seu lugar à sombra - hsvp · uma reportagem sobre o câncer de pele, ... portes aliada à boa...

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Seu lugar à sombra A prevenção é o melhor caminho para evitar o câncer de pele Controle do diabetes Técnica de cirurgia bariátrica ajuda a controlar o diabetes tipo 2 em obesos mórbidos Humanização Pacientes em tratamento oncológico contam com o carinho de uma equipe experiente HSVP REVISTA DO HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO INFORMATIVO BIMESTRAL ANO 5 Nº 19 FEV/MAR 2017

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Seu lugar à sombraA prevenção é o melhor caminho para evitar o câncer de pele

Controle do diabetesTécnica de cirurgia bariátrica ajuda a controlar o diabetes tipo 2 em obesos mórbidos

HumanizaçãoPacientes em tratamento oncológico contam com o carinho de uma equipe experiente

HSVPrevista do

hospital são vicente de paulo

INFORMATIVO BIMESTRALANO 5 • Nº 19 • FEV/MAR 2017

Editorial

Hospital são Vicente de paulo

Rua Dr. Satamini 333, Tijuca, Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2563-2121 • www.hsvp.org.br

Fundado em 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

dirEtoria Médica: Marcio Neves (CRM: RJ-577755).

consElho adMinistrativo: Ir. Marinete Tibério, Ir. Josefa Coissi, Ir. Emanuele Gonçalves de Alcântara e Ir. Ercília de Jesus Bendine.

ReVista do HsVp

consElho Editorial: Ir. Marinete Tibério – Diretora Executiva; Ir. Josefa Coissi – Diretora de Enfermagem; Ir. Ercília de Jesus Bendine – Diretora de Relacionamento com o Paciente; Marcio Neves – Diretor Médico; Vanderlei Timbó – Coordenador de Qualidade.

suMário

PRODUÇÃO: SB Comunicação

EDiÇÃO: Simone Beja

TEXTOS: Danielli Marinho e Nathália Vincentis

APOiO EDiTORiAL: Wilson Agostinho e Thiago Ribeiro

PROjETO gRáficO: Maurício Santos

cAPA: Montagem sobre fotos de dreamstime.com

imPRESSÃO: Artecriação

Foco na sua saúde

Caro leitor,

2017 chegou! A equipe do Hospital São Vicente de Paulo gostaria de renovar o desejo de bênçãos a todos que, ao longo desses mais de 35 anos, confiam sua saúde aos profissionais do nosso hospital. O princi-pal compromisso com o nosso público é continuar a busca incessante pela qualidade no atendimento hospitalar e na atenção ao paciente.

A preocupação com o bem-estar e a saúde dos nossos leitores nos levou a preparar uma edição cheia de temas importantes. Na capa, uma reportagem sobre o câncer de pele, cujos índices de incidência vêm aumentando no Brasil e no mundo. Saber identificar e proteger a cútis durante o período de exposição ao sol, principalmente duran-te as estações mais quentes, é essencial para uma vida saudável.

Em outra matéria, abordamos uma recente técnica cirúrgica que aju-da a reduzir e controlar o diabetes tipo 2. Conhecida como cirurgia metabólica, ela pode ser um caminho para dar mais qualidade de vida ao paciente que está acima do peso e com doenças associadas. Os efeitos do declínio hormonal são outro tema desta edição. A que-da de hormônios pode atingir os ossos, levando muitas vezes a um quadro de osteopenia, condição que antecede a osteopo-rose. É bom ficar atento!

Trazemos também nas próximas páginas uma entrevista com um dos três médicos do nosso hospital, membro da Academia Nacional de Medicina. O HSVP é a instituição de saúde que tem o maior número de integrantes na ANM, uma organização fundada por D. Pedro I, a qual congrega os mais notáveis nomes da medicina do país. Fazer parte da ANM é a honra máxima para um profissional de saúde.

Boa leitura!

Ir. Marinete TibérioDiretora Executiva do HSVP

PersonalIdade 3 Marcio atalla

evenTos 4

arTIgo 6 osteopenia indica perda de massa óssea

saúde 8 Cirurgia bariátrica ajuda no controle do diabetes

Câncer de pele 10

desTaque 13 Humanização no tratamento oncológico

servIço 16 Cardiopatia estrutural: duas formas de afetar o coração

Médicos do HsvP 18 são membros da academia de Medicina

Personalidade

Um dos profissionais de Edu-cação Física mais respeitados e conhecidos do país, Marcio Atalla escolheu como filoso-

fia de vida levar hábitos saudáveis às pessoas, com a prática regular de es-portes aliada à boa alimentação, cui-dados que, segundo ele, devem ser “o bem mais precioso” no dia a dia.

Famoso por comandar o quadro Medida Certa, do Fantástico, exibido pela TV Globo desde 2010, Atalla fez sucesso ao acompanhar a difícil roti-na de artistas e famosos para entrar em forma e reprogramar o corpo, mostrando os desafios enfrentados pelos participantes. Nesta entrevista, o educador físico ensina os passos que deverão ser seguidos para uma vida de hábitos saudáveis.

a prática regular de exercícios beneficia a saúde e a qualidade de vida. quais são os fatores considerados fundamentais para dar início a novos hábitos?

