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SENSOR A FIBRA ÓPTICA LPG APLICADO Á LINHA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA LEANDRO SOUZA, ÍTALO ALVARENGA, DANIEL D. SILVEIRA, THIAGO V. N. COELHO, ALEXANDRE S. BESSA Laboratório de Fotônica e Optoeletrônica, Departamento de Circuitos Elétricos, Universidade Federal de Juiz de Fora. Rua José Lourenço Kelmer, s/n Campus Universitário, Bairro São Pedro, CEP:36036-900, Juiz de Fora-MG E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] Abstract This work develops an optical sensor system with the purpose to accomplish an estimation of the electrical current at power transmission line systems. Initially an electrical current estimator based on a LPG optical sensor combined with an optical sensor taper attached to the power line scale model was accomplished. Keywords Electrical current, Long Period Grating, optical sensor. Resumo Este trabalho desenvolve um sistema sensor óptico com o propósito de obter uma estimativa da corrente elétrica em sistemas de linha de transmissão. Inicialmente um sensor elétrico de corrente baseado em um sensor óptico LPG combinado com um sensor óptico em forma de taper colocado junto ao modelo em escala de linha de transmissão foi desenvolvido. Palavras-chave Corrente elétrica, Grade de Período Longo, sensor óptico. 1 Introdução Smart Grid é um termo geral associado a um grupo de soluções capazes de prover inteligência as linhas de transmissão em termos de análise, monitoramento, controle e capacidade de comunicação em sistemas de energia. Estas capacidades são responsáveis por um novo paradigma na estrutura do sistema de transmissão de energia elétrica. Nesta nova abordagem, o desenvolvimento de uma rede de sensores ópticos é crucial no monitoramento dos parâmetros da linha de transmissão. Estes sensores necessitam trabalhar em ambientes com elevada irradiação eletromagnética o que podem ocasionar alto nível de interferência em sensores tradicionais. Posto isso, os sensores em fibra óptica se apresentam como soluções naturais a este tipo de cenário (Higueira, 2002 e Silva 2012), pois são capazes de realizar medidas em tempo real sem experimentar degradação da performance devido a radiação eletromagnética das linhas de potência (Vengsarkar, 1996 e Kher, 2011) Os sensores em fibra óptica podem ser utilizados no monitoramento de parâmetros físicos e ambientais tais como: temperatura, corrente elétrica, deslocamento mecânico, tensão elétrica, pressão, entre outros. Os sensores ópticos de corrente elétrica possuem um número considerável de vantagens em relação a tecnologias mais convencionais como os transformadores de corrente e sensores por efeito Hall. A medida que as exigências sobre o desempenho dos sensores de corrente elétrica crescem, a investigação de novas soluções assume grande importância. Tendo como ponto de partida as conhecidas vantagens dos sensores em fibra óptica, tem sido realizado um esforço considerável para a viabilização deste tipo de sensores aplicados à medição de parâmetros elétricos. Devido às características intrínsicas da fibra óptica, a sua utilização como elemento sensor ou simplesmente como meio de transmissão da informação do mensurando, permite um isolamento elétrico e uma imunidade a interferências eletromagnéticas. Desta forma os sensores ópticos permitem a medição de corrente em ambientes extremamente agressivos, com campos magnéticos e tensões elétricas muito elevados. Os sensores a fibra óptica utilizados neste trabalho para a medição da corrente elétrica fazem uso do efeito magneto-óptico de Faraday (Yoshino, 2003 e Arikawa 2012). Este efeito é responsável pela rotação da polarização de um feixe de luz linearmente polarizado que percorre a fibra óptica, quando esta é colocada sob a influência de campos magnéticos. A detecção da alteração do estado de polarização é feita por mecanismos polarimétricos ou interferométricos (Dan-feng, 2013). De uma forma geral, os sensores de corrente elétrica em fibra óptica são formados por um enrolamento de fibra colocado em torno do cabo condutor que transporta a corrente a medir. Devido ao efeito de Faraday, o campo magnético criado pela passagem da corrente elétrica provoca a rotação do plano de polarização da luz que percorre esse enrolamento. Assim, a análise do plano de polarização da luz à saída do enrolamento permite calcular o valor da corrente elétrica. Nestes sensores, o efeito simultâneo da birrefringência intrínseca e extrínseca, que são caracterizadas pela não uniformidade e tensões externas à fibra, diminui a sensibilidade e dificulta a correta medição da corrente elétrica. Neste trabalho, um sensor em fibra óptica aplicado na medição da corrente elétrica foi Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 2660

