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Estação Natureza Sensibilizar para Mobilizar Caderno de Textos de Apoio ao Educador 2009

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Estação Natureza

Sensibilizar

para

Mobilizar

Caderno de Textos de

Apoio ao Educador

2009

APRESENTAÇÃO

Prezado Educador (a),

É com imenso prazer que apresentamos o Caderno de Educação Ambiental Sensibilizar para Mobilizar.

Este caderno é destinado a você, que acredita em uma educação

transformadora, que não consiste apenas em oferecer formação técnica e tecnológica e sim, uma educação integral que una, entre outros aspectos, emoção, cognição e sensibilidade, trabalhando sentimentos, valores de

solidariedade, ética, responsabilidade e sustentabilidade.

Se o que realmente queremos é mudar comportamentos, a base é uma combinação de conhecimentos, valores, sensibilidades e capacidades, fortes o suficiente para motivar a interação e a participação efetiva do indivíduo

com seu meio e com o próximo. Para isso, precisamos basear nossas ações em três etapas de ação: a sensibilização, a conscientização e a mobilização.

Para que conheça um pouco mais sobre essas etapas e sua importância, oferecemos neste caderno uma introdução a cada uma delas.

Os conteúdos aqui apresentados abordam assuntos diversos relacionados à temática ambiental, visando dar um embasamento teórico às atividades que

constam no Caderno de Educação Ambiental Sensibilizar para Mobilizar – Sugestões para Sala de Aula - e aprimorar suas ações com a prática da educação ambiental.

Despertar consciência, trazer questões ambientais para bem perto de cada

um de nós, esclarecer responsabilidades, mobilizar escolas e comunidades para fazermos deste um mundo mais belo de se viver.

É para isso que trabalhamos.

“Só temos o mundo que queremos com o outro,

e só o amor nos permite criar esse mundo comum.”

(Maturana e Varela, 1995:264)

A equipe Estação Natureza Curitiba

INTRODUÇÃO

No último século, em resposta ao intenso desenvolvimento econômico, o ser humano passou a utilizar mais recursos do que a natureza é capaz de repor.

Como resultado, começaram a surgir problemas ambientais em diferentes partes do nosso planeta, como a poluição dos mares e rios, a extinção de várias espécies de animais e plantas e um dos mais debatidos hoje: as

mudanças climáticas.

Toda esta situação provoca uma reflexão sobre os princípios e os valores hoje vigentes e mostra que existe a necessidade de mudanças de comportamento e de atitude para que tenhamos uma relação mais

harmoniosa com a natureza.

A escola é um centro de excelência para o desenvolvimento da Educação Ambiental, pois a participação das crianças e dos jovens é essencial para a construção de um mundo melhor, onde as presentes e futuras gerações

tenham direito à vida em toda a sua plenitude e diversidade.

Neste contexto, a Educação Ambiental deve estar relacionada com a vida dos educandos no seu cotidiano. Portanto, cabe a nós educadores, propiciar momentos de discussão e compreensão da realidade sócio-ambiental,

incentivando os alunos a participarem, observarem, analisarem e descobrirem as riquezas do seu meio e a buscarem soluções criativas para

os problemas identificados, exercendo desta forma o seu papel de cidadão.

Acreditamos que através da educação é possível construir novos e melhores caminhos, com o envolvimento das diferentes áreas do conhecimento. Através de debates e do repensar nossas atitudes poderemos criar valores

de sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também econômica, social e cultural.

Vamos caminhar juntos em busca de um futuro sustentável e de um mundo melhor!

O PRIMEIRO PASSO: A SENSIBILIZAÇÃO

O ato de sensibilizar as pessoas busca fazer com que elas se reconciliem com o mundo natural através do coração.

A informação sozinha não provoca a reflexão e, por conseqüência, a mudança de atitude e comportamento, que é o que buscamos com os

nossos projetos de educação ambiental.

Nossos valores, nossas crenças e nossas sensações estão ligadas a nossa capacidade de sentir. Alguém que muda suas atitudes e comportamento em relação à natureza, primeiro sentiu a vontade dentro de si.

Se queremos provocar mudanças de atitudes nos alunos e na comunidade

escolar como um todo, primeiro precisamos mostrar a cada um deles a sua capacidade de desempenhar papéis importantes para a construção de um mundo melhor.

É imprescindível estar sensibilizado para sensibilizar o outro sobre a sua

relação com a natureza: “Somente quando compartilhamos nossos mais profundos pensamentos e sentimentos é que transmitimos aos outros e os inspiramos o amor e o

respeito pela Terra” (CORNELL, 1997).

Algumas das perguntas que surgem quando trabalhamos com sensibilização ambiental de crianças e jovens são:

Como ajudá-los a ter uma experiência mais significativa?

Como fazê-los pensar sobre a experiência depois?

Um dos resultados que esperamos a partir do trabalho de sensibilização é que os alunos queiram mais respostas. É isso mesmo! Não devemos responder a todas as perguntas feitas por eles. Ao invés disso, devemos

incentivar que eles busquem as respostas para que sejam os protagonistas das iniciativas.

Assim, sensibilização é envolver pelo emocional, e seu papel é despertar a consciência, que é o próximo estágio do processo com o qual estamos

lidando.

Algumas atitudes são indispensáveis por quem está conduzindo um

trabalho de sensibilização com crianças e jovens:

Observe e sinta primeiro; fale depois: fique atento e permita que eles tenham uma experiência de encantamento.

Estabeleça um clima de alegria: seu próprio entusiasmo é contagiante,

uma importante ferramenta como educador.

Seja receptivo: ouça abertamente, esteja atento e sensível a cada

comentário, pergunta e cada exclamação que surgir. Amplie o interesse deles a partir da própria curiosidade que demonstrarem.

Deixe-os perceber que suas descobertas também são importantes para você.

Fonte: CORNELL, 1997.

O SEGUNDO PASSO: A CONSCIENTIZAÇÃO

No processo de aprendizagem, a transmissão de conhecimento tem por objetivo maior promover a consciência, uma vez que a capacidade de se

compreender as situações e ter noção delas é o que possibilita ao ser humano o saber agir.

A tomada de consciência é, portanto, um caminho que faz parte do

processo de aprendizagem, aonde vamos aos poucos conhecendo as coisas que existem, os seres e as pessoas que constituem nossa realidade.

Tendo o conhecimento sobre a realidade e o universo que nos rodeia, somos capazes de descobrir a nós mesmos e refletir sobre nossas relações

com os outros e com o meio em que estamos inseridos, fazendo com que repensemos nossos valores e busquemos então, agir de acordo com os mesmos.

Somente quando despertamos para o nosso valor individual podemos

passar a acreditar em nosso potencial transformador. Valores como respeito, solidariedade, empatia e muitos outros passam a fazer parte desse novo pensar.

Assim, a conscientização ambiental é o segundo passo do processo que

estamos lidando. Seu objetivo é promover a interiorização e apreensão de informações nos levando a refletir sobre nosso papel como cidadão e sobre nossas atitudes em relação ao meio ambiente.

Nesta etapa, a informação é essencial: dados, estatísticas e tudo o mais

que possa ajudar os alunos a entender os fatos.

Entretanto, como afirma Bernardo Toro, informações sem alternativas de ação podem simplesmente aumentar a angústia e não gerar mobilização, participação e solução.

Por isso, o foco deve ser ajudá-los a enxergar o que eles podem fazer para

contribuir, projetar ações e resultados com os quais possam se comprometer.

Algumas atitudes são indispensáveis neste estágio:

Cuidar do processo de comunicação: as informações estão completas e

atualizadas? A mensagem está clara e positiva? Adequar a linguagem ao receptor: a linguagem é apropriada ao público

com que se está trabalhando?

Orientar as ações: estou mostrando as alternativas e as formas de participação?

O TERCEIRO PASSO: A MOBILIZAÇÃO

“Mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados.”

Se analisarmos o conceito de Bernardo Toro e tantos outros que existem,

notamos que mobilização é a união de pessoas para uma causa. Quando nos referimos à mobilização para a conservação da natureza,

estamos falando em difundir e multiplicar os princípios da conservação e as boas práticas ambientais, ou seja, mover públicos específicos em prol da

causa conservacionista. É importante ter em mente que todo indivíduo tem a capacidade de

desempenhar papéis importantes na melhoria do planeta. A participação de todos deve ser estimulada em todas as etapas e formas de atuação do

processo de mobilização. A nós educadores, cabe a responsabilidade de despertar no aprendiz o

senso de auto-estima e confiança indispensáveis para que acredite o suficiente em seus potenciais e passe a exercer plenamente sua cidadania.

Essa crença em si próprio pode desencadear um maior engajamento e posturas ativas diante dos problemas socioambientais, resultando em

processos de mudança.

Algumas atitudes são indispensáveis neste estágio:

Ter clareza do público e do cenário: que características possui o público

alvo da mobilização? Aonde eles vivem? O que fazem? Quais são os problemas presentes no dia-a-dia deles relacionados ao meio ambiente?

