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SESSÕES CORDENADAS Sessão 22

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sessões coordenadas - décimo salão de extensão

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PROGRAMA EDUCATIVO DE CUR-TA AÇÃO NO MANEJO DA ASMA EM NÍVEL AMBULATORIALAsma brônquica é uma doença com uma alta preva-lência em nosso meio e ao redor do mundo (5 a 10% da população). Durante as última décadas, houve crescente conhecimento sobre a fisiopatologia e tra-tamento desta doença. A despeito disso, as evidências mostram que houve um aumento da morbidade e da mortalidade por asma brônquica ao redor do mundo. Uma das razões apontadas para esta piora da estatísti-ca da asma é a inadequada divulgação destes avanços e de suas implicações no tratamento. O controle da asma depende da prescrição do tratamento pertinen-te, da disponibilização da medicação no sistema públi-co de saúde e do uso correto dos dispositivos inalató-rios. O projeto se desenvolve de forma continuada no ambulatório de asma do Serviço de Pneumologia do

HCPA, às segundas-feiras, das 12:30-16:00 h. A equipe executora do projeto de extensão envolve estudantes de graduação de Medicina, os médicos residentes res-ponsáveis pelo atendimento assistencial e os professo-res orientadores. A ação de extenão tem por objetivo geral: a) Prosseguir esforços para desenvolver e aper-feiçoar processos assistenciais e metodologias para a avalição rotineira da gravidade e grau de controle da doença. b) Prosseguir na implantação rotineira da medida do PFE como parâmetro de avaliação objetiva “à beira do paciente”. c) Prosseguir no desenvolvimen-to de processo educativo interligado ao atendimento ambulatorial. d) Prosseguir em esforços de identificar fatores relacionados com o mau controle da doença e propor intervenções específicas. e) Construir interface com a pesquisa. O processo educativo é fundamental para o manejo da asma. Os programas convencionais de educação em asma possuem uma duração prolon-gada e abrangem um número restrito de pacientes. As evidências da efetividade de programas de curta du-

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ração no manejo da asma ambulatorial são precárias. Nessa etapa específica, o programa objetiva avaliar o efeito de um programa educativo de curta duração sobre o manejo ambulatorial da asma, melhorando a qualidade de atendimento, identificando os fatores as-sociados com o não-controle da doença e fornecendo um processo educativo de curta duração. O uso efeti-vo de corticóide inalatório e a utilização correta dos dispositivos inalatórios são as prioridades no proces-so eductivo. Os pacientes asmáticos foram avaliados antes e depois do programa educativo de curta dura-ção. Todos eram pacientes com diagnóstico de asma, atendidos ambulatorialmente. Os dados clínicos fo-ram registrados utilizando questionário padronizado. Foram realizadas medida do pico de fluxo expiratório (PFE) e espirometria. O grau de controle da asma foi aferido de acordo com o proposto pela Global Iniati-ve for Asthma (GINA). Todos os pacientes receberam uma orientação educativa de curta duração, imedia-tamente após o atendimento ambulatorial de rotina

para tratamento da asma. Em reconsulta de rotina, os pacientes foram submetidos a uma nova avaliação. Resultados: Foram estudados 111 pacientes, 30 mas-culinos e 81 femininos, com idade média de 53,0 anos. Na avaliação inicial, a asma era controlada ou parcial-mente controlada em 35 pacientes e não-controlada em 76 pacientes; enquanto na reconsulta era contro-lada ou parcialmente controlada em 39 pacientes e não-controlada em 72 (p=0,026). O uso efetivo do cor-ticóide inalatório aumentou significativamente de 101 pacientes para 105 pacientes.

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INOVAÇÕES NO PROJETO CRES-CENDO COM A GENTE: CONTRI-BUIÇÕES ATRAVÉS DO OLHAR DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEMINTRODUÇÃO: A atenção à saúde da criança configura-se como um campo interdisciplinar. Entre as diversas estraté-gias utilizadas nas ações que envolvem o encontro de di-ferentes saberes, pode-se situar o brincar, que é universal, constituindo-se numa atividade básica da criança e que deve estar presente em todas as situações de sua vida. Ele deve ser visto não apenas na perspectiva de recrea-ção, mas como recurso terapêutico, que promove, além da continuidade do desenvolvimento infantil, a possibili-dade de elaboração de experiências, funcionando como uma linguagem não-verbal de domínio da criança (MITRE, 2006). Quando a doença e a hospitalização surgem no vi-ver da criança acarreta juntamente uma ruptura com sua

vida cotidiana, fazendo com que uma série de mudanças aconteça em sua vida e de sua família, ficando afastada de seu ambiente, seus familiares, amigos, brinquedos e esco-la, passando a conviver com pessoas e situações por vezes desconhecidas. E assim, o brincar constitui-se um meio efi-ciente para diminuir esse estresse, amenizar o sofrimento e por vezes tentar esquecer as sensações de dor. A recreação é um dos recursos mais significativos que as instituições de saúde podem e devem disponibilizar à criança e sua famí-lia, visto que colabora com a redução de morbidades emo-cionais e sociais, decorrentes da internação hospitalar. Ao brincar, a criança constrói o seu mundo de representações e de referências, ampliando e fortalecendo o seu patrimô-nio emocional, necessário para o enfrentamento de situa-ções estressantes como a doença, a separação da família, os procedimentos invasivos, a dor física e/ou emocional e a hospitalização (MORSCH; ARAGÃO, 2006). A atividade lúdica e o brincar quando presente no viver da criança hos-pitalizada possibilita a expressão de sentimentos, idéias, preferências, afetos e hábitos. Assim, o Projeto de Extensão

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“Crescendo com a Gente” foi criado para proporcionar si-tuações de brincadeiras e momentos de troca afetiva, de-senvolvendo atividades recreativas que estimulam a mani-festação lúdica das crianças hospitalizadas na internação pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), em períodos do dia em que a sala de recreação não está funcionando. Constitui-se numa proposta cujo eixo nor-teador é o desenvolvimento do cuidado humanizado em pediatria, desenvolvendo atividades de brincadeira livre que estimulam a manifestação lúdica das crianças hospita-lizadas, pois a necessidade de brincar não pára quando as crianças então doentes ou no hospital. Neste ano, a equi-pe executora está composta por 55 acadêmicos do curso de Enfermagem, inseridos no projeto desde os semestres iniciais, oportunizando um primeiro contato dos acadêmi-cos com o ambiente hospitalar desde o início da gradua-ção. As atividades são desenvolvidas de 2ª à 5ª das 18h às 20h nas alas norte e sul do 10º andar do HCPA. Viabiliza o envolvimento entre acadêmicos, crianças e familiares, tor-nando-se uma experiência ímpar no processo acadêmico.

