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  • 7/23/2019 Sentido Imagens Cinema

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    Ano VIII, n. 09Setembro/2012

    Produo de sentido nas imagens do cinema

    Rodrigo Carvalho da SILVA1

    Resumo

    Relata como a mdia constri e dissemina suas mensagens e contedos atravs do usointencional das imagens. Esse trabalho direcionado para a anlise dos usos dasimagens pelo cinema como forma de transmisso de significados e conceitos. O cinema

    atravs de suas produes apresenta diversos aspectos sobre nossa cultura e sociedade,criando imagens que tm a inteno de explicar as nossas vidas. O objetivo demonstrar atravs do exemplo de uma anlise flmica, neste caso do filme norte-americano Pleasantville, no Brasil chamado de A vida em preto e branco, como amdia imagina e tenta intencionalmente representar nosso mundo. Esta pesquisa se deucom base nos postulados tericos da semitica da cultura, relacionando os elementosculturais de nossa sociedade e os elementos cinematogrficos observados a partir dosaspectos e caractersticas especficas do filme analisado. Essa relao resultou nasinterpretaes e percepes consideradas e descritas na anlise.

    Palavras-chave:Imagens. Cultura. Semitica. Comunicao miditica. Cinema.

    Introduo

    A proposta deste trabalho reconhecer como a mdia utiliza as imagens para a

    representao de suas intenes e mensagens. Este estudo justifica-se pela possibilidade

    de se revelar, atravs da observao emprica, como as imagens disseminadas pela

    mdia, no caso desta pesquisa o cinema, representam situaes e caractersticas culturais

    de nossa sociedade. Essas representaes ao mesmo tempo em que forneceminformaes sobre nosso ambiente social tambm contribuem para a formao ou

    transformao de determinados aspectos culturais. Nossa cultura um processo

    dinmico, sujeito a constantes interferncias. O estudo das intenes dessas imagens

    possui alta relevncia, pois capaz de provocar mudanas no pensamento individual e

    coletivo.

    1Mestrando em Comunicao pela Universidade Estadual Paulista Rodrigo Carvalho da Silva. E-mail:[email protected]

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    O cinema atravs de suas produes apresenta diversos aspectos sobre nossa

    cultura e sociedade, criando imagens que tm a inteno de explicar o nosso mundo.Assim, o objetivo desta pesquisa demonstrar atravs de um exemplo de anlise flmica

    (estudo das diferentes tcnicas e elementos escolhidos em uma produo

    cinematogrfica que exprimem sentidos) como a mdia imagina e tenta

    intencionalmente representar nosso mundo.

    O filme norte-americano intitulado como Pleasantiville e no Brasil chamado

    de A vida em preto e branco, foi utilizado como objetodessa pesquisa. O estudo ser

    guiado atravs da anlise temtica, proposta por Casetti (1996) e com base nos

    fundamentos da semitica da cultura. Sero utilizadas algumas cenas e sequncias como

    apoio e ilustrao para pontos da anlise que dialogam com a questo da representao e

    do contexto que envolve o filme.

    Primeiramente, foi realizada uma decupagem das cenas, que incluiu a indicao

    de contedo, a transcrio de dilogos e outros parmetros como enquadramentos,

    iluminao, cenografia, maquiagem, produo e mudanas de cenrio. Posteriormente, o

    filme foi revisto e, a partir do objetivo pretendido e com base na decupagem, foi

    realizada uma interpretao dos significados e sentidos.

    Esta pesquisa se deu atravs da relao entre os elementos culturais de nossa

    sociedade e os elementos cinematogrficos observados a partir dos aspectos e

    caractersticas especficas da obra. Essa relao resultou nas percepes e consideraes

    descritas na anlise.

    Semitica da Cultura

    Influenciada pela necessidade de se compreender os problemas da linguagem, a

    semitica da cultura surgiu como uma teoria aplicada e direcionada para o estudo de

    diferentes fenmenos. Assim, a semitica da cultura no se trata de uma teoria geral dos

    signos e suas significaes, mas sim uma teoria que investiga os mecanismos semiticos

    manifestados em diferentes sistemas, como a comunicao, a lingustica, as artes e

    outros. De acordo com esta teoria, o mundo deve ser considerado como uma linguagem

    manifestada e aplicada em diversas formas e domnios.

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    A linguagem um sistema codificado, onde diferentes linguagens codificam

    suas mensagens de modo diferenciado de acordo com suas particularidades e regras.Nesse sentido, a semitica da cultura considera a linguagem no do ponto de vista

    lingustico, mas como uma variedade de cdigos culturais como visuais, sonoros,

    estticos, gestuais e cinsicos. (MACHADO, 2003).