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SENSOR A FIBRA ÓPTICA LPG APLICADO Á LINHA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA

LEANDRO SOUZA, ÍTALO ALVARENGA, DANIEL D. SILVEIRA, THIAGO V. N. COELHO, ALEXANDRE S. BESSA

Laboratório de Fotônica e Optoeletrônica, Departamento de Circuitos Elétricos, Universidade Federal de Juiz

de Fora. Rua José Lourenço Kelmer, s/n Campus Universitário, Bairro São Pedro, CEP:36036-900, Juiz de

Fora-MG

E-mails: [email protected],

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Abstract This work develops an optical sensor system with the purpose to accomplish an estimation of the electrical current at power transmission line systems. Initially an electrical current estimator based on a LPG optical sensor combined with an optical

sensor taper attached to the power line scale model was accomplished.

Keywords Electrical current, Long Period Grating, optical sensor.

Resumo Este trabalho desenvolve um sistema sensor óptico com o propósito de obter uma estimativa da corrente elétrica em

sistemas de linha de transmissão. Inicialmente um sensor elétrico de corrente baseado em um sensor óptico LPG combinado com

um sensor óptico em forma de taper colocado junto ao modelo em escala de linha de transmissão foi desenvolvido.

Palavras-chave Corrente elétrica, Grade de Período Longo, sensor óptico.

1 Introdução

Smart Grid é um termo geral associado a um

grupo de soluções capazes de prover inteligência as

linhas de transmissão em termos de análise,

monitoramento, controle e capacidade de

comunicação em sistemas de energia. Estas

capacidades são responsáveis por um novo paradigma

na estrutura do sistema de transmissão de energia

elétrica. Nesta nova abordagem, o desenvolvimento

de uma rede de sensores ópticos é crucial no

monitoramento dos parâmetros da linha de

transmissão. Estes sensores necessitam trabalhar em

ambientes com elevada irradiação eletromagnética o

que podem ocasionar alto nível de interferência em

sensores tradicionais. Posto isso, os sensores em fibra

óptica se apresentam como soluções naturais a este

tipo de cenário (Higueira, 2002 e Silva 2012), pois são

capazes de realizar medidas em tempo real sem

experimentar degradação da performance devido a

radiação eletromagnética das linhas de potência

(Vengsarkar, 1996 e Kher, 2011)

Os sensores em fibra óptica podem ser utilizados

no monitoramento de parâmetros físicos e ambientais

tais como: temperatura, corrente elétrica,

deslocamento mecânico, tensão elétrica, pressão,

entre outros. Os sensores ópticos de corrente elétrica

possuem um número considerável de vantagens em

relação a tecnologias mais convencionais como os

transformadores de corrente e sensores por efeito Hall.

A medida que as exigências sobre o desempenho dos

sensores de corrente elétrica crescem, a investigação

de novas soluções assume grande importância. Tendo

como ponto de partida as conhecidas vantagens dos

sensores em fibra óptica, tem sido realizado um

esforço considerável para a viabilização deste tipo de

sensores aplicados à medição de parâmetros elétricos.

Devido às características intrínsicas da fibra óptica, a

sua utilização como elemento sensor ou simplesmente

como meio de transmissão da informação do

mensurando, permite um isolamento elétrico e uma

imunidade a interferências eletromagnéticas. Desta

forma os sensores ópticos permitem a medição de

corrente em ambientes extremamente agressivos, com

campos magnéticos e tensões elétricas muito

elevados.