O conhecimento das percepções dos estudantes sobre as repercussões do projeto em seu viver acadêmico e as me-lhorias possíveis de serem implementadas pode tornar a proposta ainda mais atraente e enriquecedora, à medida que possibilita à equipe coordenadora elementos para um repensar contínuo das melhores oportunidades a serem oferecidas aos acadêmicos durante suas vivências enquan-to participantes da equipe executora. OBJETIVO: conhecer e compreender as percepções dos estudantes relativas à participação nas atividades propostas e as experiências vi-venciadas enquanto integrantes da equipe executora do Projeto de Extensão “Crescendo com a Gente” e as suges-tões de melhorias a serem implementadas. METODOLO-GIA: por tratar-se de um estudo que visa captar a realidade, como esta é vivida e percebida pelos sujeitos envolvidos nos processos pesquisados, optou-se pela utilização da pesquisa com abordagem qualitativa do tipo exploratório descritivo, realizado através de entrevistas com pessoas que, segundo Gil (2002, p.41), “tiveram experiências prá-ticas com o problema pesquisado”. Os sujeitos do estudo

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são acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a partir do 1º semestre letivo do cur-so de graduação em Enfermagem, integrantes da equipe executora do Projeto. Na coleta de dados foi utilizado um questionário semi-estruturado composto por seis pergun-tas respondidas de forma dissertativa. Os materiais foram submetidos à análise de conteúdo com base em Bardin (2004) através de etapas que consistiram em: pré-análise, exploração do material e tratamento dos dados obtidos e interpretação. Em relação aos aspectos éticos, o projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfer-magem e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul. Os participantes foram esclarecidos quanto à finalidade e objetivos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: em relação às percepções relativas à partici-pação dos estudantes nas atividades propostas, emergem sentimentos de recompensa pelo envolvimento explicita-do pelos estreitos vínculos estabelecidos entre as crianças e seus familiares no desenrolar das brincadeiras; o benefí-

cio do lúdico para a criança hospitalizada é visto como um aprendizado tanto para a vida pessoal como profissional dos estudantes; e o contato que se dá a partir do primeiro semestre com a rotina hospitalar constitui-se em manifes-tação unânime nos depoimentos. De acordo com as per-cepções dos estudantes, foram sugeridas melhorias para a qualificação da experiência vivenciada. Em decorrência houve um movimento da equipe coordenadora e execu-tora para uma maior disponibilização de recursos mate-riais através da doação de jogos e brinquedos. e humanos através de um maior envolvimento dos profissionais do serviço de recreação terapêutica, que têm cooperado com o projeto. Nesse sentido, destaca-se a inclusão neste ano de uma oficina lúdica para os acadêmicos na sala de recre-ação conduzida pelos profissionais deste serviço. Reforça-se assim o caráter da interdisciplinaridade nesta proposta de extensão. O desenvolvimento de atividades como con-fecção de materiais integrando as crianças na decoração das unidades para a festa junina, a organização de murais com fotos das crianças, as brincadeiras de roda, entre ou-

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tros confere espaços de descontração e alegria tanto para os acadêmicos quanto para as crianças. CONSIDERAÇÕES FINAIS: conhecer as experiências vivenciadas pelos aca-dêmicos, os sentimentos despertados e as necessidades percebidas, através de suas próprias manifestações, possi-bilita um repensar contínuo da proposta. Ao contemplar a inclusão de algumas estratégias em atendimento às su-gestões fornecidas pelos acadêmicos propicia-se um clima de transformação continua conferindo um caráter dinâmi-co e criativo ao projeto. BIBLIOGRAFIA: BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MITRE, R.M.A. O brincar no proces-so de humanização da produção de cuidados pediátricos. In: DESLANDES, S.F. (Org.). Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Fiocruz, Rio de Janei-ro, 2006. MORSCH, D.S.; ARAGÃO, P.M. A criança, sua família e o hospital: pensando processos de humanização. In: DES-LANDES, S.F. (Org.). Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Fiocruz, Rio de Janeiro, 2006.

REPERCUSSÕES DO PROJETO CRESCENDO COM A GENTE NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL: A ÓTICA DE ACADÊMICOS DE EN-FERMAGEMINTRODUÇÃO: é através da brincadeira que a criança cons-trói seu mundo de referências e desenvolve as ferramen-tas essenciais para vivenciar e superar os acontecimentos diários. Atividades lúdicas se constituem recursos facilita-dores para o enfrentamento das adversidades suscitadas pela doença e pela necessidade de hospitalização. Ao ser hospitalizado, o infante é privado de sua rotina, subme-tido a um ambiente repleto de regras e restrições, além do medo e da ansiedade gerados por este mundo novo e pelas experiências oriundas de sua patologia. Esta situ-ação pode gerar tristeza, solidão e até distúrbios de sono e de alimentação, levando a criança a vivenciar sentimen-

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tos de dor e sofrimento. O Projeto de Extensão “Crescen-do com a Gente” foi criado por se entender que o amor, o carinho e o espírito lúdico são tão importantes quanto os medicamentos e devem estar presentes no período de internação infantil. A brincadeira no hospital, segundo Hockenberry (2006), gera relaxamento, ajuda a criança a se sentir segura, auxilia na diminuição das dificuldades da separação, facilita a liberação da tensão e a expressão dos sentimentos, encoraja a interação e o desenvolvimento de atitudes positivas em relação às outras pessoas. Assim, momentos de trocas afetivas entre as crianças e acadê-micos da Escola de Enfermagem da UFRGS criam um am-biente de brincadeiras, descontração e constante apren-dizado. As atividades são realizadas com as crianças da Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), na faixa etária dos dois meses aos 14 anos, de segunda a quinta-feira (semanalmente), das 18h às 20 horas. Por ser uma atividade rica em aprendizado sobre o ambiente hospitalar para o acadêmico, considerou-se importante realizar uma pesquisa focada em conhecer as percepções

destes estudantes acerca das experiências vivenciadas e da relevância do projeto para o mundo vivido pela crian-ça hospitalizada. OBJETIVO: conhecer as percepções dos acadêmicos acerca das experiências vivenciadas enquan-to integrantes da equipe executora do Projeto de Extensão “Crescendo com a Gente” e a relevância do projeto para o mundo vivido pela criança hospitalizada. METODOLOGIA: trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo exploratório descritivo, realizado através de entrevis-tas com participantes do projeto. Os sujeitos da pesquisa são acadêmicos de enfermagem da UFRGS, integrantes da equipe executora da ação de extensão. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário semi-estruturado composto por seis perguntas respondidas de forma dis-sertativa.Os materiais foram submetidos à análise de con-teúdo (BARDIN, 2004) através de etapas que consistiram em: pré-análise, exploração do material e tratamento dos dados obtidos e interpretação. Quanto aos aspectos éti-cos, o projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem e pelo Comitê da Ética em pesqui-

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sa da UFRGS. Os participantes foram esclarecidos quanto à finalidade e objetivos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. RESULTADOS: Como resultados desta pesquisa emergiram três categorias descritivas que podem ser explicitadas como: o vínculo como conquista; o despertar da consciência criativa e as repercussões do lúdico nas vivências da criança durante a internação hospitalar. Quanto ao vínculo gerado entre as crianças e os acadêmicos, destaca-se o crescimento desta relação através da confiança e da afinidade, sendo este vínculo estendido também aos familiares. A família que acompanha a criança com a intenção de cuidá-la, sente-se preocupada em contribuir para sua melhora e, ao sentir o clima de descontração e felicidade gerado pelas brinca-deiras, envolve-se, segundo os acadêmicos, inserindo-se nas atividades lúdicas, dando contribuições e sugestões. O vínculo criado entre os estudantes e os pacientes é percebido claramente através do modo como aderem es-pontaneamente às atividades propostas, enriquecendo-as a todo o momento com idéias inovadoras, visto que

este é um dos poucos momentos de escolha da criança dentro do hospital. No ambiente hospitalar, a maioria das decisões tomadas para as crianças é feita por adultos; as brincadeiras e outras atividades expressivas oferecem a elas oportunidades muito necessárias para fazerem as próprias escolhas. Mesmo quando uma criança escolhe não participar de uma determinada programação, foi concedida a ela uma escolha, muito provavelmente, uma dentre as poucas escolhas que ela teve oportunidade de fazer (HOCKENBERRY, 2006). Na segunda categoria, reú-nem-se os significados que correspondem às percepções sobre o estimulo à criatividade dos infantes realizado por meio de brincadeiras interativas, onde todos têm a capa-cidade de serem sujeitos ativos durante as atividades. Ou-tro ponto destacado é o modo como a brincadeira livre encanta e diverte as crianças em grupo, mesmo em tem-pos de tanta tecnologia. A infância é uma fase que deve ser contemplada por sensações novas e experiências com muita alegria e cor, por isto, algumas das atividades de-senvolvidas resultam em materiais como desenhos que

