sÉrie metodologia senai de educaÇÃo … · segundo a metodologia senai de educação...

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SÉRIE METODOLOGIA SENAI DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência

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SÉRIE METODOLOGIA SENAI DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICAGuia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente

Diretoria de Educação e Tecnologia – DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa MoreiraDiretor Adjunto de Educação e Tecnologia

Serviço Social da Indústria – SESIGilberto CarvalhoPresidente do Conselho Nacional

SESI – Departamento NacionalRobson Braga de AndradeDiretor

Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor-Superintendente

Marcos Tadeu de SiqueiraDiretor de Operações

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAIRobson Braga de AndradePresidente do Conselho Nacional

SENAI – Departamento NacionalRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor-Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa MoreiraDiretor Adjunto

Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operações

Instituto Euvaldo Lodi – IELRobson Braga de AndradePresidente do Conselho Superior

IEL – Núcleo CentralPaulo Afonso FerreiraDiretor-Geral

Paulo Mól JúniorSuperintendente

Brasília, 2016

SÉRIE METODOLOGIA SENAI DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICAGuia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência

© 2016. SENAI – Departamento NacionalQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SENAI/DNUnidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

FICHA CATALOGRÁFICA

S491g

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.Guia de avaliação e certificação educacional adequado para pessoa com

deficiência / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Adriana Barufaldi. Brasília : SENAI, 2016.

56 p. il. (Série Metodologia SENAI de educação profissional e tecnológica)

1. Avaliação e Certificação 2. Educação I. Título

CDU: 37.014.5

SENAIServiço Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Nacional SedeSetor Bancário NorteQuadra 1 – Bloco CEdifício Roberto Simonsen70040-903 – Brasília-DFTel.: (61) 3317-9000Fax: (61) 3317-9994http://www.portaldaindustria.com.br/senai/

Serviço de Atendimento ao Cliente – SACTels.: (61) 3317-9989 / [email protected]

Tolerar a existência do outro, e permitir que ele seja diferente, ainda é

muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma

relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro.

Deveríamos criar uma relação entre as pessoas, da qual estivessem

excluídas a tolerância e a intolerância.

José Saramago

> LISTA DE SIGLAS

AEE – Atendimento Educacional Especializado

CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

CIF – Código Internacional de Funcionalidade

CEB – Câmara de Educação Básica

CNE – Conselho Nacional de Educação

DI – Deficiência Intelectual

DN – Departamento Nacional

DR – Departamento Regional

GAL – Grupo de Apoio Local

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC – Ministério da Educação

PCD – Pessoa com Deficiência

PSAI – Programa SENAI de Ações Inclusivas

SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

UC – Unidade de Competência

> SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................13

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................15

2 MARCO LEGAL DA AVALIAÇÃO ...........................................................................................17

2.1 COMPETÊNCIA PROFISSIONAL .................................................................................................................17

2.2 ACESSIBILIDADE ..........................................................................................................................................17

2.3 APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO .....................................................................................................17

2.4 AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA ................................................................................................................... 18

2.5 DILATAÇÃO DO TEMPO ............................................................................................................................. 18

2.6 SINGULARIDADE LINGUÍSTICA ............................................................................................................... 18

2.7 ADAPTAÇÕES RAZOÁVEIS ........................................................................................................................ 19

2.8 AVALIAÇÃO PROCESSUAL ........................................................................................................................20

3 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO ............................................................................... 21

3.1 FLUXO DA AVALIAÇÃO ................................................................................................................................22

3.2 INSTRUMENTOS DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................23

4 MARCO LEGAL DA CERTIFICAÇÃO ....................................................................................27

5 DOS DIPLOMAS E CERTIFICADOS DA PCD .......................................................................31

6 FLUXO DA CERTIFICAÇÃO/DIPLOMAÇÃO PARA PCD ..................................................33

6.1 FLUXO DA FORMAÇÃO ...............................................................................................................................34

6.2 FLUXO DA CERTIFICAÇÃO .........................................................................................................................34

7 PROCEDIMENTOS NO SGE .................................................................................................. 37

7.1 MATRÍCULA ...................................................................................................................................................37

7.2 RENDIMENTO ESCOLAR ...........................................................................................................................37

7.3 CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS .......................................................................................................38

8 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PARECERES DE AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO .......................................................................................39

9 PERGUNTAS E RESPOSTAS ................................................................................................ 41

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................45

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................47

ANEXO A – SUGESTÃO DE MODELOS DE PARECER PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO – DRs ..................................................51

A educação inclusiva preconiza um ensino em que aprender não é um

ato linear, contínuo, mas fruto de uma rede de relações que vai sendo

tecida pelos aprendizes, em ambientes escolares que não discriminam,

que não rotulam e que oferecem chances de sucesso para todos,

dentro dos interesses, habilidades e possibilidades de cada um.

Por isso, quando apenas avaliamos o produto e desconsideramos o

processo vivido pelos alunos para chegar ao resultado final realizamos

um corte totalmente artificial no processo de aprendizagem

Maria Teresa Montoan

13SENAI

> APRESENTAÇÃO

O objetivo deste Guia de Operacionalização da Avaliação e Certificação Educacional

é disponibilizar, à equipe pedagógica e aos docentes, uma ferramenta que apoie e oriente o

passo a passo quanto aos procedimentos de avaliação e de certificação dos estudantes com

deficiência no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

O público-alvo deste documento são docentes e equipe técnica/pedagógica dos

Departamentos Regionais (DRs) e das Unidades Operacionais do SENAI, nos 27 DRs e no

Centro de Tecnologias da Indústria Química e Têxtil (CETIQT).

Nesse sentido, utilizaremos, como apoio, o Decreto nº 6.949/2009, a Lei nº 13.146/2015,

que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa

com Deficiência), e a Metodologia SENAI de Educação Profissional, entre outros documentos

empregados aqui como marco regulatório e orientador do processo de avaliação e de certificação,

que tem por função auxiliar a equipe pedagógica e os docentes em seu cotidiano, já que

certamente a avaliação/certificação, mais que uma exigência institucional, é uma

prática que contribui e contribuirá para configurar o ambiente educativo, cumprindo uma

função emancipadora, como parte fundamental da certificação do estudante e, aqui, neste caso,

em contextos da Educação Profissional que tenham um sentido real para o estudante e para o

mercado de trabalho.

Lembramos que nenhuma legislação será suficiente a tal ponto que garanta mudan-

ças e inovações no campo da Educação, se estas mudanças e inovações não partirem de um

desejo e de um esforço coletivos daqueles que fazem, cotidianamente, os processos aconte-

cerem na ponta – na escola e com o estudante, efetivamente.

15SENAI

1 INTRODUÇÃO

Está descrito na Diretriz 16 do documento “Diretrizes da Educação Profissional e

Tecnológica do SENAI” (SENAI, 2010), que “as escolas devem ser organizadas para o aten-

dimento às pessoas com necessidades especiais, de acordo com a legislação em vigor” e,

na Diretriz 6, que as “políticas e ações afirmativas de inclusão social e de atendimento à

diversidade devem ser estimuladas, implantadas e consolidadas na educação Profissional

e Tecnológica (Ibidem).

