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Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco Projeto 2009 Secretaria da Saúde

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Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco

Projeto 2009

Secretaria da Saúde

2

GOVERNO DA BAHIA

SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE

HOSPITAL GERAL PRADO VALADARES

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO ESPECIALIZADO DE PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO DO HGPV

Gilmar Barros Vasconcelos1 Hugo Felipe Rauen2

Jamylle Marla de Souza Santana 3 Claudia Maria Tetê da Silva4

JEQUIÉ SETEMBRO/2009

1 Diretor Geral do Hospital Geral Prado Valadares – Jequié, Bahia

2 Diretor Clínico do Hospital Geral Prado Valadares – Jequié, Bahia

3 Médica Obstetra do Hospital Geral Prado Valadares – Jequié, Bahia

4 Coordenadora de Enfermagem da Maternidade do Hospital Geral Prado Valadares – Jequié, Bahia

3

© 2008 Secretaria Estadual de Saúde da Bahia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodu ção parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Elaboração, distribuição e informações: SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DA BAHIA Hospital Geral Prado Valadares Rua São Cristóvão, s/n - Centro CEP: 45.203-110, Jequié – BA E-mail: [email protected] Home page: www.saude.ba.gov.br/hgpv

4

Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada.

Mário Quintana

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 06

O HOSPITAL................................................................................................................................... 07

JUSTIFICATIVA............................................................................................................................. 11

OBJETIVO GERAL......................................................................................................................... 13

OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 13

METAS............................................................................................................................................. 13

CLIENTELA.................................................................................................................................... 13

ORIENTAÇÕES GERAIS............................................................................................................... 14

CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTOS................................................................................ 14

CRITÉRIOS PARA INTERNAMENTO......................................................................................... 17

EXAMES LABORATORIAIS NECESSÁRIOS............................................................................. 18

EXAMES DE IMAGEM NECESSÁRIOS...................................................................................... 19

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS..................................................................... 20

RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS.................................................................................... 21

CONCLUSÃO.................................................................................................................................. 22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................. 23

6

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recomendações essenciais para a atenção

pré-natal, perinatal e puerperal. Tais recomendações basearam-se em revisão sistemática de

estudos controlados e da aplicação dos conceitos da Medicina Baseada em Evidências.

Os dez princípios fundamentais da atenção perinatal, assinalados pela OMS, indicam que o

cuidado na gestação e no parto normais deve:

1. Não ser medicalizado, o que significa que o cuidado fundamental deve ser previsto,

utilizando conjunto mínimo de intervenções que sejam realmente necessárias;

2. Ser baseado no uso de tecnologia apropriada, o que se define como conjunto de ações

que inclui métodos, procedimentos, tecnologia, equipamento e outras ferramentas, todas

aplicadas para resolver um problema específico. Esse princípio é direcionado a reduzir o uso

excessivo de tecnologia, ou a aplicação de tecnologia sofisticada, ou complexa, quando

procedimentos mais simples podem ser suficientes, ou ainda ser superiores;

3. Ser baseado em evidências, o que significa ser embasado pela melhor evidência

científica disponível, e por estudos controlados aleatorizados, quando seja possível, e

apropriado;

4. Ser regionalizado e baseado em sistema eficiente de referência de centros de cuidado

primário para centros de cuidado secundário e terciário;

5. Ser multidisciplinar e multiprofissional, com a participação de médicos(as),

enfermeiras(os), técnicos(as) de enfermagem, agentes comunitários de saúde, educadores,

parteiras tradicionais e cientistas sociais;

6. Ser integral e levar em conta necessidades intelectuais, emocionais, sociais e culturais

das mulheres, seus filhos e famílias, e não somente um cuidado biológico;

7. Estar centrado nas famílias e ser dirigido para as necessidades não só da mulher e seu

filho, mas do casal;

8. Ser apropriado, tendo em conta as diferentes pautas culturais para permitir lograr seus

objetivos;

9. Compartilhar a tomada de decisão com as mulheres;

10. Respeitar a privacidade, a dignidade e a confidencialidade das mulheres.

Esses princípios asseguram fortemente a proteção, a promoção e o suporte necessário para se

atingir um cuidado perinatal efetivo. Eles estão sendo incorporados nos materiais técnicos, bem

como nas ferramentas de monitorização e avaliação da OMS.