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as crianças podem levar para os leitos, bem como painéis que ficam expostos nos corredores, modificando o am-biente hospitalar. O brincar representa uma forma eficaz de diminuir a angústia, pois nele a criança explora sua criatividade e reinventa o mundo, testando seus limites, liberando sua afetividade e emoção (COLLET; OLIVEIRA, 2002). A terceira categoria engloba as percepções dos acadêmicos quanto às repercussões do lúdico na avalia-ção positiva da criança em relação à hospitalização. Há crianças que se encontram sem acompanhantes, o que torna a internação ainda mais solitária e é nos momentos de brincadeira que estes pacientes poderão interagir de forma divertida, estreitando laços afetivos com os pares, trazendo pensamentos mais positivos para os momentos em que voltarem a ficar sozinhos. Ao brincar, a criança constrói um mundo de representações e de referências, ampliando e fortalecendo o seu aporte emocional, ne-cessário para o enfrentamento de situações estressantes como a doença, a separação da família, os procedimen-tos invasivos, a dor física ou emocional e a hospitalização

(MORSCH; ARAGÃO, 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS: inse-rir o acadêmico de enfermagem na hospitalização pediá-trica é uma experiência que possui muitos significados, pois permite que este visualize o modo como as crian-ças reagem aos estressores do ambiente hospitalar, bem como as melhorias trazidas através do contato com o brin-quedo e com o brincar nesta proposta de acolhimento às manifestações infantis. Para que esta iniciativa mantenha seu caráter enriquecedor para as vivências acadêmicas, reforça-se a importância da pesquisa voltada a conhecer as experiências vivenciadas pelos estudantes, os senti-mentos despertados e as necessidades percebidas, atra-vés de suas próprias manifestações, o que refletirá, tam-bém, na qualificação do que é ofertado para as crianças. BIBLIOGRAFIA: BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3.ed. Lisboa: Edições 70, 2004. COLLET, Neusa; OLIVEIRA, Beatriz Rosana Gonçalves. Manual de Enfermagem em Pediatria. Goiânia: AB, 2002, 339p. HOCKENBERRY, Ma-rylin J. Wong Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, 1303p. MORSCH, D.S.;

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ARAGÃO, P.M. A criança, sua família e o hospital: pensan-do processos de humanização. In: DESLANDES, S.F. (Org.). Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Fiocruz, Rio de Janeiro, 2006.

SAJU: PARTILHAR PARA INTEGRAR E APERFEIÇOARO Serviço de Assessoria Jurídica Universitária da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul vem prestando um trabalho importante e de qualidade para a comunidade de baixa renda. Esse trabalho, no entanto, poderia ser desenvolvido com mais qualidade se houvesse maior in-tegração entre sajuanos e maior conhecimento das ativi-dades do SAJU pelos sajuanos. O SAJU é dividido em gru-pos que atuam independentes um do outro e que, muitas vezes, realizam trabalhos parecidos de formas diferencia-

das – algo que, se compartilhado, poderia enriquecer o trabalho de todos, mas que nem sempre acontece pela falta de contato entre os grupos. Dessa forma, é neces-sária maior integração entre os participantes do projeto, afinal se um grupo possui uma metodologia de trabalho que poderia ser vantajosa para outro, seria interessante que o segundo soubesse dessa metodologia. Comparti-lhamento de experiências entre grupos enriqueceriam ainda mais o trabalho do sajuano. A presente ação visa a construir essa integração e esse conhecimento por parte dos sajuanos, gerando, assim, maior integração entre os grupos e também a possibilidade de, a partir do resulta-do do trabalho, conhecer melhor a organização atual do programa para desenvolver projetos organizacionais que aperfeiçoariam o trabalho. A execução do trabalho será feita através do acompanhamento das reuniões semanais dos grupos por, no mínimo, duas semanas e, a partir dis-so, da emissão de um relatório com o que foi levantado, com apontamentos que poderiam ajudar na troca de ex-periências entre os grupos.

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A CONTRIBUIÇÃO DA ASSESSO-RIA JURÍDICA UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICAO presente trabalho visa a analisar a contribuição na for-mação acadêmica das atividades extensionistas desen-volvidas no Serviço de Assessoria Jurídica Universitária na Faculdade de Direito da UFRGS. Apesar do curso de Direito trazer em seu nome Ciências Sociais, acaba por deixar em segundo plano sua temática tanto pelo pró-prio curso, quanto pelos estudantes. Pelo grande esfor-ço e tempo que demanda, é natural que o número de cadeiras destinadas às Ciências Jurídicas seja extrema-mente superior. Nesse contexto, os integrantes do SAJU buscam novas formas de encarar o direito voltadas mais para a comunidade, para o social. Com isso não quer deixar de lado o jurídico, mas sim criar bases humanas fortes e bem estruturadas para não encarar o Direito como mera sequência de leis e formalidades. O trabalho

se baseia numa formação humanística para bem com-preender a realidade que nos cerca. É lastimável que formemos juristas sem essa base; juristas esses que mo-vimentarão a Justiça do país. A assessoria popular abre a mente do estudante para pensar novas formas de re-solver os conflitos existentes, acreditando mais na força que há na própria população. A emancipação popular é objetivo central do programa, ou seja, mesmo asses-sorando a comunidade, buscamos formas de a própria sociedade batalhar por seus direitos e se conscientizar de seus deveres. Por meio de capacitações, os partici-pantes do SAJU desenvolvem o estudo direcionado às suas diretrizes, quais sejam, acesso à justiça, cidadania e direitos humanos, assuntos não desenvolvidos com a devida profundidade na graduação. O trabalho realiza-do no SAJU tem o objetivo de trazer para a realidade dos alunos a vida fora dos muras da universidade, não limi-tando a formação jurídica aos livros e a práticas em está-gios. O trabalho faz o aluno interagir diretamente com a comunidade dentro e fora da universidade, tornando-a,

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de certa forma, realmente universal. O SAJU atua para que aqueles que precisam seguir tantas técnicas e re-gras jurídicas não se prendam no comodismo e no con-formismo presentes na sociedade e tenham vontade de realmente trabalhar por justiça. Por fim, tal programa de extensão não contribui apenas na formação acadêmica e profissional, mas também na formação humanística de cada sajuano. A correta compreensão da realidade forma juristas mais bem preparados para lidar com as demandas sociais vigentes.