    A cultura pode ser considerada como todo o grupo de atividades que vai alm da

    funo de preservar a sobrevivncia material. Em sua essncia, ela existe para si mesma

    e somente o que lhe ultrapassa que acaba a transformando em algo com outras

    finalidades. (SILVA, 1995). A cultura necessariamente produto da ao, imaginao e

    criatividade do ser humano.

    A compreenso de cultura como reflexo da sociedade pode ser encontrada

    muitas vezes na antropologia ou na sociologia, mas para os estudos semiticos, a cultura

    no a sociedade. No contexto da semitica, a cultura resulta do processamento de

    informaes e a organizao dessas informaes, em sistemas de signos ou cdigos, o

    que exprime a identidade de determinada cultura.

    A semitica da cultura se direciona em dar o status de cdigo cultural para o que

    no considerado cultura. a transformao da no-cultura em cultura atravs de um

    processo dinmico de transmisso e transformao de mensagens. Seu papel no o de

    atribuir valor as manifestaes culturais, mas sim o de analisar como esses valores

    interferem na cultura humana em determinados perodos do tempo. Assim, a cultura

    passa a ser considerada como um fenmeno interativo fundamentado no processamento,

    troca e no acmulo de informao. Essas informaes so armazenadas tanto na

    memria humana, de acesso individual, como tambm em aparatos tcnicos

    desenvolvidos pelo homem, de acesso coletivo ou individual. (SILVA, 1995).

    A organizao do sistema cultural feita atravs do relacionamento de um

    conjunto de linguagens heterogneas como a arte (pintura, cinema, literatura, teatro,

    dana, msica), a mitologia (mitos), a religio (crenas), a comunicao (estratgias,

    regras) e outras.

    A semitica da cultura investiga como uma cultura compreende a si mesma e a

    outros tipos de cultura. Essa investigao no corre apenas atravs da descrio dos

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    sistemas culturais, mas principalmente atravs de processos de recodificao

    engendrados pelos diversificados tipos de interveno humana. (MACHADO, 2007).O relacionamento de diferentes sistemas semiticos fundamental para o

    funcionamento da cultura, pois um nico sistema isolado, por mais organizado que seja

    no constitui uma cultura. Ela uma espcie de sistema de sistemas correlacionados.

    Comunicao

    e

    Cultura

    A comunicao no aborda somente conhecimento e informao, mas tambm

    diz muito sobre a cultura da humanidade. o ato de buscar sentido nas aes e

    produes do homem.

    Os meios de comunicao no so apenas tecnologia, mas tambm cultura

    mediada pela tcnica e possibilitada pelas tecnologias. Assim trata-se muito mais de

    uma questo de mediao do que propriamente apenas de meios.

    Segundo Jenkins (2009), no se pode dissociar a tecnologia da cultura, pois

    ambas esto intimamente ligadas. Quando surge uma nova tecnologia surgem tambm

    novas linguagens e novas formas de perceber o espao, o tempo, a proximidade e as

    distncias. Esses acontecimentos resultam nas mutaes culturais. Assim, alm de

    aprender a usar as novas tecnologias temos que constantemente aprender e nos adaptar

    as novas linguagens geradas. A linguagem da internet um grande exemplo de

    transformao, assim como a televiso que tambm possui uma linguagem nica,

    baseada na troca de experincias com outros meios como a literatura, o cinema, o rdio,

    o jornal e a internet.

    Os meios fazem parte das mediaes sociais. As mediaes esto na produo e

    reconhecimento da atualidade. Nesse sentido, os estudos da comunicao se articulamcom o universo da cultura e da poltica. Trata-se dos estudos das relaes humanas em

    um mundo midiatizado e com isso estudar comunicao implica em trabalhar com as

    contradies da sociedade moderna mediadas pelos fenmenos miditicos.

    (BARBERO, 1997).

    Segundo Barbero (1997), as mensagens veiculadas na mdia somente se

    transformam e engendram resultados quando os receptores se apropriam delas no

    processo comunicativo. Assim, elas ganham sentidos variados decorrentes das

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    diferentes mediaes com as quais os receptores vivenciam. medida que elas ganham

    novos significados, elas se desdobram em novas prticas. Em uma nova etapa, essasmensagens recodificadas so compartilhadas socialmente nos espaos destinados rede

    de comunicao cotidiana ou, at mesmo, nos espaos de comunicao virtual da

    Internet. Esse compartilhamento fomenta a construo de um saber coletivo.

