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Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais SERIAM AS ABELHAS SEM FERRÃO BOAS AMOSTRADORAS AMBIENTAIS DE CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR PARTICULADOS ATMOSFÉRICOS? Nathália de Oliveira Nascimento Ouro Preto 2014

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Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais

SERIAM AS ABELHAS SEM FERRÃO BOAS AMOSTRADORAS

AMBIENTAIS DE CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR

PARTICULADOS ATMOSFÉRICOS?

Nathália de Oliveira Nascimento

Ouro Preto

2014

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Nathália de Oliveira Nascimento

SERIAM AS ABELHAS SEM FERRÃO BOAS AMOSTRADORAS

AMBIENTAIS DE CONTAMINAÇÃO ATMOSFÉRICA POR

PARTICULADOS ATMOSFÉRICOS?

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais da

Universidade Federal de Ouro Preto, como

requisito parcial para obtenção de título de Mestre

em Ecologia.

Orientadora: Yasmine Antonini

Co-orientador: Hermínio Árias Nalini Júnior

Ouro Preto

2014

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AGRADECIMENTOS

Obrigada a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho!

À Yasmine Antonini, por todos os anos de orientação, ensinamentos, dedicação, paciência e

confiança.

À Fernanda Ataíde pela colaboração desde sempre, antes mesmo do mestrado, com parceria,

ensinamentos e ajuda.

Ao Hermínio A. N. Júnior pela co-orientação e laboratório disponibilizado para as análises.

À Adriana Trópia pelo auxílio, ensinamentos e dedicação em laboratório com minhas amostras

e análises, além da enorme ajuda para que tudo acontecesse apesar dos contratempos.

Ao Celso pelo apoio técnico e auxílios no laboratório de Geoquímica Ambiental.

Às mineradoras e seus funcionários.

Aos funcionários Rubens, Greice e Simone pela paciência com meus pedidos.

Aos funcionários do transporte que muito me ajudaram inclusive quando ia à campo sozinha e

precisava de ajuda com material.

Aos amigos do mestrado pela ajuda em campo ou carregando estacas comigo campus afora.

À Joice e ao Rafael pelo companheirismo, ajudas e risadas em todos os momentos, mesmo os

de tensão....

Ao Laboratório de Biodiversidade e todos que o compõe que também muito me ajudaram,

principalmente com as estacas e companhia em campo.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais.

À CAPES pelas bolsas concedidas.

Aos membros da banca, Alessandra Kozovitis e Esther Bastos, por terem aceitado o convite.

À minha família pelo apoio. Obrigada mãe por ser meu alicerce!

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"If the bee disappeared off the surface of the

globe, man would have only four years to live "

Albert Einstein

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SUMÁRIO

Introdução Geral........................................................................................................................ 6

Pólen e mel de abelhas indígenas sem ferrão: marcadores de contaminação atmosférica por

metais em particulado atmosférico, na região minerária do Quadrilátero Ferrífero. MG,

Brasil........................................................................................................................................ 13

Resumo ........................................................................................................................ 13

Introdução .................................................................................................................... 14

Materiais e métodos..................................................................................................... 17

Resultados.................................................................................................................... 20

Pólen ................................................................................................................ 24

Mel ................................................................................................................... 30

Particulado atmosférico.................................................................................... 35

Discussão ..................................................................................................................... 41

Referências .................................................................................................................. 49

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INTRODUÇÃO GERAL

A contaminação atmosférica por material particulado é um dos mais importantes

impactos gerados por algumas atividades humanas (Almeida 1999) dentre elas, podemos citar

a mineração, que muito embora tenha grande importância para a economia do país, observa-se

uma falta de integração entre setores governistas e sociais para a criação de uma política mineral

mais voltada para a sustentabilidade (Faria 2002). Os impactos das mineradoras sobre o meio

ambiente causam alterações ambientais indesejáveis como redução de habitat natural,

degradação e poluição. Existem leis que regulamentam o uso sustentável dos minérios de forma

sustentável como Muitas empresas já vêm adotando medidas de recuperação ambiental como

forma de cumprir com a responsabilidade social e a lei ambiental apesar de ser conflitante com

as leis que regulamentam a mineração. Empresas de grande porte com vultosos rendimentos

financeiros acabam por seguir normas legais, mas isso nem sempre acontece com pequenos

empreendimentos que descumprem a lei e acabam por degradar muito mais do que o permitido.

Os principais problemas desta atividade são poluição do ar, das águas, sonora e subsidência de

terreno (Faria 2002).

O estado de Minas Gerais (MG) é responsável por cerca de 53% da produção de

minérios metálicos e de 29% de minérios gerais, possuindo sete dos maiores municípios

mineradores do país (IBRAM 2014). MG produz mais de 160 milhões de toneladas de minério

de ferro por ano, sendo o Quadrilátero Ferrífero (QFe) a mais importante fonte minerária do

sudeste brasileiro. Localizado na região centro-sudeste de MG, o QFe ocupa uma área de

aproximadamente 7000 Km2 e recebeu este nome devido as grandes jazidas de minério de ferro

além de outros tipos de minerais de grande importância, oriundos de diferentes tipos de rochas

(Instituto Quadrilátero 2014, Quadrilátero Ferrífero-Centro de Estudos Avançados 2009). O

QFe é reconhecido mundialmente pelas sua grande riqueza mineral e geração de enormes

retornos econômicos para o Produto Interno Bruto (PIB) além de ser muito bem conhecido em

termos geológicos sendo amplamente estudado em vários aspectos (Prado Filho & Souza 2004).

Em toda a área do QFe, observa-se a intensificação e a influencia da exploração mineral sobre

os recursos naturais com comprovada degradação em detrimento da preservação ambiental.

Toda essa degradação acaba gerando grandes prejuízos para a saúde humana e para a

biodiversidade, principalmente pelo fato do QFe estar dentro dos biomas de Mata Atlântica e

de Cerrado, ambos considerados “hotspots” tendo no cerrado áreas de campo rupestre sobre

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formações geológicas de canga, que tem grande importância ecológica e abrigar muitas espécies

endêmicas e grande interesse minerário (Marent et al 2011).

Segundo Prado Filho & Souza (2004), as mineradoras do QFe têm trabalhado para

diminuir danos ao ambiente e isto se mostra de suma importância para a proteção ambiental e

gestão ambiental das empresas. No entanto, estes autores apontam que muitas empresas tomam

medidas generalizadas para qualquer empreendimento que gera impacto, como “reflorestar”

áreas degradadas, deixando de colocar em prática muitas das propostas que foram elaboradas,

muitas das quais feitas apenas para constar no licenciamento e este ser liberado. Eles concluíram

em suas pesquisas que quando o órgão ambiental governamental responsável pelo cumprimento

da legislação libera o início do empreendimento, este também tem que acompanhar o

andamento para elaborar novas medidas de mitigação quando necessárias e fiscalizar as

propostas, mas os mesmos autores afirmam que isso nem sempre acontece. Portanto, muitas

mineradoras acabam não se importando de forma satisfatória em elaborar meios e formas de

diminuir impactos no ambiente o que acaba gerando destruição, poluição e contaminação.

Uma importante ação, prevista para minimizar ou mitigar os danos ambientais é o

monitoramento dos impactos, que deve ser implementado antes, durante e após a instalação e

operação dos empreendimentos. O monitoramento ambiental é uma solução viável e eficiente

para evitar e/ou diminuir a degradação e contaminação do meio ambiente se aplicado de forma

eficiente.

A poluição atmosférica por material particulado associada à atividade mineradora é

muitas vezes negligenciada mesmo ocorrendo ao longo de toda a vida útil do empreendimento

minerador e em todas as atividades ligadas a ela. As atividades de extração, beneficiamento e

transporte do minério, geram grandes quantidades de material particulado que são lançados na

atmosfera e posteriormente se depositam na vegetação, solo, corpos d’água, etc. Esses materiais

particulados se destacam entre os poluentes atmosféricos, devido seu grande potencial poluidor

(Almeida 1999). Os elementos traço, menores e maiores presentes nos materiais particulados

lançados na atmosfera podem, em alguns casos, até serem considerados essenciais para

organismos vivos, mas em altas concentrações se tornam tóxicos gerando uma série de impactos

negativos nos ecossistemas, se tornando contaminantes ou poluentes (Guilherme et al. 2005).

O controle e monitoramento da poluição atmosférica proveniente da mineração são de suma

importância devido aos danos causados ao meio ambiente e à saúde humana (Almeida 1999).

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As técnicas de monitoramento atmosférico normalmente incluem a utilização de

métodos passivos e ativos que nem sempre são eficientes e apresentam altos custos e os

elementos contaminantes nem sempre são detectados ou quantificados (Campos & Cruz 2002).

O biomonitoramento, que utiliza organismos vivos, os bioindicadores, avalia suas reações

previsíveis e quantificáveis frente aos poluentes para controle da qualidade ambiental (Klumpp

et al. 2001). A relação entre o bioindicador (que pode ser um indivíduo, população ou

comunidade) e as alterações que este sofre deve ser fácil de detectar para que o

biomonitoramento seja realizado com sucesso e que medidas para evitar agravamento da

qualidade ambiental sejam tomadas (Ellenberg 1991). O biomonitoramento apresenta muitas

vantagens, e dentre todas, Ellenberg (1991) considerou mais relevantes a sensibilidade, a

distinção de outros métodos de monitoramento, o poder descritivo, a relevância ecológica e

principalmente o fato de possivelmente identificar e detectar alterações ambientais sozinho ou

por meio de análises químicas e físicas de forma rápida e com baixos investimentos financeiros.

A maioria dos estudos com bioindicadores utilizam plantas e líquens, mas o interesse com o

uso de animais vem aumentando nas últimas duas décadas, e com isso, o uso de muitas espécies

animais tem sido sugerido como adequado para o biomonitoramento.

Estudos feitos ao longo das últimas décadas principalmente por países na Europa vêm

demonstrando grande interesse na utilização de abelhas para monitoramento da qualidade

ambiental em sua maioria para certificar a não contaminação dos produtos apícolas para

consumo humano. Alguns trabalhos já apontaram a eficiência na utilização de produtos da

abelha Apis mellifera, como bioindicadores ou biomonitores de contaminação ambiental

(Fernández et al. 1994, Bogdanov et al. 2003, Porrini et al. 2003, Celli & Maccagnani 2003,

Conti & Botré 2001, Bogdanov 2006, Perugini et al. 2011, Kevan 1999, Leita 1996, Balestra

et al. 1992, Przybylowskia & Wilczynska 2001, Tuzen et al. 2007, Lambert et al. 2012). As

operárias ao forragearem em busca de alimento entram em contato com o ar contendo poluentes

como o material particulado com metais pesados, e acabam interceptando-o durante o voo onde

as partículas acabam aderindo nos pelos e por todo o corpo das abelhas, além disso, ao

coletarem o néctar e o pólen, que também podem estar contaminados pelo material particulado

por deposição atmosférica ou via solo e água também contaminados, as abelhas acabam

carreando poluentes presentes no ambiente forrageado para o interior das suas colônias. Com

isso as abelhas e seus produtos podem refletir e informar as condições do ambiente e a

contaminação de plantas, solo, água e ar de extensas áreas dependendo da capacidade de voo e

forrageio da abelha (Porrini et al. 2003, Pohl 2009).

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A maioria dos estudos com abelhas como bioindicadoras no monitoramento ambiental

analisa a contaminação por pesticidas (Panseri et al. 2014; Chauzat et al. 2011).,mas muitos

autores têm pesquisado poluentes atmosféricos como um todo. A Apis mellifera é a mais

utilizada como bioindicador e talvez isso aconteça por ser mais difundida na apicultura para

produção comercial de mel em muitas áreas do mundo inclusive no Brasil, onde é criada

também com intuito de produção comercial em detrimento das suas características de ser uma

espécie exótica, extremamente agressiva e que compete diretamente com espécies nativas

(Minussi & Alves-dos-Santos 2007). Poucos estudos nessa área vêm sendo desenvolvidos no

Brasil, e os poucos também foram feitos usando a A. mellifera. O uso de abelhas nativas sem

ferrão pode ser muito interessante e vantajoso para o biomonitoramento da qualidade do ar por

suas características como ampla distribuição geográfica, fácil aclimatação, serem generalistas

quanto às plantas visitadas, grande diversidade, a maioria não ser agressiva, e, portanto de fácil

manipulação de suas colônias, além de serem extremamente importantes para a polinização

como um todo e de muitas espécies de plantas com flores diminutas que outros polinizadores

não conseguem polinizar (Nogueira-Neto 1997). Dentre os meliponíneos, abelhas sem ferrão,

a abelha Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), conhecida popularmente como Jataí, é a que

pode despertar grande interesse econômico e cientifico e de acordo com Nogueira-Neto (1997),

tem ampla distribuição geográfica por toda a América Latina, é rustica, muito limpa o que

garante a qualidade de seus produtos sem precisar de pasteurização para o consumo humano, é

muito resistente podendo ter colônias facilmente multiplicadas e aclimatadas além de

potencialmente visitar muitas flores de diversas espécies, sendo muito generalistas. Com isso

pode ser uma excelente bioindicadora para monitoramento ambiental.

