSTA (1992),[52] mesmo o conceito de homossexualidade estaria ultrapassado. Com isso, propõe o termo homoerotismo que desconstrói o sentido médico científico e introduz uma noção de desejo sexual pelo mesmo sexo. Já o conceito de identidade sexual não fica claro se pertenceria a esta categoria ou não, apesar do conteúdo contestador presente no desejo e na crença verdadeira de pertencer ao sexo oposto.

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Todas essas referências, apesar de pouco esclarecedoras, são pertinentes à homossexualidade e ao transexualismo masculino. A homossexualidade, o travestismo e o transexualismo feminino permanecem em terreno obscuro no Brasil. Já no campo da cirurgia de reatribuição sexual, muito se evoluiu nesses últimos 30 anos. Segundo COUTO (1999),[53] a primeira cirurgia, que prefere chamar de adequação sexual, realizada no Brasil foi em 1971 pelo Dr. Roberto Farina. O custo desse pioneirismo foram dois processos, um criminal e outro no Conselho Federal de Medicina. O médico foi considerado culpado nos dois processos.

Contudo, de acordo com COUTO (1999),[53] desde a década de 1970 muitos transexuais brasileiros realizaram as cirurgias de reatribuição sexual ilegalmente, no Brasil ou fora (Europa: Dinamarca e Inglaterra; África: Marrocos; América do Sul: Equador).

Paralelamente a esses acontecimentos, no campo jurídico e legal têm início algumas atitudes isoladas. Em 1979 foi apresentado projeto de lei de autoria do deputado José de Castro Coimbra que regulamentava na esfera jurídica a problemática das pessoas transexuais. Apesar de aprovado pelo Congresso Nacional, foi vetado pelo Presidente da República João Figueiredo.[53][54]

Atualmente tramita no Congresso Nacional outro projeto de lei de autoria do deputado federal José Fortunati que regulariza as questões vitais dos transexuais, como cirurgia e alteração de nome e documentos.[53]

Com a aprovação da Resolução 1482/97 do Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizando, segundo determinados critérios, a realização da cirurgia de transgenitalização, o panorama mudou. “Acredita-se que existam cerca de 1.500 transexuais operados no Brasil e que pelo menos mais 1.200 estejam na fila aguardando a autorização para a cirurgia” (COUTO, 1999, p. 38).[53]

Essa Resolução[55] resolvia:

1. autorizar, a título experimental, a realização de cirurgia de transgenitalização do tipo neocolpovulvoplastia, neofaloplastia e ou procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários como tratamento dos casos de transexuailismo;

2. a definição de transexualismo obedecerá, no mínimo, aos seguintes critérios: desconforto com o sexo anatômico natural; desejo expresso de eliminar os genitais, perder as características primárias e secundárias do próprio sexo e ganhar as do sexo oposto; permanência desse distúrbio de forma contínua e consistente por pelo menos dois anos; ausência de outros transtornos mentais;

3. a seleção dos pacientes para cirurgia de transgenitalismo obedecerá à avaliação de equipe multidisciplinar constituída por médico-psiquiatra, cirurgião, psicólogo e assistente social, segundo os critérios definidos, após dois anos de acompanhamento conjunto: diagnóstico médico de transexualismo; maior de 21 anos; ausência de características inapropriadas para cirurgia;

4. as cirurgias só poderão ser praticadas em hospitais universitários ou hospitais públicos adequados à pesquisa;

5. consentimento livre e esclarecido, de acordo com a Resolução CNS nº 196/96.

