seringueiras do iac produzem mais

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Diário Oficial Poder Executivo - Seção I quarta-feira, 15 de abril de 2015 São Paulo, 125 (70) III Seringueiras do IAC produzem mais Novas variedades desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas garantem ao Estado a posição de maior produtor de látex do País Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mantém um centro avança- do de desenvolvimento de novas variedades de seringueiras em Votuporanga, região de Ribeirão Preto, com cerca de 30 mil árvores plantadas em área de 60 hectares (ha), para experimentos científicos de melhoria na produção do látex, a borracha natural. Essas variedades têm garantido ao Estado de São Paulo posição de liderança na produção de borracha natural no País, usando variedades de seringueiras do IAC. De acordo com números da instituição, São Paulo produziu no ano passado 97.976 toneladas de látex. A seguir, vieram Mato Grosso, com 44.263 toneladas, e Bahia, com 23.338 toneladas. O res- tante da produção foi dividido entre as demais unidades da Federação. A produção total do Brasil foi de apro- ximadamente 184 mil toneladas. O trabalho do IAC inclui parcerias esta- belecidas nos últimos anos com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, Uni camp e também o grupo francês Cirad (que se dedica a trabalhos com materiais vegetais e produtos veterinários). Em março, essas entidades participaram de encontro em Votuporanga, onde seus técni- cos representantes conheceram as varieda- des saídas dos laboratórios e viveiros do IAC, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Menos tempo – As parcerias refe- rem-se, principalmente, à melhoria genéti- ca da planta. O pesquisador do IAC, Paulo Gonçalves, explica que o estudo de biolo- gia molecular, com essas entidades, tendo a Unicamp à frente, visa à obtenção de árvores que gerem o látex no menor tempo possível – entre cinco anos e seis anos após o plantio. “As variedades tradicionais são produtivas a partir do sétimo ano.” Esses trabalhos conjuntos propicia- ram nas últimas três décadas que o insti- tuto desenvolvesse 31 clones (variedades) de seringueira. Do total, aproximadamen- te duas dezenas estão plantadas em pro- priedades paulistas produzindo borracha e também nos viveiros que fornecem mudas para os proprietários de seringais. Clones – Gonçalves informa que a fa- mília IAC-500, por exemplo, é a mais produ- tiva. “Cada indivíduo dessa série, composta por quatro clones, gera cerca de 2 mil quilos por hectare por ano”, assegura. Ele explica que este número da espécie IAC 500 é bem supe- rior à variedade RRIM 600, vinda da Malásia, a mais utilizada nos seringais paulistas, que produz 1,25 mil quilos por hectare por ano. O clone malaio foi introduzido no Estado nos anos 1950, também pelo IAC, mas agora a ten- dência é que seja substituído por novas varie- dades. O RRIM 600 demora sete anos para dar látex pela primeira vez, enquanto os da série IAC fazem isto com um ano a menos. Dados do IAC indicam que São Paulo tem os seringais mais rentáveis do mundo, com produtividade superior a 1,3 mil quilos de borracha por hectare por ano, ante os 1,1 mil kg/ha da Tailândia, mil kg/ha da Malásia, e 800 kg/ha da Indonésia – países asiáticos com grandes extensões de árvores plantadas. Alto potencial – A competência paulista na produção de látex tem como base a pesquisa do IAC, que estuda o melhora- mento genético, manejo, tratos culturais e adubação e nutrição de seringueiras. O prin- cipal objetivo é obter clones adaptados às diferentes condições climáticas do Estado e que apresentem características de alto poten- cial de produção e vigor saudável. Gonçalves informa que, em função dos trabalhos de pesquisa, São Paulo tem apro- ximadamente 100 mil hectares comerciais plantados com seringueira, totalizando 3 mil produtores. Do total dos seringais, 95% são plantados com materiais desenvolvidos ou selecionados pelo IAC, ao longo dos anos. Otávio Nunes Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial Assessoria de Imprensa do IAC Detran-SP fecha no feriado de Tiradentes Em virtude do feriado nacional de Tiradentes (21), todas as unidades do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) estarão fecha- das nos dias 20 e 21. Também estarão