seu carlos e dona leonila: "prefiro viver onde estou, é o que me deixa feliz"

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Seu Carlos e dona Leonila: “Prefiro viver onde estou, é o que me deixa Feliz” Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 9 • nº2048 Abril/2015 Maetinga - BA O senhor Carlos mais conhecido como Carlinhos, tem 36 anos é casado a 14 anos com a senhora Leonila de 30 anos, vivem juntos na comunidade Alagoinha 1 que fica a 9 km da cidade de Maetinga. Juntos construíram uma vida digna e tiveram dois filhos Igor, de 11 anos e Naomi, de 3 anos, crianças lindas que estudam e alegram a casa. Quando criança o senhor Carlos não teve muitos incentivos para permanecer em sua terra, devido às dificuldades que a falta d'água e os recursos financeiros causavam, ele e seus pais tiveram que sair de sua terra em busca de melhores condições de vida na cidade de São Paulo. Aos 11 anos Carlinho teve que começar a trabalhar como ajudante de pedreiro, para ajudar nas despesas de casa, mesmo perdendo parte da infância, para Carlos começar trabalhar cedo foi um aprendizado, pois aprendeu uma nova profissão e se tornou a pessoa que é hoje, permaneceu em São Paulo durante 10 anos e assim retornou para sua casa na Bahia, conheceu a senhora Leonila e se casaram. Dona Leonila também não teve muitos incentivos na casa dos seus pais, pois apenas cuidava da casa com sua mãe. Quando ela se casou tinha 16 anos, só então começou a trabalhar com terra, hoje em dia ela cuida da casa, dos filhos e do marido, faz hortas no quintal, cuida da terra ajuda no que pode para manter a casa sempre limpa e harmoniosa, ele não gostava de mexer na terra, mas depois que casou ela foi aprendendo, “sei lá hoje eu gosto” diz dona Leonila. A vida deles nunca “foi fácil” segundo dona Leonila, porém encontraram uma forma bem propicia de manter as despesas e a mesa sempre farta. Desde que se casaram o casal criam porcos para engorda e venda, além de ter sempre uma roça farta de produtos e variedades de alimentos que ajudam no consumo diário da família. “A gente, toda vida, procurou fazer algo pra se manter porque não dar pra trabalhar pros outros direto, ai tem que arrumar um jeito pra ganhar livre um salário, tem dia que você vende, ganha 10 reais, 20, outro dia você tira 30, de 10 em 10 você ganha a vida e tira um salário. Eu comecei trabalhando com 2,3,4, poucos porcos, comprava no meio da rua de qualquer raça, de qualquer jeito e foi assim que comecei meu negócio”. Segundo Carlos. Seu Carlos, Igor, Dona Leonila e Naomi Unidos formam uma família feliz que vive no semiárido

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Seu Carlos e Dona Leonila, vivem em uma comunidade rural de Maetinga, juntos construíram uma vida digna, pois desde que casaram não tiveram medo do trabalho. Hoje em seus quintais cultivam hortaliças assim como uma criação de porcos para engorda e venda.

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Page 1: Seu Carlos e dona Leonila: "Prefiro viver onde estou, é o que me deixa Feliz"

Seu Carlos e dona Leonila: “Prefiro

viver onde estou, é o que me deixa Feliz”

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 • nº2048

Abril/2015

Maetinga - BA

O senhor Carlos mais conhecido como

Carlinhos, tem 36 anos é casado a 14 anos

com a senhora Leonila de 30 anos, vivem

juntos na comunidade Alagoinha 1 que fica

a 9 km da cidade de Maetinga. Juntos

construíram uma vida digna e tiveram dois

filhos Igor, de 11 anos e Naomi, de 3 anos,

crianças lindas que estudam e alegram a

casa.

Quando criança o senhor Carlos não teve

muitos incentivos para permanecer em sua

terra, devido às dificuldades que a falta

d'água e os recursos financeiros causavam,

ele e seus pais tiveram que sair de sua terra

em busca de melhores condições de vida na

cidade de São Paulo. Aos 11 anos Carlinho

teve que começar a trabalhar como ajudante de pedreiro, para ajudar nas despesas de casa, mesmo perdendo parte

da infância, para Carlos começar trabalhar cedo foi um aprendizado, pois aprendeu uma nova profissão e se tornou a

pessoa que é hoje, permaneceu em São Paulo durante 10 anos e assim retornou para sua casa na Bahia, conheceu a

senhora Leonila e se casaram.

Dona Leonila também não teve muitos incentivos na casa dos seus pais, pois apenas cuidava da casa com sua

mãe. Quando ela se casou tinha 16 anos, só então começou a trabalhar com terra, hoje em dia ela cuida da casa, dos

filhos e do marido, faz hortas no quintal, cuida da terra ajuda no que pode para manter a casa sempre limpa e

harmoniosa, ele não gostava de mexer na terra, mas depois que casou ela foi aprendendo, “sei lá hoje eu gosto” diz

dona Leonila.

A vida deles nunca “foi fácil” segundo dona Leonila, porém encontraram uma forma bem propicia de manter as

despesas e a mesa sempre farta. Desde que se casaram o casal criam porcos para engorda e venda, além de ter

sempre uma roça farta de produtos e variedades de alimentos que ajudam no consumo diário da família. “A gente,

toda vida, procurou fazer algo pra se manter porque não dar pra trabalhar pros outros direto, ai tem que arrumar um

jeito pra ganhar livre um salário, tem dia que você vende, ganha 10 reais, 20, outro dia você tira 30, de 10 em 10 você

ganha a vida e tira um salário. Eu comecei trabalhando com 2,3,4, poucos porcos, comprava no meio da rua de

qualquer raça, de qualquer jeito e foi assim que comecei meu negócio”. Segundo Carlos.