No documento “Competências e aperfeiçoamento da coordenação pedagógica do SENAI”

(SENAI, 2015), na Unidade de Competência (UC) 3, imputa ao coordenador pedagógico a compe-

tência de:

monitorar o processo educacional, visando à qualidade das ações formati-

vas nos diferentes níveis e modalidades de oferta da Unidade Operacional,

em conformidade com a legislação vigente e em consonância com as políticas e

diretrizes de educação do SENAI (SENAI, 2015, p. 16).

Portanto, todo e qualquer atendimento, independentemente da especificidade e da pecu-

liaridade do estudante, cabe ao coordenador. O meio de qualificar e de monitorar essa intenção,

também descrito no mesmo documento, no padrão de desempenho, está em: “verificando a

provisão e a adequação dos recursos didáticos previstos no planejamento dos cursos”

(SENAI, 2015, p. 16) e “readequando recursos didáticos, conforme planejamento” (Ibid., p. 17).

Portanto, passa a ser uma regra para todos os DRs, amparada pela legislação vigente, a adequação

como recurso de aprendizagem, currículo, avaliação e certificação.

Para tanto, é urgente e necessário reconstruir o sentido e o papel da avaliação (e certificação),

retomando seu real objetivo no cenário educacional.

A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do

professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas

de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem

diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos,

e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender.

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência16

Avaliar, então é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua comunidade,

sua família, seus sonhos...) é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender (FREIRE, 2001).

A função essencial da avaliação, dito por Luckesi (2002), é auxiliar o aluno a aprender e

o professor a ensinar, determinando também quanto e em que nível os objetivos estão sendo

atingidos e as capacidades estão sendo desenvolvidas. Essa é a função dos instrumentos e

dos procedimentos de avaliação adequados.

Prática de avaliação inovadora, para Hoffmann (1993), é aquela capaz de mobilizar as

capacidades desenvolvidas em forma de conhecimento tácito.

Portanto, somente cumpriremos nossa missão se fizermos a diferença na formação

profissional de cada um e de cada uma que passar por nossas salas de aula e laboratórios

levando consigo um certificado com a marca SENAI, que faça, realmente, diferença em sua

vida profissional e pessoal.

17SENAI

2.1 COMPETÊNCIA PROFISSIONALSegundo a Metodologia SENAI de Educação Profissional (SENAI, 2013), entende-se por

competência profissional a

mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes profissionais neces-

sários ao desempenho de atividades ou funções típicas, segundo padrões de

qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho (SENAI, 2013).

2.2 ACESSIBILIDADEArt. 42. [...]

§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à

Pessoa com Deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de

proteção dos direitos de propriedade intelectual (BRASIL, 2015).

Todo e qualquer material oferecido à Pessoa com Deficiência (PCD) deverá ser adequado,

respeitando-se a peculiaridade e a especificidade do aluno.

2.3 APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICONa inclusão do estudante com deficiência convém citar o que diz a Nota Técnica

MEC/SECADI/DPEE nº 04/2014, sobre apresentação de laudo médico no ato da matrícula:

não se pode considerar imprescindível a apresentação de laudo médico

(diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos globais

do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez que o

AEE caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico [...]. Por isso,

não se trata de documento obrigatório, mas, complementar, quando a escola

julgar necessário. O importante é que o direito das pessoas com deficiência à

educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico.

A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação,

2 MARCO LEGAL DA AVALIAÇÃO

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência18

para declará-lo, no Censo Escolar, público-alvo da Educação Especial e,

por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades educacionais,

denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino,

configurando-se em discriminação e cerceamento de direito (BRASIL, 2014a).

2.4 AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIAArt. 2º [...]

§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial,

realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: [...]

(BRASIL, 2015).

A realização da avaliação será por meio de equipe multidisciplinar e com apoio do

Grupo de Apoio Local (GAL). Sempre será emitido parecer, que será assinado por todos os

membros e anexado ao histórico escolar do aluno.

2.5 DILATAÇÃO DO TEMPO Garantir-se-á o princípio da temporalidade, nos casos previstos na Lei nº 13.146, de 6

de julho de 2015.

Art. 30. [...]

I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;

II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;

III – a limitação no desempenho de atividades;

IV – a restrição de participação.

V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com

deficiência, tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades

acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade; [...]

(BRASIL, 2015)

Também será aplicado o princípio da temporalidade sempre que avaliado pelo GAL e

indicada a pertinência, considerando as necessidades e a peculiaridade do estudante.

Também privilegiar, quando aplicável,

temporalidade flexível do ano letivo, para atender às necessidades educacio-

nais especiais de alunos com deficiência mental (intelectual) ou com graves

deficiências múltiplas, de forma que possam concluir em tempos maior o currí-

culo previsto (BRASIL, 2001b).

2.6 SINGULARIDADE LINGUÍSTICA Diz respeito a toda e qualquer forma de uma pessoa se expressar e demonstrar

compreensão por algo, de forma singular e diferenciada, seja ela qual for. Por exemplo,

19SENAI

garantia da transposição didática, sempre que a singularidade linguística não for compatí-

vel com o que está sendo oferecido como modalidade e que não reconhece a peculiaridade

e a especificidade da pessoa, seja na comunicação visual, seja na auditiva, seja na física,

seja na intelectual, seja na psicossocial ou em outras.

Art. 30. [...]

VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de

redação que considerem a singularidade linguística da Pessoa com Deficiência,

no domínio da modalidade escrita da Língua Portuguesa (BRASIL, 2015).

2.7 ADAPTAÇÕES RAZOÁVEISA avaliação do estudante com deficiência deverá reconhecer os pressupostos do

Decreto nº 6.949/2009, considerando que:

Art. 2. [...]

“Discriminação por motivo de deficiência” significa qualquer diferenciação,

exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de

impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igual-

dade de oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos humanos

e liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural,

civil ou qualquer outro. Abrange todas as formas de discriminação, inclusive a

recusa de adaptação razoável;

“Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes necessários e ade-

quados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos

em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar

ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os

direitos humanos e liberdades fundamentais; [...].

Art. 24. [...]

2. [...]

c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam

providenciadas;

d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do

sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;

e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes

que maximizem o desenvolvimento [...].

3. [...]

a) Facilitação do aprendizado do Braille, escrita alternativa, modos, meios e formatos

de comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de orientação e mobilidade,

além de facilitação do apoio e aconselhamento de pares;

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência20

b) Facilitação do aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade lin-

guística da comunidade surda;

c) Garantia de que a educação de pessoas, em particular crianças cegas,

surdocegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios de

comunicação mais adequados ao indivíduo e em ambientes que favoreçam ao

máximo seu desenvolvimento acadêmico e social.

Art. 26. [...]

[...]

a) Comecem no estágio mais precoce possível e sejam baseados em avaliação mul-

tidisciplinar das necessidades e pontos fortes de cada pessoa; [...]. (BRASIL, 2009).