Para desenvolver novos hábitos, de-vemos programar o tempo e gostar do que fazemos. Quando a atividade física começa a fazer parte da nossa rotina, torna-se um hábito e acaba sendo mais difícil desistir, exceto nos casos de doença ou de limitações

Marcio AtallaEducador físico e colunista da revista Época e da rádio CBN

físicas. Uma boa programação do tempo e a escolha de uma atividade prazerosa são os melhores caminhos para o sucesso.

a atividade física pode prevenir o aparecimento de doenças silenciosas, como o diabetes e a hipertensão. qual a melhor maneira de entrar em forma?

A pessoa sedentária deve se plane-jar e passar por um checkup para avaliar a condição física antes de co-meçar. A idade não é um problema. A questão é adaptar a prática à ida-de e à condição física e seguir sem-pre fazendo. Para quem deseja en-trar em forma de maneira mais rápida para o verão, desaconselho medidas radicais, com resultados imediatistas, e sugiro esquecer a estação e pensar no futuro.

Caso os treinos já tenham sido iniciados no verão, quais são os cuidados recomendados?

Evitar as atividades em ambientes externos nos horários mais quentes, por exemplo, é um deles. O calor ex-cessivo pode provocar mal-estar, hi-pertermia, desidratação e sintomas de tontura, enjoo e desmaio. O filtro solar é essencial para proteger a

pele, e o uso de roupas leves é a me-lhor opção para que o suor evapore. É fundamental beber água e man-ter-se hidratado. Os isotônicos não substituem a água, mas são impor-tantes para quem perde muitos sais minerais. A alimentação deve incluir saladas, sucos, sanduíches frios e até sorvete de frutas.

além de auxiliar famosos e artistas, qual outro programa de reeducação física que você já desenvolveu?

Em 2016, realizei um projeto inédito de intervenção populacional com foco na melhoria da saúde e do estilo de vida de moradores de Jaguariúna, cidade do interior de São Paulo que tem 50 mil habitantes. O resultado fará parte de um estudo científico, que poderá servir de base para a melhoria da qualidade de vida da população de outras cidades brasi-leiras. Cerca de 50% da população brasileira está acima do peso, de acordo com pesquisa recente do Ministério da Saúde, e a atividade física também traz outros benefícios, como melhoria das funções cogniti-vas e da memória, além de estimular a autoestima, a autoconfiança, o hu-mor, o sono, a disposição e até a ma-neira de encarar a vida.

Reprogramando o corpo com saúde

Revista do HsvP 3

eVenTos

HSVP conquista prêmios com projetos inovadoresO Hospital São Vicente de Paulo participou com sucesso dos prêmios Referências da Saúde e Excelência da Saúde, realizados em São Paulo, nos meses de setembro e outubro de 2016.

Concorrendo com os principais hospitais do Brasil, o HSVP conquistou o primeiro lugar na categoria Gente e Gestão, do Prêmio Excelência da Saúde. O case apresentado foi o projeto Colaborador Exemplar, que já está em sua segunda edição e premia, todos os meses, os colaboradores com boa assiduidade e comportamento exemplar.

Já no Prêmio Referências da Saúde, o HSVP venceu na categoria Gestão de Tecnologia da Informação, com o projeto Indicadores e BSC Alinhados ao Planejamento Estratégico e Investimentos, um sistema eletrônico que automatiza e integra os indicadores de todas as áreas da instituição ao Planejamento Estratégico.

A presidente e diretora executiva do Hospital São Vicente de Paulo, Irmã Marinete Tibério (foto), atribui as vitórias e o destaque nas premiações ao trabalho de toda a família HSVP. “Sistematicamente, o HSVP vem conquistando importantes prêmios e nossos

projetos têm se destacado entre os grandes hospitais brasileiros.

Esse sucesso é o resultado de um trabalho de excelência e fruto da dedicação de cada colaborador que se empenha em colocar o São Vicente de Paulo sempre em um elevado nível de

qualidade”, comemora.

Lembrado pelos cariocasCom qualidade e excelência reconhecidas, aliadas ao crescente investimento em publicidade, o Hospital São Vicente de Paulo destacou-se na categoria Clínicas e Hospitais, sendo referenciado como um dos dez hospitais mais queridos pelos cariocas. O resultado foi apresentado na pesquisa Marca dos Cariocas, realizada anualmente pelo jornal O Globo, com o objetivo de apurar quais são as marcas preferidas da população da cidade do Rio de Janeiro. O levantamento é feito considerando-se 35 segmentos de diversos serviços oferecidos no mercado.

4 Revista do HsvP

Semana da Qualidade abordou as Comissões HospitalaresA 20ª Semana da Qualidade do Hospital São Vicente de Paulo, realizada no final de novembro, trouxe como tema principal As Comissões Hospitalares e Seus Compromissos com a Qualidade. Os representantes de cada comissão existente no HSVP participaram do evento e explicaram ao público o funcionamento de cada comitê, destacando o impacto que o trabalho dos grupos possui na garantia da qualidade da assistência e na segurança do paciente.

Jornada Multidisciplinar do HSVP reúne profissionais e acadêmicosA 11ª edição da Jornada Multidisciplinar do HSVP, realizada com sucesso no dia 1º de dezembro, contou com a presença de centenas de profissionais de saúde do HSVP e estudantes de Medicina, que puderam acompanhar temas relevantes sobre Inovações em Medicina Intervencionista. Enfermeiros, psicólogos, fonoterapeutas, fisioterapeutas e médicos do HSVP participaram da discussão de casos clínicos e apresentaram atualizações científicas sobre diferentes especialidades, como Cardiologia, Geriatria, Oftalmologia, Ortopedia e Neurologia, entre outras.

