serviÇos de esgotamento sanitÁrio da sede municipal de ... · em relação ao plano municipal de...

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 82/2016

SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA

SEDE MUNICIPAL DE MIRABELA

PRESTADOR: COPASA-MG

Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços

Agência Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água

e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais

Outubro de 2016

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE DO MUNICÍPIO DE MIRABELA - OUTUBRO/2016

Direção Superior:

Gustavo Gastão Corgosinho Cardoso

Gustavo Gibson

Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços

(CTROFS):

Rodrigo Bicalho

Equipe Técnica:

Denise Rodrigues Avelar – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de Serviços de

Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário

Marcelo de Freitas Oliveira – GFO/CTROFS – Agente de Fiscalização

Apoio Técnico:

Natália Pereira da Cruz – Estagiária – GFO/CTROFS

Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Abastecimento de Água

do Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG

Cidade Administrativa – Rodovia Papa João Paulo II, Nº 4.001, Edifício Gerais, 12º e 13º

andares

Bairro Serra Verde

Belo Horizonte

Minas Gerais

CEP: 31.630-901.

Tel: (31) 3915-8119

Fax: (31) 3915-2060

Site: www.arsae.mg.gov.br

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE MIRABELA – OUTUBRO/2016

RESUMO INFORMATIVO

O processo de fiscalização busca atender à solicitação do Juizo de Direito da 1ª Vara de

Empresarial e da Fazenda Pública – Comarca de Montes Claros – , por meio do ofício nº

152/2016, datado em 20-6-2016, cujo objeto se refere ao processo 0433.14.026310-7, através

do qual o senhor Juiz requisita desta Agência providências no sentido de fiscalizar, mais

especificamente, o funcionamento atual da estação de tratamento de esgoto – ETE, cuja

implantação se deu em 2012 – na sede do município de Mirabela – e passou a ser operada

em fevereiro/2013.

Desta forma, foi realizada fiscalização programada, “in loco”, do Sistema de Esgotamento

Sanitário da sede do município de Mirabela no período de 12 a 16 de setembro de 2016.

No ano de 1983, o Contrato de Concessão dos serviços de abastecimento de água foi

celebrado, com vigência de trinta anos, a partir de sua assinatura. Destaca-se, entretanto,

que, em 14-10-1997, foi celebrado o Contrato de Concessão, ampliando, assim, a concessão

dos serviços, cujo objeto é conceder ao Prestador o direito de implantar, administrar e explorar

diretamente, com exclusividade, os serviços públicos de esgotamento sanitário da Sede do

município e vigência, igualmente, de 30 anos, a contar de sua data de assinatura, com término

da concessão para 2027, conforme descrito no item 4.

Atualmente, o serviço prestado na sede do Município é composto de coleta, afastamento e

tratamento e o referido sistema possui índice de cobertura de 100%, porém, apresenta índice

de atendimento de 35,95% da população da sede municipal, equivalendo, no presente, a

1.500 ligações (IBO/IBG ago/2016), coletando um volume de 8.916 m³ de esgoto, sendo 100%

tratado. Vale ressaltar, ademais, que, além de lançamento “in loco” de águas residuária – por

exemplo, águas de uso em cozinha – nas vias públicas, há grande número de domícilos que

utilizam o dispositivo “fossa” como destinação final de seus esgotos.

No que tange à estação de tratamento de esgoto, verificou-se que o grau de tratamento, ora

atigindo pela ETE, apresenta, em média, 94,36 % de redução do parâmento DBO (item 5.1.4).

