sermões completos com ilustrações e notas exegéticas

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Centenas de ilustrações que visam reforçar o conteúdo. Centenas de notas exegéticas que respaldam e enriquecem o assunto. Resultado de anos de dedicação. Inspiração para pregação e para meditação. Uma poderosa ferramenta em sua vida e ministério. Autor: Marcos Kopeska. Formato: 14x21.Número de páginas: 232. ISBN: 85.7459-226-8

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O PODER E SIGNIFICADO DABÊNÇÃO NA FAMÍLIA

TEXTO: Gn 12:3

INTRODUÇÃO

Na cultura hebraica, a bênção era o pronunciamento profé-tico da geração anterior, como que a lançar a nova geração para avida. A bênção era proferida durante um cerimonial denominadobaraká e trazia, em seu rito alguns significados:

I) AUTO-ACEITAÇÃO – Pv 18:21

A bênção pronunciada gerava no filho um profundo senso deaceitação na comunidade.

ILUSTRAÇÃO: No filme educativo “Um Zero na Neve” ascrianças se aquecem enquanto aguardam a chegada do ônibusescolar. Todos falam, brincam, jogam bolas de neve nas cercas ebatem os pés no chão para manterem-se aquecidos. Todos menosRoger que permanece quieto e fechado no seu mundo. Quando oônibus encosta com os freios a ar gemendo, todos correm a embar-car. Todos menos Roger. É o último a embarcar. Durante o per-curso passa mal e deixa sua mochila cair espalhando o materialescolar pelo chão.

O motorista, já próximo a uma parada, coloca o ônibus noacostamento abrindo a porta para a entrada de outras crianças queaguardam. Roger cai pelos degraus até ficar debruçado sobre aneve. A sirene de uma ambulância ressoa ao longe enquanto omotorista do ônibus escolar busca inutilmente reanimar o corpo

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inerte e sem vida. Não houve uma explicação médica lógica para amorte de Roger. Sua saúde era perfeita e nunca houve indícios dedoenças. Um professor, inconformado, pesquisou a família deRoger e descobriu a causa da tragédia. Roger era filho de um lardesintegrado onde o padrasto exigia que a mãe não dispensassenenhuma atenção ao filho. Sua vida tornou-se silenciosa, nula,muda sem atenção e sem afeto. Roger simplesmente não tinhamais motivação para viver.

II) LIBERAÇÃO PARA A VIDA – Sl 127:4

Em outras palavras, os pais estavam declarando: Você está

pronto para a vida. Era como a diplomação de um estudante.ILUSTRAÇÃO: Pr. Marcos Inhauser, conhecido como exí-

mio terapeuta familiar, quando celebrava a cerimônia de núpciasde sua filha foi no mínimo contundente na sua declaração, porémnão menos realista: “Filha, certa vez você ausentou-se de casa parair aos EUA estudar e na ocasião eu lhe disse que se algo não lhefosse favorável as portas estariam abertas para recebê-la. Masagora me ouça: As portas estão fechadas! Isto significa que você éresponsável pelo seu lar e seu casamento.” Estas palavras expressa-ram o empurrão para a vida, que todo jovem precisa.

III) VALORIZAÇÃO

Alguns exemplos vetero testamentários de palavras de valo-rização citadas no cerimonial da bênção:

A) Bênção de Isaque a Jacó – Gn 27:27,29B) Bênção de Jacó a Judá – Gn 49:9C) Bênção de Jacó a Naftali – Gn 49:21D) Bênção de José – Gn 49:22

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IV) VISUALIZAÇÃO DO FUTURO – Gn 27: 28-29

Que tipo de palavras projetamos em nossos familiares?ILUSTRAÇÃO: Mark e seus irmãos ouviram a vida inteira:

“Você é tonto! Você é feio!” Como resultado Mark sempre teveproblemas nos estudos, suas irmãs não casaram e sempre alimenta-ram notáveis complexos de inferioridade. Gn 49:8

V) DISCIPLINA – Gn 49:3-4

Nas palavras de Jacó existe aceitação, liberação para a vida,valorização, visualização do futuro, mas disciplina e correção.