Lembrar que pequenas atitudes contribuem para o “todo”: valorizar a

participação de todos através do reconhecimento de suas atitudes.

Comunicar o resultado esperado: todos sabem onde querem chegar, o

que querem alcançar com o projeto ou a ação de mobilização? Identificar agentes multiplicadores e capacitá-los: quem são as pessoas

com o potencial de multiplicar a iniciativa? Que habilidades e conhecimentos elas devem ter ou desenvolver?

Estimular o trabalho coletivo: As pessoas estão se ajudando, estão

dialogando e trocando experiências?

"Biodiversidade ou Diversidade biológica" significa a variabilidade de

organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os

complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a

diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica)

Mais claramente falando, diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade

genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas

desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos.

O Brasil tem uma área de 8,5 milhões km², ocupando quase a metade da América do Sul. Essa área possui várias zonas climáticas que incluem o

trópico úmido no norte, o semi-árido no nordeste e áreas temperadas no sul. As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas

formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileiras,

tornando-as as mais diversas do mundo. Muitas das espécies brasileiras são exclusivas no mundo (endêmicas). O Brasil é o país com a maior

biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta.

O Brasil abriga o maior número de primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios com 516 espécies. O

país conta também com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55 mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Possui por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras

(390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também 3.000

A Biodiversidade Brasileira

espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do mundo.

Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis

espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas do Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191

espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de espécies corresponde a,

pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em todo o planeta.

O conhecimento das espécies que ocorrem em nosso vasto território, as quais representam mais de 13% da biota mundial, é fundamental para

se ter sucesso na conservação deste nosso rico patrimônio.

O Brasil é o 5º maior país e em seus mais de 8 milhões de km2 abriga um dos maiores patrimônios naturais do planeta. Estimativas indicam que no

Brasil estão 15 a 20% das espécies existentes e mais de 1/5 de toda a água doce da Terra.

Toda essa riqueza está distribuída em grandes regiões denominadas

biomas. Os biomas são áreas com grandes afinidades climáticas e geográficas, onde se desenvolvem e interagem diversas espécies animais e vegetais adaptadas às condições vigentes, resultado de um longo e

complexo processo evolutivo. No Brasil, de acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, órgão responsável pela

cartografia oficial, existem 6 biomas diferentes: Mata Atlântica (incluindo formações características como as regiões costeiras e a Floresta com Araucária), Pampa, Pantanal, Amazônia, Caatinga e Cerrado.

A seguir, apresentaremos uma abordagem resumida de cada bioma,

focando nas principais características de cada um deles.

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica é o bioma brasileiro que ocupava toda a faixa leste do país, além de áreas no interior nas regiões sul e sudeste. De sua área original – pouco mais de 1 milhão de km2 desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande

do Sul – restam hoje menos de 8%, distribuídos de forma descontínua, caracterizando um dos biomas mais frágeis e ameaçados pela ação do

homem.

Os Biomas Brasileiros

É também uma das mais ricas florestas tropicais do mundo, que deve sua existência à grande umidade atmosférica e quantidade de chuvas, com os índices de precipitação mais altos do país. O clima é quente, com

temperaturas médias entre 22º e 25ºC.

A Mata Atlântica abriga uma intrincada rede de bacias hidrográficas, formadas por grandes rios como o Paraná, o Tietê, o São Francisco, o Doce, o Paraíba do Sul, o Paranapanema e o Ribeira de Iguape.

Em toda sua extensão, os diferentes tipos de solo, relevo (montanhas,

platôs, vales e planícies) e características climáticas resultaram na formação de um mosaico de composições florísticas. As árvores têm em torno de 30 m, com algumas atingindo até 40 m, como o jequitibá-rosa (Cariniana

estrelensis). A floresta possui em sua parte mais baixa muitos arbustos, bambus, orquídeas terrestres e palmeiras, com tapetes de musgos e

inúmeros fungos sobre o chão. São muito comuns as plantas trepadeiras e outras encontradas sobre as árvores, como as samambaias, orquídeas e bromélias.

Todas as particularidades deste bioma resultaram na existência de uma

fauna diversificada e com muitas espécies exclusivas (endêmicas), encontradas somente na Mata Atlântica. Muitas delas estão reduzidas a pequenas populações, o que as torna bastante raras. Entre os mamíferos,

destacam-se as 4 espécies endêmicas de mico-leão e as 2 de macaco-muriqui, todas bastante ameaçadas.

A fauna tem um importante papel no ciclo de vida da floresta. Vários

animais ajudam na polinização de árvores ou na dispersão dos frutos de que se alimentam. As ameaças a estes animais colocam em risco a sobrevivência da vegetação, assim como o processo inverso também

ocorre. Um exemplo é o jatobá (Hymenaea courbarail), cujos frutos servem de alimento para roedores capazes de abrir sua casca, auxiliando assim na

dispersão das sementes. Muitos frutos do jatobá estão apodrecendo por causa da diminuição da população desses roedores, colocando em risco a reprodução desta espécie. Como conseqüência do nascimento de poucas

árvores e, à medida que as adultas morrerem, faltará alimento também para outras espécies, como no caso dos morcegos que consomem o néctar

das flores do jatobá. Parte dos remanescentes da Mata Atlântica encontra-se preservada em

unidades de conservação. A maior área protegida deste bioma está no Parque Nacional do Iguaçu (PR), um dos últimos remanescentes de Mata

Atlântica no sul do país e refúgio da última população viável de onças-pintadas desta região. No parque, as Cataratas do Iguaçu impressionam por sua grandeza, com mais de 200 quedas de até 80 m de altura. Na cidade do

Rio de Janeiro, mais uma importante área de Mata Atlântica encontra-se em regeneração: o Parque Nacional da Tijuca, a maior floresta urbana do

mundo. Além da proteção da biodiversidade, a área tem grande importância na preservação das nascentes dos rios que abastecem a cidade, localizada

no Maciço da Tijuca. Ambos os parques estão abertos à visitação, e propiciam contemplação da exuberante Mata Atlântica.

Neste bioma temos os ecossistemas associados: Floresta com Araucária e Ecossistemas costeiros.

A Floresta com Araucária

A Floresta com Araucária é uma formação que ocorre no bioma Mata Atlântica, especificamente no Planalto Meridional Brasileiro (terrenos acima

de 500 m de altitude), região que compreende os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, ainda, em áreas de maior altitude em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais Sua extensão original era de

aproximadamente 200 mil km2.

Condicionada às baixas temperaturas, a Floresta com Araucária desenvolve-se em regiões com médias anuais em torno de 18ºC e clima permanentemente úmido, com no máximo um mês seco por ano.

Como parte da Mata Atlântica, a Floresta com Araucária também se

caracteriza por ser uma formação florestal, com árvores de grande porte. Em sua rica composição de plantas destacam-se as duas únicas coníferas brasileiras: o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii) e a araucária ou

pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), espécie típica desta floresta.

A estrutura da floresta é composta por um conjunto de árvores mais altas, dominado pela araucária (altura entre 30 a 50 m) e outro de árvores mais

baixas, entre elas as canelas (Ocotea, Nectandra e Phoebe) e a imbuia (Ocotea porosa). Abaixo ocorre ainda a erva-mate (Ilex paraguariensis), os arbustos e os xaxins.

Essa ocupação estratificada está bastante associada à ocorrência da

araucária. A imbuia, por exemplo, ocorre predominantemente na Floresta com Araucária logo abaixo dos pinheiros-do-paraná, uma vez que estes oferecem o sombreamento leve a moderado de que ela necessita para se

desenvolver. Já a erva-mate, também espécie típica dessa floresta, precisa de mais sombra para se desenvolver e encontra ambiente ideal sob a

sombra das araucárias e imbuias. A araucária tem também grande importância para a fauna local. Durante a

maturação de suas sementes, os pinhões, tornam-se a principal fonte de alimento para várias espécies. Seus nutrientes são especialmente

importantes nos meses mais frios, quando os animais necessitam de uma alimentação mais calórica. Algumas espécies chegam a se deslocar de outras regiões em busca dos pinhões. Já o charão ou papagaio-da-serra

(Amazona pretrei), além de ter o pinhão como principal fonte de alimento, constróis seus ninhos nos ocos dos troncos da árvore. O grimpeirinho

(Lepthastenura setaria), ave que ocorre exclusivamente nesta floresta, prefere construir seus ninhos entre os galhos e grimpas da araucária. A

construção é feita com tal perfeição que os ninhos são confundidos com as pinhas.

Apesar de sua importância, a Floresta com Araucária está reduzida a menos de 5% de sua área de ocorrência original, e pouquíssimas Unidades de

Conservação protegem as áreas remanescentes. Desde 2003 vem sendo realizado um esforço para criação de Unidades de Conservação para proteção da Floresta com Araucária nos estados do Paraná, Santa Catarina

e Rio Grande do Sul. O Ministério do Meio Ambiente institui o Grupo de Trabalho Araucárias Sul, composto por representantes de vários setores da

sociedade, com o objetivo de construir uma estratégia para proteção desta floresta.

