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Secessão de Viena Escola de Glasgow e a Escola Werkbund Vanguardas Europeias

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Page 1: Sessessão de Viena e Escola de Glasgow · A influência da industrialização e de seus materiais abrindo o século XX • No ambiente internacional das vanguardas do início do

Secessão de Viena Escola de Glasgow

e a Escola Werkbund

Vanguardas Europeias

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Contextualizações e o papel das vanguardas nas transformações

• Desde 1890, a cultura de Vanguarda recolocou em movimento a teoria e a prática da arquitetura, no entanto, as condições técnicas, econômicas e sociais modificaram-se com grande rapidez entre o final do século XIX e o início do XX, influenciando artistas, arquitetos, fotógrafos entre outros, “abrindo um novo e mais grave contraste com os movimentos anteriores”. Havia novos processos técnicos e econômicos que alteraram o equilíbrio das situações.. Mas também havia ainda um sentimento de insegurança e receio...

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Alguns movimentos pediram a volta do trabalho artesanal como o Art´s and Craft´s e o Art Nouveau

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A influência da industrialização e de seus materiais abrindo o século XX

• No ambiente internacional das vanguardas do início do século XX, Frank Lloyd Wright domina a cena pelo fato de que até 1904 ninguém ainda havia construído edifícios tão próximos ao estilo atual como os dele, como no caso do Larking Building, com suas paredes lisas de simples tijolos, sem janelas, nichos ou ornatos, com faixas horizontais e cornijas de simples perfil retangular, em rígido estilo e com seu interior em unidade espacial de todos os andares. Na forma específica que Wright ofereceu ao edifício, para além das influências de Sullivan, seu átrio se tornou um protótipo de muitos átrios semelhantes em edifícios de escritórios europeus depois da Primeira Guerra Mundial.

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Alguns destaques da Europa• Endell e o Estúdio Elvira ( 1897 – 98 ), com polêmica

fachada de motivo abstrato. • Neste período, Alemanha e Áustria iniciavam a transição para uma nova simplicidade e severidade em sua arquitetura. A Alemanha de 1900 ainda estava dominada pelo estilo ArtNouveau, com um gosto pela decoração exuberante, com exceção a Auguste Endell, que tinha afinidades com Guimard em Paris, Gaudi em Barcelona e Mackintosh em Glasgow. Ainda sobre a Alemanha, o movimento que lá se iniciou levou Otto Eckmann a considerar-se decorador e abandonar suas atividades anteriores, caminhando no mesmo sentido de Morris na Inglaterra e Van de Velde na Bélgica, mas quando Eckmanncomeçou, ele não conhecia Van de Velde. Outro nome deste momento é o austríaco Otto Wagner, além de seu discípulo Joseph Maria Olbrich.

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Otto Eckmann e o Art Nouveau na Alemanha, Hoffman, Wagner e Olbrich: A Secessão de Viena na Austria

• Eckmann faz com folhas e hastes o que Van de Velde fazia com formas abstratas, há mesmo uma disputa entre eles. Na verdade, não se sabe ao certo a origem das ideias iniciais de Eckmann, talvez da arte tipográfica inglesa. Sobre as influências desta produção na Áustria, dois anos antes de Van de Velde ficar conhecido na Alemanha com a exposição de Dresden, em 1897, a “Sezession de Viena” tomou a cena artística na Áustria. Nesse sentido, além de Otto Wagner e Olbrich, vale citar também o nome de Josef Hoffman, que construiu telhados chatos, janelas sem decoração, uma linha quadrada do telhado saliente por cima da entrada e a janela alta, vertical da escada que muitas vezes foram consideradas impossíveis antes da Primeira Guerra Mundial ( 1914 – 1918 ).

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Josef Hoffmann na Áustria• Apesar do caráter internacional dos motivos arquitetônicos utilizados por Hoffman na Casa

de Convalescência de Purkerdorf ( 1903 – 04 ), as peculiaridades locais estão patentes no ritmo das pequenas vidraças e nas delicadas faixas em volta das janelas e ao longo das arestas do prédio. Já no Palais Stoclet, de Bruxelas, construído em 1905, as suas dimensões e esplendor, com aberturas requintadamente espaçosas, além da alta janela contínua da escada indicam uma construção do chamado “novo estilo” que estava surgindo.