    No contexto das mediaes, os fenmenos miditicos so vivenciados pelas

    pessoas e grupos que produzem e reproduzem sentidos. As mediaes no so antteses

    da mdia, mas um ambiente no qual os textos miditicos ganham sentido. Com isso, a

    mdia no somente uma parte integrante do contexto das mediaes, mas sim, o que

    determina a construo de um consenso geral e por isso, possui vital importncia.

    Kerckhove (1997), afirma que os meios de comunicao possuem um alto poder

    de manipulao e influncia sobre o comportamento humano, criando tribos, ditando

    novos padres, incentivando modas, destacando dolos, impulsionando o consumo e

    valorizando determinados aspectos da cultura.

    J Kellner (2001) diz ser na mdia o espao onde hoje encontramos a forma

    dominante de cultura. ela que nos socializa, estimula discusses de determinados

    temas e nos proporciona identidade social.

    Diferentes subculturas se apropriam de diferentes imagens para identificao.

    Atravs das mensagens produzidas e emitidas pela mdia, os indivduos podem escolher

    seus estilos prprios, ou seja, suas prprias representaes culturais, implicando na

    aceitao emblemtica de alguns significantes (esteretipos) e na rejeio de outros.

    Dessa forma podemos concluir que atualmente a cultura que veiculada pela mdia tem

    o poder de modelar opinies polticas e comportamentos.

    [...] Cada vez mais, a cultura da mdia fornece recursos apropriados produo de significados pelo pblico, criao de identidades [...] Oprocesso de identificao, portanto, mediado por imagens produzidas para amassa na sociedade contempornea em que predomina a mdia, enquanto imagem e o estilo cultural so cada vez mais fundamentais para a construode identidades. (KELLNER, 2001, p. 212).

    A mdia responsvel por apresentar o processo de identificao atravs de

    imagens e estilos culturais, mostrando tambm como identidades contrastantes so

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    construdas e disseminadas em espaos e tempos nos quais ocorrem conflitos e tenses

    sociais. (KELLNER, 2001).

    Imagens e Intenes

    Segundo Flusser (2008), lngua e imagem so duas dimenses da realidade que

    possuem a mesma funo: o armazenamento de informaes. A cultura o resultado

    desse armazenamento. As imagens so o resultado da tentativa humana de representar

    em um plano as dimenses espao-tempo de uma determinada situao e poca.

    atravs de nossa imaginao e capacidade cognitiva que conseguimos decodificar e

    codificar as imagens. Porm, essa capacidade tambm pode resultar em problema. O

    ato de contemplar uma imagem nos permite extrair sentidos em relao ao que estamos

    vendo, mas isso ocorre de forma apenas superficial.

    Nosso olhar captura somente a aparncia das imagens. Uma anlise mais

    profunda de uma imagem requer o conhecimento da reconstituio das dimenses

    abstratas do momento em que a imagem foi criada e o estabelecimento de uma relao

    temporal com os elementos dessa imagem. necessrio encontrar a intencionalidade da

    imagem, do olhar de seu produtor e tambm do observador. a unio dessas intenes

    que ir evidenciar um significado consistente e mais profundo em relao a imagem.

    (FLUSSER, 2002).

    No somente o emissor das mensagens, mas tambm o receptor, que apesar de

    dever estar aberto aos estmulos que lhe so direcionados, tem uma inteno consciente

    ou inconsciente sobre as informaes que recebe. Assim, possvel at mesmo tentar

    estabelecer uma comunicao com um receptor que no deseja ouvir o que o emissor

    est falando. Essa no-inteno pode ocorrer consciente ou inconscientemente. Nesse

    contexto, surge a diferenciao entre um processo de comunicao e um processo de

    informao unilateral.

    Na comunicao, ambos, emissor e receptor devem possuir a inteno de se

    comunicar, j no processo apenas informacional possvel que apenas um tenha essa

    inteno e, neste caso, no h uma produo de significao. Sem um receptor, no

    possvel que o emissor se torne produtor de signos. (SILVA, 1995).

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    Segundo Silva (1995), o signo portador da informao, mas nem toda

    informao um signo. O signo porta informaes no apenas sobre aquilo que designaou representa, mas tambm sobre si prprio. Como exemplo, podemos citar uma obra

    de arte que carrega informaes sobre o que representa, mas tambm sobre o artista que

    a criou.

    A Cultura atravs das Imagens

    De acordo com Flusser (2002), as imagens podem ser usadas como modelos de

    manipulao, pois por meio delas possvel construir artificialmente objetos, matrias,

    seres vivos, inteligncias, identidades e culturas. Elas correspondem a uma nova forma

    de imaginao. Para ele, a ideia de mundo no mais a concepo de coisas e objetos

    tangveis, mas sim de percepes e representaes deste mundo.