O uso dos produtos das abelhas vem sendo cada vez mais trabalhado e o mel tem sido

mais estudado principalmente por ser fonte de alimento humano. O pólen coletado por abelhas

apesar de ser consumido também na alimentação é pouco estudado, mas os trabalhos com seu

uso também têm informado e vem sendo usado para controle e monitoramento do ambiente.

Em um dos estudos mais recentes nessa linha de pesquisa, Formick et al. (2013) afirmam após

fazer análise de concentrações de metais pesados tóxicos no pólen, no mel e na cera de abelhas,

que estudos mais complexos utilizando estes produtos podem ser muito úteis no controle da

qualidade ambiental.

Assim, neste estudo avaliamos a eficiência do uso das abelhas nativas Jataí com o pólen

coletado e estocado por elas para o biomonitoramento de qualidade ambiental em áreas que

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sofrem impactos contínuos com atividade industrial, no caso desse estudo, áreas de mineração

dentro do QFe.

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Pólen e mel de abelhas indígenas sem ferrão: marcadores de contaminação

atmosférica por metais em particulado atmosférico, na região minerária do

Quadrilátero Ferrífero, MG, Brasil

Nathália de Oliveira Nascimento1, Fernanda Ataide de Oliveira2, Hermínio Árias Nalini-Junior2

Adriana Trópia de Abreu2 & Yasmine Antonini1

1- Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais – UFOP – DEBIO –

Campus Morro do Cruzeiro s/n – Ouro Preto, MG, Brasil

2- Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais – DEGEO -

Campus Morro do Cruzeiro s/n – Ouro Preto, MG, Brasil

RESUMO

O avanço das atividades minerarias no Brasil, principalmente na região do Quadrilátero

Ferrífero (QFe) em Minas Gerais, tem acarretado a presença de altos níveis de particulados

atmosféricos com a presença de metais pesados, tóxicos para o ser humano e meio ambiente.

Abelhas sem ferrão coletam pólen e néctar de plantas que podem estar contaminados com esses

elementos químicos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi identificar a presença e

concentração de elementos químicos, em amostras de pólen, mel e particulado atmosférico

oriundos de diferentes tipos de mineração relacionando-os com o tipo de rocha minerada e com

as pluviosidade, em três municípios do QF. As análises qualitativas e quantitativas foram

realizadas através de ICP-OES e ICP-MS. De acordo com os resultados obtidos, observou-se a

presença de mais de 40 elementos químicos, entre eles metais tóxicos como Pb, Cd, Cr e As.

Maiores concentrações de elementos químicos foram verificadas nas amostras de pólen. As

diferentes áreas de amostragem apresentaram diferenças na composição e concentração dos

elementos químicos. Na época de seca, com baixa pluviosidade, as concentrações da maioria

dos elementos químicos foram, em geral, muito superiores às concentrações encontradas no

período chuvoso. Desta forma, pode-se concluir que o pólen coletado por Tetragonisca.

angustula pode ser utilizado no monitoramento da contaminação ambiental por metais

presentes no particulados atmosféricos; existe a necessidade de maior controle da emissão

desses particulados, nas áreas de amostragem, bem como da necessidade de estabelecer-se uma

legislação específica para o produtos das abelhas sem ferrão, quanto aos limites de tolerância

para metais.

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Palavras chave: abelhas nativas, metais pesados, biomonitoramento, mineração, poluição

atmosférica

INTRODUÇÃO

As atividades antrópicas nos últimos 150 anos, provocaram e continuam provocando

bruscas mudanças ambientais com a exposição de organismos vivos a poluentes como metais

pesados, resíduos de pesticidas, e degradação de habitats através do avanço da fronteira

agrícola, minerária e do crescimento urbano e industrial levando a grandes desequilíbrios

ecológicos (Salati et al. 2007, Dreistadt et al. 1990). Fontes de poluentes oriundas do

desenvolvimento dessas atividades geram grandes impactos influenciando negativamente os

ambientes, pois parte desses poluentes acaba se acumulando nos seres vivos (Brait et al. 2009).

As abelhas pertencem a um grupo de espécie chave, os polinizadores, e estão

particularmente sendo afetadas por esses tipos de poluentes. Elas representam um componente

chave para a biodiversidade global, fornecendo um importante serviço ecossistêmico, vital para

plantas nativas e cultivadas. Relatos do desaparecimento e diminuição desses animais com

colônias inteiras morrendo ou tendo populações enfraquecidas e diminuídas tem sido

divulgados desde os anos 2000 em países da Europa e nos Estados Unidos. Esse

desaparecimento rápido e inexplicável ficou conhecido como Colapso da Desordem da Colônia

(Potts et al. 2010). As razões para esse fenômeno não são muito conhecidas, mas alguns

pesquisadores atribuem esse acontecimento à: mudanças climáticas; redução e fragmentação

dos habitats para dar espaço às atividades antrópicas como agricultura intensiva e mineração,

com consequente redução da biodiversidade de flora o que gera estresse ambiental e até mesmo

desnutrição das abelhas; novos patógenos; novos parasitas; envenenamento por compostos

químicos, incluindo pesticidas e material particulado tóxico; consanguinidade e manejo

inadequado de abelhas domesticadas (Johnson 2010, Lima & Rocha 2012)

As abelhas são animais importantes para avaliar alterações ambientais, pois ao visitarem

as flores e armazenarem em seus ninhos, produtos como mel, pólen, cera, própolis atuam como

bioindicadores da qualidade ambiental, funcionando como verdadeiras sentinelas, patrulheiras

e marcadoras muito apropriadas para indicar e monitorar a contaminação do ambiente. Esses

animais quando em busca de alimento, ficam expostas aos poluentes atmosféricos como o

material particulado com metais pesados e estes podem ser interceptados e aderidos nos pelos

de todo o corpo das mesmas. Além disso, ao coletarem o néctar e os grãos de pólen, que também

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podem estar contaminados pelo material particulado por deposição atmosférica ou via solo e

água também contaminados, as abelhas acabam transportando poluentes presentes em todo o

ambiente externo para o interior das suas colônias (Porrini et al. 2003).

Uma série de variáveis devem ser considerados quando se utiliza as abelhas, ou produtos

da colmeia como mel, para monitorar metais pesados no ambiente: o tempo (chuva e vento

podem limpar a atmosfera ou transferir metais pesados de um ambiente a outro), a origem

botânica (o néctar e os grãos de pólen podem estar mais expostos ou não aos poluentes de

acordo com a morfologia das flores, bem como de acordo com aspectos fisiológicos de

transporte e acumulação pelos tecidos das plantas). Devido essa capacidade de fornecer

informações sobre a condição de uma ampla área do ambiente em que vivem, as abelhas e seus

produtos vêm sendo estudadas pra avaliar níveis de metais pesados, pesticidas e outros tipos de

contaminantes em áreas impactadas ou que sofrem impacto indireto de atividades humanas

(Porrini et al. 2003, Pohl 2009, Fernández et al. 1994, Bogdanov et al. 2003, Celli &

Maccagnani 2003, Conti & Botré 2001, Bogdanov, 2006, Perugini et al. 2011, Kevan 1999,

Leita 1996, Balestra et al. 1992, Przybylowskia & Wilczynska 2001, Tuzen et al. 2007, Lambert

et al. 2012).

Praticamente todos estes estudos observados foram feitos com as abelhas Apis mellífera

devido principalmente serem muito difundidas na apicultura com seus produtos voltados para

consumo humano em todo o mundo, inclusive no Brasil onde essa espécie é exótica e invasora

(Minussi & Alves-dos-Santos, 2007). Os poucos trabalhos existentes no Brasil que abordam o

uso de abelhas para biomonitoramento também são feitos com a A. mellífera. Entretanto, o uso

de abelhas nativas sem ferrão pode ser uma ferramenta muito mais eficiente e interessante por

oferecer vantagens para o biomonitoramento da qualidade ambiental, como proposto nesse

trabalho, devido suas características descritas por Nogueira-Neto (1997) que as colocam como

grupo de espécies indígenas, com ampla distribuição geográfica, fácil aclimatação, hábito

generalista quanto às plantas visitadas, grande diversidade, a maioria não ser agressiva, fácil

manipulação, grande importância para a polinização, inclusive de flores de tamanho diminuto

que outros polinizadores não conseguem fazê-la. A abelha Tetragonisca angustula (Latreille,

1811), conhecida popularmente como Jataí, é uma abelha nativa sem ferrão meliponídea de

grande interesse econômico e cientifico por possuir todas as características acima citadas para

as nativas, ocorrendo por toda a América Latina, ser rústica, limpa com qualidade de seus

produtos garantida, ser muito resistente podendo ter colônias facilmente multiplicadas e

aclimatadas (Nogueira-Neto 1997). Diante de tudo isso pode ser uma excelente bioindicadora

para monitoramento ambiental.

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16

O produto de abelhas mais usado nos estudos é o mel e seu uso deve-se principalmente por

servir de alimento humano e a apicultura. O pólen estocado nos ninhos das abelhas é pouco

estudado, e os poucos trabalhos com esse produto tem informado melhor as concentrações de

poluentes presentes no ambiente, no ar, e seu uso para o biomonitoramento e controle ambiental

vem sendo proposto pelos pesquisadores como Formick et al (2013).

Diante disto, a bioindicação e o biomonitoramento de poluição atmosférica por material

particulado utilizando os produtos das abelhas nativas sem ferrão como as Jataís em áreas com

grande potencial poluidor como as de mineração que impactam o ambiente ao longo de toda

sua vida útil podem ser interessantes, visto que existem estudos que comprovam a eficiência de

abelhas como “amostradoras” do ambiente.

A utilização e análise do pólen de abelha mais que do mel, de forma simples e prática para

biomonitoramento ambiental tem baixo custo financeiro em relação à áreas monitorada com

ampla abrangência regional podendo ser fonte de uma técnica viável para acompanhar a

qualidade ambiental de uma região com potencial poluidor.

Nesse trabalho caracterizamos e quantificamos os elementos traço presentes no pólen

de abelha e no mel de Jataí e comparamos com o encontrado no material particulado coletado

de forma simples e passiva. . Com isso, associamos a qualificação e quantificação de elementos

químicos presentes nas matrizes (mel e pólen), com a contaminação atmosférica por material

particulado nas áreas de mineração estudadas.

Abelhas sociais podem ser consideradas boas amostradoras ambientais de particulados

gerados por atividades minerarias porque são generalistas, coletam néctar e pólen de diferentes

espécies de plantas, em diferentes estratos da vegetação, apresentam atividade o ano inteiro,

podendo ser utilizadas para avaliar variações sazonais na composição dos particulados, além de

serem de fácil manejo (Nogueira-Neto 1997). Levando em consideração o exposto acima,

hipotetizamos que (1) T. angustula será uma espécie boa para amostrar elementos químicos

presentes no ambiente; (2) o pólen é mais eficiente do que o mel para determinação de

elementos menores; (3) a composição de metais no particulado atmosférico será semelhante

aquela encontrada no mel e no pólen e (4) a concentração e composição dos metais será

diferente entre os períodos seco e chuvoso.

MATERIAIS E MÉTODOS

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17

O estudo foi conduzido em cinco áreas na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero

(QFe), nos municípios de Ouro Preto, Mariana, Itabirito e Nova Lima (Figura 1).

Figura1: Área de estudo com os locais de coleta (CT-Área Controle; BM-Bemil; IM-Irmãos Machado; SM-SAFM;

VM-Viamar Mineração) dentro do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais-Brasil

O QFe é uma região localizada no estado de Minas Gerais com área aproximada de 7000

Km², sendo conhecida mundialmente devido as enormes riquezas minerais e pelos vultosos

retornos econômicos da exploração de suas jazidas, principalmente de ouro, ferro, manganês,

topázio imperial e bauxita (Instituto Quadrilátero 2014, Quadrilátero Ferrífero-Centro de

Estudos Avançados 2009, CPRM 2014). Os principais grupos de rochas encontradas são

aquelas associadas a Terrenos Granito-Gnaissicos Arqueanos; Xistos; Filitos; Quartzitos;

Dolomitos; Formações Ferríferas; Canga e Hematita Compacta (CPRM 2014).

Do ponto de vista biológico O QFe está esta inserido na porção sudeste de Minas Gerais

abrangendo dois importantes “hotspots” de biodiversidade, o Cerrado e a Mata Atlântica. Por

ter características geomorfológicas e microclimáticas peculiares e únicas, esta região favorece

uma grande biodiversidade. São encontradas diversas formações vegetais e fitofisionomias.

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18

Nessa região estão instalados diversos empreendimentos minerários não somente de

minério de ferro que assinala a região, mas também de ouro, alumínio, manganês, quartizito,

etc. Cada uma das cinco áreas escolhidas para o trabalho apresenta diferentes tipos de rochas,

alvo da mineração. Na tabela 1 apresentamos as áreas de estudo com a atividade mineral

principal de cada uma.

Tabela 1: Caracterização das principais atividades minerárias em cada área de amostragem, Minas Gerais, Brasil.