indisponíveis nos dois dias os serviços de trânsito nos postos Poupatempo em todo o Estado e o atendimento pelo Disque Detran-SP. No dia 22, o atendi- mento volta ao normal. Mais informa- ções em www.detran.sp.gov.br, ou ligue para o Disque Detran-SP. Na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, o número é 3322-3333. Nas demais locali- dades, 0300-101-3333. Poupatempo de São Carlos esclarece sobre IR O Poupatempo de São Carlos está oferecendo durante este mês um serviço de plantão de dúvidas sobre declaração e ajustes do Imposto de Renda (IR). O atendimento é feito por ordem de chegada. Os esclareci- mento são dados por alunos do curso de ciências do Centro Universitário Unicep. A ação ocorre de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas e, aos sábados, das 9 às 13 horas. O Pou- patempo São Carlos localiza-se na Rua Roberto Simonsen, 51 – Vila Pelicano. Site da NFP informa premiados do 77º sorteio Consumidor inscrito nos sorteios da Nota Fiscal Paulista (NFP) pode consul- tar no site do programa se foi premiado na 77ª extração, relativa ao mês de abril. Concorreram 10.166.191 usuários que fizeram compras em dezembro e solici- taram a inclusão do CPF ou do CNPJ no documento fiscal. Além dos três maiores valores pagos (R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20 mil), o sorteio distribuiu mais 300 prê- mios de R$ 1.000; mil de R$ 250; 15 mil de R$ 50; 76.303 de R$ 20; e 1.407.394 de R$ 10. No total foram distribuídos R$ 17 milhões. Mais informações em www.nfp.fazenda.sp.gov.br/sorteio. Pré-Iniciação Científica na USP A USP recebe, até o dia 30, inscri- ções para o programa de Pré-Iniciação Científica, pelo qual estudantes do ensino médio e profissionais da rede pública podem participar de atividades dos laboratórios e de grupos de pesqui- sa da universidade. O objetivo é incen- tivar o interesse pela investigação cien- tífica. A inscrição deve ser feita em www.usp.br pelo docente responsável pela orientação do projeto. É necessá- rio registrar um plano de trabalho de no máximo 3 mil caracteres. Os orientadores devem ser docen- tes da USP, possuir, no mínimo, título de doutor, e demonstrar experiência em atividades de pesquisa. Para o bolsista, os principais prerrequisitos são: estar regularmente matriculado (durante a vigência da bolsa) no ensino médio ou profissional de escola pública e não estar cursando o último ano do ensino médio no momento da efetivação da bolsa, entre outras. Mais informações em http://www.fo.usp.br/wp-content/ uploads/Programa-de-Pre-Inicia%C3% A7%C3%A3o-Cient%C3%ADfica-Edital- 2015-2016.pdf. O De olho nas mudas A partir deste ano, produtores de mudas de seringueira terão de plantá-las em bancadas a 40 centímetros do solo, para evitar a contaminação por organis- mos da terra. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com a Unesp de Jaboticabal, realizou no fim de 2014 o cadastramento de viveiros em território paulista. Foram catalogados 213 estabeleci- mentos, com a liderança do município de General Salgado, na região de São José do Rio Preto, com 91 produtores de mudas de seringueira. Rio Preto e vizinhança concentram o maior número dessas plan- tas no Estado. O agrônomo da CDA de Barretos, Paulo Fernando de Brito, trabalhou no cadastra- mento e conhece bem a cultura do látex. Ele explica que, desde 1º de janeiro, o cultivo em bancada passou a ser obrigatório. “No entanto, as mudas desenvolvidas no solo, que ainda restam nos viveiros, podem ser vendidas até o fim do ano”, ressalva O agrônomo informa que o objetivo é aumentar a saúde e a produtividade da árvore adulta. Existem na terra organis- mos chamados nematoides que atacam a raiz, reduzindo a produção e até matando a planta, que, se for saudável, é capaz de gerar o látex por até 50 anos. Pesquisa da CDA com sua parceira Unesp/Jabotical detectou que 70% das mudas no Estado estavam contaminadas com o nematoide. As amostras foram colhi- das em 78 viveiros – a maioria da região de Rio Preto. Brito acredita que o novo proces- so de criação das mudas vai reduzir a inci- dência da praga a níveis toleráveis. FOTOS: PAULO GONÇALVES IAC-500 gera até 2 mil kg de látex por ha/ano No centro avançado do IAC, região de Ribeirão Preto, há 30 mil árvores plantadas para experimentos de melhoria da produção do látex