    Nossos olhos vem apenas a superfcie dos objetos e em um campo maior do

    que conseguimos tocar. Vemos apenas os contextos e com eles construmos modelos

    para aes posteriores. apenas uma olhar sobre o mundo.

    As imagens apresentam situaes e cada situao pode ser alterada atravs de

    outras imagens. Elas so ideias de algum objeto ou referente. Com isso, a anlise das

    imagens da mdia corresponde a uma traduo dessas ideias em conceitos que explicam

    as imagens.

    Atualmente as pessoas no esto preparadas para analisar imagens, sobretudo

    quando essas so divulgadas por grandes centros como a mdia. Elas apenas recebem

    essas imagens passivamente, reconhecem, reproduzem e as identificam quando vem

    em algum lugar, mas no possuem a capacidade de interpret-las corretamente e no se

    preocupam em compreender quais as intenes dessas imagens.

    Vivemos em um mundo abarrotado de imagens, sobretudo pela explorao

    imagtica da publicidade a favor do consumismo, porm ao mesmo tempo em que isso

    ocorre no tomamos conta de que todas essas imagens que chegam de alguma forma at

    nossos olhares possuem sentidos e contedos, mesmo que em pequeno grau de

    importncia para nossas vidas. Assim, passamos a conviver com um montante de

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    imagens no significadas, perdemos a orientao que elas nos deveriam proporcionar e

    nos tornamos cada vez mais alienados em relao ao nosso prprio mundo.Com o avano de nossa sociedade e tambm das tecnologias ocorre o

    surgimento de um novo tipo de imagens, que Flusser (2008), denomina de imagens

    tcnicas. Elas so encontradas no cinema, na fotografia, na publicidade e na televiso.

    Cada uma delas possui seu prprio sistema de linguagens. Com o auge dessas imagens

    vivemos um novo desafio de re-imaginar o mundo, minimizando a importncia dos

    textos escritos e aumentando o uso e aproveitamento da cultura imagtica.

    Essas imagens so produzidas a partir de mquinas e aparelhos. Elas so

    produtos da escrita digitalmente decodificados. Elas seguem um caminho oposto aos

    textos. Sua construo cientifica. a transformao de conceitos em cenas.

    (FLUSSER, 2008). Para o autor Vilm Flusser as imagens tcnicas emanciparam o

    homem da necessidade de pensar conceitualmente. No h mais a preocupao de se

    refletir ou buscar o real significado de uma representao. Elas so simplesmente

    aceitas pelo que aparentam ser. So sintomticas e s apresentam pistas. Pode-se

    entend-las sem se ter aprendido seu significado.

    Em relao s imagens tradicionais fcil perceber que so simblicas e que

    representam algum significado, pois existe um ser humano, com as suas subjetividades

    entre a realidade e a imagem construda. J em relao s imagens tcnicas reconhecer

    esse simbolismo se torna mais difcil, uma vez que so criadas por meio de aparatos

    tcnicos. Elas extraem o contedo das mensagens das quais elas so originrias e

    simplificam esses conceitos ao extremo para que possam ser alcanados em grande

    escala. Isso faz com que elas sejam recebidas apenas de forma superficial e, assim,

    desvirtuem o processo de formao cultural. O verdadeiro reconhecimento das

    intenes dessas imagens fica ento a cargo das mediaes que sero feitas dentro do

    processo comunicativo, por grandes instituies sociais como a mdia.

    O Uso das Imagens no Cinema

    No cinema, a relao existente entre o que apresentado na tela e a realidade

    passa por diversas mediaes. Isso ocorre porque qualquer filme corresponde a uma

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    imaginao humana possibilitada por uma tecnologia e inserida em um ambiente social

    que tenta retratar. Assim, o cinema no retrata a realidade, mas sim a realidadeconstruda a partir de nosso imaginrio.

    [...] o artista produz relaes entre as pessoas e o mundo por intermdio dosobjetos artsticos. Sob este aspecto, as obras lidam com os modos deintercmbio social, a interao com o espectador dentro da experinciaesttica proposta e os processos de comunicao, enquanto instrumentosconcretos que interligam pessoas. (BOURRIAUD, 2009, p. 59)

    A construo dos contedos veiculados pelo cinema trabalha com a

    representao do imaginrio que alimentado pelas imagens. Nesse processo, o

    contrrio tambm ocorre sendo as imagens alimentadas e produzidas de acordo com a

    imaginao humana. atravs da produo e disseminao de imagens que o cinema

    articula simultaneamente o emocional e a tcnica. (MAFFESOLI, 1995).

