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QUER SER FELIZ? SEJA!CONTAGIOSA E ALTAMENTE EFICAZ, A FELICIDADE É A ESCOLHA DE UMNÚMERO CADA VEZ MAIOR DE PESSOAS, EMPRESAS E PAÍSES. DESCUBRA
O QUE TÊM EM COMUM, O QUE GANHAM COM ESSA OPÇÃO E COMO AS
SUAS ACÇÕES DEIXAM UMA PEGADA POSITIVA INSPIRADORA.
TEXTO ANA SOFIA RODRIGUES
FOTOS PEDRO AZEVEDO
ILUSTRAÇÕES IVITY BRAND CORP
VASCO, O EXPLORADOR
No final de uma reunião com Vasco Gaspar receberá um provocador cartão de vi-
sita, com uma profissão inesperada: "Happiness Explorer". É a designação perfeita
para quem assume como missão "ajudar pessoas e organizações a encontrarem
um caminho mais feliz e equilibrado". Com tendência genética para sentimen-
tos negativos, Vasco transformou-os. "Dessa dor veio uma procura, da procura
algumas respostas e das respostas as práticas que levaram a melhores resultados",
resume com clareza. Tudo começou por querer ser informático, médico e depois
engenheiro. Acabou por estudar Psicologia do Trabalho e das Organizações e traba-
lhar como consultor nas áreas de recursos humanos, formação e inovação. Um
passeio sem rumo, há quatro anos, alterou o caminho racional que até aí percor-
rera. Num local desconhecido (Miradouro da Graça), escolheu uma revista que
nunca tinha comprado. "Era uma edição da Courrier dedicada à Felicidade, que
ainda guardo hoje". Descobriu a Psicologia Positiva e apercebeu-se de que a felici-
dade era objecto de estudo científico. Após ler mais de 100 livros, estudos e artigos
sobre o assunto, Vasco ficou "dez vezes pior do que antes, muito mais angustiado,
triste e stressado". Foi aí que percebeu "o que dizia Morpheus do filme Matrix: 'há
uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho'". Começou então
a aplicar os conhecimentos que tinha estudado. Construiu a ferramenta Zorßu-
ddha, espécie de "ginásio positivo diário" que reúne um conjunto de exercícios e
orientações que ajudam cada pessoa a trabalhar a sua felicidade. Pelos resultados
que sentiu decidiu partilhá-la online, deforma gratuita (www.zorbuddha.org).
Deste projecto surgiram convites para escrever artigos noutros sites, dar palestras
sobre o tema, organizar workshops. "Tem sido uma aventura", reconhece. Vasco
emagreceu 20 quilos, deixou de fumar, começou a fazer exercício, saiu da sua
zona de conforto e quebrou barreiras pessoais como o medo de falar em público.
"Sermos mais felizes não é só uma questão de escolha pessoal. É uma questão de
saúde pública e produtividade", defende. Como eterno explorador, este ribatejano
não pára de estudar, ler e investigar sobre o tema, resumindo para os outros o que
mais o inspira. E aos 32 anos já concluiu: "A felicidade nãoé conciliável com o curto
prazo. É trabalho de uma vida".
A descoberta científica de que, graças à
neuroplasticidade do nosso cérebro,
a felicidade é uma competência que
se pode aprender e melhorar com o treino de
certas práticas abriu uma porta de esperança
muito importante. A investigadora russa Sonja
Lyubomirsky concluiu que metade da propen-
são de cada pessoa para ser feliz é genética,
10% estão relacionados com as circunstancias
da vida (como divórcio, desemprego ou luto), e
40% estão nas nossas mãos. A felicidade é uma
escolha possível. Frederico Fezas Vital, Chief Exe-
cutive Dreamer da Terra dos Sonhos, acredita
profundamente no poder dessa percentagem:
"O espirito humano é capaz de superar tudo,
mesmo a barreira genética. Com trabalho e foco
conseguimos dar a volta aos condicionamentos
e limites. Confirmo isso diariamente com os
miúdos". A Terra dos Sonhos realiza os sonhos
de crianças e jovens com doenças
crónicas e em estado avançado de
debilidade, mas também de crian-
ças carenciadas e idosos. "Quando re-
alizamos sonhos queremos aumentar a fasquia
que divide o possível do impossível. Mostrar
que o tempo que resta pode ser mais feliz. A
questão não é se vou morrer daqui a 15 dias ou
daqui a 20 anos. A questão é como é que eu me
proponho viver". Como resume o Dalai Lama,
"só existem dois dias do ano em que nada po-
des fazer pela tua vida: ontem e amanhã".