2.8 AVALIAÇÃO PROCESSUALSegundo a Resolução nº 6/2012, garante-se ao estudante com deficiência, considerando suas

especificidades e peculiaridades:

Art. 34. [...] avaliação [...] contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos

qualitativos [...].

Art. 37. [...]

§ 2º [...] avaliação do Itinerário Profissional e de Vida do estudante, visando ao

seu aproveitamento para prosseguimento de estudos ou ao reconhecimento

para fins de certificação para exercício profissional, de estudos não formais e

experiência no trabalho, bem como de orientação para continuidade de estudos,

segundo Itinerários Formativos coerentes com os históricos profissionais

dos cidadãos, para a valorização da experiência extraescolar.

Possibilidade de aceleração de estudos.

Possibilidade de avanço nos cursos (BRASIL, 2012).

Para Perrenoud (1999),

é formativa toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver,

ou melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento

no sentido de um projeto educativo (PERRENOUD, 1999, p. 103).

No contexto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2004),

avaliar competências é mais do que conhecimentos e habilidades; exige a elaboração e a mobi-

lização de recursos psicossociais, atribuídos pelos sentidos e significados, que são construídos,

socialmente, na relação com o “outro”, mediatizado, nas palavras de Freire (2001), pela cultura

e pelo meio.

Acessibilidade na avaliação, para Tarouco e Cunha (2006), significa “alicerce para apoiar

a construção de novos esquemas mentais, estrutura de controle de apresentação e no sequen-

ciamento dos objetos de aprendizagem. Pode estar incluída no próprio objeto de aprendizagem”.

21SENAI

Para os alunos com necessidades específicas matriculados em qualquer curso,

nível e modalidade, nas Unidades Operacionais do SENAI, em todos os DRs, será elaborado

e registrado, em seus históricos escolares, parecer de adequação curricular/avaliação com as

adequações realizadas.

A avaliação do estudante com deficiência não verifica conteúdo. Tem por objetivo iden-

tificar o que ele é capaz de, no desenvolvimento de competências, realizar com ou sem auxílio.

� Quando o docente optar por avaliação descritiva, os enunciados das provas deverão

ter uma apresentação adequada ao tipo de deficiência (informatizado, ampliado,

registro em áudio, caracteres Braille, tradução/interpretação em Libras etc.) e as

respostas poderão ser dadas sob forma não convencional (por registro em áudio,

em Braille, por ditado, registro informatizado, tradução/interpretação em Libras etc.),

inclusiva com o desdobramento da prova, se for o caso;

� O estudante com necessidades específicas poderá usufruir, durante a avaliação,

não apenas de tecnologias assistivas e/ou recursos físicos relacionados à sua necessidade

(canetas especiais, reglete/punção, sorobã ou ábaco, lupa, calculadora, entre outros),

como também de qualquer tipo de acompanhamento que se faça necessário, seja ele

feito por professor, seja por estagiário ou por monitor, os quais poderão exercer a

função de ledor/transcritor e tradutor/intérprete de Libras, entre outros;

� Em caso de necessidade de ampliação do tempo, será concedido aos estudantes um

período complementar, que será definido pelo DR, independentemente do pedido

do estudante;

� Será proporcionado apoio e condições especiais aos estudantes, quando se fizer necessário,

quanto a prazos, espaços, avaliação em local separado e/ou em outro momento. Prazos de

entrega de avaliações escritas não presenciais deverão ser alargados, sempre que se

fizer necessário.

3 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência22

3.1 FLUXO DA AVALIAÇÃO � Recolher documentos que demonstrem as evidências da avaliação, sejam elas quanti-

tativas ou qualitativas. Entende-se por critérios quantitativos e qualitativos:

- Critérios quantitativos indicam as informações e/ou os conteúdos mínimos que devem

ser apresentados nas respostas das avaliações somativas (teóricas ou práticas);

- Devem centrar-se nas aprendizagens e nas experiências desenvolvidas pelo aluno;

- Avaliar a correspondência entre os saberes descritos apresentados pelo aluno e as

competências requeridas para cada Unidade Curricular.

� Identificar as capacidades críticas e desejáveis, necessárias para as situações reais de

trabalho e que apontarão para a certificação:

- Avaliar as capacidades críticas desenvolvidas com ou sem auxílio, em situações concretas,

considerando especificidade e peculiaridade.

� Elaborar pareceres de adequação de curso, com o apoio do GAL, que reconheçam os

princípios de temporalidade e de flexibilização de tempos e ciclos de aprendizagem:

- Analisar pareceres;

- Preencher avaliação de forma simples, clara e objetiva;

- Privilegiar os aspectos qualitativos da avaliação, pois são eles que darão os parâ-

metros reais para a Certificação de Competências Profissionais do estudante;

- Secretaria escolar gera documento, consolidando processo que deverá ser assi-

nado por todos os membros do GAL.

� Os resultados das avaliações dos estudantes serão registrados em documentos próprios,

a fim de que sejam asseguradas a regularidade e a autenticidade de sua vida escolar:

- Critérios qualitativos: avaliam as capacidades Sociais, Organizativas e Metodológicas (SOM),

ou seja, demandam aquisições intelectuais, mudanças significativas de atitudes

em função da aprendizagem e desenvolvimento de habilidades que vão desde a

capacidade de comunicar-se com o outro, a criatividade e a expressão emocional,

até a consecução de técnicas manuais específicas da profissão;

- Histórico escolar do aluno, preenchido, que considera origem e acompanhará a

certificação.

23SENAI

3.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO O Ministério da Educação (MEC) orienta, por meio da Nota Técnica MEC/SEESP/GAB

nº 6/2011, que:

Quanto aos instrumentos das práticas avaliativas, são várias as possibi-

lidades enumeradas: observação e registro (fotos, gravações em áudio e

em vídeos, fichas descritivas, relatórios individuais, caderno ou diário de campo);

provas operatórias (individuais e em grupos); autoavaliação; portfólio,

dentre outros (BRASIL, 2011).

3.2.1 INSTRUMENTOS DAS ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO � Estratégia – assim como a técnica, trata-se de um procedimento ou conjunto de proce-

dimentos que tem como objetivo obter um determinado resultado, seja para avaliação,

seja para prática docente;

� Técnica – procedimento ou conjunto de procedimentos que têm, como objetivo, obter um

determinado resultado, seja para avaliação, seja para prática docente;

� Instrumento – recursos utilizados para avaliação.

São exemplos de instrumentos de avaliação que podem ser utilizados:

OBSERVAÇÃO E REGISTRO

Observação das formas e da capacidade de concentração e envolvimento nas atividades e na organização, com produção no desenvolvimento das capacidades requeridas.

PORTFÓLIO

Segundo Villas Boas (2004), “o portfólio é um procedimento de avaliação que permite aos alunos participar da formulação dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Eles são, portanto, participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu trabalho para incluí-las no portfólio”.Portfólios são documentos, vídeos e textos personalizados do percurso formativo do estudante; são ricos e contextualizados.