DA ASSISTÊNCIA À ASSESSORIA JURÍDICA: DIFERENTES PERCEP-ÇÕES DA PRÁTICA EXTENSIONIS-TA DENTRO DA SOCIEDADE1. Introdução: O presente estudo foi baseado no trabalho prestado pelo Serviço de Assessoria Jurídica Universitária (SAJU) junto à população. Através deste programa de ex-tensão, os estudantes buscam estender o conhecimento adquirido em sala de aula até a sociedade e, a partir des-se contato, aprender o que não lhes é ensinado no meio acadêmico. O processo de construção do conhecimento (a partir da extensão) se desenvolve na prática, contri-buindo para o protagonismo do extensionista, que bus-ca, estuda e debate as suas próprias ações que objetivam facilitar o acesso efetivo à justiça e a garantia de direitos humanos mais fundamentais como a dignidade, direito à moradia, escola, entre outros. Dentro desta perspectiva, a

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facilitação do acesso à justiça pode ser desenvolvida atra-vés de duas formas diferentes, mas complementares, de extensão: a assistência e a assessoria. A primeira consiste em receber a demanda proposta pela sociedade, que, em muitas vezes, o recebimento resulta em processos judi-ciais. A segunda trata de promover uma conscientização das pessoas quanto aos seus direitos, através de oficinas e trabalhos desenvolvidos dentro de uma determinada comunidade, para que, assim, já munidas desse conhe-cimento, se tornem concretizadores dos seus direitos. 2. Métodos: 2.1 A assistência jurídica A assistência jurídica consiste no atendimento feito dentro dos muros da Uni-versidade. É prestado atendimento para pessoas que não possuem condições de custear um advogado, para que possam receber uma assistência jurídica de qualidade, tanto no ajuizamento de ações, quanto no esclarecimento de dúvidas. Aquelas pessoas que procuram o SAJU já tem consciência sobre os seus direitos e estão à procura de uma ferramenta que possa ajudá-las na efetivação destes. Os estudantes, orientados por advogados, voluntários do

programa de extensão, prestam toda a assistência neces-sária à pessoa. O assistente e o profissional se preocupam em solucionar, em conjunto com o assistido, o problema levantado. Conseqüentemente, buscam a ferramenta jurí-dica ideal. 2.2 A assessoria jurídica Já a assessoria jurídica, ultrapassa os muros da Universidade e vai até a realidade do assistido. O escopo principal de ultrapassar o mundo teórico-acadêmico, alcançando o realismo-social, é o im-pacto gerado por essa mudança de panorama. Para se identificar com o problema de uma pessoa, é necessário que se entre em contato com o seu mundo, ouvindo os seus problemas e construindo coletivamente as respostas. Procura-se facilitar o acesso à justiça através da conscien-tização dos direitos de cada homem. Objetivando desper-tar uma identidade na pessoa, para que ela mesma se veja como um cidadão: um ser humano portador de direitos, bem como deveres. 3. Objetivos: 3.1 Enquanto assistente jurídico Atendimento de qualidade às pessoas que procu-ram o programa SAJU. Estender o seu conhecimento, até então teórico, à pratica, a fim de complementar o ensino

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fornecido dentro das salas de aula. 3.2 Enquanto assessor jurídico Quebra de paradigmas sociais: ver como o mundo é fora dos muros da faculdade. Fazer com que todos co-nheçam, dentro da sociedade, os seus direitos e quais os instrumentos necessários para que eles mesmos busquem a sua efetivação. 4. Resultados: 4.1 No âmbito da assistên-cia A assistência jurídica dentro do SAJU não serviu ape-nas como um instrumento de prática jurídica, como um “escritório modelo” com a finalidade de capacitar futuros advogados. Através do contato com os problemas deman-dados, formou-se estudantes preocupados não só com a sua formação acadêmica, mas humana também. Isso resul-tou em atendimentos mais completos e qualificados aos assistidos, pois se buscou não só o ajuizamento de ações, mas a resolução de conflitos, também através meios extra-judiciais. Em casos mais delicados, como os que envolvem Direito de Família, criança e adolescente, foi feito um tra-balho juntamente com a Faculdade de Psicologia, na qual formandos começaram a ajudar no atendimento, trazendo uma melhora significativa na qualidade deste, facilitando a

coleta de informações necessárias para a resolução do pro-blema. 4.2 No âmbito da assessoria Enquanto o assistente permanece na sede do SAJU, prestando auxílio àqueles que o procuram, o assessor vai até o individuo, vai diretamente ao problema. Um dos problemas principais em se trabalhar com comunidades carentes, é o estigma incorporado pelos seus moradores: “Sou pobre, carente e favelado. Não tenho direito a nada, estou à margem da sociedade.” Através des-te pensamento fica difícil articular com uma pessoa que não se vê como sujeito de direitos. O escopo das oficinas feitas com essas pessoas, primeiramente, era a conscien-tização dos direitos e deveres que todos nós possuímos, depois, era a identificação dos seus problemas, demandas comuns dentro de uma determinada região. Ao sentar e debater possíveis resoluções, coletivamente, nós víamos que a troca de conhecimento não era unilateral. A cons-trução de uma solução, de uma resposta, era conjunta. Nós aprendíamos com eles, e eles conosco. A idéia de trabalho transformou-se: antes, era somente conscientizar as pesso-as sobre os seus direitos e deveres, além de mostrar-lhe o

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caminho para a sua efetivação, mas agora é para construir juntos o caminho. Mostrar cada agente e instrumento ju-rídico existente e que pode ser usado. 4.3 A complemen-tação da atividade do assessor e do assistente Juntos, o trabalho do assessor e a do assistente se complementam. O assessor faz uma troca de conhecimento com a comuni-dade, esta, ciente de seus direitos e instrumentos para ga-rantir a sua efetivação, vai até o agente, os assistentes, para que esses possam demandar ações judiciais ou ajudar na formalização de acordos como em casos de regularização fundiária, usucapião, quando se trata de ações coletivas. Pouco se ajuda quando se é prestada somente assistência à comunidade: vamos resolver problemas pontuais, sem esclarecer dúvidas ou fomentar ações que reivindiquem direitos. Também pouco ajudamos, se trocamos conheci-mento por experiência, buscamos e debatemos a respeito de soluções, conjuntamente, se não oportunizamos agen-tes para que facilitem o acesso à justiça. Precisamos buscar soluções, mostrar um caminho e percorrê-lo até o fim, num trabalho conjunto com a sociedade.

ENTRE O FORDISMO E O HUMA-NISMO: DILEMAS DE UMA ATU-AÇÃO EXTENSIONISTA NO SAJU/UFRGS Este trabalho visa realizar apontamentos e reflexões acer-ca da atuação como extensionista do Serviço de Asses-soria Jurídica Universitária (SAJU), programa de Extensão permanente em Acesso à Justiça, Cidadania e Direitos Hu-manos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A partir do entendimento de extensão, “A extensão, como atividade fim da Univer-sidade, é o processo educativo, cultural e científico que articula, amplia, desenvolve e realimenta o ensino e a pes-quisa e viabiliza a relação transformadora entre Universi-dade e sociedade. Este contato com a sociedade, que visa o desenvolvimento mútuo, estabelece a troca de saberes e tem como conseqüência a produção do conhecimento

