sermão de santo antónio aos peixes, resumo

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Capitulo 3, 4 e 5

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Sermo de Santo Antnio aos Peixes

III Captulo

Identificao do Peixe

Virtude(s) do peixe

Analogia em Santo Antnio

Crtica aos homens

Peixe de Tobias

Cura a cegueira e afasta os demnios

Conseguia fazer com que os homens vissem que estavam errados e que deixassem de fazer os pecados

Os homens perseguiam S. Antnio, pois no queriam ouvir as repreenses

Rmora

muito pequena, relativamente ao seu tamanho, mas tem uma fora enorme, assim como o seu poder e capacidade de se agarrar aos lemes de naus

A Lngua de Santo Antnio era a rmora da Terra capaz de combater as paixes humanas (soberba, cobia, Vingana e Sensualidade) para os homens no carem em desgraa.

Este queria combater os pecados cometidos pelo homem e evitar a desgraa

Os homens deixam-se levar pelas paixes humanas sem pensarem com a razo

Torpedo

Produz descarga eltrica que faz tremer o brao do pescador

O pregador gostava de fazer tremer os homens, ou seja, que provocasse o arrependimento e a converso, tal como Santo Antnio

Critica os homens, os pescadores, que representam aqueles que se aproveitam do poder que tm para satisfazer a sua ganncia sem qualquer arrependimento sem que lhes trema a mo e o brao

Quatro-Olhos

Tem quatro-olhos, apesar de ser pequeno, que lhe permite proteger dos inimigos do ar e do mar

S. Antnio ensina os homens que devem lembrar-se sempre, que existe Cu e Inferno, e o seu comportamento deve ser guiado tendo em conta esse aspeto

Critica os homens que vivem na cegueira e que no querem ver, que no querem evitar o pecado

1P - At este captulo, o pregador falou das virtudes em geral. A partir deste captulo, fala das virtudes em particular.

Em primeiro lugar, vai pronunciar-se sobre o Peixe Tobias. Ia Tobias caminhando com o Anjo S. Rafael, quando avana um grande Peixe que o queria comer. Tobias assustou-se com o peixe, mas o anjo aconselhou-o a no matar o peixe, mas a captur-lo e guard-lo devido s suas virtudes: fel (entranhas) para curar a cegueira e o corao para expulsar o demnio de casa de Sara. Desta forma, Tobias curou a cegueira do pai e afugentou o demnio Asmodeu que tinha morto sete maridos de Sara, queimando o corao, casando com Sara. De seguida compara as virtudes do peixe com Santo Antnio.

2P Neste pargrafo, o pregador refere que Santo Antnio queria que os hereges se convertessem verdadeira doutrina (cristos), ou seja, o peixe abriu a boca para comer Tobias, mas S. Antnio abriu a boca para pregar a Doutrina (comparao de S. Antnio com o peixe, pois este detm as caratersticas do peixe). Assim como Tobias teve medo do peixe tambm os homens tiveram medo de S. Antnio, que queria apenas livr-los do demnio. Os homens tinham medo de S. Antnio, porque no queriam ouvir os defeitos, a verdade. Se os homens ouvissem, se dessem oportunidade a S. Antnio, percebiam que s os queria salvar. Este queria alumiar e curar a cegueira do homem: cegueira de no quererem ouvir, pois os homens so cegos, no se corrigem, no ouvem e S. Antnio quer alumiar, mas os homens atacam-no e tambm queria lanar os demnios fora de casa: os pecados, ou seja, entidades que levam as pessoas tentao, morte, como o Asmodeu a Sara.

3P O pregador admirasse porque os homens perseguem quem os quer ajudar. H um repetio da palavra abri, pois necessrio abrir a alma, os olhos e prestar ateno (entranhas) e ver a bondade de Santo Antnio (corao).