HSVP mantém sua origemMesmo com a atual dinâmica empresarial do mercado de saúde,

resultando na fusão e verticalização das empresas, o Hospital

São Vicente de Paulo mantém sua tradição de 36 anos, sendo

um hospital próprio, sem vínculo

com nenhuma rede. Desde sua

fundação, o HSVP é originário da

Associação Filhas da Caridade de

São Vicente de Paulo e, assim,

permanece até os dias atuais.

Revista do HsvP 5

arTigo

Osteopenia indica perda de massa ósseaMarco Antônio Gouvea Vieira*

Nossos ossos, aparentemente sólidos e resistentes, são estruturas que estão em permanente processo de renovação. A cada dia, vão se decompondo e se

reconstruindo constantemente pela ação de três tipos de célula: os osteoblastos, responsáveis pela reprodução da matriz óssea que entra na composição de todo o esqueleto; os osteócitos, células maduras que regulam a quantidade de minerais (especialmente de cálcio) no tecido ós-seo, e os osteoclastos, células que reabsorvem a massa óssea envelhecida para dar lugar a no-vas matrizes. Esse processo de regenera-ção garante a estabilidade da massa ós-sea e a recuperação da forma e da função dos ossos, quando há lesões ou fraturas.

O pico de densidade mineral óssea ocorre em torno dos 30 anos de idade. A partir daí, vai-se perdendo a estabilidade, o equilíbrio entre produção e reabsorção de células ósseas começa a ficar comprometido e os ossos se tornam mais fracos e porosos, levando à osteopenia e, em casos mais seve-ros, à osteoporose.

É bom deixar claro que osteopenia não é uma doença, mas uma condição pré-clínica que sugere a perda gradual de massa óssea e, se não for diagnosticada a tempo, pode levar à osteoporose, esta, sim, uma enfermidade que compromete a resistência dos ossos e au-menta o risco de fraturas no fêmur, nos pulsos e na coluna vertebral.

* Formado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com residência em Ginecologia no Hospital Municipal Miguel Couto. Tem pós-graduação em Medicina do Trabalho e MBA em Gestão e Administração Hospitalar pelo Centro Brasileiro de Pós-Graduações (CENBRAP). Embora possa afetar homens e mulheres,

elas são mais vulneráveis, principalmente aque-las com menopausa precoce ou na pós-meno-pausa, quando existe queda na produção do estrogênio, o hormônio feminino que contribui para a absorção de cálcio e estabiliza o meta-bolismo ósseo. Nos homens, o problema se agrava depois dos 60 anos, quando cai a pro-dução de testosterona, o hormônio masculino.

6 Revista do HsvP

Essas alterações são silenciosas, pratica-mente assintomáticas e, muitas vezes, são descobertas após episódios de fraturas, não raro espontâneas, sem quedas. Entre os fa-tores de risco para desenvolver a osteope-nia estão histórico familiar de osteoporose, tabagismo, ingestão de mais de duas doses de bebida alcoólica ao dia, baixa estatura e baixo peso durante a maior parte da vida, além de sedentarismo, idade avançada, uso contínuo e prolongado de corticosteroides, hormônios tireoidianos e anticonvulsivantes. A ingestão inadequada de cálcio, ingestão excessiva de café, pessoas de etnia branca ou asiática, falta de exposição ao sol, desnu-trição e tratamento de quimioterapia tam-bém estão entre as causas.

Diagnóstico corretoO recurso mais importante para o diagnóstico da osteopenia é a densitometria óssea, exa-me não invasivo, com baixa exposição à ra-diação, que permite medir a quantidade de cálcio por centímetro quadrado no segmen-to ósseo estudado. Avaliam-se nesse exame o colo do fêmur (onde as fraturas estão rela-cionadas a complicações mais graves), vérte-bras lombares (onde a perda é maior e mais rápida após a menopausa) e, eventualmente, o radio (punho) ou o calcâneo. Exames labo-ratoriais de sangue são úteis para avaliar pos-síveis causas secundárias da degeneração óssea, que exigem tratamento específico. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de sucesso no tratamento, que pode ser medicamentoso ou não.

O tratamento sem remédios consiste basica-mente em adotar um estilo de vida saudável, optando por uma alimentação balanceada, rica em cálcio (encontrado no leite e seus derivados, por exemplo) e vitamina D, prática de atividades físicas – se possível, com algum impacto –, pelo menos cinco dias na semana. Além disso, é pre-ciso evitar o consumo excessivo de álcool, inter-romper o tabagismo, controlar a ingestão de cafeína, refrigerantes, chocolate e bebidas ener-géticas, uma vez que esses alimentos interferem na absorção de cálcio pelo organismo.

O tratamento medicamentoso, em geral, é reservado para os quadros mais graves de oste-openia e procura corrigir a deficiência de cálcio e vitamina D no organismo. Em alguns casos, o médico pode prescrever o uso de bifosfonato , droga que tem demonstrado eficácia na preser-vação da densidade mineral óssea, e reposição hormonal, se não houver contraindicações.

Nenhum medicamento está livre de provo-car efeitos colaterais indesejáveis e de ser con-traindicado em algumas situações. Portanto, qualquer remédio, inclusive as suplementações de cálcio e vitamina D, aparentemente inofen-sivas, só deve ser utilizado com prescrição e acompanhamento médico.

Osso normal

Osso com osteopenia

A osteopenia não é uma doença, mas uma condição pré-clínica que sugere a perda gradual de massa óssea e, se não for diagnosticada a tempo, pode levar à osteoporose

Revista do HsvP 7

saúde

Alfredo Fontes

Chefe do Serviço de Cirurgia Bariátrica do HSVP.