Em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB, segundo informado pelo

representante do senhor prefeito, este instrumento foi concluído em 2014, cuja

responsabilidade de execução esteve a cargo da Carvalho Amaral Engenharia.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 5

2 ENTREVISTAS REALIZADAS ...................................................................................................................... 6

2.1 PREFEITURA MUNICIPAL ............................................................................................................................. 6

2.2 MINISTÉRIO PÚBLICO ................................................................................................................................. 6

3 ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS ................................................................... 7

4 SITUAÇÃO CONTRATUAL ......................................................................................................................... 8

5 FATOS LEVANTADOS ............................................................................................................................... 8

5.1 FATOS LEVANTADOS NO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE DE MIRABELA .......................................................... 8

5.1.1 Rede Coletora ....................................................................................................... 8

5.1.2 Estação Elevatória de Esgoto – EEE .................................................................... 9

5.1.3 Estação de Tratamento de Esgoto - ETE.............................................................. 9

5.1.4 Controle da eficiência do tratamento do efluente ................................................ 11

5.2 FATOS LEVANTADOS NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO ..................................................................................... 14

5.2.1 Agência de Atendimento ..................................................................................... 14

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................15

7 CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES .............................................................................................18

8 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................19

9 AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG ............................................................................................19

APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS .......................................................................................................20

ANEXO I. CROQUI DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................................25

ANEXO II. UNIDADES GEORREFERENCIADAS ...................................................................................................26

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE

MIRABELA – Outubro/2016 5/ 26

1 INTRODUÇÃO

A ARSAE-MG, em observância a Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009, Lei Federal

nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, suas

regulamentações e demais legislações pertinentes, atua na regulação e fiscalização dos

serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos munícipios conveniados

com a Agência.

A ação de fiscalização visa determinar o grau de conformidade do sistema auditado em

consonância com as legislações e normas técnicas pertinentes, especialmente as Resoluções

Normativas expedidas pela ARSAE-MG, bem como a adequação da prestação dos serviços,

no que tange à regularidade, continuidade, eficiência, segurança, generalidade e atualidade.

Dessa forma, foi realizada a fiscalização dos serviços de esgotamento sanitário na sede

urbana do Município de Mirabela, concedidos à COPASA, conforme características

sintetizadas no Quadro 1. Os procedimentos compreenderam análise documental, entrevistas

com o Prefeito Municipal e Ministério Público (Comarca de Montes Claros), além de inspeção

técnica em campo. Assim, é objetivo deste relatório descrever os resultados obtidos a partir

da fiscalização.

Quadro 1. Características da fiscalização

Tipo de Fiscalização Fiscalização direta e indireta.

Período da Inspeção de Campo 12 a 16 de setembro de 2016.

Localidade Fiscalizada Sede do Município de Mirabela.

Serviço Fiscalizado

Sistema de Esgotamento Sanitário.

Prestador de Serviços Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA MG.

Endereço da Sede do Prestador Rua Mar de Espanha, 525, bairro Santo Antônio. Belo Horizonte. CEP: 30.330-900.

Endereço do Distrito Operacional do Prestador

Rua Belo Hortizonte, s/nº, Mirabela – MG.

Representante(s) designado(s) pelo

Prestador para acompanhamento

Anderson Geraldo Vieira Pêgo – Téc. Químico;

Bruno dos Santos Rocha – Engº de Produção e Operação;

Edilson Santos de Oliveira – Encarregado do Sistema;

Fábio Vieira da Encarnação – Téc. Químico;

Hélio Rodrigues Magalhães – Supervisor Eletroeletrônico;

Maria Cristina Caldeira – Sup. Administrativa;

Melissa Seixas Lima Figueiredo – Gerente do Distrito.



Ofícios Encaminhados

Prefeitura: Ofício ARSAE-MG/DG N° 555/16;

Prestador: Ofício ARSAE-MG/DG N° 556/16;

Ministério Público: Ofício ARSAE-MG/DG N° 557/16;

Juiz de Direito: Ofício ARSAE-MG/DG N° 557/16.

2 ENTREVISTAS REALIZADAS

As entrevistas realizadas com a Prefeitura Municipal, que é o Concedente dos serviços de

saneamento básico, e com a Promotoria de Justiça do Ministério Público servem de base

para a execução da fiscalização.