Nome da área Principal atividade Coordenada

Bemil Mineração Calcário dolomítico 20°22'41.4"S 43°37'24.5"W

Controle Área residencial 20°03'35.3"S 43°56'44.7"W

Pedreira Irmãos Machado Gnaisse (brita) 20°19'30.2"S 43°41'43.4"W

SAFM Mineração Minério de Ferro 20º16'17 "S 43º53'45"W

Viamar Mineração Esteatita (Pedra Sabão) 20°23'04.6"S 43°14'09.3"W

Em cada unidade de amostragem foi instalado um ninho de Tetragosnica angustula

distante no máximo à 1 km da cava principal e na área controle o ninho foi colocado no interior

do fragmento de floresta. A distância de 1 km foi definida baseada no alcance máximo de voo

da espécie, que pode chegar até 800 metros (Nogueira-Neto 1997). De cada ninho, amostras de

pólen estocado no ninho e mel foram colhidas, no período chuvoso (fevereiro e março) e no

período seco (abril, agosto e setembro). Mel e pólen foram retirados diretamente dos potes de

alimento.

Em cada área de amostragem foram instalados cinco coletores de particulado

atmosférico conforme Azimi et al.(2002) com algumas modificações na altura dos coletores.

Estes coletores ficaram dispostos no sentido norte-sul, leste-oeste em relação ao ninho da abelha

e um coletor ao lado do mesmo em posição central. Os coletores foram dispostos distantes cerca

de 50 metros a partir do central (Figura 2) mantidos por sete dias, no período seco e pelo mesmo

tempo no período chuvoso. Dentro do frasco coletor foi adicionada solução de 100 ml de ácido

nítrico Suprapur à 10% com água Mili-Q a fim de dissolver as partículas fazendo uma digestão

ácida do material ali depositado e evitar a adsorção dos elementos químicos maiores e traços

nas paredes dos mesmos. As amostras da poeira em deposição nas soluções ácidas resultantes

desse processo anteriormente descrito foram acondicionadas sob refrigeração à 5º C até o

processo direto de leitura com identificação e quantificação dos elementos químicos sem passar

por procedimento de digestão em micro-ondas

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19

Figura 2: Desenho esquemático da disposição do ninho de abelhas e dos coletores de particulados em campo.

No laboratório todas as amostras de mel e pólen foram submetidas à digestão acida em

micro-ondas. De cada amostra foram feitas triplicatas retirando-se para cada 1,0g de mel e 0,5g

de pólen. Em seguida, foram adicionados 7 ml de ácido nítrico ultrapuro à 65% (Merck) e 1 ml

de peróxido de hidrogênio 30% (Merck, ISO). As amostras foram deixadas em pré-digestão por

cerca de 18 horas com o frasco fechado em sistema de exaustão. Depois o processo de digestão

no micro-ondas foi sob 220°C, 1500W e 1000mbar durante 30 minutos. Os frascos com

amostras digeridas foram abertos somente depois de resfriamento completo para evitar perda

de elementos químicos de interesse que volatilizam em altas temperaturas. O conteúdo de cada

frasco foi vertido em balão de 50 ml tendo o volume completado com água Mili-Q ultrapura.

Os teores dos elementos químicos foram dosados por espectrofotometria de emissão óptica com

plasma acoplado indutivamente (ICP-OES - Agilent-725) e por espectrofotometria de massa

com fonte de plasma acoplado indutivamente (ICP-MS – Agilent-7700x). Todas as análises

foram realizadas no Laboratório de Geoquímica Ambiental (LGqA) no Departamento de

Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP).

Estatística descritiva foi utilizada para calcular valores médios e respectivos desvios de

15 elementos selecionados. Um teste t pareado foi utilizado para avaliar diferenças nas

concentrações dos elementos entre os períodos seco e chuvoso. Análise de Componentes

Principais (PCA) foi feita para avaliar a correspondência ou não dos elementos entre as áreas

de amostragem e entre os períodos de seca e chuva. Para essa análise, os valores das

concentrações que apareceram menores que o limite de quantificação (<LQ) foram substituídos

pelo valor do limite de detecção (LD) dividido por dois (Hewett & Ganser, 2007). Todas estas

análises foram feitas utilizando o software Minitab 16. Para avaliar a diferença na composição

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20

dos elementos químicos entre as áreas de amostragem foi feito um modelo linear generalizado

(GLM). Análise de contraste também foi realizada após aplicação do GLM para ver quais as

áreas que se agrupam e quais se separam de acordo com o elemento químico usado como

variável explicativa. Estas foram feitas com o software R. Análise de correspondência foi feita

entre os dados obtidos do pólen e poeira no software Past para ver se os metais em maiores

concentrações eram os mesmos para as duas matrizes estudadas nas mesmas áreas de

amostragem.

RESULTADOS

Pólen, mel e particulado atmosférico foram analisados separadamente considerando os

resultados das leituras de todos os elementos nos dois espectrofotômetros. Foram feitas leituras

das concentrações dos elementos em dois espectrofotômetros, o ICP-OES e o ICP-MS devido

um fazer boas leituras e determinações de concentrações de elementos em maiores

concentrações devido as curvas de calibração do mesmo e o outro ser mais sensível para

determinar concentrações muito baixas em ppb (partes por bilhão).

Uma vez que nas amostras de pólen, mel e material particulado detectamos quase todos

os elementos químicos conhecidos, optamos por selecionar elementos traços. Estes elementos

muitas vezes no texto são chamados de “metais pesados” já que esse termo mesmo não sendo

regulamentado pela IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) é comumente

utilizado por se referir a metais contaminantes e que apresentam certa toxicidade à saúde

humana. Os escolhidos foram: Cr, Co, Ni, Cu, As, Y, Sb, Cs e Ba, Cd, Pb, Al, Fe, Mn e Zn

(Figura 3). Uma análise descritiva foi feita somente para esses elementos selecionados

conforme demonstrado na Tabela 2.

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21

Figura 3: Tabela periódica adaptada com os 15 elementos escolhidos e destacados com contorno. Adaptado de:

http://2.bp.blogspot.com/-i5PmnuH27Yw/U0rHiG8ZMTI/AAAAAAAAL6o/l57765HWHwg/s1600/periodic%2Btable%2Biupac.jpg

Não existem dados de mel para a área de amostragem da Bemil (BM) e nem de pólen

para a área da SAFM (SM), visto que não houve coletas desses produtos em nenhuma das

estações seca ou chuvosa por motivos de perda, morte e enfraquecimento dos ninhos instalados

nessas localidades.

Observando-se as médias das concentrações dos elementos selecionados pode-se inferir

um certo padrão geral para os cinco mais concentrados. Para o mel, esse padrão parece ter sido

de elementos como o Cr, As, Cu e Y com concentrações abaixo do limite de quantificação dos

aparelhos de leitura para todas as áreas de amostragem, Co apenas para as áreas CT e SM e Cd

e Pb aparecendo quantificado apenas nas amostras da área CT. Quando observou-se as médias

das concentrações dos elementos no pólen, concluiu-se que dentre os cinco elementos

trabalhados que apresentaram maiores concentrações em todas as amostras de todas as áreas de

amostragem foram o Cu e o Fe. O Ba apareceu em altas concentrações em todas as áreas, exceto

na VM. Cr, Cu, Ni e Fe foram encontrados dentre os cinco mais concentrados para três das

áreas de estudo: CT, VM e BM. Para o material particulado (poeira) observou-se um padrão

bem interessante, visto que para todas as áreas os metais Al, Fe, Zn e Mn foram os mais

concentrados. A partir dessa análise viu-se que os cinco elementos mais concentrados não são

os mesmos para as matrizes estudadas, ou seja, não estão refletindo os mesmos metais

potenciais poluidores do ar. Isso pode ser devido aos coletores de poeira terem sido muito

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22

pontuais por terem sido fixos e com pouca abrangência coletando somente o que conseguia

ficar em deposição, já os produtos das abelhas são oriundos de uma área mais ampla e as abelhas

e as flores onde coletaram recursos ficaram muito mais expostos à atmosfera por muito mais

tempo e a todas as direções do vento podendo ter interceptado uma gama muito maior de

particulados contaminados com mais tipos de metais. Os elementos diferentes que ficaram com

maiores concentrações no pólen refletem tanto a contaminação do ar quanto os elementos

presentes no solo e os que ficaram em maiores concentrações no material particulado coletado

refletem apenas os contaminação do ar em poucos dias de amostragem (7 dias por estação seca

ou chuvosa) por meio de deposição em equipamento que não intercepta o vento em todas as

suas direções e não foram colocados em todo o raio de ação das abelhas. Com isso estima-se a

maior eficiência das abelhas em informar sobre quais elementos e suas concentrações no

ambiente como um todo.

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23

Tabela 2: Lista dos 15 elementos lidos em espectrofotômetros com maiores concentrações na amostras de Pólen,

Mel e Particulado em cada área de amostragem (*) para médias de concentrações excluindo os valores que

apareceram <LQ; (-) para áreas onde não houve amostragens ; (<LD) para o elemento Cs que não foi detectado

nas amostras de poeira. Valores médios de concentração de mel e pólen em µg/Kg. Valores médios de

concentração da poeira em µg/l. CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração);

SM (SAFM); BM (Bemil)

len

Mel

Po

eira

len

Mel

Po

eira

len

Mel

Po

eira

len

Po

eira

Mel

Po

eira

x- ±

σ78

.18±

11.6

93.

797*

±0.

461

138.

7±94

.947

0±38

19.

71±

4.96

744±

559

318.

7±11

4.5

10.7

1±18

.85

322.

1±23

5.3

140.

5±27

.434

6±42

919

.6*

±1.

067

1484

±75

7

Mín

/Máx

68.3

/101

3.45

/4.3

239

.4/2

8610

2/83

64.

28/1

5.35

90/1

838

207/

461

2.02

/49.

1170

.5/7

5411

6/17

917

/145

418

.38/

20.3

629

1/25

48

As

x- ±

σ24

.01±

10.1

2<

LQ

0.12

67±

0.06

3510

4.99

±9.

88<

LQ

0.10

42±

0.04

5811

8.5±

71.7

<L

Q0.

2359

±0.

1666

38.6

8±11

.54

0.92

7±1.

997

<L

Q0.

3153

±0.

1707

Mín

/Máx

11.8

7/35

.33

<L

Q0.

051/

0.28

294

.51/

114.

14<

LQ

0.04

5/0.

185

57.2

/242

.7<

LQ

0.08

5/0.

619

29.6

9/55

.85

0.07

2/5.

837

<L

Q0.

092/

0.65

6

Ba

x- ±

σ65

52*

±20

6<

LQ

4.73

±3.

5711

590±

4287

983.

5±13

8.3

135.

4±29

7.9

2690

±68

117

1.5±

82.9

8.32

±4.

946

1.1*

±65

.212

.22±

11.5

614

13.7

105.

510

4.6±

59.8

Mín

/Máx

6315

/669

2<

LQ

1.99

/13.

2360

95/1

5686

838/

1131

.16.

2/97

618

21/3

431

88.6

/256

.43.

57/1

6.11

415/

507.

22.

28/4

1.71

1323

.7/1

529.

921

.4/2

12

Cd

x- ±

σ<

LQ

4.61

74*

0.02

028±

0.01

607

<L

Q<

LQ

0.09

58±

0.19

25<

LQ

<L

Q0.

0618

±0.

1173

<L

Q0.

0138

±0.

0089

8<

LQ

0.02

984±

0.01

082

Mín

/Máx

<L

Q4.

6174

/4.6

174

0.00

078/

0.06

23<

LQ

<L

Q0.

0075

/0.6

371

<L

Q<

LQ

0.01

17/0

.392

4<

LQ

0.00

078/

0.02

92<

LQ

0.01

55/0

.047

4

Co

x- ±

σ59

.2±

32.3

9.81

4.7

0.59

3±1.

345

160.

8±11

4<

LQ

0.51

6±0.

2887

135.

7±76

.6<

LQ

0.43

08±

0.25

8161

.89±

15.1

70.

4319

±0.

2129

12.9

8*±

2.85

2.12

9±1.

065

Mín

/Máx

29.4

/106

.16.

4/15

.17

0.05

9/4.

409

33.8

/273

.1<

LQ

0.17

3/0.

871

62.7

/213

.3<

LQ

0.18

5/0.

8946

.42/

76.5

10.

396/

0.70

79.

76/1

5.17

0.61

9/3.

88

x- ±

σ86

4±20

7.5

<L

Q8.

61±

7.71

211.

5±17

2.1

<L

Q4.

9±5.

1339

25±

2038

<L

Q12

.11±

11.2

915

91±

649

5.36

±7.

14<

LQ

16.4

±3.

113

Mín

/Máx

717.

9/12

77<

LQ

1.21

/21.

7733

.4/4

12.9

<L

Q0.

95/1

3.45

1976

/599

7<

LQ

1.53

/29.

3887

6/25

600.

51/2

0.76

<L

Q13

.59/

24.1

1

Cs

x- ±

σ28

.5±

30.7

9.73

1.83

<L

D13

1.4±

83.9

23.1

2±3.

05<

LD

61.4

8±13

.63

23.5

82±

2.25

4<

LD

86.3

±53

.6<

LD

11.7

96*

±1.

183

<L

D

Mín

/Máx

0.7q

62.6

7.66

/11.