7

O HOSPITAL

O Hospital Geral Prado Valadares tem como missão “prestar assistência humanizada, integral,

equânime e universal”, é uma Unidade da Rede Pública do Estado da Bahia, de abrangência

regional, de Porte IV de acordo com a portaria 2.224/02 do Ministério da Saúde e do tipo I na

classificação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, com área construída superior a 6.700

m2, com 212 leitos, Clínica Médica (31), Clínica Cirúrgica (27), Obstetrícia (35), Neurologia

(16) Pediatria (18) Neonatologia (12) Terapia Intensiva (10) e Psiquiatria (24), além de 16 leitos

de observação adulto, 5 pediátricos e 12 de Pré-parto, 2 de Reanimação Adulto e 1 Reanimação

Pediátrica, 3 para Sutura e atendimentos de emergência.

O HGPV possui Laboratório de análises clínicas que realiza exames nas áreas de Hematologia,

Bioquímica, Hemogasometria, Imunologia e Eletrólitos, totalmente automatizado, além de

Parasitologia e estudo do Líquor.

O Serviço de Bioimagem dispõe de três equipamentos de Raios-X (2 móveis de 300mA e 1 fixo

de 500mA) e dois Equipamentos de Ultrassonografia com Doppler Colorido e funciona com

médico Radiologiasta diarista e Ultrassonografistas de Prontidão 24 horas.

A Emergência do Hospital funciona em duas alas do Hospital, uma para Emergências

Obstétricas e outra para demais Emergências em Geral com Acolhimento e Classificação de

Risco. A escala de Plantonistas do hospital na área médica conta com Clínicos Gerais,

Traumato-Ortopedistas, Intensivista, Otorrinolaringologista, Oftalmologista, Cirurgiões Gerais,

Cirurgião Vascular, Anestesiologistas, Ultrassonografistas e Obstetras, além de Assistente

Social, Nutricionista, Bioquímico, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, Cirurgião

Bucomaxilofacial, Fisioterapeuta, Enfermeiro, Auxiliar e Técnico de Enfermagem, Técnico em

Radiologia, Técnico em Patologia, Técnicos e Auxiliares Administrativos, Vigilantes, dentre

outros.

8

Atuam como Diaristas médicos das especialidades de Clínica Médica, Urologia, Pediatria,

Neurologia, Neurocirurgia, Otorrinolaringologia, Nefrologia, Pneumologia, Angiologia,

Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Gineco-Obstetrícia, Ortopedia, Radiologia, Ultrassonografia,

Endoscopia, Terapia Intensiva, Cardiologia, Gastroenterologia, Psiquiatria e Neonatologia.

A Unidade de Terapia Intensiva é adulto tipo II, possui 10 leitos instalados devidamente

equipados e ativos, entre os quais um é de isolamento. Dispõe de Ventiladores Vela e Inter 5

Plus com central de monitorização interligada além de uma Máquina Cicladora para

Hemodiálise.

Centro Cirúrgico possui quatro salas. A Central de Material Esterilizado possui três Autoclaves

Horizontais de médio porte e um de grande porte (360 litros).

Para o transporte de pacientes o Hospital dispõe de três Ambulâncias Básicas para

transferências de Pacientes entre o Hospital e demais Unidades da Rede, e uma Ambulância

Avançada – UTI Móvel, devidamente Equipada, a qual conta com equipe formada por

Enfermeiro e Médico além do motorista para as transferências inter-hospitalares e para

deslocamento de pacientes para realização de exames fora da Unidade Hospitalar.

O Hospital possui Grupo Gerador de eletricidade interligado a todas as Enfermarias, UTI,

Centro Cirúrgico e Emergências. Conta com Centrais de Oxigênio, Ar Comprimido e Vácuo

com pontos interligados à maior parte dos leitos da Unidade.

O Serviço de Controle da Infecção Hospitalar atua de forma satisfatória e os funcionários

contam com o Serviço de Saúde Ocupacional dirigido por um Médico do Trabalho.