PROVAS OBJETIVAS

São elaboradas com questões de múltipla escolha, as quais devem ser formuladas com resposta única, afirmação incompleta, resposta múltipla, preenchimento de lacuna, associação de colunas e alternativas constantes. A indicação de resposta deve ser clara e objetiva, indicando a tarefa a ser realizada. As respostas devem incluir uma única opção correta e as opções incorretas devem ser possíveis.

PROVAS OPERATÓRIAS

Devem ser elaboradas para avaliar o desenvolvimento de operações mentais, tais como a análise, a comparação, a generalização e a interpretação. No enunciado da questão devem ser utilizadas palavras operatórias que explicitem, para o aluno, a operação mental que deverá realizar: analise, classifique, compare, critique, levante uma hipótese, justifique, explique, interprete, reescreva, descreva, localize, opine, comente, exponha, construa, relacione e sintetize são alguns exemplos, entre outras.

PROVAS PRÁTICAS

São elaboradas considerando-se o perfil profissional, de caráter prático. Executa-se preferen-cialmente em laboratório ou então em ambiente que favoreça operações concretas.

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência24

Práticas individuais e em grupos de avaliação (estratégias):

AUTOAVALIAÇÃO

Instrumento que possibilita reflexão, para o professor e para os alunos e, destas reflexões, pode-se elaborar um Plano de Ação com os pontos identificados.

PORTFÓLIO

É um instrumento que compila os trabalhos realizados pelos alunos durante um determinado período (pela pessoa ou pelo orientado).

FEEDBACK

Apreciação, parecer, retorno, realimentação, retroalimentação. Aplique o feedback baseando-se em fatos, argumentos e situações. Resgate o histórico de feedbacks anteriores – é fundamental para acompanhar a evolução e os processos. Anote as principais informações.

25SENAI

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27SENAI

Toda pessoa com necessidades específicas tem direito à certificação que tenha valor

laboral para ela e para o mercado de trabalho. Nestas condições, o SENAI, o Departamento

Nacional (DN) e o DR.

Para os alunos com necessidades específicas matriculados em qualquer curso,

nível e modalidade, nas Unidades Operacionais do SENAI, em todos os DRs, será elabo-

rado parecer de adequação curricular para Certificação de Competências Profissionais,

registrado no histórico escolar do aluno com as adequações realizadas e considerando o

Itinerário Formativo, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e o desenvolvimentos

de capacidades – daquilo que o aluno foi capaz de desenvolver com ou sem auxílio,

em termos de capacidades críticas e desejáveis.

A certificação do estudante com deficiência deverá considerar os pressupostos:

� Do Decreto nº 6.949/2009:

Art. 24. [...]

2. [...]

c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam

providenciadas;

d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do

sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;

e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes

que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta

de inclusão plena.

Art. 27. [...]

d) Possibilitar às pessoas com deficiência o acesso efetivo a programas de

orientação técnica e profissional e a serviços de colocação no trabalho e de trei-

namento profissional e continuado;

[...]

k) Promover reabilitação profissional, manutenção do emprego e programas de

retorno ao trabalho para pessoas com deficiência (BRASIL, 2009).

4 MARCO LEGAL DA CERTIFICAÇÃO

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência28

� Do Decreto nº 3.298/1999:

Art. 28. [...]

§ 2o As instituições públicas e privadas que ministram Educação Profissional

deverão, obrigatoriamente, oferecer cursos profissionais de nível básico à

pessoa portadora de deficiência, condicionando a matrícula à sua capacidade

de aproveitamento e não a seu nível de escolaridade.

[...]

§ 4o Os diplomas e certificados de cursos de Educação Profissional expedidos

por instituição credenciada pelo Ministério da Educação ou órgão equivalente

terão validade em todo o território nacional.

Os currículos devem adaptar-se às necessidades do estudante e não vice-versa.

As escolas, portanto, terão de fornecer oportunidades curriculares que corres-

pondam aos estudantes com capacidades e interesses distintos (BRASIL, 1999a).

O tempo de conclusão do curso do aluno com necessidades específicas poderá ser dife-

rente dos demais, respeitando-se os princípios da temporalidade flexível, conforme segue:

� Resolução CNE/CEB no 2/2001:

VIII – temporalidade flexível do ano letivo, para atender às necessidades educa-

cionais especiais de alunos com deficiência mental ou com graves deficiências

múltiplas, de forma que possam concluir em tempo maior o currículo previsto [...]

(BRASIL, 2001b).

� Resolução nº 6/2012:

Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido.

O direito à certificação de terminalidade escolar específica, assegurado pela Lei nº

9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu inciso II do art. 59,

a alunos com necessidades educacionais especiais (deficiências intelectual grave

ou múltiplas), que demonstram não terem se apropriado das competências e

habilidades básicas exigidas para a conclusão desse nível de ensino, ou com altas

habilidades/superdotados, de proporcionar um programa para a aceleração e

conclusão em menor tempo.

� Parecer CNE/CEB nº 17/2001:

8 – Terminalidade específica.

No atendimento a alunos cujas necessidades educacionais especiais estão

associadas à grave deficiência mental ou múltipla, à necessidade de apoios e

ajudas intensos e contínuos, bem como de adaptações curriculares significa-

tivas, não deve significar uma escolarização sem horizonte definido, seja em

termos de tempo ou em termos de competências e habilidades desenvolvidas.

As escolas, portanto, devem adotar procedimentos de avaliação pedagógica,

29SENAI

certificação e encaminhamento para alternativas educacionais que concorram

para ampliar as possibilidades de inclusão social e produtiva dessa pessoa

(BRASIL, 2001a).

� Portaria Interministerial n° 5/2014:

Art. 3º [...]

I – Certificação Profissional: reconhecimento formal de saberes, conhecimentos

e competências profissionais necessários à inserção no mundo do trabalho ou

requeridos para o exercício profissional, obtidos a partir de experiência de vida,

de educação e de trabalho.

[...]

Art. 4º Os processos de Certificação Profissional constituem-se em um conjunto

articulado de ações de natureza educativa, científica e tecnológica, com diretri-

zes voltadas para:

I – a sistematização de saberes, conhecimentos e competências que possibilite

a elaboração de Itinerários de Certificação e Formação Profissional;

[...]

V – a inclusão socioprodutiva e o aumento das possibilidades de inserção pro-

fissional dos sujeitos certificados em condições de trabalho decente.

Art. 5º Os processos de Certificação Profissional visam identificar, avaliar e

validar formalmente os saberes, conhecimentos e competências profissionais,

desenvolvidos em processos formais e não formais de aprendizagem e na tra-

jetória de vida e trabalho, com objetivo de promover a inserção, a permanência

e/ou a progressão no mundo do trabalho e na educação (BRASIL, 2014b).

� Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE nº 04/2014:

Conforme disposto no Decreto n° 7. 611/2011:

“I – garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discri-

minação e com base na igualdade de oportunidades; [...].”

[...] promover acessibilidade, atendendo às necessidades educacionais espe-

cíficas dos estudantes público-alvo da Educação Especial, devendo a sua

oferta constar no projeto político-pedagógico da escola, em todas as etapas e

modalidades da Educação Básica, a fim de que possa se efetivar o direito destes

estudantes à educação (BRASIL, 2014a).