13<

LD

47/2

11.7

19.6

2/27

.3<

LD

47.9

5/78

.41

21.4

78/2

5.95

7<

LD

39.7

/163

.2<

LD

10.6

54/1

3.01

5<

LD

Cu

x- ±

σ45

44±

4950

<L

Q3.

98±

3.77

3454

±17

73<

LQ

6.81

±6.

5225

59*

±72

5<

LQ

6.85

±5.

8780

70±

1715

2.77

6±3.

009

<L

Q6.

25±

3.37

Mín

/Máx

109/

1014

5<

LQ

0.73

/12.

8613

99/5

734

<L

Q0.

51/1

6.66

1878

/332

1<

LQ

0.37

/19.

4163

69/1

0934

0.15

/10.

51<

LQ

2.9/

14.0

8

x- ±

σ35

1.3±

122.

34.

83±

2.52

108.

6±60

.660

3±39

26.

573±

1.86

713

28±

1112

318.

5±12

3.7

61.3

±13

8.5

315.

2±25

5.2

534.

3±54

2751

±35

1896

.04*

±7.

0135

79±

2675

Mín

/Máx

213/

482

2.19

/7.5

650

.9/2

4121

8/97

34.

59/9

.06

144/

3147

205/

454

3.2/

344

101/

818

463/

607

169/

1203

088

.32/

102

707/

8132

Mn

x- ±

σ73

.5±

27.2

9.13

±8.

2510

1.1±

101.

931

.63±

6.96

7.05

±5.

8333

0±67

734

.41±

5.13

10.4

5±21

.74

65.2

±80

.763

.87±

12.9

877

9±84

879

.59*

±6.

4323

24±

1507

Mín

/Máx

47.2

47.2

1.69

/19.

3711

.2/3

4424

.55/

39.5

81.

71/1

2.85

21/2

244

28.3

2/39

.31

1.39

/54.

8212

.7/2

7549

.99/

79.5

839

/291

872

.36/

84.6

447

3/51

12

Ni

x- ±

σ56

2.3±

96.6

32.3

45*

2.16

9±2.

656

158.

5±16

9.6

143.

4*±

157.

30.

6039

±0.

204

2655

±49

429

.47*

±5.

135.

61±

4.43

775.

1±13

6.9

1.08

3±0.

471

36.5

72*

1.06

9±0.

466

Mín

/Máx

438.

5/69

5.6

32.3

45/3

2.34

50.

291/

7.11

18.1

/114

.141

.1/3

77.5

0.32

3/0.

886

2094

/322

225

.84/

33.0

91.

15/1

3.42

590.

7/91

6.9

0.46

/1.7

636

.572

/36.

572

0.37

6/1.

71

Pb

x- ±

σ<

LQ

15.0

72*

0.64

3±0.

523

363.

2±15

7.1

<L

Q1.

125±

0.65

8<

LQ

<L

Q1.

718±

2.19

3<

LQ

0.53

32±

0.24

72<

LQ

3.02

9±1.

209

Mín

/Máx

<L

Q15

.072

/15.

072

0.25

9/2.

0312

9.9/

472.

1<

LQ

0.69

7/2.

93<

LQ

<L

Q0.

344/

7.5

<L

Q0.

188/

0.86

4<

LQ

2.87

5/5.

23

Sb

x- ±

σ21

0.3±

28.6

98.6

6±17

.66

2.56

2±0.

628

6.8±

117.

810

2.51

±8.

991.

827±

0.37

621

6.1±

2790

.52±

9.99

2.73

8±1.

341

277.

4±92

.91.

38±

0.60

193

.98*

±6.

81.

859±

0.49

6

Mín

/Máx

182.

2/25

5.2

79.3

6/12

9.43

1.92

/4.0

718

6.8/

503.

786

.65/

114.

061.

21/2

.26

187.

4/26

2.3

78.3

2/10

6.44

1.95

/6.5

199.

3/42

6.9

0.28

7/2.

2987

.04/

100.

641.

41/2

.78

Y x

- ± σ

9.02

7±2.

35<

LQ

<L

Q28

5±25

12.

1549

0.00

935

3.12

5*±

0.23

328

.16±

11.2

1<

LQ

<L

Q32

.9±

27.2

8.38

±10

.59

3.15

4*±

0.56

3<

LQ

Mín

/Máx

6.90

7/13

.091

<L

Q<

LQ

43/5

352.

1483

/2.1

615

2.96

/3.2

913

.05/

42<

LQ

<L

Q6.

2/61

.82.

97/3

1.82

2.51

4/3.

575

<L

Q

x- ±

σ33

.16±

5.51

1.07

7±0.

372

106.

7±17

0.5

29.9

8±2.

932.

522±

0.94

615

1.3±

66.1

36.2

±2.

50.

994±

0.24

712

1.8±

9740

.71±

6.83

100.

4±55

.71.

389*

±0.

4511

6±62

Mín

/Máx

26.7

8/38

.66

0.55

8/1.

6918

.8/5

8627

.02/

33.2

51.

63/4

.11

96.6

/314

32.8

2/40

.24

0.71

7/1.

455

.8/3

7333

.67/

50.9

158

.4/2

470.

877/

1.72

36.9

/236

Al

Fe

Zn

CT

IMV

MB

MS

M

Cr

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24

Pólen

A leitura das amostras de pólen pelo ICP-OES revelou a existência de 25 elementos

químicos, sendo que As, Be, Cd, Co, Mo, Na, Ni, Pb e V, foram detectados mas não foram

quantificados (<LQ). A composição dos elementos químicos variou entre as áreas de

amostragem. Os elementos Al, Ba, Ca, Cu, Fe, K, Mg, Mn, P, S, Sr, Ti e Zn foram quantificados

em todas as unidades de amostragem; o Cr para todas as áreas, exceto para a IM; já os elementos

Li, Y e V foram detectados, mas não quantificados em quase todas as amostras(Tabela 3).

Tabela 3: Média das concentrações em µg/Kg dos 25 elementos químicos registrados por ICP-OES nas amostras

de pólen nos períodos seco (S) e chuvoso (C). CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar

Mineração); BM (Pedreira Bemil). (*) para médias de concentrações excluindo os valores que apareceram <LQ

CONCENTRAÇÃO MÉDIA (µg/Kg)

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S BM-C BM-S

Al 832.777 732.471 1.223.307 8.166.597 2.190.487 4.182.747 1.387.330 1.424.830

Ba 19.960 96.110 123.683 178.130 50.308 61.085 22.228 32.022

Ca 11.615.767 19.959.033 17.764.700 15.712.333 15.974.233 15.497.267 12.316.733 29.108.333

Cr 11.174 0.8857 <LQ <LQ 20.694 54.703 19.646 14.028

Cu 171.000 44.445 130.136 97.504 70.576 97.421 148.709 157.211

Fe 2.412.390 4.614.030 2.461.503 9.608.077 2.076.147 4.290.847 4.909.517 5.778.213

K 48.695.033 40.834.300 52.976.267 53.375.067 45.304.233 43.562.967 46.182.333 57.324.067

Li <LQ <LQ <LQ 10.338 <LQ <LQ <LQ <LQ

Mg 7.709.140 6.013.847 10.382.740 9.942.890 5.464.893 8.786.937 7.245.553 15.858.967

Mn 489.010 982.705 253.825 378.835 297.879 390.262 524.085 753.335

P 42.530.633 27.135.433 44.988.533 41.261.633 38.731.167 42.341.567 39.185.433 50.527.433

S 24.428.867 13.328.667 18.384.067 16.329.200 18.043.633 18.611.667 23.209.600 29.400.833

Sr 27.872 70.796 115.824 90.562 46.749 51.781 28.307 37.796

Ti 15.715 18.284 68.697 691.837 48.686 103.001 31.847 33.904

V <LQ <LQ <LQ 1.27829* <LQ <LQ <LQ <LQ

Y <LQ <LQ <LQ 0.6893 <LQ <LQ <LQ <LQ

Zn 381.258 281.832 293.353 306.207 378.097 345.904 352.530 461.749

Com a leitura das amostras no ICP-MS foram identificados 40 elementos químicos

(Tabela 4).

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25

Tabela 4: Média das concentrações em µg/Kg dos 40 elementos químicos registrados por ICP-MS nas amostras

de pólen nos períodos de seca (S) e chuva (C). (*) para valores de média das concentrações excluindo os <LQ.

CT(Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); BM (Pedreira Bemil).

CONCENTRAÇÃO MÉDIA µg/Kg

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S BM-C BM-S

Ag 15.1606* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 65.9396*

As 151.383 328.802 <LQ 1.049.892 632.459 1.738.340 388.373 385.166

Ba <LQ 65.515.151 87.975.117 143.834.775 20.890.275 32.903.265 <LQ 461.1146*

Be <LQ <LQ 3.4794* 155.319 <LQ 3.707* <LQ <LQ

Bi 8.1488* 3.5035* <LQ 325.890 23.689 57.899 5.5681* 178.119

Ce <LQ 335.138 1.780.211 22.222.725 919.973 2.588.027 215.488 615.246

Co 313.442 871.071 602.679 2.613.072 660.248 2.054.273 480.897 756.959

Cr 9.433.929 7.846.034 574.582 3.654.744 20.688.302 57.807.614 18.517.453 13.302.330

Cs 563.259 <LQ 550.343 2.078.624 735.106 494.557 414.435 1.311.871

Cu 89.782.186 <LQ 49.793.782 19.279.389 <LQ 25.588.589 73.057.978 88.349.581

Dy 21.368 21.291 115.105 1.040.578 37.041 81.917 18.343 65.102

Er <LQ <LQ 52.338 476.773 2.1256* 44.242 <LQ 45.423

Eu <LQ <LQ 39.047 328.037 <LQ 32.028 <LQ 1.8526*

Ga <LQ <LQ 29.0121* 3.124.126 377.329 872.745 18.6063* 218.479

Gd 25.112 27.499 162.112 1.492.156 51.538 116.463 21.398 70.980

Ge <LQ <LQ <LQ 499.764 <LQ <LQ <LQ 255.812

Ho 0.4002 0.4199 21.065 187.535 0.7301 15.773 0.4056 14.402

In <LQ <LQ <LQ 11.375 <LQ <LQ <LQ <LQ

La 94.737 189.513 1.354.588 13.073.957 404.290 1.154.679 111.076 388.632

Li 5.8004* 103.176 1.302.046 13.559.839 189.217 536.961 114.518 994.711

Lu <LQ <LQ <LQ 43.681 <LQ <LQ <LQ <LQ

Nd 105.623 134.731 915.335 8.843.294 284.472 728.932 110.895 344.937

Ni 6.432.998 4.813.357 294.7772* 300.6604* 22.247.635 30.855.442 6.568.879 8.933.705

Pb <LQ <LQ 129.9424* 4.409.490 <LQ <LQ <LQ <LQ

Pr 24.994 42.775 256.891 2.526.091 76.130 214.007 2.9165* 86.392

Sb 1.911.600 2.294.160 2.032.694 3.702.805 2.053.813 2.267.653 2.077.850 3.470.570

Sc 26.6128* <LQ <LQ 1.322.483 283.412 788.738 434.952 413.086

Sm <LQ <LQ 167.832 1.621.563 5.2396* 129.272 <LQ 66.495

Sn <LQ <LQ <LQ 614.897 <LQ <LQ <LQ 22.8045*

Sr <LQ 33.989.546 71.629.660 48.456.848 8.931.188 15.628.930 <LQ 579.4242*

Th <LQ 1.2401* 300.410 3.597.531 208.037 437.349 10.058 86.480

Tl <LQ <LQ 313.657* 395.554 <LQ <LQ <LQ <LQ

Tm <LQ <LQ 0.66995* 59.936 <LQ 0.5729 <LQ 0.6437

U <LQ 2.2691* 126.093 1.239.040 28.110 152.079 19.422 38.942

V 1.348.934 1.309.363 676.068 9.453.317 1.778.738 4.676.210 2.749.513 2.445.068

Y 87.082 93.452 561.115 5.139.255 190.125 373.083 83.697 574.485

Yb <LQ <LQ 37.520 345.640 <LQ 37.573 <LQ 41.422

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26

Alguns elementos (Se, Mo e Cd,) apresentaram concentrações <LQ e não puderam ser

quantificados. O Pb não foi quantificado para todas as amostras, tendo concentrações

determinadas apenas para áreas de amostragem da IM nas duas estações de coleta. Encontramos

metais de transição interna (Lanctanídeos- La, Ce, Pr, Nd, Gd, Dy, Ho) em quase todas as

amostras. Ce e Pr apresentaram concentrações <LQ para a área controle (na estação chuvosa) e

na BM na chuvosa. Os outros elementos desse grupo estiveram com <LQ para área CT nas duas

estações, na VM e na BM na época chuvosa, sendo o Eu com concentrações <LQ para estação

seca na BM. O Lu apareceu com concentrações quantificadas apenas para as amostras da IM

na estação seca. Os metais de transição interna Actinídeos encontrados na leitura do

espectrômetro foram o Th e o U, ambos com valores abaixo do limite de quantificação apenas

para as amostras da área CT nas duas estações de coleta.