O Parque Nacional de Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, onde são encontrados os maiores cânions do Brasil, é um exemplo de Unidade de

Conservação onde ainda podemos contemplar a beleza das imponentes Florestas com Araucária. O ponto mais conhecido é o cânion Itaimbezinho, que abriga a cachoeira do Véu da Noiva, com 720m de altura.

Ecossistemas Costeiros

O Brasil possui o mais extenso litoral em regiões tropicais do mundo, com cerca de 8.000 km de extensão, da Foz do Rio Oiapoque (norte do Amapá)

ao Rio Chuí (sul do Rio Grande do Sul).

As diferentes paisagens litorâneas, chamadas Ecossistemas Costeiros, sofrem grande influência dos oceanos, ambientes muito antigos e

riquíssimos em biodiversidade. Os Ecossistemas Costeiros, pela grande variedade de formas que apresentam, são incorporados às áreas dos biomas adjacentes. Todos exibem características de tropicalidade, em geral

compostos por ambientes quentes e úmidos, com ventos constantes. Em suas áreas destacam-se ainda o maior conjunto de praias arenosas do

mundo e a segunda maior extensão de manguezais. Além das variações ao longo da costa, nos Ecossistemas Costeiros ainda é

possível observar faixas de transição partindo do oceano, seguindo às praias, restingas, manguezais, até alcançar as formações florestais que

compõe os biomas. Nos oceanos, a base da cadeia alimentar é constituída por microalgas - o

fitoplâncton - e macroalgas, seres marinhos capazes de produzir seu próprio alimento através da fotossíntese. Estas algas servirão de alimento para

tartarugas-marinhas, peixes e outros animais herbívoros, que por sua vez alimentarão animais carnívoros como, por exemplo, aves costeiras e marinhas. Além de toda a diversidade que abrigam, os oceanos são ainda

responsáveis pela regulação das condições climáticas mundiais e do equilíbrio químico do planeta.

As praias estão sujeitas às inundações diárias e não possuem plantas instaladas. Um pouco mais afastada do mar, uma forma pioneira de ocupação se inicia, são as restingas. Compostas por plantas adaptadas à

aridez, à instabilidade das áreas arenosas, alta salinidade e temperaturas, as restingas são caracterizadas por uma vegetação principalmente rasteira,

com raízes que ocupam grandes áreas, composta por ervas e gramíneas. Mais distante das praias há também arbustos, cactos, orquídeas e bromélias.

Dificilmente são observados animais durante o dia devido às altas

temperaturas, com exceção dos lagartos e algumas aves. Mamíferos e aves que ocupam as restingas são praticamente as mesmas espécies dos biomas adjacentes, principalmente da Mata Atlântica, bioma que tem a maior

extensão próxima ao litoral.

Ao longo do litoral, em alguns locais próximos às restingas ou diretamente ligados ao mar, podem ser encontrados os manguezais. Estes ecossistemas são pioneiros como as restingas, mas se formam em áreas com influência

marinha e também de rios vindos do continente. Os manguezais são ecossistemas dinâmicos e com grande riqueza de nutrientes, considerados

entre os mais produtivos ambientes naturais do Brasil. Por este motivo, são locais de alimentação de várias espécies marinhas, como camarões, peixes (especialmente na fase jovem), tubarões e golfinhos (atraídos pela riqueza

de peixes). A base da cadeia alimentar são os detritos resultantes da decomposição das folhas por fungos e bactérias, que são filtrados pela

fauna local, como as ostras e mexilhões. Outros importantes moradores dos manguezais são os caranguejos, que vivem no fundo lodoso e sobre as

árvores. As camadas de algas que se formam sobre os bancos de lodo também são fonte de alimento para animais como camarões, peixes e até tartarugas-marinhas.

Apesar da grande influência das marés sobre os manguezais, estes

possuem áreas semi-abrigadas da ação das ondas, propícias para reprodução e crescimento de diversos animais. Os manguezais são considerados “berços” da vida aquática costeira porém, a alta salinidade e a

carência de oxigênio nos sedimentos exigem de seus habitantes, adaptações especiais para sua sobrevivência.

No caso da vegetação, essas adaptações ocorrem na forma de raízes respiratórias e adventícias, que aumentam a fixação da planta na lama.

Além disso, as plantas características dos manguezais são capazes de filtrar a água salobra e produzir propágulos, que são espécies de sementes que

são carregadas pelas correntes de água. No Brasil existem poucas unidades de conservação criadas para proteger os

Ecossistemas Costeiros, considerando sua diversidade e extensão no país. Algumas são bastante conhecidas e estão abertas à visitação, como o

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), criado para proteger o único deserto Brasileiro, e o Parque Nacional Marinho de Fernando de

Noronha (PE), arquipélago composto por 20 ilhas e ilhotas que tem como objetivo preservar o ecossistema marinho e sua fauna, especialmente a tartaruga-aruanã (Chelonia midas) e o golfinho-rotator (Stenella

longirostris).

O Pampa O bioma Pampa estende-se pelos territórios do Uruguai, Argentina e Brasil,

restrito ao estado do Rio Grande do Sul. Sua área original ocupava mais de 170 mil km2. Seu nome, de origem indígena, significa “região plana”. Tal

denominação caracteriza as extensas áreas de relevo aplainado e suave-ondulado com vegetação baixa e rasteira, com predomínio das gramíneas que compõe a região do Pampa. Apesar de pouco expressivas, as formações

florestais também estão presentes no bioma.

Bem adaptada às condições da região, grande parte da vegetação apresenta diversas características comuns, como a presença de pêlos; folhas pequenas, duras e resistentes; grande quantidade de óleos e flores

grandes, bastante coloridas ou reunidas em inflorescências aglomeradas. Aparentemente uniforme, a vegetação do Pampa é bastante rica. A área é

uma das que apresenta maior riqueza de espécies de gramíneas no mundo. Dentre as mais de 550 espécies, são bastante comuns as dos gêneros Stipa, Piptochaetium e Paspalum. Ocorrem também cactos e bromélias, sendo

algumas espécies de ocorrência exclusiva na região. As árvores e arbustos aparecem principalmente nas matas ciliares e nos capões.

As gramíneas e arbustos servem de abrigo para muitos animais que usam

técnicas de camuflagem (penas e pêlos de coloração semelhante a da vegetação) para se esconder no ambiente. Entre eles destacam-se o cachorro-do-campo ou graxaim-do-campo (Pseudalopex gymnocercus), que

vive em áreas abertas e bordas de mata, as perdizes (Rhynchotus rufescens) e codornas (Nothura maculosa).

O veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), mamífero mais ameaçado de extinção na região, vive em áreas abertas e também confunde-se com a cor

do ambiente, protegendo-se em locais com vegetação alta. O mesmo faz o gato-palheiro (Oncifelis colocolo), que possui coloração semelhante ao

capim seco. Outro mamífero típico do bioma é o zorrilho (Conepatus chinga), de coloração preta a marrom escura, com duas listras brancas que partem do topo da cabeça e passam pelas laterais do corpo.

Entre as aves, são várias as espécies que ocorrem no Pampa como a ema

(Rhea americana), o quero-quero (Vanellus chilensis), o pica-pau-do-campo (Colaptes campestres) e o tachã (Chauna torquata).

No Brasil existem poucas Unidades de Conservação para proteção específica do Pampa. Tal iniciativa torna-se cada vez mais urgente devido à rápida

devastação que o bioma sofre, especialmente para instalação de atividades agropecuárias.

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe protege porções do Pampa e também abriga remanescentes da Mata Atlântica.

O Pantanal

O Pantanal é a maior planície inundável do planeta e por ser um ambiente

aberto, torna-se a melhor área para observação de fauna no Brasil. Esta região, maior que muitos países da Europa juntos, abrangia originalmente 185 mil km2, dos quais 150 mil nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso

do Sul, e os 20% restantes divididos entre o Paraguai (5%) e a Bolívia (15%).

O Rio Paraguai corta a região pantaneira de norte a sul e está entre os mais importantes rios de planície do Brasil. Juntamente com seus afluentes,

forma a Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai.

O ciclo de inundações tem papel fundamental na determinação das características do Pantanal e das formas de vida ali encontradas. A variação anual entre cheias e secas influencia no florescimento e frutificação das

plantas e na vida dos animais: disponibilidade de alimentos, reprodução e migração (principalmente de peixes e aves). As enchentes começam em

dezembro e formam lençóis contínuos de água que, a partir dos leitos dos rios, podem alcançar vários quilômetros. As águas da inundação trazem

sedimentos e nutrientes que fertilizam o solo, criando condições para a existência de vegetação variada e abundante. Neste período, os animais se aglomeram nas cordilheiras e capões (ilhas de floresta encontradas nas

partes mais elevadas do relevo, cercadas por campos inundáveis). Já no pico da seca, buscam aproximar-se de áreas de baías, corixos e poças

dágua que concentram grandes quantidades de peixes, à medida que a água retorna ao leito do rio.