� Parecer CNE/CEB nº 2/2013;

� Resolução CNE/CEB nº 4/2010;

� Resolução nº 06/2012;

� NBR 9050.

31SENAI

5 DOS DIPLOMAS E CERTIFICADOS DA PCD

A emissão de diplomas e certificados para a PCD, seja por terminalidade, seja por

reconhecimento de saberes, seja por certificado específico ou seja, ainda, por qualquer outra

forma de diplomação e certificação, deverá atender aos pressupostos da base legal vigente,

conforme disposto:

� Lei n° 13.146/2015;

� Portaria Interministerial n° 5/2014;

� Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE n° 04/2014;

� Parecer CNE/CEB nº 2/2013;

� Resolução n° 6/2012;

� Resolução CNE/CEB nº 4/2010;

� Parecer CNE/CEB n° 14/2009;

� Decreto n° 6.949/2009;

� Resolução CNE/CEB n° 2/2001;

� Decreto n° 3.298/1999;

� Lei n° 9.394/1996 (LDB).

Todas as competências/capacidades desenvolvidas com ou sem auxílio, que indicarão

a possível certificação/diplomação deverá constar no histórico escolar do aluno. No certifi-

cado/diploma será descrito somente a titulação/certificação final.

Além da legislação específica, deve-se seguir os documentos/orientações do

Programa SENAI de Ações Inclusivas.

33SENAI

FIGURA 1 – DESCRIÇÃO DO FLUXO DA CERTIFICAÇÃO/DIPLOMAÇÃO PARA PCD

Processoseletivo

Itineráriointegral

Itinerárioparcial

Certificado/diploma

Certificadoespecífico

Solicitaaproveitamento

Inscriçãoem curso

Inscrição nacertificação

Aplicaçãode exames

Atestado dereconhecimentode competências

Certificado/diploma+ atestado de

reconhecimentode competências

Certificado/diplomaespecífico + atestado

de reconhecimentode competências

Aprov.

Aprov.

PCD

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Conclusão

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2 3 4

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8

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10

9

Fonte: SENAI/DN.

6 FLUXO DA CERTIFICAÇÃO/DIPLOMAÇÃO PARA PCD

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência34

6.1 FLUXO DA FORMAÇÃO1. O interessado, ao se inscrever para um processo seletivo de uma oferta formativa ou

para uma Certificação Profissional, declara se possui uma deficiência conforme Código

de Identificação de Funcionalidades (CIF). Não há obrigatoriedade de comprovação,

por laudo médico, da deficiência, conforme Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE n° 04/2014

(BRASIL, 2014a);

2. Formação: conforme requisito observável na legislação vigente;

3. O interessado deve ser aprovado em processo seletivo, ou respeitadas a peculiari-

dade e a especificidade para o reconhecimento de saberes, acompanhado pelo GAL,

condicionando os requisitos à sua capacidade de aproveitamento e não a seu nível

de escolaridade;

4. Uma vez matriculado, pode solicitar aproveitamento de conhecimentos e experiências,

quando for o caso. Se for aprovado, elimina a necessidade de cursar todo o itinerário

do programa. Em sendo PCD, poderá cursar o itinerário, sendo disponibilizada toda a

acessibilidade de que necessita, seja ela instrumental, arquitetônica, metodológica,

programática ou comunicacional;

5. Ao final do programa de formação, se tiver concluído com êxito todas as etapas,

recebe certificado ou diploma. Se não tiver concluído todo o Itinerário Formativo,

receberá certificado ou diploma específico, conforme a análise conjunta do processo

pelo GAL, mediante parecer.

6.2 FLUXO DA CERTIFICAÇÃO1. Definições: a Certificação de Competências Profissionais é o reconhecimento formal

de saberes, conhecimentos e competências profissionais necessários à inserção no

mundo do trabalho ou requeridos para o exercício profissional, obtidos a partir de

experiência de vida, de educação e de trabalho. Há duas vertentes da Certificação

Profissional de Competências:

a. Certificação de Pessoas – avaliação, reconhecimento e certificação de que uma

pessoa possui competências profissionais, independentemente da forma como

tenham sido adquiridas, em conformidade com requisitos estabelecidos em

normas, perfis profissionais e regulamentos técnicos. A certificação atesta que

uma pessoa pode desempenhar atividades relacionadas a uma determinada

ocupação ou área de competências. Nesta vertente, a certificação baseia-se em

requisitos estabelecidos por organismos de Certificação de Pessoas. Esta vertente

não está no âmbito deste documento;

35SENAI

b. Certificação Profissional – avaliação, reconhecimento e certificação das competências

profissionais necessárias ao prosseguimento de estudos ou à obtenção de certificados e

diplomas de Educação Profissional e Tecnológica e de Licenciado em Educação Profissional.

A base desta certificação é(são) a(s) competência(s) relacionada(s) no desenho curricular

do curso para o qual a pessoa está buscando a certificação. Esta vertente, como caminho

paralelo ao da formação, é descrita a seguir.

2. Operacionalização:

a. Uma vez inscrito, o interessado é submetido aos exames de certificação;

b. Ao final da avaliação, se tiver sido aprovado em todas as etapas, recebe certificado ou

diploma e um Atestado de Reconhecimento de Competências. Se não tiver sido apro-

vado em todas as etapas, recebe um Atestado de Reconhecimento de Competências.

Se a não aprovação é decorrente de suas limitações, recebe certificado ou diploma

específico e um Atestado de Reconhecimento de Competências.

37SENAI

7 PROCEDIMENTOS NO SISTEMA DE GESTÃO ESCOLAR (SGE)

Nos processos de gestão escolar para avaliação e certificação de estudantes com deficiência,

é importante considerar o descrito nos subitens a seguir.

7.1 MATRÍCULA É obrigatória a identificação da PCD, com o objetivo de garantir acesso, permanência e sucesso

do estudante, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino que disponibilizam recursos,

serviços e realizam o atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência,

com transtorno globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação, de forma com-

plementar ou suplementar à escolarização, conforme Parecer CNE/CEB nº 11/2012.

7.2 RENDIMENTO ESCOLAR Garantir acessibilidade na avaliação, conforme:

a. Convenção Internacional sobre os Direitos da PCD – Decreto n° 6.949/2009;

b. Lei nº 9.394/1996 (LDB);

c. Estatuto da Pessoa com Deficiência;

d. Decreto nº 5.626/2005;

e. Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE nº 04/2014;

f. Portaria Interministerial nº 5/2014;

g. Parecer CNE/CEB nº 2/2013;

h. Resolução CNE/CEB nº 2/2001;

i. Parecer CNE/CEB nº 11/2012;

j. Resolução CNE/CEB nº 4/1999;

k. Decreto nº 7.611/2011.