4P O pregador vai falar sobre os peixes da Histria Natural (peixes reais). O segundo peixe a Rmora. A Rmora impede que a nau siga o seu caminho, atravs da fora, pois este peixe muito pequeno, mas com grande poder, que segura a nau. De seguida faz uma referncia aos homens, expressando um sentimento de tristeza, desnimo, por ver que a Terra est cheia de corrupo, desejando que houvesse uma Rmora na Terra, que evitasse as consequncias graves da corrupo e imoralidade na Terra, mas no h Rmora.

5P A nica Rmora que houve na Terra foi a lngua de S. Antnio, uma vez que este queria combater os pecados cometidos pelo homem e evitar a desgraa. A lngua tem a funo de comandar (leme da nau) e travar (freio do cavalo). O nosso leme a nossa capacidade de decidir e so decididas a partir da vontade (razo); a tomada de decises conduzida pelo piloto e pela vontade, e no pelos instintos. A razo guia a vontade humana. Se a Rmora guia o leme, tambm a lngua de S. Antnio guia a vontade.

O nome das naus so os pecados dos homens (defeitos), alguns dos sete pecados mortais. Em cada nau, refere os perigos para quem embarcasse nestas naus caso S. Antnio no interviesse. H o uso das simetrias (quantos, se), uma vez que as ideias mais rapidamente na cabea do recetor.

Nau Soberba representa a ambio, o querer sempre mais. Consequncia: desfazer nos baixios (desgraa)

Nau Vingana representa a existncia de guerra. Consequncia: destruio

Nau Cobia representa aqueles que querem ter o que dos outros. Consequncia: piratas que os podiam assaltar

Nau Sensualidade representa as pessoas que se deixam iludir pela beleza e que no veem a realidade, podendo levar perdio. Consequncia: levam ausncia da razo, logo iriam naufragar, devido a rochedos ou remoinhos.

6P Como S. Antnio morreu, h muitos naufrgios (perdio do homem).

7P - O pregador admira o Torpedo e inveja o peixe, pois gostava de ter a sua qualidade (produzir descarga eltrica que faz tremer o brao do pescador). Este peixe pequeno, mas fez tremer o brao do pescador com um choque.

8P - O pregador tem inveja de no poder fazer o mesmo. Critica os homens por pescarem (pecarem) tanto e tremer to pouco (adquirir conscincia de que se est mal).

9P Na terra h mais modos de pecar, referindo vrios utenslios para obter algo, dos que tm menos poder, aos que tm mais poder. Os homens pecam muito e no se arrependem, o que significa que no mudam de atitude.

10P A palavra de Santo Antnio era grande, pois fez com que os pescadores se convertessem (arrependeram-se). H uma repetio do verbo tremer para intensificar o arrependimento dos homens, ou seja, anfora intensifica ainda mais a ideia.

11P Faz referncia a um peixezinho chamado quatro-olhos, evidenciando a sua virtude, que era ter quatro-olhos, apesar de ser pequeno. Assim tinha capacidade de se resguardar dos inimigos do ar e do mar. Este peixe era privilegiado.

12P Mostra a sua admirao, perante a atitude de Deus, pois um peixezinho to pequeno tem quatro-olhos e h muitas pessoas que so cegas h muito tempo.

13P Explica a existncia de quatro-olhos naquele peixe: dois virados para cima para verem as aves e dois virados para baixo para verem os peixes, ambos seus inimigos.

14P Considera que Deus fez uma boa escolha ao atribuir-lhe quatro-olhos, pois foi feito um bom uso, uma vez que os peixes se conseguiam proteger. Enquanto que os homens, mesmo com dois, continuam cegos e corruptos.

O peixe explica-lhe que devia olhar para cima (para Deus e fazer o bem) e para baixo (Inferno, no fazer o mal). Ensina que no se devem esquecer de que existe Cu e inferno, pois mediante as suas aes, ou vo para o Cu (bem) ou para o Inferno (mal). D o exemplo de David que, para no pecar, pediu a Deus que lhe voltasse os olhos de modo a ver apenas o Cu ou o Inferno, e isto foi o que o peixe pregou a Vieira.