Embora contenha grande quantidade de água, na maior parte do ano a região perde mais água por evaporação do que recebe em forma de chuva

sobre a planície. Toda a água que alimenta o Pantanal vem das cabeceiras dos rios que formam a bacia hidrográfica e que nascem nas áreas mais altas que limitam o Pantanal, na região do Cerrado.

A temperatura no Pantanal é usualmente alta, com médias anuais entre

23ºC e 25ºC. Eventualmente a região é atingida por frentes frias, que levam a temperatura à 0ºC. No outro extremo, durante a época chuvosa, as temperaturas podem atingir quase 40ºC.

A vegetação típica, conhecida como Complexo do Pantanal, é composta por

uma mistura de formações, com espécies características do Cerrado, da Amazônia e Mata Atlântica e do Chaco (formação de áreas mais secas do

Paraguai e Bolívia). Dentre as árvores mais comuns destacam-se a aroeira (Myracrodruon urundeuva), o manduvi (Sterculia apetala), o cambará (Vochysia divergens), os ipês (Tabebuia) e as palmeiras acuri (Attalea

phalerata) e carandá (Copernicia alba). As flores e frutos destas espécies são muito importantes para a alimentação de vários animais. Nos rios e

baías encontram-se diversas plantas aquáticas, que formam os chamados camalotes, verdadeiras ilhas de vegetação flutuante, que servem de refúgio e alimento para peixes e invertebrados aquáticos.

Diferentes espécies de animais são encontradas no Pantanal: répteis como

a sucuri (Eunectes notaeus) e o jacaré-do-pantanal (Caiman crocodilus yacare); peixes como o dourado (Salminus maxillosus), a piranha (Pygocentrus nattereri), o curimbatá (Prochilodus lineatus) e o pintado

(Pseudoplatystoma corruscans); mamíferos como a anta (Tapirus terrestris), a onça-pintada (Panthera onca), o cervo-do-pantanal

(Blastocerus dichotomus) e a capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), o maior roedor do mundo; além de uma grande variedade de aves, especialmente as aquáticas. Símbolo do Pantanal, o tuiuiú (Jabiru mycteria) pode medir

até 1,6m de altura e quase 3m de envergadura (distância da ponta de uma asa aberta à outra). Esta ave é facilmente avistada por seu tamanho e pela

faixa vermelha que possui ao redor do pescoço. O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, localizado no município de

Poconé (MT), foi criado para proteger amostras significativas do bioma Pantanal. Juntamente com um conjunto de Reservas Particulares do

Patrimônio Natural ao seu redor forma um dos Sítios do Patrimônio Natural da Humanidade no Brasil.

Amazônia

A Amazônia é o maior bioma brasileiro e a maior floresta tropical do planeta. Extende-se por 9 estados brasileiros, além de partes importantes

de mais 8 países da América do Sul. Em nosso país sua área original ocupava mais de 4 milhões de km2, cerca de 49% do território nacional.

A Amazônia está localizada em áreas de planaltos, planícies e depressões e apresenta florestas de terra firme e florestas inundáveis, situadas ao longo

dos grandes rios. O clima úmido e quente é uma das características mais marcantes da Amazônia, com temperatura média em torno de 25ºC e chuvas bem distribuídas por todo o ano.

O bioma abriga cerca de 50% da biodiversidade mundial, caracterizando a

mais rica floresta tropical do mundo. É banhado pela maior bacia hidrográfica, a Amazônica, que abrange 40% da América do Sul, ou seja, 5% de toda a superfície terrestre. O Brasil abriga 60% dessa área que

escoa cerca de 20% do volume de água doce do mundo. Seu principal rio é o Amazonas.

Os rios da região são classificados de acordo com a cor de suas águas: claras, brancas e pretas, resultado da quantidade de sedimento que carregam e sua composição química. Todas essas diferentes características

influenciam na composição da fauna destes rios. Um exemplo é a riqueza de peixes nos rios de água branca em comparação com a pobreza nos de água

preta. A aparência homogênea da vegetação amazônica esconde uma imensa

diversidade e complexidade, apesar da baixa fertilidade dos solos. As árvores apresentam adaptações à pobreza de nutrientes no solo, como

associações nas raízes com bactérias capazes de fixar nitrogênio e fungos que reciclam o material orgânico antes que este seja levado pelas chuvas. Além disso, existe no solo uma grossa camada de folhas e outros restos

vegetais que é decomposta rapidamente, com disponibilização de nutrientes para as raízes, em geral superficiais. Dessa forma, a floresta “nutre-se de si

mesma”. A grande concentração de árvores e a competição por luz faz com que estas

tenham normalmente troncos finos e alongados. Com freqüência também possuem raízes tabulares nos troncos, chamadas sapopemas, para auxiliar

na sustentação. As características da vegetação variam bastante de acordo com sua localização em terra firme ou áreas alagadas, que também influenciam na distribuição da fauna. A Amazônia é considerada o maior

refúgio de animais do mundo, muitos exclusivos da região.

Em terra firme as árvores têm geralmente grande porte, com 30 a 40 m de altura, e entre as espécies mais altas estão as sumaumeiras (Ceiba

pentranda). Nas partes mais baixas da floresta destacam-se as palmeiras e os cipós. Nessas florestas, a maior parte dos animais está concentrada nas copas das árvores, entre 30 e 50 m de altura. Destacam-se as aves e, entre

os mamíferos, os morcegos, marsupiais, roedores e macacos. Muitos destes, alimentam-se dos frutos das árvores e têm importante papel na

disseminação das sementes. No chão da floresta poucos animais de grande porte são encontrados. Vale citar a anta (Tapirus terrestris), o cateto (Pecari tajacu), a queixada (Tayassu pecari) e aves como mutuns e o

inhambus.

As matas alagadas sofrem influência da variação no nível de água dos rios, que pode ser de até 14 m entre as épocas de seca e enchente. Nas áreas de planície que acompanham o rio Amazonas existem duas principais

variações: as matas de várzea – inundadas em determinadas épocas do ano, e as matas de igapó – permanentemente inundadas. Nestas áreas

existem poucos arbustos e plantas epífitas (aquelas que se instalam sobre as árvores). As árvores destas áreas possuem adaptações para sobreviver durante as enchentes, como raízes respiratórias e sapopemas. As matas

alagadas são ricas em ervas e plantas flutuantes, onde se concentram muitos insetos. Estes representam cerca de 80% de toda a biomassa*

animal e possuem papel fundamental na polinização, ciclagem de

nutrientes, além de servirem de alimento para vários outros animais. Do total de espécies, 2/3 correspondem a formigas e cupins.

Os mamíferos encontrados nas matas alagadas são bons nadadores, como a anta (Tapirus terrestris) e a capivara (Hydrochaeris hydrochaeris). Poucos

macacos vivem nestas matas em comparação com as florestas de terra firme. Entre as aves predominam as aquáticas. Os rios da região são ricos em espécies aquáticas. Entre os répteis destacam-se as tartarugas, a cobra

jibóia (Boa constrictor) e os jacarés jacaretinga (Caiman crocodylus), que ocorre exclusivamente na Amazônia, e jacaré-açu (Melanosuchus niger).

São encontradas também várias espécies de mamíferos, como a lontra (Lontra longicaudis), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o boto-vermelho (Inia geoffrensis) e o peixe-boi (Trichechus inunguis), exclusivo da Bacia

Amazônica. Os dois últimos praticamente não ocorrem nas águas dos igapós, que são pobres em vegetação aquática e peixes.

Na Amazônia está a maior área protegida de floresta tropical do mundo, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com cerca de 3,8 milhões

de ha, equivalente à área do estado do Rio de Janeiro. Cientistas acreditam que esta é a região com maior biodiversidade do planeta. O Parque abriga

uma grande quantidade de ecossistemas, desde montanhas a florestas inundadas. Também na Amazônia está o ponto culminante do Brasil: o Pico da Neblina, com 2.994 m de altitude, localizado no Parque Nacional do Pico

da Neblina, e o ponto mais extremo do norte do país, no Parque Nacional do Monte Roraima.

Apesar da Amazônia ser o bioma com maior percentual de áreas protegidas

no Brasil, o conjunto de unidades de conservação no bioma ainda é insuficiente para proteger sua grande diversidade de ecossistemas. Além disso, apenas 0,38% da área das unidades de conservação existentes está

minimamente protegida, já que o restante encontra-se ameaçado pela proximidade com cidades e pela falta de ações para implementação. Pela

sua importância e extensão, a região Amazônica precisa de mais áreas efetivamente protegidas. O equilíbrio e a perenidade da floresta dependem de sua proteção.