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Page 1: Seringueiras do iac produzem mais

Diário Ofi cial Poder Executivo - Seção Iquarta-feira, 15 de abril de 2015 São Paulo, 125 (70) – III

Seringueiras do IAC produzem mais

Novas variedades desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas garantem ao Estado a posição de maior produtor de látex do País

Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mantém um centro avança-do de desenvolvimento de novas variedades de seringueiras em Votuporanga, região de Ribeirão Preto, com cerca de 30 mil árvores plantadas em área de 60 hectares (ha), para experimentos científicos de melhoria na produção do látex, a borracha natural.

Essas variedades têm garantido ao Estado de São Paulo posição de liderança na produção de borracha natural no País, usando variedades de seringueiras do IAC. De acordo com números da instituição, São Paulo produziu no ano passado 97.976 toneladas de látex. A seguir, vieram Mato Grosso, com 44.263 toneladas, e Bahia, com 23.338 to neladas. O res-tante da produção foi dividido entre as demais unidades da Federação. A produção total do Brasil foi de apro-ximadamente 184 mil toneladas.

O trabalho do IAC inclui parcerias esta-belecidas nos últimos anos com a Escola Superior de Agri cultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, Uni camp e também o grupo francês Cirad (que se dedica a trabalhos com materiais vegetais e produtos veterinários). Em março, essas entidades participaram de encontro em Votuporanga, onde seus técni-cos representantes conheceram as varieda-des saídas dos laboratórios e viveiros do IAC, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

Menos tempo – As parcerias refe-rem-se, principalmente, à melhoria genéti-ca da planta. O pesquisador do IAC, Paulo Gonçalves, explica que o estudo de biolo-

gia molecular, com essas entidades, tendo a Unicamp à frente, visa à obtenção de árvores que gerem o látex no menor tempo possível – entre cinco anos e seis anos após o plantio. “As variedades tradicionais são produtivas a partir do sétimo ano.”

Esses trabalhos conjuntos propicia-ram nas últimas três décadas que o insti-tuto desenvolvesse 31 clones (variedades) de seringueira. Do total, aproximadamen-te duas dezenas estão plantadas em pro-priedades paulistas produzindo borracha e também nos viveiros que fornecem mudas para os proprietários de seringais.

Clones – Gonçalves informa que a fa -mí lia IAC-500, por exemplo, é a mais produ-tiva. “Cada indivíduo dessa série, composta por quatro clones, gera cerca de 2 mil quilos por hectare por ano”, assegura. Ele explica que este número da espécie IAC 500 é bem supe-rior à variedade RRIM 600, vinda da Malásia, a mais utilizada nos seringais paulistas, que produz 1,25 mil quilos por hectare por ano. O clone malaio foi introduzido no Estado nos anos 1950, também pelo IAC, mas agora a ten-dência é que seja substituído por novas varie-dades. O RRIM 600 demora sete anos para dar látex pela primeira vez, enquanto os da série IAC fazem isto com um ano a menos.

Dados do IAC indicam que São Paulo tem os seringais mais rentáveis do mundo, com produtividade superior a 1,3 mil quilos de borracha por hectare por ano, ante os 1,1 mil kg/ha da Tailândia, mil kg/ha da Malásia, e 800 kg/ha da Indonésia – países asiáticos com grandes extensões de árvores plantadas.

Alto potencial – A competência paulista na produção de látex tem como base a pesquisa do IAC, que estuda o melhora-mento genético, manejo, tratos culturais e adubação e nutrição de seringueiras. O prin-cipal objetivo é obter clones adaptados às diferentes condições climáticas do Estado e que apresentem características de alto poten-cial de produção e vigor saudável.

Gonçalves informa que, em função dos trabalhos de pesquisa, São Paulo tem apro-ximadamente 100 mil hectares comerciais plantados com seringueira, totalizando 3 mil produtores. Do total dos seringais, 95% são plantados com materiais desenvolvidos ou selecionados pelo IAC, ao longo dos anos.

Otávio Nunes

Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Assessoria de Imprensa do IAC

Detran-SP fecha no feriado de Tiradentes

Em virtude do feriado nacional de Tiradentes (21), todas as unidades do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) estarão fecha-das nos dias 20 e 21. Também estarão indisponíveis nos dois dias os serviços de trânsito nos postos Poupatempo em todo o Estado e o atendimento pelo Disque Detran-SP. No dia 22, o atendi-mento volta ao normal. Mais informa-ções em www.detran.sp.gov.br, ou ligue para o Disque Detran-SP. Na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, o número é 3322-3333. Nas demais locali-dades, 0300-101-3333.