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Otto Wagner e Joseph Maria Olbrich

• Estação de metrô Karlsplatz

• Wagner foi um arquiteto austríaco que adotou o estilo neoclássico com rigorosa propriedade até o final do século XIX. Era professor da Academia de Arte de Viena e proclamava a necessidade de uma renovação radical da cultura arquitetônica. Constrói edifícios de metrô nos quais as instalações neogóticas são atenuadas e simplificadas e sua linguagem decorativa vai além do habitual repertório de imitação, amadurecendo seu estilo no contato com os mais jovens, como Olbrich, que era discípulo de Otto Wagner. Em seu repertório inicial seguia o neobarroco, e terminou por voltar-se a um estilo mais sombrio, próximo ao neoclassicismo. Mais tarde, reformulou radicalmente o seu estilo, por influência direta de Olbricht que ficou conhecido pelo prédio projetado para a Secessão de Viena, projetado e construído entre 1897-98.

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As novas influências de Wagner

• Embora já tivesse mais de sessenta anos, Otto Wagner sofreu uma influênciaestimulante de seus jovens discípulos, como se prova a partir da Caixa EconômicaPostal de Viena. Construída em 1905, teve o átrio coberto por uma frágil abóbadade vidro. Esta arquitetura de Wagner foi reconhecida como um diferencial, domesmo modo que os edifícios de Hoffmann, de Frank Lloyd Right e de Perret eGarniet, da mesma época em países distintos.

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O Edifício da Secessão de Viena e o Darmstaad - Olbrich

• Em 1897 Olbrich aderiu ao movimento da Secessão e logo no ano seguinte projeta o edifício para as exposições do grupo. Olbrich era discípulo de Otto Wagner, como dito, e tem sua obra aproximada da de Mackintosh. Projeta ainda o Darmstaad um conjunto de edifícios que formam um complexo destinado aos artistas do mecenas príncipe von Essen na Alemanha, um conjunto de residências e ambientes de exposição, inaugurado em 1901, completado em 1907 com um grande palácio para exposições, com uma torre e as paredes em tijolos vermelhos à vista, interrompidos por trechos em pedras e campos de mosaico azul e ouro. O cume é de madeira com recoberta de cobre polido, utilizando meios diversos, extraordinária variedade de adornos e uma suntuosa veste decorativa.

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Darmstadt e a torre do palácio de Olbrich• A novidade da arquitetura de Olbrich diz respeito à escolha das formas, mas

deixa inalterados os processos técnicos e as relações de organização tradicionais, é uma reforma que se detém na superfície dos objetos, que amplia o repertório da cultura eclética sem tentar forçar suas regras e conceitos.

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A Escola de Glasgow

• Em Glasgow, Escócia ( pertencente ao Reino Unido )surgiu um grupo de artistas que se inserem no cerne da vanguarda europeia, cujos expoentes iniciais foram pinturas. Mais tarde, na Escola de Artes, surgiu um grupo de artistas com interesses mais amplos, arquitetos, pintores, decoradores, entre eles Charles RennieMackintosh, o mais proeminente, que exporá seus trabalhos em mostras como a da Art and Craft´s de 1896 em Londres e em 1900 na Secessão de Viena ( também projetava móveis ). Ele apresentou uma interpretação nova e fascinante do repertório até então existente do Art Nouveau. Sua herança juntou-se à de Morris, Van de Velde e Sullivan enquanto produção de Vanguarda para ser revista pelos modernistas do período posterior.

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Charles Rennie Mackintosh• Mackintosh foi contratado em 1890 como

desenhista na firma de arquitetura Honneyman & Keppie, tornando-se sócio da mesma quatro anos mais tarde, ficando ali até 1913. Mackintosh ofereceu um novo repertório ao Art Nouveau. Ao expor seus móveis, ganhou notoriedade na Europa. A Hill House, foi construída por ele nos arredores de Glasgow. A casa foi conservada com boa parte dos móveis e objetos, e é o principal documento do gosto de Mackintosh na decoração da arquitetura de interiores. Depois de 1913, vai para Londres, não consegue mais nenhuma encomenda de arquitetura e morre na miséria em 1928. O movimento de Glasgow, diversamente dos movimentos do continente, não comportava uma polêmica do mesmo gênero contra a tradição e os estilos históricos, mas atinge a herança local da arquitetura baronal escocesa. De qualquer modo, em 1903 Mackintoshparticipou de um concurso para a catedral de Liverpool para o qual apresentou um projeto em estilo gótico, embora modernizado com decorações originais.