PROTAGONISTAS FELIZES
Os quatro protagonistas desta reportagem de
capa são pessoas que agarraram a oportuni-dade dos tais 40% e construíram a felicidade.
Carlota Ribeiro Ferreira, Gabriel Leite Mota, Luís
Plácido e Vasco Gaspar escolheram caminhos
diferentes, mas com linhas condutoras muito se-
melhantes. Será que as pessoas felizes acabam
por ficar parecidas? Helena Marujo, a maior
especialista de Psicologia Positiva em Portugal,
revela que não é difícil identificar as pessoas
felizes e descreve os "sinais exteriores de riqueza
interior, todos estudados pela ciência: sorrisos e
risos; andar direito na rua e fazer exercício físico;
expressão pública de afectos; actos de generosi-
dade, fraternidade e liberdade; uso de palavras
e frases que dão vida, falando do melhor das
pessoas, do que funciona, contando histórias
de resistência, crescimento para além da dor
e criatividade nas alternativas; cuidado com o
planeta (participando em hortas comunitárias,
usando transportes públicos, poupando os
recursos); o estimular à reunião das pessoas
em vários formatos, em redor de projectos queconvidem a pensar a vida". No caso dos quatroentrevistados desta reportagem, confere. O es-
tudo recentemente divulgado pelo Instituto da
Felicidade Coca-Cola Portugal acrescenta que os
portugueses mais felizes têm em comum algu-
mas actividades reveladoras: dão e prepararam
presentes, celebram o seu aniversário e outras
datas importantes, mantêm uma dieta saudável
e equilibrada, dedicam tempo aos seus hobbies
e interesses, cantam frequentemente enquantofazem outras coisas, ajudam os outros e mos-
tram gratidão. O americano Martin Seligman, o
pai da Psicologia Positiva, vai mais longe no seu
último livro Flourish. Considera que as pessoas
felizes são generosas, equilibrando o que fazem
exclusivamente para si com o que fazem paraos outros, têm relações positivas e sentem quea sua vida tem um sentido, são optimistas e
proactívas no sentido de tomarem iniciativas
para atingir os seus objectivos. As suas acções
têm consequências na construção de um futuro
melhor para si próprias, para aqueles de quem
gostam e para a comunidade. Consideram quea vida vale a pena e encaram de forma positiva
mesmo as experiências mais negativas. São
pessoas que estão a florescer, no sentido de
elevação pessoal.
GABRIEL, O PENSADOR
Gabriel Leite Mota foi o primeiro economista português com doutoramento em Economia
da Felicidade. Continua a ser o único, mas espera deixar de o ser num futuro próximo. "Seria
seguramente mais feliz se na comunidade académica portuguesa houvesse mais pessoasa pensar nestas áreas". Quando decidiu o tema da sua tese teve de provar que já era umassunto objecto de estudo cientifico e de publicação nas melhores revistas internacionais pelo
menos há dez anos. Hoje é convidado para conferências internacionais e já conheceu muitos
dos investigadores que o inspiraram a seguir esta área de estudo. Nascido no Porto, neto de
empresário, sempre lhe pareceu lógico seguir Economia. Mas o que acabou por fasciná-lo
foi a sua faceta de ciência social. Com a Economia da Felicidade, que descobriu através de
um artigo que um amigo lhe enviou, consegue "estudar uma utilidade concreta, introduzir
novos métodos, obter novos resultados e fazer uma interligação com outras ciências, como
a neurologia, a psicologia e a filosofia". No seu caminho de 32 anos acabou por ter propen-são para "comportamentos parecidos com os que a literatura agora recomenda": semprese interessou por um conjunto muito diversificado de assuntos, cultiva relações pessoais e
pratica karaté - paixão desde os seis anos. Em pós-doutoramento na Universidade do Minho,Gabriel interessa-se em saber como podemos colectivamente organizar a sociedade de forma
a sermos mais felizes, provando que no reino da economia há novos caminhos e alternativas
ao crescimento económico. "Uma vez ouvi o António Damásio na televisão a dizer que umadas coisas que mais o estimulavam era conseguir novas evidências empíricas que refutassem
as suas próprias teorias. Achei de notável grandeza". E deixa uma provocação: "Nunca ouvi
nenhum economista dizer isto...".