Cirurgia bariátrica ajuda no controle do diabetes

P acientes com obesidade mórbida podem ter um benefício muito importante propor-cionado pelos resultados da cirurgia bari-átrica. Após se submeterem ao procedi-

mento de redução do estômago, ex-obesos com diagnóstico de diabetes tipo 2 têm conse-guido controlar a doença.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o procedimen-to não cura o diabetes – que afeta hoje cerca de 13 milhões de pessoas em todo o país –, mas

ajuda no controle da doença devido à redução de grelina, hormônio que estimula a fome e a saciedade. O diabetes tipo 2 é uma doença na qual há aumento da dosagem

de glicose no sangue, mas ainda há produção de insulina pelo pâncreas. Com o estômago reduzido e a diminuição da fome, o alimento chega mais rápido ao intestino. Esse processo promove a liberação de hormônios que agem sobre o pâncreas e o órgão passa a produzir mais insulina. Quando a pessoa emagrece, di-minuem o açúcar no sangue e as substâncias que bloqueiam a ação natural da insulina.

Técnicas de cirurgiaChefe do Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hos-pital São Vicente de Paulo (HSVP), o médico Alfredo Fontes explica que existem quatro ti-pos de intervenção para o tratamento da obe-sidade mórbida, sendo a gastroplastia com by pass em Y de Roux a mais indicada para os dia-béticos. “A cirurgia proporciona a estimulação pancreática com a produção de insulina, resul-tando em uma desejável redução do açúcar circulante no sangue, normalizando em 75% dos casos da doença”, destacou.

A cirurgia consiste na diminuição do estô-mago, reduzindo-o a um pequeno comparti-mento, e sua união com o segmento do intesti-

no delgado. O procedimento leva, em média, entre duas e três horas de duração e pode

ser feito por videolaparoscopia ou por via aberta. Uma equipe multiprofissional, contando com cirurgião, endocrinologis-ta, cardiologista, endoscopista, psicólo-go e nutricionista, participa de todo o processo operatório do paciente.

8 Revista do HsvP

a partir de 16 anos podem ser operados”, expli-ca. Além de todas as exigências, há necessida-de do acompanhamento de um pediatra para que seja observada a consolidação das cartila-gens de crescimento dos punhos.

No HSVP, são realizadas dez cirurgias por mês. O tempo médio de internação é de três dias e a recuperação está diretamente relacio-nada à nova realidade alimentar e ao retorno à rotina do dia a dia. “A cirurgia proporciona a re-dução de peso de forma eficaz, duradoura e com segurança, levando ao desaparecimento das comorbidades associadas, além da melho-ria expressiva da autoestima. Orientamos nos-sos pacientes de forma segura, clara e transpa-rente quanto às opções disponíveis”, afirmou Fontes, lembrando ainda que, por se tratar de uma cirurgia, é um procedimento sério e com riscos calculados.

Quem pode fazerA cirurgia bariátrica é indicada para pessoas obesas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40 kg/m² e igual ou maior que 35 kg/m², afetadas por comorbidades que ameacem a vida, como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, osteoartro-ses, hipertensão intracraniana idiopática, hér-nias de disco e apneia do sono. As restrições, no caso de diabetes associada à obesidade, são para pacientes com IMC abaixo de 35 kg/m² ou com descompensação da doença. O IMC é calculado pela razão entre o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros.

Segundo Alfredo Fontes, nem todos os pacientes obesos têm indicação para serem operados; no entanto, todos devem procurar tratamento. “Em menores de 18 anos, a cirurgia é considerada experimental, mas adolescentes

O que é o diabetes tipo 2diabetes é uma doença crônica caracterizada pela incapacidade de o corpo produzir ou empregar de forma adequada a insulina – hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. o corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose adquirida por meio dos alimentos como fonte de energia. o organismo do diabético não fabrica insulina e não consegue regular a glicose adequada-mente. o nível de glicose no sangue fica alto e causa a hiperglicemia. a doença pode causar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

“A cirurgia proporciona a redução de peso de forma eficaz, duradoura e com segurança, levando ao desaparecimento das comorbidades associadas, além da melhoria expressiva da autoestima”

“Pouch” gástrico

duodeno

Jejuno

Jejunoduodeno excluído do fluxo alimentar

estômago excluído do fluxo alimentar

anastomose gastrojejunal

anastomose jejuno-jejunal

esôfago

Fluxo alimentar

Fluxo do suco gástrico

Revista do HsvP 9

Proteção máxima para sua peleU

m estudo divulgado pela organização Meteorológica Mundial (oMM) apon-ta que a temperatura global terá ele-vação de 1,2° C. nesse cenário de

calor intenso, principalmente no município do rio de Janeiro, cuja sensação térmica no verão ultrapassa os 40°, os cuidados com a pele devem ser redobrados para evitar o aparecimento do câncer de pele.

segundo a dra. Monika Vasconcelos, mé-dica do serviço de dermatologia do HsVP, dados do inCa, de 2016, apontam que, no Brasil, os tumores de pele não melanoma são os mais frequentes, tanto em homens quanto em mulheres, seguidos pelo câncer de mama, no sexo feminino, e pelo câncer

de próstata, no sexo masculino. a proje-ção para 2016 era que fossem registrados mais de 170 mil novos casos. “esses núme-ros tendem a crescer em decorrência do envelhecimento da população. nas regiões onde a população apresenta pele, cabelos e olhos claros, como na região sul, ou que trabalhe em zonas rurais, por exemplo, o número de cânceres de pele é ainda mais significativo”, avalia.