15P Os peixes ajudam os homens a irem para o cu, convertendo-os, e so valorizados por Deus. Acaba de louvar os peixes e diz que so superiores, j que na quaresma enquanto no se pode comer aves, nem animais terrestres, os peixes so o nico animal que sustentam as famlias e sustentaram Cristo. Pode-se comer peixe todos os dias, ao contrrio da carne e deram um lugar no signo. Existe peixe dos ricos e peixe dos pobres.

16P Deus deu a bno aos peixes, pois eles servem de alimento aos pobres, como a sardinha que existe em grande quantidade, ao contrrio dos solhos e salmes.

Captulo IV

A partir da linha 180, o pregador critica os homens do Maranho, por tambm serem ignorantes. Os colonos chegavam ao Brasil com uns trapos fora de moda, que j no valiam nada, e os queriam tudo e endividavam-se, tendo que trabalhar a vida toda para os pagar. Assim perdem a vida por trabalharem demais. Logo, o pregador critica os homens por serem escravos da sua prpria vaidade, por quererem andar bem vestidos, e pela facilidade com que estes se deixam enganar. No penltimo pargrafo evidente a explorao dos ndios.

Conclui, afirmando que os peixes/ homens so muito ignorantes, apresentando de seguida o exemplo de Santo Antnio, que nunca se deixou enganar pela vaidade, fazendo-se de pobre e desta forma, levou muitos para a salvao.

Captulo V

Organizao do captulo: faz referncia aos peixes e depois aos homens. Por ltimo refere conselhos (advertncia).

O pregador vai fazer a repreenso dos vcios em particular.

Roncadores

Os roncadores simbolizam os arrogantes, os que gostam de se exibir e gabar, mas so os primeiros a fraquejar (arrogncia, soberba e orgulho dos homens). O pregador fica irritado, pois no percebe porque fazem tanto barulho, no tm razo. Estes peixes fazem barulho, pois uma forma de se exibicionarem em relao aos outro, ou seja, tm muita lngua e so facilmente pescados, enquanto que os peixes grandes no roncam. Exemplo disto S. Pedro, que prometeu nunca negar a Jesus, dizendo-lhe que o protegia e que o seguia, mas quando este foi preso, houve uma mulher que o reconheceu e lhe disse que este era amigo de Jesus, mas Pedro negou-o. Desta forma, pode-se concluir que S. Pedro falhou ao 1 obstculo. De seguida, d uma chamada de ateno para mostrar aos peixes que os roncadores, tal como Pedro, tm muito garganta e na hora do aperto so os primeiros a saltar, ou seja, no fazem nada do que dizem.

Compara a Baleia ao Gigante Golias, pois este considerava-se imbatvel e superior, era vaidoso, e arrogante e foi derrotado por algum com menos capacidade, por um simples pastor. Desta forma, pose-se concluir que nem sempre os que se mais gabam, so os mais fortes.

O pregador d um conselho aos roncadores: para imitarem Santo Antnio, que era honesto e humilde, uma vez que possua saber e poder e no se gabava. O que torna os homens roncadores o poder e o saber, tal como Caifs e Pilatos.

Pegadores

Os pegadores so pequenos e agarram-se aos maiores para comerem os restos que deles sobram. Os pegadores simbolizam o parasitismo, pois estes vivem custa dos grandes, e quando estes morrem, eles tambm, por estarem dependentes. O pregador compara este peixe aos homens, referindo que atrs do vice-rei, vai a comitiva, que tem de sustentar, mas tal como os pegadores do mar, se o vice-rei morre, a comitiva tambm morre. O mesmo acontece com Herodes, pois quando este morreu, a sua famlia tambm morreu, assim como aqueles que o seguiam, tal como o tubaro, quando morrem os pegadores com ele.