Poupatempo de São Carlosesclarece sobre IR

O Poupatempo de São Carlos está oferecendo durante este mês um serviço de plantão de dúvidas sobre declaração e ajustes do Imposto de Renda (IR). O atendimento é feito por ordem de chegada. Os esclareci-mento são dados por alunos do curso de ciências do Centro Universitário Unicep. A ação ocorre de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas e, aos sábados, das 9 às 13 horas. O Pou-patempo São Carlos localiza-se na Rua Roberto Simonsen, 51 – Vila Pelicano.

Site da NFP informapremiados do 77º sorteio

Consumidor inscrito nos sorteios da Nota Fiscal Paulista (NFP) pode consul-tar no site do programa se foi premiado na 77ª extração, relativa ao mês de abril. Concorreram 10.166.191 usuários que fizeram compras em dezembro e solici-taram a inclusão do CPF ou do CNPJ no documento fiscal.

Além dos três maiores valores pagos (R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20 mil), o sorteio distribuiu mais 300 prê-mios de R$ 1.000; mil de R$ 250; 15 mil de R$ 50; 76.303 de R$ 20; e 1.407.394 de R$ 10. No total foram distribuídos R$ 17 milhões. Mais informações em www.nfp.fazenda.sp.gov.br/sorteio.

Pré-Iniciação Científica na USP

A USP recebe, até o dia 30, inscri-ções para o programa de Pré-Iniciação Científica, pelo qual estudantes do ensino médio e profissionais da rede pública podem participar de atividades dos laboratórios e de grupos de pesqui-sa da universidade. O objetivo é incen-tivar o interesse pela investigação cien-tífica. A inscrição deve ser feita em www.usp.br pelo docente responsável pela orientação do projeto. É necessá-rio registrar um plano de trabalho de no máximo 3 mil caracteres.

Os orientadores devem ser docen-tes da USP, possuir, no mínimo, título de doutor, e demonstrar experiência em atividades de pesquisa. Para o bolsista, os principais prerrequisitos são: estar regularmente matriculado (durante a vigência da bolsa) no ensino médio ou profissional de escola pública e não estar cursando o último ano do ensino médio no momento da efetivação da bolsa, entre outras. Mais informações em http://www.fo.usp.br/wp-content/uploads/Programa-de-Pre-Inicia%C3% A7%C3%A3o-Cient%C3%ADfica-Edital- 2015-2016.pdf.

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De olho nas mudasA partir deste ano, produtores de

mudas de seringueira terão de plantá-las em bancadas a 40 centímetros do solo, para evitar a contaminação por organis-mos da terra. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com a Unesp de Jaboticabal, realizou no fim de 2014 o cadastramento de viveiros em território paulista.

Foram catalogados 213 estabeleci-mentos, com a liderança do município de General Salgado, na região de São José do Rio Preto, com 91 produtores de mudas de seringueira. Rio Preto e vizinhança concentram o maior número dessas plan-tas no Estado.

O agrônomo da CDA de Barretos, Paulo Fernando de Brito, trabalhou no cadastra-mento e conhece bem a cultura do látex. Ele

explica que, desde 1º de janeiro, o cultivo em bancada passou a ser obrigatório. “No entanto, as mudas desenvolvidas no solo, que ainda restam nos viveiros, podem ser vendidas até o fim do ano”, ressalva

O agrônomo informa que o objetivo é aumentar a saúde e a produtividade da árvore adulta. Existem na terra organis-mos chamados nematoides que atacam a raiz, reduzindo a produção e até matando a planta, que, se for saudável, é capaz de gerar o látex por até 50 anos.

Pesquisa da CDA com sua parceira Unesp/Jabotical detectou que 70% das mudas no Estado estavam contaminadas com o nematoide. As amostras foram colhi-das em 78 viveiros – a maioria da região de Rio Preto. Brito acredita que o novo proces-so de criação das mudas vai reduzir a inci-dência da praga a níveis toleráveis.

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IAC-500 gera até 2 mil kg de látex por ha/ano

No centro avançado do IAC, região de Ribeirão Preto, há 30 mil árvores plantadas para experimentos de melhoria da produção do látex