    A relao do analista com a obra tambm possui grande influncia no resultado

    da anlise. Essa relao determina a percepo e decomposio dos elementos

    constitutivos do filme e por consequncia determina as conexes que sero realizadas

    para a reconstruo dos sentidos que obra apresenta.Em uma anlise flmica a importncia dada s questes estticas e imagticas

    no pode ser apenas superficial, porque se estabelece em um complexo simblico cheio

    de sentidos estimuladores do processo comunicativo. Deve se atentar a representao do

    mundo imaginal instaurado pelo filme e constitudo de imagens, imaginaes e

    smbolos da vida social. Todo imaginrio faz parte de uma narrativa. Para o cinema, a

    narrativa est ligada ao modo como o enredo produzido. Um filme corresponde a uma

    histria sobre o imaginrio da poca, em que elementos da realidade so destacados.Com isso, a sociedade produz representaes de si mesma, acreditando nessas

    representaes como se fosse a prpria realidade. (MAFFESOLI, 1995).

    O modo como um tema de filme determinado e seu enredo tecido transmite

    significados em diferentes nveis. A elaborao de uma personagem dada, no s pela

    atuao do que representa, mas pela maneira como mostrada a partir das tcnicas de

    elaborao cinematogrfica, como enquadramento, iluminao e composio das cenas.

    (BOURRIAUD, 2009).

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    A imagem flmica estabelece uma relao com o mundo real na forma como o

    representa. Os filmes so ligaes de uma organizao simblica relacionada cultura ea sociedade. Nesse contexto, o simbolismo torna-se uma necessidade social. (JOLY,

    2003).

    Na linguagem cinematogrfica h um grande nmero de cdigos significantes

    que no necessariamente tm algo em haver com o cinema. Esses cdigos no

    especficos correspondem a cdigos culturais que se entrecruzam aos cdigos

    cinematogrficos na relao de sentidos. (AUMONT, 2002).

    Segundo Aumont (2002), o discurso flmico possui uma relao entre o dito e o

    dizer, entre o enunciado, ou a histria propriamente dita, e a enunciao, ou a maneira

    como esta histria apresentada, atravs dos movimentos de cmera ou dos diferentes

    pontos de vista. Neste sentido, a narrativa flmica pode ser entendida como a

    materializao de um enunciado atravs das imagens, falas, msicas e tudo mais que

    compor a produo cinematogrfica.

    A investigao do contedo de um filme deve se voltar necessariamente para o

    estudo da sua forma. As variadas formas de produo podem revelar as representaes

    do mundo e de uma cultura escolhidas na narrativa. O cinema , portanto, um meio de

    comunicao e de representao da sociedade. (JOLY, 2003).

    A anlise flmica deve compreender dois procedimentos: descrio e

    interpretao, sendo ambos relacionados. A descrio deve ser feita j orientada para a

    interpretao e a interpretao deve ser realizada com base na descrio. Inicialmente,

    ocorre a fase de decomposio do filme, mediante a observao e descrio dos

    elementos, personagens e histria sob forma de texto. Mesmo nessa fase j possvel

    destacar um ponto de vista do analisador que ter de fazer concesses a respeito do que

    merece ou no ser descrito em termos de significao. Em uma prxima etapa deve ser

    realizada uma interpretao dos dados anotados com a inteno de se explicar os

    sentidos. (CASETTI, 1996).

    Toda obra cinematogrfica tem algo a revelar sobre a realidade histrica do

    perodo em que foi produzida, assim como as caractersticas sociais e culturais da

    poca, estabelecendo relaes entre o mundo e suas formas de representao.

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    Anlise do filme Pleasantville

    Ttulo original: Pleasantville

    Ttulo no Brasil:A vida em preto e branco

    Ano de produo e lanamento:1998

    Origem:EUA

    Direo:Gary Ross

    Elenco principal:Tobey Maguire, Reese Whiterspoon, Jeff Daniels, William H. Macy.

    Durao:108 min

    Gnero:Drama

    O filme aborda diversas questes e valores disseminados em nossa sociedade

    atual. Sua produo explora as imagens e os elementos visuais, sobretudo em relao a

    cor.

    O filme comea com um fundo preto e uma insero de texto escrito em cor

    branca, com o seguinte dizer: Era uma vez.... Esse enunciado nos remete a ideia de

    um conto de fadas e com isso podemos dizer que talvez o enredo tenha a inteno de ser

    ou fazer referncia a uma fbula.