O Pb e o Cd, embora sejam altamente tóxicos e terem sido detectados apresentaram

concentrações abaixo dos limites de quantificação de ambos os aparelhos na grande maioria das

amostras. A maioria dos elementos foi encontrada em maiores concentrações nas amostras de

pólen de abelhas coletados na estação seca. Ou seja, a deposição ou chegada da maioria desses

elementos ocorreu na seca onde ocorre maior quantidade de poeira em dispersão no ar e

portanto maior deposição e transporte pelo vento e interceptação dos metais pesados pelos grãos

de pólen e pelas abelhas.

Encontraram-se diferenças nas concentrações entre os períodos de seca e chuva para a

maioria dos 15 elementos selecionados para estudo em todas as áreas de amostragem. A

concentração do Sb não foi significativamente diferente para nenhuma das áreas estudadas. O

Cu, As, Ba, Al e Zn aparecem em apenas uma das áreas com diferença entre as estações (Tabela

5).

Observou-se que a Viamar (VM) foi a área com sazonalidade mais evidente, na qual as

concentrações da maioria dos elementos diferiram com alta significância estatística (Tabela 5).

Talvez essa diferença se deva pelo tipo de rocha explorada na VM que é o esteatito.

Tabela 5: Valores do resultado do teste t das concentrações dos elementos químicos em cada uma das áreas de

amostragem entre duas estações de coleta. (*) sem amostra (<LQ, ou sem repetições de três concentrações para

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27

validar o teste). CT (Área controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); BM (Pedreira

Bemil). Valor de p<0,05

Áreas de amostragem

CT IM VM BM

P-value T-value P-value T-value P-value T-value P-

value T-value

Al 0.405 1.05 0 -31.4 0.024 -6.32 0.892 -0.15

As 0.006 -6.91 * * 0.087 -3.16 0.978 0.03

Ba * * 0.179 -2.04 0.005 -7.55 * *

Cd * * * * * * * *

Co 0.029 -5.73 0.018 -7.43 0.001 -26.34 0 -24.79

Cr 0.453 0.92 0.01 -9.93 0.001 -28.61 0.399 0.98

Cs * * 0 -29.25 0.017 7.54 0.044 -4.62

Cu * * 0.011 5.66 * * 0.379 -1.12

Fe 0.001 -11.68 0.001 -28.84 0.010 -10.18 0.035 -3.69

Mn 0.004 -16 0.002 -11.05 0.007 -12.23 0.005 -7.6

Ni 0.019 4.64 0.967 -0.05 0.008 -6.43 0.010 -5.86

Pb * * * * * * * *

Sb 0.164 -2.16 0.132 -2.47 0.437 -0.96 0.103 -2.87

Y 0.792 -0.3 0 -29.2 0.028 -3.98 0.001 -12.34

Zn 0.006 12.36 0.654 -0.5 0.14 1.99 0.068 -3.63

Com análise de GLM, observou-se que apenas as concentrações dos elementos Sb, Cd

e Fe não foram significativamente diferentes entre as áreas e, portanto, não conseguem

distingui-las. Após a análise de contraste a área IM se mostrou diferente das demais de acordo

com as concentrações da maioria dos elementos. A área BM diferiu em relação ao Cu, Cd e Zn.

A área VM diferiu em relação ao Cr, Ni e As. A área controle não foi diferente isoladamente

das demais, estando sempre igual a uma ou mais áreas para todos os elementos, não tendo,

portanto um único elemento sequer para caracterizá-la e diferenciá-la das demais (Tabela 6)

Tabela 6: Resultado do GLM e analise de contraste para amostras de pólen. Análise de contraste sendo mostrada

na qual as áreas agrupadas significam que são mais parecidas e as áreas isoladas que são diferentes das demais em

relação a determinado elemento químico

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28

ELEMENT DF DEVIANCE Pr>(CHI) ANALYSIS OF CONTRAST

Al 20 566805 0.002581 CTBMVM IM

As 20 31299 0.002311 CTBMIM VM

Ba 20 442012540 4.485e-12 BMVMCT IM

Cd 20 0.036858 0.2295 VMCTIM BM

Co 20 48051 0.02289 CTBMVM IM

Cr 20 47192022 7.88e-09 IMCTBM VIA

Cs 20 33861 0.006511 CTVMBM IM

Cu 20 142703472 0.0005545 VMIMCT BM

Fe 20 345819 0.0604 VMCTBM IM

Mn 20 7941.6 4.46e-07 IMVM BMCT

Ni 20 22103995 2.20e-16 IM CTBM VM

Pb 20 249851 0.0001175 VMCTBM IM

Sb 20 28861 0.187 MACVIABEM IM

Y 20 309999 0.0002302 CTVMBM IM

Zn 20 376.14 0.0009436 IMCTVM BM

Os resultados da PCA indicam que as áreas de amostragem são diferentes entre si em

relação à composição dos elementos químicos (64.7% da variação é explicada). As áreas CT,

BM e IM são semelhantes entre si e diferentes da VM a mais distinta. Os elementos que

contribuíram mais para agrupar/desagrupar as áreas foram Cr, Co, Ni, As, Pb, Al e Fe (Tabela

7). Para variação da presença de elementos entre os períodos seco e chuvoso, encontramos

pouca variação para a área controle e BM. Para as outras duas unidades, as concentrações foram

diferentes entre os dois períodos. Os elementos Sb, Ba, Cs, Fe, Pb e Y, foram os responsáveis

por separar os pontos do período seco da área da IM dos pontos do período chuvoso, sendo que

estes ficaram agrupados no mesmo quadrante da PCA junto com os pontos da BM e CT dos

dois períodos influenciados pelo Zn, Cu e Mn. Os pontos que representam a VM se separaram

em relação à sazonalidade onde os pontos representantes da época chuvosa foram influenciados

a se agruparem por influência do Ni e Cr (Figura 4).

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Figura 4: Score Plote da PCA dos dados do pólen nas diferentes áreas de amostragem de acordo com a época de

coleta: seca ou chuvosa. BM-C, CT-C, IM-C, VM-C (Chuvosa). BM-S, CT-S, IM-S e VM-S (Seca)

Tabela 7: Contribuição de cada elemento químico (EQ) encontrado nas amostras de pólen na composição dos

valores dos dois componentes da PCA (PC1 e PC2)

EQ PC1 PC2

Al 0.37 -0.158

As 0.187 -0.448

Ba 0.311 0.088

Cd 0.093 0.169

Co 0.342 -0.231

Cr -0.048 -0.519

Cs 0.314 0.09

Cu -0.135 0.22

Fe 0.34 0.087

Mn -0.077 0.192

Ni -0.067 -0.529

Pb 0.37 0.096

Sb 0.259 0.141

Y 0.382 0.079

Zn -0.108 -0.023

76543210-1-2

2

1

0

-1

-2

-3

-4

-5

Componente 1

Co

mp

on

en

te 2

BM-C

BM-S

CT-C

CT-S

IM-C

IM-S

VM-C

VM-S

AREA

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30

Mel

Nas amostras de mel, lidas pelo ICP-OES foram detectados 25 elementos (Tabela 8) e

nas amostras do ICP-MS foram detectados 41 elementos químicos (Tabela 9). Muitos não foram

quantificados por estarem abaixo do limite de quantificação (<LQ) tendo sido apenas

detectados estando, portanto presentes nas amostras. Os elementos que estiveram <LQ para

todas as áreas não foram tabelados.

Tabela 8: Média das concentrações dos elementos químicos que foram determinados pelo ICP-OES em uma ou

mais amostras de mel por época de coleta seca (S) e chuvosa (C). (*) para valores de média das concentrações

excluindo os <LQ. CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); SM (SAFM)

CONCENTRAÇÃO µg/Kg

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S SM-C

Al <LQ 47.297 53.014 141.245 20.837 44.107 196.015

Ba 0.1620 0.0764 11.435 0.8564 0.2444 0.3629 14.011

Ca 1.847.720 469.908 1.730.077 1.294.163 707.200 1.006.250 2.610.093

Fe 24.963 123.517 52.639 78.842 35.990 64.905 960.990

K 5.384.900 397.981 16.594.033 8.493.190 7.543.980 4.325.403 8.122.150

Mg 252.925 <LQ 645.972 108.027 <LQ 285.110 495.093

Mn 182.370 17.340 123.628 17.449 13.943 18.505 795.959

Na 6.4307* <LQ 148.556 47.221 83.464 119.690 <LQ

P 379.073 282.676 1.240.677 566.934 776.485 694.799 720.616

S 482.549 <LQ 528.505 334.222 1.450.897 541.457 405.209

Sr 0.3620 0.1118 17.597 0.7553 0.2358 0.3177 0.8496

Zn 14.054 11.024 28.866 21.591 0.8981 10.256 13.902

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Tabela 9: Média das concentrações dos elementos químicos (EQ) que foram determinados pelo ICP-MS em uma

ou mais amostras de mel por época de coleta seca (S) e chuvosa (C). (*) para valores de média das concentrações

excluindo os <LQ. CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); SM (SAFM)

CONCENTRAÇÃO µg/Kg

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S SM-C

Ba <LQ <LQ 11.087.286 8.583.276 964.914 2.465.719 14.137.204

Cd <LQ 4.61744* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Ce <LQ <LQ 63.359 74.937 <LQ <LQ 425.394

Co 98.102 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 129.789

Cs 97.291 <LQ 255.339 207.044 215.311 256.326 117.959

Cu <LQ 148.5294* 3.170.433 <LQ <LQ <LQ <LQ

Er <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 0.5976

Ge <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 58.896

In <LQ 0.7953* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

La <LQ <LQ 88.163 76.457 <LQ <LQ 68.872

Li <LQ <LQ 6.2516* 96.733 <LQ <LQ 1.389.640

Nd <LQ <LQ 69.254 <LQ <LQ <LQ 6.7201*

Ni 32.3448* <LQ 1.691.351 66.3438* 29.4666* <LQ 36.5718*

Pb 15.07249* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Pr <LQ <LQ 19.655 15.600 <LQ 0.0398* 17.145

Rb 313.1977* <LQ 10023.1195* 56.546.546 58.584.708 28.864.224 14.944.691

Sb 925.430 1.047.732 1.008.327 1.041.907 927.715 882.668 939.776

Sc <LQ <LQ 55.839 45.131 48.004 68.434 71.822

Se <LQ 260.3225* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Sm <LQ <LQ 1.1870* <LQ <LQ <LQ 1.3701*

Sn <LQ 251.3158* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Sr 2.173.016 <LQ 18.183.419 7.737.394 596.553 1.779.627 7.848.340

Th <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 27.660

Tl <LQ <LQ <LQ 1.349.563 <LQ <LQ <LQ

Tm <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 0.0805*

U <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 10.834

V <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 200.981

Y <LQ <LQ 2.16148* 2.1482* <LQ <LQ 31.541

Yb <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 0.5901

Ao contrário do que aconteceu com as amostras de pólen, observou-se que muitos

elementos não foram determinados nas amostras de mel. Mas assim como visto com o pólen,

para o mel o que foi quantificado teve maiores concentrações nas amostragens da estação seca.

Para algumas amostras e áreas não foi possível fazer teste de sazonalidade porque os

elementos não apresentaram concentrações quantificáveis por nenhum dos dois métodos. Na

tabela 10 apresentamos os resultados dos testes que foram possíveis de serem feitos.

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Tabela 10: Valores do resultado do teste t das concentrações dos elementos químicos em cada uma das áreas de

amostragem entre duas estações sazonais de coleta. (*) para valores que não se pode fazer o teste por não terem

valores para serem analisados (<LQ, ou sem repetições de três concentrações para validar o teste). CT (Área

Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); SM (SAFM). P-valor < 0,05

Áreas de amostragem

CT IM VM SM

P-value T-value P-value T-value P-value T-value P-value T-value

Al 0.68 -0.46 0.003 -8.66 0.464 0.9 * *

As * * * * * * * *

Ba * * 0.001 15.6 0.001 -15.52 * *

Cd * * * * * * * *

Co 0.566 0.68 * * * * * *

Cr * * * * * * * *

Cs 0.866 0.19 0.074 3.47 0.002 -24.5 * *

Cu * * * * * * * *

Fe 0.305 -1.24 0.138 -2.4 0.43 0.98 * *

Mn 0.483 0.8 0.001 34.7 0.429 0.98 * *

Ni * * * * * * * *

Pb * * * * * * * *

Sb 0.84 0.22 0.717 -0.42 0.645 0.51 * *

Y * * * * * * * *

Zn 0.132 2.05 0.42 0.93 0.481 0.86 * *

Com a análise de GLM, viu-se que os elementos que diferiram significativamente entre

as áreas foram o Co (X2=1.02 e-7), Y (X2=1.27e-13), Cs (X2=2.2e-16), Ba (X2=2.2e-16) e Mn

(X2=5.45e-16). Com a análise de contraste, observou-se que a IM foi diferente das demais áreas

em relação às concentrações de Cr, Cu, Ni, As, Sb e Zn. Já a área SM diferiu das outras devido

às diferenças nas concentrações de Co, Y, Al, Fe, Mn e Cs. Para essa área, a diferenciação

evidente na análise de contraste já era esperada por esta ser a única mineradora de minério de

ferro, logo o Fe com certeza é uma das mais importantes variáveis explicativas. A área controle

diferiu das demais de acordo com o Cd, Pb, Co, Cs e Ba. A área VM se diferenciou apenas uma

vez com relação ao Ba (Tabela11)