Exames e diagnósticosegundo a dra. Monika, existem vários ti-pos de câncer de pele, mas os mais comuns são o carcinoma basocelular, sendo o mais frequente, o carcinoma espinocelular e o

raios Ultravioleta a (UVa) Segundo a Dra. Monika, os raios UVA e UVB contribuem para o aumento do câncer. Os raios UVA atravessam as nuvens, os vidros e podem ser refletidos por neve, areia, água e concreto, estando também presente nas sombras. De 95% a 99% de UVA atingem a Terra, durante todo o dia. Esse tipo de raio atinge a camada mais profunda da pele (derme) e seus principais efeitos nocivos são fotoenvelhecimento, alguns tipos de fotoalergia, imunossupressão e câncer de pele.

raios Ultravioleta B (UVB) Têm sua ação aumentada durante o verão, só que 90% destes raios são bloqueados pela camada de ozônio e não chegam à Terra. Eles atingem a camada mais superficial da pele (epiderme) e são os responsáveis pelas queimaduras solares. Incidem principalmente entre as 10 h e as 16 h – horário de verão – e produzem efeito cumulativo, podendo também causar câncer cutâneo.

10 Revista do HsvP

105 94 83 72 61ÍNDICE UVa necessidade de proteção varia de acordo com o nível de radiação solar do dia, e essa medida pode ser verificada em aplicativos e sites de previsão do tempo.

11+

Baixo Moderado alto Muito alto extremo

evite expor-se ao sol nas horas próximas ao meio-dia. Principalmente nos dias de índice UV acima de 8

a exposição à radiação ultravioleta proveniente do sol é considerada a principal causa de câncer de pele não melanoma. ela faz parte das radiações não visíveis e varia de acordo com a hora do dia, estação do ano, latitude e clima.

90%

1%

dermeepidermeHipoderme

UVA

UVB

melanoma, que é o de maior malignidade. “a detecção precoce ou screening consiste na realização de uma investigação dermato-lógica detalhada”, explica a dermatologista. geralmente, o exame de inspeção da pele é realizado a olho nu, com ou sem auxílio de lupas, ou com o uso do dermastocópio – um aparelho para visualização e análise das le-sões pigmentares. “em casos suspeitos, confirmamos o diagnóstico através de uma biopsia da pele”, fala.

Quanto mais precoce o diagnóstico, me-lhor. no entanto, o tratamento dependerá do tipo de câncer, sua extensão, localização e idade do paciente, entre outros fatores. “nos tumores não melanoma, por exemplo, a tera-

Fonte: sociedade BRasileiRa de deRmatologia

pêutica pode ser desde a imunoterapia tópi-ca até a cirurgia”, explica a dermatologista.

o aparecimento de sinais, como lesões de pele elevada e brilhante, avermelhada ou rósea, pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, bordos que se tornam irregula-res e aumento de tamanho, já constitui um bom motivo para procurar um dermatolo-gista. “de modo geral, locais do corpo mais expostos aos raios solares são os mais vul-neráveis. Por isso, é importante observar com cuidado face, principalmente região nasal, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros, dorso superior e membros superio-res, além de áreas acometidas por feridas crônicas e cicatrizes cutâneas”, ressalta.

Revista do HsvP 11

Prevenção semprePara a dra. Monika, a melhor forma de com-bate ao câncer de pele é a prevenção. “Pode-mos prevenir observando os fatores de risco, como histórico familiar, exposição à radia-ção ultravioleta de forma intermitente e cumulativa, tendência a queimaduras so-lares, principalmente nos 20 primeiros anos, incapacidade para se bronzear, pele clara e cabelos ruivos ou loiros, e pessoas que fazem uso de substâncias imunossupresso-ras”, afirma. “É bom lembrar que cada fototi-po deve se adequar aos cuidados e ao uso de filtros solares. Por exemplo, para indivíduos com tom de pele mais clara, é necessário um filtro mais potente, com fator de proteção (FPs) acima de 30, assim como ter vestuário adequado, respeitando os melhores horários para fotoexposição”, completa.

Um dos fatores positivos em relação à radiação ultravioleta

é a obtenção de vitamina d, importante para o metabolismo ósseo. o dermatologista é o profissional mais indicado para orientar seu paciente quanto ao bom uso dessa radiação.

Pessoas que podem desenvolver o câncer de peleindivíduos com fototipos baixos (1 e 2) portadores de pele clara, olhos claros, cabelos claros – ruivos e loiros, que pouco se bronzeiam e muito se quei-mam –, são os mais propensos a desen-volver câncer de pele.

o risco aumenta com a idade (fator de imunossupressão natural), pois o efeito nocivo da exposição solar é acu-mulativo. essa exposição acumulativa e excessiva à radiação solar nos primei-ros 20 anos de vida aumenta o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer com o decorrer dos anos.

de modo geral, quanto maior a idade (a partir da vida adulta), maior o risco de câncer cutâneo para tumores não melanoma, porém são observados alguns tumores como, o melanoma, ocorrendo em indivíduos jovens.

de acordo com a dra. Monika, a sensação térmica amena no inverno não elimina totalmente os efeitos nocivos da

radiação ultravioleta. isso significa que devemos nos proteger também nesse período, assim como em dias nublados, frios ou com chuva. a escolha do fotoprotetor adequado dependerá primariamente

do fototipo do paciente. este último varia do foto-tipo 1, pele muito clara, até o fototipo 6, pele negra. Quan-to menor o fototipo maior a necessidade de aumentar o fator de poteção solar (FPs): pelo menos, maior que 30.