O Programa de Internação Domiciliar é outra estratégia do Governo do Estado implantada no

HGPV que busca dar uma assistência de qualidade ao usuário do SUS em seu domicílio além de

desafogar leitos do Hospital.

A Unidade mantém ainda os Ambulatórios de Oncologia, Psiquiatria, Neurologia, Urologia,

Ginecologia e Ortopedia, neste momento se prepara para implantação dos Ambulatórios

Especializados de Neurocirurgia, Cardiovascular e Pré-Natal de Alto Risco.

Atuam no Hospital mais de 850 funcionários das diversas categorias profissionais com cinco

tipos de vínculos (Efetivos, REDA, Fundação, Pessoa Jurídica (Terceirizados), Comissionados e

Cedidos).

O HGPV possui o Comitê Hospitalar de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Perinatal em

funcionamento em parceria com ao Núcleo Hospitalar de Epidemiologia.

A maternidade do Hospital Geral Prado Valadares é referência para a microrregião de Jequié,

onde tem uma população da microrregião de aproximadamente 540.000 habitantes, além de

ouros municípios de fora da micro e que estão na PPI de Jequié.

9

A média mensal de partos corresponde a 300/mês sendo 60% normais e 40% cesáreas, e de 34

curetagem/mês, atingindo uma média de 334 internações/mês. Observa-se ainda que existe uma

demanda de atendimentos em ginecologia e pré-natal de quase 300 mulheres que buscam o

serviço da maternidade, mesmo não estando em situação de urgência ou emergência. Pretende-

se com a implantação do serviço de classificação de risco conhecer melhor o perfil dos

pacientes que procuram a maternidade do HGPV.

Todas as puérperas são contra-referenciadas através de orientação e entrega de um documento

de Contra-referência específico contendo todas as orientações necessárias.

A Maternidade é local apropriado para a assistência a mulher no período gravídico puerperal e

emergências ginecológicas.

Os cuidados nesta unidade são prestados por equipe multiprofissional onde estão inseridos

médicos (obstetras, anestesiologistas, neonatologistas), equipe de enfermagem (enfermeiros

com especialização em obstetrícia e generalistas, auxiliares e técnicos de enfermagem),

nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogas e terapeutas ocupacionais,

garantindo desta forma uma assistência integral e multiprofissional aos pacientes. Ainda dispõe

de consultas nas especialidades neurológica, cardiológica, ortopédica, clinica médica, entre

outras caso haja necessite.

A Maternidade subdivide-se em Pré- parto com sala de admissão, enfermarias 02 (com 05 leitos

cada) e um quarto para pré-eclampsia com 02 leitos, totalizando 12 leitos, as vezes temos que

ativar leitos extras no corredor devido a grande demanda, 02 salas de parto normal; e puerpério

com 02 enfermarias (05 leitos cada para puerpéras pós cesárea), 03 enfermarias (05 leitos cada

para puérperas pós partos normais), 02 enfermarias com 05 leitos cada para gestantes de risco,

mulheres pós abortos e mulheres que aguardam RN do berçário), totalizando 35 leitos no

puerpério.

A equipe de enfermagem desta unidade é composta atualmente por 15 enfermeiros (um

coordenador e quatorze enfermeiros assistentes) e 30 auxiliares de enfermagem, que trabalham

em regime de plantões de 12 horas diárias, nos turnos de serviço diurno e serviço noturno.

A equipe diária de enfermagem é composta por uma enfermeira e três auxiliares de enfermagem

no Pré-parto e uma enfermeira e três auxiliares de enfermagem no puerpério.

A equipe médica do pré-parto trabalha em regime de plantão com 02 obstetras onde

desempenham as atividades de avaliação das mulheres, realizam o parto normal, cesáreo,

curetagem e intercorrências no puerpério. A equipe médica do puerpério é composta por médico

obstetra diarista os quais avaliam as mulheres e médico neonatologista diarista que avaliam os

recém nascidos.

10

Possui ainda uma equipe de apoio composta por agente de higienização, agente de portaria,

maqueiros, equipe transfusional, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Núcleo

Hospitalar de Epidemiologia (NHE), lavanderia, equipe de nutrição e de exames

complementares como: serviço de radiologia, ECG, e laboratório, contribuindo com a prestação

do cuidado integral.