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Tabela 11: Resultado do GLM e analise de contraste para amostras de mel. Análise de contraste sendo mostrada

na qual as áreas agrupadas significam que são mais parecidas e as áreas isoladas que são diferentes das demais

ELEMENT DF DEVIANCE Pr>(CHI) ANALYSIS OF CONTRAST

Al 20 634.88 0.1311 CTIMVM SM

As 20 0.077656 0.204 VMSMCT IM

Ba 20 6028233 2.20E-16 CT VM IMSM

Cd 20 2.339 0.486 VMSMIM CT

Co 20 414.97 1.02E-07 VMIM CT SM

Cr 20 0.21577 0.2042 VMSMCT IM

Cs 20 1427.4 2.20E-16 CT SM IMVM

Cu 20 0.083453 0.2041 VMSMCT IM

Fe 20 25646 0.2087 CTIMVM SM

Mn 20 12893 5.45E-16 IMCTVM SM

Ni 20 32039 0.1535 CTVMSM IM

Pb 20 26.264 0.488 VMSMIM CT

Sb 20 477.02 0.3656 VMSMCT IM

Y 20 20.744 1.27E-13 VMCTIM SM

Zn 20 8.9129 8.9129 VMCTSM IM

A Análise de Componentes Principais (PCA) mostrou que as áreas apresentam

diferenças na composição dos elementos químicos com leve tendência a se separarem. O valor

cumulativo do resultado explicou 47,5% da variação entre as áreas. A tabela 12 mostra o quanto

cada elemento interfere nas duas principais componentes dessa análise multivariada. Os

elementos que mais contribuíram para a diferenciação dos pontos da SM foram o Fe, Al, Mn,

Y, Ba e Co. Os pontos da IM também se separaram talvez por influência do Cr, Ni, Cu, As e

Zn. VM parece estar com leve tendência a agrupamento e talvez mais influenciada pelas

concentrações do Cs. Quanto à sazonalidade, a SM por ter tido apenas uma coleta na estação

chuvosa ficou separada das demais assim como esperado, e a área controle parece ter tido uma

tendência a separação, levando a pensar que com o mel, não houve diferença tão significativa

entre as concentrações dos elementos nas áreas (Figura 5).

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Figura 5: Score Plote da PCA dos dados do mel nas diferentes áreas de amostragem de acordo com a época de

coleta: seca ou chuvosa. SM-C, CT-C, IM-C, VM-C (Chuvosa). CT-S, IM-S e VM-S (Seca)

Tabela 12: Contribuição de cada elemento químico (EQ) encontrado nas amostras de mel na composição dos

valores dos dois componentes da PCA (PC1 e PC2)

EQ PC1 PC2

Al -0.366 0.171

As 0.109 0.172

Ba -0.208 0.362

Cd 0.194 0.005

Co 0.292 0.421

Cr 0.292 0.421

Cs -0.053 -0.035

Cu -0.244 0.204

Fe -0.365 0.101

Mn -0.4 0.287

Ni 0.292 0.421

Pb 0.145 0.105

Sb 0.172 0.076

Y -0.332 0.268

Zn 0.041 0.232

3210-1-2-3-4

3

2

1

0

-1

-2

-3

-4

Componente 1

Co

mp

on

en

te 2

CT-C

CT-S

IM-C

IM-S

SM-C

VM-C

VM-S

AREA

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Particulado Atmosférico

Nas amostras de particulado foram identificados 33 elementos químicos sendo 26

determinados pelo ICP-OS e 19 pelo ICP-MS (Tabela 13). O Cd, Co, Mo, Li, Ni, V, As e Pb

foram detectados mas não foram quantificados (<LQ). Entretanto, no ICP-MS, estes elementos

foram quantificados juntamente com outros elementos menores e traços (Tabela 14). O Se, Re

e Bi foram detectados, mas não foram quantificados no ICP-MS.

Tabela 13: Média das concentrações dos elementos lidos pelo ICP-OES nas amostras de particulado atmosférico

por época de coleta seca (S) e chuvosa (C). (*) para valores de média das concentrações excluindo os <LQ. CT

(Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VMA (Viamar Mineração); SM (SAFM); BM (Bemil)

CONCENTRAÇÃO (µg/Kg)

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S BM-C BM-S SM-C SM-S

Al 28.799 66.431 2.307.967 398.132 105.488 60.932 53.202 191.211 954.464 1.136.625

As <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Ba <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Ca 20.1674* <LQ <LQ <LQ 247.592 <LQ 22.7615* <LQ 195.423 215.361

Cd <LQ 8.8134* 16.9180* 14.2540* 6.1926* 10.8392* 16.7974* 78.455 63.269 106.968

Co <LQ <LQ <LQ 4.8182* <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Cr <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Cu <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Fe <LQ <LQ 1.0427* 1.0784* 1.0811* <LQ 1.0608* 1.2554* 15.248 13.652

K 55.354 154.038 1.502.989 243.891 105.931 88.280 39.555 97.740 162.480 333.269

Li <LQ 9.8873* 130.175 1.045.273 272.499 10.2373* 10.4950* 176.888 26.7830* 133.379

Mg <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Mn <LQ <LQ <LQ 3.1287* <LQ <LQ 17.4759* 47.380 <LQ <LQ

Mo 356.018 1.771.627 1.581.896 1.443.377 1.004.212 1.429.817 1.132.794 874.281 1.197.496 1.123.839

Na <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Ni <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

P 977.110 1.895.642 2.828.288 12.042.690 4.826.670 1.611.773 1.231.284 5.689.020 15.088.675 14.580.976

Pb 733.693 1.473.302 3.193.726 23.357.238 4.829.468 1.475.936 10.693.438 44.320.037 47.003.012 24.570.644

S 754.534 1.356.292 4.886.500 1.713.601 355.455 948.757 2.977.662 12.598.606 21.947.341 24.541.547

Sc 24.582 81.674 73.403 44.584 33.317 36.957 110.066 361.929 48.898 77.253

Si 10.531 23.678 38.444 34.190 17.950 29.327 3.9977* 49.495 10.558 19.338

Sr 0.3535* 1.8183* 12.572 12.439 0.8142 0.8131 60.777 196.051 0.4528* 0.9199

Ti <LQ 1.0617* 0.2258* 0.3200 0.1329* 0.6345* 0.4559* 0.2705 0.1962* 0.2774

V 0.1623 0.3812 12.154 10.663 0.7599 11.470 19.691 0.6377 0.4461 10.054

Y 0.3088 0.7349* 0.7140 0.6474 0.5271* 0.7848 0.7684* 12.088 0.6273 15.377

Zn 0.1834* 0.4029* 0.4565 22.632 0.8440 0.2828 0.5259* 0.9030 0.3769 0.3853

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Tabela 14: Média das concentrações µg/L dos elementos lidos pelo ICP-MS nas amostras de particulado

atmosférico por época de coleta seca (S) e chuvosa (C). (*) para valores de média das concentrações excluindo os

<LQ. CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração); SM (SAFM); BM (Bemil)

As concentrações da maioria dos elementos não diferiram entre os dois períodos

sazonais (Tabela 15). . Para o Cr e o Al as concentrações entre o período seco e chuvoso foram

significativamente diferentes para as áreas de amostragem CT, IM e VM. Os elementos Co, As

e Fe foram os elementos que diferiram significativamente apenas na área da IM (Tabela 15).

Tabela 15: Resultado do teste 2 Sample T das concentrações dos elementos químicos nas amostra do particulado

atmosférico em cada uma das áreas de amostragem entre duas estações sazonais de coleta. (*) para valores que

não se pode fazer o teste por não terem valores para serem analisados (<LQ, ou sem repetições de três

concentrações para validar o teste). CT (Área Controle); IM (Pedreira Irmãos Machado); VM (Viamar Mineração);

SM (SAFM); BM (Bemil). P-valor < 0,05

CONCENTRAÇÃO µg/Kg

CT-C CT-S IM-C IM-S VM-C VM-S BM-C BM-S SM-C SM-S

Ag <LQ 0.0117* 0.02066* 0.0154 0.0071* 0.0079* 0.0153* 0.0226 0.0298 0.0291

As 0.178 0.417 0.338 1.774 0.862 0.354 0.2181* 0.499 1.716 1.503

Ba 15.09 2.12 8.66 1.145 21.84 2.38 10.8958* 0.932 15.97 16.83

Be 0.156 1.030 0.259 0.773 0.580 0.281 0.3214* 0.520 2.39 1.86

Bi 1.092 3.248 0.716 0.492 6.76 4.46 0.9648* 1.180 1.16 0.973

Cd 2.62 5.33 8.90 4.731 3.25 10.45 3.48 2.08 4.20 8.30

Co 36.17 177.16 158 144 100 142.98 113.28 87.43 120 112

Cr 0.118 0.136 0.067 0.141 0.255 0.217 2.0416* 0.259 0.247 0.384

Cu <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

Mo 3.58 4.86 12.17 10.75 6.95 15.56 1.20 1.79 2.00 3.340

Ni 3.51 18.3773*9 112.63 14.24 7.81 7.06 2.4852* 3.34 11.74 24.68

Pb 0.0299 0.0501* 0.054 0.0351 0.0289* 0.0325* 0.0969* 0.0573 0.03899* 0.0543

Rb 0.077 0.0642* 0.280 <LQ 0.1362* 0.0342* 0.1542* <LQ 0.0473* 0.0318*

Re 0.0175 0.0286* 0.1560 0.0357 0.0185 0.1051 0.0187* 0.0116* 0.0278 0.0318

Sb 2.45 2.68 1.91 1.74 2.31 3.17 1.50 1.26 1.99 1.73

Se 2.82 6.64 230.80 39.81 10.55 6.09 5.32 19.12 95.45 113.66

Sr <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ

V 0.525 0.760 1.322 0.93 1.430 2.00 0.6334* 0.453 3.36 2.70

Zn <LQ 0.1054* <LQ <LQ <LQ 0.0685* <LQ <LQ <LQ <LQ

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37

Com a análise de GLM, observou-se que os elementos que não foram diferentes

significativamente e que, portanto, não são responsáveis pela diferenciação das áreas foram o

Cu, As, Ba, Cd e Zn. O Cs não foi lido em nenhuma amostra de particulado e, portanto não foi

considerado. Quanto a análise de contraste, observou-se que a área SM é a mais diferente das

demais devido as concentrações de Cr, Co, Pb, Al e Mn. A área IM se mostra mais diferente

quando se observa as concentrações do Ba, Cd, Al e Zn. A área VM pelo Ni e Cu. A área BM

pelo As e Y. A área controle não se mostrou diferente isoladamente das demais áreas como

todas as outras (Tabela 16).

Tabela 16: Resultado do GLM e analise de contraste para amostras de poeira. Análise de contraste sendo mostrada

na qual as áreas agrupadas significam que são mais parecidas e as áreas isoladas que são diferentes das demais

ELEMENT DF DEVIANCE Pr>(CHI) ANALYSIS OF CONTRAST

Cr 45 981.18 0.001177 BMIMCTVM SM

Co 45 21.942 5.08e-07 BMVMIMCT SM

Cu 45 137.15 0.1886 BMCTSMIM VM

Ni 45 168.92 2.99e-06 IMBMSMCT VM

Áreas de amostragem

CT IM VM BM SM

P-value T-value P-value T-value P-value T-value P-value T-value P-value T-value

Cr 0.006 5.42 0.026 3.43 0.004 6.16 0.107 2.08 0.692 -0.42

Co 0.361 -1.03 0 -7.74 0.082 2.17 -1.96 -1.96 0.471 0.77

Ni 0.252 -1.34 0.085 2 0.445 0.81 0.286 -1.17 0.557 0.62

Cu 0.299 -1.16 0.345 1.01 0.075 -2.39 0.514 0.72 0.078 -2.36

As 0.695 -0.42 0.003 -4.58 0.745 0.34 0.451 0.83 0.241 -1.33

Y * * * * * * 0.71 0.4 * *

Sb 0.587 -0.59 0.52 0.68 0.367 -1.02 0.56 0.62 0.443 0.83

Ba 0.125 -1.94 0.367 1.02 0.173 1.55 0.084 -2.29 0.659 -0.46

Cd 0.625 -0.53 0.38 0.99 0.298 -1.19 0.221 1.34 0.598 -0.56

Pb 0.527 -0.69 0.402 0.94 0.714 -0.39 0.783 0.29 0.436 0.85

Al 0.099 -1.95 0.003 -4.98 0.032 2.93 0.137 -1.85 0.924 0.1

Fe 0.05 -2.57 0 -9.22 0.053 2.72 0.174 -1.65 0.236 1.39

Mn 0.327 -1.09 0.511 0.72 0.3 -1.19 0.089 -2.11 0.804 -0.26

Zn 0.243 -1.37 0.768 0.31 0.531 -0.67 0.514 0.72 0.861 0.18

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38

As 45 2.6849 0.3995 IMCTVMSM BM

Y 45 237.91 0.01079 CTSMVMIM BM

Sb 45 12.683 0.000217 BMIMSM CTVM

Cs <LD

Ba 45 154370 0.07973 CTVMBMSM IM

Cd 45 0.048429 0.3171 BMCTSMVM IM

Pb 45 42.491 4.69e-06 BMCTIMVM SM

Al 45 11557633 2.24e-10 CTVMBM IM SM

Fe 45 91873839 0.0001963 CTVMIM BMSM

Mn 45 35414199 2.12e-10 VMCTIMBM SM

Zn 45 15530 0.8161 BMCTSMVM IM

Nas análises de PCA, as áreas de amostragem, não apresentaram tendências em se

separem com base nos 14 elementos químicos traços e maiores escolhidos, e os resultados

explicam 45,6% da variação. Apenas a área da SM aparenta ser diferente das demais, isto

provavelmente devido ser a única área de mineração de ferro estudada e, portanto diferir das

demais. CT, ao contrário do esperado, e apesar de estar próxima de uma mineradora de ferro,

não mostrou a mesma tendência que a SM.Os elementos que mais contribuíram para a

diferenciação foram Fe, Al, Mn, Co e Pb . Já o Cu, Ba e Cd podem estar sendo os responsáveis

pela diferenciação de apenas uma das amostras da área da IM na época chuvosa (Tabela 17).