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A Hill House de Mackintosh

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Um dos extremos do Art Nouveau• Se Gaudí representa um extremo do

estilo Art Nouveau, Mackintoshrepresenta o outro. A sua concepção fundamental aproxima-se tanto do funcionalismo de Sullivan, que a primeira vista a sua obra dificilmente se parece enquadrar na art nouveau. A fachada da Escola de Belas Artes foi construída em 1896, mas poderia confundir-se com um edifício executado trinta anos mais tarde. Janelas de Estúdio, enormes e profundamente recuadas, substituíram as paredes, deixando apenas uma estrutura de superfícies maciças de pedra talhada, sem qualquer adorno, exceto no “vão” central, “esculpido” em um estilo semelhante ao de Gaudí, a despeito de sua preferência aos ângulos do que às curvas. Outra característica do ArtNouveau no edifício é o gradeamento de ferro forjado ( com o mínimo de ornamento ). Mackintosh mostrou um sentido mais apurado de equilíbrio na combinação de vãos e volumes.

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Considerações essenciais

• A descrição dos movimentos de vanguarda europeus através de personalidades singulares ou de grupos de artistas pode dar a ideia de que cada experiência seja isolada das outras, mais do que ocorre na realidade. Nesse período, intercâmbios culturais são , pelo contrário, excepcionalmente densos, os movimentos e artistas estimulam-se reciprocamente de muitas maneiras, com seu jogo de influências extremamente compacto. Revistas e Exposições, além das Escolas, foram meios fundamentais de expansão e difusão de ideias e estilos: L´ArtModerne, The Studio e ArchitecturalReview são algumas das revistas mencionadas. Vale notar que na Alemanha, o movimento encontra resistências menores do que na Inglaterra, França e Bélgica, e conserva uma solicitação original que é a de renovação estrutural. As Exposições Universais são um ponto de encontro importante, com destaque para a de Paris, de 1900. A partir de então, o centro da cultura arquitetônica desloca-se para a Alemanha, com a criação da Escola Werkbund.

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Empecilhos e limitações do pensamento das vanguardas da primeira fase

• A cultura da época ( dos primeiros movimentos de vanguarda ) não estava apta a utilizar sem preconceitos as possibilidades oferecidas pelos novos processos técnicos da industrialização, e o que é aceito acaba sendo adaptado segundo perspectivas já existentes... Mas havia carências eminentes nessas culturas de vanguarda, principalmente com relação à percepção mais profunda sobre o caráter urbano das transformações, quando o período indicava a demolição de centros históricos, ampliações na periferia a fim de construir edifícios a partir da tradição clássica e os traçados curvilíneos e irregulares dos ingleses e belgas. As tentativas de adequação da arquitetura às transformações urbanas que ocorrem nesse período passam a ser ineficientes pouco tempo depois, como no caso das extensas dimensões atingidas pelas novas cidades. Dessa forma, muitos dos novos problemas trazidos pelo século XX eram ignorados pelas culturas de vanguarda da 1° Fase – ArtNouveau, Secessão e Escola de Glasgow.

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Os reformistas e suas dificuldades

• A Art Nouveau, a Secessão e A Escola de Glasgow ainda nãoconseguem acompanhar a demanda de bens de consumo queestá se ampliando rapidamente. Há falhas dos segmentos /pensamentos arquitetônicos com relação às transformações deseu tempo, por isso há decerto uma aceleração no debatecultural antes da ocorrência da Primeira Guerra Mundial.

• Mas as novas tendências apresentam-se em intervalos cada vezmais curtos e se desgastam também de forma rápida...

• O diferencial do período é da nova arquitetura alemã, a partirde 1900, além da influência do cubismo na arquitetura, o quemarca o “segundo movimento”, ou 2° fase, das vanguardas queexistiram antes da ocorrência da Grande Guerra.

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A ESCOLA WERKBUNDA nova arquitetura alemã - 1900

• A Alemanha, a partir do início do século XX, ocupará posição central na cultura arquitetônica europeia. Mas essa posição não tem relação com o mesmo legado de países como a Inglaterra e a França. Na Alemanha a industrialização é recente e as estruturas sociais são fortemente tradicionais. É justamente essa ausência de precedentes que levou à formação de políticos e artistas de mente aberta e progressistas alemães. Teóricos e artistas de Vanguarda neste país fazem parte dos círculos do poder e chegam a ensinar nas escolas estatais. Neste momento a Alemanha atrai expoentes de outros países, como a volta de Olbrich e o próprio Van de Velde. O destaque vai para a organização cultural Deustscher Werkbund, fundada em 1907, que recolheu as heranças das tendências do funcionalismo, além da influência de Otto Wagner, mas havia uma diferença importante: inexistia a oposição aos métodos de trabalho da produção industrial do Art´s and Craft´s e do Art Nouveau.