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resultante do confronto com a realidade nacional e regio-nal, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Uni-versidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria e prática, a extensão é um trabalho in-terdisciplinar que favorece a visão integrada do social.” (art. 1º da resolução nº 26/2003 do CEPE), o SAJU busca, por meio de seus projetos vinculados, a aplicação do ensino jurídico promovido pela Faculdade de Direito/UFRGS alia-do a pesquisas de doutrina e de jurisprudência realizadas a partir do protagonismo dos acadêmicos que integram o programa, o desenvolvimento de atividades com a socie-dade, seja indo até ela em comunidades, escolas, e outros espaços, seja a recebendo na Faculdade de Direito/UFRGS, com vistas a refletir mudanças tanto no âmbito da socie-dade, como também no âmbito acadêmico. Esta apre-sentação foca-se na segunda hipótese, a partir do projeto vinculado “A assistência no acesso à justiça”. No projeto “A assistência no acesso à justiça” o objetivo é prestar atendi-mentos individualizados na Faculdade de Direito/UFRGS a

pessoas hipossuficientes da Grande Porto Alegre por meio de estudantes que integram o SAJU e com a presença de advogados(as) nas áreas cível, criança e adolescente, tra-balhista, família, penal, mulher (lei Maria da Penha), dentre outras áreas do direito, com um propósito e métodos que distinguem o programa da cadeira de ensino de prática jurídica oferecida pelas demais faculdades de Direito de outras Universidades. Diferencia-se na medida em que o atendimento é pessoalizado e reconhecida a pessoa como ser humano, e não mero “cliente”, bem como pela inexis-tência de tempo limite para atendimento ou de retornos, aliado a perspectiva de que a demanda só é recebida pelo projeto se ela for compatível com os valores éticos do pro-grama – não se processa quem o busca fazer por má-fé, por exemplo. E neste sentido propõe-se a presente refle-xão desta apresentação: até que ponto o caráter huma-nístico que se busca constantemente aperfeiçoar e aplicar encontra-se acessível frente a uma necessidade intermi-nável e constante da sociedade que pressiona o programa a realizar atendimentos que, se não fosse a reflexão dos

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envolvidos, levá-los-ia a exaustão? O projeto “A assistên-cia no acesso à justiça” do SAJU, fazendo uma analogia, dir-se-ia que é o pronto socorro da Faculdade de Direito. As pessoas estão sendo violentadas, sem comida, explo-radas, sem serviços públicos básicos. E então te despejam com seus olhos toneladas de esperança, estudante com seus vinte anos aproximadamente. Busca-se tranqüilizá-la, “- vamos ver nossa agenda para que possamos ver uma data que possamos lhe atender”, e ela está lotada. É dia 5 de algum mês, e a agenda do mês que fora aberta no dia 1º encontra-se já preenchida. Uma das certezas afirmadas pelos integrantes do SAJU é que ele não se confunde com a atuação da Defensoria Pública, uma vez que enquanto esta presta atendimento a toda a população, indepen-dentemente da motivação das pessoas atendidas e da ca-pacidade de prestar atendimento adequado a elas – uma vez que esta obrigação decorre de previsão legal –, em tal projeto do SAJU valoriza-se uma atuação que pela quali-dade de seus atendimentos e teses jurídicas, construídas a partir da pesquisa e do ensino dos envolvidos no projeto,

possam ser agentes de transformação social. Desta forma, inevitavelmente é posto aos integrantes o dilema: atender “sem parar” frente à imensidão de pessoas que possuem os seus direitos fundamentais violados, atendimento este que, se feito sem controle, com o tempo torna-se repetiti-vo, extenuante e ausente de reflexão, isto é, “fordista” em sua concepção clássica; ou atender humanisticamente em seu pleno sentido, conhecendo o nome e o rosto das pes-soas, criando laços que vão além dos casos, dedicando-se de tal forma que o direito violado de outrem se torna o seu direito violado de ruptura da justiça constante em nosso ordenamento jurídico, isto é, “humanista” em sua concep-ção plena. Afinal, qual é o custo a ser pago para efetivação de direitos previstos no ordenamento pátrio que os estu-dantes estão dispostos a sacrificar? Está nele incluído uma prática ausente de reflexão, buscando-se exclusivamente a eficácia? A resposta é em parte um “não”, na medida em que se criam mecanismos gerais no SAJU a fim de evitar uma super exposição dos estudantes e de reflexões e rela-tos feitos no Conselho Deliberativo do programa – órgão

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que congrega os monitores de todos os grupos. Mas ela é também em parte um “sim”, na medida em que algumas violações não são passíveis de ignorá-las ou de pedir para que o demandante volte daqui a um mês. E então se assu-mi o caso e se vai a pesquisar e estudar e a ligar para pes-soa e chamar pelo nome e contar sobre o andamento pro-cessual. E então se atende mais casos, e se vai a pesquisar e estudar, a ligar para pessoa... E então você tem mais casos do que idealmente pretendia. E então você tem vidas na sua vida de estudante que contém uma série de expecta-tivas que não se quer frustrar. Aflora o dilema de buscar o ajuste humanístico de a pessoa não se tornar cliente, mas também não deixar que outras pessoas tenham suas vidas e expectativas violadas. Tal ajuste mostra-se, em verdade, dinâmico e em parte imprevisível, uma vez que as relações, sejam elas com a sociedade, sejam elas com a Universida-de – professores não aceitam prorrogar prazo de trabalho dado inesperadamente porque você ficou escrevendo uma petição de 20 folhas nos dias em que teria que se dedicar ao trabalho – mostra-se a dificuldade e o quanto

ainda é preciso refletir, registrar e aprimorar. E não se está a afirmar, felizmente, que tal sobrecarga em determinado momento de atuação no projeto – uma vez que dinâmica – prejudica as pessoas que buscam o SAJU – uma vez que há advogados(as) e monitores supervisionando, mas sim que o trato com as pessoas perde em parte o seu caráter humanístico, impondo novos desafios, pois uma prática impessoal não serve aos propósitos do programa, de for-mar juristas a partir de uma prática engajada, humanista e crítica do direito. E tal formação mostra-se desafiante a partir deste dilema, em que somos postos a escolher entre “clientilizar” e humanizar desde o início de nossa formação acadêmica, ou, ainda, a humanizar um número grande de vidas contidas em nossos casos. Se sempre haverá um li-mite entre uma prática fordista e humanista, sempre há de se poder lutar para que a barreira da indiferença seja posta um pouco mais distante do que antes se encontrava, até encontrarmos o seu novo limite e lutarmos novamente para rompê-la.

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A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO DE ASSESSORIA JURÍDICA DA UFRGS PARA O ACESSO À JUSTIÇAA Justiça vem sendo cada vez mais procurada para a re-solução de conflitos entre particulares. O aumento da demanda, no entanto, não está acompanhado de novas contratações e pouco se aposta em novas técnicas. O re-sultado é a morosidade e então não são atendidas as aspi-rações dos litigantes. Este trabalho concentra-se em apon-tar os três maiores problemas do Judiciário enfrentados no SAJU, a saber, o formalismo jurídico, a interferência na esfera familiar e a morosidade da Justiça, e apresentar as soluções adotadas no Serviço. O Poder Judiciário possui uma estrutura rígida, intrincada de formalismos. Desde a arquitetura, passando pelas roupas e com especial ênfase na linguagem, a Justiça isola-se da contemporaneidade, e por conseqüência, da população mais carente. Expressões em latim, palavras de um português arcaico e tecnicismos

estão fora do vocabulário de leigos e assustam a maioria das pessoas. Para realmente atender às demandas da so-ciedade, o Direito precisaria despir-se de formalismos des-necessários. No SAJU, busca-se esclarecer o cliente acerca das fases do processo e dos termos técnicos, aproximan-do-o do universo jurídico. A interferência nas relações fa-miliares talvez seja a mais delicada das tarefas de um juiz. A mera aplicação da lei na guarda de um filho, por exemplo, pode trazer dezenas de implicações subsequentes e uma decisão errada certamente aumentará os conflitos naque-le lar. Buscando a melhor solução para a criança, no SAJU, sempre tentamos a conciliação: chamam-se pai e mãe para uma conversa, na qual são levantadas as opções de guarda e pensão alimentícia, unindo possibilidade dos pais e bem-estar da criança. Cerca de metade dos casos são resolvidos assim, por acordo em seguida homologado em frente ao juiz. Uma solução apresentada pelo Poder Judiciário para das celeridade aos processos são os Juizados Especiais. São órgãos menores, de competência limitada, com menos for-malidades e nos quais as partes não necessitam ser acom-

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panhadas de advogado. No SAJU, busca-se utilizar, sempre que possível, pela solução rápida de uma lide que poderia demorar mais de um ano na Justiça Comum. Por ser for-mado e coordenado por estudantes, são objetivos do SAJU estar em consonância com as mais avançadas técnicas de solução de conflitos, libertar-se do formalismo exacerbado e aproximar-se cada vez mais da comunidade.