Pessoas com estilo de vida ou profissão que favoreçam a exposição solar, como geólogos, professores de educação física e trabalhadores rurais, entre outros, mesmo com fototipos médios, também constituem grupos de risco.

12 Revista do HsvP

Tratamento humanizadopromove o bem-estar do paciente com câncer

De acordo com um estudo do clínico geral Eduardo Lambert, homeopata e autor do livro A Terapia do Riso: a Cura pela Alegria, o sorriso e a risada são compo-

nentes tão importantes ao ser humano que a chamada “terapia do riso” vem sendo adminis-trada em hospitais como um tratamento com-plementar, possibilitando uma redução de cerca de 30% no tempo de internação de pacientes.

Adotando elementos como dedicação, carinho, respeito, acolhimento e atenção, a equipe da Onco-Hematologia do HSVP, desde 2004, oferece um atendimento humanizado aos pacientes em tratamento do câncer, com o objetivo de proporcionar bem-estar e tornar a estada do paciente no hospital um tempo de menor sofrimento possível. Líder da equipe de Enfermagem, Andréa Lago conta que, com essa abordagem diferenciada, é perceptível a redução no tempo das internações, fazendo toda a diferença no tratamento. “Quando um paciente é internado, ele é retirado do conví-vio com a família, o que é muito ruim. Além de já ter toda a sua vida modificada pelo trata-mento, perder a vivência do dia a dia com seus entes pode afetar o seu estado psicológico, o que pode deixá-lo deprimido”, explica.

Segundo o chefe do Serviço de Onco-He-matologia, Décio Lerner, é muito importante

desTaQUe

Revista do HsvP 13

equipe de enfermagem do serviço de onco-Hematologia do HsVP. Por ordem, da esquerda para a direita: daiane Coelho, Carmen lúcia do amaral, lorena Cabana, Tomasia sipaz, dr. décio lerner, dr. adolfo Pentagna, andréa lago e ivani Viana

que o paciente não perca a autoestima durante sua recuperação; por isso, oferecer um trata-mento humanizado tem reflexo em uma reabi-litação mais bem-sucedida. “Quando o pacien-te está deprimido, o tratamento é muito difícil. Sendo assim, procuramos sempre conversar com eles, com o objetivo de elevar a autoesti-ma de cada um. Fazê-los sentir-se acolhidos ajuda bastante”, afirma.

Boa comunicação na equipe é diferencialContando com uma equipe de sete médicos, duas enfermeiras, duas técnicas de enferma-gem e três recepcionistas, o Setor de Onco--Hematologia do HSVP faz, atualmente, cerca de 500 atendimentos por mês entre quimiote-

rapia e pequenos tratamentos, como reposi-ção de hormônios.

Um de seus destaques está na boa relação entre médicos e equipe de enfermagem, como explica Andréa. “Aqui, a enfermagem olha o paciente como um todo. Observamos se ele está triste, ou se está com alguma toxicidade (reação que a medicação pode causar no pa-ciente), por exemplo. Por isso, sempre estamos em contato com os médicos, indicando o que pode ser melhorado. A comunicação entre to-dos na equipe é ótima, e os médicos estão sempre abertos a nos escutar”, diz.

Essa atenção especial se estende também à família dos pacientes. De acordo com Lerner, os familiares são incluídos na rotina do trata-mento e recebem todas as orientações passa-

14 Revista do HsvP

das aos pacientes. “A família vem à consulta, participa, entra em contato com o médico. Ela sabe todos os detalhes que estão aconte-cendo, até mesmo de coisas que o doente não sabe”, fala o especialista.

Por ser um tratamento de longa duração, muitos pacientes criam um vínculo de amizade com a equipe. “A gente está aqui o dia inteiro com eles. O tempo todo conversando, dando orientação. Acabamos criando um carinho por eles e eles por nós. Eles ligam, antes de levar um exame para o médico, trazem para a gente olhar. Quase todo dia tem alguém que vem aqui nos ver”, conta Andréa.

Material de apoio tem papel importanteAlém de apoio e acolhimento, os pacientes têm à disposição fôlderes educativos e estímulo à inte-gração entre os que estão em terapia, como for-ma de complementar as ações de humanização.

Criados pela equipe de Enfermagem do Serviço de Oncologia, os fôlderes são distribuí-dos aos pacientes que estão no início do trata-mento. Neles, estão informações sobre as pos-síveis reações à quimioterapia e instruções pós--operatórias, como solucionar os problemas relacionados aos efeitos das medicações, entre outras. “Os folhetos educativos também expli-cam a importância da alimentação, da hidrata-

“A gente está aqui o dia inteiro com eles. O tempo todo conversando,

dando orientação. Acabamos criando um carinho por eles e eles por nós.

Eles ligam, antes de levar um exame para o médico, trazem para a gente

olhar. Quase todo dia tem alguém que vem aqui nos ver”

Andréa Lago

a equipe de onco-Hematologia do Hospital conta com sete médicos, duas enfermeiras, duas técnicas de enfermagem e três recep-cionistas. são oferecidos para os pacientes os serviços de quimioterapia, pequenos tra-tamentos, como reposição hormonal e re-posição de imunoglobulina; também são realizados procedimentos como mielogra-ma e biópsia de medula óssea – importan-tes em cânceres do sangue –, além de con-sultas médicas.

