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Trabalho de Literatura José de Alencar: Vida e Obra, “Senhora”

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Trabalho de LiteraturaJosé de Alencar: Vida e Obra, “Senhora”

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José de Alencar: Vida e Obra

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Biografia Nasceu em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza. A família

transferiu-se para a capital do Império, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar.

Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de Direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou artigos.

Formou-se em direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publica o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em 1857 que alcançará notoriedade. Estes romances foram publicados todos em jornais e só depois em livros. José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indianista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874).

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Em 1859, tornou-se chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo.

Em 1860 ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador.

Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador D. Pedro II não o escolhido por ser muito jovem ainda.

Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano, vitimado pela tuberculose. Machado de Assis, que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza em que a família Alencar vivia.

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Classificação dos Romances Os romances de José de Alencar são classificados de acordo com seus

determinados enredos. Há 4 tipos: Indianistas: Valorizam e idealizam os indígenas. O índio é caracterizado tanto como um ser

com perfeita harmonia junto a natureza como possuidor dos valores cavaleirescos medievais. O Guarani, Iracema e Ubirajara são seus principais representantes.

Regionalistas: Procuram apresentar as características típicas das diversas regiões culturais do país. O maior representante de tal tipo é O Guarani.

Históricos: Romanceia sob eventos históricos. Representado por As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates.

Urbanos: Contemporâneos, retratando os costumes da sociedade. Nas histórias de amor mesclam-se o estudo psicológico e a crítica social aos burgueses. Trabalharemos Senhora como representante.

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Obra Romances:

Cinco Minutos Iracema O Tronco do Ipê O Sertanejo

Melchior As Minas de Prata (1° Volume)

A Guerra dos Mascates (2 Vol.)

Senhora

A Viuvinha Iracema Til Encarnação

O Guarani As Minas de Prata (2° Volume)

Sonhos D’Ouro

Lucíola O Gaúcho Alfarrábios

Diva A Pata da Gazela Ubirajara

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Teatro• O crédito, 1857

• Verso e reverso, 1857

• O Demônio Familiar, 1857

• As asas de um anjo, 1858

• Mãe, 1860

• A expiação, 1867

• O jesuíta, 1875

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Crônicas Ao Correr da Pena, 1784

Autobiografia Como e Porque Sou Escritor, 1783

Crítica e Polêmica• Cartas sobre a confederação dos tamoios, 1856

• Ao imperador: cartas políticas de Erasmo e Novas cartas políticas de Erasmo, 1865

• Ao povo: cartas políticas de Erasmo, 1866

• O sistema representativo, 1866

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Características Gerais da ObraSenhora

Autor José de Alencar

Narração 3ª Pessoa, onisciente

Publicação 1875, em folhetim

Divisão Além da divisão em capítulos, há também a divisão em 4 partes: Preço, Quitação, Posse e Resgate

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Personagens Fernando Seixas

Aurélia Camargo

Dona Emília

Pedro Camargo

Lourenço Camargo

Dona Firmina

Lemos

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Primeira Parte: Preço Aurélia Camargo aparece como um nova estrela, que raiou no céu

fluminense. Jovem, bela, extremamente rica, vive cercada de admiradores, a quem trata com um desprezo satânico, avaliando cada um pelo preço de sua cotação no rol dos que pretendem contrair com ela a empresa nupcial.

A extrema graça e a sensualidade, a inteligência brilhante, a nobreza de alma que se percebem em Aurélia não condizem com a ironia, o sarcasmo e o escárnio presentes em seus atos, principalmente quando relacionados ao dinheiro.

Morando num palacete em Laranjeiras em companhia de uma parenta afastada, D. Firmina Mascarenhas, e tendo como tutor o tio, Senhor Lemos, é na verdade Aurélia quem decide a sua vida, apesar de ter entre l8 e l9 anos.

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A principal ação desta primeira parte do romance começa quando Aurélia pede ao tio que ofereça ao jovem Fernando Seixas, recém-chegado na corte após uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em casamento.

Entretanto, Fernando não deve saber a identidade da pretendente e além disso a quantia do dote proposto deve ser irrecusável: cem contos de réis ou mais, se necessário.

A habilidade mercantil de Lemos, que chega a ser caricata, e a péssima situação financeira de Fernando - moço elegante mas pobre, que gastou o espólio deixado pelo pai e que precisava restituí-lo à família para a compra do enxoval da irmã - fazem com que deem certo os planos de Aurélia.

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Fernando, envergonhado por aceitar um casamento de conveniência, é apresentado à futura esposa e descobre ser ela uma antiga paixão, a maior de sua vida, que abandonara pelo dote de trinta contos de réis de outra moça, Adelaide Amaral, filha de um empregado da Alfândega.

Assim, Fernando acredita estar unido amor e fortuna quando se casa com Aurélia, que nada demonstra de suas intenções até consumar-se a cerimônia.