AVALIAÇÃO PARA A PROPENSÃO DE CONSUMO DE ÁLCOOL EM ES-COLARESO uso indevido de bebidas alcoólicas é considerado um grave problema de saúde pública. No ano de 2004 foi cria-da uma política do Ministério da Saúde para a Atenção In-tegral a Usuários de Álcool e Outras Drogas. Tal ação visa conter o crescente avanço do uso de drogas e álcool na po-pulação brasileira (ALMEIDA; OLIVEIRA; PINHO, 2008). Não

obstante, pouco aborda sobre o tratamento de crianças e adolescentes que enfrentam tal situação ou dependência. Por se tratar de um período de vulnerabilidade a influências a adolescência se constitui uma fase de constantes trans-formações físicas e, também, sociais para os indivíduos, pois recebem diferentes influencias. Em vista disso, o pro-jeto objetiva avaliar a inclinação dos adolescentes a utilizar bebidas alcoólicas, já que esta é uma pressão subliminar que se inicia desde muito cedo na vida de um jovem – mais precisamente, na adolescência (SOLDERA et al., 2004). Com intuito preventivo para abordar os jovens quanto a infor-mações e, ainda, encaminhamentos a outros profissionais (como psicólogos) aos casos em que as estimativas de dano aos indivíduos estiverem evidentes Para tanto será realiza-da uma consulta de enfermagem a fim de considerar se o jovem possui influências que o induzam a utilizar algum tipo de bebida alcoólica – quer pelo meio familiar ou quer pelo meio social, já que esses são fatores preponderantes para o uso de drogas e bebidas alcoólicas (SOUZA; ARECA; SILVEIRA FILHO, 2005). A consulta transcorrerá em um lugar

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privado, onde estará presente apenas o(a) adolescente e a acadêmica de enfermagem afim de preservar um ambiente propício para compartilhar as informações pessoais que lhe serão abordadas sem cunho discriminatório de demais pes-soas. Será norteada através de um histórico de enfermagem (composto por anamnese e exame físico do indivíduo), pré-estabelecido e já utilizado nas atividades da extensão. Caso seja constatado a propensão ao uso de álcool será realizado um encaminhamento para o serviço de psicologia associa-do ao Núcleo de Atenção a Saúde da Criança e do Adoles-cente (NASCA) Lomba do Pinheiro o qual a escola pertence. Com o intuito de auxiliar esse grupo etário em relação a vulnerabilidade para o uso do álcool se faz necessário, atuar precocemente, triando jovens potencialmente propensos, para que haja uma superação desses fatores preponderan-tes que interferem na constituição saudável de qualquer indivíduo. Os profissionais devem estar com o olhar atento para a prevenção dos agravos e não simplesmente atuar quando o dano já está instaurado, favorecendo ao adoles-cente um crescer com qualidade de vida.

PROMOVENDO A SAÚDE EM ES-COLARESIntrodução: Segundo a Organização Pan-americana de Saú-de (1995), a promoção da saúde na área escolar parte de uma visão multidisciplinar e integral do ser humano, consideran-do as pessoas em seu contexto familiar, comunitário, social e ambiental. Pelas características desse período de desenvol-vimento a criança e o adolescente podem estar expostos a riscos desnecessários que com nosso auxílio podem dar-se conta de qual a melhor maneira de agir para minimizar estes riscos ou situações de vulnerabilidade para cada momento de vida. Salienta-se também que nesse momento de vida muitas dúvidas aparecem relativas aos mais variados aspec-tos da vida humana e estas dúvidas podem ser atenuadas com ajuda de profissionais da saúde. Acreditamos que no ambiente escolar o indivíduo, em determinadas etapas da vida, apreende atitudes e habilidades que são articuladas às suas experiências vivenciadas no cotidiano. Essas conquis-

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tas orientam o aluno para o reconhecimento e expressão de suas necessidades, possibilitando a oportunidade de refle-tir sobre seu papel histórico e colaborando para possíveis transformações por intermédio da consciência e mudança social (LEONELLO; L’ABBATE; 2006).Objetivo: oportunizar ao acadêmico de enfermagem a convivência com crianças pré-escolares, escolares e adolescentes, bem como seus familia-res e com os professores, desenvolvendo em parceria com essa comunidade, atividades que promovam a qualidade na saúde e que previnam doença ou situações que levem às doenças e descrever as atividades desenvolvidas por esses acadêmicos para a promoção de saúde. Metodologia: Para fins desse trabalho utilizam-se como ferramentas a consulta de enfermagem, observações em locos, entrevistas, testes de pré-triagem (auditivas, visuais, de coluna), palestras e/ou oficinas que, nessa faixa etária tornam-se relevantes para minimizar possíveis agravos no processo de aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo e psicomotor da criança e adolescente como temas relativos a higiene corporal, oral, gestação na adolescência, violência infantil, DST’s, entre ou-

tros. Resultados: Existem enfermidades que se manifestam de forma insidiosa e que podem ser detectas precocemente pelos profissionais de enfermagem. Através da realização das consultas de enfermagem é possível identificar possí-veis agravos, sendo esses escolares encaminhados para con-sultas com profissionais especialistas, sendo estes odontó-logos, pediatras, psicólogos, oftalmologistas dentre outros. Torna-se importante ressaltar que a construção de alternati-vas de viver saudável são efetivadas quando realizadas com os sujeitos respeitando suas realidades de viver. Portanto, o projeto é de relevância para formação dos acadêmicos de enfermagem e pode contribuir para a mudança da socieda-de, na medida em que pode se comprometer com produção de conhecimentos e formação de profissionais cidadãos. Também oportuniza ao profissional de enfermagem vivên-cias e experiências sensibilizando-os para reconhecer as li-mitações de cada um tentando compreender, esclarecendo dúvidas e buscando soluções. Praticando a educação em saúde o profissional estará contribuindo e dispondo para o bem estar individual e de toda uma comunidade.