    O filme conta a histria de David (Tobey Maguire), um jovem solitrio, que no

    feliz com sua vida e foge da realidade assistindo "Pleasantville", um seriado em preto

    e branco onde tudo agradvel. O universo de Pleasantville ambientado nos anos 50 e

    inserido em um contexto comparativo aos anos 90, poca retratada pelo filme, que a

    mesma de sua produo

    O, enredo inicia com uma cena demonstrando professores em salas de aula

    alertando sobre futuros problemas da humanidade. Entre os problemas destacam-se o

    aumento de acidentes de trnsito provocado pelo crescente fluxo de veculos nas

    cidades, desemprego, desigualdade social, alienao dos jovens, problemas ecolgicos e

    o perigo da AIDS. Apesar de o filme ser uma produo dos anos 90, hoje no sculo

    XXI, todos esses acontecimentos so reais mazelas de nossa sociedade.

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    Nas primeiras cenas do filme, David, o personagem principal, aparece assistindo

    o seriado. Na tela de uma TV so reproduzidas cenas de uma srie antiga, totalmente empreto e branco.

    David tem uma irm, chamada Jennifer (Reese Whisterpoon), que uma garota

    transgressora, inconsequente e sexualmente ativa. Ela tem esse comportamento porque

    tenta de qualquer forma se destacar nos ambientes sociais que frequenta, faz questo de

    ser identificada com parte de uma tribo escolar descolada e para isso deixa de lado seus

    prprios valores, sem pensar no que realmente lhe completa como ser humano. Ela a

    tpica representao do jovem atual, alienado as questes humanas e que tenta se

    enquadrar em um grupo social. Seu comportamento liberalista, extremamente

    consumista e faz apologia ao sexo descontrolado. Jennifer recebe passivamente os

    conceitos pulverizados na sociedade atravs das bases do capitalismo e da globalizao.

    A histria do filme comea a desenrolar quando os personagens David e Jennifer

    so enviados do mundo real para o mundo ficcional da TV. Eles so inseridos dentro do

    seriado "Pleasantville", atravs de um controle remoto mgico e, com isso, passam a

    ocupar o lugar dos personagens da srie, Bud e Mary-Sue, filhos do casal principal do

    seriado. A famlia representada pelo seriado segue uma vida disciplinada e perfeita ao

    extremo, mas esse acontecimento faz o ritmo da trama mudar totalmente. O mundo real

    representado pelo filme totalmente colorido com a explorao de imagens que

    enfatizam isso. J o mundo ficcional da srie totalmente em tons de preto, branco e

    cinza. As roupas dos personagens correspondem poca em que se passa o seriado e o

    ambiente clssico.

    Essa forma de diferenciao entre dois mundos distintos pode ser comparada

    com o filme O Mgico de Oz de 1939, onde ocorria o processo inverso. Dorothy a

    personagem principal da histria vivia em mundo sem cor e quando chega ao mundo

    mgico de Oz fica maravilhada ao se deparar com uma enorme variedade de cores.

    David e Jennifer so transportados para a TV aps uma briga pela posse de um

    controle remoto, que apareceu atravs de um desconhecido tcnico de televiso. Eles

    so transportados assim que apertam o boto vermelho do controle. A cor vermelha

    pode ser interpretada como um sinal de perigo.

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    Quando chegam ao mundo do seriado, David e Jennifer conversam atravs da

    TV com o suposto tcnico e as seguintes falas so ditas: esse no o nosso lugar,devamos estar em cores, estamos presos no mundo dos idiotas.

    Sem saber como voltar para o mundo real, David e Jennifer, decidem entrar no

    clima e comeam a interpretar os personagens do seriado. David leva vantagem, pois

    como conhece muito bem o enredo, sabe quem so os personagens e a importncia que

    eles tm na vida de Bud e Mary-Sue Parker. Sob estes nomes fictcios, tornam-se filhos

    George Parker (Wiliam H. Macy) e Betty Parker (Joan Allen), que so pais adorveis

    em um lugar onde todos so felizes, no h sexo, no existe violncia, ningum precisa

    ir ao banheiro; existem bombeiros, mas no existe fogo. Os moradores de Pleasantville

    desconhecem o que h alm da cidade. Para eles, no h nada alm.

    O mundo do seriado totalmente perfeito. Nada acontece de forma errada.

    Aparentemente o lugar ideal para viver e se passa em um ambiente romntico, puro,

    com clima de inocncia. Pleasantiville a representao de um mundo imaculado.