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência38

7.3 CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIASCertificação de conclusão de escolaridade, por terminalidade, certificado específico ou

reconhecimento de saberes, com histórico escolar que apresente, de forma descritiva, as compe-

tências desenvolvidas pelo estudante, bem como os devidos encaminhamentos para a o mundo

do trabalho, conforme orientações da Portaria Interministerial nº 5/2014, da Lei nº 9.394/1996 (LDB),

inciso II, art. 59, do Parecer CNE/CEB nº 2/2013 e da Resolução CNE/CEB n° 2/2001.

Certificação específica, terminalidade e reconhecimento de saberes – Portaria

Interministerial nº 5/2014, Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE n° 4/2014, Decreto nº 3.298/1998,

Parecer CNE/CEB nº 2/2013, Resolução CNE/CEB nº 4/2010, Decreto nº 6.949/2009,

Resolução CNE/CEB nº 2/2001 e Resolução nº 6/2012.

Apurar resultado final do aluno: emissão de parecer de acompanhamento e resultado

final elaborado com a presença das equipes técnica e pedagógica e do GAL.

� Resolução CNE/CEB nº 4/1999:

Art. 14. As escolas expedirão e registrarão, sob sua responsabilidade, os diplo-

mas de técnico, para fins de validade nacional, sempre que seus planos de curso

estejam inseridos no Cadastro Nacional de cursos de Educação Profissional de

Nível Técnico referido no artigo anterior.

[...]

§ 3º Os Certificados de Qualificação Profissional e de Especialização Profissional

deverão explicitar o título da ocupação certificada.

§ 4º Os históricos escolares que acompanham os certificados e diplomas

deverão explicitar, também, as competências definidas no perfil profissional de

conclusão do curso (BRASIL, 1999b).

39SENAI

8 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PARECERES DE AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO

Um parecer emitido pelo SENAI, em parceria ou não com uma instituição, por meio do

GAL ou não, terá sempre um caráter técnico. Deste modo, ao emiti-lo, dotado da autonomia

inerente à sua função, o grupo responsável por elaborá-lo deverá fazê-lo em conformidade

com a fundamentação e o embasamento legal que o tema exige.

Segue um roteiro básico de avaliação e certificação:

1. As adequações de avaliação e certificação reconhecerão a trajetória do estudante e o

Itinerário Formativo do curso, alinhado à CBO;

2. As adequações de cursos/adequações curriculares para pessoa com necessidades

específicas devem ser particularmente detalhadas em pareceres que serão anexados no

histórico escolar do estudante, para que se possa decidir sobre a aplicação da terminalidade

específica ou qualquer outra certificação que se julgue oportuna, mediante avaliação do

GAL e já concedida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC), respeitando-se a

legislação vigente citada neste documento e outras que por ventura venham a ser

indicadas por órgão competente e que, por sua vez, buscam respaldo e fundamentam

a definição das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional,

na questão da profissionalização das PCDs;

3. Os docentes que fizerem adequações de avaliação e certificação para pessoa com

necessidades específicas deverão assinar o parecer do estudante, seguindo o modelo

fornecido pela escola, e anexá-lo no histórico escolar do estudante.

41SENAI

9 PERGUNTAS E RESPOSTAS

Pergunta: tivemos um processo seletivo e um candidato surdo participou. Ele foi bem

em Português e em Matemática, mas na redação que tinha que fazer de até 25 linhas, ele só

conseguiu fazer uma linha. Como este candidato deve ser avaliado?

Resposta: a Lei da Inclusão nº 13.146/2015 é muito clara:

Art. 30 [...]

III – disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às

necessidades específicas do candidato com deficiência;

[...]

VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de

redação que considerem a singularidade linguística da Pessoa com Deficiência,

no domínio da modalidade escrita da Língua Portuguesa.

A necessidade específica de um surdo é uma prova em formato compatível com Libras,

e não com a Língua Portuguesa. Exigir redação é um equívoco.

O candidato deverá ser avaliado desconsiderando a redação.

Pergunta: o laudo médico para o recebimento de alunos com deficiência é obrigatório?

É suficiente a autodeclaração? Há alguma legislação a respeito para que eu encaminhe aos

secretários escolares?

Resposta:

Neste liame não se pode considerar imprescindível a apresentação de laudo

médico (diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez que o

AEE caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico. Durante o estudo

de caso, primeira etapa da elaboração do Plano de AEE, se for necessário,

o professor do AEE, poderá articular-se com profissionais da área da saúde,

tornando-se o laudo médico, neste caso, um documento anexo ao Plano de AEE.

Por isso, não se trata de documento obrigatório, mas complementar quando a

escola julgar necessário. O importante é que o direito das pessoas com deficiên-

cia à educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico.

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência42

A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, para declará-lo,

no Censo Escolar, público-alvo da Educação Especial e, por conseguinte,

garantir-lhes o atendimento de suas especificidades educacionais, denotaria

imposição de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em

discriminação e cerceamento de direito (BRASIL, 2014a).

Pergunta: como identificar os avanços na aprendizagem dos estudantes com deficiência,

em especial os estudantes com Deficiência Intelectual (DI) que, se comparados aos demais alunos,

podem parecer mínimos, sutis, mas que, quando avaliados por eles mesmos e com crité-

rios bem-definidos, significam o suficiente em seu desenvolvimento naquele momento?

Como valorizar tais aspectos?

Resposta: para Vigotski (1993), quando avaliamos, não devemos pautar nosso olhar

somente naquilo que o estudante foi capaz de desenvolver com e sem auxílio, mas também

no que está por ser construído, ou seja, na zona de desenvolvimento potencial.

Pergunta: caso – o estudante que cursou até a 2ª série do Ensino Fundamental está

matriculado e cursando Instalador Hidráulico Predial; contudo, pela dificuldade de leitura nos

projetos e nos desenhos, foi identificado analfabeto e posteriormente também autodeclarou-se.

A turma e o docente ajudam o aluno nas leituras e nas interpretações. Como podemos certificá-lo,

uma vez que alcançou algumas competências? Há na legislação algum embasamento para certi-

ficá-lo, talvez como auxiliar?

Resposta:

1. Constituir o Comitê do GAL: equipe técnica, pedagógica e entidade parceira especia-

lista na deficiência para adequação de grande e pequeno portes;

2. Analisar o percurso formativo do estudante: o que ele foi capaz de desenvolver

(competências e capacidades), com ou sem auxílio, em cada UC do curso;

3. Verificar as saídas de certificações possíveis (terminalidade, específica, reconhecimento

de saberes), considerando a base legal (LDB nº 9.394/1996, Decreto nº 3.298/1999,

Portaria Interministerial nº 5/2014, ou seja, toda a base descrita no documento “Método de

adequação de curso para inclusão da pessoa com deficiência”);

4. Emitir os pareceres de certificação com base no documento “Método de adequação

de curso para inclusão da pessoa com deficiência” (p. 143-161). Não se esquecer que

assinam este documento docentes, equipe pedagógica, entidades parceiras, ou seja,

todo o Comitê do GAL;

5. Não esqueça de citar a última legislação que passa a vigorar em 1º de janeiro de 2016 –

Lei nº 13.146/2015.