CONCLUSÃO

Bênção na família:AceitaçãoLiberaçãoValorizaçãoVisualizaçãoDisciplinaDe qual forma estamos abençoando nossas famílias? As famí-

lias precisam retomar a perspectiva de ser um reduto de bênção.

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MINHAS ESCOLHAS HOJE E SEUSREFLEXOS AMANHÃ

TEXTO: Gn 13:7-13; 19:1-9

INTRODUÇÃO

Vivemos num mundo de escolhas, desde as mais ínfimascomo a roupa a vestir, o cardápio para o jantar, o filme a locar; atéas mais complexas como com quem casar ou que carreira profissio-nal seguir. À luz do texto lido, podemos dizer que uma decisão cor-reta é fruto de alguns critérios:

I) CRITÉRIO ÉTICO – A DECISÃO A TOMAR MEAPROXIMA OU ME AFASTA DO PECADO?

A) A decisão de Ló o aproximou das planícies férteis e para-disíacas de Sodoma e Gomorra, mas também fatalmente o aproxi-mou do pecado.

Aproximação movida pela cobiça dos olhos (13:10)Aproximação paulatina (13:12)B) Enquanto isso Abraão aproximava-se de Deus, não obs-

tante ter feito a pior escolha aos olhos humanos.

II) CRITÉRIO RELACIONAL – A DECISÃO A TOMARENVOLVE BOAS OU MÁS COMPANHIAS? (13:13)

A) Ló aproximou-se de pecadores para o convívio incon-sequente e passivo.

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B) Enquanto isso Abraão recebe a visita do sacerdote Mel-quisedeque e, por quatro vezes a visita de anjos.

III) CRITÉRIO ESPIRITUAL – A DECISÃO A TOMARME TORNA SENSÍVEL OU INSENSÍVEL À VOZ DE

DEUS? (19:14-16)

A) Ló e sua família tornaram-se tardios, indolentes em ouvira voz de Deus. Os ouvidos espirituais se fecharam, o discernimentose apagou.

B) Enquanto isso observe como está a vida espiritual deAbraão:

Conversa com DeusRecebe promessas de DeusÉ chamado amigo de DeusTorna-se exemplo de intercessor

IV) CRITÉRIO FUTURÍSTICO – A DECISÃO A SERTOMADA ABENÇOA OU CORROMPE MINHA

POSTERIDADE? (19:36-38)

A) Os efeitos lúgubres e trágicos da decisão de Ló foramextensos às próximas gerações:

Esposa foi transformada em uma estátua de sal (19:26)As filhas embriagam o pai e dele geraram a Moabe e Amom

(19:30-36)Moabitas e Amonitas passaram a ser dois povos amaldiçoa-

dos (19:37-38)B) Enquanto isso veja o que está acontecendo com Abraão

(21:1-2)ILUSTRAÇÃO: Foram levantados os dados das gerações de

dois contemporâneos: Jukes e Jonatan Edwards. Ambos tiveram asmesmas oportunidades religiosas, mas Jukes declarou-se ateu e

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endureceu o coração para Deus. Da família de Jukes, o ateu, forampesquisados 560 dos seus descendentes: desses, 310 morreram emextrema pobreza; 150 tornaram -se criminosos, inclusive 7 assassi-nos; 100 descendentes foram alcoólatras; mais da metade dasmulheres se prostituiu. Segundo cálculos, os descendentes deJukes custaram ao Estado, com suas vidas desregradas, um milhãoe duzentos e cinquenta mil dólares. Quanto à família de JonathanEdwards que era cristão praticante, com sua família, foram pesqui-sados 1394 dos seus descendentes, sendo constatado o seguinte:295 receberam diplomas universitários, sendo que 23 chegaram aser reitores de universidades; 65 foram professores universitários;3 senadores dos EUA; 3 governadores estaduais, e outros, minis-tros enviados a nações estrangeiras; 130 foram juizes, 100, advoga-dos, sendo um reitor de uma faculdade de Direito, 56 médicos,sendo um reitor da faculdade de medicina; 75 oficiais na carreiramilitar; 100 missionários e pregadores famosos, bem como autoresdestacados; cerca de 80 desempenharam alguma função pública; 3foram prefeitos de grandes cidades; um foi superintendente doTesouro Norte Americano; um deles foi vice-presidente dos EUA.