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JUSTIFICATIVA

Os municípios da microrregião de Jequié não possuem referência para Gestação de Alto Risco e

ainda têm dificuldade na realização dos exames complementares que a mulher necessita.

O Hospital Geral Prado Valadares é a única referência regional do Sistema Único de Saúde para

o parto e nascimento.

Durante a admissão é feito o diagnóstico da gestação de alto risco, já em tempo não oportuno

para as intervenções que deveriam ter sido adotadas durante a gestação, causando conseqüências

muitas vezes irreversíveis para a mãe e para o feto no momento do parto, aumentando assim as

taxas de óbitos perinatais e maternos.

De forma deturpada estas ocorrências têm recaído sobre a instituição hospitalar e os

profissionais que atuam na obstetrícia. Somente para ilustrar o que se expõe aqui de forma

sucinta, a Maternidade do HGPV tem recebido gestantes as quais depois de avaliadas é

diagnosticado: pré-eclâmpsia, placenta prévia, oligoidrâmnio, dentre outros.

Além do exposto a REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL faz parte do Pacto Nacional

pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal cuja meta é reduzir a mortalidade infantil em

no mínimo 5% ao ano, com foco na mortalidade neonatal (0 a 27 dias).

De acordo com o Governo Federal os principais desafios são pactuar ações e recursos

prioritários na atenção ao parto e à criança nos 207 municípios responsáveis por 50% dos óbitos

infantis, já que o esta esfera administrativa já se comprometeu em priorizar os recursos

orçamentários e apoiar as ações para estes 207 municípios, no sentido de garantir equipamentos

e insumos para a qualificação da assistência ao parto e nascimento.

O Estado da Bahia se comprometeu em ampliar e qualificar as equipes neo-natais, bancos de

leite e leitos de UTI e UCI (o HGPV está realizando estudo e elaborando projeto para a

implantação de uma UTI Neonatal até o próximo ano); instalar comitês estaduais e hospitalares

de mortalidade materna e neonatal, (já tendo o HGPV cumprido a sua parte no que se refere a

implantação do Comitê Hospitalar); ampliar a cobertura e qualificar a Estratégia de Saúde da

Família (ESF), ações em desenvolvimento na Bahia que até o final de 2010 serão construídas

mais 400 Unidades de Saúde da Família.

A partir desse entendimento e em sintonia com os princípios do Pacto, através da ação proposta

o Hospital Geral Prado Valadares está tomando a decisão política de investir na melhoria da

atenção obstétrica e neonatal na microrregião de Jequié.

“As altas taxas de mortalidade materna representam um desafio à saúde pública em nosso país.

Ao não se garantir o acesso seguro ao evento da maternidade, impõe-se às mulheres o mais sério

limite ao exercício dos direitos reprodutivos e, portanto, à condição de cidadania.

12

Embora o risco de óbito tenha se reduzido no Brasil com a ampliação do acesso ao pré-natal e

ao parto institucional, ainda há muito a fazer. Para evitar a morte de muitas mulheres, é

fundamental o pronto e adequado atendimento às emergências obstétricas.” (Guia de Urgências

e Emergências Maternas)

Quanto às causas de morte materna, predominam as obstétricas diretas (74%), e entre essas, a

eclâmpsia, hemorragias, infecção puerperal e aborto. A maioria desses óbitos é evitável

mediante uma boa assistência no pré-natal, parto, puerpério e urgências e emergências maternas.

(Guia de Urgências e Emergências Maternas)

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OBJETIVO GERAL

Criar um Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco de Referência Regional no Hospital

Geral Prado Valadares.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Melhorar a assistência à gestante de alto risco;

Reduzir óbitos maternos, fetais e perinatais;

Criar acesso para gestantes de alto risco;

Reduzir demanda reprimida;

Possibilitar aos municípios da Microrregião de Jequié atender aos critérios da Portaria/GM nº.

569, de 1/6/2000, do Ministério da Saúde que institui o Programa de Humanização no Pré-natal

e Nascimento (para respaldar os Termos de Adesão do PHPN).