2.1 Prefeitura Municipal

Os agentes de fiscalização da ARSAE-MG foram recebidos no município de Mirabela pelo

representante do Prefeito, o Sr. Thiago Lacerda Maia, Chefe de Gabinete. Os fiscais

explicaram a razão e os objetivos da fiscalização técnico-operacional em realização no

município. Em seguida, o Chefe de Gabinete iniciou seu relato informando que há baixa

adesão da comunidade ao serviço de esgotamento sanitário, ressaltando que 40% da

população, aproximadamente, está conectada à rede coletora existente. Acrescentou, ainda,

que grande número de residências utilizam fossas negras. Além disso, o senhor Thiago

informou que existem lançamentos de esgotos – água de cozinha, por exemplo – em diversas

vias públicas nos bairros da sede municipal.

Vale destacar que o Chefe de Gabinte sugeriu a participação dos engenheiros das secretarias

municipais de Meio Ambiente e de Obras na entrevista, contudo, esses técnicos não puderam

estar presentes.

Em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB, o senhor Thiago informou

que o plano foi concluído em 2014, cuja responsabilidade de execução esteve a cargo da

Carvalho Amaral Engenharia.

2.2 Ministério Público

Os agentes de fiscalização da ARSAE-MG foram recebidos pela Promotora de Justiça, Sra.

Aluísia Beraldo Ribeiro, na Comarca de Montes Claros. Incialmente, a senhora Promotora

relatou e explicitou as denúcias contidas no processo Nº 0433.14.026310-7, dentre as quais,

especialmente, a que diz respeito ao funicionamento da estação de tratamento de esgoto –

ETE, implantada em fevereiro/2013 na sede do município de Mirabela; e, igualmente, foi



abordado o lançamento de efluente no córrego Brejinho, bem como o lançamento de esgotos

nos logradouros públicos dessa localidade. Oportunamente, os fiscais puderam ratificar a

ação da fiscalização, cujo objetivo visa determinar o grau de conformidade do sistema

auditado em consonância com as legislações e normas técnicas pertinentes, especialmente

as Resoluções Normativas expedidas pela ARSAE-MG, bem como a adequação da prestação

dos serviços, no que tange à regularidade, continuidade, eficiência, segurança, generalidade

e atualidade.

Em seguida, a Dra. Aluísia questionou se os engenheiros da Prefeitura participaram da

reunião com o Prefeito, ressaltando a importância da presença do engenheiro ambiental.

3 ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS

As unidades operacionais que constam no Quadro 2, a seguir, foram fiscalizadas durante o

procedimento descrito neste relatório.

Quadro 2. Segmentos operacionais e unidades fiscalizadas

Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada

Esgotamento Sanitário

Rede coletora PV’s; PL’s.

Estação elevatória de esgoto

EEE – Final;

ETE Calha Parshall; reatores UASB; filtro anaeróbio; platôs de escoamento; leitos de secagem; laboratório e aterro sanitário.

Controle da eficiência do tratamento do afluente

Atendimento às legislações ambientais

Atendimento ao usuário

Agência de Atendimento

Condições de atendimento.

Disponibilidade de documentos, previstos no artigo 20 da Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG.

Prazo para execução de serviços.

Informações ao Consumidor

Fatura de serviços.

Comunicados de paralisação e alerta de risco.

Situação Contratual

Contrato de Concessão Responsabilidades e metas de atendimento do Prestador de Serviços.



4 SITUAÇÃO CONTRATUAL

O Contrato de Concessão dos serviços de abastecimento de água foi celebrado em setembro

de 1983, tendo como prazo de vigência de trinta anos, a partir de sua assinatura. Destaca-se,

entretanto, que, em 14-10-1997, foi celebrado o Contrato de Concessão, por meio do qual foi

ampliada a concessão dos serviços, tendo como objeto conceder ao Prestador o direito de

implantar, administrar e explorar diretamente, com exclusividade, os serviços públicos de

esgotamento sanitário da Sede do município cuja vigência é, igualmente, de 30 anos, a contar

de sua data de assinatura, assim, com término da concessão para 2027.