43SENAI

Pergunta: caso – estudante com deficiência intelectual, que a princípio não se

declarou com deficiência. Somente a partir do contato do docente com a aluna é que foi

identificada a dificuldade. A mãe dela foi convidada para uma reunião e apresentou um laudo

de uma terapeuta ocupacional que informa que a jovem não possui coordenação motora e

que não está apta a executar as atividades propostas no curso, sugerindo que a estudante

apenas assumisse um papel de ajudante no planejamento das atividades com o docente ou

monitora de outros colegas. Ainda assim, fez-se algumas adequações. A estudante iniciou

o processo de pesponto/costura em papel, para depois ir para a máquina; no entanto,

ela demonstra medo da máquina de costura e não quer tentar. Tentou-se a confecção de

bolsas por meio de colagem da matéria-prima (tecidos, sintéticos etc.), mas mesmo assim

não conseguiu desenvolver as atividades. A mãe foi convidada novamente para ir à escola

para que, junto à equipe, pudessem pensar em estratégias, mas ela não compareceu ao SENAI.

Mesmo avaliando as competências de cada UC, não estamos vislumbrando uma saída

intermediária. O que você sugere? Não gostaríamos, apenas, de promover a socialização

da jovem, e sim a sua qualificação profissional.

Resposta: conforme descrito no art. 27 da Lei nº 13.146/2015, a educação constitui

direito da PCD, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado

ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus

talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,

interesses e necessidades de aprendizagem. Para isso e neste caso, a escola poderá:

� Valer-se das saídas intermediárias previstas nos Itinerários Nacionais dos cursos,

ou seja, como qualquer outro estudante;

� Uma certificação diferenciada, com foco nas competências desenvolvidas, preferen-

cialmente respeitando as orientações estabelecidas pela CBO para o título do curso;

� O reconhecimento de saberes previsto na Portaria Interministerial nº 5/2014, que trata

do tema “reconhecimento de saberes”.

Pergunta:1 quando o estudante com deficiência não conseguir demonstrar todas as

capacidades descritas no perfil profissional, como deverá ser expedido seu documento de

conclusão de curso?

Resposta: o estudante com deficiência que não conseguir demonstrar todas as capa-

cidades descritas no perfil profissional poderá ser certificado da seguinte forma:

� Utilizando-se das saídas intermediárias previstas nos Itinerários Nacionais dos cursos,

ou seja, como qualquer outro estudante;

� Uma certificação diferenciada, com foco nas competências desenvolvidas, preferen-

cialmente respeitando a nomenclatura estabelecida pela CBO para o título do curso;

� Observar a base legal vigente.

1. Pergunta e resposta retiradas do livro do SENAI (2012, p. 40).

45SENAI

> REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro

de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,

consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 1999a.

______. Ministério da Educação. Resolução CEB nº 4, de 8 de dezembro de 1999. Brasília:

MEC, 1999b.

______. ______. Parecer CNE/CEB nº 17, de 3 de julho de 2001. Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, 2001a.

______. ______. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, 2001b.

______. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional

sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em

Nova York, em 30 de março de 2007. Brasília, Diário Oficial da União, 2009.

______. Ministério da Educação. Nota Técnica MEC/SEESP/GAB nº 6, de 11 de março de 2011.

Avaliação de estudante com deficiência intelectual. Brasília: MEC, 2011.

______. ______. Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012. Define Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Brasília: MEC, 2012.

______. ______. Nota Técnica MEC/SECADI/DPEE nº 04, de 23 de janeiro de 2014. Orientação

quanto a documentos comprobatórios de alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no Censo Escolar. Brasília: MEC, 2014a.

______. ______. Portaria Interministerial nº 5, de 25 de abril de 2014. Dispõe sobre a reorga-

nização da Rede Nacional de Certificação Profissional – Rede CERTIFIC. Brasília: MEC, 2014b.

______. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com

Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, Diário Oficial da União, 2015.

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Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

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OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Aprendendo para

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PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre:

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SACRISTÁN, G.; GÓMEZ, A I. P. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre:

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VILLAS BOAS, B. M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Ed. Papirus, 2004.

47SENAI

> GLOSSÁRIO

Acessibilidade – é a possibilidade de qualquer pessoa, com ou sem deficiência,

acessar um lugar, um serviço, um produto ou uma informação de maneira segura e autônoma,

sem nenhum tipo de barreira.

Altas habilidades/superdotação – caracteriza-se pelo potencial cognitivo muito

superior à média da maioria da população em fase escolar, comparado aos domínios do pen-

samento lógico-matemático, verbal, mecânico, artes, música, social, sinestésico, entre outros.

Avaliação – identificação daquilo que o aluno foi capaz de desenvolver de forma processual,

em cada Unidade Curricular.

Barreiras – qualquer obstáculo que impeça, de alguma forma, à pessoa acessar algum

espaço, serviço ou produto. As barreiras podem apresentar-se de várias maneiras.

Comunicação – é a forma de interação entre pessoas e culturas. No caso de PCDs,

a comunicação pode acontecer por diferentes maneiras.

Desenho curricular – conjunto de módulos e suas respectivas Unidades Curriculares

que compõem o itinerário de um perfil profissional, bem como os conhecimentos, os ambientes

pedagógicos e as cargas horárias para cada Unidade Curricular.

Desenho universal – o desenho universal é um conceito que tem por objetivo definir pro-

dutos e espaços que atendam a todos: crianças, adultos e idosos, pessoas altas e baixas, anões,

gestantes e pessoas sem ou com qualquer tipo de deficiência ou mobilidade reduzida.

Podemos dizer que onde há acessibilidade, há aplicação do desenho universal.

Enriquecimento curricular – organização de práticas suplementares ao currículo,

que objetivam o aprofundamento e a expansão nas diversas áreas do conhecimento.

Ledor – faz serviço especializado de auxílio para leitura, beneficiando pessoas com

deficiência visual, deficiência física, deficiência intelectual, entre outras.

Pessoa com Deficiência (PCD) – é aquela que tem impedimento de longo prazo de

natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, quando em interação com uma ou

mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de

condições com as demais pessoas. Tipos:

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência48

a. Deficiência auditiva – perda bilateral, parcial ou total, de 41 dB até 70 dB, aferida por

audiograma nas frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 3000Hz;

b. Surdez – consiste na perda auditiva acima de 71 dB, aferida por audiograma nas

frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 3000Hz;

c. Deficiência física – alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do

corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob

forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,

triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência

de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita

ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para

o desempenho das funções;

d. Deficiência intelectual – é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta

limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de

comunicação, cuidado pessoal e relacionamento social;

e. Deficiência visual – perda total ou parcial de visão, congênita ou adquirida,

variando o nível ou a acuidade visual da seguinte forma:

- Cegueira – ausência total de visão até a perda da percepção luminosa;

- Visão subnormal ou baixa visão – acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor

olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (Tabela de Snellen),1

ou ocorrência simultânea de ambas as situações. Possui resíduos visuais que per-

mitem a leitura de textos impressos ampliados ou com o uso de recursos ópticos.