METAS

Oferecer 40 exames5 por semana para Gestantes de Alto Risco da microrregião de Jequié no

Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco de Referência Regional no Hospital Geral

Prado Valadares;

Assegurar realização de exames de imagem para todas as gestantes que tenham conduta

indicada pelo Serviço Especializado (Ultrassonografias e Eletrocardiogramas no HGPV e o

Ecocardiograma pelo município de Jequié);

Assegurar o elenco de exames de laboratório em parceria com o município de Jequié para todas

as gestantes que tenham conduta indicada pelo Serviço Especializado (os que o HGPV dispuser

serão realizados no Laboratório do Hospital os demais serão encaminhados para o Laboratório

credenciado pelo município de Jequié).

CLIENTELA

Gestantes de Alto Risco provenientes de Unidades de Saúde de municípios da microrregião de

Jequié.

5 No primeiro mês serão realizados 28 exames por semana.

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ORIENTAÇÕES GERAIS

Todas as gestantes deverão ser encaminhadas com toda rotina laboratorial de pré-natal e

citologia oncótica colhidas na unidade de saúde.

Encaminhadas com diagnóstico médico.

Ficha de referência devidamente preenchida, carimbada e assinada.

Algumas gestantes poderão ser contra-referenciadas a unidade de saúde de origem, caso não

seja comprovada a situação de risco e para que as vagas não sejam ocupadas

desnecessariamente.

CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTOS

1. Hipertensão Arterial Crônica: apenas os seguintes

1.1. Casos complicados por nefropatia ou cardiopatia.

1.2. Difícil controle de níveis pressóricos.

1.3. Má história obstétrica: pré-eclampsia/eclâmpsia, DPP ou natimorto em gestação anterior.

2. Hipertensão gestacional:

2.1. Difícil controle pressórico.

2.2. Evidência laboratorial de proteinúria.

2.3. Qualquer critério diagnóstico de pré-eclâmpsia.

3. Diabetes Mellitus Pré-Gestacional (todos)

3.1. TIPO 1.

3.2. TIPO 2.

4. Diabetes gestacional (todos)

4.1. Glicemia de jejum > 110 mg% ou

Teste de sobrecarga simplificado (50 g dextrosol) com valor de uma hora> 200 mg % ou teste

de tolerância a glicose oral (100 g dextrosol) com pelo menos dois valores alterados (refs

jejum=95, 1 hora= 180, 2 horas= 155, 3 horas=140).

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5. Hipertireoidismo e Hipotireoidismo

6. Má história Obstétrica

6.1. Abortamentos de repetição (3 ou mais).

6.2. Antecedente de natimorto de causa ignorada.

6.3. Antecedente de DPP de causa ignorada.

6.4. Antecedente de pré-eclâmpsia/eclâmpsia antes de 32 semanas.

6.5. Antecedentes de partos prematuros ou circlagem.

7. Restrição de crescimento intra-uterino

8. Polidrâmnio ou oligoâmnio acentuado

9. Idade materna maior ou igual a 40 anos

10. Obesidade mórbida

11. Gestações gemelares MONOCORIÔNICAS

12. Gestações trigemelares

13. Cardiopatias maternas

14. Asma brônquica

15. Toxoplasmose:

Atenção ao protocolo de interpretação de sorologias: encaminhar apenas as gestantes com

IgM > 1,0; IgM zona cinza em dois exames consecutivos é considerada cicatriz sorológica

16. Anemia severa: hemoglobina < 8 g%.

17. Anemia falciforme ou Talassemia

18. Doença inflamatória intestinal

19. Antecedente de três ou mais cesareanas e placenta prévia

20. Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar

21. Insuficiência renal crônica

22. Púrpura trombocitopênica imunológica

23. Epilepsia

24. Síndrome de anticorpo antifosfolípide

Observações:

16

25. Malformações fetais: todos os casos de fetos malformados deverão ser encaminhados ao

Ambulatório de Medicina Fetal.

26. Lupus Eritematoso Sistêmico: os casos deverão ser encaminhados ao Serviço

Especializado de Pré-Natal de Alto Risco.

27. Sífilis: tratar na Unidade Básica de Saúde. Encaminhar apenas os casos suspeitos de sífilis

terciária ou que necessitem de avaliação liquórica.