Vale ressaltar que foi realizado o primeiro Termo Aditivo, datado em 23-3-2010, por meio do

qual altera o teor da Clásula Décima Segunda daquele Contrato, transferindo à

Concessionária a competência de promover, na forma da legislação em vigor,

desapropriações, por necessidade ou utilidade pública e, estabelecer servidões de bens ou

direitos, necessários às obras de construção e expansão dos serviços públicos de

abastecimento de água, correndo o ônus por conta da Concessionária.

5 FATOS LEVANTADOS

São listados nesse item os principais fatos apurados na inspeção de campo sobre o SES da

sede do município de Mirabela. Há também informações coletadas junto ao Prestador de

Serviços com o propósito de verificar a adequabilidade da prestação dos serviços explorados,

sobretudo o cumprimento da regulamentação expedida pela ARSAE-MG.

Cabe destacar que todas as não conformidades, geradas pelos fatos levantados, constam no

capítulo 7.

5.1 Fatos levantados no Esgotamento Sanitário da sede de Mirabela

A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao sistema de

esgotamento sanitário, considerando suas principais partes constituintes.

5.1.1 Rede Coletora

O sistema de esgotamento sanitário de Mirabela possui 53.140 metros de rede coletora, com

diâmetros nominais DN = 150mm, em PVC, cujo índice de cobertura do sistema é de 100%,

não havendo, portanto, nenhum bairro sem a disponibilidade do serviço; e o índice de



atendimento é de 35,95% (IBO-IBG set/2016), correspondendo a 1.500 ligações (IBO-IBG

set/2016). Ressalta-se que o SES possui cadastro de rede atualizado.

Não obstante o alto índice de cobertura dos serviços de esgotamento sanitário, o qual permite

a disponibilidade desse serviço em toda a sede municipal (Fotos 1 a 9), a adesão da

população ao serviço é baixa, destacando, ainda, o grande número de residência que utilizam

o dispositivo de tratamento de esgoto “fossa”. Além disso, foi observado lançamento de

esgotos (águas residuárias de cozinha e máquinas de lavar, por exemplo) nas vias públicas

(Fotos 10 e 11), fato comum existente e, igualmente, relatado tanto pelo representante

municipal, como pela senhora Promotora (item 2.1).

Conforme informado pelo Prestador, não há pontos críticos no sistema coletor e são

realizadas inspeções preventivas na rede coletora.

5.1.2 Estação Elevatória de Esgoto – EEE

O sistema de esgotamento de Mirabela possui uma elevatória EEE-01, a qual funciona como

elevatória final do sistema, recalcando, dessa forma, o esgoto coletado para a ETE (Foto 12).

Esta unidade é dotada de cercamento, placas de identificação e advertência. Além disso, há

um conjunto motobomba reserva no local (Foto 13).

5.1.3 Estação de Tratamento de Esgoto - ETE

A ETE é composta de tratamento Preliminar (gradeamento, caixa de areia e calha Parshall),

reatores anaeróbios de manta de fluxo ascendente – UASB, filtro anaeróbio, platôs de

escoamento, leitos de secagem, aterro sanitário e queimador de gás.

5.1.3.1 Tratamento Preliminar

Nesta etapa, o sistema de tratamento da sede do município de Mirabela é constituído de

gradeamento, desarenador e instrumento de medição de vazão do afluente tipo calha

Parshall, os quais estão com funcionamento adequado (Fotos 14 e 15).

5.1.3.2 Reatores Anaeróbios de Manta de Fluxo Ascendente - UASB

Existem dois reatores na planta da ETE, ressaltando que somente uma unidade está em

operação, em consequência do baixo volume de esgoto coletado (Fotos 16 a 18).



Vale destacar, entretanto, que não há identificação dos diferentes níveis do compartimento de

digestão onde são coletadas as amostras de lodo para o acompanhamento do crescimento e

da qualidade da biomassa e sobretudo da sua distribuição no reator (Foto 19).