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Em 2002, o Conselho Federal de Medicina aprova nova Resolução, a de número 1652/2002, que amplia o já disposto na Resolução 1482/97:[56]

1. autoriza a cirurgia de transgenitalização do tipo neocolpovulvoplastia e/ou procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários como tratamento dos casos de transexualismo;

2. autoriza, ainda a título experimental, a realização de cirurgia do tipo neofaloplastia e/ou procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários como tratamento dos casos de transexualismo;

3. mantém as definições de transexualismo; 4. mantém a seleção dos pacientes; 5. as cirurgias para adequação do fenótipo feminino para masculino só poderão ser

praticadas em hospitais universitários ou hospitais públicos adequados para a pesquisa;

6. as cirurgias para adequação do fenótipo masculino para feminino poderão ser praticadas em hospitais públicos ou privados, independente da atividade de pesquisa.

Com isso, o tratamento dos transexuais masculinos se ampliou e o dos transexuais femininos continua em pesquisa.[2]

A partir da Resolução de 1997 os transexuais vêm tendo maior visibilidade e suas questões, maior transparência social, seja em matérias de revistas, jornais, televisão, novela e até em política. No início, por conta das primeiras cirurgias realizadas; depois, por questões de cidadania.[2]

Bianca Magro, registrada como Edilson, foi a primeira transexual a ser operada gratuitamente, no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em 8 de abril de 1998, depois que a cirurgia foi autorizada pelo CFM.[53]

Em São José do Rio Preto, no Hospital de Base e na Faculdade de Medicina, desde dezembro de 1998 são realizadas cirurgias de reatribuição sexual.[2]

Foi noticiado no jornal Folha de São Paulo de 22 de dezembro de 2002 sobre Camille Cabral, transexual brasileira, médica e conselheira municipal em Paris, cidade onde exerce sua cidadania. Foi na França que Camille se revelou transexual e se casou por duas vezes. Hoje, viúva de seu segundo marido, trabalha com questões relativas a doenças sexualmente Transmissíveis e minorias como conselheira municipal eleita pelo 16º “arrondissement” de Paris pelo Partido Verde.[2]

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mais especificamente na Unidade de Endocrinologia de Gônadas e Intersexo da Primeira Clínica Médica, existe um trabalho médico e psicológico com transexuais desde meados dos anos 70. Com o advento da resolução do CFM juntou-se à equipe um urologista e, posteriormente, cirurgiões plásticos no atendimento aos transexuais.[54]

No Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Ipq HCFMUSP), nos anos 80, o psiquiatra Renato Del’Sant iniciou trabalho pioneiro e específico de estudo e atendimento dessa população, mas que pela impossibilidade cirúrgica na época, não teve continuidade.[2]

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Com a inauguração do ProSex em 1993, muitos transexuais buscaram esse serviço interessados em acompanhamento e cirurgia.[2]

Mas foi com a resolução do CFM de 1997 que um trabalho efetivo, que conta com adesão dos pacientes, vem funcionando.[2]

Em conjunto com a Endocrinologia, o ProSex integra uma equipe multidisciplinar e coesa, desde 1999, discutindo critérios diagnósticos, questões éticas, manejo terapêutico, psicoterapia e questões práticas do dia-a-dia como, por exemplo, dificuldades em se marcar cirurgia etc.[2]

Em 2001, cria-se o Protig - Programa de Transtorno de Identidade de Gênero (DSM-IV) / Transexualismo (CID-10) - no Hospital das Clínicas de Porto Alegre em associação com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.[2][57]

Nos dias atuais, em que a realização das cirurgias de reatribuição sexual parece algo irrevogável, o grande problema se situa na condição legal e jurídica da pessoa operada. Apesar de não existir decisão formal, muitos pacientes têm conseguido, ainda que de forma isolada, a mudança de nome e sexo no registro civil, o que leva à alteração de toda a documentação e a uma diminuição do constrangimento cotidiano a que eram expostos.[2][58]

Causas e Tratamento

Outras questões relevantes

Alguns outros pontos importantes relacionados aos transtornos de identidade de gênero merecem destaque. De certa maneira, estão ligados ao transtorno e influenciam, especialmente em relação ao transexualismo, a qualidade de vida e o sentido de realização desses indivíduos.