28. Hepatite B: encaminhar apenas as gestantes com doença crônica em atividade ou seja com

HbsAg persistente e alterações de função hepática. NÃO HÁ NECESSIDADE DE

ENCAMINHAR GESTANTES COM HbsAg positivo sem evidência de doença crônica.

29. Hepatite C: não deve ser pedido de rotina, apenas para gestantes de risco de infecção

(contactuantes, transfundidas antes de 1993, usuárias de drogas endovenosas). Os casos

positivos deverão ser encaminhados ao infectologista para seguimento. NÃO HÁ

NECESSIDADE DE ENCAMINHAR.

30. Citomegalovírus: não deve ser pedido de rotina.

31. Doenças psiquiátricas (depressão severa, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia

33. Condilomatose Genital: encaminhar ao Centro de Referência em Saúde Sexual de Jequié.

34. Alterações de citologia oncótica: as gestantes com lesões intra-epiteliais de alto grau e/ou

carcinoma in situ ou invasor deverão ser encaminhadas ao Centro Estadual de Oncologia –

CICAN. NÃO HÁ NECESSIDADE DE ENCAMINHAR GESTANTES COM LESÕES DE

BAIXO GRAU OU ASCUS/AGUS.

35. Isoimunização Rh: encaminhar para Unidade Obstétrica de Alto Risco.

36. HAS crônica sem complicação: seguir na Unidade Básica de Saúde, uma vez que a maioria

destas mulheres não necessita de tratamento e evolui de maneira benigna.

37. Pielonefrite: encaminhar apenas após o segundo episódio na gestação, manter

nitrofurantoína até o puerpério.

38. Situações específicas e imprevistas: deverão ser discutidas antes do encaminhamento, uma

vez que esta situação (“Alto Risco”) gera dúvidas e ansiedades maternas muitas vezes

injustificadas e desnecessárias.

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CRITÉRIOS PARA INTERNAMENTO

� Tratamento de complicações

� Realização de perfil glicêmico

� Programação para interrupção da Gestação eletivamente ou emergência. O

procedimento será realizado pela equipe de plantonistas do dia.

18

EXAMES LABORATORIAIS NECESSÁRIOS

� Hemograma

� Grupo sanguíneo fator Rh

� HIV1 e 2

� Toxoplasmose

� Rubéola

� AgHbs

� Anti-HCV

� Glicemia de jejum

� Sumário de urina

� Urocultura com atb

� TOTG com 75 g de dextrose

� Uréia/ Creatinina

� LDH

� Bilirrubina total e frações

� AST/ ALT

� Proteinúria de 24 h

� Ác. úrico

� VHS

� Coagulograma

� TSH

� T4 Livre

� T3

� Anti-coagolante Lúpico

� Anti-Cardiolipina

19

EXAMES DE IMAGEM NECESSÁRIOS

o USG Obstétrica

o USG Morfológica (Primeiro e segundo trimestres)

o USG com doppler

o ECO

o ECG

20

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

• Mesa e cadeiras (para entrevista); (solicitar à SESAB)

• Mesa de exame ginecológico; (já tem disponível)

• Escada de dois degraus; (já tem disponível)

• Foco de luz; (solicitar à SESAB)

• Balança para adultos (peso/altura); (solicitar à SESAB)

• Esfigmomanômetro (aparelho de pressão); (já tem disponível)

• Estetoscópio clínico; (já tem disponível)

• Estetoscópio de Pinard; (já tem disponível)

• Fita métrica flexível e inelástica; (já tem disponível)

• Espéculos; (já tem disponível)

• Pinças de Cheron; (já tem disponível)

• Material para coleta de exame colpocitológico; (já tem disponível)

• Sonar Doppler; (solicitar à SESAB)

• Gestograma ou disco obstétrico; (já tem disponível)

• Disco para IMC (Índice de Massa Corporal). (já tem disponível)

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RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS

Profissional Médico com especialização e Título reconhecido pelo MEC e CFM em Gineco-

Obstetrícia com carga horária de 12 horas semanais.

Profissional Médico Ultrassonografista com especialização em Ultrassonografia Gineco-

Obstétrica com carga horária de 6 horas semanais.