Os sensores a fibra óptica utilizados neste

trabalho para a medição da corrente elétrica fazem uso

do efeito magneto-óptico de Faraday (Yoshino, 2003

e Arikawa 2012). Este efeito é responsável pela

rotação da polarização de um feixe de luz linearmente

polarizado que percorre a fibra óptica, quando esta é

colocada sob a influência de campos magnéticos.

A detecção da alteração do estado de polarização

é feita por mecanismos polarimétricos ou

interferométricos (Dan-feng, 2013). De uma forma

geral, os sensores de corrente elétrica em fibra óptica

são formados por um enrolamento de fibra colocado

em torno do cabo condutor que transporta a corrente a

medir.

Devido ao efeito de Faraday, o campo magnético

criado pela passagem da corrente elétrica provoca a

rotação do plano de polarização da luz que percorre

esse enrolamento. Assim, a análise do plano de

polarização da luz à saída do enrolamento permite

calcular o valor da corrente elétrica. Nestes sensores,

o efeito simultâneo da birrefringência intrínseca e

extrínseca, que são caracterizadas pela não

uniformidade e tensões externas à fibra, diminui a

sensibilidade e dificulta a correta medição da corrente

elétrica.

Neste trabalho, um sensor em fibra óptica

aplicado na medição da corrente elétrica foi

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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desenvolvido e fabricado no laboratório de

Optoeletrônica e Fotônica da UFJF, capaz de

minimizar os efeitos da birrefringência em relação a

orientação do plano de polarização do sinal e

consequentemente aumentar a sensibilidade da

medição da corrente elétrica. Esse sensor utiliza

também o efeito Faraday como princípio ativo, porém

uma nova montagem foi implementada, inserido

novos componentes e dispositivos. A grande

vantagem desta montagem é o aumento da sua

sensibilidade devido a presença de um par de imãs

combinado à fibra e estes colocados juntos a linha de

transmissão construída no laboratório. Outro

parâmetro analisado foi a deformação na linha de

transmissão onde os sensores a fibra óptica também

foram utilizados.

2 Metodologia

Primeiramente foi construído no laboratório um

modelo de linha de transmissão reduzido para os testes

com os sensores a fibra óptica para a medição da

corrente elétrica. Duas diferentes fibras ópticas foram

utilizadas como sensores: a própria fibra óptica

normal e uma fibra óptica marcada conhecida como

Grade de difração.

A ideia de utilizar as duas fibras como sensores é

verificar se ambas são sensíveis utilizando-as no novo

setup. Isto porque, utilizando a fibra marcada com a

grade de difração, conhecida como LPG (long period

grating), será possível com o mesmo sensor medir a

corrente elétrica e outro parâmetro na linha como sua

deformação mecânica. Neste caso, o sensor a fibra

LPG irá combinar os efeitos da polarização para a

medição da corrente elétrica e os efeitos de

deformação física da fibra para a medição de

parâmetros como a catenária na linha de transmissão.

Neste trabalho apresentamos também alguns

resultados envolvendo os sensores LPG para

deformação física na linha de transmissão, a fim de

comprovar sua eficácia para esta aplicação.

As grades de difração se baseiam na modulação

periódica do índice de refração no núcleo da fibra

através de processos de fotossensibilização

(Vengsarkar, 1996 e Coelho, 2013). Dois tipos de

grades de difração possuem grande destaque, são elas:

As grades de Bragg FBG (Fiber Bragg Gratings) e as

LPGs (Long Period Grating).

As LPGs são um tipo de grade de difração que

operam realizando o acoplamento de energia entre o

modo fundamental de núcleo e os n diferentes modos

evanescentes de casca. Estes dispositvos apresentam

algumas vantagens e desvantagens em relação as

FBGs.

Uma vantagem é que o custo de fabricação é

menor, devido as menores restrições mecânicas no

processo de fotossensibilização do núcleo, pois o

período de modulação do índice de refração das

mesmas é consideravelmente maior, da ordem de

centenas de micrometros até 1mm. Outra vantagem

significativa é que a condição de casamento com a n-

ésima ordem do modo de casca é função do índice de

refração efetivo do núcleo, da periodicidade da

modulação tal qual nas FBGs, mas também depende

do índice de refração efetivo do modo de casca que

por sua vez depende do índice de refração externo.