CONCLUSÃO

Abraão e Ló eram homens distintos, igualmente ricos etementes ao mesmo Deus, mas um dia uma decisão a tomar seladois destinos tão opostos e antagônicos.

Para onde estão voltados seus olhos? Para as planícies des-lumbrantes de Sodoma ou para as regiões áridas do monteHebrom?

Cuidado, as escolhas de hoje terão seus reflexos amanhã!

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UMA VISÃO MOVIDA PELA FÉ

TEXTO: Gn 15:5,6

INTRODUÇÃO

Deus diz para Abraão contar as estrelas. Quem pode contarestrelas? Deus reveste de fé seu servo para que pudesse ver o queDeus tinha preparado para ele. Esta visão de Deus a Abraão possuialgumas características:

I) É UMA VISÃO QUE SE ELEVA COM EXCELÊNCIA.

Deus não quer que nos amesquinhemos, mas que tenhamosambições salutares. Larry Keefauver1 escreve: “Não podemosprosseguir até que tenhamos a visão de onde Deus quer que nóscheguemos. Visão não é um plano ou uma ideia; é um quadro ins-pirado pelo Espírito que Deus quer esboçar, e depois ele mesmopintar”. – Hc 2:2-3

II) É UMA VISÃO QUE REQUER TRABALHO.

Se fossemos contar um milhão de estrelas, contando cincopor segundo, levaríamos três anos e dois meses de trabalho ininter-rupto. Quantos anos levaríamos para bilhões de corpos celestesque pontilham o céu? É um trabalho intenso, pois surgem estrelasa cada noite e o universo se renova.

ILUSTRAÇÃO: Quando Thomas Carlyle, historiador eensaísta inglês, concluiu o segundo volume de sua História da

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1 KEEFAUVER, Larry – As Verdades do Ministério – Editora Atos, 1ª edição, 2002 –Belo Horizonte – MG, Pág. 15

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Revolução Francesa, entregou o manuscrito a John Stuart Mill,para que este fizesse observações. Mill leu o manuscrito e empres-tou-o a um amigo. Esse amigo deixou-o sobre a escrivaninha certanoite, depois de lê-lo. Na manhã seguinte a empregada, procu-rando alguma coisa com a qual acender o fogo, encontrou a pilhade papéis soltos e, pensando que fossem rascunhos antigos,usou-os para acender o fogo. Aquilo que havia custado anos detrabalho a Carlyle era cinza agora! Quando Mill, branco como umlençol, relatou a devastadora notícia a Carlyle, este ficou tão atô-nito com sua perda que não conseguiu fazer nada durante sema-nas. Então um dia, sentado diante da janela aberta, remoendo suaterrível perda, observou um pedreiro reconstruindo uma parede detijolos. Pacientemente, o homem colocava tijolo sobre tijolo,enquanto assobiava uma alegre melodia. “Pobre tonto” pensouCarlyle, “como pode estar tão alegre quando a vida é tão fútil?”Depois, repentinamente, teve outro pensamento. “Pobre tonto”,disse ele de si mesmo, “você está aqui sentado junto à janela, quei-xando-se e lamentando, enquanto aquele homem reconstrói umacasa que durou gerações.” Levantando-se da cadeira, Carlylecomeçou a trabalhar no segundo rascunho da História da Revolu-ção Francesa. Conforme seu próprio relato, e o daqueles que tive-ram a oportunidade de ler ambas as versões da obra, a última foibem melhor! A destruição de nossos queridos sonhos não precisaser o fim do mundo. Pode ser o início de algo melhor! Carlyle temsido uma inspiração para muitos, no sentido de recomeçar depoisde terem visto destruído o trabalho de sua vida.

III) É UMA VISÃO QUE ENVOLVE DESAFIOS.

Pode haver desafio maior que contar estrelas?

IV) É UMA VISÃO QUE DEMANDA CORAGEM.

Ririam de Abraão se ele contasse estrelas para contar seusdescendentes.