Na noite de núpcias, recolhidos ao rico aposento das Laranjeiras destinado aos noivos, Aurélia desacata Fernando e a comédia daquele casamento, afirmando ser ela uma mulher traída e ele um homem vendido.

Termina, assim, a primeira parte do romance.

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Segunda Parte: Quitação Aqui há um flashback, um retorno a acontecimentos anteriores da vida de

ambos os protagonistas, o que explica ao leitor o procedimento cruel de Aurélia em relação a Fernando.

Dois anos antes do casamento singular, vivia Aurélia com a mãe, pobre, enferma e viúva, D. Emília Camargo. A história desta mulher é trágica e exemplarmente romântica: quando moça, apaixonara-se por um estudante, Pedro de Souza Camargo, filho ilegítimo de um rico fazendeiro, que por não ter sido oficialmente reconhecido pelo pai é recusado como pretendente de Emília. Ela, então, abandona a família e secretamente casa-se com Pedro, passando a ser considerada morta pelos parentes, que ignoravam a união.

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Lourenço Camargo, ao receber notícia de que o filho morava com uma rapariga, manda chamá-lo e o prende na fazenda. Pedro era fraco e não foi capaz de relatar ao pai que se casara.

Vivem, então, os esposos, separados e marginalizados por doze anos, recebendo Emília eventualmente a visita de Pedro, a quem tudo perdoava pelo amor e com quem teve dois filhos: Emílio e Aurélia.

Quando Lourenço Camargo tenta forçar o casamento de Pedro com uma rica herdeira, este se desespera e é acometido de uma febre cerebral, que o mata. Emília escreve ao sogro, que sem a prova do casamento não acredita em suas palavras, mandando-lhe de forma rude e seca um conto de réis.

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O irmão de Aurélia, Emílio, frágil e pouco desenvolto para o trabalho, de espírito curto e tardio e irresoluto como o pai, consegue a profissão de caixeiro de um corretor de fundos.

No entanto, é Aurélia, viva e inteligente, quem trabalha por ele. Um resfriado o mata, acentuando o desamparo das duas mulheres. Emília , que pressente a própria morte, passa a pressionar a filha para que esta, sempre fechada dentro de casa, arrume um bom casamento.

Nesta situação de aparecer na janela para chamar a atenção dos homens, situação que abominava, Aurélia conhece e se apaixona por Fernando Seixas. Por ele, recusa outros pretendentes, inclusive Eduardo Abreu, moço rico e dos mais distintos da corte.

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Embora tivesse chegado a pedir a mão de Aurélia, devido à insistência de Emília em conhecer-lhe as intenções, Fernando a abandona, pelos motivos que já conhecemos.

Nesta ocasião, Lourenço Camargo, o avô de Aurélia, fica sabendo de toda a verdade sobre o filho. Visita então a nora e a neta, reconhece a ambas e deixa nas mãos de Aurélia um testamento.

Emília e Lourenço falecem, Aurélia transforma-se numa rica herdeira, a herdeira universal dos bens do avô, e começa assim a vingar-se da sociedade que tanto a maltratara.

A vingança culmina com a conversa entre ela - mulher traída - e Fernanda Seixas – homem vendido - em plena câmara nupcial.

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Terceira Parte: Posse Em Posse assistimos à punição que Aurélia infringe a Fernando e à

reabilitação dele, seduzido pela grandeza e pelo fascínio de Aurélia.

Fiel à palavra dada, o moço reage, com resignação e firmeza que não possuía, aos maus tratos da mulher, que tudo faz para humilhá-lo ao mesmo tempo que em alguns momentos não consegue esconder que ainda o ama

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Quarta Parte: Resgate Nesta parte intensificam-se os caprichos e as contradições do

comportamento de Aurélia, ora ferina, mordaz, insaciável na sua sede de vingança, ora ciumenta, doce, apaixonada.

Intensifica-se também a transformação de Fernando, que não usufrui da riqueza de Aurélia, tornando-se modesto nos trajes, assíduo na repartição onde trabalhava, e assim adquirindo, sem perder a elegância, uma dignidade de caráter que nunca tivera.

No final, Fernando, um ano após o casamento, negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os vinte contos de réis, que correspondiam ao adiantamento do montante total do dote com o qual possibilitava o casamento da irmã, e mais o cheque que Aurélia lhe dera, de oitenta contos de réis, na noite de núpcias.

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Separam-se, então, a esposa traída e o marido comprado, para se reencontrarem os amantes, a última recusa de Seixas sendo debelada quando Aurélia lhe mostra o testamento que fizera, quando casaram, revelando-lhe o seu amor e destinando-lhe toda a sua fortuna.

O enredo deste romance mostra claramente a mistura de elementos romanescos e da realidade.