*biomassa: "É a quantidade máxima de material vivo, em peso, tanto de

vegetais quanto de animais, em um hábitat, em determinada época do ano" (Negret, 1982).

Caatinga

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa dizer que grande parte das formas de vida que abriga não podem ser encontradas em nenhum outro local do planeta. Estende-se pelos 9 estados

do Nordeste, abrangendo também áreas do norte de Minas Gerais. Ocupava originalmente cerca de 840 mil km2, quase 10% da área do país.

O clima no bioma é quente e semi-árido, com temperaturas médias anuais entre 27ºC e 29ºC, as mais altas do país. A Caatinga também está sujeita à mais forte insolação e às mais elevadas taxas de evaporação do Brasil. Na

região, são observadas duas estações bem definidas: o inverno quente e seco, que chega a durar de 7 a 9 meses do ano, e o verão quente e

chuvoso. Com as chuvas a paisagem se transforma: a vegetação rebrota, floresce, sementes germinam e os animais se reproduzem.

O relevo é pouco acentuado, composto principalmente por planícies e chapadas baixas, dando à Caatinga grande variedade de paisagens únicas

que, apesar de usualmente consideradas homogêneas, abrigam grande diversidade de espécies.

Na vegetação aberta predominam pequenas árvores e arbustos que perdem as folhas durante a seca, bromeliáceas, ervas e numerosas plantas

suculentas como as cactáceas. Em geral as plantas têm porte baixo, troncos finos e retos, folhas pequenas e galhos retorcidos bastante ramificados, com cascas finas e duras. Também apresentam diversas características que

favorecem sua presença em ambientes com pouca disponibilidade de água e temperaturas elevadas: queda das folhas nos períodos de seca para reduzir

a área de transpiração (perda d’água) da planta; capacidade de armazenar água e nutrientes; presença de espinhos - folhas modificadas que, além de serem importantes na proteção da planta contra predadores, ajudam na

absorção de água; alta velocidade de germinação, floração e frutificação para aproveitar a rara disponibilidade de água. Entre as espinhosas

destacam-se os cactos mandacaru (Cereus jamacuru), xique-xique (Pilosocereus gounellei) e facheiro (Pilosocereus pachycladus), que também

armazenam água no tecido do caule, diferente do umbuzeiro (Spondias tuberosa), que realiza esta reserva nas raízes.

O termo Caatinga, originário do tupi-guarani, faz referência à outra evidente característica da vegetação – a perda das folhas no período de

seca, pois significa “mata clara e aberta” ou “mata branca”. Entretanto algumas espécies fogem à regra, como o típico juazeiro ou joazeiro (Ziziphus joazeiro), que fica sempre verde, provavelmente por possuir

raízes profundas e dilatadas.

A vegetação tem ainda grande importância como fonte de água e alimento para a fauna local. Um exemplo é o fruto do mandacaru (Cereus jamacuru), que atrai aves como a gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon) e o tuim

(Forpus xanthopterygius), o menor psitacídeo do Brasil. Algumas espécies dependem exclusivamente de uma fonte de alimento, como é o caso da

arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), exclusiva do bioma, que se alimenta da polpa dos frutos da palmeira licuri (Syagrus coronata). A ararinha-azul, considerada extinta na natureza desde 2.000, e a jacucaca

(Penelope jacucaca) são outros exemplos de aves endêmicas.

Apesar da seca, há ocorrência de diversas espécies de animais. Várias delas desenvolveram ao longo da evolução adaptações a pouca disponibilidade de

água, como insetos que prolongam sua fase larval ou possuem hábitos noturnos.

Entre os mamíferos, o grupo com maior número de espécies é o de morcegos. Há ainda ocorrência de alguns tatus, como o tatu-bola

(Tolypeutes tricinctus), apenas alguns macacos e pequenos predadores como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o furão (Galictis vittata) e o mão-pelada ou guaxinim (Procyon cancrivorus). O único mamífero exclusivo

da região é o roedor mocó (Kerodon rupestris). Devido à ocupação humana, grandes animais como onças, cervos e porcos-do-mato são raramente

vistos na Caatinga. Existem poucos Parques Nacionais com objetivo principal de proteger a

Caatinga. A maioria dos parques encontradas neste bioma protege áreas de transição com o Cerrado, a Amazônia ou a Mata Atlântica.

Uma importante área é o Parque Nacional da Serra das Confusões, localizado em uma região de Caatinga ainda bem preservada, entre as

Bacias Hidrográficas dos Rios Parnaíba e São Francisco (Piauí). Também neste estado está o Parque Nacional da Serra da Capivara, que abriga mais

de 450 sítios arqueológicos catalogados, alguns deles abertos à visitação.

Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil. Ocupava originalmente cerca de 24% da área do país, com ocorrência em 11 estados e no Distrito

Federal. Localizado na região central do Brasil, faz contato com a maioria dos biomas (Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal) e, desta forma, toda sua área nuclear é circundada por faixas de transição onde a

vegetação característica do Cerrado se mistura a dos biomas adjacentes.

O clima no bioma é tropical quente, com duas estações bem definidas: uma seca, de maio a setembro, e outra chuvosa, de outubro a abril. O relevo é bastante variado, com planaltos, depressões e planícies. A vegetação

também é muito diversificada, com variações desde formações abertas como os campos, até densas, florestais como os cerradões.

O bioma é banhado pelas 3 maiores bacias hidrográficas da América do Sul: a Amazônica, a Platina e a do Tocantins-Araguaia. No Cerrado também são

encontradas nascentes de 6 das 8 grandes bacias hidrográficas brasileiras.

O Cerrado abriga a flora mais rica dentre as savanas do mundo, sendo que cerca de 44% das plantas vasculares ocorrem exclusivamente neste bioma. A altura das árvores varia entre 3 e 10 m. Nas formações mais abertas as

árvores e arbustos encontram-se espalhados, de forma que suas copas não se tocam. As gramíneas possuem raízes pouco profundas e, na época da

seca, formam um tapete com aspecto de palha.

Em geral a vegetação apresenta características comuns como troncos baixos e tortuosos, com ramificações retorcidas, cascas e folhas grossas, raízes profundas, que, apesar de normalmente serem indicativas de

ambientes com pouca disponibilidade de água, no caso do Cerrado, não estão relacionadas a esse fator. O que condiciona essas formas na

vegetação do Cerrado é a qualidade do solo, profundo e poroso, ácido, carente de nutrientes e com baixa fertilidade devido aos elevados teores de ferro e alumínio. Muitas plantas apresentam órgãos subterrâneos para

armazenar água e nutrientes, característica que favorece sua presença na região. Possuem também raízes longas e profundas que alcançam o lençol

freático (situado entre 15 a 20 m) ou órgãos próximos à superfície que possibilitam o rebrotamento e regeneração da planta. Muitas vezes, pelo grande tamanho das raízes em relação à parte aérea da planta, o Cerrado

pode ser comparado a uma floresta de ponta cabeça.

Entre as espécies de plantas se destacam os ipês (gênero Tabebuia), com suas flores amarelas, rosas, brancas e roxas dependendo da espécie, e a palmeira buriti (Mauritia flexuosa), que pode atingir até 20 m de altura com

ocorrência destacada nas veredas, áreas alagadiças próximas às margens dos rios, exclusivas do Cerrado. As veredas, compostas por densa

vegetação rasteira além das palmeiras, têm grande importância para a fauna, funcionando como local de pouso, nidificação e alimentação para aves, e local de abrigo, reprodução e alimentação para alguns animais

terrestres e aquáticos.

Dentre as aves existe um grande número de espécies exclusivas do Cerrado. Das espécies que ocorrem também em outros biomas, destacam-

se duas de grande porte: a ema (Rhea americana) e a seriema (Cariama cristata). Já entre os répteis, quase 40% das espécies do Cerrado ocorrem somente neste bioma.

Diversas espécies de mamíferos de grande porte encontradas no Brasil

utilizam o Cerrado como principal hábitat, como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu-canastra (Priodontes maximus), anta (Tapirus terrestris) e várias espécies de felinos,

como a onça-pintada (Panthera onca). Os morcegos e roedores também são abundantes, e as espécies de macacos representadas são poucas.

A fauna de invertebrados também destaca-se no bioma. Várias são as espécies típicas e importantes, como os cupins e formigas cortadeiras

(saúvas) que, além de servirem de alimento para vários outros animais, contribuem na decomposição da matéria orgânica.

O Cerrado encontra-se extremamente ameaçado devido à expansão das fronteiras agrícolas, às queimadas e ao crescimento desordenado das áreas

urbanas. Segundo pesquisa realizada em 2004, este bioma desaparecerá até o ano de 2030 caso o Brasil continue com o modelo de desenvolvimento

atual. Uma das ações emergenciais para evitar este desastre é a criação de unidades de conservação e a proteção das já estabelecidas.