    A princpio David fica com medo de alterar os rumos da srie, uma vez que era

    f e conhecia os comportamentos que cada personagem, mas j sua irm entediada com

    a perfeio do mundo da srie comea a modificar o enredo que, antes de sua chegada,

    seguia exatamente como estava pr-estabelecido nos scripts. Essa interferncia resulta

    em uma perda de controle. A histria comea a tomar automaticamente novos caminhos

    e o enredo passa a ser construdo de acordo com as aes e atitudes dos personagens,

    sobretudo os que foram trazidos do mundo real. Essa sistemtica a mesma encontrada

    em nossa sociedade. Nossos valores e aspectos culturais so construdos de acordo com

    nossas aes, produes, criatividade e imaginao.

    Os acontecimentos vo surgindo e de repente uma rosa se torna vermelha. o

    primeiro elemento colorido em um mundo sem cor. A rosa vermelha apresentada logo

    aps uma cena que indica uma relao sexual entre dois personagens. Assim, essa

    imagem nos remete novamente ao conceito de perda da inocncia.

    Conforme novas regras so quebradas e novos eventos acontecem, surgem novas

    cores e novos elementos do seriado passam a ficar coloridos. Tudo no mais to

    agradvel em Pleasantville, mas, por outro lado, existem muito mais emoes e

    sensaes que, no contexto do filme, so representadas exatamente pelo surgimento das

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    cores. Inicialmente nem todos os personagens gostam destas mudanas e sugerem que

    os coloridos sejam separados. Essa separao pode ser comparada com o atual conceitode excluso, seja de ordem social, tnica, religiosa, racial, sexual e diversas outras

    formas de marginalizao, discriminao e preconceito.

    Os personagens deixam de seguir um roteiro e comeam a fazer suas prprias

    escolhas, rumo um destino desconhecido. Esse conceito pode ser usado

    analogicamente com a histria bblica de gnesis. Ado e Eva viviam no paraso, mas

    quando cometeram uma ao que estava fora do pr-condicionado, ficaram sujeitos a

    sanes e ao surgimento de novos paradigmas, incluindo os problemas e conflitos, que

    so oposies ideia de paraso. Foi aberta a porta de um novo universo para eles,

    repleto de diferentes descobertas que podem ser boas ou ruins. Suas escolhas

    determinaro suas experincias.

    Conforme os personagens comeam a realizar aes diferentes as previstas no

    roteiro do seriado, cada vez mais, os elementos se transformam em coloridos. como se

    o mundo ficcional de Pleasantville comeasse a se encher de vida e com isso fica mais

    prximo da realidade imaginada pelo filme. A cada demonstrao de sentimentos

    amor, coragem, alegria, tristeza, bravura, raivaa cidade e seus habitantes ganham cor

    e vida. Nesse ponto do filme, parece que duas realidades diferentes tentam sobreviver

    em uma mesma dimenso.

    No momento em que os personagens comeam a liberar suas emoes

    reprimidas ou desconhecidas, o filme ganha cores que contrastam com o preto e branco,

    gerando imagens fantsticas que deslumbram o olhar do espectador e transmite uma

    ideia do que seria nossa vida sem a presena das cores.

    A personagem Betty Parker era a representao da esposa perfeita, que somente

    cuidava da famlia, cozinhando e limpando a casa. Para os homens retratados em

    Pleasantville as mulheres deviam ser donas-de-casa totalmente dedicadas e nem mesmo

    pequenas falhas eram admitidas. Um dospersonagens chega a dizer: uma questo de

    valores, queremos salvar os valores que tornaram este lugar timo. O conceito sexual

    de um casal tambm no era explorado, uma vez que a srie tinha a inteno de

    representar apenas o que convencionalmente tido como puro e inocente em nossa

    sociedade.

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    Os personagens do seriado eram totalmente despreparados para um mundo to

    diferente como o mundo real, que nem mesmo os bombeiros da srie sabiam comoapagar o fogo. Tudo novo. Todos os acontecimentos despertam grande ateno,

    engendrando cada vez mais curiosidade e a perda do medo de viver essas novas

    experincias. Eles descobrem que possuem o livre arbtrio para viver plenamente de

    acordo com suas escolhas, necessidades e desejos. Mas, alm dos prazeres, as novas

    experincias tambm trazem os conflitos.

    Betty, quando se percebe colorida, inicialmente tem vergonha de se mostrar

    viva, como uma mulher que tem seus prprios desejos e realizaes. Em uma cena,

    David maquia Betty e ela se torna de novo temporariamente sem cor.

    Em outra cena, um dospersonagens descobre o mundo das artes atravs de um

    livro de pinturas que antigamente no existia na srie. Anteriormente as mudanas, os

    livros em Pleasantville no tinham contedo, eram somente capas recheadas com folhas

    em branco. Ele fica totalmente maravilhado com as inmeras possibilidades de cores,

    tons, texturas, etc, e ento comea a produzir obras de arte explorando diversas

    tendncias artsticas como naturalismo, expressionismo, realismo, cubismo, e

    abstracionismo.