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ILUSTRAÇÃO: Quando o Coronel George WashingtonGoethals estava construindo o Canal do Panamá, enfrentou pro-blemas de topografia e de doenças tropicais que teriam intimidadoum homem de menos fibra. Mas o pior problema foi que ele teve desuportar comentários irônicos de críticos amargos de seu própriopaís. Estes tinham certeza de que ele fracassaria. Afinal de contas,não havia o Visconde de Lesseps, famoso construtor do Canal deSuez, desistido do projeto? Mas Goethals ignorou os astuciosos.Certo dia, um de seus subordinados perguntou-lhe, exasperada-mente:

– O senhor não vai dar uma resposta aos críticos?– Sim, oportunamente.– Mas quando e como?– Com o canal.Que bela resposta! Quando temos uma visão, temos coragem

para defendê-la.

V) É UMA VISÃO QUE CONTEMPLA O FUTURO.

No tempo de Abraão só se contava três mil estrelas. Ter umadescendência de três mil pessoas não era impossível. Com GalileuGalilei o telescópio contou 90 mil estrelas. Hoje é impossível con-tar estrelas.

VI) É UMA VISÃO QUE REQUER PERSEVERANÇA.

Era uma missão que exigia perseverança.

CONCLUSÃO

Quando o senhor nos dá uma tarefa, nos reveste de fé paralevá-la até o fim.

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ISMAÉIS OU ISAQUES, A QUEMVOCÊ TEM GERADO?

TEXTO: Gn 21:8-12

INTRODUÇÃO

Deus tinha uma promessa de dar um filho legítimo a Abraão,mesmo ele sendo velho e Sara sendo estéril. Era a promessa deuma nação, a partir da sua semente. O tempo passou. A promessanão se cumpria e Abraão tomou a iniciativa de fazê-la cumprir-seao seu modo. De sua escrava Agar, gerou Ismael. Todos nós temos,em nossa vida, Ismaéis e Isaques.

I) ISMAEL É O FRUTO DA PROVISÃO HUMANA;.ISAQUE É O FRUTO DA PROVISÃO DIVINA.

Dizem que o precipitado é aquele que pensa com as pernas.

II) ISMAEL É O FRUTO DO IMEDIATISMO; ISAQUE ÉO FRUTO DA PROMESSA DE DEUS NO SEU DEVIDO

TEMPO.

Não faz da tua vida um rascunho, poderás não ter tempo parapassar a limpo. (Mário Quintana).

III) ISMAEL É O FRUTO DO MEU PLANEJAMENTO;ISAQUE É O FRUTO DO PROPÓSITO ETERNO DE DEUS.

Jr 29:11. O meu planejamento é o micro – compreende ape-nas o alcance do aqui e agora. O propósito de Deus compreende aeternidade. Compreende o quadro maior da vida, a macro visão.

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ILUSTRAÇÃO: Segundo Dr. Marshall Nirenberg, prêmioNobel de Biologia, temos em nosso corpo 60 trilhões de célulasvivas. Em cada célula há um metro e setenta centímetros de fitaDNA, onde estão gravados e computadorizados todos os nossosdados genéticos. Se esticarmos a fita DNA do nosso corpo, tería-mos 102 trilhões de metros de fita, ou seja, 102 bilhões de quilôme-tros. Poderíamos empacotar na cabeça de um alfinete todos osdados genéticos dos mais de 6 bilhões de habitantes do planeta.Códigos de vida não se originam do ocaso nem de uma explosãocósmica. Se Deus mantém sob controle cada dado genético decada ser vivo, não iria Ele cuidar do futuro de seus filhos?

IV) ISMAEL É A INTERPRETAÇÃO TENDENCIOSA DAORDEM DIVINA; ISAQUE É A OBEDIÊNCIA

INCONDICIONAL A DEUS.