Pessoa com necessidades específicas – alunos com deficiências provisórias ou permanentes,

transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Prática docente – envolve planejar, organizar, propor e mediar situações de aprendizagem,

tendo em vista a construção de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades que sustentam

as competências explicitadas no perfil profissional. Ela não depende exclusivamente do docente,

mas de toda a equipe envolvida no processo educativo (SENAI, 2013, p. 105, 107, 117).

Princípio da equidade – princípio da justiça social que supõe o respeito às diferenças

como condição para se atingir a igualdade. Este princípio permite demonstrar que igualdade

não significa homogeneidade, isto é, o não reconhecimento de diferenças entre as pessoas.

Situação de aprendizagem – são ações planejadas pedagogicamente que favorecem

aprendizagens significativas, por meio da utilização de estratégias de aprendizagem desafiadoras

(situação-problema, estudo de casos, projeto e pesquisa aplicada) e de diferentes estratégias

de ensino (SENAI, 2013, p. 121).

1. A Tabela de Snellen, também conhecida como Optótico de Snellen ou Escala Optométrica de Snellen, é um dia-grama utilizado para avaliar a acuidade de uma pessoa.

49SENAI

Tecnologia assistiva – engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e

serviços que objetivam promover a funcionalidade relacionada à atividade e à participação

de PCD, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência,

qualidade de vida e inclusão social.

Tecnologia assistiva ou ajuda técnica – é um termo utilizado para identificar todo

e qualquer recurso que facilita ou amplia habilidades de uma PCD. Elas, as tecnologias

assistivas, podem ser usadas tanto para mobilidade quanto para acessar uma informação.

Exemplos: uma bengala para o cego se locomover melhor ou um software com leitor de tela

para que ele possa acessar um conteúdo virtual.

Terminalidade específica – documentação fornecida pela instituição educacional às

PCDs que não conseguiram desenvolver as capacidades das competências que possibilitem

a Certificação Profissional, com histórico escolar que apresente, de forma descritiva, as

competências desenvolvidas pelo educando.

Tradutor/intérprete de Libras – profissional habilitado para mediar a comunicação

entre surdos e ouvintes, fazendo a tradução (de material escrito) e/ou a interpretação (da fala)

para os surdos que se comunicam por Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Transcritor – faz serviço especializado de auxílio para transcrição para participantes

às pessoas impossibilitadas de escrever ou com dificuldades significativas na escrita,

beneficiando pessoas com deficiência visual, deficiência física, deficiência intelectual,

entre outras.

Unidade Curricular – unidade pedagógica composta por um conjunto coerente e sig-

nificativo de fundamentos técnicos e científicos (módulos básicos) ou capacidades técnicas

(módulos introdutórios e específicos), acrescido de capacidades sociais, organizativas e

metodológicas, bem como conhecimentos (SENAI, 2013, p. 83).

Unidade de Competência – explicita as grandes funções que constituem o desempe-

nho profissional.

51SENAI

> ANEXO A – SUGESTÃO DE MODELOS DE PARECER PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO – DRS

SUGESTÃO PARECER TÉCNICO DO GAL

Unidade Operacional:

Curso de interesse: Turno:

Equipe técnica do GAL: Data:

Nome do candidato: Idade:

Endereço: Telefone:

Nome da escola regular: Escolaridade:

Pessoa de contato da escola regular: Telefone:

Nome da empresa em que trabalha: Telefone:

Categoria de deficiência:( ) Intelectual . ( ) Visual . ( ) Auditiva . ( ) Física . ( ) Múltiplas .

( ) TEAs. ( ) Psicossocial. ( ) Outros.

Série Metodologia SENAI de Educação Profissional e Tecnológica –

Guia de Avaliação e Certificação Educacional Adequado para Pessoa com Deficiência52

Tipo da deficiência:

Histórico da vida do candidato:

Recurso pedagógico de acessibilidade.Tem necessidade de recurso pedagógico de acessibilidade? Sim. ( ) Qual?Não. ( )

Quais as necessidades educativas da pessoa com deficiência intelectual?( ) Processamento da informação.( ) Memorização.( ) Realizar associações.( ) Comunicação oral.( ) Comunicação gráfica.( ) Capacidade de concentração. Indicações:

Quais as necessidades educativas da pessoa com deficiência visual?( ) Compreensão de apresentações visuais, vídeos e expressões corporais.( ) Localização dos ambientes/orientação e mobilidade.( ) Visualização de informações representadas por imagem ou graficamente. Indicações:

Quais as necessidades educativas da pessoa com deficiência auditiva?( ) Escrita e compreensão de textos na Língua Portuguesa.( ) Contextualização do momento histórico.( ) Significado de palavras.( ) Intérprete de Libras. Indicações:

Quais as necessidades educativas da pessoa com deficiência física?( ) Manipulação de objetos, botões e controles.( ) Coordenação motora.( ) Lentidão dos movimentos.( ) Controle dos esfíncteres.( ) Fraqueza muscular.( ) Intérprete de Libras.( ) Dificuldade de locomoção.( ) Fraqueza muscular.( ) Dificuldade de sustentar força. Indicações:

53SENAI

Está realizando algum tratamento médico?

Toma medicação de uso contínuo?

Realiza atividades de lazer?

Mora com a família?

Quais são as expectativas em relação ao curso?

Quais as potencialidades da pessoa com deficiência?

Em caso de urgência, contatar com:Telefone:

Assinatura do responsável pelo preenchimento do parecer técnico.

Data:

Fonte: SENAI/RS.

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa MoreiraDiretor-Adjunto de Educação e Tecnologia

SENAI/DNDIRETORIA DE OPERAÇÕES – DOGustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operações

Unidade de Educação Profissional - UNIEPFelipe Esteves Pinto MorgadoGerente-Executivo de Educação Profissional

Gerência de EducaçãoNina Rosa AguiarGerente de Educação

Adriana BarufaldiOrganização

Sandra Rodrigues da Silva Chang – DR SPMarcia Duarte – DR SPElizabete Maria C. Nochang – DR RSRevisão

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO – DIRCOMCarlos Alberto BarreirosDiretor de Comunicação

Gerência Executiva de Publicidade e Propaganda – GEXPPCarla GonçalvesGerente-Executiva de Publicidade e Propaganda

Walner de Oliveira PessôaProdução Editorial

DIRETORIA DE SERVIÇOS CORPORATIVOS – DSCFernando Augusto TrivellatoDiretor de Serviços Corporativos

Área de Administração, Documentação e Informação – ADINFMaurício Vasconcelos de CarvalhoGerente-Executivo de Administração, Documentação e Informação

Gerência de Documentação e Informação – GEDINMara Lucia GomesGerente de Documentação e Informação

Alberto Nemoto YamagutiPré e Pós Textual

Editorar MultimídiaRevisão Ortográfica e Diagramação

Esta publicação foi composta em fonte Exo 2.

Capa: couchet fosco LD 230g/m2, laminação bopp fosca e

verniz localizado, miolo: couché fosco 115g/m2

CTP e impressão:Athalaia Gráfica e Editora