5.1.3.3 Filtro Anaeróbio

A ETE possui uma única unidade de filtro anaeróbio, onde ocorre a remoção complementar

do efluente, proveniente dos reatores UASB, que ainda apresenta elevada concentração de

matéria orgânica, permitindo, assim, maior eficiência do tratamento dos esgotos (Fotos 20 e

21).

5.1.3.4 Platôs de Escoamento

Após a etapa de tratamento no filtro anaeróbio, o efluente é conduzido para os platôs de

escoamento, em número de três unidades – e operados alternadamente –, por meio dos quais

é feito o escoamento superficial do efluente (Fotos 22 e 23). As águas residuárias, então,

escoam rampa abaixo, no solo, em cuja extremidade final (parte inferior da rampa), são

coletadas pelos canais de coleta. Dessas canaletas/canais, o efluente é conduzido para o

ponto de lançamento no córrego Brejinho.

Ressalta-se que, no fim dessa etapa do tratamento, pôde-se observar que o efluente final

apresentava aspecto muito cristalino (Foto 24).

5.1.3.5 Leitos de Secagem

Os leitos de secagem, num total de duas unidades, recebem os lodos produzidos no reator

UASB e filtro, os quais são dispostos, depois de sua secagem, no aterro sanitário da ETE

(Foto 25).

5.1.3.6 Aterro Sanitário

A ETE possui, em suas dependências, aterro sanitário para onde é feita a destinação final dos

resíduos sólidos produzidos nas fases de tratamento dos esgotos (Foto 26).



5.1.3.7 Queimador de Gás

Este equipamento não está em funcionamento (Fotos 27 e 28 ), tendo em vista o baixo volume

de gás produzido, em consequência do reduzido volume de esgoto coletado.

Destaca-se, ainda, que a obrigatoriedade da instalação do queimador de gás em ETEs que

utilizam o tratamento anaeróbio com reator do tipo UASB, é estabelecida pela ABNT, a partir

da Norma ABNT NBR 12.209:2011. O item 6.4.21 da referida Norma estabelece:

6.4.21. O biogás coletado, quando não aproveitado, deve ser queimado preferencialmente com queima completa.

Para os casos em que a produção de gás é muito baixa a ABNT NBR 12.209:2011 ainda

estabelece:

6.4.25. Em situações onde não se puder garantir fluxo mínimo contínuo de gás, deve ser

previsto sistema de ignição automática ou piloto alimentado por GLP ou outro gás

combustível.

6.4.26. Nos casos de queima ou aproveitamento do biogás, deve ser garantida uma

pressão mínima de 1.500Pa (0,15mca) no interior das câmaras e gás do reator, por meio

da utilização de selo d’água ou válvula reguladora de pressão.

5.1.3.8 Laboratório

O laboratório possui instalações e equipamentos que permintem que sejam realizadas as

análises de monitoramento para os parâmetros pH, temperatura, oxigênio dissolvido e sólidos

sedimentáveis (Fotos 29 e 30).

5.1.4 Controle da eficiência do tratamento do efluente

Após análise da documentação apresentada pelo Prestador de Serviços, em relação à

eficiência e qualidade do efluente da ETE, os resultados das análises dos parâmetros

Demanda Bioquímica de Oxigêncio – DBO, Demanda Química de Oxigênio – DQO e Sólidos

Sedimentáveis – SS são demonstrados nos gráficos I, II e III a seguir, respectivamente:



Gráfico - I

Fonte: Relatório de Ensaio: resultado das análises das amostras – COPASA-MG/2016.

OBS: Constata-se que, no período analisado, a eficiência do tratamento (média 94,97 % de

redução da DBO) atendeu os padrões estabelecidos pelo CONAMA n° 357/2005 e DN

COPAM/CERH-MG n° 01/2008.

