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I. A POESIA NO FIM DO SÉC. XIXParnasianismo e Simbolismo são duas correntes poéticas
que dominaram o fim do século XIX e o começo do século XX. São em tudo antagônicas, mas, paradoxalmente, alguns simbo-listas desenvolveram tons parnasianos e vice-versa. Para identi-ficar as características de cada movimento, vamos ao exercício seguinte:
1. Tendência literária de origem francesa que procura retomar o fio da tradição greco-latina, com os autores elegendo a FORMA e a contínua dedicação do escritor como fundamen-tos da criação poética. Daí, o empenho com a correção da linguagem e com a elegância da expressão, segundo cânones puristas.
Estilo: Parnasianismo
Autores portugueses: Gonçalves Crespo (Cesário Verde destaca-se como poeta realista e impressionista).
Autores brasileiros: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Al-berto de Oliveira
2. Proposta de conexão entre poesia e música: revelação do eu profundo do ser humano; ilogicidade e irracionalismo; si-nestesia; linguagem de sugestão, e não de explicação ou da confissão aberta; uso constante de aliterações, assonâncias e onomatopeias.
Estilo: Simbolismo
Autores portugueses: Camilo Pessanha, Eugênio de Cas-tro e Antônio Nobre.
Autores brasileiros: Cruz e Souza, Alphonsus de Guima-raens.
3. Leia os textos poéticos a seguir e identifique as estéticas que representam, sublinhando passagens que confirmem a identificação:
Texto A
Um Sonho
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…O sol, o celestial girassol, esmorece…
E as cantinelas de serenos sons amenosFogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos…
As estrelas em seus halosBrilham com brilhos sinistros…Cornamusas e crotalos.Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos.Sonolentos e suaves.
Em suaves,Suaves, lentos lamentos
De acentosGraves,Suaves…
Estética: Simbolismo
Texto B
Profissão de Fé
..................................................................................Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amorCom que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
..................................................................................Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papelA pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre, desenha, enfeita a imagem,A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagemAzul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,Como um rubim.
..................................................................................Estética: Parnasianismo
II. O PRÉ-MODERNISMO NO BRASILEntende-se por Pré-Modernismo o período que vai do iní-
cio do século XX até a Semana de Arte Moderna (1922). Essa designação é nova na historiografia literária brasileira. Seu con-
Aula 9PAINEL: PARNASIANISMO/SIMBOLISMO/PRÉ-MODERNISMO
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ceito é amplo e algo impreciso: pré-modernistas seriam as obras que fugiram dos esquemas rígidos da tradição e problematizaram a sociedade e a literatura do tempo, antecipando, com isso, conquistas do Modernismo. Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha, marcam o início de semelhante postura. Ambos foram publicados em 1902.
ARTE ÚTIL =INTERESSE PELOS
PROBLEMAS SOCIAIS
DENÚNCIA
PROTESTO
DOCUMENTO
CRÍTICA
FATOS: UM PAÍS EM TENSÃO
ADA REPÚBLICA DO
TEMAS E AUTORES
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Exercícios4. Leia o texto seguinte e preencha devidamente as lacunas:
“… E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos cres-cidos até os ombros, barba inculta e longa; face escavei-rada, olhar fulgurante; (…) A sua entrada nos povoados, seguido pela multidão contrita em silêncio, (…) era solene e impressionadora (…) Prenunciavam-se anos sucessivos de desgraças:“… Em 1896 há de rebanhos mil correr da praia para o sertão; então o sertão virará praia e praia virará sertão”.O excerto acima é de Os Sertões (1902), onde
Euclides da Cunha coloca no centro da análise não mais a elite refinada das cidades, mas a rude humani-dade do interior do Brasil.
5. Complete:
Ao final da I Guerra Mundial dois nomes já se destacavam no panorama intelectual brasileiro, ao enfocar com fortes tintas nacionalistas a triste paisagem de um Brasil bem pouco idealizado.
O primeiro, Lima Barreto , já publicara, em 1909, Recordações do escrivão Isaías Caminha , denunciando o “carreirismo”, a corrupção nos meios jornalísticos e o pre-conceito racial. Em 1915 lançara Triste f m de Policarpo
Quaresma , crítica mordaz ao autoritarismo pater-nalista do Exército e das elites brasileiras, na visão de um nacionalista visionário.
O segundo, Monteiro Lobato , ao publicar, Urupês (1918), desencadeou uma tempestade
no ufanismo nacional, com a representação do homem ru-ral na figura do Jeca Tatu , “Está provado que tens no sangue e nas tripas todo um jardim zoológico da pior espécie. É essa bicharia cruel que te faz papudo, feio, molenga, inerte”.
6. Leia os versos seguintes e complete as lacunas:
Pego de um fósforo. Olho-o. Olho-o ainda. Puxo-oDepois. E o que depois fica e depoisResta é um ou, por outra, é mais de um, são doisTúmulos dentro de um carvão promíscuo.
Dois são, porque um, certo, é do sonho assíduoQue a individual psiquê humana tece eO outro é o do sonho altruístico da espécieQue é o substractum dos sonhos do indivíduo!
Autor de um único livro, Eu (1912) , há nos ver-sos de Augusto dos Anjos uma cadência estranha, um ritmo macabro. Herdeiro do Simbolismo, modifica essa estética com a injeção de fortes traços expressionistas.
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ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Caderno de Exercícios — Literatura
Tarefa Mínima• Façaosexercícios1a15,série8.• Façaosexercícios1a15,série9.
Tarefa Complementar• Façaosexercícios1a20,série10.
Aula 10FERNANDO PESSOA
O MODERNISMO EM PORTUGALAté 1915, a literatura portuguesa esteve alheia aos movi-
mentos artísticos de vanguarda europeia: futurismo, cubismo, expressionismo, etc. eram pouco conhecidos. Naquele ano, po-rém, a revista Orpheu lançava as novidades estéticas, especial-mente as do futurismo, com o intuito de fazer Portugal acom-panhar o passo da arte moderna internacional.
Capa do primeiro número da Revista Orpheu.
Participaram de Orpheu, entre outros, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Mas a revista teve apenas dois números; o suicídio de Sá Carneiro interrompeu a publicação, e o movimento desencadeado por ela, chamado “orfismo”, dispersou-se, com cada artista seguindo caminhos mais ou menos individuais.
A crítica recebeu mal as novidades artísticas, que o público mais amplo continuou ignorando. A assimilação delas foi tarefa para a segunda geração modernista, iniciada em 1927, também com a publicação de uma revista de arte, chamada Presença.
Entre os fundadores de Presença, estavam José Régio, Branquinho da Fonseca e Adolfo Casais Monteiro. Fernando Pessoa foi colaborador reverenciado pelos novos. A revista ti-nha como orientação básica a defesa de uma “literatura viva”, que, segundo José Régio, resultaria de uma personalidade ar-tística original e autêntica.
Os caminhos estetizantes e psicologizantes de Presença motivaram dissidências, que levaram à formação da corrente chamada neorrealismo, mais preocupada com a problematiza-ção da realidade social. A literatura do neorrealismo, dita tercei-ra fase do modernismo português, firmou-se com a publicação do romance Gaibéus, de Alves Redol, em 1940. Além de Redol, entre os autores de destaque dessa tendência, influenciada pelo neorrealismo da literatura brasileira (Jorge Amado, etc.), de-vem ser lembrados Virgílio Ferreira e Ferreira de Castro.
FERNANDO PESSOA ELE MESMO(POESIA ORTÔNIMA)
Última foto do poeta.