ção, e como se comportar em casa. É muito im-portante enfatizar que a colaboração deles vai ser um fator primordial para minimizar as reações ao tratamento”, explica Andréa.

Além das orientações por escrito, as enfer-meiras procuram integrar os pacientes, que se ajudam e trocam experiências. Uma confrater-nização é realizada todo final de ano para reunir pacientes em tratamento e aqueles já curados. “Essa festa ajuda a mostrar que o momento pelo qual eles estão passando tem início, meio e fim. Os pacientes conversam, dão força um ao outro, se distraem. Trazem até caixa de som e violão”, comemora a enfermeira.

Serviço de Oncologia no HSVPentre os tipos de tratamento oferecidos estão:

•Quimioterapia sistêmica via periférica ou cateter;

•Quimioterapia intraperitoneal, intravesical, por medicação subcutânea, intramuscular e intratecal;

•Quimioembolização;

•radioablação;

•radioterapia/iMrT.

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serViço

nhum desses traços, tornando o diagnóstico mais difícil. “No caso das cardiopatias estrutu-rais congênitas, os casos mais graves costumam aparecer na infância”, ressalta o Dr. Francisco.

Já as cardiopatias estruturais adquiridas po-dem se desenvolver a partir de hábitos pouco saudáveis do paciente, como o sedentarismo, associado a outros fatores de risco, como ida-de, diabetes e aumento do colesterol.

Diagnóstico no HSVPAs cardiopatias estruturais adquiridas mais co-muns são a estenose aórtica do idoso e oclusão de apêndice atrial esquerdo. Entre as congêni-tas, a mais usual é chamada comunicação inte-ratrial, quando existe um pequeno orifício entre as duas câmeras do coração. “Todos esses

Francisco Chamié

Responsável pela Cardiologia Intervencionista dos Defeitos Congênitos do HSVP.

Cardiopatia estrutural: duas formas de afetar o coração

Uma doença silenciosa que nem sempre é diagnosticada com antecedência, a cardiopatia estrutural se caracteriza por anormalidades ou defeitos dege-

nerativos do músculo ou das valvas cardíacas. Muitas vezes consequência de traumas, infec-ções, ataques do coração, envelhecimento ou ainda como uma manifestação tardia de altera-ções genéticas, a doença necessita de um diag-nóstico preciso para um correto tratamento.

De acordo com o Dr. Francisco Chamié, especialista em hemodinâmica do HSVP, é preciso ficar atento aos dois tipos de cardio-patias estruturais: as adquiridas, que são de-feitos anatômicos do coração decorrentes da idade, e as congênitas, que estão presentes desde o nascimento e podem se manifestar em qualquer fase da vida. “Muitas das cardio-patias congênitas, por exemplo, não apresen-tam sintomas e só são descobertas em exa-mes de rotina pela ausculta de um sopro car-díaco”, comenta.

Fique alerta aos sintomasCansaço físico e falta de ar estão entre os prin-cipais sintomas. No entanto, o paciente pode apresentar outros sinais, como inchaço nas per-nas, sensação de sopro no peito ou ainda ne-

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defeitos podem ser tratados no HSVP, por ca-teterismo cardíaco, da cardiologia intervencio-nista”, explica o Dr. Francisco.

O diagnóstico é feito através de exame físico – geralmente pela presença de sopro – ou de um ecocardiograma. “É necessário um especialista para que essa cardiopatia não passe despercebida e seja diagnosticada corretamente”, explica Chamié. “O HSVP tem todas as condições para o diagnóstico e tra-tamento desses defeitos. Se algum defeito for detectado, o paciente já começa imedia-tamente o tratamento”, fala o Dr. Francisco.

Segundo o médico, o serviço oferecido no HSVP traça o diagnóstico correto e o cuidado especializado, adequado aos pacientes. O tra-tamento pode ser realizado por meio de ci-

rurgia, ou por cateterismo cardíaco, com o implante percutâneo de próteses, uso de ba-lões ou implante de stents, que é a proposta de tratamento oferecido no HSVP. “As conse-quências de uma cardiopatia não tratada po-dem variar desde a incapacidade de realizar as tarefas cotidianas até mesmo o óbito do paciente”, observa.

Tecnologia a serviço do pacienteo sistema allura XPer Fd20 do HsVP permi-te a realização de diversos procedimentos de média e alta complexidade com aplica-ção na cardiologia intervencionista, poden-do tratar os casos de cardiopatia estrutural.

o equipamento é capaz de realizar os se-guintes procedimentos:

•Coronariografia;

•estudo hemodinâmico de valvopatia e cardiopatia congênita;

• intervenção coronária percutânea com implante de stents;

•Ultrassom intracoronário;

•avaliação da lesão coronariana moderada pela medida de fluxo fracionado (FFr);

• implante percutâneo valvar aórtico (TaVi).

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Uma das entidades mais antigas e a única instituição científica a reunir-se sem in-terrupções por tanto tempo no Brasil, a Academia Nacional de Medicina (ANM)

se confunde com a história do próprio país. Fundada no tempo de Dom Pedro I, em 1829, no Rio de Janeiro, desde aquela época reúne um seleto grupo de médicos uma vez por semana para discutir uma série de temas relacionados à medicina. Quem se torna integrante da ANM tem o nome gravado na memória da entidade e passa a fazer parte do rol de “imortais”, ao lado de importantes figuras da medicina brasileira.