ILUSTRAÇÃO: Certo jovem, quando se preparava paracasar, me procurou para o aconselhamento. O namoro foi regadode desconfianças, mas ele insistia dizendo: Deus falou favorável à

nossa união, em profecia, usando uma irmã muito consagrada, orou

sobre as alianças e abençoou nosso casamento... Tentei convencê-lo arepensar, mas foi inútil. Seis meses depois veio a separação. Maisseis meses e veio a reconciliação. Dali um mês, a gravidez e após onascimento da criança nova separação, desta feita definitiva, cul-minando inclusive no divórcio. A pergunta que ele não cessava defazer era: Por que Deus não cumpriu sua promessa? Fui honesto comele mais uma vez: Você confrontou seu noivado com as definições de

amor inseridas em 1Co 13? A Palavra de Deus teve prioridade na sua

decisão? Você respeitou o critério bíblico de julgamento da profecia que

recebeu? Deveria tê-lo feito. Muitas pessoas interpretam a voz deDeus conforme lhes convém.

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V) ISMAEL É A ACEITAÇÃO APENAS DO QUE POSSOTOCAR E CONTROLAR; ISAQUE É A FÉ NO

INVISÍVEL.

As pessoas só veem o que estão preparadas para ver. (RalphWaldo Emerson). Hb 11:1

CONCLUSÃO

Todos nós, em alguns momentos acumulamos Ismaéis e Isa-ques. Geramos projetos que são frutos da pressa, do orgulho, dainsubmissão, da ambição, do imediatismo... Outros são frutos docoração de Deus, dos eternos propósitos de Deus, da vontade deDeus. Mas um fato interessante é que Deus também abençoouIsmael Gn 21:18-20. Não desprezou sua existência. Deus, na suainfinita misericórdia ratifica nossos erros e amortiza as suas conse-qüências.

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O VAU DO JABOQUE E SEUSSIGNIFICADOS PARA JACÓ

TEXTO: Gn 32:22-31

INTRODUÇÃO

Alguns lugares marcaram o cânon sagrado em função de pes-soas que por ali passaram ou acontecimentos ali ocorridos: MontesMoriá e Sinai, Rio Jordão, Cafarnaum... Outros lugares forammarcos na história: Roma, Viena, Waterloo, Berlim... Da mesmaforma, um pequeno vale por onde passava um ribeiro chamadoJaboque, marcou a história de Jacó. Como podemos entender oVau do Jaboque?

I) JABOQUE É LUGAR DE LUTA.

Jacó luta à noite toda até o raiar da manhã. Ao raiar do dia ohomem lhe fere a articulação da coxa e lhe abençoa. Aí ele desco-bre que não foi contra um homem que ele lutou, mas contra Deus.

ILUSTRAÇÃO: Agostinho de Hipona, lutou contra Deusdurante vinte e cinco anos, pensando que estava lutando contra ocristianismo. Por um quarto de século sua mãe Mônica orou, cho-rou e quanto mais orava tanto mais o filho se enredava na promis-cuidade, sofismas, heresias e crises existenciais. À beira dosuicídio, rendeu-se a Jesus e foi transformado num estandarte dafé. A luta não era contra a religião da mãe, contra os cristãos, masera contra Deus, e quando descobriu isto, rendeu-se e foi transfor-mado por Deus. Sl 95:8; Pv 28:14; Rm 2:5

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II) JABOQUE É LUGAR DE TRATAMENTO.

Os vales foram locais de: tratamento, disciplina, correção,choro, dor e sofrimento. Nos vales Deus trabalhou com Israel.Trinta e dois vales aparecem ao longo do AT, cada um com umahistória de disciplina:

Acor – Deus separa Acã e o castiga – Js 7:24Aijalom – lugar de batalha onde Josué ora a Deus e o dia se

prolonga – Js 10:12Boquim – lugar de choro – Jz 2:15Elá – batalha sangrenta – 1Sm 17:2Sal – lugar de morte, ali Davi mata 18 mil – 2Sm 8:13Jeosafá – lugar de conflito e de decisão – Jl 3Vales nos falam de tensões e sofrimento. Nos vales Deus tra-

balha com nossas vidas e através delas.ILUSTRAÇÃO: João Bunyan – escreveu o livro “O Pere-

grino” numa prisão úmida e fria, com o coração dilacerado pelafilha órfã de mãe, doze anos de idade, cega, que para sobrevivertinha que mendigar. Foi neste vale de sofrimento que Deus deu alinda visão que foi transformada no livro cristão mais lido nomundo, fora a Bíblia. Rm 5:3-4

III) JABOQUE É LUGAR DE TRANSFORMAÇÃO.