O QUE SE GANHA EM SER FELIZ
Ser feliz não tem só vantagens para o pró-
prio; tem igualmente ganhos ao nível social.
Os estudos mostram que os que constróem
diariamente a felicidade tendem a ser altruístas,
atentos ao bem comum, cooperativos, paci-
fistas, confiantes nos outros, mais tolerantes e
democráticos, envolvendo-se muitas vezes em
acções de voluntariado e sendo uma inspiração
para outros. Helena Marujo identifica benefícios
individuais e colectivos. "Saúde física e psicoló-
gica, maior longevidade, estratégias de maior
resiliência face ao sofrimento, manutenção
da esperança face ao futuro, socialização no
coração da vida, investimento no próprio, viver
frequentemente momentos e experiências de
fluir, conseguir mais sucessos porque há menos
desistência e maior persistência".
Vasco Gaspar apresenta-se como um
"happiness explorer". Leu mais de 100 livros
ligados à felicidade. Com os conhecimentos que
adquiriu construiu uma ferramenta, que partilha
com todos online, para treinar o seu bem-estar
diário. Com o foco positivo que adquiriu, sente
como maior ganho "a resiliência para enfrentar
as emoções negativas. As minhas raízes fortale-
ceram. Mesmo nos momentos de maior venta-
nia a árvore abana mas não cai". A nível colecti-
1UÍ5.0 AfriVlSíA
"Esta não é a história do protagonista extremamente feliz", começa
por dizer Luís Plácido. Este jovem de 24 anos, nascido em Trancoso,
teve de trabalhar com empenho para o equilíbrio de hoje. "Para mim,
felicidade é mesmo um emprego a tempo inteiro!" Uma experiência
difícil num seminário, em plena puberdade, marcou os anos seguintes.
"Foram quatro anos de introspecção forçada. Ea partir daí andei numa
busca incessante pela felicidade, rejeitando todas as emoções ligadas
ao sofrimento. Foram dois erros!", reconhece. O perfeccionismo e o
sucesso como objectivo causaram-lhe ansiedade e insatisfação. Nesta
procura descobriu leituras sobre os benefícios da meditação como fonte
de bem-estar e fez um retiro no sul de França com Tich Na Ham,
o mestre vietnamita nomeado para um Nobel. "O mindfulness
trouxe-me uma felicidade associada a serenidade, a paz interior".
Como já sabia pelos estudos de Psicologia Positiva que entretanto
conhecera, "pessoas felizes saem delas próprias e fazem algo por
uma causa maior". E foi aí que resolveu criar com um grupo de
colegas o Nova Happiness Club. A tirar o mestrado de Gestão na
Universidade Nova de Lisboa, Luís não se identificava com o am-
biente competitivo. "Existem demasiadas pressões pelas melhores
notas, pelas mais impressionantes actividades extra-curriculares,
pela procura dos melhores estágios, e esquece-se o bem-estar e
equilíbrio dos alunos". Com objectivos ambiciosos, o Clube já atingiu
vitórias assinaláveis, como a organização da Positive Conference,
que reuniu mais de 20 oradores e 400 participantes, e a criação da
cadeira Comportamento Organizacional Positivo. "Pela primeira vez
na Nova vai falar-se de resiliência, confiança, felicidade e emoções po-sitivas no local de trabalho", revela com satisfação. Já surgiram réplicas
deste Clube na Universidade do Porto e na Universidade de Lisboa, e já
tiveram contactos de Espanha e Itália. O objectivo é ser o início de um
movimento universitário sem fronteiras. "Temos grandes ambições e
acreditamos mesmo que isto funciona", defende Luís Plácido. E conclui:
"Sinto que os jovens cada vez mais atribuem ao sucesso e ao dinheiro a
importância relativa que
têm, e que há uma nova consciência de que é essencial o equilíbrio
e bem-estar
vo a ciência demonstra que comunidades mais
felizes têm mais envolvimento nas decisões e
mais participação, maior colectivismo, mais
justiça e menos diferenciação económica entre
os seus elementos, menos corrupção, mais
políticas sociais e de integração de minorias e
emigrantes, mais investimento na prevenção
de problemas de saúde mental, uso efectivo e
eficaz do dinheiro dos impostos, menos valor
dado à comparação social na área material,
maior interajuda, maior distribuição da riqueza
e mais cuidado com o planeta. "É urgente ser
feliz!" apela Vasco Gaspar. "Sermos mais felizes
não é só uma questão de escolha pessoal; já é
uma questão de saúde pública".