96,08 96,32 97,16 97,4985,15

96,91

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16

Período

Eficiê

ncia

(%

)

DB

O (

mg/

L)

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO

Afluente (mg/L)

Efluente (mg/L)

Eficiência (%)

Eficiência min. determinada pela legislação (%)



Gráfico – II


OBS: Apresentando média de 94,23% de redução da DQO, constata-se que, no período de

setembro/2015 a julho/2016, a eficiência do tratamento atendeu os padrões estabelecidos

pelo CONAMA n° 357/2005 e DN COPAM/CERH-MG n° 01/2008.

96,6796,93 93,38 97,43

87,71 93,26

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

0500

100015002000250030003500400045005000


Período

Eficiê

ncia

(%

)

DQ

O (

mg/L

)

Demanda Química de Oxigênio - DQO

Afluente (mg/L)

Efluente (mg/L)

Eficiência (%)

Eficiência min. determinada pela legislação (%)



Gráfico – III


OBS: Após análise dos resultados das amostras, no período de setembro/2015 a julho/2016,

constatou-se que a eficiência do tratamento atendeu os padrões estabelecidos pelo CONAMA

n° 357/2005 e DN COPAM/CERH-MG n° 01/2008.

5.2 Fatos levantados no Atendimento ao Público

A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao atendimento

ao público.

5.2.1 Agência de Atendimento

Na visita técnica foram verificados os aspectos que envolvem a qualidade do atendimento aos

usuários, no que se refere às instalações físicas, como também à infraestrutura e à

disponibilização de informação.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2


Sólid

os S

edim

entá

veis

(m

L/L

)

Período

Sólidos Sedimentáveis - SS

Efluente (mL/L) Valor Máx. Permitido (mL/L)



A agência se localiza na Rua Belo Hortizonte, s/nº, Mirabela – MG e seu horário de

atendimento é de 8h às 12h e de 14h às 16h. Conta com infraestrutura adequada e os

documentos previstos na Resolução ARSAE-MG nº40/2013 (o Código de Defesa do

Consumidor, a tabela de preços e prazos de execução de serviços, tabela de tarifas e

formulário para reclamações/sugestões e relatório anual sobre a qualidade de água) estão

disponíveis e dispostos em local visível ao público.

Em análise aos registros de vistoria para ligação e aos pedidos de ligação de esgoto dos

meses de maio a agosto de 2016, constatou-se que os serviços foram prestados dentro dos

prazos estipulados pela referida Resolução. Da mesma forma, foram solucionadas dentro do

prazo limite as ocorrências de vazamento de água e vistoria para o mesmo período.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de esgotamento sanitário da sede de Mirabela é dotado de Plano de

Emergência e Contingência local e cadastro das redes, instrumentos considerados

fundamentais para uma adequada gestão operacional do sistema.

Constatou-se que o serviço atualmente prestado na sede do Município é composto de coleta,

afastamento e tratamento dos esgotos.

O sistema possui índice de cobertura de 100%, porém apresenta índice de atendimento de

35,95% da população da sede municipal, que corresponde atualmente a 1.500 ligações

(IBO/IBG ago/2016), cujo volume coletado é de 8.916 m³, sendo 100% tratado. O sistema é

constituído de 53.140 metros de rede coletora, 513,70 metros de interceptor, além de uma

estação elevatória – EEE-01 –, sendo esta a elevetória final de onde os esgotos são

recalcados para a estação de tratamento.

Observa-se que, apesar do sistema apresentar alto índice de cobertura, por meio do qual é

oferecido o serviço de esgotamento sanitário à população, verifica-se baixa adesão da

população a esse serviço, acrescentando, ainda, que a grande maioria dos domicílios

utilizam o dispositivo “fossa”, como disposição final dos seus esgotos. Além disso, fato comum

existente, e constatado “in loco”, é o lançamento de águas residuária – por exemplo, águas

de uso em cozinha – nas vias públicas. Essas informações foram, igualmente, relatadas tanto

pelo representante do senhor prefeito, como pela senhora Promotora (item 2.1).