A) Transformações de pessoas não ocorrem:Por forçaAdolf Hitler, Stalin, Mao Tse Tung e demais revolucioná-

rios.Apelo intelectualILUSTRAÇÃO: Em 1515 Thomas Moore escreveu o livro

Utopia. Utopia era uma ilha com 54 cidades, 6 mil castas. Umlugar perfeito e de uma administração humanitária e justa. Este

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livro idealizava uma sociedade onde os homens viveriam eterna-mente em paz. Mas Thomas Moore morreu e seu sonho da Utopianunca se realizou. Em 1872 Samuel Backler, inglês, escreveu umromance onde o povo da Terra se levanta contra as máquinas epassa a viver em paz num paraíso perfeito aqui na Terra. MasSamuel Backler morreu e este paraíso não aconteceu. O mundocontinuou cada vez pior. Em 1891 Willian Morris escreveu umlivro onde retratava a história de um paraíso rural, camponês, esta-belecido aqui na Terra, no ano de 2012. Era uma ficção científicaonde as pessoas viveriam em perfeita harmonia. Mas Willian Mor-ris morreu e o mundo continuou cada vez pior. Em 1933 filósofos,teólogos, sociólogos e humanistas do mundo inteiro se reuniram elançaram um manifesto dizendo que a partir de então não haveriamais guerras e o mundo viveria em paz. Mas depois de 1933 omundo se emboscou na pior e mais sangrenta guerra jamais pre-senciada, a 2ª Guerra Mundial. De lá para cá mais de 100 milhõesde vidas já foram ceifadas em guerras e conflitos armados. Todas astentativas de transformação da humanidade foram frustradas.

Transformações ocorrem pela graça:Jacó recebeu um novo nome – 32:28-29Jacó recebeu uma nova bênção – 32:29Jacó encontrou-se num novo local (Peniel-face de Deus) –

32:30Jacó desfrutou do raiar de um novo dia – 32:31Jacó recebeu uma nova marca – 32:25Jacó desfrutou de nova comunhão com Esaú – 33

CONCLUSÃO

A alva está rompendo, o dia está chegando e Deus quertransformar o Jaboque da sua vida em Peniel – 32:31.

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OBJEÇÕES PARA NÃO SERVIR

TEXTO: Ex 3:11 – 4:1-17

Moisés foi o líder responsável pelo maior êxodo da historia e,sabendo da envergadura da missão, não foi fácil para Deus con-vencê-lo da tarefa. Aliás, dizem que dificuldade maior não foi con-vencer Faraó a deixar o povo sair, mas convencer Moises a liderara saída. Ainda hoje tarefa mais difícil não é salvar vidas, mas con-vencer os cristãos a serem instrumentos de Deus. Quando quere-mos fazer algo encontramos uma forma, quando não queremos,procuramos uma desculpa. O texto nos aponta cinco destas des-culpas para não servir:

I) QUEM SOU EU? – 3:11

A) O ser humano deve reconhecer a sua incapacidade frenteao serviço a Deus. – 3:11

B) A resposta de Deus não é: “Vou capacitá-lo.”, mas “Euserei contigo.” O próprio Deus supre nossas deficiências. – 3:12

II) QUEM É MEU DEUS? – 3:13

A) O cristão tem dificuldade em decodificar ao mundo, nopresente, o mesmo Deus dos atos passados narrados nas Escrituras.Temos dificuldade com o Deus do presente.

B) A resposta de Deus não elencou atributos ou feitos deDeus, mas apontou o Deus das ações presentes e hodiernas: “Eusou.” (Yaveh, que tem a ver com: dinamismo, força e presença.

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III) QUAL É A GARANTIA? – 4:1-9

A) Falta de fé exige garantias palpáveis – 4:1B) Não há garantias além do poder de Deus – 4:2-9Deus respondeu a Moisés: “A garantia é meu poder!” – Mc

16:17-18

IV) QUAL É O MEU PREPARO? – 4:10

A) “Deus não chama os capacitados, ele capacita os chama-dos”, portanto quando desconfiamos do nosso potencial estamosno caminho certo: aprendendo a depender de Deus.