As variáveis que podem ser as responsáveis por agrupar as áreas são Ni, As, Zn e Cr (Figura

6).

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39

Figura 6: Score Plote da PCA dos dados da poeira nas diferentes áreas de amostragem de acordo com a época de

coleta: seca ou chuvosa. BM-C, SM-C, CT-C, IM-C, VM-C (Chuvosa).BM-S, CT-S, IM-S, SM-S e VM-S (Seca)

Tabela 17: Contribuição de cada elemento químico (EQ) encontrado nas amostras de particulado atmosférico na

composição dos valores dos dois componentes (PC1 e PC2) da PCA.

EQ PC1 PC2

Cr 0.119 0.148

Co 0.389 -0.033

Ni -0.011 0.31

Cu 0.046 0.42

As -0.004 0.072

Y -0.028 -283

Sb -0.201 0.306

Ba 0.269 0.295

Cd 0.143 0.456

Pb 0.363 0.263

Al 0.449 -0.142

Fe 0.383 -0.078

Mn 0.466 -78

Zn 0.028 0.22

6543210-1-2-3

5.0

2.5

0.0

-2.5

-5.0

Componente 1

Co

mp

on

en

te 2

VM-S

BM-C

BM-S

CT-C

CT-S

IM-C

IM-S

SM-C

SM-S

VM-C

AREA

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40

Uma análise de correspondência foi feita no programa Past com os dados de médias das

concentrações do pólen de abelha e da poeira nas duas estações de coleta a fim de visualizar

graficamente e estatisticamente os elementos químicos que em maiores concentrações

apareceram mais nas áreas e se o pólen e a poeira tiveram mesmos elementos químicos com

maiores concentrações nas mesmas áreas para ver se houve relação entre essas matrizes em

alguma área de amostragem, ou seja, se teve algum elemento em maior concentração para as

duas matrizes nas mesmas áreas. O que foi observado é que para a poeira o Fe, Al, Mn e Zn

foram mais abundantes e influenciam a separação e para o pólen os demais elementos sãos os

de maiores concentrações com diferenças entre qual deles aparece mais abundante em relação

a estação sazonal de coleta. O teste conseguiu explicar basicamente o que já foi informado com

as análises anteriores com a ressalva de estar comparando graficamente duas matrizes

concomitantemente (Figuras 7 e 8).

Figura 7: Gráfico gerado pela Análise de Correspondência com os dois principais eixos explicando 72,791 % da

variação. Os pontos correspondentes aos valores da poeira na estação seca são: CT-PO, IM-PO, VC-PO, BM-PO,

SM-PO estando mais influenciados em todas as areas e tendo maiores concentraçoes de Al, Fe, Mn e Zn. Os ntos

que representam os valores das concentrações do pólen na estação seca são: CT-P, IM-P, VM-P, BM-P estando

mais influenciados em todas as áreas e tendo maiores concentraçoes de Ba, Cu, Sb, Ni e Pb na seca.

Cr

Co

Ni

Cu

As

Y

Sb

Ba

Cd

Pb

Al_FeMn_ Zn

BM-P

BM-P

BM-P

IM-P

IM-PIM-P

CT-P

CT-PCT-P

VM-PVM-P

VM-P

BM-POBM-POBM-POBM-PO

BM-POIM-PO

IM-PO

IM-POIM-POIM-PO

CT-PO

CT-PO

CT-PO

CT-POCT-PO

SM-POSM-POSM-POSM-POSM-PO

VM-PO

VM-PO

VM-POVM-POVM-PO

-1,8 -1,5 -1,2 -0,9 -0,6 -0,3 0 0,3 0,6

Axis 1

-0,02

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

Axis

11

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41

Figura 8: Gráfico gerado pela Análise de Correspondência com os dois principais eixos explicando 68,998% da

variação. Os pontos correspondentes aos valores da poeira na estação chuvosa são: CT-PO, IM-PO, VC-PO, BM-

PO, SM-PO estando mais influenciados em todas as areas e tendo maiores concentraçoes de Al, Fe, Mn e Zn. Os

pontos que representam os valores das concentrações do pólen chuvosa são: CT-P, IM-P, VM-P, BM-P estando

mais influenciados em todas as áreas e tendo maiores concentraçoes de Ba, Cu, Cr e Ni na chuvosa .

DISCUSSÃO

Os metais pesados presentes na atmosfera podem se depositar nos pelos das abelhas

operárias e serem trazidos de volta para a colméia com os grãos de pólen, ou eles podem ser

absorvidos em conjunto com o néctar das flores, ou através da água. O emprego de abelhas do

gênero Apis e seus produtos como indicadores de presença de elementos químicos no ambiente

vêm sendo apresentado em vários estudos, principalmente na Europa (p. ex. Porrini et al. 2003,

Raeymaekers 2006, Chauzat et al. 2011, Satta et al. 2012, Formick et al. 2013). Utilizando

métodos semelhantes de análise (ICP-OES e ICP-MS), esses autores, conseguiram mostrar que

os produtos (mel, pólen, própolis, cera) da abelha Apis mellifera podem ser usados como

bioindicadores e biomonitores ambientais em relação à poluição, em especial da emissão de

particulados na atmosfera por atividades antropogênicas.

Os trabalhos publicados até o momento, no Brasil e em outros países principalmente na

Europa, vêm utilizando abelhas melíferas nos estudos de contaminantes no mel e pólen. No

Cr

Co

Ni

Cu

AsY

Sb

Ba

Cd

Pb

Al_FeMn_ Zn

BM-P

BM-P

BM-P

IM-PIM-P

IM-P

CT-P

CT-P

CT-P

VM-P

VM-P

VM-PBM-POBM-PO

BM-PO

BM-PO

BM-PO

IM-PO

IM-PO

IM-PO

IM-POIM-PO

CT-PO

CT-PO

CT-PO

CT-PO

CT-PO

SM-POSM-POSM-POSM-PO

SM-POVM-PO

VM-PO

VM-POVM-POVM-PO

-1,8 -1,5 -1,2 -0,9 -0,6 -0,3 0 0,3 0,6

Axis 1

-0,3

-0,24

-0,18

-0,12

-0,06

0

0,06

0,12

0,18

0,24

Axis

7

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42

caso do Brasil, como a abelha melífera é introduzida, podemos inferir que as espécies de abelhas

nativas sejam mais efetivas como amostradores, pois podem ser capazes de coletar néctar e

pólen de espécies de plantas que a abelha melífera não visita o que pode aumentar a informação

fornecida da qualidade do ambiente. Quase não se tem estudos com abelhas nativas e

biomonitoramento por metais pesados em áreas impactadas, mas encontramos alguns estudos

como o de Szentgyorgyi et al. (2011) que testaram a riqueza de abelhas do gênero Bombus sp.

ao longo de um gradiente de poluição por Zn, Cd e Pb e não encontrou diminuição da riqueza

com o aumento das concentrações desses elementos ao longo do gradiente de poluição. Em

trabalho semelhante, Morón et al. (2012) avaliaram a relação entre abundância e riqueza de

abelhas nativas, também ao longo de um gradiente contaminado por metais pesados (Pb, Cd e

Zn) e verificaram diminuição nos dois parâmetros com o aumento da contaminação.

Operárias de T. angustula se mostraram, assim como as Apis, eficientes na função de

amostradores ambientais, pois tanto no mel, quanto no pólen analisados foram encontrados

muitos elementos químicos, em todas as áreas de amostragem. O fato de serem generalistas,

facilmente aclimatadas, possuírem ampla distribuição geográfica, ninhos com longo período de

vida e serem nativas (Nogueira-Neto 1997) fazem com que as jataís sejam uma espécie

qualificada a ser utilizada em programas de monitoramento ambiental, já que os metais pesados

são emitidos de uma forma continua tanto de forma natural (intemperismo) quanto por fontes

antropogênicas (no caso, atividade minerária).

O mel e o pólen armazenados nas colônias de T. angustula se mostraram eficazes para

a quantificação e qualificação dos elementos químicos nas áreas de estudo. Nas amostras de

pólen detectou-se 25 elementos químicos pelo ICP-OES (sendo 17>LQ) e 40 pelo ICP-MS

(sendo 37>LQ) e nas amostras de mel foram detectados 25 elementos pelo ICP-OES (sendo

11>LQ) e 41 pelo ICP-MS (sendo 29>LQ). Conforme esperado, o pólen se mostrou mais

eficiente, pois vários elementos determinados nas amostras de mel e não quantificados (<LQ)

o foram nas amostras de pólen. Em alguns casos, a concentração de elementos no pólen chegou

a ser dez vezes maior do que no mel. O pólen, além de ficar mais exposto a contaminação,

apresenta-se como um material mais aderente. O néctar (matéria prima principal do mel) ao

contrário, fica mais abrigado em estruturas mais “fechadas” no interior das flores, reduzindo

então as chances de particulados chegarem até ele.

De acordo com Formick et al. (2013) as abelhas e as plantas visitadas por elas são

expostas “acidentalmente” aos metais pesados apresentando concentrações diferentes desses

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metais nos seus diferentes órgãos e produtos. Os autores elencaram o pólen juntamente com a

própolis como melhores que o mel e a cera como informantes mais precisos já que esses

produtos sofrem menor interferência e transformações pelas abelhas dentro das colônias. Isto

também poderia explicar o que observamos com o pólen sendo melhor que o mel para informar

sobre os metais no ambiente.

Satta et al (2012) também analisaram produtos de abelhas e o impacto de metais

pesados focando Cr, Cd e Pb como poluentes em áreas de mineração e afirmaram que o mel

não é um bom bioindicador de poluição por metais pesados, porém seu uso como tal para ter

alguma eficiência deve ser feito levando em consideração a origem botânica do mesmo, ou seja,

as espécies botânicas sensíveis aos poluentes devem ser usadas também para apoiar a ideia de

biomonitoramento com o mel. Para esses autores, o pólen recolhido pelas abelhas podem ser

uma ferramenta mais eficiente de monitoramento de contaminação por metais pesados além de

fornecer dados mais abrangentes das plantas presentes na localidade e por meio disso se poder

descobrir espécies vegetais sensíveis a poluição e otimizar o biomonitoramento e ate mesmo

poder usar o mel a partir de analises anteriores do pólen. Nesse trabalho, Satta et al (2012)

concluíram que as abelhas são bioindicadores muito confiáveis de poluição em áreas de

mineração, sendo o mel um produto que não informa a realidade dos níveis de contaminação

por metais pesados enquanto que o pólen fornece informações muito seguras. Eles encontraram

concentrações interessantes dos elementos estudados sendo o Cd com valores mínimo e

máximo respectivamente de 0,31mg/kg e 4,68 mg/kg no pólen e 0,005 mg/kg e 0,046 mg/kg

no mel. O Pb apareceu com valores mínimo e máximo respectivamente de 0,75 mg/kg e 2,00

mg/kg no pólen e 0,029 mg/kg e 0,063 mg/kg no mel. Já o Cr essa mesma relação foi de

0,020mg/kg mínimo e 0,097 mg/kg máximo no pólen e 0,029 mg/kg mínimo e 0,063mg/kg

máximo no mel. Ao contrário do que esse trabalho demonstrou como resultados, o presente

estudo também feito em áreas de mineração, mas estas ainda ativas diferentemente das

estudadas por Satta, não encontrou concentrações determinadas de Cd e Pb para as amostras de

pólen por estarem abaixo de LQ e os únicos valores encontrados para esses elementos foram

em uma amostra de mel na área de mineração de ferro, na qual não ocorreu coleta de pólen por

enfraquecimento e morte da colônia, com valores respectivos de 4, 6174 µg/kg e 15,072 µg/kg.

No entanto o Cr foi lido para a maioria das amostras de pólen com valores mínimo e máximo

de 211, 5 µg/kg e 3925 µg/kg. O pólen também é apresentado como melhor na avaliação de

condição ambiental por Chauzat et al (2011), e mesmo que os poluentes estudados tenham sido

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pesticidas, suas observações são muito válidas em relação ao que acontece com a forma como

os poluentes chegam e fixam-se ao mel e ao pólen.