Dentre os Parques Nacionais criados no bioma destacam-se o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, que abriga uma das maiores extensões de Cerrado ainda bem preservado, e o Parque Nacional da

Chapada dos Veadeiros, com deslumbrantes cânions e cachoeiras abertos à visitação. Na Chapada dos Veadeiros são encontradas diversas espécies

com ocorrência exclusiva, devido à presença do Cerrado em maiores altitudes, além de nascentes de vários rios da Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia.

Há cerca de 40.000 anos a Terra vem experimentando uma incomparável perda de sua biodiversidade, acelerada nos últimos milênios pelo rápido

crescimento da população humana e conseqüente intensificação do uso de recursos naturais e transformação de parcelas cada vez maiores dos ecossistemas.

Os problemas ambientais conhecidos são conseqüência direta da

intervenção humana no planeta e por conseqüência, nos seus ecossistemas naturais, causando desequilíbrios ambientais, comprometendo todas as formas de vida existentes no planeta.

Aqui vamos abordar de forma resumida alguns dos problemas ambientais

que mais ameaçam a nossa biodiversidade atualmente.

Extinção de espécies Extinção de espécies

O desmatamento é caracterizado pela prática de corte, capina ou queimada (por fogo ou produtos químicos), que leva à retirada da cobertura vegetal

existente em determinada área, para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana.

O problema é que o homem vem retirando a vegetação sem se preocupar

com a reposição. Com isso diversas florestas do mundo desapareceram ou estão desaparecendo. As principais conseqüências do desmatamento para a

natureza são perda de biodiversidade, assoreamento de rios, perda de fertilidade dos solos, dentre outras.

Além disso, o desmatamento de áreas naturais é um dos fatores que mais contribui para as emissões de carbono na atmosfera, intensificando o

aquecimento global. No mundo, cerca de 20% dessas emissões são decorrentes da derrubada e queimada de florestas; no Brasil, esse índice sobe para 75%, o que coloca o país na quarta posição entre os países mais

emissores de gases de efeito estufa. Portanto, proteger áreas naturais torna-se uma das melhores alternativas para diminuir os impactos das

mudanças climáticas no planeta.

Os principais problemas ambientais

Desmatamento

O desmatamento, juntamente com as queimadas retira grande parte dos nutrientes que estavam armazenados nas plantas e que seriam reaproveitados através da ciclagem de nutrientes. O resultado disso é que

sobra muito pouco para as novas plantas. Esta situação é ainda mais crítica na Amazônia, onde os solos são pobres em nutrientes. Depois de dois ou

três anos quase não há mais nutrientes disponíveis para as plantas. Por esse motivo, muitos agricultores simplesmente abandonam as pastagens e áreas agrícolas e desmatam novas áreas para começar o processo

novamente. As áreas abandonadas demoram décadas para se recuperarem, e muitas não se recuperam mais. Sem a proteção da copa das árvores, o

impacto das gotas das chuvas acaba compactando o solo, diminuindo a capacidade de infiltração da água e consequentemente, aumentando o escorrimento dessa água pela superfície do solo. Desse modo, muita água

deixa de ser armazenada no solo e escorre para os rios, arrastando com ela uma grande quantidade de solo, causando o que chamamos de erosão. Em

alguns lugares a força da água é tanta que acaba cavando buracos e valetas enormes, com muitos metros de largura e de profundidade, chamadas de voçorocas. O solo que foi levado para os rios causa assoreamentos e,

consequentemente, transbordamentos e inundações.

Precisamos avançar no combate ao desmatamento e cada um de nós pode ajudar, começando pela escolha dos produtos que consumimos.

Desmatamento

As queimadas representam uma séria ameaça às áreas naturais de nosso

país. Elas ocorrem com facilidade nas épocas mais secas do ano e causam graves desastres ambientais. Os grandes incêndios florestais têm início com pequenos focos que podem surgir de diversas maneiras como:

Produção de fogo nas áreas rurais para limpeza de pastos e preparo

do solo para o plantio. Balões de festas juninas, que carregam uma labareda interna e ao

cairem incendeiam-se.

Queima de lixo dentro de áreas naturais ou próxima a elas; Pontas de cigarro lançadas na vegetação marginal às estradas e

rodovias. Disputas por terras e protestos sociais, onde os manifestantes

utilizam do fogo para bloquear estradas e vias de acesso.

Uma vez iniciado, o fogo se alastra pela ação dos ventos e, somado à falta

de chuvas, pode permanecer por dias ou semanas, destruindo ambientes inteiros.

Queimadas

O fogo pode surgir também de maneira natural pela ação dos raios. Este é um fenômeno raro, ocorrendo uma ou no máximo duas vezes por década. No bioma do cerrado, o fogo serve de estímulo para que as sementes do

solo germinem e as plantas adultas são adaptadas para resistir à queima. Porém, o fogo freqüente e excessivo, causado pelo descuido humano, tem

colocado em sérios riscos os ambientes naturais.

Grande parte das queimadas em ambientes naturais no Brasil tem inicio nas

áreas rurais, onde o fogo é utilizado para limpeza ou preparo do solo. Esta técnica, apesar das conseqüências para a natureza, ainda é bastante

utilizada pelos produtores por ser aparentemente um mecanismo barato.

Áreas naturais que sofrem a ação do fogo uma vez ficam mais sujeitas a

queimar novamente, pois a vegetação torna-se espaçada e a luz solar atinge o solo com maior facilidade, secando galhos e folhas que acabam

servindo de combustível para o próximo incêndio. Durante a segunda queimada o fogo é sempre mais intenso: chega a ser duas vezes maior e dez vezes mais quente, podendo destruir árvores de maior porte

sobreviventes à queimada anterior. Assim a floresta gradativamente perde sua resistência e vai desaparecendo.

Além de destruir a vegetação, a queimada causa a morte de muitos animais que ficam ilhados pelo fogo. O solo também é prejudicado, ele perde a

camada de húmus e os microorganismos que fazem a decomposição da matéria morta são destruídos. Desta forma, os nutrientes não são

renovados e a terra torna-se pobre e infértil. Sem a cobertura vegetal há, ainda, o aumento da erosão e da compactação do solo que impede a

infiltração da água de chuva.

Grandes queimadas liberam muita fumaça, que faz diminuir a quantidade

de luz que chega até as plantas, atrapalhando seu crescimento e diminuindo as taxas de fotossíntese. O resultado é a redução da disponibilidade de

alimento, já que as plantas são os produtores da cadeia alimentar. A fumaça misturada à fuligem, também causa problemas respiratórios nas pessoas. Estudos recentes apontam que a fuligem pode atrapalhar também

o processo de formação das chuvas, pois ela absorve o vapor d’água que deixa de condensar-se para formar as gotas da chuva. Veja como isso pode

formar um forte círculo vicioso: quanto mais fogo, menos chuva, quanto menos chuva, mais fogo e, desta forma, mais comprometidos ficam os ecossistemas.

A queimada ainda contribui para o superaquecimento do planeta, já que

emite grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), o gás responsável por este efeito global.

Segundo a Lei de Crimes Ambientais 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, provocar queimada é crime e a punição varia de seis meses a quatro anos

de reclusão e multa. Esta lei se refere a todas as pessoas que provocarem incêndios em florestas, fabricam ou soltam balões, aplicam fogo em áreas

agropastoris sem autorização dos órgãos ambientais ou colocam fogo em áreas urbanas, por qualquer motivo.D esmatamento

Extinção é o desaparecimento irreversível de espécies e acontece quando o último animal de uma determinada espécie morre, comprometendo a

manutenção da biodiversidade brasileira.

Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento natural, ou seja, espécies surgem por meio de eventos de especiação, como um longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética e

desaparecem devido a eventos de extinção, como catástrofes naturais e surgimento de competidores mais eficientes.

Normalmente, o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, demandando milhares ou mesmo milhões de anos

para ocorrer. Um exemplo disso foi a extinção dos dinossauros, ocorrida naturalmente há milhões de anos, muito antes do surgimento da espécie

humana. Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a

ponto de ter se tornado, atualmente, o principal agente do processo de extinção. Em parte, essa situação deve-se ao mau uso dos recursos

naturais.

As principais causas atuais de extinção são as queimadas, a perda e a fragmentação de hábitats naturais, a introdução de espécies e de doenças exóticas, a poluição de rios e mares, a caça predatória e ilegal e as

mudanças climáticas.

A conservação dos ecossistemas naturais, e dos animais e plantas que neles vivem, garante a sustentabilidade dos recursos naturais e permite o ciclo natural da natureza, além de contribuir para a manutenção da vida.

A principal forma de ajudar a proteger as espécies ameaçadas de extinção

que hoje existem no Brasil é não comprar animais e plantas silvestres, nem objetos que são feitos com peles, penas, ossos ou madeira nativa.

A Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicada no ano de 2003, totaliza 600 espécies da fauna terrestre e aquática ameaçadas de

extinção. Isto representou um aumento de 173% no número de espécies ameaçadas de extinção nos últimos 14 anos, pois em 1989 havia apenas

219 espécies listadas como ameaçadas. Estimativas recentes indicam que este número poderá dobrar até 2020 caso a tendência atual seja mantida. Os biomas mais afetados são a Mata Atlântica, com cerca de 60% das

espécies ameaçadas e o Cerrado, com outros 12%.

Extinção de espécies

O CASO DA ARARINHA-AZUL Cyanopsitta spixii

A ararinha-azul pertence à família Psittacidae (a mesma dos papagaios e

periquitos) e é a menor de todas as araras, com apenas 57 cm de comprimento (pouco mais da metade do tamanho da arara-azul-grande -

Anodorhynchus hyacinthinus). Possui cauda longa, asas longas e estreitas e todas as penas azuis, sendo as das asas e da cauda mais escuras. Ao redor dos olhos há uma área sem penas.

Pouco se sabe sobre a biologia e comportamento da ararinha-azul, pois as

pesquisas sobre ela iniciaram apenas na década de 1980, quando já havia apenas três indivíduos na natureza. Hoje, é uma das aves mais raras do mundo, já considerada extinta na natureza. Você sabe o que isso significa?

Que não existe mais nenhum indivíduo vivendo em seu ambiente natural. A última ararinha-azul encontrada na natureza era um macho e foi visto pela

última vez em outubro de 2000. Esta ave era endêmica da Caatinga (ou seja, vivia somente neste bioma),

especificamente da região do Rio São Francisco, no norte da Bahia. Habitava áreas de matas ciliares próximas a riachos temporários, com

A atmosfera – a fina camada de gases que envolve o planeta Terra – é constituída principalmente por Nitrogênio (N2) e Oxigênio (O2) que, juntos,

compõem cerca de 99% da presentes em pequenas quantidades, incluindo os conhecidos como “gases de efeito estufa”. Tais gases, contudo, são

essenciais para a manutenção do clima e dos ecossistemas terrestres.

Mudanças climáticas

predominância das caraibeiras (Tabebuia caraiba). Além de construir seu ninho em buracos grandes no tronco dessas árvores, também se alimentava

de seu fruto. Seu alimento favorito era o fruto de outra árvore típica da Caatinga, conhecida com pinhão (Jatropha mollissima).

As principais causas que levaram à extinção da ararinha-azul na natureza foram a destruição de seu ambiente natural, especialmente com a crescente

ocupação humana ao longo do Rio São Francisco, e a retirada de indivíduos da natureza para o comércio ilegal.

Hoje, existem aproximadamente 60 indivíduos em cativeiro, entretanto é muito difícil reintroduzi-los na natureza. Como a maioria nasceu em

cativeiro, não sabem como buscar seu alimento, fugir de predadores ou avaliar qual o melhor local para construção do ninho. Para sobreviver neste ambiente, precisariam aprender o que fazer com outra ararinha-azul que

vivesse na natureza.

Dentre estes, estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e também o vapor d’água (H2O). Esses gases são denominados gases de efeito estufa por terem a capacidade de reter o calor

na atmosfera, do mesmo modo que o revestimento de vidro de uma estufa para o cultivo de plantas o faz.

O efeito estufa é um fenômeno natural que acontece há milhões de anos e é necessário, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33ºC mais

baixa e a vida no planeta, tal como a conhecemos, não seria possível.

Quando falamos em mudança climática e em aquecimento global, estamos nos referindo ao incremento, além do nível normal, da capacidade da atmosfera em reter calor. Isso vem acontecendo devido a um progressivo

aumento na concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera nos últimos 150 anos. Tal aumento tem sido provocado pelas atividades do

homem que produzem emissões excessivas de poluentes para a atmosfera. Esse aumento no efeito estufa poderá ter conseqüências sérias para a vida na Terra no futuro próximo, como veremos adiante.

Entre os gases do efeito estufa que estão aumentando de concentração, o

dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso são os mais importantes. Devido à quantidade com que é emitido, o CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global. O tempo de

permanência deste gás na atmosfera é, no mínimo, de cem anos. Isto significa que as emissões de hoje têm efeitos de longa duração, podendo

resultar em impactos no regime climático ao longo de vários séculos.

As duas fontes principais que contribuem para as emissões dos gases de efeito estufa são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia. A queima de combustíveis fósseis (gás

natural, carvão mineral e, especialmente, petróleo) ocorre principalmente pelo setor de produção de energia (termelétricas), industrial e de transporte

(automóveis, ônibus, aviões, etc.). No caso das florestas, as quais representam um importante estoque natural de carbono, o desmatamento e as queima das estão contribuindo para o efeito estufa, uma vez que liberam

o carbono armazenado na biomassa florestal para a atmosfera na forma de CO2. Este acréscimo na concentração de CO2 implica no aumento da

capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, da temperatura do planeta.

O aquecimento global já começou e os anos de 1995 a 2006 ficaram entre os 12 anos mais quentes já registrados desde 1850. No século

XXI (2001-2005), a temperatura aumentou em média 0.7ºC em relação a 1850-1899. Este aumento de 0.7 graus centígrados que já ocorreu pode parecer pouco, mas estão sendo observados efeitos importantes causados

por ele, tais como derretimento de geleiras, aumento no nível do mar, alterações em alguns ciclos de plantas e animais, entre muitos outros. Não

só houve o aumento da temperatura média global do ar, como também dos

oceanos – o que tem nos últimos anos contribuído para a elevação do nível do mar.

Apesar de o clima variar naturalmente, resultados de pesquisas constataram que o aumento substancial nas concentrações globais de

dióxido de carbono, metano e óxido nitroso deve-se, desde 1750, às atividades humanas (emissões devido ao uso de combustíveis fósseis e mudanças de uso da terra).

Além do aumento da temperatura no planeta, veja abaixo alguns dos

impactos previstos como conseqüência das mudanças climáticas:

Aumento na incidência da ocorrência de eventos climáticos

extremos: deverá ocorrer um aumento na freqüência e intensidade de eventos climáticos extremos, tais como enchentes, tempestades,

furacões e secas. Ainda, o El Niño, um evento climático que ocorre regularmente a cada 5 a 7 anos, poderá se tornar mais intenso e freqüente, provocando secas severas no norte e nordeste e chuvas

torrenciais no sudeste do Brasil.

Elevação do nível do mar: o nível do mar deverá subir em média entre 18 e 59 cm até o final do século XXI o que implicaria no desaparecimento de muitas ilhas (em alguns casos países inteiros),

com danos fortes em várias áreas costeiras, além de causar enchentes e erosão. Uma elevação de 50 cm no nível do oceano

Atlântico poderia, por exemplo, consumir 100 m em algumas praias no Norte e Nordeste do Brasil .

Perda de cobertura de gelo: o Ártico já perdeu cerca de 7% de sua

superfície de gelo desde 1900, sendo que na primavera esta redução

chega a 15% de sua área. Nos próximos anos, poderá haver uma diminuição ainda maior na cobertura de gelo da Terra tanto no Ártico,

quanto na Antártica. Algumas projeções indicam ainda o desaparecimento quase total do gelo marinho ártico do final do verão, em meados do século XXI. Os processos de derretimento

deste gelo são lentos. A eliminação completa da cobertura de gelo da Groenlândia, por exemplo, contribuiria para um aumento de cerca de

7 metros do nível do mar, embora possa demorar vários séculos para que este derretimento venha a ocorrer.

Alterações na disponibilidade de recursos hídricos: ocorrerão mudanças no regime das chuvas, onde áreas áridas poderão se

tornar ainda mais secas. Na Amazônia, as chuvas poderão diminuir em 20% até o final deste século. Poderá ocorrer também o avanço de

água salgada nas áreas de foz de rios, além de escassez de água potável

em regiões críticas, que já enfrentam stress hídrico. As previsões ainda alertam sobre os riscos de diminuição dos estoques de água armazenados

nas geleiras e na cobertura de neve, ao longo deste século.

Mudanças nos ecossistemas: as alterações climáticas previstas certamente afetarão os ecossistemas e poderão colocar em risco a sobrevivência de várias espécies do nosso planeta. Como

conseqüência do aquecimento global, a biodiversidade de vários ecossistemas deverá diminuir e mudanças na distribuição e no

regime de reprodução de diversas espécies ocorrerão. A antecipação ou retardamento do início do período de migração de pássaros e insetos e dos ciclos reprodutivos de sapos, a floração precoce de

algumas plantas, a redução na produção de flores e frutos de algumas espécies da Amazônia, a redução da distribuição geográfica

de recifes de corais e mangues, o aumento na população de vetores como malária ou dengue e a extinção de espécies endêmicas são alguns exemplos dos impactos da mudança climática global sobre a

biodiversidade do planeta

Interferências na agricultura: nas regiões subtropicais e tropicais, mudanças nas condições climáticas e no regime de chuvas poderão modificar significativamente a vocação agrícola de uma região. Com o

aumento da vulnerabilidade da produção de alimentos, cresce também o risco da fome atingir um número muito maior de pessoas

no mundo. Isto ocorreria principalmente nos países pobres, os quais são os mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global e os menos preparados para enfrentar seus impactos.