Salienta-se que já foram identificados os profissionais que possuem perfil e disponibilidade de

carga horária para contratação.

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CONCLUSÃO

A implantação deste projeto busca cumprir os princípios do Sistema Único de Saúde para a

clientela atingida pelas ações do mesmo. O princípio da integralidade da atenção poderá ser

observado de forma clara, visto que dará acesso às mulheres com gestação de alto risco e

continuidade da assistência iniciada na atenção básica, possibilitando fluxo na rede pública de

serviços para média e alta complexidade. O projeto em tela está estruturado dentro do

pensamento da implantação das linhas do cuidado à mulher na microrregião de Jequié, sendo

esta ação um dos componentes da estratégia defendida pela atual gestão da Saúde do Estado da

Bahia, sob o comando do Dr. Jorge José Santos Pereira Solla. Com isto estamos inserindo o

Hospital Geral Prado Valadares na rede regionalizada e hierarquizada de serviços do Sistema

Único de Saúde da microrregião, fazendo com que cumpra o seu papel enquanto hospital de

referência da rede pública. É desnecessário dizer que os princípios da equidade e universalidade

estão contemplados, dada a relevância social do projeto.

Durante a execução do projeto será avaliado o alcance dos objetivos propostos, bem como o

cumprimento das metas, caso seja necessário será reestruturado e um novo planejamento

realizado.

23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher –

MS, 2001.199 p.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Assistência ao Parto Normal: Um Guia

Prático. Genebra: OMS, 1996.

Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). O modelo de atenção obstétrica no setor de

Saúde Suplementar no Brasil : cenários e perspectivas / Agência Nacional de Saúde

Suplementar. – Rio de Janeiro : ANS, 2008. 158 p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações

Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção

qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,

Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 163

p.

Urgências e Emergências Maternas: guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de

morte materna / Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Saúde da Mulher. Brasília:

Ministério da Saúde, 2000, 2ª edição. 119 p.

24

Anexos:

25

Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco Sistema de acompanhamento/tratamento especializado Administração sistematizada/programa de funcionamento Assistência sistematizada/considerações gerais

Protocolo – SEGUIMENTO 01 DEMANDA: Espontânea – Pessoas em geral que comparecem à unidade sem estarem aprazadas pelo sistema local para o dia em curso, solicitando consulta especializada de pré-natal em gravidez de alto risco, documentos diversos e/ou orientações. Programada – Gestantes que comparecem à unidade por aprazamento do sistema local para consulta médica especializada. (1ª consulta ou subseqüente). CLIENTELA: Caso Novo – Gestante que comparece requerendo entrada no sistema; (considera-se o 1º atendimento médico como a 1ª consulta na unidade). Caso Regular – Gestante devidamente matriculada, que comparecem regularmente nos dias aprazados para consulta especializada (consideram-se os atendimentos subseqüentes). Caso Faltoso – Gestante que deixa de comparecer à unidade no dia programado para a consulta obstétrica, interrompendo a seqüência de acompanhamento médico (considera-se caso para reabertura de programação, o que fica pertinente à disponibilidade e viabilidade do serviço oferecido conforme demanda já programada pelo sistema).

Nota: O caso é considerado faltoso até o período 30 (trinta) dias corridos (1 mês) após a data da última consulta; após este período o caso passa a ser considerado Omisso (abandono de tratamento).

Caso Omisso: Gestante que abandonou o processo de tratamento por um período superior a 30 dias. Observações que descrevem outros detalhes do seguimento 01: Acompanhante: Pessoa que se apresenta como responsável pela gestante e cujo direito requerido é o de acompanhar os procedimentos assistenciais realizados. Visitantes: pessoas que comparecem, não com fins de usufruir dos serviços e

procedimentos de tratamento, mas para observação, avaliação, supervisão, auditoria,

fiscalização, estudos, pesquisas ou outros movimentos que independe de tratamento.