Ainda em referência à cobertura do serviço de esgotamento sanitário na sede do município

de Mirabela, vale destacar que os fiscais da ARSAE-MG percorreram vários bairros (Centro,

São José I, São José II, São João, Bela Vista, São Geraldo e Cristo Rendendor), quando

puderam constatar não só a existência de rede coletora em todos eles (Fotos de 1 a 8), mas

também a presença de PL (poço luminar), onde há adesão do morador (Foto 9) . Ademais,

foram constatadas, também, saídas de lançamento de águas residuárias nos logradouros

(Fotos 10 e 11).

No que diz respeito à estação de tratamento de esgoto, a ETE foi implantada no ano de 2012,

projeto implantado pela CODEVASF, cujo início de operação pela COPASA-MG se deu em

fevereiro de 2013; ressalva-se que não consta nenhum cronograma de obras referente à

implantação dessa unidade no Contrato de Concessão.

Como observado, o volume de esgoto coletado é de 8.916 m³, e desse volume, a ETE trata

100%, equivalendo a 9.642 m³ de esgoto tratado, conforme indicado no IBO/IBG ago/2016

fornecido pelo Prestador. No processo de operação da estação de tratamento, ressalta-se que

somente um reator UASB está em funcionamento, tendo em vista o baixo volume de esgoto

coletado. Em relação ao filtro anaeróbio, constatou-se que essa unidade está sendo operada

adequadamente, não apresentando problema que comprometa o tratamento. No que tange

aos platôs de escomento, a operação dessas unidades é de forma alternada, permitindo,

assim, melhor utilização e maior eficiência das mesmas.

O grau de tratamento, ora atigindo pela ETE, apresenta, em média, 94,36 % de redução do

parâmento DBO. Vale destacar que o efluente coletado nos canais de coleta dos platôs de

escoamento (capineira) apresenta aspecto cristalino, conforme já descrito no item 5.1.3.4.

Em referência à observação da senhora promotora sobre a importância da presença do

engenheiro da prefeitura durante a entrevista com o representante municipal (itens 2.1 e 2.2),

os fiscais desta Agência retornaram à Prefeitura em outra ocasião – dia 15-9-2016 –, a fim de

se estabelecer contato com o técnico retro citado. Foi possível, dessa forma, novo encontro

com o senhor Pedro Francisco da Cruz Jr., engenheiro ambiental da Prefeitura de Mirabela,

quando o mesmo relatou que a denúncia iniciou-se a partir de manifestação da população

ribeirinha, que reclamou da presença de esgotos no curso d’água, com a hipótese de que a

COPASA-MG não estaria tratando o esgoto. Entretanto, aquele técnico afirmou, após visita

às instalações da ETE, que não foi observada nenhuma irregularidade que comprometesse o

funcionamento da ETE e o tratamento do efluente lançando no córrego Brejinho. Afirmou,

ainda, que foi realizada uma inspeção nas margens do referido córrego, a fim de detectar a

possível existência de alguma fonte poluidora, não tendo sido identificada.



Conforme anteriormente informado (item 2.1), o Plano Municipal de Saneamento Básico –

PMSB foi concluído em 2014, cuja responsabilidade de execução esteve a cargo da Carvalho

Amaral Engenharia.

No capítulo a seguir, são apresentadas todas as constatações e não-conformidades relativas

à prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede municipal de Mirabela, seguidas do

relatório fotográfico.

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE MIRABELA – OUTUBRO/2016 18/24

7 CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES

CONSTATAÇÕES NÃO CONFORMIDADES

C1: ETE

Reatores Anaeróbios de Manta de Fluxo Ascendente – UASB

Falta de identificação dos diferentes níveis do compartimento de digestão;

Queimador de Gás

Equipamento inoperante.

NC1: A COPASA não está cumprindo os artigos 2º e 8º da Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG, transcritos a seguir

“Art. 2° O prestador deverá realizar a operação e a manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a população usuária, em conformidade com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e demais normas pertinentes.”