Visitando o site www.fundacaoboticario.org.br você encontrará algumas

dicas sobre como cada um pode fazer a sua parte, contribuindo para tornar o planeta em que vivemos um local habitável para as presentes e futuras

gerações. Lá você encontrará também um vídeo educativo que trata sobre o tema mudanças climáticas.

Conservação da natureza

O que é Conservação da natureza?

A conservação trata de cuidar da natureza que existe, de forma racional, considerando a manutenção da biodiversidade.

O que é Preservação da natureza?

Preservação tem sentido mais restrito que conservação: não permite uso direto.

E o que é Proteção da natureza?

São atividades concretas para conservar a natureza. Entres estas, se enquadram todas as estratégias desenvolvidas com o objetivo de conservar

a natureza (financiar projetos, criar reservas próprias, incentivar a criação de unidades de conservação, sensibilizar pessoas, capacitar pessoas, entre

outras).

Princípios da Conservação da Natureza

1. Toda espécie tem direito de existir; 2. Todas as espécies são interdependentes;

3. Os seres humanos devem viver dentro das mesmas limitações ecológicas que as demais espécies da biosfera;

4. As pessoas devem responsabilizar-se por suas ações

5. As pessoas têm responsabilidade perante as futuras gerações; 6. Os recursos não podem ser desperdiçados;

7. O respeito pela vida humana e pela diversidade humana é compatível com o respeito pela diversidade biológica;

8. A natureza tem valores espirituais e estéticos que transcendem os

valores econômicos; 9. A diversidade biológica é necessária para determinar a origem da vida.

Segundo a Declaração do Milênio das Nações Unidas, é necessário atuar com prudência na gestão de todas as espécies e recursos naturais. Só assim poderemos conservar e transmitir aos nossos descendentes as imensuráveis

riquezas que a natureza nos oferece. É preciso alterar os atuais padrões insustentáveis de produção e consumo, no interesse do nosso bem-estar

futuro e no das futuras gerações.

Estratégias de conservação

Diante da crise ambiental contemporânea, o conceito de conservação da biodiversidade assume inegável importância e tem seu reconhecimento formalizado globalmente com a Convenção sobre Diversidade Biológica

(CDB). Em linhas gerais, a Convenção da Diversidade Biológica propõe regras para assegurar a conservação da biodiversidade, o seu uso

sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do uso econômico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu território. Ela foi assinada por 168

países e ratificada por 188, incluindo o Brasil, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou Rio 92), sendo

validada pelo Congresso Nacional em 1994. Entre as estratégias para conservação da biodiversidade destaca-se a

criação e a implementação de Áreas Protegidas ou Unidades de Conservação da Natureza (UCs), como são conhecidas no Brasil. As UC’s

são iniciativas de conservação in situ (no ambiente natural das espécies), e caracterizam-se como áreas instituídas pelo poder público prioritariamente para a proteção da fauna, flora, microorganismos, corpos de água, solo,

clima, paisagens e todos os processos ecológicos pertinentes aos ecossistemas.

As Unidades de Conservação (UCs) são áreas legalmente instituídas pelo

poder público, que têm por objetivo manter o patrimônio natural em seu estado original, para benefício das gerações atuais e futuras. Constituem a

principal ferramenta para conservação da biodiversidade (diversidade de ecossistemas e de espécies presentes nestes - plantas, animais, fungos, algas etc.), pois representam uma garantia de proteção de amostras da

natureza.

Outras iniciativas, como o uso de energias alternativas, a recuperação de áreas degradas e o consumo consciente, são estratégias complementares à criação das unidades de conservação, já que estas áreas são a única forma

efetiva de garantir a proteção de ambientes naturais.

As categorias de unidades de conservação, definidas em lei pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), são criadas com diferentes objetivos, segundo suas características, entre eles:

* manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos;

* proteção de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção; * incentivo a atividades de pesquisa científica; * restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

* proteção das paisagens naturais e belezas cênicas; * recreação em contato com a natureza, educação ambiental e turismo

ecológico;

Unidades de conservação

* proteção de bacias e recursos hídricos; * promoção da sustentabilidade do uso do patrimônio natural; * estímulo ao desenvolvimento regional.

As Unidades de Conservação estão divididas em dois grupos:

1 - Unidades de Conservação de Proteção Integral: são as de uso indireto, ou seja, onde estão totalmente proibidas a exploração dos recursos

naturais e as modificações ambientais, exceto medidas de recuperação de ecossistemas alterados, do equilíbrio natural, da diversidade biológica e dos

processos naturais. Desta forma, o principal objetivo de sua criação é a conservação da biodiversidade. Em todas as categorias de unidades de conservação deste grupo são permitidas pesquisas científicas, desde que

autorizadas pelo órgão responsável pela sua administração. Entre elas, podemos citar: Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Refúgios de Vida

Silvestre. Em alguns casos, como nos Parques, além da pesquisa científica são permitidas atividades controladas como educação ambiental, turismo ecológico e recreação, especialmente pelo fato destas unidades de

conservação serem criadas em áreas com atrativos naturais e paisagísticos notáveis. Já as Reservas Biológicas, por exemplo, não comportam

atividades turísticas ou recreativas, e o acesso ao público é limitado a ações educativas controladas ou casos excepcionais autorizados.

2 - Unidades de Conservação de Uso Sustentável: são as de uso direto, ou seja, aquelas nas quais a exploração e o aproveitamento econômico

direto são permitidos, desde que realizados de forma planejada e regulamentada. São de manejo sustentado, onde as alterações devem

limitar-se a um nível compatível com a sobrevivência permanente das espécies nativas. O principal objetivo de sua criação é estimular o desenvolvimento regional. Nas Unidades de Conservação de Uso

sustentável, são possíveis atividades como pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, turismo e recreação. Como exemplo, podemos

citar: Áreas de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), apesar de incluídas na legislação no grupo das Unidades de Uso Sustentável, não prevêem uso

direto dos recursos, sendo efetivamente de Proteção Integral. Esta categoria surgiu como instrumento legal pelo qual proprietários privados (pessoas físicas, empresas ou organizações não governamentais) podem

solicitar o reconhecimento da importância de sua área, através da criação de uma unidade de conservação em toda sua propriedade ou parte dela.

Estas são as únicas unidades que não são criadas pelo poder público, mas sim pela iniciativa privada, e desempenham importante papel ao

complementar o esforço do Governo na proteção da biodiversidade.

As Unidades de Conservação enfrentam diversos problemas que dificultam sua efetividade, entre eles o turismo desordenado e predatório, a falta de

fiscalização, dificuldades de implementação (como falta de pessoal, infra-estrutura, etc), além das conseqüências do crescimento e desenvolvimento da civilização urbano industrial, como poluição em todas as suas formas,

efeitos de borda (impactos sobre as fronteiras das Unidades de Conservação, como o desmatamento, a construção de cidades), ocupação

de áreas proibidas, introdução de espécies animais e vegetais, extrativismo vegetal e animal.

Para ajudar na proteção das Unidades de Conservação, o primeiro passo é descobrir quais são e visitar as unidades mais próximas de sua cidade, e

então informar-se sobre o que já foi feito para sua implementação e de que forma você pode apoiar as ações de defesa nessa área.

Outra maneira de fortalecer uma Unidade de Conservação é debater a questão com prefeitos e vereadores, bem como em igrejas, escolas e outros

locais onde é possível haver mobilização local. Uma forma bastante efetiva é criar uma Associação de Amigos de uma UC. Elas funcionam como instrumento para denúncias, e atuam também como disseminadoras de

informações importantes, dialogando com o poder público e promovendo eventos e campanhas. Para criar uma associação é preciso reunir pessoas

dispostas a se mobilizar pela causa, definir um estatuto, seus objetivos e estabelecer ações a fim de alcançá-los.

Além disso, deve-se denunciar qualquer agressão às Unidades de Conservação, como corte de árvores, caça, depósito de lixo, queimadas,

desvio de rios e ocupação ilegal. Além de órgãos oficiais como Ministérios Públicos e Procuradorias, que são espaços onde as denúncias podem ser

acatadas, há os veículos de comunicação. Existe também a Linha Verde do IBAMA (0800 61 8080), responsável especialmente por receber denúncias.

Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Ministério do Meio Ambiente.

Disponível em: http://www.conservation.org.br/publicacoes/files/Sumario.pdf

A Conservation Assessment of the Terrestrial Ecoregions of Latin America and the Caribbean. E. Dinerstein et al.

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Corrêa.

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www.conservacao.org/arquivos/RelatDesmatamCerrado.pdf Fitogeografia do Rio Grande do Sul: campos sulinos. José Newton

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