Assim as LPGs são bastante susceptíveis as mudanças

físicas ocorridas no meio que a rodeia.

A desvantagem deste tipo de sensor é que o

mesmo trabalha em transmissão, ao contrário da FBG

que trabalha em reflexão, sendo necessário analisar a

rejeição de potência no comprimento de onda de

casamento de fase o que pode levar a níveis de

potência baixos.

Neste trabalho foram desenvolvidos e fabricados

sensores em fibra óptica com intuito inicial de utilizá-

las na medição da corrente elétrica fibras normais

padrão e fibras escritas com LPGs (Long Period

Gratings - LPG).

Diversos sensores a fibra foram confeccionados e

testados no modelo reduzido de linha de transmissão

construído no laboratório. A medição da corrente

elétrica na linha de transmissão foi realizada

comparando e analisando a reposta destes diferentes

sensores ópticos. Foi colocado junto a linha de

transmissão, conforme indica a figura 1, um

dispositivo contendo um par de imãs, ligados ao

sensor a fibra através de um encapsulamento, no qual

o efeito do campo magnético dos imãs era alterado

pela magnitude da corrente circulante na linha de

transmissão. Foram testados os dois tipos de sensores,

fibra normal e LPG, no setup proposto e apresentado

na figura abaixo. Ressaltando que medições

envolvendo a deformação mecânica da linha de

transmissão construída no laboratório também foram

realizadas.

Figura 1. Setup utilizado na medição da corrente elétrica a partir do sensor a fibra encapsulado proposto.

Todas os sensores LPGs utilizados neste trabalho

foram fabricadas no laboratório através da técnica de

escrita ponto a ponto baseado em arco-elétrico, a

figura 2 mostra a máquina de inscrição e algumas

LPGs fabricadas. Um conjunto de grades com

diferentes espectros foram fabricados alternado-se

alguns parâmetros tais como número de marcações,

tempo e intensidade de arco, além do período de

modulação.

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Figura 2: maquina de confecção dos sensores e as fibras ópticas

com as marcações (LPG´s).

3 Resultados

Sobre os sensores LPGs, sabe-se que a condição

de casamento de fase entre o modo propagante de

núcleo e os m diferentes modos de casca é encontrado

através da resolução das equações de modos

acoplados (Vengsarkar, 1996) . Quando o peril de

modulação do índice de refração do núcleo é periódico

com perfil senoidal a relação do comprimento de onda

acoplado para o m-ésimo modo de casca é governado

pela seguinte relação:

𝜆 = (𝑛𝑐𝑜𝑟𝑒 − 𝑛𝑐𝑙𝑎𝑑𝑚 )Λ (1)

A sensibilidade de uma LPG em relação ao

esforço mecânico pode ser encontrado diferenciando

a equação (1), assim se encontra a seguinte relação:

𝑑𝜆

𝑑휀=

𝑑𝜆

𝑑(𝛿𝑛𝑐𝑜𝑟𝑒)(𝑑𝑛𝑐𝑜𝑟𝑒

𝑑휀−

𝑑𝑛𝑐𝑙𝑎𝑑𝑚

𝑑휀) + 𝛬

𝑑𝜆

𝑑𝛬 (2)

onde λ é o comprimento de onda,ε é a deformação

mecânica em microstrain, neff é o índice de refração

efetivo do núcleo, nclad é o índice de refração efetivo

da casca , δneff = (neff –ncl) e Λ é o periodo de

modulação do índice de refração do núcleo da LPG.

O gráfico da curvatura, apresentado na figura 3,

foi realizado posicionando a fibra óptica sobre dois

fixadores localizados nas extremidades da linha de

transmissão, deixando a rede no centro dos suportes e

sem torção. Quando uma curvatura é aplicada à rede,

as mudanças no comprimento de onda são causadas

pelo deslocamento vertical da linha (LV) como mostra

a figura 1, responsável por alterações no período da

rede.