B) A resposta de Deus evoca sua soberania absoluta acimados atributos humanos – 4:11-12

V) POR QUE EU E NÃO OUTRO? – 4:13-17

A) Trata-se da reação que temos quando nos comparamos aoutros. Deus tem os seus próprios critérios de escolha.

B) Deus oferece um companheiro eloquente a Moisés, Arão,que falará em seu nome, mas a escolha original continua.

CONCLUSÃO

Questionar a vocação é prudente, relutar contra ela é teimo-sia.

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A ANATOMIA DO PERDÃO

TEXTO: Gn 33

INTRODUÇÃO

ILUSTRAÇÃO: Durante um seminário, o professor passouuma tarefa, no mínimo intrigante, a fim de ilustrar os efeitos asso-ladores da amargura. Solicitou que cada um dos alunos levassealgumas batatas e uma bolsa de plástico para a aula. Ele pediu paraque separassem uma batata para cada pessoa de quem sentiammágoas, escrevessem os seus nomes nas batatas e as colocassemdentro da bolsa. Algumas das bolsas ficaram muito pesadas.A tarefa consistia em, durante uma semana, levar a todos os ladosa bolsa com as batatas. Naturalmente a condição das batatas foi sedeteriorando com o passar dos dias. O incômodo de carregar abolsa a cada local onde fossem mostrava-lhes o peso espiritual diá-rio que a mágoa impõe, o odor fétido que exala de um coração res-sentido, bem como ao colocar a atenção na bolsa para nãoesquecê-la em lugar nenhum, os alunos deixavam de prestar aten-ção em outros fatores preponderantes da vida. Esta é uma metá-fora que nos aponta o alto preço que contabilizamos todos os dias,para manter a dor, a bronca e o ressentimento. É a narrativa que,com exatidão, ilustra o preço que se paga por manter o coraçãoaprisionado à ira e a mente aguilhoada à raiva. Quando valoriza-mos as promessas não cumpridas, os prejuízos sofridos, as crisesrelacionais não resolvidas, as expectativas não alcançadas, nossospensamentos são embaçados pelas densas nuvens que aumentam ocansaço.

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Jacó foi um homem que durante vinte longos anos carregouum destes “sacos de batatas”, mas encontrou no perdão o caminhopara a restauração.

I) RELAÇÃO PERDÃO & HUMILDADE – v. 3

Pense ainda na riqueza das promessas que a Palavra de Deustraz ao que anda pelo caminho da humildade:

É considerado por Deus – Sl 138:6È ouvido por Deus – Sl 9:12Goza da presença de Deus – Is 57:15É livrado por Deus – Jó 22:29É exaltado por Deus – Lc 14:11É maior no Reino de Cristo – Mt 18:4Recebe mais graça – Pv 3:34É mantido em honra – Pv 18:12

II) RELAÇÃO PERDÃO & MANIFESTAÇÃO – v.4

III) RELAÇÃO PERDÃO & RETRATAÇÃO – v. 10b

IV) RELAÇÃO PERDÃO & RESTITUIÇÃO – vv. 9-11

V) RELAÇÃO PERDÃO & PRUDÊNCIA – vv. 15-17

VI) RELAÇÃO PERDÃO & LIBERTAÇÃO – vv. 18-20

A) Jacó prosperou com liberdade, sem precisar usurpar – vv.18-19

B) Jacó adorou com liberdade, sem sentimento de culpa –v. 20

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CONCLUSÃO

Aquele que se recusa a perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele

mesmo precisará passar para chegar ao céu. (George Herbert)

ILUSTRAÇÃO: O autor aos Hebreus alerta que a amarguracontamina de forma sutil, estratégica, astuta e sintomática: “...

nem haja alguma raiz de amargura que brotando, vos perturbe, e, por

meio dela, muitos sejam contaminados.” (Hb 12:15) Dizem os botâni-cos que muitas espécies de árvores aprofundam as raízes em taldimensão que sua profundidade iguala-se à altura da planta. Istopode ser aplicado integralmente à vida daquele que abrigou res-sentimentos nos porões da alma.

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