• Fábrica de Turbinas de Berhens ( 1909 )

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A Werkbund da Alemanha• Relação entre artes e produção industrial

– desenho de Peter Berhens• Assim, a Werkbund pretendia reunir arte,

indústria e artesanato a partir de tradições diversas_ o que levou a um problema de método. Na verdade, o intuito era superar os particularismos dos movimentos de Vanguarda anteriores. Outras nações seguem o exemplo e fundam associações semelhantes. Para entender essa passagem essencial para a arquitetura moderna, é preciso saber que duas influências foram essenciais: Van de Velde e Peter Behrens. Entre os arquitetos da Werkbund, Gropius, Van der Rohe e Taut, Behrens foi o pioneiro e tem um estúdio no qual trabalharam Gropiuse Van der Rohe,.Os seus principais projetos se referem à projeção e construção de indústrias, era bastante radicado na tradição austríaca, com repertório Art Nouveau sendo reduzido à combinação de poucos elementos geométricos (influência de Van de Velde)

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Fábrica Fagus de Gropius - 1911

• Em 1910, Gropius abriu seu próprio escritório de arquitetura. Dois grandes projetos marcaram sua produção anterior à Primeira Guerra. A fábrica Fagus de 1911, em Alfeld/Leine, um dos primeiros projetos que usaram metal e vidro de forma moderna, e um projeto de fábrica para a exposição da Werkbund de 1914. A principal diferença entre o projeto da AEG e a Fagus é a colocação, na primeira, de placas de concreto nas quinas e da sobreposição das colunas nas laterais entre as janelas, o que não acontece na Fagus, que tem as quinas preenchidas por janelas e as colunas embutidas nas paredes, evidenciando a utilização plena do aço e do vidro no triunfo da industrialização.

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Projetos de Berhens com atuação de Gropius

• Para dirigir e estabelecer o programa de ensino da escola Bauhaus fundada para superar o dilema artístico na produção industrial e de arquitetura, sua experiência no escritório berlinense de Behrens foi essencial. No escritório de Behrens, Gropiushavia participado do histórico projeto para a companhia de eletricidade AEG, onde o design industrial fora introduzido pela primeira vez com as novas tendências de vanguarda. Tratava-se não somente de um projeto arquitetônico para a fábrica de turbinas, mas de seu completo design corporativo: de aparelhos elétricos a logotipos do papel de carta. Como vimos, em 1910, Gropius abriu seu próprio escritório de arquitetura. Dois grandes projetos marcaram sua produção anterior à Primeira Guerra. A fábrica Fagus de 1911, em Alfeld/Leine, um dos primeiros projetos que usaram o aço e o vidro de forma moderna, e um projeto de fábrica para a exposição da Werkbund de 1914.

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A exposição Kölner Werkebund 1914

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Formas visíveis e a quebra das normas da perspectiva renascentista na “2° fase das Vanguardas”

• As leis naturais da visão humana, na qual se encontra uma hierarquia entrecaracteres geométricos e os caracteres cromáticos, com base em umponto de referência ( focal ), influenciaram uma revisão sobre o temaneste momento de reflexões. Na arquitetura, a conformação de cadaambiente passou a ser subordinada a um sistema de relações geométricas( sobrepostas ) percebidas pelo ser humano em uma série contínua queocorre enquanto um desdobramento da natureza a partir das regras geraisda perspectiva, que na história da arte teve origem durante oRenascimento, mas que neste momento iam além dela.

• O cubismo, por sua vez, interrompe a continuidade natural das imagensapresentando mais de uma vista sobreposta, a partir de vários pontos devista dos quais nenhum é referência absoluta. O cubismo é o produtoderradeiro das vanguardas, e indica, ao mesmo tempo, a possibilidade desuperar as posições vanguardistas, na arte e na arquitetura. Ele foi umamodificação do conceito tradicional de arte enquanto atividaderepresentativa, colocando em dúvida as regras da perspectiva em relaçãoàs leis naturais da visão e a representação da realidade.