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HORTO COMO POSSIBILIDADE DE REAPROXIMAÇÃO ECOLÓGICA HOMEM-NATUREZAConstantemente se percebe dois fatos nas comunidades modernas: o primeiro é o distanciamento das novas ge-rações da natureza e, o segundo como conseqüência do anterior, a perda de saberes tradicionais seculares como, por exemplo, a utilização de plantas medicinais, aromá-ticas e condimentares no cotidiano familiar. O projeto Horto Experimental Cruzeiro do Sul Como Campo de Práticas de Atenção Primária em Saúde proporcionas a reaproximação comunidade-natureza ao estimular e, ao mesmo tempo, provocar o interesse das pessoas pela vida existente na área cultivada. Além de propostas do âmbito de educação ambiental temos também como ob-jetivo a manutenção do conhecimento tradicional relati-vo a utilização de plantas com propriedades medicinais e condimentares. De acordo com a Organização Mundial

da Saúde que, em 1978, orientou os 154 países membros a utilizarem plantas medicinais na atenção primária em saúde. Isso ao notar que a maioria da população as usava e havia dificuldade ao acesso a medicamentos. Em 2003 a OMS percebeu erros graves no cultivo, beneficiamen-to e uso das plantas e editou o manual de Boas Práticas Agrícolas (BPA) para seu cultivo. A reaproximação da co-munidade moradora da região onde está situado o Horto Medicinal à natureza e saberes tradicionais é proporcio-nada da seguinte forma: através de oficinas desenvolvi-das semanalmente com as crianças locais realizam-se ati-vidades como identificação das ervas pelo tato e olfato, exploração da mesofauna presente no horto, manejo do minhocário. Também são exercitadas técnicas de propa-gação de plantas como a estaquia. Para o enraizamento vigoroso das estacas estamos utilizando o hormônio de crescimento radicular auxínico ácido indol butírico (AIB) extraído no próprio horto colhemos Tiririca, uma planta espontânea rica naquele ácido, e no liquidificador com álcool de cereais 70% obtemos a calda enraizadora a qual

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borrifamos no substrato onde ocorrem o desenvolvimen-to das réplicas. Com as pessoas mais velhas que freqüen-tam o horto são trocadas muitas informações em relação ao manejo das ervas bem como seu beneficiamento para utilização. O amparo dado pela equipe do Posto de Saúde da Família às atividades é um fator determinante para o sucesso que estamos obtendo nos resultados, pois gera maior integração entre as pessoas envolvidas no projeto: funcionários do PSF, bolsistas e comunidade. Como con-seqüência das atividades propostas e realizadas, semana após semana percebe-se um crescente interesse pelo cul-tivo e manutenção do horto. A consciência de respeito ao meio ambiente é facilmente notada através de simples porém grandiosas atitudes como, por exemplo, recolher plásticos que, com as chuvas e ventos, acabam sendo de-positados na área de cultivos e de atividades sócio-edu-cativas. Outro resultado notado é o crescente número de crianças participantes nas oficinas.

PROGRAMA DE ACOMPANHA-MENTO AOS PACIENTES ADOLES-CENTES E ADULTOS COM FIBROSE CÍSTICA DO HCPA A fibrose cística, que já foi considerada uma doença da infância, é agora também uma doença do adulto. O aumento da longevidade resultou em mais pro-blemas médicos relacionados com a idade e com a própria doença. O crescente número de adultos com fibrose cística resultou em aumento da necessidade de cuidados médicos. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) se constitui em um centro de referência para tratamento da doença. Em outubro de 1998, foi instituída uma equipe multidisciplinar para tratar os pacientes com idade igual ou maior que 16 anos. O atendimento assistencial está estabelecido com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais

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das seguintes áreas: medicina, psicologia, fisioterapia, nutrição e enfermagem. Para que sejam atendidos ob-jetivos acadêmicos de extensão, pesquisa, ensino de graduação e pós-graduação, geração e multiplicação do conhecimento, um programa de extensão formal tem desempenhado o papel de servir de estímulo propulsor para alcançar essas metas. Por essas razões, desenvolveu-se um programa multidisciplinar com enfoque em melhorar a qualidade do atendimento, gerando e propagando o conhecimento sobre a doen-ça. A FC é uma doença complexa que exige uma abor-dagem holística para o seu tratamento. A utilização do modelo de abordagem multidisciplinar para tratar a doença se fundamenta na observação de que a forma-ção de centros abrangentes de cuidados em FC está relacionada com o progressivo melhor prognóstico dos pacientes. O regime terapêutico padrão para a do-ença pulmonar inclui: a) antibioticoterapia, b) higie-ne das vias aéreas e exercício, c) agentes mucolíticos, d) broncodilatadores, e) agentes anti-inflamatórios, f )

suporte nutricional e g) suplementação de oxigênio. O tratamento da doença extra-pulmonar envolve, quan-do necessário, a abordagem da insuficiência pancreá-tica exócrina, da doença hepática crônica, do diabete melito, da osteoporose e da infertilidade masculina. O processo educativo é fundamental para que o indiví-duo adulto compreenda a sua doença e para que saiba a finalidade do tratamento e como realizá-lo correta-mente. Embora os aspectos educativos sejam aborda-dos de rotina pela equipe multidisciplinar, sempre fi-cam dúvidas que precisam ser esclarecidas em outros foruns educativos. Na fibrose cística, a predisposição à infecção respiratória se apresenta como um aparente paradoxo biológico. Em nível sistêmico, a imunidade do hospedeiro com FC é robusta, sem anormalidade da imunidade celular ou humoral Em nível local, as defesas do trato respiratório são anormais predispon-do às infecções Ressalta-se que a fibrose cística tem um fator limitante para que os grupos educativos tradicionais de pacientes sejam realizado: o controle

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de infecção rigoroso que segrega os pacientes entre si para evitar a infecção cruzada dos diferentes pató-genos bacterianos presente nas secreções respirató-rias. Além disso, constatamos que a maior parte dos pacientes do programa de adultos com fibrose cística utiliza a internet de alguma forma na sua vida diária. Essa lacuna educativa motivou o desenvolvimento de uma plataforma educativa interativa, utilizando a rede de aprendizagem Navi da UFRGS. Essa plataforma foi desenvolvida pelo bolsista de extensão com a coo-peração dos profissionais da equipe multidisciplinar. Ela deverá ser progressivamente aperfeiçoada para ocupar o espaço da necessidade educativa, buscando a melhor compreensão da doença pelos pacientes, a finalidade e técnica das modalidades terapêuticas e a otimização da adesão ao tratamento. Durante as con-sultas regulares no ambulatório da Zona 12 do HCPA, nas sexta-feiras (segundo turno), os pacientes serão convidados a participar do programa educativo. Se aceitarem, receberão usuário e senha para acesso à

plataforma. Os profissionais da equipe multidiscipli-nar estarão convidados a participarem, pelo menos uma vez por semana, das discussões nesse sistema. No futuro, um projeto de pesquisa sobre adesão e avalia-ção da educação será acoplado a essa atividade. Con-clusão: A utilização do modelo educativo à distância, utilizando uma plataforma eletrônica, pode contribuir para melhorar o conhecimento da doença e seu trata-mento, otimizando a adesão ao tratamento. Essa es-tratégia deverá ser avaliada objetivamente através de um projeto de pesquisa.