CARLOTA, A INSPIRADORA
"O caminho para a felicidade exige tempo, determinação e foco", defende a gestora Carlota Ribeiro
Ferreira, da Win World. Desde cedo se apercebeu de que vale a pena segui-lo: "Pessoas felizes
amam, aprendem, criam, produzem e inspiram mais". Com esta certeza, tentando provocar umfenómeno de felicidade em cadeia, Carlota dedica-se a conceber e organizar projectos de grande
impacto "e muito brilho" nas áreas da formação e inspiração de pessoas e organizações. Um dos
melhores exemplos são as Happy Conferences, conceito inovador que motiva anualmente plateiasde 900 pessoas a viverem "num mundo de possibilidades, onde as equipas se envolvem de forma
entusiástica na criação de projectos, negócio e valor". Objectivo: colocar a felicidade na agenda de
empresas e colaboradores, tornando-se num projecto comum prioritário com impacto directo nos
resultados.
No seu percurso individual Carlota teve a sorte de se cruzar com pessoas que foram cimentando a
sua felicidade: as "avós corajosas", a "mãe sábia e sensata", o "pai coração", os colegas e professores
em Harvard, os profissionais com quem trabalhou durante dez anos nos mais importantes grupos de
media em Portugal, sem falar no filho Vasco, responsável máximo pelos momentos de maior alegria.À sorte acrescentou empenho e linhas condutoras certeiras: "Viver num ambiente de curiosidade e
permanente aprendizagem, ter várias fontes de satisfação e rendimento, estar permanentementeatenta aos meus sinais e aos dos que me rodeiam, para ir fazendo mudanças incrementais sempreno sentido de um ambiente positivo, e nunca esquecer a minha centralidade", mesmo que para tal
seja preciso "parar para pensar naquilo que é verdadeiramente importante". Jack Welch, uma das
suas referências, afirmava: "Quando as empresas vencem as pessoas crescem e florescem. Vencer
eleva todos a quem toca, o que faz do mundo um lugar melhor". Carlota acredita que quando as
empresas são felizes o mundo fica mais feliz... e vencedor.
ENERGIA E RESULTADOS
A ideia de que a felicidade tem bons resultados
transpôs as ambições pessoais e chegou às
empresas. "Hoje é possível provar que existem
correlações entre mais felicidade e maior per-formance das empresas. Os estudos demons-
tram que as organizações com colaboradores
mais felizes são mais sustentáveis e competiti-
vas", concluiu o professor Georg Dutschke na
apresentação do estudo Happiness Works. Este
projecto da Horton International Portugal é
o primeiro a fazer um diagnóstico da felici-
dade nas empresas nacionais. Os resultados
revelaram que 71% das pessoas entrevistadas
se consideram felizes com a função que de-
sempenham, e 66% são felizes na organização
onde trabalham. Curiosamente, a remunera-
ção surge apenas em quinto lugar quando se
questiona o que mais influencia a felicidade
na função. Nos primeiros lugares surgem o
envolvimento com a função, a possibilidade de
desenvolvimento pessoal, o reconhecimento
e respeito e o bom ambiente de trabalho.
Levando à prática a máxima "encontra um tra-
balho que te deixe feliz e nunca mais terás de
trabalhar", Nuno Pires, director de marketingibérico da Dyrup, empresa parceira deste pro-
jecto, resume o espírito feliz que se vive na sua
empresa: "Divertimo-nos e ainda nos pagam!".Justificando o apoio a esta investigação, defen-
de: "Acredito genuinamente que as pessoas
podem duplicar o EBITDA sendo mais felizes.
Duplicam os resultados e o retorno do capital
que os accionistas põem nas nossas mãos.
Não basta saber se somos ou não felizes. É
importante perceber quais são as variáveis queinfluenciam a felicidade, para as multiplicar-
mos". Carlota Ribeiro Ferreira, da Win World,
faz parte dos 71%: "Divirto-me mesmo muito a
trabalhar, a fazer propostas, a pensar nos desa-
fios das empresas e nos problemas a resolver.