O pregador critica estes peixes, por escolherem um modo de vida enganoso uma vez que iro morrer sem culpa nenhuma, tornando-os miserveis e ignorantes. Refere Santo Antnio como exemplo a seguir, pois este pegou-se com Cristo a Deus e tornou-se imortal.

Termina avisando-os para no se pegarem demasiado, para se despegarem a tempo, para no morrerem pela boca alheia. Refere-se novamente aos homens, atravs de Ado e Eva, pois pagamos com o erro deles. Ado e Eva viviam no paraso, com paz e tudo o que queriam, sem maldade e dor. A partir do momento em que comeram a ma, vivemos na realidade, de uma forma menos inocente.

Voadores

Os voadores queriam ser aves, queriam voar, por se acharem melhor do que os outros. Estes simbolizam a ambio, presuno, vaidade, querem mais do que aquilo que permitido. Como consequncia da sua ambio, morrem como aves e como peixes, porque queriam pertencer aos dois elementos e corriam os riscos das aves e dos peixes.

Os exemplos de voadores eram Simo Mago e caro. D o exemplo de Simo Mago para confirmar as suas afirmaes. Este fingiu ser filho de Deus e disse a toda a Roma que ia subir ao cu. Mas Deus castigou-o, e o castigo tinha de ser exemplar, deixando-o cair. Assim perdeu o que tinha e o que no tinha, partindo os ps e as asas. Avisa os peixes para que no queiram conquistar o elemento que no lhes pertence uma vez que o castigo severo. D tambm o exemplo de caro, porque este para sair do labirinto tinha de construir umas asas de cera. Este foi ambicioso e no quis o suficiente para sair do labirinto e foi castigado.

Desta forma, os voadores devem seguir o exemplo de Santo Antnio, que apesar de ter tanta sabedoria, no quis chegar mais alm e ficou sempre com o povo.

Polvo

O polvo finge-se ser inofensivo e apresenta um ar de santo, para depois enganar os outros peixes e tirar-lhes tudo o que pode, incluindo a prpria vida, ou seja, finge ser o que no .

A capacidade de o polvo se camuflar representa a traio. Este confunde-se com o ambiente em que est inserido, e seguidamente os peixes, inocentes da traio, e distrados, vo passando e o polvo, com os seus tentculos, salta-lhes para cima, fazendo-os de prisioneiros, para lhes tirar a vida. Aqueles que tm uma aparncia inocente so os mais hipcritas, os mais traidores. Recorre ao exemplo de Judas para provar o que diz. Este fingiu ser amigo de Cristo e depois traiu-o, ao fazer sinal ao povo para o prenderem. Assim, semelhana do polvo, Judas tambm traidor. Mas Judas, apenas abraou Cristo, outros o prenderam, o polvo abraa e prende. Judas executou a traio s claras, o polvo executou-a s escuras, roubando a luz para que os outros peixes no vejam as suas cores. Desta forma, Judas menos traidor do que o polvo.

Vieira interroga-se como que num elemento to puro e cristalino como a gua, pode existir um peixe to hipcrita. A gua pura, clara e cristalina., o polvo muda de cor. A gua no esconde nada, ao contrrio do polvo, eu se esconde, confundindo-se com o ambiente onde est inserido, enganando e traindo os peixes. Na Terra tambm h defeitos como no mar. Santo Antnio novamente m exemplo a seguir, porque nunca foi traidor.

Termina as repreenses e os louvores dos peixes e aconselha os ouvintes para no se apoderarem dos bens dos nufragos, uma vez que ficam excomungados e malditos. Assim no iriam para o Cu e acabariam por morrer primeiro do que os outros. D o exemplo do S. Pedro que teria de pescar um peixe, onde encontrar uma moeda e o primeiro peixe tinha uma moeda, por isso foi pescado e morreu primeiro do que os outros.