As atitudes das pessoas em relação ao transexualismo é um aspecto importante, tendo sido analisado de maneira complexa por LANDÉN e INNALA (2000)[59] em amplo estudo realizado na Suécia. Os resultados obtidos podem ser assim resumidos:

• a grande maioria aceita a possibilidade dos transexuais poderem ter seu sexo reatribuído;

• 63% acreditam que a própria pessoa deva pagar por isso e não o Estado; • a grande maioria acredita que eles possam se casar e trabalhar com crianças após

a mudança; • 43% apóiam a adoção de crianças por transexuais operados e 41% são contra; • homens e o grupo com idade mais alta apresentam visão mais restritiva, que os

grupos de mulheres e os de idade mais jovem.

Outra questão que desperta interesse científico é a dos parceiros. Quem são essas pessoas que se interessam e têm desejo por transexuais, ou, em sentido mais amplo, por quem sofre de transtorno de identidade de gênero?

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BLANCHARD e COLLINS (1993)[60] realizam estudo a respeito de homens que se interessam por travestis, transexuais e homens feminilizados. Dão a esse desejo o nome de ginandromorfofilia. Afirmam que essa população é muito maior do que se imagina em função do mercado voltado para eles: publicações, revistas pornográficas, prostituição específica em ruas e em anúncios publicados em jornais diários.

Encontram três padrões de comportamento.

1. primeiro grupo, ou padrão comportamental, refere-se a homens que buscam essa população com fins românticos, de se relacionar afetivamente com eles. Não se travestem, isso é não são transexuais, travestis ou transgêneros e não fazem diferenciação de termos entre transexuais, travestis ou qualquer outro tipo; são masculinos e vivem como tal.

2. segundo grupo é aquele que se reconhece como com atividades de travestis, seja ao se vestir, seja no estilo de vida. Procuram outros para encontros sexuais ou ligações afetivas.

3. terceiro e último grupo, residual, é aquele em que se encaixam os travestis e transexuais, que não buscam alguém parecido com eles mas, sim, homens masculinos, de preferência, hipermasculinos.

Os pesquisadores ressaltam que nenhum dos integrantes das três categorias se definiu como “gay” ou homossexual. Apenas poucos se definiram como bissexuais. A grande maioria não fez referência ao seu estado civil, poucos assumiram que eram casados.

As conclusões finais são de que a grande maioria desses homens não é composta de pessoas com atividades ou comportamentos travésticos. Os ginandromorfófilos “puros” se diferenciam dos travestis “puros” por vários motivos, desde a forma como se reconhecem, esperam ser tratados (como homem ou mulher) até pela preferência de papel dominante na interação sexual. Para esses estudiosos, todas essas evidências constituem a base para a afirmação de que a ginandromorfofilia se constitui como interesse erótico separado e particular.

As expressões “maioria” e “poucos” encontradas no parágrafo anterior são do texto pesquisado. Os autores não fazem referência à porcentagem ou números absolutos e optam pelo uso desses termos.

Já entre transexuais femininos, STEINER e BERNSTEIN (1981)[61] direcionam a pesquisa mais para as características da relação estabelecida do que meramente do parceiro. Encontram, em relação às parceiras, que:

• 95% tiveram previamente coito com parceiros homens; • 10% tiveram relações homossexuais ( com mulheres), enquanto 90% negam esse

tipo de relação; • 73% relatam orgasmo com homem, 27% negam; • 100% relatam orgasmo no sexo com parceiro transexual; • 95% se vê como mulher durante a relação sexual, 5% como homem e como

mulher em tempos alternados; • 91% reconhece seu parceiro como homem durante fantasias sexuais, 9% o vê

nos dois papéis (masculino e feminino).

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Em relação aos transexuais masculinos:

• 100% preferem parceiras mulheres; • 41% já tiveram intercurso sexual com homens; • 85% já tinham tido relação sexual com mulheres; • 23% revelam orgasmo durante a atividade sexual com homens; • 85% dizem ter orgasmo durante intercurso sexual com mulheres; • 100% quer ter um pênis; • 100% se vê como homem durante o sexo e vê a parceira como mulher.