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A Perspectiva RenascentistaProcissão na Praça de São Marcos, 1496 (Gentile Bellini)

A Perspectiva CubistaMontSainte-Victoire 1904, (Paul Cezanne)

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Uma vila cubista e Picasso ( 1881 – 1973 )

• Olhão, Portugal.

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O Futurismo Antonio de Sant´Elia ( 1880 – 1916 )

• O Manifesto da Arquitetura ( 1914 )

“O problema da Arquitetura Moderna não é um problema de reorganizaçãolinear. Não se trata de encontrar novos perfis, novas esquadrias para janelase portas, substituir as colunas, as pilastras (...) não se trata de deixar afachada em tijolos nus ou de rebocá-la ou de revesti-la de pedra, não setrata em uma palavra, de determinar diferenças formais entre o edifícionovo e o velho, mas sim de criar totalmente a casa nova, construídareunindo todos os recursos, da ciência e da técnica, satisfazendosenhorialmente toda a exigência de nossos costumes e de nosso espírito...Determinando novas formas, novas linhas, uma nova razão de ser somentenas condições especiais da vida moderna... Essa arquitetura não pode,naturalmente, estar sujeita a nenhuma lei de continuidade histórica. Eladeve ser nova, como são novos nosso estado de espírito e as contingênciasde nosso momento histórico...”

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O manifesto de Sant´Elia ( 1914 ) – vontade de ruptura interrompida pela guerra: “A Cidade Nova”

• Os desenhos de Sant´Elia ainda dependem do repertório da Secessão de Viena e tem semelhança com a produção de alguns discípulos de Wagner. Tais visões não chegaram a enfraquecer ou romper com os cânones tradicionais da perspectiva, como se pode ver pela simetria das imagens. A morte prematura do arquiteto impediu que sua experiência fosse plenamente desenvolvida.

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Os Efeitos da Primeira Grande Guerra

• A ocorrência da Primeira Guerra Mundial deteve a atividade dos arquitetos e limitou gravemente a dos pintores. Além disso, ela interferiu de variadas formas no pensamento desses intelectuais, imprimindo um curso diverso ao mesmo. Para que seja possível tornar mais clara a situação arquitetônica dessa época, é preciso distinguir e explicar “três ordens de fatores”: 1. as consequências materiais da guerra, 2. as consequências psicológicas da mesma e 3. as experiências e teorias artísticas que amadurecem neste momento de conflito mundial e são colocadas em prática após 1918 por alguns grupos.

• Ieper, Bélgica ( 1918 )

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Transformações no pensamento...• Nos debates antes da Guerra, muitas questões já haviam

sido apresentadas no sentido de acertar o passo entrearquitetura e os processos técnicos, econômicos e sociaisem curso com a Revolução Industrial. Mas velhos hábitos einstituições permaneciam ( “limitações” ), o que foi rompidopela ocorrência da Guerra, que foi indiferente a conteúdosideológicos de recusa à industrialização, já que a tecnologiaexistente auxiliava a construção de mecanismos de destruiçãoe morte, mostrando-se tais processos técnicos sereminstrumentos indiferentes do bem e do mal. Atrocidadesforam cometidas por pessoas que não eram particularmenteinclinadas ao delito. Portanto, a guerra tornará mais agudasensibilidade e a necessidade de se repensar radicalmentemuitos daqueles termos. Os interesses importantes, agora,são comuns a todos e pedem um plano comum deentendimento: é a base para que tudo seja modificado.

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Cidades que foram reconstruídas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIASTEXTO E IMAGENS

• COHEN, Jean-Louis, O futuro da arquitetura desde 1889 – uma história mundial, São Paulo, Cosacnaif, 2013.

• BENÉVOLO, Leonardo, História da Arquitetura Moderna, São Paulo, Perspectiva, 2011.

• FAZIO, Michael, MOFFETT, Marian e WODEHOUSE, Lawrence, A História da Arquitetura Mundial, Porto Alegre, Bookman, 2011

• CURTIS, William J. R., Arquitetura Moderna desde 1900, Porto Alegre, Bookman, 2008.

• GLANCEY, Jonathan, Arquitetura – Guia Ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

• GIEDION, S., Espaço, tempo e arquitetura. São Paulo, Martins Fontes, 2004.

• http://www.leopoldmuseum.org/en/exhibitions/24/art-nouveau-and-secession

• http://www.secession.at/building/planung_e.html• http://www.arquitetura.pt/estrutura-edificio-escola-arte-glasgow