    Em outra parte do filme, Jennifer questiona o motivo de ainda estar em preto e

    branco. Por j ter feito sexo ela acredita que deveria ter ficado colorida, como se

    obrigatoriamente tivesse que ficar marcada. Porm, descobre posteriormente que ficar

    colorido no tem relao unicamente com sexo, mas sim com o fato de se encher d e

    vida, de descobrir o que verdadeiramente lhe faz ser um ser humano real e no apenas

    um personagem de fico. Ela ento descobre sua paixo pelos estudos e finalmente

    torna a ser colorida. Nesse contexto, o filme aborda a cor como um significado de novas

    descobertas, correndo o risco de cometer erros e acertos.

    Com todas as mudanas, os personagens do seriado ento descobrem que mesmo

    no sendo perfeito, o mundo pode ser ainda mais maravilhoso e fantstico, pois

    repleto de sentidos. A cor o elemento escolhido para expressar esses sentidos. Ela

    representada pelo filme como algo que capaz de nos proporcionar diferentes

    sentimentos e sensaes.

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    A vida em preto e branco vista atravs de um olhar simplista, permite-nos

    usufruir mais dela, mas a cor, com toda sua complexidade, deixa tudo mais interessante.O filme traz a concepo do descobrimento de coisas novas como fonte de

    prazer intangvel. Mostra tambm a resistncia de algumas pessoas, que apesar de

    viverem em um mundo de constantes mutaes naturais, sociais e culturais, no aceitam

    essas transformaes e automaticamente se impedem de viver plenamente a vida. Nem

    todos querem mudar, assim acontece uma ruptura entre aqueles que querem continuar

    vivendo em preto-e-branco e aqueles que desejam cores.

    Consideraes finais

    A cultura determina os princpios de excluso e de participao no processo de

    encontros culturais. As imagens possuem uma grande poder de representao da cultura,

    pois apresentam situaes que podem ser alteradas por meio de outras imagens.

    Ns no s percebemos a realidade, mas tambm a construmos quando

    processamos o percebido como sendo real. Toda a materialidade no nada mais do que

    uma construo realizada atravs de nossas percepes. Todas as realidades so virtuais,

    pois vivemos em ambiente social estruturado nas dicotonias concreto/abstrato,

    real/fictcio.

    Atualmente recebemos constantemente com uma avalanche de imagens. Essas

    novas imagens, chamadas de tcnicas, so smbolos produzidos por aparelhos e para

    decifr-los necessrio considerar os mecanismos de sua construo, como reconstituir

    os textos que criaram aquela imagem e atentar para as regras e linguagens da tecnologia

    que a possibilitou. H diversas formas de processar informao e por isso precisamos

    aprender a receber contedos de maneira correta, sem sermos soterrados por

    informaes sem sentido.

    Enquanto as imagens antigas apenas imaginavam o mundo, as imagens tcnicas

    imaginam textos geradores de imagens que concebem o mundo. A diferena das

    imagens tcnicas para as imagens tradicionais que agora as imagens no so apenas

    representaes, mas sim conceitos. Imagens so conceitos transcriptados em cenas. O

    cdigo dessas novas imagens o seu significado.

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    O cinema opera como uma ferramenta de assimilao das diferentes

    configuraes de nossas prticas culturais e sociais, uma vez que se caracteriza por criare apresentar enunciados imaginativos sobre o nosso mundo. Assim, o mundo imaginal

    constitui-se em um modo de considerar a relao espao-tempo, que se torna

    determinante para a compreenso de qualquer sociedade. Nesse contexto, o resultado

    desta pesquisa foi a anlise concebida a partir de uma interpretao do filme em relao

    ao nosso mundo, atravs dos elementos e tcnicas utilizadas para a construo de

    sentido.

    Para esta anlise, as percepes obtidas no primeiro contato com o filme foram

    se modificando ou se complementado de acordo com os elementos e contedos

    acrescentados ao longo da obra, mediante as observaes subsequentes. Todos os

    elementos somados foram construindo, aos poucos, uma nova percepo diferente da

    inicial, que resultou nas consideraes e apontamentos descritos nesta anlise. Algumas

    observaes apesar de no possurem um alto teor de significncia, so culturalmente e

    sociologicamente oportunas, uma vez que representam smbolos de situaes e

    acontecimentos imaginados em relao ao sentido da vida humana.

    Referncias

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