Concluem afirmando que os transexuais querem exercer o papel de pai e muitas vezes escolhem parceiras que já tenham filhos; além disso, as companheiras contribuem para sua estabilidade na fase de transformação. Já as parceiras relatam casamentos infelizes prévios e vêem a atual relação com esse “homem sem pênis” como segura, sem riscos de gravidez e estável. O somatório dessas buscas faz desse tipo de relacionamento um espaço sexual e emocionalmente gratificante, o que favorece que a parceria dure muitos anos.

As questões legais envolvendo os transexuais também formam tópico importante e que determina inclusão social e afetiva após a cirurgia.

RENDLEMAN (1998)[62] expressa a dificuldade da equipe médica em lidar com transexuais pré-cirúrgicos que utilizam nome fictício.

ALTHOF (1980)[63] analisa a importância da mudança de nome para essa população e as dificuldades encontradas.

No Brasil, ARAUJO (2000)[58] trata em termos jurídicos dos direitos constitucionais que um transexual se faz merecedor após a cirurgia de reatribuição sexual. Atualmente, muitos pacientes têm conseguido a mudança de nome e sexo em registro civil (certidão de nascimento), mas ainda na dependência de decisão judicial favorável. A resolução do Conselho Federal de Medicina contribuiu muito para essa mudança jurídica nos últimos anos.

Em outros países, os problemas não se atêm à questão do nome. Em muitos lugares existe a discriminação legal[64][65]) e até perseguição policial.[66]

Por fim, relacionada às questões legais, existe, pelo menos nos EUA, preocupação com o acesso e as necessidades específicas dessa população no tocante à saúde pública.

LEE (2000),[67] CLARK et al. (2001),[68] GREEN (2000),[51] LOMBARDI (2001)[69] e MEYER (2001)[70] discutem, avaliam e propõem a urgência de um programa de saúde voltado para a população GLBT (“gays”, lésbicas, bissexuais e transgêneros) em que sejam discutidas questões relevantes de cidadania e saúde específicas para eles.

Já WIESSING et al. (1999)[71] e CLEMENTS-NOLLE et al. (2001)[72] discutem a necessidade de um programa específico em relação à AIDS, infecção por HIV e uso de silicone para a população transexual.

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Em relação à mídia escrita, o tema, além de importante e vendável, desperta a curiosidade das pessoas, servindo como meio de dissolução de preconceitos e ignorância, mas também oferecendo a questão como algo sensacionalista. Nos EUA, a revista GQ, na edição de agosto de 2001, publica matéria interessante sobre uma jornalista vivendo como homem (My Life as a Man). A mesma revista, em maio de 2002, revela a história de um professor de inglês, casado e transexual (From a Man to a Woman).

No Brasil são comuns matérias sensacionalistas ou pornográficas. Contudo, a revista Época, na edição de número 236 de novembro de 2002, publica reportagem esclarecedora sobre o assunto, além de na edição número 295 de 12 de janeiro de 2004 tornar público o trabalho da pesquisadora da Universidade de Stanford, Joan Roughgarden, uma mulher transexual, que “afirma que as identidades homossexuais e transexuais são abundantes em várias espécies de vertebrados”.

O jornal “Folha de São Paulo”, nas edições de 14 e 15 de novembro de 2003, publica importante informação e comentário sobre a participação de transexuais na Olimpíadas de Atenas em 2004. Nas edições de 5 e 6 de março de 2004, noticia a presença da mulher transexual, Mianne Bagger, competindo no torneio de tênis Aberto da Austrália.

A maior visibilidade dos transexuais pode contribuir para a diminuição do preconceito e da discriminação, o cuidado deve centrar no sensacionalismo e na exploração sexual e pornográfica do tema.