“Art. 8° O prestador de serviços executará, de forma constante, a conservação e a manutenção dos sistemas públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mantendo-os em condições adequadas de operação, segurança e limpeza, obedecendo às normas e aos procedimentos técnicos pertinentes.” (...)... § 4° O prestador deverá adotar medidas de segurança e de prevenção de acidentes, bem como medidas adequadas de proteção no sentido de restringir o acesso de pessoa não autorizada às unidades operacionais. § 5° As unidades operacionais deverão dispor de identificação própria e do prestador de serviços e conter avisos de advertência.


19/25

8 RECOMENDAÇÕES

1 – Tomar providência quanto às constatações mencionadas no capítulo 7 deste relatório a

fim de atender à Resolução Normativa ARSAE-MG n° 40/2013.

9 AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG

Denise Rodrigues Avelar

MASP 1.371.772-3

Marcelo de Freitas Oliveira

MASP 101.8421-6

Belo Horizonte, outubro de 2016.


20/25

APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Foto 1. Rede coletora: rua Damásio com rua

João Antônio/Praça Bom Jesus – Centro.

Foto 2. Rede coletora: rua Cássio Aquino, em

frente à Rodoviária – Bairro São José I.

Foto 3. Rede coletora: rua Mariano de Almeida –

Bairro São José II.

Foto 4. Rede coletora: rua José Canela – Bairro

São João.

Foto 5. Rede coletora: rua Zilton Pereira,

altura do número 13 – Bairro Bela Vista.

Foto 6. Rede coletora: rua Grécia com rua Treze

de Maio – Bairro Alto São Geraldo.


21/25

Foto 7. Rede coletora: rua Sebastião Aquino –

bairro Cristo Redentor.

Foto 8. Rede coletora: rua Osmar Pereira de

Souza com rua Dinha Preto – bairro Cristo

Redentor.

Foto 9. Domicílio ligado à rede pública de esgoto:

detalhe de PL (poço luminar) – rua Jacinto Veloso

Foto 10. Detalhe de tubulação de esgoto

direcionada para o logradouro. (lado oposto da rua

Jacinto Veloso em relação à foto 9).

Foto 11. Lançamento direto de águas residuárias

na via pública – Rua Capitão Luis Ribeiro, em

frente à Unidade Básica de Saúde – Centro.

Foto 12. Vista geral da estação elevatória de

esgoto EEE-1.


22/25

Foto 13. EEE-1: destalhe dos conjuntos

motobombas.

Foto 14. Estação de Tratamento de esgoto –

ETA: detalhe do tramento preliminar.

Foto 15. ETA: detalhe da calha Parshall. Foto 16. Vista geral dos reatores UASB.

Foto 17. Detalhe do reator UASB: unidade em

funcionamento. Foto 18. Reator UASB: unidade sem operação.


23/25

Foto 19. Torneiras dos níveis do compartimento

de digestão sem identificação dos respectivos

níveis para coleta de amostras.

Foto 20. Vista geral do filtro anaeróbio.

Foto 21. Detalhe do filtro anaeróbio. Foto 22. Vista geral dos platôs de escoamento

Foto 23. Platô de escoamento: canais/canaleta

de coleta de esgoto.

Foto 24. Detalhe do canal/canaleta: esgoto

coletado após escoamento superficial nas

capineiras (platôs).

Sentido do

esgoamento do

esgoto.

Detalhe do

esgoto coletado:

aspecto

cristalino.


24/25

Foto 25. Vista geral dos leitos de secagem. Foto 26. Aterro sanitário: visão geral.

Foto 27. Vista geral do do queimador de gás. Foto 28. Queimador de gás sem operação.

Foto 29. Vista do laboratório. Foto 30. Vista do laboratório.


25/25

ANEXO I. Croqui do Sistema de Esgotamento Sanitário


26/25

ANEXO II. Unidades Georreferenciadas

serviÇos de esgotamento sanitÁrio da sede municipal de ... · em relação ao plano municipal de...

Documents