Figura 3: Gráfico da curvatura aplicada a fibra LPG pela linha de

transmissão e sua consequente variação Vertical, catenária

O deslocamento vertical da fibra ocorre de sua

posição esticada (raio de curvatura infinito) até a

situação de curvatura em questão, sendo L0 o

comprimento efetivo da fibra onde ocorre a curvatura.

O raio de curvatura é obtido por 1/LV. Dois fixadores

foram posicionados nas extremidades do

comprimento efetivo da fibra.

No caso dos sensores ópticos aplicados na

medição da corrente elétrica, a tecnologia óptica está

em constante estágio de desenvolvimento. A natureza

dieléctrica dos sensores ópticos reduz a necessidade

de isolamento em alta tensão. A maioria das

configurações baseia-se no efeito de Faraday: uma

birrefringência circular induzida no meio pela

presença de um campo magnético H G, que se traduz,

para polarização linear, numa rotação do plano de

vibração por um ângulo θ dado por:

𝛳 = 𝑉 ∫ �⃗⃗� ∙ 𝑑𝑙⃗⃗ ⃗ (3)

onde V é a constante de Verdet e l o comprimento do

meio. Na figura 1, a configuração utilizada para a

medição da corrente elétrica que passa pelo modelo

em escala de linha de transmissão é mostrada. Na

montagem, uma fibra normal e uma fibra marcada

com LPG, juntamento com o par de imãs e o

encapsulamento, são utilizadas como sensores.

O campo magnético ao qual a fibra foi submetida

neste experimento, foi proposto a partir da

sobreposição de imãs ao modelo em escala da linha de

transmissão, assim, aumentando-se a sensibilidade do

sensor. Para a distância de 5 mm os gradientes de

campo gerados pelos ímãs cilíndrico e retangular são

semelhantes, tendo uma variação mais acentuada

quanto a distância aumenta. Assim a 20 mm de

distância o gradiente de campo gerado pelo ímã

cilíndrico é de 35 T/mm enquanto o gerado pela ímã

retangular é de 50 mT/mm. Note que estes gradientes

se dão entre valores de campos diferentes, ou seja, o

sensor vai estar num ponto de operação diferente.

Os resultados apresentados na figura 4 mostram o

quanto a sensibilidade foi aumentada com a utilização

do setup proposto, ou seja, com o sensor encapsulado.

Pode-se observar as variações em dB para os sensores

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a fibra sem e com a utilização do encapsulamento com

os imãs. Outra observação importante diz respeito aos

resultados obtidos com os sensores LPG agora

aplicados para a medição da corrente. Como

apresentado, os sensores encapsulados com a fibra

LPG apresentam sensibilidades muito próximas às

obtidas comos sensores encapsulados com a fibra

normal, assim, estes podem ser usados como

medidores de corrente combinado à outro parâmetro,

como deformação no cabo. Este estudo já está sendo

realizado e os resultados iniciais comprovam sua

eficácia.

Figura 4: Gráfico da potência óptica recebida versus a corrente

elétrica no modelo de linha de transmissão para as diferentes

montagens de sensores

4 Conclusão

Pode-se concluir que a sensibilidade do setup

proposto, sensor encapsulado, é bem superior aos

sensores convencionais a fibra. No exemplo

apresentado, onde as correntes elétricas analisadas

estavam próximas a 1 ampere, o sensor convencional

não era capaz de medir. Estes sensores convencionais

a fibra são utilizados para medição de correntes

elétricas de alta magnitude. Sendo assim, utilizando o

setup proposto, consegui-se medir valores de corrente

elétrica próximas a 1 ampere. Outra observação

importante diz respeito às curvas obtidas a partir do

sensor encapsulado com fibra normal e fibra LPG. As

sensibilidades de ambos os sensores encapsulados

estão muito próximas. Também foram realizados

estudos da catenária da linha de transmissão

empregando sensores LPG. A partir destes estudos e

através dos resultados obtidos neste trabalho, está

sendo desenvolvido um sensor encapsulado a fibra

LPG capaz de medir simultaneamente parâmetros

como a corrente elétrica e a deformação mecânica,

catenária, da linha de transmissão.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio da Universidade Federal de Juiz

de Fora/PROPESQ e da FAPEMIG.

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