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CUIDADO E PREVENÇÃO À CRIAN-ÇAS HOSPITALIZADAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA:UM DESAFIO NO TRABALHO DE ENFERMAGEMINTRODUÇÃO: A violência é um problema que atinge a infância brasileira de forma que se constitui uma das prin-cipais causas de morte nesse período. Existe um aumento crescente no número de crianças hospitalizadas em decor-rência da violência em suas diferentes manifestações. Isso é um fenômeno que se estabelece por inúmeros fatores e coloca o hospital como centro de referência para o atendi-mento dessa problemática. Segundo o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA, 2000) anualmente 6,5 milhões de crianças sofrem algum tipo de violência doméstica, 18 mil são espancadas diariamente e 300 mil crianças e adolescentes são vítimas de incesto no Brasil. Frente a esta alarmante realidade existe a real ne-

cessidade de formar profissionais cada vez mais habilita-dos para identificar, tratar e prevenir esse grave problema de saúde coletiva. Principalmente, profissionais engajados com a temática específica da violência intrafamiliar, uma vez que a maioria das políticas públicas que são voltadas para a questão da violência contra a criança e o adolescente ainda não se deteve na análise a respeito de como uma família que apresenta violência em sua dinâmica interna deve ser compreendia e inserida dentro de um contexto que envol-ve uma complexidade de determinantes culturais, sociais e econômicos. A enfermagem pela proximidade e os vínculos constituídos com a criança cumpre uma função importan-te na detecção do tipo de violência sofrida. Ao exercer os cuidados necessários para cada criança vítima de qualquer modo de violência que interna em um hospital constata-se que essa é uma realidade desgastante e difícil de ser en-frentada diariamente pelos enfermeiros em seu cotidiano de trabalho, uma vez que são os profissionais da saúde que passam 24h em contato direto com a criança e sua família. Assim, nesse sentido Algeri (2007) salienta que “cabe aos

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enfermeiros, ao desenvolverem suas atividades de cuidado, educação e pesquisa, sobretudo, acreditar que são agen-tes essenciais na transformação desse grave problema. ”O enfermeiro é o elemento da equipe de saúde que faz o elo de ligação entre a criança, família e os outros profissionais de saúde. Por sua apresentação multifacetada, na maioria dos casos, a violência intrafamiliar, exige uma intervenção especializada e combinada de diferentes profissionais. As-sim, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre conta com um Programa de Proteção à Criança, desde 1986, formado por uma equipe multiprofissional que atende crianças em situ-ação de violência. Nesse Programa desenvolve-se o Projeto de Extensão Atendimento e Prevenção às crianças vítimas de violência. OBJETIVO: O projeto visa à modificação e a in-terrupção dos comportamentos familiares agressivos como o hábito comum da maioria dos brasileiros de bater nos fi-lhos como uma forma de educar. A atividade é destinada as crianças e suas famílias, assim como para os acadêmicos de Enfermagem, Medicina, Serviço Social e Psicologia. De-monstra um compromisso da universidade com a formação

específica e atualizada dos alunos para intervir em relação a situações inerentes a essa problemática. METODOLOGIA: Através da discussão grupal em torno da cidadania e am-pliação dos direitos sociais das crianças e adolescentes bra-sileiros, propicia-se uma reflexão que conduza à estratégias de enfrentamento. Problematizando a temática busca-se ampliar o saber na troca de experiências. Abordam-se as-pectos relativos à violência e suas implicações para a prática profissional na área da saúde. Apresentam-se os indicado-res para detecção de cada tipo de violência, assim como os comportamentos específicos da criança e da família em situação de violência. Contemplam-se as conseqüências neuropsicológicas no crescimento e desenvolvimento in-fantil. A questão da intencionalidade do fenômeno da vio-lência é enfatizada no sentido da interferência que pode ter em relação as estratégias de intervenção. Discute-se a perspectiva da vulnerabilidade individual, social e progra-mática. Defini-se a legislação através do estatuto da crian-ça e do adolescente e as implicações éticas para os profis-sionais de saúde. O projeto ocorre através da revisão de

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conteúdos teórico-prático sobre Violência, Família, Saúde e Educação. Os alunos desenvolvem as atividades através de entrevistas, observações, registros e acompanhamento com os profissionais aos pacientes, neste caso: crianças ví-timas de violência e suas famílias. O desenvolvimento do projeto ocorre através das reuniões semanais da Equipe do Programa de Proteção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Discussão de Caso Clínico. Seminários e Cursos de Capacitação. Elaboração de Pareceres e Laudos. Realização de Visitas Domiciliares. Abordagem das famílias através de Oficinas e encaminhamentos. Há realização de trabalho em parceria pertinente a cada caso atendido: Ministério Públi-co, Conselhos Tutelares, Departamento Médico Legal, Esco-las, Postos de Saúde. RESULTADOS: O trabalho desenvolvi-do pela equipe de saúde e especificamente pela equipe de enfermagem fortalece os vínculos familiares no sentido de vencer a problemática intrafamiliar diagnosticada, de for-ma a capacitar as famílias para a aquisição de estilos de vida mais saudáveis e para a multiplicação desses conhecimen-tos em suas comunidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Além

da preocupação em oferecer para a comunidade alternati-vas concretas na busca do atendimento de suas necessida-des, a possibilidade de realizar estudos sobre o tema passa necessariamente pela atitude de aprofundar em análises e reflexões, via pesquisa, nessa área, por uma compreensão de que a troca de conhecimentos, a discussão, são funda-mentais para o melhor exercício profissional. Percebe-se que o profissional ao enfrentar a problemática da violência contra à criança, no processo de cuidar, constrói experiên-cias e conhecimentos, tornando-se crítico e responsável pelo processo de intervenção problematizadora para mu-dança dessa situação, ou seja, em situação de violência ofe-recendo subsídios práticos para diminuição e erradicação do problema. BIBLIOGRAFIA: CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. (CONANDA)Encontros de articulação do conanda com os conselhos tutelares. Brasília (DF): CONANDA;2000. ALGERI ET AL VIO-LENCIA INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇA NO CONTEXTO HOSPITALAR E AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO EN-FERMEIRO, REVISTA DO HCPA 2007; 27(2): 57-60.

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INFECÇÃO VIRAL RESPIRATÓRIA EM PACIENTES ATENDIDOS EM SALA DE EMERGÊNCIAIntrodução: Infecções respiratórias virais são responsáveis por níveis significativos de morbidade e mortalidade. Vá-rios vírus podem causar infecções respiratórias em adul-tos. O VSR e o vírus influenza A são dois dos patógenos virais mais comumente identificados em idosos e pacien-tes de alto risco hospitalizados por sintomas respiratórios agudos nos meses de inverno, acarretando custos consi-deráveis, devido ao aumento do número e da duração das hospitalizações. Objetivos: Descrever a prevalência de in-fecção viral respiratória em adultos atendidos na sala de emergência. Material e Métodos: Estudo transversal, in-cluindo pacientes adultos com sintomas respiratórios há menos de 5 dias. Foi coletado aspirado de nasofaringe e o material foi enviado para a identificação de vírus respi-ratórios através do teste de imunofluorescência indireta

(IFI). Resultados: No período de 12 de novembro de 2008 a 30 de abril de 2009 foram atendidos 7845 adultos na emergência do HCPA. Destes, 1403 foram atendidos por sintomas respiratórios. Foram incluídos no estudo 72 pa-cientes que apresentavam sintomas respiratórios há me-nos de 5 dias. A média de idade dos pacientes foi de 53,7 anos (DP: 17,5 anos). Quarenta e cinco (62,5%) eram do sexo feminino e havia 51 (70,8%) brancos. As comorbida-des mais comuns foram HAS (23 pacientes, 31,9%), DPOC (14 pacientes, 19,4%) e asma (21 pacientes, 29,2%). Os sintomas mais comumente relatados foram: tosse, disp-néia, dor torácica, sibilância, febre e coriza. A IFI foi positi-va em 3 pacientes (2 parainfluenza tipo 3 e 1 parainfluen-za tipo 2) (prevalência 4,2%). Conclusões: Considerando os resultados parciais, encontramos até o momento uma prevalência de infecção viral respiratória menor do que a encontrada em estudos prévios.

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