Em 182 anos, apenas 662 médicos tiveram o privilégio de serem membros titulares. O chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Dr. Henrique Murad, teve a honra de ter o nome eternizado na ANM, ao lado de outros dois colegas de pro-fissão também do HSVP, os médicos Rossano Fiorelli e Carlos Eduardo Brandão. “Fui admi-tido na ANM em 2003, o Dr. Carlos Alberto Brandão em 2015 e o Dr. Rossano Fiorelli em 2016”, conta o Dr. Murad, que trabalha no HSVP desde 1980, onde criou os serviços de cirurgia vascular e de cirurgia cardíaca. De acordo com o médico, para fazer parte desse seleto rol de imortais, o candidato passa por um proces-so seletivo bastante intenso, além de ter que

Um time de imortaisMédicos do HSVP são membros da Academia Nacional de Medicina

reunir algumas quali-dades, como um óti-mo currículo, atividade médica com conduta ili-bada, ser um profissional res-peitado e ter reconhecimento entre os seus pares. “Os médicos podem fazer parte de uma das três secções – cirurgia, clínica ou me-dicina especializada –, e os membros titulares se reúnem e julgam os méritos do candidato. Uma comissão julga se este tem condições de se tornar membro e o nome vai a plenário para votação”, explica.

Inicialmente chamada de Academia Impe-rial de Medicina, a instituição passou a ser chamada de Academia Nacional de Medicina, depois da República. Desde a sua criação, são cem membros titulares que só podem ser subs-tituídos quando alguém morre ou se torna emérito. O objetivo da ANM é contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas de medicina, cirurgia, saúde pública e ciências básicas, além de servir como órgão de consulta do Governo. De acordo com o Dr. Murad, atualmente, a Academia tem dado auxílio até mesmo ao Ministério da Saúde em termos de conduta, discussão de novas técni-cas e mudanças no ensino médico, entre outros assuntos. “São diversos tópicos discutidos à

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Carlos eduardo Brandão, Henrique Murad e rossano Fiorelli são membros imortais da academia Brasileira de Medicina

exaustão e, dentro desse desígnio, os mem-bros têm a função de ‘pareceristas’. Na época de Dom Pedro II, por exemplo, ele mesmo par-ticipava da maioria das reuniões da Academia e acatava opiniões dadas sobre saúde”, avalia.

Para Rossano Fiorelli, chefe do serviço de cirurgia torácica do HSVP desde 2015, tornar--se membro da Academia Nacional de Medici-na é uma grande honra e um motivo de orgu-lho. “São apenas 100 cadeiras para o Brasil in-teiro. Fui eleito em maio de 2016 e tomei posse em agosto, sendo o acadêmico 662. Faço parte também de outras comunidades científicas, mas realmente a ANM é a instituição científico--cultural mais antiga do país”, ressalta o Dr. Fio-relli, que também é professor titular e chefe do departamento de cirurgia da UNIRIO.

O chefe do Serviço de Gastroenterologia do HSVP, Dr. Carlos Eduardo Brandão, lembra que figurar ao lado de personalidades que fize-ram história e contribuíram para o desenvolvi-mento da ciência no País é o topo da carreira. “Não se trata apenas de ser reconhecido como um bom médico pelos seus pacientes, mas também de passar a ser respeitado como um bom profissional entre os seus colegas. O mé-dico é avaliado por uma banca de 100 mem-bros, um grupo altamente qualificado de mé-dicos brasileiros. Fui avaliado por médicos de

grande renome, como os professores Ivo Pitan-guy, Adib Jatene e Clementino Fraga Filho. Grandes nomes da medicina brasileira como Miguel Couto (que dá nome ao hospital), Paulo Niemeyer, Oswaldo Cruz, Fernando Paulino e Carlos Chagas também são imortais”, observa.

Os membros da ANM se reúnem todas as quintas-feiras há 182 anos, época em que o próprio D. Pedro I chefiava as sessões, e repre-sentam diversos estados, além do Rio de Janei-ro. “Hoje meus principais orgulhos são fazer parte da medicina do HSVP e pertencer à ANM. Procuramos participar das sessões, que são re-alizadas todas as quintas-feiras desde 1829, e das sessões solenes, como a posse de novos membros, aniversário da Academia, posse de diretoria. Atuamos também em várias comis-sões, como, por exemplo, avaliação de candi-datos à Secção de Cirurgia da ANM e cargos em diretoria”, conclui Henrique Murad.

Em 182 anos, apenas 662 médicos tiveram o privilégio de serem membros titulares

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Latina

únicohospitaLcariocano rankingdos meLhores

hospitais ecLínicas daamérica

O hospital são Vicente de paulo foi eleito pelo sétimo ano consecutivo um dos melhores hospitais da américa Latina, aparecendo no ranking Melhores Hospitais e Clínicas da América Latina 2016, da américaeconomía intelligence*.

o hsVp concorreu com cerca de 200 instituições latio-namericanas de 11 países, entre eles argentina, colômbia, chile, peru e méxico.Itens avaliados pela comissão julgadora:•Ações preventivas para a segurança do paciente;•Transparência das informações;•Administração de pessoal;•Número de leitos;•Especialidades médicas;•Exames laboratoriais e cirurgias.

*A iniciativa da AméricaEconomía Intelligence visa incentivar as práticas e atividades das instituições, para entender e melhorar o atendimento ao paciente, bem como proporcionar a saúde preventiva e gerar novos conhecimentos, transformando o hospital em um espaço de socialização e de diálogo.