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Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco Sistema de acompanhamento/tratamento especializado Administração sistematizada/programa de funcionamento Assistência sistematizada/serviços e procedimentos executáveis

Protocolo - SEGUIMENTO 02 CONSIDERA:

• Serviços especializados (x)disponível / ( )não-disponível. (x) Consulta obstétrica ( ) Consulta psicológica ( ) Consulta de enfermagem ( ) Visita domiciliar (por enfermeiro) ( ) Serviço Social

( ) Reuniões com pacientes e acompanhantes.

• Procedimentos executáveis, pacientes atendidos, profissionais executores e locais de execução. (x)disponível ( )não-disponível. (x) - Exame físico em gestantes com gravidez de alto risco, realizado pelo profissional médico especialista durante a consulta na unidade. (x) – Reunião com conteúdos especializados para grupos de gestantes no momento da espera pela consulta. (x) – Realização de exames específicos: exames laboratoriais, USG, e ECG. (x) – Parto natural e/ou cesariana.

Observações que descrevem alguns pontos do seguimento 02. Todo serviço e procedimentos realizados nesta unidade são registrados em prontuário próprio. O prontuário é o documento oficial de registro médico e paramédico. Compreende uma pasta com nº de matricula e arquivo (Livro 1.0), onde fica a ficha de identificação da gestante, folha de prescrição médica, folha de evolução de enfermagem; outros documentos. Os casos novos, pertinentes a limitações de consultas por vagas, serão aprazados para 1ª consulta médica conforme ordem de seguimento que obedece aos dias programados pelo sistema para marcação de consultas médicas, (duas vezes por mês).

NOTA: Paciente novo (1ª consulta), só será considerado regular para o sistema após consulta subseqüente de reavaliação médica, e cuja prescrição terapêutica assim determine como caso de alto risco.

Casos regulares, conforme avaliação do processo de tratamento, poderão ser aprazados para consulta de reavaliação médica obedecendo a intervalos mínimos de até 8 dias, o que significa uma provável demanda de no máximo 4 consultas por mês. Casos regulares com solicitação de consultas não programadas, isso, quando designado

por um quadro de urgência/emergência obstétrica, deve ser encaminhado para

atendimento emergencial na maternidade do HGPV.

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Serviço Especializado de Pré-Natal de Alto Risco Sistema de acompanhamento/tratamento especializado Administração sistematizada/programa de funcionamento Assistência sistematizada/Recepção

Protocolo geral – SEGUIMENTO 03

Serviço de recepção:

- Receber as gestantes e familiares por ordem de chegada. - Perceber suas necessidades em relação ao Sistema. - Reconhecer a oferta de serviços e/ou procedimentos requeridos: disponibilidade e viabilidade. - Reproduzir ações que direcione os movimentos da gestante segundo a necessidade de cada caso.

SERVIÇOS: (x) disponível ( ) não-disponível (ver protocolo, seg. 2)

Primeira consulta: a marcação se dará em dois dias no mês, previamente fixados, na própria unidade de atendimento, das 14 às 18 horas. Ações: Requerer documentos necessários para atendimento de casos (doc. identidade e/ou CPF, cartão da gestante, solicitação de consulta de pré-natal para gravidez de alto risco conforme modelo padrão do serviço, resultados de exames já realizados, solicitações de procedimentos, outros. Se o caso não apresentar as documentações requeridas, orientar e solicitar documentos necessários. Se o caso estiver em ordem, encaminhá-lo ao SAME para abertura de prontuário. Etiquetar o prontuário após confirmação do caso (solicitar número de matricula e arquivo do SAME para inserir na etiqueta). Aprazar o retorno e orientar execução de procedimentos solicitados.

Consulta subseqüente Ações: Requere o cartão da gestante (que já deve está etiquetado), observar data de aprazamento e, conforme programação de consulta para o dia, encaminhar o caso ao SAME para pegar o prontuário e aguardar o atendimento. Caso faltoso - observar a ordem de programação do dia (oferta e demanda), e remarcar a consulta conforme oferta do serviço. Caso omisso (abandono): será reprogramado para atendimento conforme a disponibilidade de oferta do serviço.

NOTA: A programação da primeira consulta se dá conforme aprazamento previamente designado no livro 3.0, de marcação de 1ª consulta. A consulta subseqüente se dá conforme aprazamento previamente registrado no livro 4.0, de marcação de consultas subseqüentes.