ser gay

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Ser gay, é inconveniente pra quem? Atualmente, nossa sociedade tem passado por grandes mudanças no quesito comportamental e no que rege sobre o que devemos ser, como devemos nos portar e o que devemos transmitir para a sociedade. Um dos assuntos aos quais se dá a maior atenção atualmente é a homossexualidade, que aparece na televisão, na literatura, em salas de aula, entre outros. Porém, o grande questionamento é o seguinte: ser gay é tão errado assim? Por que a nossa sociedade considera o homossexualismo errado? Desde quando temos o direito de dizer com quem você pode ou não se deitar? Pois bem, nossa sociedade do século XXI descreve que devemos ter tal perfil, tal comportamento e não devemos desviar deste caminho. Caso haja um desvio, seremos classificados como pessoas disfuncionais. Ao retomarmos a historiografia, podemos analisar que no passado não havia distinção peculiar em relação o afeto e a prática sexual, mesmo porque, com relação à sexualidade, não havia a preocupação de saber a qual classe social você pertencia e qual era sua opção sexual. Podemos citar um exemplo da sociedade grega, onde por muitas vezes homens se deitavam uns com os outros, em certas ocasiões com um propósito pedagógico. Já na sociedade romana, o ato de pederastia (quando um tutor se deitava com o seu pupilo) era bem visto, desde que os pais consentissem com tal ação, mas, caso o mais velho se tornasse o passivo da relação, isso era reprovado pela sociedade. Com o andar da história percebemos que a propagação do cristianismo fez com que

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Ser gay, é inconveniente pra quem?

Atualmente, nossa sociedade tem passado por grandes mudanças no quesito

comportamental e no que rege sobre o que devemos ser, como devemos nos portar e o

que devemos transmitir para a sociedade. Um dos assuntos aos quais se dá a maior

atenção atualmente é a homossexualidade, que aparece na televisão, na literatura, em

salas de aula, entre outros. Porém, o grande questionamento é o seguinte: ser gay é tão

errado assim? Por que a nossa sociedade considera o homossexualismo errado? Desde

quando temos o direito de dizer com quem você pode ou não se deitar? Pois bem, nossa

sociedade do século XXI descreve que devemos ter tal perfil, tal comportamento e não

devemos desviar deste caminho. Caso haja um desvio, seremos classificados como

pessoas disfuncionais.

Ao retomarmos a historiografia, podemos analisar que no passado não havia

distinção peculiar em relação o afeto e a prática sexual, mesmo porque, com relação à

sexualidade, não havia a preocupação de saber a qual classe social você pertencia e qual

era sua opção sexual. Podemos citar um exemplo da sociedade grega, onde por muitas

vezes homens se deitavam uns com os outros, em certas ocasiões com um propósito

pedagógico. Já na sociedade romana, o ato de pederastia (quando um tutor se deitava

com o seu pupilo) era bem visto, desde que os pais consentissem com tal ação, mas,

caso o mais velho se tornasse o passivo da relação, isso era reprovado pela sociedade.

Com o andar da história percebemos que a propagação do cristianismo fez com que

novos conceitos sociais surgissem e a concepção de que duas pessoas do mesmo sexo

não poderiam se unir porque era pecado acabou vindo como uma grande represália

social.

Em nossa sociedade do século XXI onde os tabus sociais prevalecem, não

podemos perder a nossa identidade sexual e muito menos deixar que alguém nos

controle. Antes de julgarmos alguém, devemos ter respeito para com esta pessoa e

deixar que ela viva sua própria vida, lembrando que de acordo com o Artigo 5º da

Constituição Federal “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”. A professora

de Língua Portuguesa e Produção Textual do Colégio Marista São Luís, Adriana

Rodrigues, relata que sofreu preconceito familiar por parte de sua irmã mais velha que

não aceitava sua opção sexual, alegando que Adriana deveria se tratar e posteriormente

casar-se para que assim possa completar o ciclo estabelecido pela sociedade. Adriana

afirma que foi um momento muito desagradável, pois via sua irmã como exemplo e

companheira para todos os momentos de sua vida. No entanto, sua irmã, por ser

advogada, a comparava como pessoas que eram colocadas na cadeia, travestis, gays-

alcoólatras e pessoas do “submundo”.

No Brasil há diversos relatos de discriminação sexual, configurando-se como

atos de inferiorização, que resultam em grande potencial de desigualdade em relação

aos gêneros estabelecidos na atual sociedade, que no caso são apenas os sexos

masculino e feminino. A sociedade brasileira deixa bem claro que a homofobia é um ato

que está enraizado na formação da identidade brasileira, e essa mesma sociedade utiliza

por muitas vezes os mesmos argumentos para tentar dizer que certas opções sexuais não

condizem com o perfil da sociedade.

“Como educadora tento mostrar que a opção sexual não faz diferença, mas sim

seu caráter perante a sociedade. Devemos respeitar o ser humano, acima de sua opção

sexual, sua cor, religião, estrangeiro. Você é um ser humano, e deve ser respeito por

isso”, conclui a professora Adriana Rodrigues.