Seu Carlos, Igor, Dona Leonila e NaomiUnidos formam uma família feliz que vive no semiárido

Page 2: Seu Carlos e dona Leonila: "Prefiro viver onde estou, é o que me deixa Feliz"

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Ele alimentam os animais duas vezes ao dia, com milho, e

dão de beber. Com a pouca água na propriedade, o casal não

conseguiam manter muitos animais, tinham sonho de ampliar o

seu negócio, mas não era possível devido a escassez da água.

“Não tinha água pra crescer, eu tinha que comprar água de carro

pipa pra colocar nas caixas de 16 mil e 5 mil litros de água, ai eu

criava em chiqueiro perto de casa, era uma estrutura pequeninha

que não cabia muitos animas, porém mesmo assim sempre tirei o

sustento da casa pela venda dos porcos. Compro da mão de um

boiadeiro que vem do Paraná e revendo pras comerciantes dos

municípios vizinhos” segundo Carlos. Na casa deles além dos

porcos, tem galinhas, frutas, mandioca, milho, verduras,

hortaliças tudo pra compor uma alimentação saudável, e quando sobra eles ainda vendem, “a gente vende, as vezes

só dar pro gasto, mas quando vende livra de comprar o que já tá bom” segundo dona Leonila. O lucro que eles tiram

da fazenda é mais de um salário por mês, e com esse dinheiro a família consegue se manter.

Hoje o casal possui em sua propriedade uma cisterna com capacidade de 52 mil litros de água, que

conquistaram por meio do Programa Uma Terra e Duas Água (P1+2), com essa ajuda eles puderam ampliar o seu

negócio, construíram o chiqueiro em outra localidade com mais baias e uma

estrutura para comportar mais porcos, de várias raças e tamanho “foi um

benefício ótimo essa caixa eles deram 1.000,00 reais de benefício, e se não

tivesse dado nada eu faria uma chiqueiro porque valia a pena por causa da

caixa, porque hoje eu uso 50 cm de água, ela abaixo ai a chuva chega e ele vem

pra boca de novo, ai ela abaixa de novo,

mas vem a chuva então a gente tira a

renda pela água” diz Carlinhos.

A f amí l i a e spe ra que esse

investimento traga grandes retornos para o seu lar, pois fazem tudo que podem

para manter os animais sempre saudáveis e bem alimentos, e assim conquistar

novos clientes para ampliar o mercado e vender mais e mais. Querem também

com o benefício que receberam investir em quintais produtivos, pois o casal já

participou de diversos cursos de capacitações das associações, do programa

P1+2, entre outros, mas nunca puderam colocar em pratica já que os recursos hídricos eram poucos. “Sempre gostei

do que eu faço, temos o negócio nas mãos e vontade de trabalhar,

agora é só conquistar novos clientes e tentar tirar meu salário da

minha terra, porque eu prefiro viver onde estou, é o que me deixa

Feliz, e não em outra cidade”. Segundo Carlos.

Ele alimentam os animais duas vezes ao dia, com milho, e

dão de beber. Com a pouca água na propriedade, o casal não

conseguiam manter muitos animais, tinham sonho de ampliar o

seu negócio, mas não era possível devido a escassez da água.

“Não tinha água pra crescer, eu tinha que comprar água de carro

pipa pra colocar nas caixas de 16 mil e 5 mil litros de água, ai eu

criava em chiqueiro perto de casa, era uma estrutura pequeninha

que não cabia muitos animas, porém mesmo assim sempre tirei o

sustento da casa pela venda dos porcos. Compro da mão de um

boiadeiro que vem do Paraná e revendo pras comerciantes dos

municípios vizinhos” segundo Carlos. Na casa deles além dos

porcos, tem galinhas, frutas, mandioca, milho, verduras,

hortaliças tudo pra compor uma alimentação saudável, e quando sobra eles ainda vendem, “a gente vende, as vezes

só dar pro gasto, mas quando vende livra de comprar o que já tá bom” segundo dona Leonila. O lucro que eles tiram

da fazenda é mais de um salário por mês, e com esse dinheiro a família consegue se manter.

Hoje o casal possui em sua propriedade uma cisterna com capacidade de 52 mil litros de água, que

conquistaram por meio do Programa Uma Terra e Duas Água (P1+2), com essa ajuda eles puderam ampliar o seu

negócio, construíram o chiqueiro em outra localidade com mais baias e uma

estrutura para comportar mais porcos, de várias raças e tamanho “foi um

benefício ótimo essa caixa eles deram 1.000,00 reais de benefício, e se não

tivesse dado nada eu faria uma chiqueiro porque valia a pena por causa da

caixa, porque hoje eu uso 50 cm de água, ela abaixo ai a chuva chega e ele vem

pra boca de novo, ai ela abaixa de novo,

mas vem a chuva então a gente tira a

renda pela água” diz Carlinhos.

A f amí l i a e spe ra que esse

investimento traga grandes retornos para o seu lar, pois fazem tudo que podem

para manter os animais sempre saudáveis e bem alimentos, e assim conquistar

novos clientes para ampliar o mercado e vender mais e mais. Querem também

com o benefício que receberam investir em quintais produtivos, pois o casal já

participou de diversos cursos de capacitações das associações, do programa

P1+2, entre outros, mas nunca puderam colocar em pratica já que os recursos hídricos eram poucos. “Sempre gostei

do que eu faço, temos o negócio nas mãos e vontade de trabalhar,

agora é só conquistar novos clientes e tentar tirar meu salário da

minha terra, porque eu prefiro viver onde estou, é o que me deixa

Feliz, e não em outra cidade”. Segundo Carlos.

Realização Apoio

Novo lugar de criação de porcos

Criação de porcos

Hortaliças nos quintal produtivo

Momento da venda dos porcos