Os transexuais estarão expostos à discriminação, chacota e humilhação alimentadas pela ignorância e preconceito, enquanto não for adotada uma postura de legalização, legitimização, reconhecimento e repeito. Cabe também aos profissionais de saúde fomentar e defender essa mudança de atitude e cuidado em relação a esses indivíduos que buscam na Medicina ajuda para resolução de seus problemas.

Em verdade, essa é uma história que está longe do término. A questão transexual é recente dentro da Medicina e mesmo de outras áreas de pesquisa. Só nos últimos 40 anos é que algum conhecimento se estruturou, há muito para ser discutido, revelado, conhecido, e em trabalho integrado.

Esse tema e essa população necessitam de diversas equipes calcadas em princípios sólidos de respeito e atenção à saúde e à cidadania. As questões legais não são específicas desse processo médico, mas a interligação é evidente e necessária, e o distanciamento representaria uma fuga de responsabilidades éticas e sociais.

Tudo isso encontra respaldo na bibliografia pesquisada e adquire caráter de urgência na realidade cotidiana dos transexuais e também daqueles que se dispõem a trabalhar com eles.

Termos relacionados

• Androginia: característica da pessoa que tem ao mesmo tempo traços de ambos os sexos, não parecendo nem só masculina ou feminina.

• Crossdressing: necessidade fetichista de se vestir com roupas do sexo oposto para obter satisfação sexual.

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• Drag queen: pessoa que se traveste do sexo oposto para fins geralmente humorísticos ou profissionais.

• Gay: atração erótica e afetiva de um homem por outro. • Homossexualidade: pessoa cujo desejo erótico e afetivo é voltado a indivíduos

do mesmo sexo. • Identidade de gênero (também identidade sexual): identificação com os

elementos social e culturalmente delimitadores do que é típico do comportamento masculino ou feminino.

• Intersexualidade: indivíduo que possui o sexo externo (pênis, vagina) e/ou interno (óvulos, testículos) indefinidos ou de ambos os sexos.

• Lesbianismo: atração erótica e afetiva de uma mulher por outra. • Orientação sexual: refere-se à capacidade de atração sexual ou romântica que

uma pessoa pode sentir por outra do gênero oposto ou do mesmo gênero. • Transgenerismo: termo que inclui pessoas transexuais, travestis, intersexuais e

todas as outras cujo comportamento social seja incongruente com o sexo designado no nascimento.

• Travestismo: necessidade fetichista de transformar o corpo (com hormônios e cirurgias) e se vestir com roupas do sexo oposto para satisfação pessoal e sexual. Contudo, não há necessidade de readequação genital (fazer a cirurgia de redesignação sexual, vulgarmente conhecida como “mudança de sexo”), como no caso dos transexuais.

Ver também

• Mulher transexual • Homem transexual • Cirurgia de Redesignação Sexual • Lista de transexuais e transgêneros publicamente conhecidos • Nome social

Notas e referências

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Tantra Tantra (Sânscrito: tratado sobre ritual, meditação e disciplina), yoga tântrico ou tantrismo é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Essencialmente, a prática tem por objectivo o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual[1].

Índice

• 1 Origem da expressão • 2 Descrição • 3 Os dois ramos • 4 Influência no ocidente • 5 Ver também • 6 Ligações externas • 7 Referências

Origem da expressão

A palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.

Tal denominação tem as suas raízes em fatores históricos muito sutis, pois esta filosofia comportamental, durante a época medieval, foi severamente reprimida na India Hinduista, fortemente espiritualizada. Esta era a forma como os seguidores desta filosofia a viam. Libertadora, mas mantida em segredo (na escuridão)[1].

Dispondo de imensos significados e interpretações, mais ou menos corretos, tais como teia, trama ou entretecido. Tantra pode ser interpretado, mais correctamente, como algo que é regulado por regras gerais[1].