Os elementos químicos presentes nas amostras de mel e pólen podem também serem

derivados do processo natural de erosão de rochas, e isso é confirmado por estudos

desenvolvidos em regiões com baixa aptidão minerária. Santos et al. (2008), por exemplo,

estudaram amostras de mel, oriundos de região de transição entre o semiárido e a Floresta

Atlântica, no estado da Bahia, e encontraram variações nas concentrações de K, Na, Ca, Mg,

Mn, Zn, e Fe em uma região sem nenhuma atividade mineraria. Esses elementos também

foram registrados no nosso estudo. No caso do nosso estudo, as maiores concentrações de Fe

(96,04 µg/Kg), Zn (2,522 µg/Kg) e Mn (79,59 µg/Kg), por exemplo, foram muitas vezes

superiores às encontradas por esses autores que foram 0,98 µg/g de Mn, 0,25 µg/g de Zn, 3,98

µg/g de Fe, o que era esperado, já que as rochas do QF, além do ferro, apresentam também

outros elementos químicos. Em outro estudo, Magalhães (2010), também encontrou diferenças

nas concentrações de vários elementos químicos obtidos a partir do mel e pólen de Apis

mellifera, entre os municípios estudados com diferentes atividades antropogênicas poluidoras.

As maiores concentrações de vários elementos encontrados nos nosso trabalho, comparados aos

citados acima, pode estar ocorrendo devido a grandes volumes de particulados gerados pela

atividade de muitas minas em atividade.

Não existe parâmetro normativo para concentrações máximas de metais pesados tóxicos

no pólen, mesmo este sendo usado na alimentação, mas existe para o mel, inclusive para os

países do Mercosul devido o consumo humano desse produto bem como sua comercialização.

Ainda assim, os valores máximos estabelecidos para um consumo controlado e precavido

acontecem somente para alguns elementos com seus respectivos limites máximos: As (0,30

µg/Kg), Pb (0,30 µg/Kg) e Cd (0,10 µg/Kg) (Brasil 2013). No presente trabalho não foram

quantificadas concentrações de arsênio em nenhuma amostra de mel, mas no pólen foram

encontradas concentrações bem maiores que 0,30 µg/Kg. O Pb foi quantificado na IM em altas

concentrações e muito maiores que a estabelecida como adequada no mel. O cádmio não foi

quantificado em nenhuma amostra de pólen, mas apareceu no mel em uma amostra com valores

bem maiores que o estabelecido para não estar contaminado para consumo, tenho para o Cd

valor médio de 4,6174 µg/Kg. O Pb no mel apareceu com valor de 15,072 µg/Kg. Estes únicos

valores médios de concentração desses metais, Cd e Pb, foram encontrados para a área controle

que não sofre ativamente com a atividade minerária, mas estaá próxima de uma, além de ser

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uma área com muitas residências, mas está próxima também de uma rodovia. Os outros metais

encontrados e quantificados, mesmo sem nenhum limite máximo para suas concentrações no

mel e muito menos no pólen, podem ter esses valores considerados altos levando-se em

consideração que tem valores maiores que o Pb e Cd que são os mais estudados em ambientes

poluídos.

Outros elementos químicos que tem limite estabelecido para alimentos no geral ou para

outro tipo de alimento diferente de mel e pólen de abelha são o Cr (0,10 mg/kg), Cu (10,0

mg/kg), Ni (5,0 mg/kg), Sb (2,0 mg/kg), Zn (50,0 mg/Kg) (Brasil 1998), Al (7,0 mg/Kg), Fe

(não encontrado limite de tolerância estabelecido para consumo humano, mas encontrou-se

valor máximo estipulado de 0,8 mg/Kg por peso corporal e de toxicidade no solo de 50 µg/l),

Mn (concentração considerada alta entre 780 – 930 mg/kg em alimentos) (Venezuela, 2001).

No presente estudo notou-se dificuldade em achar parâmetros com limites máximos para as

concentrações dos elementos químicos diferentes do As, Pb e Cd. Existem parâmetros com

grande quantidade de elementos químicos para a qualidade da água, mas não para de alimentos.

Observando-se as médias das concentrações dos elementos encontrados no mel e no pólen para

todas as áreas, notou-se que não houve extrapolação dessas concentrações para muitos

elementos nas áreas. Diante disso, podemos concluir que muitas das amostras estiveram com

altas concentrações com algumas delas ultrapassando os limites estipulados. Conclui-se disso

que se precisa de mais esforços para aprimoramento da normatização de limites toleráveis de

elementos químicos para que mais estudos possam ser feitos e que monitoramentos sejam mais

efetivos por poder se basear em limites estabelecidos legalmente.

Quando se analisou o material particulado, aqui também chamado de poeira, viu-se que ao

contrário do esperado, tanto a concentração quanto a composição dos elementos químicos foi

diferente do encontrado no mel e no pólen. Já que as abelhas T. angustula voam a curtas

distâncias, esperaríamos que os elementos encontrados na poeira fossem semelhantes ao

encontrado no mel e pólen. Metais pesados tóxicos como o Cd e Pb, por exemplo, foram

quantificados em todas as amostras de particulado, nas cinco áreas de amostragem. Já no pólen,

foram quantificados apenas para uma área. Outros elementos, como o Cs, foram detectados nas

amostras de pólen e mel e não o foram no particulado. No entanto o resultado encontrado talvez

seja explicado pelo fato de a poeira poder ser facilmente carregada pelo vento e seguir em

diferentes direções. O fato de termos encontrado diferentes elementos químicos em diferentes

concentrações, entre o particulado e as duas matrizes biológicas, valida ainda mais a capacidade

das abelhas na biomonitoramento ambiental. Esses resultados podem comprovar que os metais

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encontrados no mel e no pólen podem ser atribuídos aos particulados que circulam pela

atmosfera, com uma menor chance de serem trazidos pela água ou do solo, translocados por

plantas metalófilas, onde as operarias forrageiam. Isso porque os coletores de particulado

atmosférico (poeira) são muito pontuais e não refletem a ampla área que as abelhas forrageiam

e todas as direções do vento que elas podem entrar em contato interceptando os particulados.

Acreditamos que a contribuição na concentração de metais pesados no pólen das flores e néctar

por translocação via solo pode ser muito menor que por deposição atmosférica. Lambert et al.

(2012) chegou a essa mesma conclusão em seus estudos.

Algumas espécies vegetais apresentam capacidade de translocar e armazenar metais

pesados nos seus tecidos. O Se, por exemplo, elemento detectado no nosso estudo, pode ser

translocado por algumas espécies de plantas. Quinn et al. (2011) avaliaram a concentração do

selênio em flores e mostraram que houve uma diminuição dos visitantes florais e maior

quantidade de grãos de pólen inviáveis. De acordo com esse autor, outros elementos como As,

Cd, Co, Cu, Ni, Mn, Pb e Zn, também podem ser translocados. Meindl & Ashman (2013)

verificaram alterações comportamentais em abelhas que visitaram flores de plantas

acumuladoras de Al e Ni. Saunier et al. (2013) realizaram um estudo em área de mina

abandonada na França, e não encontraram Zn e Pb nas amostras de mel e pólen de abelha, mas

encontraram em liquens e musgos indicando que esses elementos não estão presentes no

particulado atmosférico, mas no solo.

Na região do QF são poucos os registros de espécies de plantas que já foram testadas

quanto a capacidade de transloscar metais pesados. De acordo com Antonella Schetini (com.

pess) pelo menos três espécies de plantas visitadas por T. angustula e que ocorrem nas áreas de

amostragem (Eremanthus incanus, Eremanthus erytropappus e Baccharis sp.), apresentam

capacidade de translocar metais. Os resultados reportados pela autora indicam Pb, Cd, Cu, Cr,

Co, Y, Ni, Ba, Fe, Al, Zn e Mn quantificados nas folhas das espécies de plantas citadas acima,

mas não se tem dados se chegam às flores.

Conforme esperado, para os 15 elementos químicos analisados, houve diferença

significativa nas concentrações, entre as duas estações avaliadas (seca e chuva) e entre as

unidades de amostragem. As unidades de amostragem se agruparam ou se separaram em função

do tipo de rocha minerada, que são diferentes umas das outras quanto a composição química.

As áreas de amostragem são diferentes, mas apresentam alguma similaridade nos elementos

químicos mensurados. A separação ficou mais evidente em relação aos elementos encontrados

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no particulado atmosférico. A área controle rodeada por grandes minas de ferro não se mostrou

tão parecida com a área SM talvez por estar inserida em um fragmento de floresta. VM se

diferenciou muito das demais talvez por apresentar exploração de pedra sabão (esteatito) que é

formada por uma maior variedade de minerais (talco, dolomita, actinolita, lorita, podendo ter

pirita, arsenopirita, magnetita, epidoto, titanita e elementos traço como Cr, Ni e Cu) (Quintaes,

2006).

As concentrações dos elementos analisados variaram em relação aos dois períodos

meteorológico estudados (seca e chuva). No período seco as concentrações, em algumas áreas,

foram o dobro do encontrado para o período chuvoso e as amostras de pólen, mais uma vez

foram mais importantes para essa avaliação. Não houve muita diferença entre as estações do

ano para a deposição dos particulados, mas houve no pólen. As maiores variações foram

verificadas nas amostras de pólen e menos nas amostras de mel e particulado. Para o mel, essa

diferença talvez não tenha ocorrido porque muitos elementos apresentaram concentrações <LQ

e não entraram nas analises. Para o particulado, a intensidade das atividades minerárias na

região explica a baixa variação entre os dois períodos climáticos. As minas funcionam

initerruptamente, mesmo no período chuvoso. A concentração de alguns elementos químicos,

no período seco foi, em algumas áreas, mais do que o dobro do encontrado no período chuvoso.

Entre as unidades de amostragem, no período seco, apenas para a área controle as concentrações

variaram pouco. A presença da floresta pode funcionar como um filtro, reduzindo o volume de

particulado que se deposita nas flores, principalmente aquelas mais utilizadas pela abelha jatai,

que normalmente são espécies ruderais ou pequenas arvores que ocorrem no sub-bosque,

ficando mais protegidas. Para o pólen pode ser pela atividade constante das abelhas durante

todo o ano, oferta de flores nas duas estações com prováveis espécies de plantas distintas e

flores com morfologias diferentes que podem facilitar mais que dificultar a deposição dos

poluentes nas anteras.

Não foram encontrados trabalhos que avaliaram a influência da pluviosidade sobre as

concentrações dos particulados que pudessem ser usados como parâmetros para comparação.

No entanto, Roman (2009) relata diferenças nas concentrações de vários elementos, analisados

em amostras de mel e pólen, entre diferentes anos de amostragem na Polônia e relacionou a

maior concentração de determinados elementos nas amostras com os constituintes do solo da

região. Azimi et al. (2003), encontraram variações nas concentrações de Pb, Cd e Cu em anos

com diferentes quantidades de precipitação, mas essas diferenças não puderam ser atribuídas a

precipitação. Lambert et al. (2012) fizeram analises em épocas distintas ao longo do ano e

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concluíram que na estação de seca as concentrações dos elementos químicos com destaque para

o Pb, são maiores.

As matrizes utilizadas, pólen, mel e particulado atmosférico, mostraram que nas áreas

de estudo existe uma grande quantidade de elementos químicos, em diferentes concentrações.

Esses elementos estão sendo desmobilizados das rochas mineradas e lançados na atmosfera, se

depositando nas plantas e consequentemente sendo carreados pelas abelhas. Podemos inferir

sobre possíveis consequências da ingestão desses elementos pelas abelhas, pois para alguns

elementos as concentrações verificadas estão muito acima do limite considerado toxico para

consumo humano e durante o estudo, em algumas das áreas de amostragem as colônias

definharam. A composição do “pool” de elementos com suas respectivas concentrações variou

bastante entre as áreas de amostragem (o que pode ser devido aos diferentes minerais

constituintes das rochas mineradas em cada região e isto pode ser usado para indicação de

origem geológica do particulado) e entre os dois períodos meteorológicos, com maiores

concentrações no período seco, reforçando a necessidade de medidas de controle da emissão de

poeira, por parte das mineradoras.

Observou-se a eficácia do uso de abelhas Apis na grande maioria dos estudos de uso

desses animais para bioindicação e monitoramento. No presente estudo, pode-se observar que

a proposta de uso de abelhas jataí substituindo Apis mellifera pode ser interessante para

programas de monitoramento por terem se mostrado eficientes na coleta e armazenamento de

produtos em seus ninhos (esses produtos, principalmente o pólen, terem fornecido informações

de identificação e quantificação de elementos químicos presentes no ambiente), serem nativas,

não comprometerem a biodiversidade, serem de fácil manejo e relativamente abundantes nos

ambientes.

Trabalhos futuros podem ser desenvolvidos para avaliar, através de estudos de origem

botânica do pólen e mel armazenados, a presença de espécies metalófitas, estudos sobre

carreamento e acumulação de metais nas flores, relação entre riqueza e abundancia de visitantes

florais em gradientes de contaminação atmosférica, alterações comportamentais dos visitantes

em relação ao acumulo de determinados elementos químicos, dentre outros.

REFERÊNCIAS

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