Tive a sorte de trabalhar sempre em ambien-
tes estimulantes, que promoviam a curiosida-
de e a aprendizagem permanente". Hoje, na
sua própria empresa e com as conferências
que organiza, já chegou a milhares de pessoas
com a mensagem de que "colaboradores e
organizações são responsáveis pela felicidade,
e devem estar unidos nesta causa".
COMPROMISSO COLECTIVO
De indivíduos felizes e empresas felizes
resultam países felizes? Não é tão linear a
equação. Gabriel Leite Mota, o primeiro e
único doutorado português em Economia da
Felicidade, reforça: "Não é líquido que todas
as acções que cada um faz para ser mais feliz
resultem em maior felicidade para o colectivo.
A questão difícil é como é que nós conciliamos
as percepções individuais de felicidade para no
conjunto conseguirmos ser mais felizes". O que
já se sabe é que também os países mais felizes
partilham certas características: segurança,
estabilidade, pouco desemprego, qualidade
nas relações pessoais e de trabalho, distribui-
ção da riqueza equitativa, baixa criminalidade,
qualidade institucional, participação cívica. A
propósito deste último ponto Gabriel acrescen-
ta: "Por exemplo, nos cantões suíços
com mais referendos as pessoas
são mais felizes. Até podem estar sempre a
perder, mas a possibilidade de participarem
nos processos de decisão é suficiente para
sentirem maior bem-estar". No caso nacional
são necessárias alterações profundas. "En-
quanto não acabar com a corrupção, Portugal
dificilmente vai ser um país feliz", defende
Gabriel Leite Mota, baseado na evidência
empírica que os estudos sobre Economia da
Felicidade revelam. E acrescenta: "É urgenteterminar com o déficit institucional na Justiça
e incentivar o surgimento de novos empreen-dedores".
A FELICIDADE É UMA
COMPETÊNCIA QUE SE PODE
APRENDER E MELHORAR
COM O TREINO DE CERTAS
PRÁTICAS
MÃOS À OBRA
No que está mais facilmente ao alcance de
cada um há já um conjunto de pequenas
práticas, cientificamente testadas, que de
facto aumentam a felicidade. 0 movimen-
to Action for Happiness tem feito trabalho
exemplar nesse sentido. Vale a pena espreitar
em www.actionforhappiness.org, escolher
uma ou várias acções sugeridas e praticá-las
com empenho. A New Economics Foundation,
prestigiado "think-and-do tank" britânico, queluta por colocar as questões do bem-estar no
centro da economia, resumiu as cinco acções
essenciais para a construção da felicidade:
"1. Relacione-se. Fortaleça os laços com a
família, amigos, colegas e vizinhos; 2. Seja
activo. Faça uma caminhada, corra^Snde de
bicicleta, faça jogos, jardinagem, dance...
Descubra uma actividade física que lhe dê
mesmo gozo; 3. Repare. Seja curioso, preste
atenção ao belo e ao invulgar, saboreie os
momentos, esteja atento aos seus sentimen-
tos, use os cinco sentidos para desfrutar do
presente; 4. Continue a aprender. Experi-
mente algo pela primeira vez, redescubra
um velho interesse, aprenda a tocar um
instrumento ou a cozinhar o seu prato prefe-rido. A aprendizagem constante aumenta a
auto-confiança, além de ser muito divertida;
5. Dê. Faça algo de bom a um amigo ou a um
estranho. Agradeça, sorria. Junte-se a um
grupo comunitário, faça voluntariado e sinta
os efeitos da partilha".Luís Plácido, fundador do Nova Happiness
Club, revela: "faço 30 minutos de meditaçãoao acordar, e nos dias em que me vou mais
abaixo escrevo três coisas positivas que me
aconteceram". A GINGKO acrescenta uma
proposta: que tal encarar o ambiente tam-
bém como algo que nos pode trazer felici-
dade? Sofia Vaz, investigadora em consumo
sustentável na Universidade Nova de Lisboa,
deixa pistas: "A ligação com a natureza não é
apontada como factor de felicidade, pois ain-
da não faz parte do nosso imaginário. O am-
biente é ainda visto mais como um sacrifício
do que como um prazer". Uma nova relação
com a natureza pode ser o seu desafio para
2012. Um ano que é urgente "enfelizar". Q