Descrição

Tantra é uma filosofia hindu muito antiga cuja natureza comportamental mais lhe faz delinear, tendo por características: matriarcal, sensorial, naturalista e desrepressora [carece de fontes?], também é o Tantra um complexo sistema de descrição da realidade objetiva tornando-o assim uma ciência prática e aplicável, sendo a base do pensamento de um povo muito muito antigo que até hoje faz ecoar sua influência sobre a sociedade contemporânea.

Nas sociedades primitivas não-guerreiras, na qual a cultura não era centrada na guerra, a mulher era fortemente exaltada e até mesmo endeusada, na medida em que dava vida a outros seres humanos. Dai, a qualidade matriarcal. A partir dessa qualidade desdobra-se a qualidade sensorial ("a mãe dá à luz pelo seu ventre e alimenta o filho pelo seu seio")

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e a desrepressora, tendo que a mãe é sempre mais carinhosa e liberal que o pai, pelo facto de o filho ter nascido do seu corpo e a própria natureza, normalmente, ter o macho de mais agressivo [carece de fontes?].

Baseado quase inteiramente no culto de Shiva e Shakti, o tantra visualiza o Brahman definitivo como Param Shiva, manifesto através da união de Shiva (a força ativa, masculina, de Shiva) e Shakti (a força passiva, feminina, de sua esposa, conhecida também como Kali, Durga, Parvati e outras).

Está centrado no desenvolvimento e despertar da kundaliní, a "serpente" de energia ígnea, de natureza biológica e manifestação sexual, situada na base da espinha que ascende através dos chakras até se obter a união entre Shiva e Shakti, também conhecida como samadhi.

No Tantra, ao contrário da maioria das filosofias espiritualistas, se vê o corpo não como um obstáculo mas como um meio para o conhecimento, para o Tantra, todo o complexo humano é vivo e possui consciência independente da consciência central e por isso mesmo é merecedor de atenção, respeito e reconhecimento, para tanto, usa mantras (vocalização de sons e ultra sons em sânscrito), yantras (figuras geométricas, desde simples a complexas, como mandalas, por exemplo, que representam as diversas formas de Shakti) e rituais que incluem formas de meditação.

Os dois ramos

Segundo alguns autores o tantra é composto por dois ramos denominados a "mão esquerda" e a "mão direita". Embora o objectivo geral dos dois seja o mesmo, os processos utilizados diferem. A "mão esquerda" está ligada muitas vezes à procura de poderes ocultos e à extroversão de energia psíquica sob forma de capacidades supra-normais. A "mão direita" está ligada à canalização de toda a energia para a elevação espiritual do ser humano. Este é também conhecido como Vidya Tantra ou tantra do conhecimento e a mão esquerda como Avidya Tantra. O tantra correctamente praticado acelera rapidamente o progresso espiritual do ser humano. Apesar disso o tantra é muitas vezes encarado com desconfiança devido a certos aspectos do avidya tantra. É bem conhecido o fato de que o Budismo Tântrico sempre enfatiza a necessidade de supervisão por um orientador de confiança.

Influência no ocidente

Alega-se que o tantra teve forte influência no ocidente nas ciências ocultas. Diversos ramos do ocultismo contemporâneo, particularmente os que se dizem gnósticos ensinam alguma versão de "sexo sagrado"..

Muito da linguagem sexual encontrada na alquimia supostamente tem sua origem em tradições orientais relacionadas com o Tantra.

Particularmente a linha thelemita, fundada pelo polêmico mago e ocultista do início do século XX, Aleister Crowley, alega ter levado essa influência ao seu maior extremo e se apresenta como um tantra ocidentalizado.

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Outra linha tântrica, que pode ser chamada de Tradição da Mão Direita [carece de fontes?], foi muito difundida, Arnold Krumm-Heller e Samael Aun Weor. Para eles, o Tantra teria como "braço mágico" certas práticas que canalizariam a energia sexual para o Despertar da Consciência Espiritual.